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Artigos de Revisão

A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA E O
PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
BATISTA, Carla Jeane Farias1

RESUMO

A psicopedagogia é um campo de atuação educacional indispensável no modelo de educação


atual. A inclusão é uma realidade em todas as escolas, sejam elas públicas ou privadas. Com
isso, os desafios em se fazer uma escola acolhedora que prima pelo desenvolvimento do
aluno, deve-se prezar que a instituição tenha um profissional psicopedagogo. Neste cenário,
quando o aluno apresenta uma dificuldade em aprender, mesmo com os recursos diferen-
ciados utilizados pelo professor, o psicopedagogo poderá entrar em cena para acompanhar,
avaliar, diagnosticar e encaminhar se necessário este aluno ao profissional especializado. A
escola, uma vez que acolhe o aluno, é responsável pela sua aprendizagem, e quando esta não
acontece de forma significativa, a mesma a buscar soluções para que essa dificuldade seja
amenizada ou solucionada.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino; Aprendizagem; Inclusão; Dificuldades de Aprendizagem.

INTRODUÇÃO
A Psicopedagogia é uma profissão que nos Este artigo vem pesquisar como acontece
últimos anos vem conquistando mais espaço a intervenção psicopedagógica durante o pro-
dentro das instituições de ensino, e principal- cesso de ensino aprendizagem escolar e se o
mente junto aos professores e toda comunidade Regimento Interno da escola e Projeto Político
escolar. Esse reconhecimento é devido ao seu Pedagógico contemplam a assistência ao aluno
papel e a sua ação junto aos professores e alunos por um psicopedagogo quando o aluno apresen-
nos desafios da dificuldade de aprendizagem. ta dificuldade em aprender. O instrumento para
Diante disso, o psicopedagogo nas escolas se faz o desenvolvimento deste estudo foi a pesquisa
fundamental no acompanhamento do aluno nas bibliográfica de autores e dos documentos “Re-
suas necessidades especiais, considerando os gimento Interno e PPP da escola”.
fatores físico, cultural, emocional, psicológico Está embasado nos estudos de Nádia Bos-
e pedagógico no qual os alunos estão inseridos. sa(1994) especificadamente no livro: “A Psico-
Ou seja, é um profissional que pensa e estuda o pedagogia no Brasil: Contribuições a partir da
aluno numa visão holística. prática” aborda principalmente os seguintes
A escola hoje é inclusiva e nela seus sujei- temas: transtornos mentais, psicopatologias,
tos aprendem e interagem em um ambiente mul- psicopedagogia, aprendizagem, dificuldades de
ticultural e sociocultural. Assim, os desafios do aprendizagem. O livro: “Psicopedagogia: traba-
psicopedagogo estão em saber a melhor manei- lhando competências, criando habilidades” de
ra de intervir para que este processo de ensino João Belclair (2004), busca a partir da própria
aprendizagem possa acontecer de forma consis- vivência do autor, ampliar alguns referenciais
tente e significativa dentro do ambiente escolar. sobre a formação inicial e continuada do psi-
O histórico do aluno e a avaliação diagnóstica são copedagogo. A leitura do Projeto de lei (nº 03.
itens que norteiam o trabalho, mas a interven- 124/97) que regulamenta a profissão do Psico-
ção, quando se faz necessária, deve considerar pedagogo também foi necessária a compreen-
além destes dados, também os fatores externos. são do papel, das atribuições desta categoria,

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embora que ainda não esteja regulamentada, Um imenso conjunto de pesquisas tem demons-
mas já foi aprovado pela Comissão de Trabalho trado que um ambiente estimulante e encora-
jador em casa produz estudantes adaptáveis e
da Câmara dos Deputados. muito dispostos a aprender, mesmo entre crian-
Bossa(1994) de forma simples e direta, ças cuja saúde ou inteligência foi comprometida
por meio da produção cientifica traz importan- de alguma maneira. Um estudo a longo prazo de
órgãos mentalmente retardados, por exemplo,
tes contribuições tanto na perspectiva teórico, descobriu que o Q.I. de crianças adotadas por
quanto na aplicação do cotidiano. As considera- famílias de inteligência normal subia mensura-
ções com relação ao objeto de estudo da psico- velmente, enquanto a inteligência daquelas que
permaneciam nas instituições, na verdade, de-
pedagogia sugerem que há certo consenso quan- clinava com o passar dos anos. (SMITH, 2007, p.
to ao fato de que ela deve ocupar-se em estudar 31)
a aprendizagem humana, porém é uma ilusão
pensar que tal consenso nos conduza, a todos, Nisto, percebe-se que a influência do am-
a um único caminho. Ela enfatiza que a função biente sobre a criança pode até determinar o
da pedagogia pensar: O que é educar, o que é rendimento escolar do aluno. Ambientes confli-
ensinar e aprender; como se desenvolvem es- tuosos, de brigas, de mazelas sociais, de falta
tas atividades; como incidem subjetivamente os de alimentação adequada, de higiene adequa-
sistemas e métodos educativos; quais as proble- da também influenciam no baixo rendimento, o
máticas estruturais que intervém no surgimento contrário também recebe influencia. Quando os
de transtornos da aprendizagem e no fracasso pais são leitores, quando a infância da criança
escolar; que propostas de mudança surgem. é respeitada e o ambiente familiar favorece a
Beuclair (2004), diz que, no ambiente da sala de autoestima e a motivação para a aprendizagem,
aula, o professor deve adotar o olhar e a escuta ela sem dúvida acontece de forma mais natural.
psicopedagógica como forma de identificar, in-
tervir e prevenir os problemas de aprendizagem
de modo a entender seu aluno. Smith e Strick INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA –
(2007) revelam que estudos mostram que ado- ORIGEM E CONCEITO
lescentes com dificuldades de aprendizagem
não apenas estão mais propensos a abandonar O novo dicionário Aurélio (1986, p.1412) da
os estudos, mas também apresentam maior ris- língua portuguesa conceitua o termo psicopeda-
co para abuso de substâncias químicas, ativi- gogia como “aplicação da psicologia experimen-
dade criminosa e até mesmo suicídio. O papel tal à pedagogia”. Sua origem data na Europa no
do professor no processo de aprendizagem é século XX. Tendo surgido com base no enfoque
indiscutivelmente decisivo. Suas atitudes, con- interdisciplinar que visava os conhecimentos
cepções e intervenções serão fatores determi- para cuidar da educação e da saúde mental. Na
nantes no sucesso ou fracasso escolar de seus década de 1920 segundo Andrade (2004), foi ins-
alunos. Smith (2007) ressalta que, tituído o primeiro centro de Psicopedagogia do
mundo centrado no pensamento psicanalítico
Dificuldades de aprendizagem refere-se não a de Lacan, fundamentando o que posteriormente
um único distúrbio, mas a uma ampla gama de
problemas que podem afetar qualquer área do foi nomeado de Psicopedagogia Clinica.
desempenho acadêmico. Raramente, elas po- Em outros estudos realizados por Bossa
dem ser atribuídas a uma única causa: muitos (1994) e Masini et al. (1999), afirmam que o sur-
aspectos diferentes podem prejudicar o funcio-
namento cerebral, e os problemas psicológicos
gimento teria ocorrido no ano de 1946, momen-
dessas crianças freqüentemente são complica- to que abrange outros espaços de atendimento
dos, até certo ponto, por seus ambientes domés- como na Europa e em Paris por Juliet de Favez
tico e escolar (SMITH, 2007, p. 15). Boutonier e George Mauco. Tendo assim, com o
objetivo de auxiliar as crianças e adolescentes
O professor é a primeira pessoa a detec-
com dificuldades comportamentais.
tar alguma falha no processo de ensino apren-
De acordo com o código de Ética dos Psico-
dizagem do aluno, e quando o professor tem na
pedagogos (1992, p. 2) no seu artigo 1° “a Psico-
escola um profissional que pode trabalhar siste-
pedagogia é um campo de atuação em Saúde e
maticamente estas dificuldades, a metodologia
Educação que lida com o processo de aprendiza-
e a forma de conduzir a aula tendo conhecimen-
gem humana; seus padrões normais e patológicos,
to da real dificuldade do aluno se torna mais
considerando a influência do meio-família, escola
seguro. Ainda de acordo Smith, ele afirma que:
e sociedade – no seu desenvolvimento, utilizando
procedimentos próprios da psicopedagogia”.

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Segundo Bossa (1994, p.31) “A psicopeda- Nesse sentido, a discussão sobre o PPP e
gogia é uma nova área de atuação profissional o Regimento quando bem feita e discutida em
que tem, ou melhor, busca uma identidade e conjunto pode refletir esta preocupação. Nes-
que requer uma formação de nível interdiscipli- ta perspectiva, refletir sobre a importância do
nar, o que já é sugerido no próprio termo psico- direito de aprender e da necessidade de um psi-
pedagogia”. Surgiu com a finalidade de ajudar o copedagogo na instituição escolar é algo essen-
indivíduo com seus problemas de aprendizagem cial no planejamento escolar, isto é, para que os
e conhecê-lo em sua totalidade ao ser analisa- professores e toda comunidade escolar possam
do nas formas interdisciplinares que compõem pensar na busca por parcerias e até mesmo na
através da Pedagogia, a Psicologia, a Psicanáli- regulamentação de um psicopedagogo qualifica-
se, a Epistemologia, a Linguística e a Neurologia do na unidade escolar.
no qual foi formada a Psicopedagogia.
Nesta concepção perceber-se que a psico-
pedagogia é a luz que faltava na busca de so-
SOBRE A INTERVENÇÃO DO PSICOPEDA-
luções aos diversos desafios que a comunidade GOGO NA ESCOLA
escolar encontra no dia a dia relacionadas à
aprendizagem. O primeiro passo para entender as necessi-
dades do aluno que precisa da intervenção psi-
copedagógica é analisar o espaço do ambiente
SOBRE A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDA- escolar e compreender as exigências dando sen-
GOGO NA ESCOLA tido ao trabalho no processo de ensino e apren-
dizagem que cerca o indivíduo.
O psicopedagogo a cada dia aumenta mais Nesse sentido, a trajetória da intervenção
seu campo de atuação. Escolas, clínicas parti- psicopedagógica vem se tornando significativa
culares, consultórios particulares e hospitais no processo de aquisição individual de habilida-
são alguns dos espaços de atuação. Na escola des requeridas na aprendizagem.
ele exerce a função auxiliando os professores Observar o porquê do resultado não ser o
nas demandas de dificuldade de aprendizagem esperado de acordo a média da turma, o porquê
do aluno e contribuindo significativamente para do desinteresse pelas atividades ou de socializar-
a qualidade do ensino, pois por meio dele, da -se com os colegas. O porquê da irritabilidade,
avaliação, do diagnóstico, das estratégias e da da hiperatividade, da inibidez, da dificuldade de
intervenção, muitos alunos estão conseguindo expressar na linguagem e na escrita entre tantos
aprender. desafios que uma única sala de aula pode desve-
lar e se mostrar como desafio à aprendizagem.
“Cabe ao psicopedagogo assessorar a escola no
sentido de alertá-la para o papel que lhe com- Neste cenário encontramos o professor
pete, seja redimensionando o processo de aqui- como agente direto, o psicopedagogo a direção,
sição e incorporação do conhecimento dentro do os pais e toda comunidade escolar que permeiam
espaço escolar, seja reestruturando a atuação da
própria instituição junto a alunos e professores e
as relações com o sujeito – aluno. Quando o alu-
seja encaminhado a alunos e outros professores” no não aprende a escola tenta buscar as causas
(Bossa, 2007, p.67). desse não aprendizado. Tendo o profissional psi-
copedagogo na escola o acompanhamento e o
Considerando que a escola é uma parte diagnóstico acontece mais rapidamente e com
consideravelmente responsável na formação do mais chances de eficácia. Vasconcellos (2003,
sujeito, a atuação do psicopedagogo na escola p. 125apud Bossa, 2007), diz que “a concepção
também é importante por trabalhar além das entre docentes se dão por um processo de “re-
questões que emergem no seio da escola, tam- construção em ação” – que se dá pela ação de
bém a prevenção das dificuldades de aprendiza- mediadores que organizam situações de proble-
gem. Muitas vezes é colocado para este profis- matização entre os professores”.
sional ou pensa-se que ele está para a solução O professor exerce um papel significativo
apenas as situações que já existem, sendo que junto ao aluno que necessita de atendimento do
quando a escola pensa em conjunto, trabalha psicopedagogo, pois é o professor que já esta-
em conjunto, pode-se também em conjunto beleceu uma relação anterior com este aluno,
pensar nas formas de prevenir muitas situações que desenvolveu um contato seguro e que per-
que no futuro seriam tratadas como dificuldades cebeu as singularidades acerca da necessidade
de aprendizagem. do psicopedagogo.

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O psicopedagogo precisa estar preparado do com a participação da escola e a sociedade.


para fazer uma intervenção e incluir a prática Abarcamos num mundo cheio de indivi-
geradora do conhecimento em relação a todo dualidades, de peculiaridades. A escola que te-
ambiente. mos hoje não trabalha para a homogeneização
O psicopedagogo, juntamente com o pro- da aprendizagem, mas sim que seus sujeitos
fessor, são os principais responsáveis pelo de- aprendam mesmo com suas limitações, déficits
senvolvimento no processo ensino e aprendiza- ou transtornos. A escola atualmente vem em-
gem. É na intervenção que o papel de assessorar penhando para a valorização das diversidades e
no planejamento da educação possibilita me- é primordial que busque práticas que comtem-
lhorias, propondo medidas, visando o progresso plem as diversidades.
dos aspectos qualitativos do ensino, promoven- No entanto, ainda pouco se faz para aten-
do projetos de pesquisa de interesse do ensino. der todos no processo de inclusão social. O
O ensino deve sempre ser trabalhado den- processo educativo deve-se potencializar para
tro de um contexto e que seja significativo para atender e ampliar as facilidades do ensino com
cada faixa etária. Contudo, o aluno que não for o comprometimento e a preparação mais afeti-
respeitado com sua bagagem de vida sofrerá vidade no indivíduo sem nenhuma restrição.
um bloqueio muitas vezes irreversível por toda Segundo Beuclair:
vida. É necessário, portanto, que no ambiente
A escola é considerada por excelência o veículo
escolar o aluno seja valorizado para que alcance de difusão do conhecimento e espaço onde ocor-
resultados favoráveis na sua aprendizagem. re o desenvolvimento sócio-cognitivo dos indiví-
A atuação do psicopedagogo começa na es- duos. Como instituição social tem a incumbência
de garantir aos que nela ingressam a construção
cuta do professor, seguido por revisar o processo saudável de saberes e competências necessárias
de ensino, discutindo com o professor maneiras para o enfrentamento dos desafios que a atual so-
significativas, interessantes e adequados a faixa ciedade lhes apresenta. Entretanto, a escola de
etária do aluno. hoje se depara com sérios entraves que a impede
de ser lócus principal no processo de desenvol-
Muitos paradigmas da educação estão sen- vimento do sujeito, sobretudo das crianças com
do colocados a prova a todo instante, principal- dificuldades de aprendizagem. À ineficiência da
mente com o advento das tecnologias aplicadas escola e dos professores diante dos problemas de
aprendizagem sugere especialmente aos educa-
a aprendizagem. A psicopedagogia escolar é um dores a busca por uma formação que lhes permi-
dos paradigmas que vem sendo quebrado. Se- ta uma compreensão global do sujeito em pro-
gundo Rubstein: cesso de aprendizagem (BEUCLAIR, 2004, p. 76).

O psicopedagogo é como um detetive que busca De acordo o projeto de lei n° 3. 124/97


pistas, procurando solucioná-las, pois algumas que visa regulamentar a atividade profissional
podem ser falsas, outras irrelevantes, mas a
sua meta fundamentalmente é investigar todo o do psicopedagogo ainda em tramite a ser apro-
processo de aprendizagem levando em conside- vado, traz as atribuições de atuação do profis-
ração a totalidade dos fatores nele envolvidos, sional psicopedagogo.
para valendo-se desta investigação, entender
a constituição da dificuldade de aprendizagem I - intervenção psicopedagógica visando a solu-
(RUBINSTEIN, 1987, p. 51). ção dos problemas de aprendizagem, tendo por
enfoque o indivíduo ou a instituição de ensino
A escola, depois da família, constitui o prin- público ou privado;
cipal meio social de convivência do indivíduo, II – realização de diagnóstico e intervenção psi-
copedagógica, mediante a utilização de instru-
pois é também na escola que se tem o contato mentos e técnicas próprios de Psicopedagogia.
com o mundo. Trabalhar a inclusão, as habili- III - utilização de métodos, técnicas e instrumen-
dades e a capacidade de cumprir com eficiên- tos psicopedagógicos que tenham por finalidade
a pesquisa, a prevenção, a avaliação e a inter-
cia as demandas sociais de maneira satisfatória venção relacionadas com a aprendizagem;
deve ser meta de toda escola que reconhece IV - consultoria e assessoria psicopedagógicas
na inclusão e na observância as dificuldades de objetivando a identificação, a compreensão e a
aprendizagem de seus alunos como indicadores análise dos problemas no processo de aprendi-
zagem;
norteadores do sucesso da escola. V - apoio psicopedagógico aos trabalhos realiza-
No resultado da ação de intervenção deno- dos nos espaços institucionais;
ta o estado ou condição em que o aluno obtém o VII - supervisão de profissionais em trabalhos
teóricos e práticos de Psicopedagogia;
conhecimento e se apodera no sistema de ensi- VII - orientação, coordenação e supervisão de
no. Respeitando os valores inerentes e a propos- cursos de Psicopedagogia;
ta pedagógica da escola. Que deve ser trabalha- VIII – direção de serviços de Psicopedagogia em
estabelecimentos públicos ou privados;

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IX - projeção, direção ou realização de pesquisas gimento para conferir-lhe o tratamento iguali-


psicopedagógicas. tário que a escola preconiza nestes termos.
Art. 5º. Para o exercício da profissão de Psicope-
dagogo é obrigatória a inscrição do profissional No “CAPÍTULO II - DOS OBJETIVOS ESPECÍFI-
junto ao órgão competente. COS DA ESCOLA no art. Art.3° - A Escola orienta-
Parágrafo único. São requisitos à inscrição: rá sua ação pedagógica no sentido de:
I - a satisfação das exigências de habilitação pro-
fissional previstas nesta Lei; VI - propiciar condições que favoreçam a
II - ausência de impedimentos legais para o exer- autonomia moral e cognitiva, o senso crítico e
cício de qualquer profissão; criativo dos alunos;
III - inexistência de conduta desabonadora no XI - estimular a capacidade de aprender
âmbito educacional. e continuar aprendendo, de modo a ser capaz
Art. 6º. O Psicopedagogo que exercer sua ati- de prosseguir seus estudos e de adaptar-se com
vidade em outra região ficará obrigado a visar, flexibilidade às diversas condições exigidas pela
nela, o seu registro (PROJETO DE LEI No 3.124, sociedade;
1997.). XIV - estimular o respeito a si próprio e ao ou-
tro como exercício de cidadania, advindo daí a
De acordo o projeto de lei, a função des- aceitação da diversidade entre pessoas de outras
te profissional no ambiente escolar é bastante raças, grupos étnicos, religiosos, sexo, confir-
mando, assim, o ideal democrático.
específica, nela o psicopedagogo é apto a in-
tervenção psicopedagógica visando a solução Ao analisar esta parte do regimento, per-
dos problemas de aprendizagem, a realização cebe-se que somente estes artigos que foram
de diagnóstico e intervenção psicopedagógica, elencados é que mencionam sobre o respeito à
a utilizar métodos e técnicas para a prevenção, diversidade e o estímulo a autonomia cognitiva.
a avaliação e intervenção realizadas a apren- Por se tratar do capítulo exclusivo dos objetivos
dizagem. A comunidade escolar deve ter ciên- exclusivos da escola, neles não estão contem-
cia de suas atribuições, principalmente os pais plados explicitamente sobre os direitos e deve-
e professores, pois estes estão intrinsicamente res da escola para com os alunos com necessi-
ligados no processo de ensino aprendizagem do dade especial.
aluno. Os espaços de discussão da escola, como No CAPÍTULO II - ENSINO FUNDAMENTAL em
reunião do conselho de classe, reunião de pais e seu parágrafo único sobre a inclusão:
do PPP são excelentes oportunidades de discutir
o papel e a atuação desse profissional impres- O Ensino Fundamental deve promover um traba-
lho educativo de inclusão, que reconheça e va-
cindível na escola. lorize as experiências e habilidades individuais
Segue nos próximos parágrafos os fragmen- do aluno, atendendo às suas diferenças e ne-
tos do documento “regimento interno” do Co- cessidades específicas, possibilitando, assim, a
légio particular XXX, no que diz respeito a edu- construção de uma cultura escolar acolhedora,
respeitosa e garantidora do direito a uma educa-
cação inclusiva, dificuldade de aprendizagem e ção que seja relevante, pertinente e equitativa
assistência ao aluno, destaca –se as seguintes (Colégio XXX, regimento interno).
passagens: Os capítulos a seguir foram extraídos
do regimento escolar. No TÍTULO VI - DOS SERVIÇOS PEDAGÓGI-
COS CAPÍTULO I - DO SERVIÇO DE ORIENTAÇÃO E
“CAPÍTULO I - DOS FINS DA EDUCAÇÃO NACIO- PSICOLOGIA EDUCACIONAL diz:
NAL” no Art. 2º - “X O preparo do indivíduo e da
sociedade para o domínio dos recursos científicos Art.43 - O Serviço de Orientação Educacional e
e tecnológicos que lhes permitam utilizar as pos- Psicologia Educacional tem por finalidade pro-
sibilidades e vencer as dificuldades do meio”. mover o ajustamento pessoal e social do aluno.
XII - A condenação a qualquer tratamento de- Parágrafo Único - O Serviço de Orientação Edu-
sigual por motivo de convicção filosófica, po- cacional e Psicologia educacional far-se-á em
lítica ou religiosa, bem como a quaisquer pre- harmonia com a Diretoria, o Serviço de Supervi-
conceitos de classe ou de raça (Colégio XXX, são Pedagógica, o corpo docente, a família e a
regimento interno). comunidade.
SEÇÃO III – DA COMPETÊNCIA
Nos artigos acima percebe-se que comtem- Art.45 - Compete ao serviço de Orientação Edu-
pla a não discriminação por preconceito, raça ou cacional e Psicologia Educacional assistir ao edu-
cando para desenvolvimento harmônico de suas
tratamento desigual e que a escola deve prepa- potencialidades como pessoa humana.
rar o sujeito para a vida, dotando das capacida- Parágrafo Único - A efetiva assistência pode as-
des necessárias ao exercício da cidadania digna. sumir dois aspectos: INDIVIDUAL ou COLETIVO,
conforme a necessidade do aluno ou da turma.
Com base nestes artigos da escola XXX o aluno Art.46- Compete à equipe do serviço de Orienta-
que for portador de necessidades especiais, de ção Educacional e Psicologia Educacional
déficit ou transtorno poder-se a recorrer ao re- I - planejar, executar e avaliar, sistematicamen-
te, a ação educativa, juntamente com o corpo

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técnico - pedagógico e docente da escola; a participação de todos os segmentos da comu-


II - participar da dinâmica de formação das tur-
mas;
nidade escolar na sua construção.
III - organizar e supervisionar o Serviço de orien- A psicopedagogia é uma área de atuação
tação Educacional do estabelecimento; imprescindível no ambiente escolar, pois, sua
(..) XIII - analisar dados estatísticos de rendi- atuação contribui significativamente no suces-
mento escolar dos alunos, discutir com o espe-
cialista. Diretor Pedagógico e corpo docente, so da vida escolar dos alunos que apresentam
buscando formas alternativas de minimizar os dificuldade de aprendizagem. Sem este profis-
fracassos e enfatizar os sucessos; sional na escola, muitas crianças poderiam ser
XIV - informar os professores sobre a programa-
ção e as atividades do Serviço de Orientação estigmatizadas ou deixadas à margem da apren-
Educacional (Colégio XXX, regimento interno). dizagem, o que refletiria no possível insucesso
escolar na vida adulta.
De acordo os documentos estudados a es-
cola se preocupa com o acompanhamento da
aprendizagem e para isso delega a equipe de REFERÊNCIAS
orientação e psicologia educacional a função de
ANDRADE, R. C. de. Introdução: Gestão da Es-
“planejar, executar e avaliar, sistematicamen-
cola. In: ANDRADE, Rosamaria Calaes de (org.);
te, a ação educativa, juntamente com o corpo
ACÚRCIO, Marina Rodrigues B. (coord.). A ges-
técnico - pedagógico e docente da escola”; e
tão da escola. Porto Alegre/Belo Horizonte: Art-
de “analisar dados estatísticos de rendimento
med/Rede Pitágoras, 2004 (Coleção Escola em
escolar dos alunos, discutir com o especialista.
ação; 4).
Diretor Pedagógico e corpo docente, buscando
formas alternativas de minimizar os fracassos e BEUCLAIR, João. Psicopedagogia: trabalhando
enfatizar os sucessos. ” Percebe-se nesta pas- competências, criando habilidades. Rio de Ja-
sagem que no regimento ainda não se legitima neiro: Wak Editora, 2004
a função do psicopedagogo, mesmo se tratando
de escola particular, onde o atendimento des- BOSSA, A., Nádia. A Psicopedagogia no Brasil:
te profissional já acontecia mais efetivamente Contribuições a partir da prática, Porto Alegre,
antes das escolas públicas. Isso significa ainda Artes Médicas, 1994.
um descompasso, visto que, sendo o regimento
um documento legal da escola, a mesma deve- BOSSA A., Nádia. A formação do Psicopedago-
ria se preocupar com a revisão do mesmo, uma go no Brasil: uma especialização. In ______A
vez que os pais poderão questioná-lo quando se Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir
depararem com situações que envolvam o ren- da prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
dimento e atendimento do filho por um psicope- p. 37-50.
dagogo da escola.
COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE
REDAÇÃO PROJETO DE LEI No 3.124, DE 1997.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Projeto de lei que dispõe sobre a regulamen-
A função do psicopedagogo na escola é de tação da profissão de Psicopedagogo, cria o
vital importância no acompanhamento, atendi- Conselho Federal e os Conselhos Regionais de
mento e prevenção das dificuldades de apren- Psicopedagogia. Disponível em: http://www.
dizagem na escola. No entanto, a escola e toda camara.leg.br/sileg/integras/174582.pdf .
comunidade escolar deve deixar claro seu papel Acesso em: 10/09/2016. Texto Original.
na escola, as suas atribuições e suas limitações
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicio-
para que ele possa trabalhar com segurança e
nário da língua portuguesa. 5. ed. Curitiba:
respaldo da escola do seu papel. O projeto de
Positivo, 2010. 2222 p. ISBN 978-85-385-4198-1.
lei que regulamenta a função do psicopedagogo
ainda que não tenha sido aprovada, tem em seu LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cor-
escopo as atribuições que estão sendo seguidas tez Editora, 1994
na prática. A escola em questão neste artigo no
elucida no seu regimento e PPP o papel e atri- MASINI, E. F. S. (coord). Psicopedagogia na es-
buição do profissional psicopedagogo, por não cola: buscando condições para aprendizagem
se tratar de uma função nova na escola, pode-se significativa. São Paulo: Loyola, 1999.
inferir que estes documentos precisam de revi-
são e principalmente que sua construção tenha
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PROJETO DE LEI No 3.124, de 1997, Autor:


NETO, Barbosa. Relator: FILHO, Mendes Ribeiro

SEJAN, Colégio. Regimento escolar. Janauba.


2016.

RUBINSTEIN, Edith. A psicopedagogia e a Asso-


ciação Estadual de Psicopedagogia de São Pau-
lo. In SCOZ, Beatriz Judith Lima (et al). Psicope-
dagogia: o caráter interdisciplinar na formação
e atuação profissional. Porto Alegre: Artes Médi-
cas, 1987, cap. 1.

SMITH, Corinne. Dificuldades de aprendizagem


de A aZ : um guia completo para pais [recurso
eletrônico] / Corinne Smith, Lisa Strick ; tradu-
ção DayseBatista. – Dados eletrônicos. – Porto
Alegre : Artmed, 2007

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