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Vitória
Junho de 2008
Livros Grátis
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Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
(Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil)
CDU: 624
À minha família
Meus Agradecimentos
Ao meu orientador João Luiz Calmon pela orientação dedicada e pela amizade construída
ao longo deste caminho.
Ao professor Pedro Sá pelo apoio e por deixar as portas do NEXEM sempre abertas,
possibilitando desta forma o desenvolvimento deste trabalho.
Aos demais membros da banca, Professor Marcel, pelos ensinamentos durante o decorrer
do curso e ao Professor Tibiriçá por estar presente e muito contribuir com aproximação
entre as áreas de arquitetura e engenharia.
Aos amigos Marcelo, Marcella, Lilliam, Markus, Márcia e Borba pelo apoio e
companheirismo durante o mestrado.
A Andréa Bresciane pela amizade e ajuda voluntária.
Aos amigos Filipe Amorim e Jennifer Noventa por terem participado ativamente nas fases
iniciais deste trabalho.
À Engenheira Priscila Blanck por ter aceitado desenvolver seu trabalho de graduação co-
relacionando-o com este trabalho e desta forma contribuindo para a sua realização.
Aos amigos do Laboratório de Planejamento e Projetos, em especial à Cristina, que
ajudaram a construir minha formação acadêmica e profissional e, portanto contribuíram com
este trabalho.
As empresas e aos funcionários que cederam o seu tempo ao aceitarem participar das
entrevistas.
Aos demais amigos que me apoiaram.
A minha família, em especial aos meus pais, a Dani, a Dalita e ao Davi pelo carinho e
ensinamentos cotidianos.
É impossível pensar em transformações formais se não se
sabe como realizá-las. Raciocina-se com a engenhosidade
possível, não se pensa com formas autônomas ou
independentes de uma visão fabril delas mesmas. Quando o
arquiteto risca no papel uma anotação formal, um croqui,
está convocando todo o saber necessário, mecânica dos
fluidos, mecânica dos solos, máquinas e cálculos que sabe
que existem para fazer aquilo (...)
Paulo Mendes da Rocha (2002)
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 16
1.1. CONTEXTO E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ..................................... 16
1.2. PERGUNTAS E HIPÓTESES DA PESQUISA ........................................ 20
1.2.1. Pergunta geral ................................................................................... 20
1.2.2. Perguntas específicas........................................................................ 20
1.3. OBJETIVOS............................................................................................. 21
1.3.1. Objetivos gerais ................................................................................. 21
1.3.2. Objetivos específicos ......................................................................... 21
1.4. ASPECTOS METODOLÓGICOS ............................................................ 21
1.5. ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO ........................................................ 23
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 25
2.1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 25
2.2. CONCEITUAÇÃO: RACIONALIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO .................. 26
2.2.1. Antecedentes..................................................................................... 26
2.2.2. Construção em aço no Brasil............................................................. 31
2.2.2.1. Construção no sistema Light Steel Framing – LSF ........................ 38
2.2.3. Construção modular industrializada................................................... 40
2.2.3.1. Conceituação ................................................................................. 40
2.2.4. Construção modular em LSF – Light Steel Framing .......................... 44
2.3. CONSTRUÇÃO MODULAR EM LSF: CONCEPÇÃO E CRITÉRIOS DE
DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE EDIFICAÇÕES MODULARES........ 46
2.3.1. Subsistema estrutural ........................................................................ 49
2.3.1.1. Estrutura vertical ............................................................................ 51
2.3.1.2. Estrutura horizontal de piso............................................................ 53
2.3.1.3. Estrutura horizontal de cobertura ................................................... 59
2.3.1.4. Estabilidade estrutural.................................................................... 60
2.3.1.1. Características do perfil de aço leve .............................................. 63
2.3.1.2. Fundações ..................................................................................... 65
2.3.2. Subsistema de vedação vertical ........................................................ 67
2.3.2.1. Vedação vertical utilizando OSB - Oriented Standard Board ......... 71
2.3.2.2. Vedação vertical utilizando placas cimentícias .............................. 72
2.3.2.3. Vedação vertical utilizando siding vinílico ...................................... 73
2.3.2.4. Vedação vertical utilizando gesso acartonado ............................... 74
2.3.2.5. Vedação vertical utilizando placas de fibrogesso........................... 77
2.3.3. Subsistema de vedação horizontal (lajes) ......................................... 78
2.3.4. Subsistema de vedação horizontal (cobertura).................................. 80
2.4. CONSTRUÇÃO MODULAR EM LSF: PREMISSAS PARA
DETALHAMENTO DE PROJETOS. .................................................................... 83
2.4.1. Componentes e detalhamento da estrutura....................................... 84
2.4.1.1. Tipos de perfis no sistema LSF...................................................... 84
2.4.1.2. Dimensionamento e localização de aberturas................................ 85
2.4.1.3. Conexões ....................................................................................... 86
2.4.1.4. Resistência estrutural em condições de incêndio. ......................... 91
2.4.1.5. Corrosão e tratamento superficial da estrutura. ............................. 94
2.4.2. Componentes e detalhamento dos painéis de vedação .................... 95
2.4.2.1. Juntas............................................................................................. 95
2.4.2.1. Impermeabilização ......................................................................... 98
2.4.3. Sistemas de condicionamento termoacústico.................................... 99
2.4.3.1. Condicionamento acústico ........................................................... 100
2.4.3.2. Condicionamento térmico............................................................. 102
2.4.3.3. Materiais e componentes construtivos ......................................... 103
2.4.4. Esquadrias....................................................................................... 105
2.4.5. Instalações técnicas ........................................................................ 108
2.4.6. Sistemas de acabamento a seco ..................................................... 110
2.5. LOGÍSTICA DE PRODUÇÃO E CONSTRUÇÃO UTILIZANDO MÓDULOS
PRÉ-FABRICADOS EM LSF ............................................................................. 111
2.5.1. Instalações físicas da unidade fabril e logística de produção .......... 113
2.5.2. Logística de transporte horizontal .................................................... 117
2.5.3. Transporte vertical ........................................................................... 119
2.5.4. Logística de montagem.................................................................... 122
3. ENSAIO PROJETUAL PARA ESCOLA MUNICIPAL UTILIZANDO SISTEMA
MODULAR EM LSF ............................................................................................. 128
3.1. INTRODUÇÃO....................................................................................... 128
3.2. CONDICIONANTES DE PROJETO ...................................................... 131
3.2.1. Terreno ............................................................................................ 131
3.2.2. Legislação........................................................................................ 132
3.2.3. Programa de usos e necessidades.................................................. 134
3.2.4. Definição do local de produção dos módulos .................................. 135
3.3. DESENVOLVIMENTO PROJETUAL..................................................... 136
3.3.1. Estudo preliminar e concepção modular.......................................... 136
3.3.2. Concepção e pré-dimensionamento da estrutura ............................ 141
3.3.2.1. Pré-dimensionamento estrutural .................................................. 145
3.3.2.2. Demais elementos estruturais...................................................... 151
3.3.3. Anteprojeto arquitetônico e definição dos demais subsistemas
construtivos .................................................................................................... 153
3.3.4. Soluções técnicas e detalhamento .................................................. 154
3.4. ASPECTOS DE LOGÍSTICA NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO
MODULAR......................................................................................................... 157
3.4.1. Transporte dos módulos .................................................................. 157
3.4.2. Montagem em canteiro de obras ..................................................... 159
4. FABRICAÇÃO: ANÁLISE DAS POSSIBILIDADES DE ADOTAR A
TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO MODULAR EM LSF NO ESPÍRITO SANTO
165
4.1. INTRODUÇÃO....................................................................................... 165
4.2. ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA: PERGUNTA FUNDAMENTAL E
ROTEIRO PARA A ENTREVISTA..................................................................... 166
4.2.1. Pergunta fundamental...................................................................... 166
4.2.2. Roteiro para os aspectos técnicos ................................................... 166
4.2.3. Roteiro para os aspectos gerenciais................................................ 167
4.2.4. Roteiro da entrevista para os aspectos financeiros ......................... 168
4.3. RESULTADO DAS ENTREVISTAS NAS EMPRESAS METALÚRGICAS
168
4.3.1. Empresa 1 ....................................................................................... 168
4.3.1.1. Resposta à pergunta fundamental ............................................... 168
4.3.1.2. Motivos quanto aos aspectos técnicos......................................... 168
4.3.1.3. Motivos quanto aos aspectos gerenciais...................................... 170
4.3.1.4. Motivos quanto aos aspectos financeiros..................................... 170
4.3.2. Empresa 2 ....................................................................................... 170
4.3.2.1. Resposta à pergunta fundamental ............................................... 170
4.3.2.2. Motivos quanto aos aspectos técnicos......................................... 170
4.3.2.3. Motivos quanto aos aspectos gerenciais...................................... 171
4.3.2.4. Motivos quanto aos aspectos financeiros..................................... 172
5. CONCLUSÕES E CONTRIBUIÇÕES FUTURAS ....................................... 173
5.1. SÍNTESE ............................................................................................... 173
5.2. CONCLUSÕES DE CARÁTER GERAL ................................................ 174
5.3. CONCLUSÕES DE CARÁTER ESPECÍFICO ....................................... 175
5.3.1. Relativas ao ensaio projetual........................................................... 175
5.3.2. Relativas às etapas de transporte e montagem............................... 176
5.3.3. Relativas à fabricação...................................................................... 176
5.4. CONCLUSÕES RELATIVAS ÀS PERGUNTAS DA PESQUISA........... 177
5.4.1. Pergunta geral ................................................................................. 177
5.4.2. Perguntas específicas...................................................................... 177
5.5. PERSPECTIVAS FUTURAS DE PESQUISA ........................................ 178
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 180
ANEXOS .............................................................................................................. 188
Resumo
______________________________________________________
This research has as its main goal, to contribute with the development of
industrialized construction in the state of Espirito Santo, more specifically in the light
steel framing construction, extending their applications by LSF modular pre-
manufactured building.
This work is aimed systematize the information about the technology of modular
construction in profiles of mild steel (LSF - Light Steel Framing), including materials,
techniques, methods and constructive details normally used in modular construction
in other countries.
After the preliminary definition of the project, interviews were conducted with
professionals in the area of manufacturing of steel structures which were obtained
the information needed for analysis of the viability of production of modules pre-
manufactured in the state of Espirito Santo.
Figura 5. Ponte com vigas metálicas sobre o Rio Paraíba do Sul( Paraíba do Sul, RJ). ...................35
Figura 18. Construção Modular em LSF no Sistema The Open House System.................................46
Figura 28. Vigas da laje de piso com fechamento em placas de OSB ...............................................55
Figura 29. Balanço com prolongamento das vigas de piso da laje adjacente ....................................57
Figura 30. Balanço com vigas prolongadas transversais às vigas da laje adjacente .........................57
Figura 31. Balanço em laje seca com diferença em relação à laje interna.........................................58
Figura 32. Exemplo de avarandado em construção modular sem balanço, em LSF .........................58
Figura 34. Reforço estrutural através de perfis auxiliares para fixação de painéis OSB ....................61
Figura 41. Vedação vertical com fechamento úmido utilizando argamassa .......................................68
Figura 42. Vedação vertical em técnica construtiva com fechamento seco .......................................68
Figura 45. Instalação de painéis de chapas cimentícias com miolo em madeira tratada ...................70
Figura 49. Isolamento acústico entre ambientes de uma mesma unidade .........................................76
Figura 51. Montagem da laje seca em unidade fabril de construção modular na Suécia ..................78
Figura 52. Sentido de instalação das placas de OSB na laje do sistema LSF ...................................79
Figura 53. Esquema de detalhe de fechamento horizontal utilizando placas OSB ............................79
Figura 57. Sistema de ventilação sob telhado utilizando telhas do tipo Shingle.................................81
Figura 58. Telha termoacústica em aço galvanizado com núcleo em poliuretano expandido............82
Figura 59. Aberturas nos perfis de aço leve do sistema LSF..............................................................85
Figura 61. Tipos de cabeça em parafusos mais utilizados no sistema LSF. ......................................88
Figura 62. Linha de produção de painéis utilizando braço mecânico para aparafusamento..............89
Figura 69. Revestimento de pilar metálico com chapa de gesso retardante a chama .......................94
Figura 76. Isolamento acústico em painéis de vedação em construção modular em LSF ...............102
Figura 77. Vão da porta, obtido com a dobra do perfil guia (em vermelho)......................................105
Figura 78. Montante duplo (em vermelho) para maior rigidez em vãos no sistema LSF .................105
Figura 79. Detalhe de vão de abertura de portas e janelas com vergas ..........................................106
Figura 80. Vão de janela sem verga em painéis sem função estrutural ...........................................107
Figura 88. Shaft entre perfis e fixadores de fiação elétrica no sistema LSF.....................................110
Figura 89. Rodapé eletrificado em PVC. ..........................................................................................110
Figura 93. Trilhos para transporte de módulos em fábrica na cidade de Arlöv, Suécia ...................114
Figura 94. Os perfis alinhados com dispositivo magnético na fábrica em Arlöv, Suécia ..................116
Figura 98. Ação das forças horizontais durante o içamento dos módulos........................................121
Figura 99. Módulo utilizando balancins, sendo erguido para montagem na Inglaterra. ...................121
Figura 100. Operário realizando a conexão dos módulos com o balancins. ....................................123
Figura 103. Conexão entre os módulos e os pilaretes metálicos no sistema OHS ..........................124
Figura 104. Montagem de módulo sem acabamento de conexão com os demais módulos ............125
Figura 105. Foto aérea do terreno escolhido para o ensaio projetual ..............................................131
Figura 107. Distância entre a empresa metalúrgica e o terreno do ensaio projetual .......................136
Figura 116. Pré-dimensionamento estrutural nos painéis do tipo vertical com maior vão................146
Figura 117. Pré-dimensionamento estrutural nos painéis do tipo vertical com menor vão ..............147
Figura 120. Esquema de ligações entre painéis e entre pilares e treliças ........................................150
Figura 128. Detalhe do subsistema de vedação e interface entre os pavimentos (Corte) ...............155
Figura 129. Detalhe do subsistema de vedação e interface com a fundação (Corte) .....................156
Quadro 7. Características das placas de fibrogesso comparadas com as placas de GRC ...............77
Quadro 9. Relação do espaçamento mínimo entre vigas e espessura dos painéis ...........................80
Quadro 11. Sobrecargas máximas de telha em poliestireno expandido – EPS de 30mm .................83
Quadro 15. Dimensionamento de aberturas nos perfis de aço leve do sistema LSF .........................89
Quadro 16. Resistência ao fogo de estruturas, segundo o método tabular ou TRRF, em minutos ...92
Quadro 23. Comparação entre tipos de fechamento quanto ao isolamento acústico ......................104
Quadro 25 . Limites de peso e dimensões para veículos que transitam por vias terrestres ............118
Quadro 30. Análise dos índices da Lei 4167/1994 – PDU, utilizados no ensaio projetual ...............133
Quadro 33. Distância dos percursos analisados no transporte dos módulos ...................................158
1. INTRODUÇÃO
1
Segundo IBGE (2008) – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a indústria da construção
civil se subdivide em três subsetores com características distintas: 1) Construções de edifícios; 2)
Obras de infra-estrutura; e 3) Serviços especializados para a construção.
2
Segundo Blacheré (1966, apud BRUNA (2002), a industrialização da construção é a união entre
racionalização e mecanização da produção.
Capítulo 1. Introdução 18
3
Adaptação do termo Lean Production, ou “produção enxuta”, proposta pelo engenheiro Ohno para
o Toyota Motor Company visando a implementação de uma indústria automobilística mais
competitiva no período pós-guerra na década de 50 ( CALMON e MORAES,2000) .
Capítulo 1. Introdução 19
O tema abordado neste trabalho também tem como uma referência importante o
trabalho de Caiado (2005), uma dissertação de mestrado em engenharia civil
desenvolvida na UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto.
Capítulo 1. Introdução 20
1.3. OBJETIVOS
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. INTRODUÇÃO
Com relação aos aspectos técnicos relativos à Construção Modular em LSF – Light
Steel Framing, a pouca presença de publicações científicas como artigos,
dissertações e teses sobre o tema, fez com que a pesquisa realizada fosse baseada
principalmente em publicações técnicas nacionais e estrangeiras, destacando-se as
do CBCA – Centro Brasileiro da Construção em Aço, SCI – The Steel Construction
Institute (Instituto Inglês de Construção em Aço) e do SBI – The Swedish Institute of
Steel Construction (Instituto Sueco de Construção em Aço).
2.2.1. Antecedentes
4
Entende-se, a partir de Bruna (2002), que para se atingir a racionalização da construção são
necessários o controle e a organização da produção.
5
Segundo Bruna (2002), a mecanização na construção é a racionalização de energia e de gastos
de produção.
6
Segundo Bruna (2002) ,a pré-fabricação consiste na racionalização do sistema de construção.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 27
7
Walter Gropius foi diretor da escola de arquitetura alemã BAUHAUS, de uma das primeiras
escolas de arquitetura moderna que propôs o rompimento dos paradigmas e da proposição de
novas formas de se projetar considerando métodos construtivos racionalizados.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 28
• escassez de mão-de-obra.
Os problemas citados fizeram com que países europeus, como França, Suécia,
Inglaterra e Alemanha, tomassem uma série de iniciativas no setor da construção
civil, o que veio a desenvolver a construção racionalizada em massa. Bruna (2002)
destaca algumas das iniciativas desenvolvidas principalmente pela França:
De acordo com Bruna (2002), o enorme déficit habitacional francês foi um dos
fatores responsáveis pelo grande desenvolvimento da industrialização na França.
Bruna (2002) ressalta algumas iniciativas francesas na década de 60, como a
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 29
Ainda nos anos 60, o governo francês passou a normalizar o uso de componentes
pré-fabricados, tornando obrigatório a utilização da coordenação modular e de
componentes construtivos de ciclo aberto8 , abrindo possibilidades de concorrência
no setor (BRUNA, 2002).
“[...] o que se fazia por meio de força muscular passou a ser feito com o auxílio de
equipamentos introduzidos paulatinamente nos canteiros: pás carregadeiras,
reboques, gruas, etc.” (BRUNA, 2002, p.94-95).
8
Os componentes de CICLO ABERTO são aqueles normalizados de forma a serem intercambiáveis
com outros componentes de outras indústrias e não somente com os componentes da indústria
original de fabricação. De forma contrária funcionam os componentes de CICLO FECHADO.
9
Entre as décadas de 60 e 90, a jornalista Jane Jacobs autora do livro “Morte e vida das grandes
cidades”, e o arquiteto Robert Venturi autor do livro “Contradição e complexidade em arquitetura”
foram grandes críticos da arquitetura e do urbanismo moderno: Jacobs através de uma abordagem
mais sociológica, enquanto que Venturi criticava a austeridade da arquitetura moderna e o estilo
internacional.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 30
No ano de 2007 a Brasil foi o 9º maior produtor mundial de aço (ISSB - Iron and
Steel Statistics Bureau, 2008). O país, apesar de consumir cerca de 60% do aço que
produz, é ainda um dos maiores exportadores mundiais. Neste cenário, o Espírito
Santo é o terceiro maior produtor, com 20,1% ficando atrás somente de São Paulo e
de Minas Gerais (IBS – Instituto Brasileiro de Siderurgia, 2008).
Apesar de consumir a maior parte da produção interna de aço, o consumo per capita
do produto no país é historicamente baixo, o que se justifica devido ao aumento do
seu valor de mercado em detrimento a renda per capita brasileira.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 32
Outra razão para o baixo consumo de aço na construção civil nacional se deve ao
fato dos materiais metálicos, por terem alto valor agregado e serem produtos que já
passaram por uma etapa de transformação, demandam um maior dispêndio
financeiro na fase inicial da construção. Associa-se ainda o fato de que a
industrialização da construção no Brasil enfrenta uma realidade econômica pouco
confortável, principalmente devido às altas taxas de juros e à competição que existe
com a construção civil tradicional.
10
Segundo estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, 2007.
11
De acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, 2007.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 33
O aumento do consumo do aço na construção civil nacional pode ter várias razões,
técnicas ou econômicas. Apesar do alto custo do aço utilizado em estruturas de
edificações, é oportuno fazer um paralelo quanto ao seu uso em relação à
construção civil tradicional que devem ser levadas em consideração.
Vantagens:
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 34
Desvantagens:
Com relação às desvantagens citadas por Faversani Jr. (2002), acredita-se que, com
o desenvolvimento de tecnologias de produção do material, de projeto e de
construção, estas estão sendo e serão superadas ao passar dos anos.
O aço e os metais de maneira geral sempre foram materiais mais nobres que os
demais utilizados na construção civil e, portanto mais caros. Sua utilização só se
intensificou a partir do século XVIII, com a Revolução Industrial. Segundo Braga
(1998) apud MORAES (2000), a utilização do aço em grande escala na construção
se dá através de pontes e estações ferroviárias, mas já atingia importância
anteriormente, no século XVIII, através de teatros à prova de fogo na França e
fábricas à prova de fogo na Inglaterra.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 35
Figura 5. Ponte com vigas metálicas sobre Figura 6. Estação da Luz, em São Paulo (SP)
o Rio Paraíba do Sul( Paraíba do Sul, RJ). Fonte: Autor desconhecido em
Fonte: INEPAC-RJ em www.estacoesferroviarias.com.br, 2007.
www.inepac.rj.gov.br, 2007.
Braga (1998) apud MORAES (2000) cita ainda construções em aço de destaque na
época, o Mercado do Peixe em Belém, o Mercado São José em Recife e o Mercado
Municipal no Rio de Janeiro (destruído em 1950).
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 36
Segundo Bellei (1998) apud MORAES (2000), a construção em aço no Brasil viria a
ter um grande impulso com a FEM – Fábrica de Estruturas Metálicas criada em 1953
pela CSN - Companhia Siderúrgica Nacional com a finalidade de difundir o uso do
aço nas construções. De acordo com Moraes (2000) a FEM contribuiu com obras
importantes como os edifícios dos Ministérios e o Anexo do Congresso Nacional em
Brasília, construídos em estrutura metálica em função do curto prazo necessário
para a conclusão das obras (Dias, 1999, apud MORAES, 2000).
Castro (1999) apud MORAES (2000) afirma que a construção em aço encontra sua
maior fatia de mercado nas instalações industriais e shoppings centers, ficando os
demais em uma escala bem menor. Atualmente, com o mercado altamente
competitivo, é possível notar que a construção metálica vem encontrando espaço
nos diversos nichos de mercado do subsetor de edificações, seja residencial,
comercial ou industrial através, por exemplo, do desenvolvimento de tecnologias até
então pouco utilizados no Brasil como o sistema Light Steel Framing ou LSF.
construção metálica nacional. De acordo com Moraes (2000) seriam entraves para o
seu desenvolvimento:
• taxa fiscal diferenciada das demais técnicas construtivas pelo fato de os perfis
metálicos serem industrializados;
A resistência dos perfis formados a frio está relacionada com a sua geometria e o
processo que lhe dá a conformação final. As chapas, quando perfiladas, têm suas
propriedades mecânicas alteradas com elevação da resistência ao escoamento e
redução da ductibilidade, de forma que estes efeitos ficam concentrados nas regiões
vizinhas aos cantos dobrados e distribuídos ao longo da seção transversal do perfil
(RODRIGUES, 2006).
Os perfis de aço leves fazem parte da família dos perfis formados a frio e são
caracterizados pelo baixo peso próprio e pela pequena espessura. Os perfis são de
aço zincado de alta resistência (ZAR), possuem espessura nominal entre 0,80 mm e
3,00 mm para perfis estruturais (elementos não estruturais podem ter menor
espessura) e são revestidos com zinco ou alumínio-zinco através de processo de
imersão à quente ou por eletrodeposição com a finalidade de proporcionar maior
proteção contra a corrosão atmosférica
O sistema construtivo que faz mais uso de perfis de aço leve é o Light Steel Framing
ou LSF. O sistema LSF é um sistema construtivo de concepção racional
caracterizado pela formação de um esqueleto estrutural de perfis formados a frio
interligados entre si através de painéis estruturais e não estruturais. O termo Light
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 40
Steel Framing advém da expressão inglesa steel framing (steel = aço e frame =
malha ou esqueleto).
2.2.3.1. Conceituação
Neste item apresentam-se os conceitos e as características fundamentais da
construção modular e as particularidades de projeto para este tipo de sistema.
Segundo Caiado (2005), projetar produtos para a fabricação exige uma coordenação
entre o projeto do produto e o projeto do processo a fim de reduzir os custos de
produção. Se o produto ficar com o custo que não permita a obtenção de lucro pela
empresa, ele representará um fracasso.
Segundo Nuic, Souza e Araujo (2003), a modulação na construção civil envolve uma
grande gama de considerações relacionadas ao número de componentes, às
condições de fabricação, às condições de montagem, às condições de execução e,
principalmente, à conciliação de todos estes fatores em projeto.
12
Segundo Fabricio et al. (2002) a engenharia simultânea pode ser entendida como a gestão
seqüencial de projetos através de práticas de colaboração simultânea.
13
Segundo Lucini (2001, apud BALDAUF, 2004), entende-se por Coordenação Modular como “o
sistema modular de referência que a partir de medidas com base em um módulo predeterminado,
compatibiliza e organiza tanto a aplicação racional de técnicas construtivas como o uso de
componentes em projeto e obra, sem sofrer modificações”.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 43
Figura 12. Hotel em construção modular em LSF Figura 13. Edificação residencial em
Fonte: SCI, 2006. construção modular em LSF.
Fonte: SCI, 2006.
Figura 16. Posto de gasolina em construção Figura 17. Escola em construção modular
modular em LSF em LSF
Fonte: Lawson et al, 1999. Fonte: SCI, 2006.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 44
• não estruturais em que as cargas são suportadas por uma estrutura auxiliar
composta por pilaretes e vigas construídas separadamente; e
As etapas que não são realizadas dentro da unidade fabril são aquelas intrínsecas
ao local de implantação como, por exemplo, ligações com as redes de serviço
existentes (água, esgoto, energia, gás), urbanização, paisagismo e fundações.
Os painéis que atuam no sentido horizontal possuem vigas de piso que descarregam
suas cargas diretamente sobre os montantes dos painéis portantes, obedecendo ao
14
A denominação usual de contêineres é derivada da Medida norte americana “pé internacional” ou
“pé” cujo símbolo internacional é “ft”. De acordo com o S.I – Sistema Internacional de Unidades, 1
pé ou 1 “ft” equivale a 30,48cm.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 50
Figura 22. Exemplo de ligação entre módulos Figura 23. Edificação de 5 (cinco) pavimentos
em estrutura tubular estruturada em perfis tubulares
Fonte: Caiado, 2005. Fonte: Caiado, 2005.
A solução para aberturas é bem mais simples no caso de painéis não-estruturais por
não haver cargas verticais e, assim, não haver necessidades do uso de vergas nem
de ombreiras.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 53
pé direito (metros)
Tipo de Painel 2.5 3.0 3.5
altura x espessura (do perfil)
100 x 1.6
Não estrutural* 75 x 1.2 75 x 1.6
Estrutural até 3
100 x 1.6 100 x 2.4 120 x 2.4
pavimento
Estrutural até 5
150 x 2.4 150 x 2.4 150 x 3.2
pavimentos
Obs1: Montantes posicionados a cada 400 mm.
*Obs2: Carga de vento considerada de≤0,75 kN/m².
Quadro 1. Pré-dimensionamento de painéis de fechamento vertical
Fonte: Adaptado de Lawson et al., 1999.
Existem pelo menos dois tipos de lajes utilizadas no sistema estrutural em LSF: a
laje de concreto com fôrma de aço incorporada ou laje mista, e as lajes secas.
A laje mista (figura 25) é composta por uma chapa geralmente ondulada ou
trapezoidal aparafusada nas vigas de piso em LSF que, além da função estrutural,
funcionam como forma para a camada superior de concreto.
As lajes secas são feitas a partir de placas aparafusadas nas vigas de piso
desempenhando a função de diafragma horizontal. As placas mais utilizadas na laje
seca são os painéis OSB. Há também as placas cimentícias, recomendadas para o
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 54
uso em áreas úmidas, que são assentadas sobre painéis OSB com maior resistência
à flexão.
A utilização de lajes secas possui certas vantagens com relação à utilização da laje
mista por possuir menor peso próprio, proporcionar maior velocidade de construção
e ser um método de construção mais limpo realizado a seco. Diante desses motivos
seu estudo será mais aprofundado nesta dissertação.
Nas lajes secas, também se aplica o conceito de in-line framing de distribuição das
cargas sob os painéis portantes, onde os perfis das vigas de piso são ligados
diretamente aos montantes do sistema vertical (perfis do tipo Ue - U enrijecido). As
vigas de piso são os principais componentes das lajes secas possuindo a função de
suportar as cargas de piso e transmiti-las às paredes portantes. Existem ainda
outros componentes necessários à transmissão de esforços e arremates nas lajes
em LSF como sanefas, enrijecedores, vigas de borda, vigas compostas e fitas
metálicas. Nas figuras 26, 27 e 28, é possível visualizar o sistema estrutural de lajes
secas no sistema LSF.
Com relação às outras possibilidades estruturais das lajes no sistema LSF é ainda
possível a utilização de lajes em balanço. Segundo Rodrigues (2006), seriam
mediante prolongamento (no máximo metade) das vigas da laje adjacente ou por
meio do prolongamento (o dobro do balanço) de vigas para dentro da construção,
transversalmente às vigas da laje adjacente existente (ver figuras 29 e 30).
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 57
Figura 29. Balanço com prolongamento das vigas de piso da laje adjacente
Fonte: Freitas e Crasto, 2006.
Figura 30. Balanço com vigas prolongadas transversais às vigas da laje adjacente
Fonte: Freitas e Crasto, 2006.
Figura 31. Balanço em laje seca com diferença em relação à laje interna
Fonte: Freitas e Crasto, 2006.
O sistema de cobertura deve ser calculado para suportar diversos tipos de cargas,
sendo as mais comuns:
No sistema sueco Open House System, as estruturas de cobertura são feitas in-loco,
o que, segundo Birgersson (2004), é uma solução menos vantajosa do ponto de
vista técnico e econômico que se produzidas em uma unidade fabril (ver figura 33).
Placas do tipo OSB – Oriented Standard Board – fixadas aos painéis de vedação
vertical possuem tanto a função de componente de vedação quanto a de dar rigidez
ao painel (efeito diafragma). As placas OSB são compostas por tiras de madeira
orientadas perpendicularmente e prensadas sob alta temperatura.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 61
Segundo Freitas e Crasto (2006), existem recomendações para utilização das placas
OSB tais como:
• reforço estrutural nas quinas da edificação no local de fixação das placas (ver
figura 34);
• a união das placas, que devem ter no mínimo 1,20m de largura nas bordas
dos painéis, não deve coincidir com os vértices de aberturas e;
A fixação das placas OSB segundo Freitas e Crasto (2006) é geralmente feita
através de parafusos autoperfurantes ou autoatarrachantes que, segundo Grubb e
Lawson (1997) apud Freitas e Crasto (2006), deverão estar espaçados no máximo
150 mm em todo o perímetro da placa e no máximo 300 mm nos montantes
intermediários.Segundo Lawson et al. (1999), na construção modular em LSF a
estabilidade geral da estrutura depende ainda do travamento dos diversos módulos
que constituem a edificação, por meio de um componente específico (conector) (ver
figura 36).
Existem ainda outros componentes que auxiliam na estabilidade estrutural como, por
exemplo, as fitas e os bloqueadores, que possuem a função de interligar e travar os
perfis com função estrutural, no sentido oposto da sua solicitação estrutural. Os
contraventamentos em fitas de aço galvanizado, na forma de “X, K, V ou Λ”,
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 63
Segundo Rodrigues (2006), o sistema estrutural LSF é formado por perfis estruturais
de aço leves, produzidos a partir da perfilação de bobinas de aço zincado de alta
resistência (ZAR) de espessura nominal entre 0,80 mm e 3,00 mm (elementos não
estruturais podem ter menor espessura), revestidas com zinco ou alumínio-zinco
através do processo de imersão a quente ou eletrodeposição.
Guia
U simples Ripa
(U) Bloqueador
Sanefa
Bloqueador
Enrijecedor de alma
U enrijecido
Montante
(Ue)
Verga
Viga
Cartola
Ripa
(Cr)
Além dos perfis usualmente utilizados no Brasil, existem outros perfis com
características mais específicas desenvolvidos principalmente nos países em que o
sistema construtivo se encontra em um patamar tecnológico mais avançado. Na
Inglaterra, por exemplo, existem variações de perfis de aço leves formados a partir
dos perfis do tipo U e Z possibilitando uma maior adaptação do sistema construtivo
às solicitações de projeto (ver figura 37).
2.3.1.2. Fundações
O radier faz a distribuição das cargas da edificação no solo por toda a sua área e
principalmente sob as paredes portantes e colunas onde há uma maior incidência de
cargas (ver figura 38). Neste tipo de fundação, é necessário um cuidado especial
com relação à infiltração de água na construção, sendo recomendado um contrapiso
a, no mínimo, 15cm de altura do solo (FREITAS e CRASTO, 2006).
seja por umidade ascendente, por infiltração de águas ou mesmo por necessidade
de utilização do espaço abaixo da edificação para a instalação de algum tipo de
equipamento (ver figura 39).
Lawson et al. (1999), afirmam ainda que o sistema de fundação indireta utilizando
estacas é uma outra possibilidade para solos muito fracos ou para situações como o
caso da rede Mc Donald’s, que optou por padronizar o sistema construtivo de todas
as filias da rede, inclusive o sistema de fundações, para se adaptar às piores
solicitações estruturais possíveis.
Segundo Freitas e Crasto (2006), no sistema LSF, de maneira geral, é mais comum
a utilização de componentes de vedação industrializados, como chapas e placas,
por possuírem geralmente medidas padronizadas, e por possibilitarem uma
construção seca eliminando a maior parte das etapas de execução que utilizam
técnicas úmidas através da utilização de argamassas. Componentes de vedação
industrializados também são amplamente utilizados em construções modulares em
LSF em países como Japão e Inglaterra, que dispõem de uma grande variedade de
componentes e subsistemas desenvolvidos para situações específicas.
• segurança estrutural;
• segurança ao fogo;
• estanqueidade;
• conforto termo-acústico;
• conforto visual;
• adaptabilidade ao uso;
• higiene;
• durabilidade; e
• economia.
Figura 43. Fechamento em painéis OSB Figura 44. Fechamento em painéis em gesso
Fonte: Autor,2007. acartonado
Fonte: Autor,2007.
Figura 45. Instalação de painéis de chapas Figura 46. Fechamento em siding vinílico
cimentícias com miolo em madeira tratada Fonte: Autor,2007.
Fonte: Eternit, 2008.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 71
Espessura (mm)
Propriedade Unidade 18.
6 9 9.9 12 15.1 25.2
6
+- +- +- +- +- +- +-
Tolerância espessura mm
0,8 0,8 0,4 0,5 0,8 0,5 1,0
Resistência a Tração Kg/m² 650 650 650 620 600 600 580
Resistência a Flexão
N/mm² 27 27 27 - - - 23
Longitudinal
Resistência a Flexão
N/mm² 16 16 16 - - - 14
Transversal
Módulo de Elasticidade 370
N/mm² 3700 3700 3700 - - -
Longitudinal 0
Módulo de Elasticidade 150
N/mm² 1500 1500 1500 - - -
Transversal 0
Inchamento 24 horas
N/mm² 25 25 25 25 25 25 25
(Máximo)
Tolerância Densidade Kg/m³ + - 30
Tolerância Resistência
N/mm² + - 0,05
a Tração
Tolerância Resistência
N/mm² + - 5,0
a Flexão
Tolerância Módulo de
Elasticidade N/mm² + - 200
Longitudinal
Tolerância Módulo de
Elasticidade N/mm² + - 100
Transversal
Expansão Linear % + - 0,10
Tolerância de
Comprimento e mm + 0 / - 0,32
Largura
Diferença entre
mm/m 1.3
diagonais
Retilinearidade mm/m 1.5
Umidade % 3a7
Segundo Freitas e Crasto (2006), o OSB possui propriedades como: boa resistência
mecânica, resistência a impactos e boa estabilidade dimensional. O material, no
entanto, não deve ser exposto diretamente a intempéries, necessitando de
acabamento impermeável em áreas externas e úmidas. O OSB adquire maior
resistência à umidade quando tratado contra insetos e microorganismos.
As placas cimentícias são chapas delgadas compostas por cimento portland, fibras
(celulose ou sintéticas) e agregados podendo ser divididas em dois grupos:
As placas cimentícias são indicadas para áreas sujeitas a intempéries, mas devem
sofrer aplicação de tratamento superficial. Segundo Freitas e Crasto (2006), as
características que fazem com que o material seja apropriado para uso em áreas
externas e molháveis de construções em LSF são:
• resistência a impactos;
• resistência à umidade;
• material incombustível;
• facilidade de montagem.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 73
Freitas e Crasto (2006) afirmam que as dimensões das placas possuem largura fixa
de 1,20m, comprimento variável de 2,00m até 3,00m e espessura de 6,8 e 10 mm.
No entanto, devido à evolução da construção a seco de maneira geral, atualmente já
é possível encontrar no mercado placas com dimensões e espessuras diferentes das
apontadas e inclusive sob encomenda com dimensões específicas.
• perfis de fixação;
• forros de beirais; e
Segundo Freitas e Crasto (2006), seu acabamento é mais rápido e limpo que
revestimentos tradicionais com fechamento externo. Na figura 47 é possível
visualizar o detalhe em corte de uma barra de siding do tipo vinílico.
As placas de gesso acartonado são compostas por chapas de gesso revestido por
uma lâmina de papel tipo cartão em ambos os lados. No sistema LSF, as placas de
gesso acartonado são geralmente utilizadas no fechamento de paredes internas
estruturais e não estruturais.
• standard, identificada pela cor creme na face que deve ficar oculta no painel e
branca na face aparente, recomendada somente para locais secos e com
pouca umidade ;
• resistente ao fogo; identificada pela cor rosa nas duas faces, indicada para
locais com solicitação especial de proteção ao fogo, sua composição leva
0,2% em peso de lã de vidro de 3 a 30 mm de comprimento.
Massa
Espessura Largura Comprimento
Tipo de Placa Específica
(mm) (mm) (mm)
(kg/m2)
2000/2400/
Standard 9.5/12.5/15 7.5 a 14.5 1200
2600/3000
2400/2600/
Resistente a Umidade 12,5 / 15 8 a 14.5 1200
3000
2400/2600/
Resistente ao Fogo 12.5 / 15 7.5 a 14.5 1200
3000
Quadro 6. Características dos tipos de placas de gesso acartonado
Fonte: KNAUF, 2007.
• placas de gesso;
Figura 49. Isolamento acústico entre Figura 50. Chapas impregnadas de silicone
ambientes de uma mesma unidade em paredes com instalações hidráulicas
Fonte: KNAUF, 2007. Fonte: KNAUF, 2007.
A instalação das placas deve ser de 30 em 30cm nos montantes verticais (parede) e
de 15 em 15cm nas estruturais horizontais (forro) distanciados de 5 a 15mm da
borda da placa. Assim como as placas de gesso acartonado, os cortes em vãos
deverão ser feitos em forma de L ou C sem coincidir com os vãos de abertura.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 78
Segundo Crasto (2005), umas das principais vantagens do uso da laje seca é o
menor peso próprio e a não necessidade de uso de água nesta etapa da obra. No
caso da construção modular, a laje seca é a melhor opção no que diz respeito à
produtividade de execução dos módulos em unidade fabril, sendo esta opção
amplamente mais utilizada em países em que a construção modular é mais
desenvolvida, como na Inglaterra e Suécia (ver figura 52).
A laje seca é interessante também por possibilitar a redução do nível de ruído entre
um pavimento e outro através do uso de material isolante como a lã de vidro entre as
vigas e a manta em polietileno expandido entre os painéis OSB (contrapiso) e a
estrutura (ver colocação da lã mineral entre vigas na figura 51).
Figura 52. Sentido de instalação das placas de OSB na laje do sistema LSF
Fonte: MASISA, 2007.
Os pisos sobre a laje seca podem ter tanto aplicação seca (tabuados, carpetes)
quanto úmida (cerâmicas, granitos de pequenas dimensões, etc.) (ver figura 54).
Figura 55. Edificação em LSF utilizando telhas do tipo Figura 56. Arremate de telhado
Shingle utilizando telhas do tipo Shingle
Fonte: Autor, 2007. Fonte: Autor, 2007.
Figura 57. Sistema de ventilação sob telhado utilizando telhas do tipo Shingle
Fonte: TC Shingle do Brasil, 2007.
15
Custo total = custo inicial + custo de operação + custo de manutenção.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 82
Os telhados com telhas do tipo Shingle são fixados sobre placas (geralmente em
OSB) e são indicados para coberturas com inclinação entre 18% e 57%.
Dependendo do comprimento do telhado e da inclinação, será necessária a
impermeabilização do painel de apoio (ver quadro 10).
Comprimento do telhado
Declividade do
de 0 - 5 m de 5 - 10 m de 10 - 15 m
telhado
menor que 25% Impermeabilizar Impermeabilizar Impermeabilizar
de 25% a 30% Instalação normal Impermeabilizar Impermeabilizar
de 30% a 35% Instalação normal Instalação normal Impermeabilizar
Instalação normal Instalação
maior que 35% Instalação normal
normal
Quadro 10. Impermeabilização de telhado utilizando telhas Shingle
Fonte: TC Shingle do Brasil, 2006.
Espaçamento 0,43mm 0,50mm 0,65mm 0,43mm 0,50mm 0,65mm 0,43mm 0,50mm 0,65mm
11 11 14 14
3000 mm 97 97 97 112 145 121 140 182
2 2 5 5
10 10
3500 mm 71 66 82 77 71 82 107 89 103 134
7 0
4000 mm 54 44 63 52 82 67 54 63 82 68 79 102
4500 mm 43 31 50 36 65 47 43 50 65 54 62 81
5000 mm 35 21 40 26 52 34 35 40 52 43 50 65
Quadro 11. Sobrecargas máximas de telha em poliestireno expandido – EPS de 30mm
Fonte: adaptado de Galvanofer, 2007.
Nota: F = Flexão / C= compressão
Apesar de não ser objetivo de este trabalho chegar ao nível de projeto executivo e
detalhamento, procurou-se nesta etapa analisar os condicionantes técnicos das
diversas áreas envolvidas (arquitetura, estruturas, instalações, etc.) para o
desenvolvimento do projeto executivo para construção modular em LSF. Portanto, o
objetivo desta etapa do trabalho é obter informações preliminares de detalhamento e
execução que possam vir a interferir no desenvolvimento do ensaio projetual, porém
sem chegar ao nível de detalhamento para execução.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 84
Os requisitos gerais para os perfis de aço leve, que compõem o sistema LSF – Light
Steel Framing, como dimensões, massa e propriedades geométricas devem seguir
as normas da ABNT NBR 15253:2005.
2.4.1.3. Conexões
Segundo Rodrigues (2006), para ligações com função estrutural os parafusos mais
utilizados no sistema LSF são os que têm ponta do tipo TRAXX e cabeça do tipo
HEX (ver figura 60). No Quadro 14, apresentam-se as características gerais dos
parafusos autobrocantes.
Segundo Elhajj (2004) apud Freitas e Crasto (2006), o tipo de conexão no sistema
LSF será definido de acordo com vários fatores, dos quais:
• condições de carregamento;
• custo;
• experiência da mão-de-obra; e
• normalização.
A característica dos parafusos com relação à cabeça irá depender dos componentes
que serão ligados. Nas ligações entre perfis de aço, os parafusos mais comuns são
os com cabeça do tipo lentilha, com cabeça sextavada e com cabeça de panela
enquanto que as ligações entre perfis de aço e painéis os parafusos são com
cabeça do tipo trombeta por possibilitar melhor acabamento (ver figura 61).
ao diâmetro nominal do furo e a distância livre entre as bordas de 2 (dois) furos não
deve ser inferior a duas vezes o mesmo diâmetro nominal.
Diâmetro
Diâmetro do Diâmetro do Dimensões do furo
nominal do Dimensões do furo
furo furo pouco
parafuso muito alongado(mm)
padrão(mm) alongado(mm) alongado(mm)
(mm)
<12,5 d + 0,8 d + 1,5 (d+0,8). (d+6) (d+0,8). (2,5 d)
≥ 12,5 d + 1,5 d+5 (d+1,5). (d+6) (d+1,5). (2,5 d)
Quadro 15. Dimensionamento de aberturas nos perfis de aço leve do sistema LSF
Fonte: sdaptado de Rodrigues, 2006.
Outro componente como o twist lock utilizado em contêineres (ver figura 64) é uma
possibilidade de reforço nas ligações e com função de encaixe para montagem que
deve ser considerada na construção modular.
Figura 64. Componentes de viabilização de Figura 65. Encontro utilizando perfil cantoneira
transporte vertical em contêineres conformado a quente
Fonte: Autor,2007. Fonte: adaptado de Lawson et al.,1999.
Figura 66. Ancoragem definitiva em laje de Figura 67. Ancoragem provisória em laje de concreto
concreto Fonte: Freitas e Crasto, 2006.
Fonte: Freitas e Crasto, 2006.
Altura da edificação
Ocupação/Uso Classe P1 Classe P2 Classe P3 Classe P4 Classe P5 h>
h≤ 6m 6m<h≤ 12m 12m<h≤23m 23m<h≤30m 30m
Residencial 30 30 60 90 120
Hoteleiro 30 60 (30) 60 90 120
Supermercado 60 (30) 60 (30) 60 90 120
Escritório 30 60 (30) 60 90 120
Shopping 60 (30) 60 (30) 60 90 120
Escola 30 30 60 90 120
Hospital 30 60 60 90 120
Igrejas 60 (30) 60 60 90 120
Quadro 16. Resistência ao fogo de estruturas, segundo o método tabular ou TRRF, em minutos
Fonte: adaptado de NBR 14432, apud Vargas, 2003.
Notas:
(1) TRRF - Tempo Requerido de Resistência ao Fogo
(2) Para subsolos com h>10m – 90min; h< 10m – 60min, não podendo ser inferior ao TRRF dos
pavimentos acima do subsolo.
(3) Os TRRF são aplicados em pavimentos acima do solo com área superior a 750 m².
• pintura intumescente; e
• placas de proteção.
• placas de lã de rocha; e
Carga de Incêndio
Descrição
(MJ/m²)
Residências 300
Hotéis 500
Comércio de automóveis 200
Livrarias 1000
Comércio de móveis 300
Comércio de produtos têxteis 400
Supermercados 300
Agências bancárias 300
Escritórios 700
Escolas 300
Bibliotecas 2000
Cinemas e teatros 600
Igrejas 200
Hospitais 300
Quadro 17. Cargas específicas de incêndio de acordo com
o tipo de uso
Fonte: adaptado de Vargas, 2003.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 94
Geralmente a corrosão em perfis zincados é muito baixa, ainda mais nas condições
de proteção superficial da estrutura propiciadas pelo sistema LSF. O sistema de
proteção por zincagem é bastante eficiente resistindo a todas as operações de
perfilagem nas bobinas e as de transporte sem apresentar danos na camada de
proteção.
2.4.2.1. Juntas
As juntas nos painéis OSB são secas, ou seja, não sofrem nenhum tratamento,
somente recebem acomodações estruturais sem função de vedação. Segundo
Freitas e Crasto (2006) as juntas devem ser de 3mm e devem ser previstas juntas de
movimentação quando as paredes tiverem dimensões maiores que 24 metros (SBA,
2000 apud Freitas e Crasto,2006). Na figura 75, é possível ver detalhes de juntas de
movimentação em placas de gesso acartonado (similar as juntas em painéis OSB).
As juntas nos painéis OSB também deverão ser desencontradas no sentido vertical
para evitar zonas de fragilidade (ver figura 71).
Capacidade de
Selante Comportamento deformação Vida útil Cura
Silicone de baixo
elástico 50% 25 anos 2 a 3 semanas
módulo
Polissulfeto mono- mais de 3
elastoplástico 20% 20 anos
componente semanas
Polissulfeto bi- 1 a 2 dias
elastoplástico 20% 20 anos
componente (juntas largas)
Quadro 18. Características dos selantes
Fonte: Silva e Silva, 2003.
• duplas, com uma junta aparente, outra embutida e uma câmara ventilada
entre as duas para evitar a condensação na face interior da junta dentro do
painel (ver figuras 73 e 74).
Figura 73. Juntas duplas em painéis Figura 74. Juntas com interceptação de água
cimentícios de GRC em painéis cimentícios de GRC
Fonte: adaptado de Silva (1998) apud Fonte: Silva (1998) apud Silva e Silva (2003).
Silva e Silva (2003).
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 98
Nas chapas de gesso acartonado, as juntas devem ser preenchidas com uma massa
específica e recobertas com uma cinta (fita) de reforço. O acabamento é feito com
aplicação de outro tipo de massa específica sobre o painel.
2.4.2.1. Impermeabilização
massa das placas de fechamento, menor será sua vibração com a incidência de
ondas sonoras.
Além dos procedimentos já citados, segundo Lawson et al., (1999) (ver figura 76)
existem outras técnicas usuais para a atenuação da transmissão de som entre
ambientes na construção modular em LSF tais como:
Com relação aos subsistemas de vedação, Crasto (2005) afirma que não há estudos
mais desenvolvidos no Brasil sobre o desempenho térmico de edificações em LSF
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 103
Os materiais isolantes mais utilizados no sistema LSF são as lãs minerais como a lã
de vidro e a lã de rocha com destaque maior para a lã de vidro (ver quadros 20, 21 e
22).
Espessura da lã de
CRR - Coeficiente de redução de ruído
vidro(mm)
(Entre 100 hz e 500 hz)
50 0,71
70 0,83
100 0,85
Quadro 21. Absorção acústica de lã de vidro revestida
Fonte: sdaptado de Consulsteel, 2006.
Nota: Revestida com papel Kraft ou véu de vidro
Com relação ao desempenho térmico e acústico das placas utilizadas nos painéis de
vedação do sistema LSF, estes dependerão principalmente da espessura das
placas, e de características de absorção e transmissão térmica e acústica do
material.
Características
2.4.4. Esquadrias
Figura 77. Vão da porta, obtido com a dobra do perfil guia Figura 78. Montante duplo (em
(em vermelho) vermelho) para maior rigidez em vãos
Fonte: Crasto, 2005 no sistema LSF
Fonte: Crasto, 2005.
Figura 80. Vão de janela sem verga Figura 81. Esquadria de PVC utilizadas no sistema LSF
em painéis sem função estrutural Fonte: Autor, 2007.
Fonte: Autor, 2007.
secas das edificações em LSF, cuja instalação é a seco, porém similar à construção
civil tradicional (ver figura 83).
Figura 90. Arremate entre painéis de vedação Figura 91. Contra-rufo e acabamento de beiral
em LSF e a 1ª laje em construção em LSF
Fonte: CSSBI, 2007. Fonte: CSSBI, 2007.
A construção modular pode ser objeto de estudo a luz dos conceitos de Lean
Thinking e de Lean Construction, que considera a produção como um processo
baseado em um sistema de fluxos, conversões e valor (KOSKELA, 1992) e que tem
como objetivo a redução de perdas, tempo, custo e o aumento do valor agregado do
produto. Dentro forma, entende-se como a etapa de fluxo, correspondente ao
transporte de insumos, enquanto a etapa que não gera valor agregado ao produto
final e que, portanto deve ter seu custo e o tempo reduzidos.
Uma das prerrogativas para que a construção modular seja competitiva é a utilização
da Logística, enquanto ferramenta de administração dos fluxos de produção. No
Japão, onde a construção modular é mais desenvolvida, correspondendo a 10% do
mercado da construção civil, o desenvolvimento de uma logística integrada de
produção permite que a produção de módulos pré-fabricados ocorra em série ao
mesmo tempo em que mantém a possibilidade de variações projetuais (ver figura
92).
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 112
• legislação incidente ;
• custos.
• do tempo de montagem; e
• os painéis são girados 180º de forma a permitir a produção de sua outra face;
• montagem dos módulos com painel de piso colocado primeiro nos trilhos da
estação de trabalho;
• painéis de parede são transportados por ponte rolante e fixados nos painéis
de piso;
Figura 94. Os perfis alinhados com dispositivo magnético na Figura 95. Acabamento interno
fábrica em Arlöv, Suécia dos módulos em Arlöv, Suécia
Fonte: Lessing, 2003. Fonte: Lessing, 2003.
Com relação aos modais de transporte existentes, Capo (2005) afirma que estes
estão segmentados pelo tipo de carga, o tipo de serviço e a localização geográfica:
• transporte aéreo – pequenos volumes de alto valor agregado que exija prazo
rápido para entrega; e
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 118
• DNER N.º 2264/81 referente aos limites máximos de peso por eixo ou
conjunto de eixos para cargas indivisíveis (quadro 26),
LARGURA / ALTURA
Largura máxima 2,60 m
Altura máxima em relação ao solo 4,40 m
COMPRIMENTO TOTAL
Veículos simples (ex: Caminhão trucado) 14,00 m
Veículos articulados (ex: Carreta) 18,15 m
Veículos com reboque (ex. Bitrem) 19,80 m
Quadro 25 . Limites de peso e dimensões para veículos que transitam por vias terrestres
Fonte: CONTRAN, 1998.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 119
Lawson et al., (1999) e Pinho (2005) afirmam que as ligações entre os cabos de
içamento e os módulos a serem içados não devem formar um ângulo muito fechado
pois assim aumentam a ação de forças horizontais exigindo mais resistência da
estrutura neste sentido (ver figura 98). Segundo Lawson et al., (1999) o melhor local
nos módulos para fixação dos cabos de içamento é a 20% do comprimento
horizontal das vigas de fôrro de maior comprimento
Figura 98. Ação das forças horizontais durante o içamento dos módulos
Fonte: Adaptado de Lawson et al, 1999.
Segundo Lessing (2003), no sistema OHS os módulos são retirados dos caminhões
e armazenados em berços provisórios até o momento de sua montagem.
• montagem da cobertura;
Figura 100. Operário realizando a conexão Figura 101. Retirada de módulo do caminhão.
dos módulos com o balancins. Fonte: Lessing, 2003.
Fonte: Lessing, 2003.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 124
De acordo com Lawson et al., (1999), enquanto que a execução de serviços como
instalações hidro-sanitárias e elétricas em uma edificação construída in-loco
representa normalmente uma das etapas mais demoradas da construção tradicional,
no sistema de construção modular industrializado a execução destes serviços na
própria fábrica trazem grandes vantagens em termos de qualidade e de tempo de
execução. Para execução destas instalações deverão ser previstas algumas
aberturas nos painéis de fechamento vertical e horizontal para viabilizar a ligação de
cabos e tubos entre os módulos. Em algumas edificações na Inglaterra, vem sendo
utilizados módulos pré-fabricados com função de shafts, concentrando e facilitando a
execução das instalações.
Birgersson (2004) afirma que as atividades que mais influenciam no alto custo do
canteiro de obras no sistema sueco são as etapas de montagem da cobertura e de
acabamento de fachada.
Além dos módulos, existem também as estruturas de cobertura que poderão utilizar
o equipamento de transporte vertical para sua elevação até o local de montagem.
tese levaria mais tempo para ser transportado, dependendo da velocidade do vento
o aumento do peso pode contribuir para o aumento da produtividade. Outro exemplo
é que módulos de grandes dimensões que possuem uma área vélica (de pressão do
vento) maior, em tese seriam menos produtivos, pois seu transporte sofreria mais
com a ação do vento, no entanto se o vento não estiver forte ao ponto de prejudicar
a operação e o equipamento de transporte vertical for de alta capacidade, módulos
de grandes dimensões podem ser mais produtivos por reduzirem o número, o tempo
e o custo das operações.
Não há uma fórmula que diga quais as características ideais de módulos pré-
fabricados com relação às operações de transporte vertical, mas há a necessidade
de que os projetistas considerem no dimensionamento dos módulos a velocidade
predominante dos ventos do local de implantação da edificação e a disponibilidade e
o custo dos equipamentos de transporte vertical. É interessante que o
dimensionamento dos módulos seja feito em parceria com empresa especializada
neste tipo de transporte e que futuramente se responsabilize pela operação
assumindo os riscos inerentes a esta. Os riscos mais comuns das etapas de
transporte, no sistema OHS, segundo Lessing (2003), é o aparecimento das
seguintes patologias:
3.1. INTRODUÇÃO
Por meio da definição dos locais de fabricação e montagem foi possível fazer a
análise de viabilidade dos possíveis percursos, considerando a legislação rodoviária
incidente, a presença de obstáculos físicos e a capacidade dimensional da infra-
estrutura viária.
3.2.1. Terreno
3.2.2. Legislação
Por se tratar de um ensaio projetual, por este estar em uma fase adiantada no
momento de mudança da legislação, e por ser objetivo maior desta dissertação a
análise da aplicação da tecnologia de construção modular que propriamente a
adequação dos projetos as leis de uso do solo, optou-se por continuar o
desenvolvimento do ensaio projetual no terreno escolhido, seguindo a legislação
municipal previamente analisada. Desta forma os principais condicionantes do PDU
anterior com relação ao projeto estão apresentados no quadro 30.
N= P
(1)
Onde:
O local escolhido para a fabricação dos módulos foi uma grande metalúrgica local
localizada no município da Serra (ES) a qual demonstrou interesse em contribuir
com a pesquisa no estudo da viabilidade de produção dos módulos pré-fabricados.
Capítulo 3. Ensaio Projetual: Projeto para escola municipal utilizando sistema modular 136
em LSF – Light Steel Framing
• legislação; e
• possibilidades da tecnologia.
Capítulo 3. Ensaio Projetual: Projeto para escola municipal utilizando sistema modular 137
em LSF – Light Steel Framing
No que diz respeito aos condicionantes geográficos e bioclimáticos, sua análise foi
de fundamental importância na definição da implantação da edificação e de
componentes de fachada que procuraram tirar partido da ventilação e iluminação
natural predominante e ao mesmo tempo proteger a edificação da insolação
indesejável.
Com relação ao terreno, o fato de este ser plano, foi um fator facilitador no
desenvolvimento deste estudo, diante da possível dificuldade de adaptação da
tecnologia a terrenos em desnível. A ausência de edificações no entorno imediato,
facilitaram também o desenvolvimento deste estudo, visto que não se tornou
necessário uma análise mais profunda no que diz respeito ao impacto ambiental do
entorno na edificação e vice-versa. Sua localização de esquina margeando a
Rodovia Serafim Derenzi e com possibilidade de acesso por uma via transversal
menor, facilita a acessibilidade de pessoas e veículos à edificação, tornando possível
também privilegiar as visuais internas e sua arquitetura enquanto elemento da
paisagem.
A concepção modular foi definida com o apoio da consultoria de uma das maiores
empresas de transporte de cargas especiais do Espírito Santo. Chegou-se a
conclusão com relação às etapas de transporte horizontal e vertical que as
dimensões de contêiner de 20ft seriam tecnicamente e economicamente mais
viáveis que as dimensões de contêiner de 40ft, mesmo necessitando do dobro da
quantidade de módulos para se adequar a necessidade de área da edificação. A
utilização de contêineres de 40ft implicaria em uma maior dificuldade de operação,
tanto nas etapas de transporte vertical quanto nas de transporte horizontal, além de
exigir veículos e equipamentos de custo horário mais elevado.
16
De acordo com o S.I – Sistema Internacional de Unidades, 1 pé ou 1 “ft” equivale a 30,48cm.
Capítulo 3. Ensaio Projetual: Projeto para escola municipal utilizando sistema modular 139
em LSF – Light Steel Framing
Este tipo de solução apesar de gerar perdas de produção e material foi considerada
neste trabalho como a melhor solução por se aproximar das medidas de contêineres
proposta por Lawson et al. (1999) e por possibilitar uma alta produtividade por fazer
uso de medidas modulares na estrutura. Com relação à proporcionalidade nas duas
dimensões horizontais dos módulos, defendida por Caiado (2005) (exemplo: se a
dimensão maior possui 640 cm, a dimensão menor poderia ser a metade ou 320
cm), esta idéia não foi adiante devido as seguintes desvantagens apontadas:
Como na concepção estrutural optou-se pela utilização de painéis que unidos dariam
forma à “unidade estrutural base”, um pré-dimensionamento estrutural foi
desenvolvido para cada tipo de painel conforme quadro 32.
Além dos painéis, a composição da estrutura conta ainda com as vigas de piso e de
fôrro. Para o pré-dimensionamento das vigas estruturais de piso utilizou-se como
base o exemplo de dimensionamento apresentado por Rodrigues (2006) que possui
características semelhantes ao estudo desenvolvido nesta dissertação sendo estas:
Neste trabalho foi adotada a fundação do tipo radier como sistema para
descarregamento das cargas do sistema estrutural no solo. O Radier foi escolhido
por suportar as cargas relativamente baixas previstas, principalmente em função do
baixo peso próprio do sistema construtivo e por possibilitar uma melhor logística de
montagem como será visto no item 3.4.2.
Capítulo 3. Ensaio Projetual: Projeto para escola municipal utilizando sistema modular 146
em LSF – Light Steel Framing
Figura 116. Pré-dimensionamento estrutural nos painéis do tipo vertical com maior vão
Capítulo 3. Ensaio Projetual: Projeto para escola municipal utilizando sistema modular 147
em LSF – Light Steel Framing
Figura 117. Pré-dimensionamento estrutural nos painéis do tipo vertical com menor vão
• entre os perfis;
• entre os painéis,
• entre os módulos; e
Com relação aos contraventamentos, no sistema LSF podem ser utilizadas chapas
do tipo gusset unidas a fitas fazendo contraventamentos em “X” ou “K” ou chapas do
tipo OSB funcionando como um diafragma rígido. Neste trabalho, no pré-
dimensionamento, optou-se pela não utilização de contraventamentos baseado nas
seguintes prerrogativas:
• Nos painéis de vão de 2,40m, pelo fato do vão ser relativamente pequeno e
ter estrutura de vigamento superdimensionada em função da padronização
dos perfis com o painel do vão de 6,00m.
Neste trabalho por não ter sido possível um maior aprofundamento nos cálculos das
ligações, foram utilizados critérios de pré-dimensionamento, baseados em exemplos
e dimensionamentos mínimos constantes em manuais técnicos nacionais e
estrangeiros, porém sem o devido aferimento de cálculo (ver figuras 119, 120, 121,
122,123 e 124).
Figura 119. Esquema de ligações entre perfis nas treliças dos módulos.
Capítulo 3. Ensaio Projetual: Projeto para escola municipal utilizando sistema modular 150
em LSF – Light Steel Framing
Figura 123. Perspectiva da união entre quatro Figura 124. Aproximação das ligações entre módulos
módulos
Com relação à estrutura do auditório, esta deverá ser em LSF por painéis fugindo
aos padrões modulares propostos devido a necessidade de vãos livres de 12 e 14
metros de comprimento e de pé direito duplo. A estrutura de cobertura deste setor da
edificação deverá também ser diferenciada devido aos grandes vãos nos dois
sentidos. Neste trabalho optou-se por não pré-dimensionar estas estruturas, por fugir
ao foco da pesquisa.
Capítulo 3. Ensaio Projetual: Projeto para escola municipal utilizando sistema modular 153
em LSF – Light Steel Framing
Com relação à estrutura da edificação como um todo, cabe ainda ressaltar que
devido a extensão da planta (cerca de 80 metros), tornou-se necessária a criação de
3 juntas de dilatação, dividindo a edificação em 4 blocos estruturalmente distintos.
Na figura 126 a seguir é possível visualizar a localização das juntas de dilatação e a
divisão da edificação em blocos estruturais distintos.
Esta etapa de projeto foi concebida com o suporte de manuais e catálogos técnicos
relativos aos subsistemas adotados. Serão apresentadas nos ANEXOS A.1, A.2,
A.3, A.4, A.5, B.1, B.2 e B.3, as plantas técnicas (implantação, plantas baixas, cortes
e fachadas) e perspectivas desenvolvidas .
Capítulo 3. Ensaio Projetual: Projeto para escola municipal utilizando sistema modular 154
em LSF – Light Steel Framing
Nesta dissertação, optou-se por utilizar para análise o modal rodoviário para o
transporte dos módulos pré-fabricados da unidade fabril de produção até o canteiro
de obras. Esta escolha se deu pelo fato do modal rodoviário ser o mais
recomendado no transporte de cargas unitárias, de baixo peso próprio, de alto valor
agregado e que necessitem de ser transportados para localidades que sejam
interligados por malha urbana rodoviária.
A dimensão dos módulos, como citado anteriormente, ficou definida de acordo com
as dimensões horizontais de contêiner de 20ft (largura e comprimento) e dimensão
vertical (altura) superior em função da necessidade de pé direito da edificação.
Foi escolhida uma unidade fabril de produção para simulação logística. A opção foi
uma das maiores empresas metalúrgicas do estado do Espírito Santo, localizada às
margens da BR-101 no município de Serra (ES), próxima de grandes empresas
transportadoras locais.
• A legislação incidente;
Através da análise do transporte dos módulos ficou definido que o caminhão de 20ft
é o mais adequado para transporte dos módulos. No entanto, somente a análise
com relação ao transporte não é suficiente para determinar qual modelo de
caminhão será adotado. A logística de montagem será um fator fundamental, em
função da compatibilização do equipamento para içamento dos módulos e de
transporte, principalmente no que diz respeito ao espaço disponível e ao custo para
operação conjunta dos dois equipamentos no canteiro de obras.
• características da carga;
• características da edificação;
A carga unitária estipulada para os módulos definida é considerada leve (máximo até
5 toneladas) e facilmente transportável pelos diversos equipamentos de içamento
existentes no mercado. Pelo fato de ser leve e possuir dimensões relativamente
grandes, o içamento deste tipo de carga sofre considerável influência das ações do
vento em função da altura de elevação.
Para utilizar guindastes com alcance de lança menor sugere-se que os módulos dos
demais blocos devam ser colocados logo após a finalização de uma seqüência de
duplas do bloco anterior (ver seqüência de montagem nas figuras 132 e 133) para
evitar espaços muito confinados para a operação. A partir da elaboração da
seqüência de montagem tornou-se possível identificar quais equipamentos seriam
mais apropriados para a realização operação.
A partir destes estudos foi realizada uma simulação gráfica de montagem dos
módulos que apresenta suas principais etapas na figura 133. Estes tipos de
simulações são extremamente importantes para a segurança e garantia de
exeqüibilidade das operações e vem sendo cada vez mais utilizadas em projetos
industrias como, por exemplo, no projeto de plataforma de extração de petróleo, que,
no entanto, fazem uso de equipamentos mais específicos com artifícios
holográficos17 que permitem maior aproximação do projetista com a simulação.
17
Os artifícios holográficos são também conhecidos como hologramas e possibilitam a visualização
de projetos em 3 dimensões em um holoespace, ao invés de na tela do computador.
Capítulo 3. Ensaio Projetual: Projeto para escola municipal utilizando sistema modular 163
em LSF – Light Steel Framing
Outros equipamentos de maior porte e com uma margem maior de segurança, como
grua e guindaste telescópico (ver figuras 135 e 136), foram analisados e
apresentaram menor risco quanto à operação por possuírem maior capacidade de
carga e de alcance de lança. No entanto, neste trabalho, considerou-se mais viável a
utilização do equipamento de menor custo de forma a proporcionar uma maior
competitividade da construção modular em relação a construção civil tradicional.
4.1. INTRODUÇÃO
O Roteiro pré-estabelecido foi feito a partir do roteiro desenvolvido por Conde (2001)
e aborda os seguintes temas:
Capítulo 4. Fabricação: Análise das possibilidades de adotar a tecnologia de 166
construção modular em perfis de aço leve no Espírito Santo.
• aspectos técnicos;
• aspectos gerenciais; e
• aspectos financeiros.
Obs: As demais perguntas serão feitas caso não haja nas primeiras perguntas uma
resposta conclusiva.
4.3.1. Empresa 1
Segundo o entrevistado, a empresa não trabalha com perfis de aço leve, não possui
atualmente fornecedores dos perfis e dos componentes como parafusos e
Capítulo 4. Fabricação: Análise das possibilidades de adotar a tecnologia de 169
construção modular em perfis de aço leve no Espírito Santo.
Segundo o entrevistado, com a atual estrutura, a empresa também teria que assumir
certos riscos com relação a responsabilidade técnica sobre os módulos estruturais,
pois também não possui os equipamentos necessários para realizar ensaios de
resistência em perfis e estruturas espaciais. O entrevistado afirmou que não há
equipamentos dessa natureza no estado do Espírito Santo e que faz apenas o
controle de recebimento de matéria prima. Quando há necessidade se fazer ensaios
laboratoriais, manda o material para laboratórios situados no Rio de Janeiro e em
Macaé.
O entrevistado afirmou ainda que não possui equipamentos de ensaio para análise
de resistência de estruturas e que não tem como avaliar com as informações
passadas na entrevista, as dificuldades gerenciais para a produção de estruturas
espaciais seja por encomenda unitária, seja por encomenda em série.
O entrevistado afirmou ter boa interação com demais agentes da cadeia produtiva,
como transportadoras e empresas de montagem de estruturas metálicas.
4.3.2. Empresa 2
O entrevistado afirmou que a empresa não trabalha com perfis de aço leve e,
desconhece os fornecedores da matéria prima necessária para execução dos
módulos.
O entrevistado afirmou que a empresa conhece e tem boa interação com empresas
de montagem de estruturas metálicas espaciais, mas somente montagem de
estruturas com perfis de aço de maior espessura que o LSF.
5.1. SÍNTESE
Considera-se de uma forma geral, que o trabalho atingiu a maior parte de seus
objetivos, obtendo de forma sistematizada as informações a respeito da tecnologia
nos seus diversos aspectos, representando uma grande possibilidade de inovação
tecnológica nos setores de projeto, planejamento e construção de edificações para
diversos fins, destacando-se as edificações com grande número de repetições e que
necessitem de velocidade de conclusão.
Apesar deste trabalho não ter chegado a um nível de projeto executivo para
construção modular em LSF, considera-se que os resultados alcançados no ensaio
projetual são bastante consistentes, consistência esta proporcionada pela revisão
bibliográfica, pelo atendimento ao programa de usos, pelo atendimento à legislação
vigente e pelas análises realizadas de transporte e montagem dos módulos no
canteiro de obras.
Considera-se que para um maior avanço nesta etapa teria sido interessante o
desenvolvimento de demais projetos (hidrossanitário, elétrico, e de lógica, por
exemplo) e também do detalhamento do projeto estrutural, no que diz respeito ao
dimensionamento das ligações principalmente no que se refere ao desenvolvimento
de tecnologias adaptáveis à montagem na fábrica e posterior conexão in loco.
REFERÊNCIAS
ISSB – Iron and Steel Statistics Bureau. Estatísticas de produção mundial de aço.
Disponível em: <http://www.issb.co.uk/steel_news>. Acesso: Março de 2008.
SCI – The Steel Construction Institute. SCI Publication 176 - Case Studies on
Light Steel Framing. Series 1 e 2. 2006, 55 p. Disponível em <http://www.steel-
sci.org/lightsteel>. Acesso: Março de 2007.
SILVA M.G. ; SILVA, V.G. Painéis de Vedação. Rio de Janeiro: IBS – Instituto
Brasileiro de Siderurgia e CBCA – Centro Brasileiro da Construção em Aço, 2003, 59
p., 2003.
VARGAS, M.R. Resistência ao Fogo das Estruturas de Aço. Rio de Janeiro: IBS –
Instituto Brasileiro de Siderurgia e CBCA – Centro Brasileiro da Construção em Aço,
2003, 75 p. 2003.
ANEXOS
ANEXO A – Plantas Técnicas
ANEXO B – Perspectivas
ANEXO B.1 - PERSPECTIVAS PANORÂMICAS
ACESSO PRINCIPAL