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1. INTRODUÇÃO
Logo, não existe no Brasil a coisa julgada administrativa, tampouco a jurisdição administrativa.
O Poder Judiciário exerce, além de sua função típica, funções atípicas normativas e
administrativas.
A única justiça que é da União que não tem órgão de segunda instância e cujo tribunal
superior pode apreciar matéria de fato amplamente é a justiça militar. Não há um tribunal regional na
justiça militar, existem as auditorias militares e o STM. O STM no âmbito recursal, tem a possibilidade
de apreciar questões que o STJ não tem.
A Justiça Federal tem sua competência taxativamente arrolada na CR/88, havendo Justiças
especializadas (eleitoral, militar e trabalhista), também com competências taxativamente elencadas.
Já à Justiça estadual competem as reminiscências, apesar de, dentro dessas reminiscências, a sua
competência ser absoluta.
O Poder Judiciário no Brasil tem caráter nacional, é uma instituição nacional. Por isso que,
diferentemente do que ocorre com o MP, SÓ HÁ UMA LEI ORGÂNICA DA MAGISTRATURA
NACIONAL, DE INICIATIVA EXCLUSIVA DO STF.
Em 1748, Montesquieu (O Espírito das Leis) dizia que o juiz é a boca que fala o que está
escrito na lei. Nesse período histórico, o juiz era um elemento que pertencia ao Segundo Estado
Francês. O Primeiro Estado era o Clero, o Segundo, os nobres e o Terceiro Estado era o que eles
Direito Constitucional – Poder judiciário
chamavam de Nação. O juiz fazia parte do Segundo Estado. Montesquieu, naquele momento
histórico, falava que o juiz era um ser inanimado que falava o que estava na lei. Por isso temos a
ideia de que o juiz deve ser neutro. Não se deve, porém, confundir neutralidade com parcialidade. O
juiz não pode ser neutro, mas deve ser imparcial. Nessa época, a função do Judiciário era aplicar a
lei ao caso concreto, substituindo a vontade das partes, resolvendo o conflito de interesses com força
definitiva.
Eugenio Raúl Zaffaroni identifica três funções do Poder Judiciário contemporâneo: decidir os
conflitos, controlar a constitucionalidade das leis e realizar seu autogoverno.
Luiz Flávio Gomes, por seu turno, amplia o leque, afirmando serem cinco as funções do Poder
Judiciário: a) aplicar contenciosamente a lei aos casos concretos; b) controlar os demais poderes; c)
realizar seu autogoverno; d) concretizar os direitos fundamentais; e) garantir o Estado Constitucional
Democrático de Direito. Tais funções estão relacionadas à construção de um modelo democrático e 1
independente de Poder Judiciário.
b) defesa dos direitos fundamentais: não há que se falar em Poder Judiciário sem a defesa
dos direitos fundamentais. Ele busca a defesa e hoje, sobretudo, a concretização dos direitos
fundamentais.
e) o Poder Judiciário resolve o conflito entre os demais Poderes: alguns fazem uma
relação entre o Poder Judiciário hoje e o próprio poder moderador de Benjamin Constant de 1824. O
Judiciário resolve os conflitos entre os Poderes. Digamos que uma CPI do Congresso notifique o
Presidente para depor. O Presidente diz que não vai. Quem resolve esse conflito? O Judiciário. Esta
é uma função importantíssima hoje do Judiciário.
São eles: STF, STJ, TSE, TST, STM, TRF, TRE, TRT, TJ, juízes federais, estaduais, do 2
trabalho, militares e eleitorais.
A ideia disso é valorizar a composição dos tribunais judiciários com a experiência profissional
colhida no exercício das funções de representante do parquet e no desempenho da atividade de
advogado.
O quinto volta e meia gera polêmicas, visto que os membros da carreira da magistratura são
não poucas vezes prejudicados. Colaciono abaixo alguns importantes julgados sobre o tema:
Direito Constitucional – Poder judiciário
EMENTA: Tribunal de Justiça. Se o número total de sua composição não for divisível por
cinco, arredonda-se a fração restante (seja superior ou inferior à metade) para o número
inteiro seguinte, a fim de alcançar-se a quantidade de vagas destinadas ao quinto
constitucional destinado ao provimento por advogados e membros do Ministério Público.
(AO 493, Relator(a): Min. OCTAVIO GALLOTTI, Primeira Turma, julgado em 06/06/2000,
DJ 10-11-2000 PP-00081 EMENT VOL-02011-01 PP-00001)
d) Conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores
que lhes forem imediatamente vinculados
f) Nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, constituir órgão especial, com
o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições
administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade
das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno.
GARANTIAS INSTITUCIONAIS
Autonomia financeira: o Judiciário elabora sua proposta orçamentária (art. 99, CF), dentro
do limite da lei de diretrizes orçamentárias.
GARANTIAS FUNCIONAIS
Vitaliciedade: após dois anos de exercício, para os magistrados que ingressam por concurso
público, ou desde a posse, para os magistrados dos Tribunais. No período de prova, a perda do cargo
de juiz dependerá de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de
sentença judicial transitada em julgado.
Direito Constitucional – Poder judiciário
O Plenário iniciou julgamento de mandado de segurança impetrado por juiz substituto contra
ato do Conselho Nacional de Justiça - CNJ que julgara improcedente pedido de providências
por ele formulado, sob o fundamento de que o instituto da inamovibilidade (CR, art. 95, II)
não alcança os juízes substitutos, ainda que assegurados pela vitaliciedade. Na espécie, o
magistrado alega que, ao ingressar na magistratura do Estado do Mato Grosso, fora lotado
em uma determinada comarca, mas, posteriormente, tivera sua lotação alterada, várias
vezes, para comarcas distintas. O Min. Ricardo Lewandowski, relator, concedeu
parcialmente a ordem para anular a decisão do CNJ por entender que a garantia da
inamovibilidade se estenderia aos juízes substitutos. Asseverou que a Constituição, ao
falar de juízes, faria referência às garantias da magistratura, condicionando apenas a
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vitaliciedade, no primeiro grau, a dois anos de exercício. Dessa forma, A
IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIO E A INAMOVIBILIDADE ESTARIAM
ESTABELECIDAS DESDE O INGRESSO DO MAGISTRADO NA CARREIRA 1, OU SEJA,
APLICAR-SE-IAM IMEDIATAMENTE.
4. ORGANIZAÇÃO DA CARREIRA
Para ser juiz, o interessado deverá ser aprovado em concurso público de provas e títulos, ser
formado em direito e comprovar que, após a colação de grau e até a inscrição definitiva no concurso,
possui, pelo menos, três anos de atividade jurídica.
O subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a 95% do subsídio dos
Ministros do STF. Deverá o juiz residir na comarca, salvo autorização do tribunal. Todas as sessões
serão públicas e fundamentados todos os julgamentos, sob pena de nulidade (art. 93, V, VII e IX).
A partir da EC nº 45/04, ficou impedida a concessão de férias coletivas aos membros dos
tribunais e aos juízes a eles vinculados (art. 93, XII). O STF já declarou essa EC constitucional.
Nos dias em que não houver expediente, deverá haver juízes em plantão permanente.
a) É obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas
em lista de merecimento;
d) Na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto
fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada
ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
e) Não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do
prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão.
Nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão
especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das
atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se
metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno
a) Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
Apesar de se aplicar o teto de 95% do subsídio dos membros do STF aos ministros dos
Tribunais Superiores, no julgamento da ADIMC 3.854/DF, em interpretação conforme a constituição,
o STF declarou que o subsídio dos desembargadores do TJ tem como limite o subsídio mensal de
seus Ministros.
Logo, membros do TJ poderão receber mais do que membros dos Tribunais Superiores. 8
Os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e
estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a
diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento
b) A escolha e nomeação dos mais altos cargos do Poder Judiciário com a participação de
outros Poderes;
c) O julgamento dos Ministros do STF e dos membros do CNJ pelo Senado Federal nos
crimes de responsabilidade.
Será presidido por membro do STF, tendo como Ministro-corregedor o membro do STJ. Ele
é composto por 15 membros, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a
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escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida uma única
recondução sucessiva. São membros do CNJ:
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; 9
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara
dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas
ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)
O Conselho será presidido pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, que votará em caso
de empate, ficando excluído da distribuição de processos naquele tribunal. O PRESIDENTE DA
REPÚBLICA NÃO NOMEARÁ OS MINISTROS DO STF, OS QUAIS SÃO NOMEADOS
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O CNJ exige que os tribunais informem as atividades exercidas por todos os seus juízes
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;
Entre nós, é coisa notória que os atuais instrumentos orgânicos de controle ético-
disciplinar dos juízes, porque praticamente circunscritos às corregedorias, não são de todo
eficientes, sobretudo nos graus superiores de jurisdição (...).
Perante esse quadro de relativa inoperância dos órgãos internos a que se confinava o
controle dos deveres funcionais dos magistrados, não havia nem há por onde deixar de
curvar-se ao cautério de Nicoló Trocker: ‘o privilégio da substancial irresponsabilidade do
magistrado não pode constituir o preço que a coletividade é chamada a pagar, em troca da
independência dos seus juízes’. (...).
No mérito, aduziu-se competir ao CNJ o controle do cumprimento dos deveres funcionais dos
magistrados brasileiros, cabendo-lhe receber e conhecer de reclamações contra membros do
Poder Judiciário (CF, art. 103-B, § 4 º, III e V). Consignou-se que, TENDO EM CONTA O
PRINCÍPIO DA HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL DOS “PODERES IMPLÍCITOS”, SE
A ESSE ÓRGÃO ADMINISTRATIVO FORA CONCEDIDA A FACULDADE DE AVOCAR
PROCESSOS DISCIPLINARES EM CURSO, DE IGUAL MODO, PODERIA OBSTAR O
PROCESSAMENTO DE SINDICÂNCIA EM TRAMITAÇÃO NO TRIBUNAL DE ORIGEM,
MERO PROCEDIMENTO PREPARATÓRIO. Ademais, realçou-se que, no caso, o CNJ
concluíra pela existência de elementos suficientes para a instauração de processo
administrativo disciplinar, com dispensa da sindicância. Rechaçou-se, ainda, a alegação de
invalidade da primeira interceptação telefônica. Registrou-se que, na situação em apreço, a
autoridade judiciária competente teria autorizado o aludido monitoramento dos telefones de
outros envolvidos em supostas irregularidades em execuções de convênios firmados entre
determinada prefeitura e órgãos do governo federal. Ocorre que a impetrante teria mantido
contatos, principalmente, com o secretário municipal de governo, cujo número também seria 12
objeto da interceptação. Assim, quando das degravações das conversas, teriam sido
verificadas condutas da impetrante consideradas, em princípio, eticamente duvidosas —
recebimento de vantagens provenientes da prefeitura —, o que ensejara a instauração do
processo administrativo disciplinar. Acresceu-se que a descoberta fortuita ou casual do
possível envolvimento da impetrante não teria o condão de qualificar essa prova como ilícita.
Dessa forma, reputou-se não ser razoável que o CNJ deixasse de apurar esses fatos apenas
porque o objeto da citada investigação criminal seria diferente das supostas irregularidades
imputadas à impetrante. Discorreu-se, ademais, não poder o Judiciário, do qual o CNJ seria
órgão, omitir-se no tocante à averiguação de eventuais fatos graves que dissessem respeito
à conduta de seus magistrados, ainda que colhidos via interceptação de comunicações
telefônicas judicialmente autorizada em inquérito instaurado com o fito de investigar outras
pessoas e fatos diversos.
MS 28003/DF, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, 8.2.2012. (MS-
28003)
g) Elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação
do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do
Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da
abertura da sessão legislativa.
MS 28611 MC/MA
3 Trata-se de uma obrigação da União criar tais órgãos nos entes. Ele tem o objetivo de aproximar o cidadão
da Justiça e facilitar o controle popular de atos irregulares do Judiciário. A ouvidoria não irá julgar, irá
simplesmente receber, filtrar e repassar ao CNJ as denúncias. Os Estados e DF possuem a faculdade de criar
suas próprias ouvidoras, e não a obrigação. Se criadas, elas repassarão as reclamações à Corregedoria do
Estado.
Direito Constitucional – Poder judiciário
O princípio republicano, que outrora constituiu um dos núcleos imutáveis das Cartas
Políticas promulgadas a partir de 1891, não obstante sua plurissignificação conceitual,
consagra, a partir da ideia central que lhe é subjacente, o dogma de que todos os agentes
públicos - os magistrados, inclusive - são responsáveis perante a lei
Não se questiona, por tal razão, até mesmo em respeito ao dogma republicano, a
possibilidade constitucional de o Conselho Nacional de Justiça fazer instaurar, em sede 15
originária, procedimentos disciplinares contra magistrados locais nem se lhe nega a
prerrogativa, igualmente constitucional, de avocar procedimentos de natureza
administrativo-disciplinar.
É por tal motivo que se pode afirmar que o postulado da subsidiariedade representa,
nesse contexto, um fator de harmonização e de equilíbrio entre situações que, por
exprimirem estados de polaridade conflitante (pretensão de autonomia em contraste com
tendência centralizadora), poderão dar causa a grave tensão dialética, tão desgastante
quão igualmente lesiva para os sujeitos e órgãos em relação de frontal antagonismo.
Nesse sentido:
4 https://www.dizerodireito.com.br/2012/02/stf-decide-que-competencia-do-cnj-e.html
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Premissas extraídas dos informativos 653 e 654. No julgamento, houve a análise do referendo
ou não da medida cautelar que havia sido deferida pelo Ministro Marco Aurélio para sustar poderes
do CNJ:
1. O CNJ integra a estrutura do Poder Judiciário, mas não é órgão jurisdicional e não intervém
na atividade judicante.
4. O respeito ao Poder Judiciário não poderia ser obtido por meio de blindagem destinada a
proteger do escrutínio público os juízes e o órgão sancionador, o que seria incompatível com a
liberdade de informação e com a ideia de democracia. Ademais, o sigilo imposto com o objetivo de
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proteger a honra dos magistrados contribuiria para um ambiente de suspeição e não para a
credibilidade da magistratura, pois nada mais conducente à aquisição de confiança do povo do que
a transparência e a força do melhor argumento. Nesse sentido, a Loman, ao determinar a
imposição de penas em caráter sigiloso, ficara suplantada pela Constituição. Asseverou-se que
a modificação trazida no art. 93, IX e X, da CF pela EC 45/2004 assegurara a observância do princípio
da publicidade no exercício da atividade judiciária, inclusive nos processos disciplinares instaurados
contra juízes, permitindo-se, entretanto, a realização de sessões reservadas em casos de garantia
ao direito à intimidade, mediante fundamentação específica.
5. O Plenário, por maioria, negou referendo à liminar contra o art. 12 da Resolução 135/11, e
MANTEVE A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA E CONCORRENTE DO CNJ PARA INSTAURAR
PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES APLICÁVEIS A MAGISTRADOS. Não se
pode conferir poder meramente subsidiário a órgão hierarquicamente superior, que teria a prerrogativa
de tomar para si decisões que, em princípio, deveriam ser tomadas por órgãos hierarquicamente 18
inferiores. Ademais, o aludido órgão superior teria o poder de agir de ofício, em campo de atuação em
princípio demarcado para a atividade de órgão inferior, de modo que jamais se poderia entender que
a competência daquele seria subsidiária, salvo sob mandamento normativo expresso.
6. O CNJ não teria sido criado para substituir as corregedorias, mas deveria trazer à luz da
nação os casos mais relevantes, bem como decidir quais processos deveriam permanecer nos
tribunais locais. Ressurtiu que se estaria a defender a possibilidade de ampliação da atividade do
CNJ, sem, entretanto, retirar a autonomia dos tribunais.
5 O afastamento do Magistrado previsto no caput poderá ser cautelarmente decretado pelo Tribunal antes da
instauração do processo administrativo disciplinar, quando necessário ou conveniente a regular apuração da
infração disciplinar.
Direito Constitucional – Poder judiciário
Mas ressalte-se que não cabe mandado de segurança contra ato de deliberação negativa
do Conselho Nacional de Justiça, por não se tratar de ato que importe a substituição ou a
revisão do ato praticado por outro órgão do Judiciário. Assim, o STF não tem competência para
processar e julgar ações decorrentes de decisões negativas do CNMP e do CNJ
Já as ações ordinárias são de competência do Juiz Federal de 1º Grau, por ser uma ação
contra a União.
(ADI 3854 MC, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 28/02/2007,
DJe-047 DIVULG 28-06-2007 PUBLIC 29-06-2007 DJ 29-06-2007 PP-00022 EMENT VOL-
02282-04 PP-00723 RTJ VOL-00203-01 PP-00184)
O juiz tem o dever de cuidar da constitucionalidade (iura novit curia) e da higidez e supremacia
constitucional.
No caso dos tribunais, deve ser observada a regra da reserva de plenário, prevista no art.
97 da CR/88.
Por ela, somente pelo voto da maioria absoluta dos membros do tribunal ou de seu órgão
especial poderá a inconstitucionalidade ser declarada, em sendo a primeira vez que a questão estiver
sendo submetida incidentalmente à apreciação do órgão.
Essa súmula vinculante foi editada pois os tribunais estavam dando um jeitinho de não
observar a regra da reserva de plenário. Ao invés de declarar a inconstitucionalidade da lei, eles
simplesmente afastavam a incidência dela em determinado caso, afirmando que não era ela aplicável
à hipótese, facilitando o julgamento das causas. O STF deu um basta na situação.
Assim, pode determinada Turma do Tribunal julgar constitucional a norma por dois votos
contra um. O que não pode é julgar inconstitucional, quebrando a regra. 20
Dá-se "a cisão funcional da competência: ao Plenário ou Corte Especial caberá pronunciar-
se sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade, e ao órgão fracionário, depois, à vista do
que houver assentado o plenário, decidir a espécie". Trata-se de uma cisão funcional horizontal,
visto que ocorre no âmbito do mesmo tribunal.
Assente-se que o Plenário somente pode pronunciar-se sobre o que, efetivamente, foi acolhido
pelo órgão fracionário, sendo-lhe defeso emitir juízo sobre questão julgada inadmissível ou rejeitada
pela Turma ou Câmara (efeito translativo). A arguição de inconstitucionalidade será acolhida se
conseguir reunir a maioria absoluta dos votos, pelo menos em relação a um dos vários fundamentos.
Do contrário, independentemente do resultado da votação, as consequências são as mesmas.
Direito Constitucional – Poder judiciário
Gilmar Mendes entende que também nesse caso tem-se inequívoca declaração de
inconstitucionalidade e, por isso, obrigatória se afigura a observância do disposto no art. 97 da
Constituição da República.
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Outro ponto importante, no que se refere à interpretação do art. 97 da Constituição, tem por
base a necessidade, ou não, de se provocar o Plenário ou o órgão especial do Tribunal toda vez
que se renovar, em outro caso, discussão sobre a constitucionalidade de lei que já teve sua
legitimidade discutida no âmbito do Tribunal. O Supremo Tribunal Federal tem entendido que,
fixada a orientação do Pleno ou do órgão especial, nos termos do art. 97 da Constituição, em
um caso qualquer, poderá o órgão fracionário decidir como de direito, devendo guardar observância
da decisão sobre a questão constitucional. Em outros termos, um novo procedimento na forma do
art. 97 da Constituição somente seria necessário no caso de mudança de orientação por parte
do próprio Tribunal.
O STF, alargando o posicionamento acima exposto e o próprio texto de lei, disse também não
se aplicar a reserva de plenário quando a declaração de inconstitucionalidade estiver no mesmo
sentido dos julgados de ambas as suas turmas. Vide:
[...]
(STF, AI 607616 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em
31/08/2010, DJe-185 DIVULG 30-09-2010 PUBLIC 01-10-2010 EMENT VOL-02417-07 PP-
01451)
Por fim, e não menos importante, NÃO SE APLICA A REGRA DA RESERVA DE PLENÁRIO
QUANDO O DESEMBARGADOR OU MINISTRO DO TRIBUNAL DECLARA, MONOCRA-
TICAMENTE, A INCONSTITUCIONALIDADE DE UMA LEI PARA AFASTÁ-LA PROVISO-
RIAMENTE.
É importante destacar que o STF, por suas turmas, não está subordinado à observância
da Reserva de Plenário quando do julgamento do recurso extraordinário, sob pena de se frutar
a competência constitucional da Corte que se estabelece a partir de recurso de
fundamentação vinculada, que pressupõe sempre uma ofensa à Constituição Federal. Assim,
o STF exerce, por excelência, o controle difuso de constitucionalidade quando do julgamento
do recurso extraordinário, tendo os seus colegiados fracionários competência regimental
para fazê-lo sem ofensa ao art. 97 da CF.
(RE 361829 ED, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 02/03/2010,
DJe-050 DIVULG 18-03-2010 PUBLIC 19-03-2010 EMENT VOL-02394-02 PP-00491 RTJ
VOL-00214-01 PP-00510 LEXSTF v. 32, n. 376, 2010, p. 166-172)
Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará
a sessão de julgamento.
(STF, RE 495370 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em
10/08/2010, DJe-185 DIVULG 30-09-2010 PUBLIC 01-10-2010 EMENT VOL-02417-05 PP-
00949)
(STF, AI 639805 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em
31/08/2010, DJe-223 DIVULG 19-11-2010 PUBLIC 22-11-2010 EMENT VOL-02435-02 PP-
00316)
Em síntese:
2. Somente se aplica aos tribunais, não devendo ser observada por juízes singulares ou
turmas recursais;
5. Somente será possível declarar a norma inconstitucional pela maioria absoluta dos votos
do órgão plenário ou especial;
Direito Constitucional – Poder judiciário
7. Viola a cláusula de reserva de plenário (cr, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de
tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte;
11. Desnecessário observar a regra da reserva de plenário para declarar uma norma não
recepcionada ou revogada;
12. Não se aplica a reserva de Plenário ao julgamento que se limita a examinar a legislação
ordinária sem a necessidade de invocar implícita ou explicitamente a Constituição para reforçar ou
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justificar a exegese.
Órgão composto por 11 Ministros, escolhidos entre cidadãos entre 35 e 65 anos, nomeados
pelo Presidente APÓS APROVAÇÃO DA MAIORIA ABSOLUTA DO SENADO FEDERAL. Como a
nomeação, deverá o Presidente empossar-lhes, momento em que ocorre a imediata vitaliciedade.
A CR/88 não exige que eles sejam bacharéis em direito; apenas exige que tenham notável
saber jurídico.
Ele é dividido em duas turmas, com competências idênticas, não atuando seu Presidente em
nenhuma delas. O membro mais antigo da Turma a preside.
O Plenário poderá deliberar apenas se presentes, no mínimo, oito de seus onze Ministros,
sendo que, para decidir sobre a constitucionalidade das leis em controle concentrado, exige-se
sempre uma maioria de seis votos.
que consolida todo o orçamento da Justiça Federal no Brasil? O STJ. Quem é que tem iniciativa
privativa para apresentar ao Congresso lei que cria cargo de juiz federal? O STJ (e não os TRF´s).
Para criar cargo para analista judiciário do STF a iniciativa é do STF. Ele é um órgão isolado neste
sistema.
e) O "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores;
o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal6, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral
da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
6Sobre esse tema, já teve julgado do STF distinguindo a sua competência para julgar ato da Mesa da Câmara
de ato do Presidente da Câmara. Lembrar que o rol de competências é taxativo. Logo, se o Presidente da
Câmara realizar ato tido por lesivo a direito líquido e certo, tal qual não nomear aprovado em concurso público,
o writ não deverá ser ajuizado na Corte, e sim perante a Justiça Federal. Nesse sentido:
EMENTA: COMPETÊNCIA. Originária. Não caracterização. Mandado de segurança. Impetração contra ato
omissivo do presidente da Câmara dos Deputados. Omissão não imputável à Mesa da Câmara. Feito da
competência da Justiça Federal. Pedido não conhecido. Interpretação do art. 102, I, "d", da CR. Precedente.
Não compete ao Supremo, mas à Justiça Federal, conhecer de mandado de segurança impetrado contra
ato, omissivo ou comissivo, praticado, não pela Mesa, mas pelo presidente da Câmara dos Deputados.
(MS 23977, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 12/05/2010, DJe-159 DIVULG 26-
08-2010 PUBLIC 27-08-2010 EMENT VOL-02412-01 PP-00106)
Direito Constitucional – Poder judiciário
Esses conflitos, segundo STF, devem ser potencialmente ameaçadores da harmonia entre os
entes. Se for de menor potencial ofensivo, deverá o processo ser enviado à Justiça Competente. A
norma inscrita no art. 102, I, f, segundo o entendimento assentado na Corte, restringe-se, tão
somente, àqueles litígios cuja potencialidade ofensiva se revele apta a vulnerar os valores que informam
o princípio fundamental que rege, em nosso ordenamento jurídico, o pacto federativo. Entretanto, essa
restrição não se aplica quando o conflito ocorrer entre duas entidades políticas da federação, caso em
que caberá ao STF processar e julgar. Sobre essa hipótese, relevante o seguinte julgado:
(STF, ACO 803 TAR-QO, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em
14/04/2008, DJe-185 DIVULG 26-09-2011 PUBLIC 27-09-2011 EMENT VOL-02595-01 PP-
00001)
j) O habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente
for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo
Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação
29
dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999)
Não cabe ao STF julgar conflito de competência entre STJ e TRF ou TJ, já que aquele órgão
está acima destes. Também não cabe a ele julgar conflitos entre juiz federal e turma recursal da
mesma região, já que a competência é do TRF.
r) As ações contra o CNJ e contra o CNMP: A competência do Supremo Tribunal Federal para
processar e julgar ações que questionam atos do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho
Nacional do Ministério Público limita-se às ações tipicamente constitucionais: Mandados de
Segurança, Mandados de Injunção, Habeas Corpus e Habeas Data (AO 1.680 e AO 1.814)
ii. HC, MD, HD e MI decididos em única instância pelos tribunais superiores, se denegatória
a decisão.
ii. Julgar válida lei ou ato de governo local contestada em face da Constituição;
iv. Apreciar a validade do direito ordinário pré-constitucional em face da CR/88 e das outras
(competência não expressa).
a) Prequestionamento;
Súmula Vinculante
Direito Constitucional – Poder judiciário
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante
decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder
à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Para José Afonso da Silva, “o que dá característica própria ao STJ são as suas atribuições
de controle da inteireza positiva, da autoridade e da uniformidade de interpretação da lei federal”.
Como ressalta o Prof. Gilmar Mendes, compõe o ethos do Superior Tribunal de Justiça o julgamento
de recurso especial contra decisão de Tribunal, “tendo em vista a função que lhe foi confiada como
órgão de uniformização da interpretação do direito federal ordinário”.
A composição inicial do STJ foi feita pelo aproveitamento dos Ministros do antigo e extinto
Tribunal Federal de Recursos – TFR e pela nomeação de Membros necessários para completar o
número mínimo de 33 (trinta e três) Ministros (art. 27, § 2º, ADCT). Esses foram indicados em lista
tríplice pelo próprio TFR, conforme a regra do art. 104, parágrafo único, da CR (art. 27, § 5.º, ADCT),
sendo que para efeitos desse dispositivo, os Ministros do TFR foram considerados pertencentes à
classe de que provieram, quando de sua nomeação (art. 27, § 3.º, ADCT).
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O STJ foi instalado sob a Presidência do STF (art. 27, caput, ADCT). Até a sua instalação o
STF exerceu plenamente as atribuições e competências definidas na ordem constitucional
precedente (art. 27, § 1º, ADCT).
11.1. ORGANIZAÇÃO
O STJ compõe-se de, no mínimo, 33 (trinta e três) Ministros, tem sede na Capital Federal e
jurisdição em todo o território nacional (art. 92, parágrafo único, c/c art. 104, caput, CR). O número
mínimo de 33 Ministros poderá ser elevado por meio de lei.
Os seus Ministros são nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de
35 (trinta e cinco) e menos de 65 (sessenta e cinco) anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada,
depois de aprovada a escolha pelo Senado Federal, por maioria simples (art. 47, CR), sendo:
As listas tríplices dos membros dos TRF’s e TJ’s serão elaboradas pelo próprio STJ, sendo que
a escolha poderá recair sobre desembargador estadual ou federal não pertencente originariamente à
classe da magistratura (STF, MS n.º 23.455/DF, Rel. Min. Néri da Silveira, pleno). Assim que tornados
magistrados, os membros dos TJ´s e TRF´s que neles tenham ingressado pelo quinto são
magistrados para todo e qualquer efeito, não se havendo diferenciá-los dos demais.
No caso dos advogados e dos membros do Ministério Público, serão elaboradas listas sêxtuplas
pelas respectivas instituições (OAB ou MP), que as encaminhará ao STJ que, por sua vez, elaborará
lista tríplice, a ser encaminhada ao Presidente da República. Tais listas poderão ser recusadas pelo
Tribunal, que poderá exigir a complementação por parte do responsável pela indicação.
orçamentária, bem como poderes correicionais, cujas decisões têm caráter vinculante. (ambos
incluídos pela EC nº 45/04).
11.2. COMPETÊNCIAS
a) Nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os
membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais
de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;
c) Os habeas corpus, quando o coator ou o paciente for qualquer das pessoas mencionadas
na alínea "a", quando coator for tribunal, sujeito à sua jurisdição, ou Ministro de Estado, ressalvada 33
a competência da Justiça Eleitoral;
Ao STJ, consoante o disposto no art. 105, II, da CR, compete julgar, em recurso ordinário:
Ao STJ, consoante o disposto no art. 105, III, da CR, compete julgar, em recurso especial,
as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: 34
a) Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
c) Der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Embora não conste expressamente no rol de competências do art. 105 da Carta Maior, outra
competência originária outorgada ao STJ pela Emenda Constitucional nº 45/04 foi a competência
para o JULGAMENTO DO INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA PARA A
JUSTIÇA FEDERAL (art. 109, § 5º), a ser suscitada pelo Procurador-Geral da República, nas
“causas relativas a direitos humanos federalizados”.
O Conselho da Justiça Federal (CJF), com sede em Brasília-DF, tem como missão exercer,
de forma efetiva, a supervisão orçamentária e administrativa, o poder correicional e a uniformização,
bem como promover a integração e o aprimoramento da Justiça Federal.
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos
tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
§ 1o Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões interlocutórias caberá agravo
de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses do art. 1.015.
§ 2o Aplica-se ao recurso ordinário o disposto nos arts. 1.013, § 3o, e 1.029, § 5o.
Direito Constitucional – Poder judiciário
Por meio de seus atos normativos, o CJF tem regulamentado uma série de atividades
essenciais às crescentes eficiência e celeridade na prestação jurisdicional da Justiça Federal.
Associado à sua função uniformizadora, o CJF exerce um importante papel como órgão
centralizador de informações estratégicas sobre a Justiça Federal em âmbito nacional. Por meio das
atividades de informação, editoração, ensino e pesquisa, voltadas ao aprimoramento da Justiça e
realizadas pelo seu Centro de Estudos Judiciários, o CJF funciona como um espaço fértil de reflexão
e de difusão de conhecimentos.
Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede
a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão
aos juízes da justiça local, na forma da lei.
a) Originariamente:
b) Em grau recursal: as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no
exercício de competência federal.
..........................................................................................................
Direito Constitucional – Poder judiciário
§ 11. São criados, ainda, os seguintes Tribunais Regionais Federais: o da 6ª Região, com sede
em Curitiba, Estado do Paraná, e jurisdição nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato
Grosso do Sul; o da 7ª Região, com sede em Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, e
jurisdição no Estado de Minas Gerais; o da 8ª Região, com sede em Salvador, Estado da Bahia,
e jurisdição nos Estados da Bahia e Sergipe; e o da 9ª Região, com sede em Manaus, Estado
do Amazonas, e jurisdição nos Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima."(NR)
Art. 2º Os Tribunais Regionais Federais da 6ª, 7ª, 8ª e 9ª Regiões deverão ser instalados
no prazo de 6 (seis) meses, a contar da promulgação desta Emenda Constitucional.
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver
domicílio a outra parte.
§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que
for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à
demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores,
e entre sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Segundo o STF, as ações de indenização por danos morais e patrimoniais propostas pelo
empregado que já corriam antes da EC nº 45/04 foram automaticamente deslocadas para a Justiça
do Trabalho, salvo se já tivessem sentença de mérito prolatada, hipótese em que continuaria na
mesma Justiça até o trânsito em julgado da decisão.
As ações ajuizadas contra o INSS para obter benefício decorrente de acidente de trabalho
devem ser propostas perante a Justiça estadual comum, e não perante a Justiça Federal ou do
Trabalho.
Direito Constitucional – Poder judiciário
A lei estadual poderá criar, mediante proposta do TJ, a Justiça Militar estadual.
Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes
militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a
competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda
do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes
militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao
Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.
Direito Constitucional – Poder judiciário
polícia na área, destarte, autoriza esse tipo de tributo (taxa de polícia). Por outro lado, também não
há óbice nenhum a que se adote, como base de cálculo dessa exação, o valor correspondente aos
emolumentos cobrados pelo titular da serventia frente aos tomadores dos seus serviços cartorários.
a) COMPOSIÇÃO
No mínimo, 07 membros.
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b) ESTRUTURA DA COMPOSIÇÃO
03 juízes eleitos dentre os ministros do STF pelos próprios membros da corte em voto secreto,
02 juízes dentre os ministros do STJ, também em voto secreto dos membros da corte, e outros 02
membros, eleitos da seguinte forma: o STF elaborará lista sêxtupla escolhendo advogados de notável
saber jurídica e reputação ilibada, e a encaminhará ao presidente, que escolherá 02 e os nomeará
(sem sabatina).
c) PRESIDENTE E VICE
d) CORREGEDOR ELEITORAL
a) COMPOSIÇÃO
07 membros.
b) ESTRUTURA DA COMPOSIÇÃO
(i) 02 juízes membros do TJ, eleitos pelos próprios membros do TJ em votação secreta, (ii) 02
juízes escolhidos pelo TJ entre juízes de direito, (iii) 01 juiz do TRF com sede na capital do Estado
ou do DF (a sede do TRF da Região respectiva deve ser na capital em que está o TRE para
concretizar essa possibilidade), ou não havendo, juiz federal qualquer, escolhido, em qualquer dos
casos, pelo TRF, (iv) 02 advogados nomeados pelo presidente da república, de lista sêxtupla enviada
pelo TJ.
Cabe recurso das decisões do TRE apenas quando: (i) proferidas contra disposição da CF ou
de lei, (ii) ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais, (iii)
versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diploma nas eleições federativas ou estaduais,
anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais, (iv)
denegarem HC, MS, HD ou MI.
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17.3. JUÍZES ELEITORAIS
Servirão por mandatos de 02 anos, e nunca por mais de 02 biênios consecutivos. Cabe a eles
a jurisdição de cada uma das zonas eleitorais em que é dividida a circunscrição eleitoral. A
competência do juiz eleitoral é prevista no art. 35 do código eleitoral.
Compete à junta: (i) apurar (em 10 dias) as eleições das zonas sob sua jurisdição, (ii) resolver
as impugnações e demais incidentes durante a contagem e apuração dos votos, (iii) expedir os
boletins de apuração, (iv) expedir diplomas para cargos municipais.
Tem competência apenas penal (não julga matéria civil ou disciplinar), devendo julgar os crimes
militares definidos em lei. Composta pelos Conselhos de JM (atua no primeiro grau de jurisdição), e
pelo STM. Em tempos de paz, o território nacional é dividido em 12 circunscrições judiciárias
militares.
Em tempo de guerra, ou durante o estado de sítio, a jurisdição superior militar será exercida
pelos Conselhos Superiores de Justiça Militar.
Um órgão da JM da União, e não julga matérias provenientes da JM dos Estados. Atua como
um “TJ militar da União”, e não como o STJ.
a) COMPETÊNCIA
Além da competência originária, deve julgar as apelações e recursos das decisões dos juízes
de primeiro grau da JM da União (TJ militar da União).
b) COMPOSIÇÃO
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15 ministros vitalícios.
c) ESTRUTURA DA COMPOSIÇÃO
d) FORMA DE NOMEAÇÃO
O presidente aponta todos os 15 ministros, que serão sabatinados pelo SF e aprovados por
maioria simples (não absoluta, como nos demais casos) e nomeados posteriormente.
e) REQUISITOS
Ser brasileiro nato ou naturalizado, e ter mais de 35 anos de idade e menos de 65.
Órgãos colegiados compostos por 01 juiz togado (aprovado em concurso próprio) e 04 juízes
leigos (militares sorteados). Os votos dos juízes têm peso igual, para que seja garantida a
harmonização entre os conhecimentos técnicos e a experiência na caserna. Os conselhos se dividem
em especial e permanente.
comandante respectivo das forças armadas) ou graduações (grau hierárquico do praça). Dentro do
mesmo posto ou graduação, ocorre por antiguidade.
O MP militar é carreira própria do MPU, com concurso específico. A DPU, por seu turno,
também mantém representantes junto à JM, embora não haja carreira específica.
A JM da União (e somente ela) poderá julgar civis nos casos de crimes praticados contra as
instituições militares, quais sejam:
d) Ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função
de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da
ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim,
ou em obediência à determinação legal superior.
Em crimes culposos praticados por civil contra militar, o STF aduziu que não existe o intuito de
atingir a administração militar, portanto, a competência é da justiça comum.
A lei define a competência da JM para julgar crimes militares definidos em lei, de modo que
crimes dolosos contra a vida praticados por militar contra militar, serão julgados na JM. No entanto,
se praticados por militar contra civil, a competência será do tribunal do júri da justiça comum, salvo
nos crimes praticados no contexto de ação militar da aeronáutica (abatimento de aeronave hostil
devidamente autorizado pelo presidente ou comandante da aeronáutica causando a morte de civil,
por exemplo), caso em que o julgamento será de competência da JM da União.
Direito Constitucional – Poder judiciário
Nos crimes dolosos contra a vida contra civil, a competência para processar e julgar é da justiça
comum, contudo, continuam válidas as disposições quanto ao inquérito policial militar. Concluído,
este deverá ser enviado à JM, que finalmente remeterá os autos à justiça comum para julgamento
pelas regras do CPP.
De acordo com a disposição do art. 90-A da Lei 9.099/95, as disposições contidas naquela lei
não se aplicam à JM. O STF se posicionou pela constitucionalidade do referido dispositivo quando o
crime for praticado por militar. Quando à aplicação em crimes praticados por civis, a matéria carece
de julgamento definitivo (a doutrina indica que não deve ser aplicado o art. 90-A, acreditando que os
civis, que não estão sujeitos aos valores da hierarquia e da disciplina, deveriam ter direito às normas
penais mais benéficas.)
18.2.1. ATRIBUIÇÕES
Compete à JM dos Estados processar e julgar militares nos crimes militares definidos em lei, e 50
as ações judiciais contra atos disciplinares militares (ato administrador por meio do qual a
administração impõe sanção ao militar que cometeu transgressão disciplinar), ressalvada a
competência do júri quando a vítima for civil (sendo a vítima militar, o julgamento será pela JM).
A JM dos Estados é composta, em primeiro grau, por juízes de direito e pelos Conselhos de
Justiça e, em segundo grau, pelo TJ (da justiça comum) ou TJ militar, nos Estados em que o efetivo
militar seja superior a 20 mil integrantes.
a) JUÍZES DE DIREITO
Compete aos juízes de direito do juízo militar julgar (monocraticamente) todos os crimes
militares cometidos contra civil (exceto aqueles de competência do tribunal do júri) e as ações contra
atos disciplinares militares.
Na JM da União, a competência para julgar os crimes militares cometidos por militar contra civil
é dos conselhos de justiça, e não dos juízes de direito do juízo militar, como na JM estadual.
Direito Constitucional – Poder judiciário
b) CONSELHO DE JUSTIÇA
Aos conselhos de justiça cabe julgar os demais crimes militares. Os conselhos de justiça dos
Estados são formados por 01 juiz togado e 04 juízes militares, oficiais sorteados para o exercício da
função.
Além de competência recursal, o TJ ou TJ militar tem competência originária: por força do art.
125, § 4º da CF, é o tribunal correspondente que julga a perda do posto e da patente (oficiais) e da
graduação (praças) de militares estaduais. Quanto aos oficiais, por disposição do art. 142, §3º, VI e
VII, só perderão o posto e patente se “for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por
decisão de tribunal militar, exigindo-se procedimento específico, não podendo ser aplicada como
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pena acessória”. Os praças das forças armadas não exigem decisão por tribunal militar para tanto.
Ambos têm representantes na JM estadual. Quanto ao MP, vale ressaltar que, ao contrário do
que ocorre na JM da União, não há carreira própria nos Estados, devendo atuar um representante
“qualquer” do MP.