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Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – Unileste

EFICIÊNCIA E CAPACIDADE DAS MACRÓFITAS COMO FERRAMENTA


BIORREMEDIADORA EM DIFERENTES AMOSTRAS DE ÁGUA.

Diogo Andrade, Luciana Alvarenga, Thais Grossi.

Coronel Fabriciano
2018
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 3
2. OBJETIVOS ............................................................................................................................. 5
2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 5
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................ 5
2.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 6
3. HISTÓRICO DA BIORREMEDIAÇÃO ........................................................................................ 7
4. METODOLOGIA...................................................................................................................... 9
4.1 AMOSTRA DE ÁGUA COM EFLUENTES DOMÉSTICOS. .................................................. 9
4.1.1 Caracterização da Área de Estudo: ........................................................................... 9
4.1.2 Etapas Metodológicas: ............................................................................................ 11
4.1.3 Análise Laboratorial................................................................................................. 12
4.2 AMOSTRA DE ÁGUA COM METAIS PESADOS. ............................................................. 13
4.2.1 Etapas Metodológicas ............................................................................................. 13
4.2.2 Análise Laboratorial................................................................................................. 14
4.3 AMOSTRA DE ÁGUA COM EUTROFIZAÇÃO ..................................................................... 15
4.3.1 Caracterização da Área de Estudo: ......................................................................... 16
4.3.2 Etapas Metodológicas ............................................................................................. 17
4.3.3 Análise Laboratorial................................................................................................. 18
5. CRONOGRAMA .................................................................................................................... 19
1. INTRODUÇÃO

Os ecossistemas aquáticos são importantes para a sobrevivência humana e


para a sobrevivência de milhões de espécies animais e vegetais. As ações
antrópicas, o desenvolvimento das cidades e das indústrias, ocorrem próximo
às margens de rios e lagoas, levando, de forma evidente a contaminação e
degradação destes ambientes (BARTH, 1987). Várias atividades como o
despejo de efluentes domésticos, industriais, atividades agrícolas e portuárias
promovem o aumento considerável de poluentes nestes ambientes aquáticos,
ocasionando uma grande preocupação em relação a esses recursos.

A água é um bem essencial para o desenvolvimento e manutenção da vida na


Terra. Para além da importância biológica não se deve esquecer a importância
socioeconómica que está associada a este elemento. O desenvolvimento de
sociedades bem como a sua subsistência está intimamente ligado à
disponibilidade deste recurso: “Civilizações floresceram com o uso de
fornecimentos fiáveis de água e colapsaram quando esses fornecimentos
falharam” (FETTER, 2001 apud TEIXEIRA, 2012).

Diante da contaminação ambiental causada por atividades antrópicas, buscam-


se estratégias de recuperação para essas áreas afetadas (VASCONCELLOS et
al. 2012). Dependendo do tipo de contaminante presente no ambiente e das
características locais, uma determinada técnica pode ser aplicada, tendo como
principal objetivo fazer com que a área retorne o mais próximo possível às
condições anteriores. As soluções e tecnologias a serem escolhidas buscam
englobar aspectos como: eficiência na descontaminação, simplicidade na
execução, tempo de processo reduzido e menor custo. É neste contexto que
surge o conceito de biorremediação, como sendo uma tecnologia que usa a
ação dos microrganismos (ou das suas enzimas), das algas ou das plantas
para remover contaminantes do meio ambiente, especialmente da água e do
solo, fazendo com que o ecossistema retome a sua condição original, ou seja,
levando a cabo o restauro do sistema (SHAN et al, 2009). Os processos de
biorremediação podem ser efetuados no local contaminado, biorremediação in
situ, ou então num outro local, biorremediação ex situ (PRASAD, 2011).

É dentro da biorremediação que se insere a fitorremediação, caracterizada pelo


uso de plantas como principal agente de descontaminação. O destaque que
algumas plantas apresentam em acumularem metais, por exemplo, é
amplamente conhecido e já havia sido descrito por Moffat (1995), o qual relatou
a fitorremediação como uma estratégia mais eficiente e mais rentável quando
comparada aos métodos convencionais. Diferentes técnicas de fitorremediação
têm sido estudadas, com o intuito de avaliar o potencial que cada espécie
vegetal apresenta. As pesquisas nessa área procuram entender a relação da
planta com o contaminante (USEPA, 2000).

Entre as plantas utilizadas na fitorremediação, as macrófitas aquáticas


(particularmente as livres, submersas enraizadas e emergentes) ganharam
importância por apresentarem grande eficiência para remover uma variedade
de poluentes (metais pesados, poluentes orgânicos e inorgânicos) de águas
poluídas, ainda que o potencial de remoção varie de espécie para espécie
(DHIR et al., 2009).

As macrófitas (macro = grande; fita = planta) são formas macroscópicas de


vegetação aquática (WETZEL, 1993), cujas partes fotossintetizantes ativas
estão permanentemente, ou por diversos meses, todos os anos, total ou
parcialmente submersas em água doce ou salobra, ou ainda flutuante na
mesma (IRGANG; GASTAL. JR, 1996). Podem ser utilizadas como indicadores
da qualidade da água, uma vez que desempenham importantes funções nos
ecossistemas aquáticos participando da ciclagem e estocagem de nutrientes,
da formação de detritos orgânicos, do controle da poluição e da eutrofização
artificial das águas (ESTEVES; CAMARGO, 1986; POTT; POTT, 2000). Além
disso, representam uma fonte de matéria orgânica para bactérias,
invertebrados e vertebrados, tanto enquanto vivas como mortas (detritos) e,
principalmente, alteram a estrutura espacial dos habitats (ESTEVES, 2011).
Em rios e riachos influenciam na sedimentação e na retenção de nutrientes,
nas características físicas e químicas da água e, em alguns casos, podem
afetar a velocidade do fluxo da água (ESTEVES, 1998). Scremin-Dias et al.
(1999) definem como macrófitas aquáticas as macroalgas, musgos, pteridófitas

e angiospermas, originárias do ambiente terrestre com adaptações para a vida


na água; ou seja, aquelas que ocorrem tanto em ambientes mais secos da
borda dos ambientes aquáticos como dentro da água.

A importância das macrófitas aquáticas está amplamente discutida na


literatura, sendo sua utilização como bioindicadoras da qualidade da água em
ambientes lóticos e lênticos uma das mais relevantes. Porém, para seu uso faz
se necessário ter conhecimento prévio das suas características, bem como das
condições que limitam sua ocorrência e crescimento; da proliferação e manejo
da espécie utilizada (THOMAZ; BINI, 2003).

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem como objetivo verificar a eficiência e avaliar a capacidade de


biorremediação de três espécies de macrófitas, visando selecionar as espécies
com potencial para serem utilizadas como ferramenta de fitorremediação em
diferentes amostras de água.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Colocar em prática o conceito de biorremediação.


 Analisar a capacidade de remoção dos metais pesados pelas diferentes
espécies de macrófitas.
 Analisar a eficácia de três macrófitas aquáticas na remoção de
poluentes presentes no afluente doméstico
 Analisar a capacidade de três espécies de macrófitas aquáticas quanto a
oxigenação de água com eutrofização.
 Destacar as espécies com potencial para fitorremediação em diferentes
amostras de águas.

2.3 JUSTIFICATIVA

Vivemos hoje em dia com grande número de problemas nos nossos sistemas
aquáticos, problemas esses realizados por atitudes humanas. Cada vez mais o
uso desses sistemas é feita de forma indevida, causando a poluição e falta
desse recurso. As macrófitas aquáticas são organismos que estão presentes
em todos os tipos de massas de água, mesmo em baixa riqueza ou biomassa.
São fundamentais, para o metabolismo dos ecossistemas, para a ciclagem de
nutrientes e fluxo de energia, por exemplo. Desta forma, não devem ser
exterminadas como pragas com o simples propósito de a massa de água
parecer mais “limpa” e livre de problemas potenciais, como o grande
crescimento das macrófitas aquáticas e as consequências decorrentes deste
crescimento (POMPEO, 2017). Além disso, servem como instrumento principal
em um processo chamado fitorremediação, caracterizada pelo uso de plantas
como principal agente de descontaminação.

Os maiores problemas que hoje tem relação com as macrófitas aquáticas são
gerados principalmente pelas próprias atividades humanas. Assim, cabe ao
homem solucionar com o mínimo transtorno, à qualidade da água e à biota,
cada vez mais com vistas à sustentabilidade em longo prazo.

As macrófitas aquáticas ganharam importância por apresentarem grande


eficiência como indicadores da qualidade da água, e por remover uma
variedade de poluentes (metais pesados, poluentes orgânicos e inorgânicos)
de águas poluídas, além de controlar eutrofização artificial das águas, ainda
que o potencial de remoção varie de espécie para espécie (DEMARCO, 2016)

Neste contexto, realizaremos este trabalho para verificar a eficiência e


qualidade de três espécies de macrófitas como biorremediadoras, buscando
através desse sistema de biorremediação à qualidade da água e à biota cada
vez mais próxima ao natural. Com isso, contribuindo ao desenvolvimento
sustentável, dentro da proposta de utilizar sistemas de baixo custo, a fim de
promover uma alternativa biológica e limpa, conhecendo os parâmetros que
podem influenciar o desenvolvimento das macrófitas no ambiente ou em meio
artificial. Dessa forma, o conhecimento das espécies de macrófitas, bem como
a análise da sua eficiência como biorremediadora, é essencial para direcionar
futuros estudos para aplicação de técnicas de fitorremediação.

3. HISTÓRICO DA BIORREMEDIAÇÃO

A biorremediação é definida como o processo pelo qual os resíduos orgânicos


são biologicamente degradados em condições controladas para um estado
inócuo, estabelecidas pela regulamentação das autoridades. Esta técnica se
caracteriza pela aceleração do processo de degradação natural do petróleo
onde os microrganismos utilizam como principal fonte de carbono os
hidrocarbonetos em seus processos metabólicos (VIDALI, 2001; PRITCHAD &
COSTA, 1991 apud COELHO, 2003).

A biorremediação é um processo já estudado há bastante tempo, com registros


desde a década de 1940, apesar de tornar-se popularmente difundida no final
dos anos 80, quando se tornou realmente necessária devido ao acidente com
derramamento de óleo na baía de Prince William, Alasca. A partir de então,
esta técnica mostrou-se eficaz e ganhou seu espaço, expandindo
exponencialmente com o tempo.

Segundo Hoff (1993 apud LIMA, 2010), o histórico da biorremediação se divide


em três períodos: período de investigação, período de atenção e período da
criação.

O período de investigação (antes de 1989) foi de grande concentração nos


estudos e pesquisas acadêmicas por ser um assunto inovador e pouco
conhecido. Segundo Gallego; Martins (2002 apud FRANCISCO; DE QUEIROZ,
2018), a partir dos anos 70 aparecem as primeiras patentes, principalmente
sobre remediação de derramamentos de gasolina. Em seguida, nos anos 80 o
uso se generalizou e com isso, peróxidos de hidrogênio para fornecimento de
oxigênio entraram em circulação, sinalizando o avanço nos métodos e
pesquisas com biorremediação. Com os anos 90, as técnicas que ganharam
destaque foram a Air Sparging, pois áreas abaixo do lençol freático podiam
agora ser tratadas. A partir daí outras técnicas e diferentes métodos surgiram e
são empregados até o momento, como landfarming e compostagem.

O período de atenção (1989 a 1991) foi caracterizado por vários casos


isolados, mas amplamente importantes de acidentes com derramamentos de
petróleo pelo mundo. Além disso, só em março de 1989, foram criados
protocolos para o uso dos testes de biorremediação. Os testes recomendaram
o uso de biossurfactantes como reforço de biorremediação e apresentaram
resultados positivos formando uma base para que a nova tecnologia passasse
a ser usada em maior extensão na limpeza, onde foram tratadas mais de 70
milhas de costa de Prince William Sound com estes agentes (PRITCHARD;
COSTA, 1991 apud LIMA, 2010)

No período da criação (1992 até o presente) as técnicas de biorremediação


têm alcançado certo nível de aceitação, porém o nível de interesse com relação
aos derrames de petróleo tem diminuído consideravelmente (LIMA, 2010), mas
em outras áreas como tratamento de solos e recursos hídricos contaminados
por herbicidas e efluentes, tem aumentado significativamente.

No Brasil, a biorremediação ainda é pouco utilizada, porém, pode ser


promissora e eficiente (LIMA, 2010). Há casos em que pesquisas nessa área
são financiadas por empresas petrolíferas, a exemplo da Petrobras, para
desenvolver métodos de biorremediação em casos de derrame de petróleo
e/ou seus derivados.

As pesquisas sobre a eficiência da biorremediação em diferentes locais e com


diferentes contaminantes, na maioria das vezes, são feitas isoladamente em
universidades e centros de pesquisa. Um exemplo é o Laboratório de
Biorremediação e Fitotecnologias (LABIFI) da Universidade Estadual do Rio de
Janeiro (UERJ).
4. METODOLOGIA

A realização deste trabalho será baseada em três metodologias diferentes para


analisar diferentes amostras de água com compostos presentes nestes, de
acordo com sua localização e atividades envoltas. Serão utilizadas como
ferramentas de tratamento e análise destas amostras as macrófitas: Salvinia
auriculata, Eichhornia crassipes, Pistia stratiotes.

4.1 AMOSTRA DE ÁGUA COM EFLUENTES DOMÉSTICOS.

Desde os primórdios da história formaram-se, pela ação do homem, produtos


de despejo e resíduos vários que, levados aos rios, mostraram-se tóxicos, ou
pelo menos incômodos. Com o aumento do processo industrial, produção de
alimentos e ainda o crescimento da população os problemas vêm
comprometendo o meio ambiente. O lançamento de efluentes in natura nos
recursos hídricos resulta além de vários problemas socioambientais, em
impactos significativos sobre a vida aquática e o meio ambiente como um todo.
Por exemplo, a matéria orgânica presente nos dejetos ao entrar em um sistema
aquático leva a uma grande proliferação de bactérias aeróbicas provocando o
consumo de oxigênio dissolvido que pode reduzir a valores muitos baixos, ou
mesmo extinguir, gerando impactos a vida aquática aeróbica. Têm-se como
outros exemplos de impactos a eutrofização, a disseminação de doenças de
veiculação hídrica, agravamento do problema de escassez de água de boa
qualidade, desequilíbrio ecológico, entre outros (SETTI, 1996).

4.1.1 Caracterização da Área de Estudo:

A água escolhida para retirada de amostras é a do curso do Rio Piracicaba. Rio


brasileiro situado no leste do estado de Minas Gerais, sendo um dos principais
afluentes da Bacia do Rio Doce. A nascente do Rio Piracicaba está localizada a
1680m de altitude em uma dos vértices da Serra do Caraça na Região do
Quadrilátero Ferrífero, no distrito de São Bartolomeu em Ouro Preto.

Sua extensão total é aproximadamente 241 km até sua foz no Rio Doce,
localizada entre os municípios de Ipatinga e Timóteo. Os principais afluentes
formadores da Bacia do Rio Piracicaba são: Rio Santa Bárbara, Rio do Peixe,
Rio do Prata, Rio Maquine e Ribeirão do Turvo.

A área total da Bacia do Rio Piracicaba é de 6 mil km² e abrange 21 municípios


com uma população total de 800 mil habitantes, destacando-se a Região
Metropolitana do Vale do Aço, João Monlevade e Itabira.

Figura 1: Curso do Rio Piracicaba e atividades envoltas. Fonte: Leonardo P.


Guerra e Claudio B. Guerra, 1997.
Figura 2: Rio Piracicaba na cidade de João Monlevade.

4.1.2 Etapas Metodológicas:

Serão utilizados três recipientes com volume aproximado de 10 litros de


efluente em cada recipiente. Amostras do efluente bruto preencherão esses
recipientes e também serão realizadas análises em laboratório deste efluente
bruto. As análises serão realizadas do laboratório de Ecologia da Unileste-
Universidade do Leste de Minas, situada na cidade de Ipatinga, Minas Gerais.

Para realizar essa coleta serão utilizados equipamentos de proteção como


luvas plásticas e botas de borracha, de modo que não ocorra contaminação
nas amostras coletadas.

Após inserir o efluente nos recipientes, uma espécie de macrófita será


colocada em cada um e identificada. No recipiente 1 será introduzida a
Eichhornia crassipes, no recipiente 2 a Pistia stratiotes e no recipiente 3 a
Salvinia auriculata. As plantas serão compradas de fornecedores locais e antes
da introdução das macrófitas nos respectivos recipientes elas passarão por um
processo de aclimatação, onde serão lavadas em água corrente e água
destilada para remoção dos sedimentos associados e detritos.
Para fazer a correta avaliação de autodepuração do efluente, foi adicionado
um quarto recipiente de mesma quantidade de efluente, sem a presença de
macrófita. Isso será feito com o objetivo de conflitar os resultados nos
recipientes com as plantas.

Após sete dias de tratamento será realizada a coleta de amostras para avaliar
a influencia de cada macrófita sobre o efluente. Essas amostras terão volume
suficiente para eventual necessidade de se repetir alguma análise no
laboratório. Essas análises serão realizadas de 7 em 7 dias , totalizando 21
dias total de tratamento.

4.1.3 Análise Laboratorial

As análises serão realizadas no mesmo dia das coletas. Serão analisados pH,
cor, temperatura, oxigênio em porcentagem, oxigênio em Mg/L, TDS,
condutividade, ORP, coliformes totais e coliformes fecais e serão realizados de
acordo com manual de saneamento.

Para a realização da análise doa parâmetros pH, temperatura, condutividade,


ORP, oxigênio e TDS será utilizada a sonda multiparâmetros para verificar o
nível de qualidade e se seus componentes químicos correspondem às taxas
esperadas.

A análise dos coliformes totais e fecais será usado o Colilert. A técnica do


substrato cromogênico fluorogênico é baseado nas atividades enzimáticas
específicas dos coliformes (ß galactosidade) e E. coli (ß glucoronidase). Os
meios de cultura contêm nutrientes indicadores (substrato cromogênico) que,
hidrolisados pelas enzimas específicas dos coliformes e/ou E. coli, provocam
uma mudança de cor no meio. Após o período de incubação, se a cor amarela
for observada, coliformes totais estão presentes. Se a fluorescência azul for
observada sob luz ultravioleta (UV) 365 nm, E. coli está presente. Além da
maior precisão, esse método tem como vantagem o tempo de resposta, já que
a determinação simultânea de Coliformes Totais E. coli é efetuada após
incubação das amostras a 35°C por 24 horas, não havendo necessidade de
ensaios confirmativos.
Acrescenta-se o conteúdo de um (1) frascote de substrato cromogênico em
frasco contendo 100 mL de cada amostra e homogeneíza com o meio de
cultura. Em seguida, o conteúdo é transferido para a cartela que é selada,
identificada e incubada a 35ºC por 24 horas. O resultado é expresso em
NMP/100 mL, de coliformes totais e Escherichia coli.

4.2 AMOSTRA DE ÁGUA COM METAIS PESADOS.

Os ecossistemas aquáticos têm sido alterados de maneira significativa devido a


múltiplos impactos ambientais resultantes de atividades antrópicas (Goulart &
Callisto, 2003). Dentre as muitas formas de contaminação despejadas nos
corpos hídricos, os metais pesados aumentam permanentemente no ambiente
como resultado da ampliação das atividades industriais. Estes ganharam
destaque por serem em sua maioria tóxicos mesmo em baixas concentrações,
apesar de serem essenciais em muitos processos metabólicos aos organismos,
quando em excesso podem tornar-se carcinogênicos e mutagênicos.
(Domingos et al., 2005). Os metais pesados, além de serem tóxicos, são
cumulativos no organismo. O efeito preocupante com a contaminação de
ambientes aquáticos aumenta, principalmente quando a água é usada para o
consumo humano, e outros recursos destes retirados, como peixes e plantas
aquáticas. (Dias et al., 2001). Uma vez que é impossível degradar esses
poluentes, a única maneira de removê-los do meio ambiente é excluí-los do
ciclismo por meio da diminuição de sua concentração, com uma possível
recuperação e reutilização (Chojnacka, 2010).

4.2.1 Etapas Metodológicas

O experimento será conduzido no Laboratório de Ecologia da Universidade do


Leste de Minas Gerais (Unileste), situada em Ipatinga-MG.

Será feito um pré-tratamento de todo instrumento de laboratório utilizado nos


experimentos visando à eliminação de traços de metais que pudessem interferir
na determinação dos elementos. Todos os materiais serão lavados com
detergente neutro, enxaguados em água corrente e água destilada para
posterior imersão em solução de 10% HNO3 por um período de 24 horas.
Depois serão enxaguados com água destilada e secos em estufa a 60 C e
demais materiais que não podem ser secos em estufa, a secagem será
realizada à temperatura ambiente.

As plantas serão compradas de fornecedores locais e passarão por um


processo de aclimatação, onde serão lavados em água corrente e água
destilada com o intuito de remover os sedimentos associados e detritos. Após,
serão introduzidas em recipientes com volume de 1,0 L. Em cada recipiente,
utilizaremos 1,0 L de solução e 10 g de biomassa seca da macrófita.

Utilizaremos um delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC),


sendo cinco concentrações (testemunha e quatro tratamentos), totalizando 30
amostras. As soluções contendo os metais serão preparadas a partir dos
reagentes analíticos acetato de chumbo ((CH3COO)2Pb 3H2O) e para o cromo
utilizou-se dicromato de potássio (K2Cr2O7) como descrito por Gonçalves et al.
(2009). As concentrações dos metais nas soluções utilizadas para cada
tratamento nos recipientes serão 0,00 µg mL-1 (Testemunha); 2,50 µg mL-1
(Tratamento 1); 5,00 µg mL-1 (Tratamento 2); 7,50 µg mL-1 (Tratamento 3) e
10,00 µg mL-1 (Tratamento 4) de cada metal pesado (Pb, Cr). Os recipientes
posteriormente serão fechados com plástico transparente para controlar a
perda de água por evaporação e evitar a contaminação por poeira ou insetos.
O volume da solução será controlado, com reposição de água destilada, não
sendo feita a reposição de nutrientes.

As análises serão realizadas de 7 em 7 dias, totalizando 21 dias totais de


experimento, de modo a determinar a capacidade de absorção de cada metal
sobre as demais concentrações.

4.2.2 Análise Laboratorial

As plantas serão então separadas por órgão vegetal (raízes e parte aérea) e
colocados na estufa a 60ºC por 48h. Após esse processo de secagem, as
amostras serão trituradas individualmente com o auxílio do almofariz e pistilo.

O material triturado será pesado (0,100 g) em balança digital posteriormente


submetido à digestão ácida. As amostras de material vegetal serão digeridas
em 7 mL de solução ácida (1:3 – HClO4:HNO3) em chapa aquecedora a uma
temperatura máxima de 200 ºC, por no máximo 4 horas. O resíduo da digestão
será diluído em 25 mL de água deionizada e filtrado em filtro de papel para
composição das amostras finais. As amostras serão processadas na Unidade
de Crescimento de Plantas (UCP) do Departamento de Biologia Vegetal da
Universidade Federal de Viçosa (UFV).

As concentrações de metais/metalóides nas amostras diluídas serão


determinadas em Espectrômetro de Emissão Óptica em Plasma Induzido (ICP
Optima 3300DV, PerkinElmer Corporation) do Departamento de Solos da UFV.
As amostras padrão para todos os elementos foram preparadas no laboratório
de solos da UFV, e usadas para calibração e aferição.

4.3 AMOSTRA DE ÁGUA COM EUTROFIZAÇÃO

Para Barreto et al. (2013), a eutrofização é o aumento excessivo de nutrientes


na água, o que pode ser causada por esgotos domésticos, drenagem de áreas
agrícolas nas quais se utilizaram fertilizantes, uso de detergentes, resíduos de
minas, entre outros. De acordo com Smitch e Schindler (2009), a palavra
eutrófico quer dizer rico em nutrientes e eutrofização que vem do grego eu,
“bem” e trophein “nutrir”, ou seja, bem nutrido. Os mesmos autores definem
como continuação desse desequilíbrio a multiplicação de matéria vegetal, que
quando se decompõe causa danos como a diminuição do oxigênio dissolvido,
tão necessário à vida aquática.

Para Corriveau et al. (2009), o excesso dos nutrientes dos adubos utilizados na
agricultura, pode chegar aos cursos d’água, devido ao processo de lixiviação e
escoamento superficial.

Mudanças devido ao aporte de nutrientes em corpos d’água, inicialmente,


podem ser benéficas. O plâncton desenvolve-se e a população de peixes
aumenta, porém, o crescimento excessivo de espécies vegetais rapidamente
se transforma em 14 um problema sério à qualidade de água. Segundo
Monteiro (2004) as principais consequências que podem interferir no uso da
água são os seguintes:

 Grandes variações diárias da concentração em oxigênio dissolvido (OD) que


podem resultar em níveis de OD muito baixos nos períodos noturnos com o
consequente desaparecimento de certas espécies de peixes;

 O excesso de fitoplancton tem como consequência o aumento da deposição


de matéria orgânica no fundo de lagos com consequente redução do OD para
níveis muito baixos no hipolimnio de lagos;

 Diminuição da transparência da água;

 Complicação nos processos de tratamento das águas para a distribuição de


água potável: sabor e odor desagradáveis; produção de algas filamentosas que
obrigam à redução dos períodos de lavagem dos filtros;

 Proliferação das plantas aquáticas que constituem um obstáculo a prática da


navegação de lazer;

 Degradação da qualidade da paisagem;

 Incomodo para o banho;

 Algumas vezes associado a processos de eutrofização está à proliferação de


algas tóxicas que em zonas costeiras afetam bivalves que se forem
consumidos dão origem a intoxicações graves que afetam o sistema nervoso
central.

4.3.1 Caracterização da Área de Estudo:

O Centro de Biodiversidade da Usipa (Cebus), na cidade de Ipatinga, MG, que


é uma instituição cientifica que se dedica à perpetuação das espécies, ao lazer
consciente, à pesquisa e, sobretudo, à educação ambiental, foi identificado em
uma lagoa onde estão instalados jacarés a presença de água com alto
processo de eutrofização.
A coleta da água será efetuada com o auxilio de um balde por um profissional
do CEBUS. A amostra será retirada em um ponto, na margem da lagoa.

Figura 3: Foto da Lagoa dos jacarés no CEBUS.

Figura 4: Foto da USIPA onde se encontra o CEBUS.

4.3.2 Etapas Metodológicas


Este item descreve a metodologia aplicada e os recursos utilizados para o
desenvolvimento do trabalho, desde a coleta do material até a execução das
análises

O sistema experimental foi instalado no Centro Universicário do Leste de Minas


Gerais (Unileste) no campus de Ipatinga. Para o experimento foram utilizadas
caixas de PVC todas com dimensões de A x B x C metros e com um volume
útil de X litros cada. Foram instaladas quatro caixas onde cada uma recebera
o mesmo volume da agua coletada da lagoa dos jacarés, serão inseridas em
cada caixa uma espécie especifica de macrófita, ( espécies ) , durante todo o
experimento todas elas ficaram cobertas com sombrite, e Caixa controle com o
efluente sem as macrófitas, também coberta com o sombrite e um plástico
preto, para monitoramento do efluente sintético utilizado.

Os parâmetros definidos para análise da água e verificação do potencial de


absorção das macrófitas foram: temperatura da água; pH; demanda bioquímica
de oxigênio (DBO); Oxigênio dissolvido (OD); Nitrato e Nitrogênio amoniacal. A
temperatura foi verificada no momento da coleta e os demais parâmetros foram
analisados em laboratório.

4.3.3 Análise Laboratorial

As amostras do efluente foram coletadas, na parte central da área superficial e


aproximadamente na metade da profundidade das caixas, uma vez por semana
num período de 28 dias de operação. Antes de cada coleta, cada caixa era
preenchida com água desclorificada até atingir o volume de x litros, para não
haver diferença de concentração em virtude dos volumes coletados e
evaporados de uma semana para outra. As amostras eram encaminhadas para
o laboratório do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste) no
campus de Ipatinga. Todos os procedimentos analíticos foram adotados
segundo Standard Methods for the examination of water and wastewater
(APHA, 2012) de acordo com a tabela abaixo.

Parametro Unidade Frequencia Procedimento


Temperatura da água - Semanal Sonda Ysi
PH; mg/l Semanal Sonda Ysi
Demanda bioquímica mg/l Semanal Sonda Ysi
de oxigênio (DBO);
Oxigênio dissolvido mg/l Semanal Sonda Ysi
(OD);
Nitrato; mg/l Semanal 4500 NO3
Espectrofotometria
U.V
Nitrogênio amoniacal; mg/l Semanal 4500 NH3C
Titulometrico

O monitoramento será efetuado no período de quatro semanas, todos os dados


obtidos serão tabelados possibilitando assim verificar a eficiência da macrófita
na fitorremediação. Na criação do gráfico pode observar a curva de calibração
construída a partir dos dados obtidos. A curva-padrão corresponde à relação
gráfica entre os valores de absorbância e os de concentração. Com base na
análise gráfica é possível verificar a linearidade da reação e calcular um fator
de conversão de valores de absorbância em concentração.

5. CRONOGRAMA

Atividade Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Revisão X X X
bibliográfica

Discussão X X
teórica para
determinação
dos objetivos

Compra X X
Material e
coleta

Montagem X X
dos
experimentos
e testes

Coleta de X X
dados
Análise de X X
dados

Redação do X X X
Artigo

Revisão do X
artigo

Apresentação X
ou
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