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7 de novembro de 2009

ATOPIA CANINA: Abordagem integralista

A dermatite atópica (DA), também chamada de atopia, é uma enfermidade de pele


muito comum nos dias de hoje e que se apresenta cada vez mais freqüente no dia a dia
das clínicas veterinárias que atendem pequenos animais.

A queixa principal é sempre o PRURIDO e consequentemente surgem as lesões de pele


resultantes do auto traumatismo e infecções secundárias por bactérias e fungos. Estas
lesões secundárias podem apresentar-se sob a forma de crostas, alopecia (ausência ou
rarefação de pelos), lignificação (pele rachada e aparentemente espessada, sem pelos) e
hiperpigmentação (pele escura, preta mesmo). As áreas mais afetadas são a face,
principalmente ao redor dos olhos e boca, as patas ( principalmente nas extremidades e
entre os dedos), região abdominal ventral, inguinal, axilar, face flexora da articulação do
tarso e face extensora da articulação do carpo, pina (extremidade das orelhas), canal
auricular externo(ouvido), genitália feminina e ânus.

Quando a pina e o canal externo encontram-se afetados, a otite externa surge


normalmente como sua complicação. Há relatos de que mais de 80% dos animais com
DA apresentam otites. Infecções secundárias com leveduras e bactérias são
freqüentemente encontradas nestas otites.

O DIAGNÓSTICO
A suspeita se baseia na localização das lesões e pela exclusão das demais dermatopatias
alérgicas, parasitárias, hormonais e nutricionais. Não há exames laboratoriais que
confirmem o diagnóstico de atopia.
Algumas raças apresentam predisposição genética para apresentar a DA, como goldens,
labradores, pastores alemães, weast highland terriers, e as pequenas raças como shitzu,
maltês, lhasas e poodles, sendo estas últimas quatro as que mais atendo no meu
consultório com quadros de atopia, mas qualquer raça pode ser afetada, inclusive os sem
raça definida. Fêmeas parecem ser mais afetadas que machos (60 e 40%
respectivamente). A faixa etária mais afetada está entre 1 e 3 anos (mais de 60% dos
casos), seguida por geriátricos (acima de 7 anos) e pediátricos (até nove meses de vida).

O diagnóstico da dermatite atópica esta relacionado aos antecedentes do paciente


(dermatites e otites recidivantes que respondem a terapia com corticóides); sinais
clínicos como prurido e vermelhidão da pele, afetando os ouvidos, o focinho, os olhos,
as superfícies flexoras, as patas e a parte ventral do organismo animal; diagnóstico
diferencial com outras patologias de pele como sarna sarcóptica, sarna demodécica,
malaceziose disseminada e outras; falta de resposta a dietas de eliminação
hipoalergênicas de duração mínima de 6 semanas, que utilizam uma proteína nova na
alimentação. Não costumo indicar provas de alergia para estabelecer um diagnóstico, já
que de 10 a 20% dos cães clinicamente atópicos apresentarão provas sorológicas e
intradérmicas negativas, além do que o teste de sensibilidade tem um custo altíssimo
para a maioria dos cuidadores.

A dermatite atópica é uma enfermidade multifatorial da qual fazem parte tanto


componentes alérgicos, como defeitos na barreira cutânea, infecções microbianas e
outros fatores exacerbantes (agravantes).
Vejamos alguns dos possíveis fatores exacerbantes:

Ectoparasitas – As pulgas e os carrapatos podem ser uma complicação nos casos de DA,
assim como a sarna sarcóptica, e a sarna demodécica, estando esta última associada a
imunosupressão.
Infecções bacterianas e por leveduras – são freqüentemente responsabilizadas pelos
quadros de dermatites, mas na verdade podem ser uma conseqüência do quadro atópico
ou simplesmente cursarem conjuntamente com o quadro. A imunosupressão ( ou baixa
da imunidade) pode favorecer o surgimento de infecções por malassezia e stafilococos
concomitantes ao quadro de DA.

Estresse – é uma sobrecarga sobre os sistemas de controle e adaptação do indivíduo e


que podem precipitar ou exacerbar sinais clínicos dermatológicos.
Alguns exemplos de estresse ambiental e social: estimulação mental inadequada,
exercícios inadequados, interação inadequada com a família e outros animais, acesso
limitado a fontes essenciais (comida, água, abrigo), isolamento social, conflitos de
status, conflitos relacionados a território, adição ou perda de membros da família,
alteração de saúde de um ou mais membros da família, alteração da rotina diária, casa
ou ambiente novo, alteração do ambiente físico, viagem, hospitalização, etc.
“O ESTRESSE PSICOLÓGICO É MAIS EFICAZ QUE O FÍSICO PARA BAIXAR
AS DEFESAS IMUNOLÓGICAS CUTÂNEAS.”

Efeitos ambientais – extremos de temperatura e humidade, superfícies irritantes ou


abrasivas, etc.

REVITALIZANDO A BARREIRA CUTÂNEA


Cães atópicos apresentam defeitos na barreira cutânea, especialmente no cemento
celular, que é formado por lipídeos (gorduras),principalmente por ceramidas. As células
e os espaços lipídicos intercelulares são os componentes principais desta barreira e
quando há uma desestruturação desta barreira o resultado é a perda de água, uma maior
penetração de antígenos e produtos químicos, e um aumento da aderência de
estafilococus à superfície dos corneócitos (células superficiais da pele).
No esquema acima: barreira epidérmica desestruturada à esquerda e íntegra à direita.

A nutrição contribui para melhorar a produção de ceramidas e, desta forma, fortalecer a


função da barreira da pele. Mediante o uso de nutrientes adequados, que atuam sobre a
resposta inflamatória, como ácidos graxos poliinsaturados Omega 3 e os que atuam
sobre a resposta imunitária, como os probióticos, verifica-se a melhora estrutural da
barreira cutânea e uma diminuição e até o controle dos sinais clínicos da atopia, como
escamação, prurido e inflamação da pele. A prevenção e o controle das
hipersensibilidades alimentares, com a utilização de dietas hipoalergênicas e alimentos
de alta digestibilidade, também apresentam grande valor no tratamento e prevenção da
atopia.
Os nutrientes que se consideram importantes para a melhoria da função da barreira
cutânea são:
- zinco: como redutor da inflamação
- Ômega 3 : redução da inflamação
- Algumas vitaminas do complexo B(Inositol, colina, pantotenato, nicotinamida ) e o
aminoácido histidina: atuam sobre a síntese da barreira lipídica epidérmica.
- Aloe Vera e curcumina – promovem o aumento dos fibroblastos (uma das células
constituintes do tecido conjuntivo entre as células); a síntese de proteoglicanos ( que
atraem água pra os tecidos); da produção de TGF (proteína que controla a proliferação
celular); e redução da inflamação.
E A ALIMENTAÇÃO?
Outro importante passo no tratamento da atopia é, ao meu ver, a alteração alimentar
para dieta caseira, que faz parte do meu protocolo de tratamento em várias patologias. A
não utilização de aditivos alimentares como conservantes, corantes, aromatizantes, e
outras dezenas de "antes" acrescidos aos alimentos industrializados, por si só já ameniza
os sintomas de prurido e vermelhidão na pele, observados na minha prática clínica.
Cada indivíduo deve ter o seu cardápio adaptado as necessidades individuais, baseados
em atividade, condição corpórea, patologias que cursam concomitantes, rotina do
proprietário, etc.

A terapia tópica (local), deve visar efeitos hidratantes ( que conduzem água para a pele,
p.ex. proteínas do leite), emolientes (que retêm a água na pele, p.ex. óleo de semente de
uva), umectantes (que atraem água para a pele, p.ex. algas marinhas); reparadores (
ceratina hidrolizada p.ex.); e vitaminas ( E ), seja na forma de xampus, cremes, loções
ou gel.
Os proprietários de animais atópicos devem estar cientes de que, provavelmente, terão
que controlar a atopia de seus animais por toda a vida deles e que haverá períodos piores
e melhores no decorrer de suas vidas. Portanto, optar por terapêuticas com o mínimo de
efeitos colaterais e que visem o controle dos fatores ambientais e psicobiológicos, seria
o caminho para melhorar a qualidade de vida dos nossos pets. Dentro da proposta
integralista em saúde, devemos valorizar a educação do cuidador no controle de
alergenos de ácaros, de aeroalergenos e trofoalergenos (presentes em alimentos), no
controle de doenças psicogênicas e psicossomáticas, no controle alimentar e nas
suplementações com nutracêuticos adequados, que são alimentos ou parte deles que tem
a capacidade de proporcionar benefícios a saúde.

Com relação ao tratamento homeopático, como vivo insistindo em todas as minhas


postagens, deve-se ter em mente que não existem fórmulas mágicas que servem para
todos os animais com a doença. A abordagem individual deve ser o foco do homeopata
para que o indivíduo se estabilize e para que possamos controlar os episódios que
surgirão com maior ou menor intensidade, na dependência de fatores desencadeantes e
exacerbantes, intrínsecos e extrínsicos ao indivíduo, mas que só a ele pertencem.
Tratamos doentes e não doenças. Quando recebemos, em nossos consultórios
homeopáticos, animais que já vem sendo medicados por muito tempo com terapias do
tipo supressoras, como corticóides, antihistamínicos, quimioterápicos,
imunomoduladores, etc., devemos orientá-los no sentido de que poderão ocorrer
agravações no início da terapia homeopática e de que o tempo que necessitamos para
estabilizar o animal é maior quão maior foi o tempo em que se utilizaram tais
medicações. Não é um tratamento simples e em muitos casos bastante demorado.
Necessita da cumplicidade e confiança do proprietários, que deve ser muito observador
e colaborativo, não faltar aos retornos para avaliação e medicar adequadamente.

Neste texto não abordei os tratamentos convencionais alopáticos por haver extensa
bibliografia sobre o assunto em diversos sites da internet e também, porque não acredito
nessas terapêuticas que na minha prática clínica alopática, por 18 anos, simplesmente
não vi resultados que valessem a pena, em troca de tantos efeitos colaterais decorrentes
delas.

Referências Bibliográficas:

Muller, R.S. Diagnosis and treatment of canine atopic dermatitis


Ralf S. Mueller DipACVD, DipECVD, FACVSc
Proceedings of the 33rd World Small Animal Veterinary Congress 2008 - Dublin,
Ireland. Disponível em: http://www.ivis.org

Nuttall,T. Tratamiento de la dermatitis atópica


Veterinary Focus / / Vol 18 No 1 / / 2008
Disponível em: http://www.ivis.org

Prelaud, P., Harvey, R. Dermatología canina y nutrición clínica


Enciclopedia de la nutrición clínica canina – Royal Canin
Disponível em: http://www.ivis.org

Farias, M.R. Síndrome Dermatite Atópica Canina: consenso.


Disponível em :
http://www.sovergs.com.br/palestras/Dr_Marconi_de_Farias_Sindrome_Dermatite_Ato
pica_Canina_consenso.pdf
Postado por CARMEN COCCA às 14:04 0 comentários Links para esta postagem
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