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Organizadoras:
Cristina Maria Quaggio
Jamile Cristina Albiero Silva
Mariane Aparecida Terssoni da Conceição
Talita Cristina de Moraes
ILUSTRAÇÃO DA CAPA
LISTA DE TERMOS
Acolhimento É o momento de escuta inicial, a partir da
queixa, para formular a demanda de
atendimento; requer técnicas, posturas e
reorientação dos profissionais na organização do
processo de trabalho, permitindo o acesso e o
acompanhamento de cada pessoa em seu PTS.
Assembleias Uma das modalidades de grupos oferecidas nos
CAPS semanalmente, sendo um espaço de
convivência e de discussão de questões
referentes ao serviço, favorecendo o
protagonismo dos usuários e familiares.
Busca Ativa Ação que tenta identificar o motivo da ausência
dos usuários ao serviço e resgatar o vínculo e a
continuidade do acompanhamento, de acordo
com seu PTS.
Clínica Ampliada A clínica ampliada é uma das diretrizes que a
Política Nacional de Humanização propõe para
qualificar o modo de se fazer saúde. Ampliar a
clínica é aumentar a autonomia do usuário do
serviço de saúde, da família e da comunidade. É
integrar a equipe de trabalhadores da saúde de
diferentes áreas na busca de um cuidado e
tratamento de acordo com cada caso, com a
criação de vínculo com o usuário. A
vulnerabilidade e o risco do indivíduo são
considerados e o diagnóstico é feito não só pelo
saber dos especialistas clínicos, mas também
leva em conta a história de quem está sendo
cuidado.
Cuidadores de SRT São os profissionais que trabalham nos Serviços
Residenciais Terapêuticos, englobando ações no
domicílio, na comunidade local, no lazer, na
família, e outros, de acordo com o PTS de cada
morador, acompanhando-o nas Atividades de
Vida Diária (AVDs) e Atividades de Vida
Prática (AVPs) e favorecendo a autonomia e
independência possíveis para cada um nessas
atividades.
Desempenho ocupacional Participação do indivíduo no contexto da vida
diária, como resultado de interações entre a
pessoa, o ambiente e a ocupação. É formado por
contextos de desempenho (cultural, social, físico
e institucional), por áreas de desempenho
(autocuidado, produtividade e lazer) e
componentes de desempenho (afetivo, cognitivo
e físico).
Ecomapa Consiste na representação gráfica dos contatos,
das relações, ligações e interações entre os
membros da família e também com os outros
sistemas sociais.
Genograma Diagrama que detalha a estrutura e o histórico
familiar fornecendo informações sobre os
vários papéis de seus membros e das diferentes
gerações; fornece as bases para a discussão e
análise das interações familiares e os laços de
afetividade.
PTS Conjunto de propostas e condutas terapêuticas
articuladas para os usuários dos serviços,
direcionadas às suas necessidades. Dispositivo
potencial para o planejamento das ações em
saúde, especialmente nos serviços onde o
trabalho está organizado na lógica de Apoio
Matricial e Equipe de Referência, como CAPS,
por exemplo. A elaboração do PTS deve ser
coletiva, ou seja, feita pelos técnicos da equipe,
pelo usuário e familiares.
Técnico ou terapeuta de referência Profissional da equipe responsável pelo
acompanhamento do usuário, pelo seu PTS, pelo
contato com a família e demais
serviços/profissionais da rede e pela avaliação
dos objetivos traçados inicialmente.
Território Espaço delimitado não só geograficamente, mas
também pelas relações ali estabelecidas como as
relações de poder, trocas sociais e materiais, por
exemplo.
INTRODUÇÃO
Ressaltamos que essa primeira publicação tem a proposta de ser um guia inicial
para indicar alguns caminhos para os colegas terapeutas ocupacionais inseridos em
serviços que realizem o cuidado às pessoas em sofrimento mental.
1. O que é Desinstitucionalização?
A partir da Reforma Psiquiátrica brasileira, iniciada no final dos anos 70, com a
mobilização de profissionais da saúde mental e dos familiares de pacientes com
transtornos mentais, esse movimento se inscreve no contexto da redemocratização do
país e na mobilização político-social que ocorre na época. Já no final da década de 80
os hospitais psiquiátricos começam a fechar, sendo a primeira experiência em São Paulo
o encerramento das atividades da Casa Anchieta em Santos.
Vale lembrar que no cenário brasileiro, esse processo tem papel importante na
vida das pessoas institucionalizadas e se inicia dentro do Hospital Psiquiátrico, pois é
intramuros que as equipes de desinstitucionalização iniciam o trabalho em conjunto com
os moradores para impedir a continuidade do sufocamento de um lugar social que os
mesmos não escolheram pra si.
Eles também deverão continuar seu tratamento nos CAPS de referência em seu
novo território e nos demais pontos de atenção da RAPS, de acordo com seu PTS.
SRT tipo II: nessa moradia o foco são os cuidados com a população mais
dependente devido aos longos períodos de institucionalização. Nesse caso, a
proposta é favorecer a reapropriação do espaço residencial e a inserção dos
moradores na rede territorial. Nesse tipo de moradia a demanda de cuidados com
a saúde, especialmente de um técnico de enfermagem é recomendada, podendo
acolher até 10 (dez) moradores.
É importante ressaltar que as pessoas egressas das internações de longa duração têm
direito a receber um benefício chamado Programa “De Volta para Casa” (PVC). Esse
Programa é um dos pontos de atenção do Componente de Estratégias de Reabilitação
Psicossocial da RAPS.
Para ser concedido o município que acolherá o morador deverá aderir ao Programa
junto ao Ministério da Saúde.
Além da nova casa, os egressos dos hospitais psiquiátricos devem continuar seu
tratamento, mas agora no CAPS e nos demais serviços da Rede, como citado
anteriormente. A seguir, apresentaremos os CAPS nas diferentes modalidades, formas
de funcionamento, suas atribuições e atividades que podem ser realizadas pela equipe e
pelos terapeutas ocupacionais.
Com essa gama de profissionais entende-se que esse trabalho permite promover
ações que englobam a interação no processo de educação, assistência, esporte, cultura,
lazer, a partir da elaboração dos projetos terapêuticos singulares.
Sabe-se que a realidade varia de lugar para lugar, mas o CAPS tem ações que
permitem atender esses diferentes contextos, nas seguintes modalidades:
CAPS III:
Atendimento diurno e noturno,
durante sete dias na semana, finais de
semana e feriados, para população
adulta de referência, para municípios
com 150 a 300 mil habitantes.
CAPS i:
Atendimento diário de crianças e adolescentes
CAPS ad e CAPS ad III:
Atendimento diário de usuários de álcool e outras drogas
Consulte também:
Educação Permanente
Cuidado compartilhado e colaborativo
Horizontalização do cuidado
Clínica Ampliada
http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_consultorio_rua.php
5.2 Unidades de Acolhimento como possibilidade para momentos de
maior vulnerabilidade
* Aumentar a capacidade das pessoas para viverem de modo mais independente e com
autonomia, ressignificando seus papeis sociais e produtivos;
* Favorecer o autocuidado.
UAs
Adulto Infanto-
Juvenil
Crianças e
Pessoas maiores adolescentes entre
de 18 anos de 10 - 15 vagas 10 e 18 anos 10 vagas
ambos os sexos incompletos, de
ambos os sexos
A distribuição dos leitos hospitalares de Saúde Mental deverá ser de 1 leito para
cada 23 mil habitantes, de acordo com a Portaria nº 1.101/GM/MS, de 12 de junho de
2002 e não deverá exceder o percentual de 15% do número total de leitos do hospital
geral, até o máximo de 30 leitos.
http://www.brasil.gov.br/observatoriocrack/cuidado/leitos-enfermarias-
especializadas.html
Sendo difícil a inserção no mercado formal de trabalho, cada vez mais distante da
realidade dessas pessoas, seja porque nunca tiveram essa vivência, seja porque o
preconceito permeia o retorno ao trabalho anterior, as cooperativas e demais
empreendimentos solidários têm se tornado uma alternativa de inclusão ao trabalho,
podendo devolver o direito à cidadania, através da inserção em atividades produtivas e
geradoras de renda.
São pontos estratégicos para a inclusão social dos usuários da RAPS, através da
construção de espaços de convívio e sustentação das diferenças no território,
considerando que a atenção em saúde mental nesse novo modelo passa a visar, como
finalidade permanente, a vida habitada com saúde na cidade, combatendo modelos
asilares de assistência.
Os primeiros Centros de Convivência e Cultura surgem no final da década de 1980
em São Paulo, como parte da rede de saúde mental com serviços territoriais. Tinham
como principal objetivo estabelecer comunicações e relações entre o que comumente
denominamos de clínica e social, isto é, permitir que usuários de saúde mental e
também a população com problemáticas sociais e de saúde, tivessem acesso aos espaços
públicos como os parques, centros esportivos, centros comunitários, num caminho mais
espontâneo e mais coletivo pela cidade, permitindo a circulação pelos espaços do
território.
Esse Componente da RAPS ainda não tem custeio do governo federal, mas tem
se mostrado uma importante estratégia para inserção dos usuários da RAPS,
principalmente quando as demandas pelo cuidado da saúde já foram encaminhadas e,
passam a precisar de outros espaços de convívio social e ampliação das redes de apoio.
Reabilitação Psicossocial
Psicanálise e a Terapia Ocupacional Psicodinâmica
Abordagem Junguiana
Referencial de Rui Chamone Jorge
Abordagem Sistêmica e Complexa
Essa autora ainda afirma que as equipes de saúde mental vivenciam essa
transição em suas práticas diárias, com contradições entre o novo paradigma
transdisciplinar e as velhas concepções centradas na doença, com equipes assistenciais e
saberes fragmentados, por exemplo. A abordagem complexa das demandas de saúde
atuais exige das equipes e serviços novas formas de trabalho com trocas criativas entre
as diferentes especialidades, enfrentando, entre outros desafios, a cisão entre os saberes.
Portanto, o pensamento complexo também tem se destacado com um dos
referenciais teóricos importantes para a prática da Terapia Ocupacional em Saúde
Mental.
Nesses locais são atendidas pessoas em todas as faixas etárias, com diferentes
necessidades de saúde e sofrimento mental.
No caso das crianças, é cada vez mais comum o atendimento em casos de TEA
(Transtorno do Espectro do Autismo), entre outros transtornos mentais.
http://ltc-ead.nutes.ufrj.br/constructore/objetos/Cart%e3oBabel.pdf