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Lucero
Title
Civilizacào e barbàrie no romantismo latinoamericano: aproximando facundo,
de sarmiento, e o cabeleira, de Franklin Távora
Permalink
https://escholarship.org/uc/item/3sq9n0zj
Journal
Lucero, 17(1)
ISSN
1098-2892
Author
Moraes, Anita
Publication Date
2006
Peer reviewed
ANITA M.ORAES
UNICAM P
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C IV IL IZ A Ç Â O E B A R B À R I E NO R O M A N T IS M O L A T IN O A M E R IC A N O
A
noçào de civilizaçâo forja-se no cham ado esp ato s (o interior e o litoral) e de projetos de na^áo
m undo ocidental com o destinada a servi que se confundem com um "projeto civilizador”,
lo em seus esforços de descriçâo de seus tom ando as form as de urna conquista colonial.!
próprios processos históricos e na classificaçâo C on tar a vida do terrível C abeleira, pondera
de diferentes povos. Participa desses esforços o Franklin Távora, bandido cruel, lem brado pela
de prescrever açôes individuáis e coletivas. E na poesía popular, tem urna inten fáo precisa: im porta
prescriçâo do “dever ser” que a noçào de civilizaçâo narrar a vida desse crim inoso porque ele poderia náo
adquire a força de um valor. Entre o "fato”, a pretensáo ter sido o "facinoroso” que foi, náo fossem algum as
descritiva, e o “valor”, os anseios norm ativos, forja circunstáncias que o desviaram do "caminho do
se, com o advento d as Luzes, a palavra civilizaçâo bem ”. O rom ance O Cabeleira ocupa-se ju stam en te
(Starobin ski 11-13). Longe de ter urna referencia de apontar sob quais circunstáncias hom ens sáo
precisa, é noçâo complexa, convergente de noçôes reduzidos a feras:
diversas com o urbanidade, progresso técnico, cultura
d as artes e ciencias. N a m edida em que se im buí de "M erecem -nos particular m editagáo,
valor, a categoria "civilizaçâo" é dispu tad a, vigorando ao lado dos que ai se m ostram dignos
em discursos diversos, até m esm o aparentem ente da gratidáo da patria (...), alguns vultos
antagónicos. A o longo do século X I X e do X X , os infelizes, em quem hoje veneraríam os talvez
colonialism os (británico, francés, portugués, belga, m odelos de altas e varonis virtudes, se certas
etc.) recorreram a esta noçâo convergente (e bastante circunstáncias de tem po e lugar, que decidem
elástica), configurando ideologías im periais afins do s destinos das n afó es e até da hum anidade,
com seus intéresses. Porém , a dicotom ia civilizaçâo náo p udessem desnaturar os hom ens,
e barbàrie, e m esm o a ideologia im periai que nela se torn ando-os a^oites d as gerafóes coevas e
funda (cuja deform açâo m aior consiste em defender algozes de si m esm os. En tra neste núm ero
corno progresso situaçôes coloniais, de exploraçâo o protagonista da presente narrativa, o qual
e violência), foi decisiva na form açâo náo apenas se celebrizou na carreira do crime, m enos
d as novas colonias (A ppiah ; M udim be; S a id ), m as p or m aldade natural, do que pela crassa
tam bém no processo de form açâo das novas naçôes ignoráncia que em seu tem po agrilhoava os
latino-am ericanas (Berriel). bons instintos e deixava so ltas as paixóes
A ficçâo rom ántica brasileira de caráter canibais.” (31)
regionalista, em particular aquela que se dedica à
“violência no cam po”, recorre à dicotom ia civilizaçâo D e m aneira análoga: se n ascido nos dom inios
e barbàrie na costruçâo do espaço rural em da civilizadlo, Facundo, d o tad o do tem peram ento
oposiçâo ao espaço urbano (C an d id o 3 4 2 -3 ). N o privilegiado daqueles que nasceram para mandar,
romance O Cabeleira (1 8 7 6 ) de Franklin Távora, a provavelmente teria sido gran dioso. M as a vida no
com posiçâo d as noçôes de civilizaçâo e barbàrie é cam po, considera Sarm iento, m arcada pela m ais aguda
central. Parece-nos que urna aproxim açâo entre este ignoráncia, destina-o á ferocidade. “A sociedade em
rom ance e a im portante obra Facundo (1 8 4 5 ) do que nascem dá a m aneira especial de m anifestar-se:
argentino D om in go Faustino Sarm iento, perm íte sublim es, clássicos, por assim dizer, váo á testa da
nos destacar a com posiçâo destas noçôes nas duas hum anidade civilizada em alguns lugares; terríveis,
obras oitocentistas. Perm ite-nos ainda n otar um sanguinários e m alvados, em ou tros sáo su a mancha,
em preendim ento com um entre intelectuais brasileiros seu opróbrio” (87). Sarm ien to, com o Távora, dispóe-
e argentinos envolvidos com a construçâo de suas se a contar a historia de um hom em das cam panhas,
respectivas naçôes: o recurso à dicotom ia civilizaçâo privado das práticas civilizadoras próprias da cidade.
e barbàrie p ara o estabelecim ento de distinçôes entre A m b os preocupam -se em definir as causas do caráter
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entreposto ocupariam a m argem , hoje nua e constituindo-se tam bém num conjunto de técnicas
solitària, o cóm oro sem vida e sem p rom essa; e práticas que tratam e refinam a natureza, m as
o arado percorreria a regiáo que de presente a natureza do hom em : a cultura do espirito, d as
pertence à floresta escura. O estado natural, m aneiras, a polidez.
espancado pelas torrentes de imigra^áo A “brutalidade” e o'caráter sanguinàrio” de n ossos
espontánea que lhe viessem dispu tar os dois heróis, C abeleira e Facundo, náo teria m aior
dom inios im produtivos para os converter em causa que o parco desenvolvim ento da inteligencia
m agníficos em porios ter-se-ia ido refugiar acom panhado de excessivo desenvolvim ento da força
nos sertóes rem otos donde em breve seria física ( W hite 187). N áo tendo acesso nenhum à
novamente desalojado. Urna face nova teria escola, com o Cabeleira, ou apenas ao ensino m ais
vindo suceder ao brilhante e m ajestoso painel básico, com o Facundo, n ossas personagens sáo
da virgem natureza. N a o se m ostrariam m ais privadas da form açâo que canalizaría sua vocaçâo
aqui as tendas negras da fom e e da nudez. O gran diosa a serviço da civilizaçâo. A ignorancia,
trabalho, o capital, a econom ia, a fartura, a "que em tod as as terras e em to d as as idades tem
riqueza, agentes indispensáveis da civ iliz ad o sido considerada com razáo a origem das principáis
e grandeza d o s povos, teriam lugar em inente desgraças” (T ávora 6 3 ), parece levar C abeleira e
nesta im ensidade onde vem os unicamente Facundo a agir sob o dom inio de baixos instintos.
águas, ilhas, planicies, seringais sem firn.” (26) S en d o a escola urna instituiçâo em inentem ente
urbana, funcionando de acordo com a vida das
N a o é à toa que am bos fazem uso de exem plos cidades, é impraticável em regióes rem otas: "O n d e
am ericanos e nao europeus, apesar de ser a Europa colocar a escola para que cheguem a receber liçôes as
o foco irradiador da civ ilizad o . O exem plo norte crianças dissem inadas há dez léguas de distáncia, em
am ericano faz crer ñas grandes p ossibilidades de se to d as as direçôes? A ssim , pois, a civilizaçâo é de todo
transplantar a c iv iliz a d o européia para as A m éricas irrealizável, a barbàrie é norm al —e precisa se dar
(C an d id o). D escon siderando p or com pleto os povos graças se os costum es dom ésticos conservam algum
indígenas destas térras, elem entos antes de barbàrie resquicio de m oral" (Sarm iento 36). O n d e náo pode
que de civilizad o , deseja-se que sejam povoadas por chegar a escola, náo há civilizaçâo (C an d id o 3 4 3 ).
im igrantes capazes de ensinar ao am ericano com o A sso ciad a ao ensino está a religiáo cristá, que, em O
explorá-las (G árate 120-121). M ercado, comercio, Cabeleira, ganha destaque: a esta instituiçâo deve-se,
industria, sao palavras que giram em torno d a palavra na sugestáo do romance de Távora, o "resquicio de
civ ilizad o . Távora m enciona a agricultura com o m oral” apontado p or Sarm iento.
pràtica desbravadora, prim eira a^áo civilizadora que C abeleira, ou José, é filho de boa mâe, Jo a n a , e
póe abaixo a floresta escura.2 Tanto Távora com o abom inável pai, Joaqu im . A prim eira, devota a D eus;
Sarm ien to sugerem ser pròpria da barbarie ou das o segundo, incrédulo. Jo aq u im é baixo, corpulento,
regióes pouco povoadas, a natureza nao tratada, desarm onioso ñas form as; ao contràrio do filho, bem
sinónim o de pobreza; e da civilizad o , d as cidades, feito de "vigorosas form as”. O narrador nos lem bra que
riqueza e fartura. À dicotom ia civ iliz ad o / barbàrie "por seus predicados naturais [Jo sé/C ab e leira] náo
e cidade / cam po, associam -se outras: estava destinado a ser o que foi" (6 2 ), ao contràrio do
riqueza / pobreza, natureza transform ada / natureza pai, cuja bestialidade é denunciada pelo desajeitado
intocada. O conjunto de técnicas que tornam a físico. Joaqu im , “gènio da destruiçâo", náo deixa, por
natureza em riqueza, com o tudo o que se considera sua vocaçâo ao mal, de ser vítim a. R egido p o r “baixas
ser essa riqueza, parece definir o que seja civ ilizad o . paixóes",“que à som bra da ignorancia, da im punidade
H á , ainda, um tra^o, privilegiado p or n ossos dois e d as florestas haviam crescido sem freio e lhe tinham
autores, que náo tem propriam ente a ver com riqueza, apagado os lam pejos da consciencia racional que todo
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hom em traz do berço" (3 0 ), su a disposiçâo ao mal Q u an to m ais m edito sobre este assunto,
foi exacerbada pelas circunstâncias, p o r viver im erso m ais me parece que o evangelho que ensina
na barbarie. N o seio da civilizaçâo, su a consciencia a pobreza voluntária, considerada, pela
encontraría abrigo, possib ilid ade de se desenvolver. m oderna ciencia, um absurdo económ ico, e
Religiáo e civilizaçâo aproxim am -se nesse romance. um im possível social, é antes um código de
C abeleira teria m elhor destino se sob a guarda d a mâe m oral prática sujeito á revisáo da sabedoria
que, apesar de ignorante, entendia d as leis de D eu s. dos tem pos, do que um corpo de leis de urna
O narrador náo se im iscui da explicaçâo: na falta de religiáo im utável” (1 9 4 ).
escolas, as práticas religiosas, m esm o que de form a
m enos vigorosa, educam o povo. A reza do terço é N o que confronta o ideal de c iv iliz a d o em sua
"prática gérai a que em grande parte se deve referir versáo oitocentista, "de cunho urbano-republicano-
o adoçam ento dos costum es dessas povoaçôes antes burgués" (G árate 6 5 ), a religiáo deve ser reform ada.
de haverem sido do tad as com as escolas e com os Em Facundo destaca-se o que a religiáo teria de
institutos de educaçâo que atualm ente as dispu tam à arcaica, opon do-a á civ iliz ad o e instaurando nova
ignorância com m ais vigor e proveito” (1 0 2 ). C abeleira, dicotom ía, análoga á barbárie / civ ilizad o , a dicotom ía
arrancado do seio m aterno, bom e cristáo, perde-se arcaico / m oderno. C órdob a, em o p o sifáo a Buenos
na floresta escura com o diabólico pai. Redim e-se A ires, é dom inio da religiáo, tendo, portanto, aspecto
quando reencontra Luisinha, com panhia igualm ente medieval. S e em term os espaciáis a fronteira entre
virtuosa e crista. A mulher, esclarece o narrador, se em civ ilizad o e barbárie está entre a E u ropa e o restante
circunstâncias favoráveis (expostas ao meio social e do m undo —com ressalvas á A m érica do N o rte - ,
em convivio com entes esclarecidos), com su a doçura em term os tem porais, a fronteira da civ iliz ad o com
e devoçâo, influencia positivam ente na form açâo dos a barbárie data do advento d as L u zes. A E span ha,
costum es. “A s suas forças [da mulher] elevam -se à atrasada, anacrónica, com o a C ó rd o b a argentina, vive á
altura das potencias triunfantes, onde quer que seja o m aneira medieval. Para o progresso da civ iliz ad o das
m undo m oral, nao o caos, m as urna criaçâo gran diosa A m éricas, a Franca é o grande farol.
e harm ónica, em conform idade ás leis da estética crista Tanto em O Cabeleira com o em Facundo,
e as altas conquistas d a civilizaçâo” (6 2 ). estabelece-se, dentro da religiáo, nova dicotom ia:
Starobin ski sugere na palavra civilizaçâo um religiáo da cidade versus religiáo do cam po, ou
"substituto laicizado d a religiáo” (1 4 ). S e u caráter verdadeira religiáo versus religiáo deform ada.
dinám ico e expansionista reencenaria o m ovim ento A religiáo crista é deform ada no cam po, conta-
de catequese. E m nom e da civilizaçâo far-se-á o que nos Sarm iento, reduzindo-se á religiáo natural:
fora feito pela religiáo: absorçâo e desaparecim ento "E is ao que se reduziu a religiáo ñas cam panhas
de outras culturas no seio da civilizaçâo ocidental p astoris: á religiáo natural. O cristianism o existe,
(M udim be 4 7 ). O elogio à catequese reforça a com o o idiom a espanhol, num a espécie de tradifáo
aproxim açâo: ao elogiar a cadeira episcopal de O lin da, que se perpetua, m as corrom pido, encarnado
o narrador de O Cabeleira conta-nos das virtudes de em superstigóes grosseiras, sem in str u y o , sem
um bispo que havia despen dido to d as as rendas "na culto, e sem co n v ien es” (3 7 ). C o m o su p erstifáo
sustentaçâo d as trinta m issóes de indios que reunirá e grosseira, o narrador de O Cabeleira fala da crencha
visitara no seio de in óspitos sertóes” (5 4 ). N o entanto, de Florinda, m áe adotiva de Luisinha, na existencia
apesar de dedicar varios d o s "apontam entos históricos” do diabo - principio maligno que náo participa da
que atravessam o rom ance a figuras eclesiásticas e de, doutrina católica na qual o m al náo é substancia
em sua tram a, destacar positivam ente a religiáo, esta e sim falta de bem . A supersti^áo, em lugar da
revela-se sujeita a revisáo sob a luz do progresso: verdadeira religiáo, ata, m ais urna vez, os hom ens á
ignoráncia. Fortem ente católico, O Cabeleira enfatiza
a necessidade de e d u c a d o , de urna in stitu id o que
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E acrescenta: ‘ A ju sti^a executou C abeleira p or crim es O u seja, se num prim eiro m om ento poderíam os
que tiveram sua principal origem na ignorancia e na supor que as categorías civilizando e barbárie seriam
pobreza” (1 9 2 ). A defesa de n osso herói p assa pela tem atizadas ñas obras, num a leitura m ais atenta
sugestáo de que nao poderia responsabilizar-se por podem os perceber que participam de algo anterior:
seus atos p or nao ter tido estudo ou riquezas. C rescido a operando d essas categorías determ ina as próprias
alheio á civilizando, deve ser tutelado e nao m orto. estratégias discursivas de O Cabeleira e Facundo.
Se alguém houvesse dito entáo a jo s é C ésar
[governador da provincia] que sua pátria em
m enos de um século riscaria de sua legislando
a pena que ele im punha com tam anho arbitrio
a tres desgranados a quem faltava a instrunao
m ais elementar, teria ouvido o poderoso
agente da realeza m etropolitana classificar
como urna utopia dos sonhadores do século
X V III esta brilhante conquista de nossas
luzes (188).
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O b r a s c it a d a s F o o tn o te s
Appiah, Kwame Anthony. Na casa de meu pai, a África na 1 Vale lembrar, aqui, que Domingo Faustino Sarmiento
filosofía da cultura. Rio de Janeiro: Contraponto,1992. esteve exilado alguns anos no Brasil, no Rio de
Bakhtín, Mikhail. Problemas da poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro, em meados do século XIX, tornando-se,
Janeiro: Editora Forense-Universitária, 1981. entao, bastante próximo do Im perador D. Pedro II e da
Berriel, Carlos E. Ornelas. Tietê, Tejo, Sena: a obra de Paulo intelectualidade brasileira da época, tendo, inclusive,
Prado. Campiñas: Papirus, 2000. contribuido para o Instituto Histórico e Geográfico
Candido, Antonio."Literatura e Subdesenvolvimento" Brasileira (G árate 21-88).
América Latina em sua literatura. Org. César Fernandez
Moreno. Sâo Paulo: Perspectiva, 1960. 2 Para frisar o caráter convergente "de lugares comuns
Eagleton,Terry. Teoría da literatura: urna introduçào. Sâo que circulam no ocidente desde a antigüidade greco-
Paulo: Marins Fontes: 1994. latina" sugerido por Gárate (65), recorremos a Hyden White.
Elias, Norbert. O Processo civilizador (vol I). Rio de Janeiro: Discorrendo sobre a categoría do Homem Selvagem em
Jorge Zahar Editor, 1994. sua versáo medieval, White considera que:"Dos tempos
Gárate, Miriam Viviana. Civilizaçâo e barbarie n'Os sertôes. bíblicos aos dias de hoje, a n o d o de Homem Selvagem
Campiñas: Mercado de Letras; Sâo Paulo:FAPESP, 2001. esteve associada á idéia de regiáo selvagem - o deserto,
Mudimbe, V.Y. The Invention o f Africa. Bloomington e a floresta, a selva e as montanhas -, aquelas partes do
Indianapolis: Indiana University Press, 1988. mundo físico que ainda nao haviam sido domesticadas
Said, Edward. Orientalismo, o Oriente como invençâo do ou demarcadas para a dom esticado de algum modo
Ocidente. Sâo Paulo: Companhia das Letras, 1990. significativo" (173).
Sarmiento, Domingo Faustino. Facundo; civilizaçâo e
barbarie no pa m p a argentino. Porto Alegre: Editora da 3 Tomamos este conceito de Bakhtín.Grosso modo,
UFRGS, 1996. podemos dizer que Bakhtín alcunha de monológico um
Starobinski, Jean. As mascaras da civilizaçâo. Sâo Paulo: romance em que o narrador ocupa lugar sobreposto a
Companhia das Letras, 2001. personagens e leitor; e dialógico aquele em que o narrador
Tâvora, Franklin. O Cabeleira. Rio de Janeiro: Editora Très, se encontra na mesma p o sid o destes outros elementos
1973. narrativos, nao tendo ponto de vista privilegiado.
White, Hayden. Trópicos do discurso. Sâo Paulo: Edusp, 1994.
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Anita Martins R. de M oraes é
M estre em L iteratu ra B rasileira pela
U N I C A M P (C am p in as-SP , B rasil)
e, atualm ente, d o u toran d a em T eoria
L iterária na m esm a universidade. E m
su a d isse r ta r lo d e m estrad o, Os limites da
civilizando na escrita do sertáo, investigou
a o p e r a d o d a s categorías c iv iliz a d o
e b arb àrie em rom ances brasileiros.
N a atualidade, dedica-se ao estud o de
literatu ras africanas.
V ______________________________ )
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