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-FICHA CATALOGRAFICA (Preparada pelo Centro de Catalogagdo-na-fonte, Camara Brasileira do Livro, SP) Martins, Nelson, 1930- M34di_—_“Introduglo a teoria da eletricidade ¢ do mag- netismo. Sio Paulo, Edgard Blicher, 1973. p. ilust. Bibliografia. |. Eletricidade 2. Magnetismo 3. Teoria cle- tromagnética 1, Titulo. 17, CDD-5374 73-0188 Indices para catdlogo sistemitico: 1, Eletricidade : Fisica 537 2, Bletromagnetismo : Teoria : Fisica 530.141 (18) S374 (17) 3, Magnetismo : Fisica $38 4, Teoria eletromagnética : Fisica 530.141 (18) Sant (17), j INTRODUCAO ATEORIA DA ELETRICIDADE E DO MAGNETISMO NELSON MARTINS. Professor tinar de Fisia Geral e Experimental, Professor ular de ‘Torta Eletromagnitca ¢ Coordenador do Ciclo Geral da Universidade Mackencie: Profesor tinar de Flsie da Faculdade de Engenharia da Fandopio Armando Alvares Penteado. editora EDGARD BLUCHER trda. CONTEUDO Preficio x 1 ~ FORGA ELETROSTATICA — CARGA ELETRICA — MATERIA .. 1 1.1 ~ Introdugéo . 1 12 Pingo espero 4 13 — Lei de Coulomb... 3 : : 114 = Cileulos de forga 7 ©1973 Editora Edgard Bliicher Ltda. 115 ~ Distrbuigdes ineaes, supericiais © volumétricas " 16 — Bxereicios reolvidos = : 4 1.7 ~ Elemento de volume ex coordenadas elricas ~~ 16 18 — Inirodugio a estrutura de matéria sn re arama 7 19 = Tipos de eltiaglo ws crevsssec sce = 2 Problemas es 21 2— 0 CAMPO ELETRICO oy 21 — Introdueto = 2% 22 = Cileulos de campos elticos n 23 — Linhas de forga n 24 — Equagdes das linhas de force 9 Rens 25 — Exerccios esolvidos Sa ecue sa apes ee 26 — Distribuigio das cargas nos condutores ---. een, 1000 Carea Posts. $450 —Rua Pexoro Gonads, 1400 27 Resi or nero Ce aa Eww. TescrArco; BLiscHEn.ivRo — Fonts (011)287-2043 b 288-5288 a : i ‘Sko PauLo — SP —Brasu. ir. aie zi 3— FLUXO ELETRICO E LEI DE GAUSS... 6.6.6. cccececeeeseee a7 3 ~ Fluxo etic... eer See 32 Lei de Gauss (17771885) 200000071117 bi eee 33 ~ Aplicagées da Ici de Gauss . 53 34 =O operador nabla(W).--- 0 = Teoremas da andlte vtorial - 65 36 — Forma diferencial da lei de Gauss... ee i ae 3.7 ~ As cquagdes de Maxwell da elton 38 — Bxercicios resolvidos Problemas ... 4-0 ect ELETRICO .. = Trabalho o energi potencial via Exereleios resolvidos .. Energia potencial e dlferenga de potencial = Citoulos de potenciais - 4S = Potencial devido a uma distribuigdo continua de carga .. 46 = Bxercicio resolvido ps 4 = Gradiente do. potencial = 48 — Campo e potencial no interior de um condutor 49 — Campos obtidos através do potencial 4.10 ~ Equaties de Poisson © Laplace 411 ~ Exercicio tesolvido 42 ~Teorema da unicidade 413 — Teorema de Earnshaw . 4.14 ~ Método das imagens 415 — Sistemas de coordenadas curvilineas Problemas 4 — CAPACITORES E DIELETRICOS SA = Capacitaneia ..... 52 — Energia de um capacitor carregado 5.3 — Ciileulos de capacitancias Sel — Associagdo de capacitores 5.5 — Exercicio resolvido 566 — Energia do campo eletrostitico : 5.7 — Energia eletrosttica de um miileo atdmieo 58 — Energia cletrostitiea de uma esfera 59 — Forga nos condutores . S:10 — Introdugie a0s dieltricos S.L1 — Exereicio resolvido 5.12 — Campo no interior de um dielétrico us $13 — Cargas induzidas e mouificagio da lei de Gauss 5.14 — Polarizagio e deslocamento elétrico 5.15 — Suscetibilidade clétrica $.17 — Forea numa barra dielétrica $118 — Ferroeletricidade .. S19 — Plezocletricidade © pirocletricidade » Problemas 6 =~ CORRENTE ELETRICA E RESISTENCIA Corrente eltrica e densidade de corrente. 62 ~ Equagio da continuidade 63 — Resistencia elética ¢ li de Ohm (1787-1854) 64 — A resistencia em funglo da geometsia do condutor 65 = Variagiio da resisténcia com a temperatura, 66 = Materiais nao-dhmicos . |G] = Beto térmico da. cortente ektica 68 = Exercicios resolvidos = Astociagito cle resistores: = Exerelcio resolvidd .. Problemas . $,16 = Refragao das linhas de forga nas: Tronteiras dos “Gicétricos « , “J ~ FORGA ELETROMOTRIZ & CIRCUITOS 1 = Introduglo «. 12 — Forga eletromotte e siferenga de poten 73 = Associagfo de fontes de fem ..... Ta = Resolugio de circuitos 75 —Condigio de transferéncia de poténcia maxima 16 — Exercicios resolvidos 1.7 =A ponte de Wheatstre (1802-1875) Problemas 8 — 0 CAMPO MAGNETICO cay aa 81 — Forga magnética . 2 82 — Equivaléncia entre elemento de corrente e carga em movimento .... 227 83 A indugdo magnética Biron eee 2) 84 — Porga de Lorente (1853-1923) a 29 85 —Cileulos de indugio magnétioa 21 86 ~ Aplicagdes da forca de Lorentz .. 236 87 — Forga por unidade de volume hae ae Be) 88 — Definigho de ampére -..... LL 240 89 — Movimento de particulas carregadas odiedoverrerciie aad 8.10 — Aplicagaes dos movimentos i howe 2 B41 — Galvanémetro q’Arsonval .. .. 2, 257 8.12 — Espiras de Helmholtz (1821-1894) 00.00.02... rote aay Problemas epic ae 9 — LEI CIRCUITAL DE AMPERE . 266 9.1 — Introdugdo « : . 266 9.2 — Expressio matemitica da lei cteuital de Ampére Parnes 9.3 — Lei cicuital de Ampére e densidade de corrente perriase 94-0 rotacional de B any 95 — A divergencia de B 946 — Notas sobre as equagées de Maxwell. pce 9.7 — Indugfo magnética de um solendide toroidal ae 918 — Rotational de B fora de uma corrente ..... 28 99 — Rotacional de B no interior de uma corrente 27 9:10 © potencial esealar magnético <2... 29 S111 = © potencial vetor x 7 Problemas .... 285 10 — INDUGAO_ELETROMAGNETICA ~ LEI DE FARADAY a 1 il 10.1 — Introdupao x 2 10.2 ~— Exporiéncias de Faraday (1791-1867) -..2.... 29 103 — Fluxo da indusdo magnética " 291 104 — Lei de Faraday Rs 2927 10.5 — Comentarios .. 295 10.6 — Lei de Lene. (8041 296 10.7 ~ © rotacional de E a 108 — Novas notas sobre as equagies de Maxwell 109 — O gerador de corrente alternada . 1010 — Comversio de energia mecinice em cnergia lética « © bbtatron © Haxereicion resolvidos Problemas = INDUTANCIA E ENERGIA DO CAMPO MAGNETICO 1d = Introdugio 11.2 = Indutincia métua 113 = Mg, 6 igual a My, 4 Féimula de Neuinn (1798 1895) | 11.5 ~ Autosindutincia « 11.6 ~ Coeficiente de acoplamento 11.7 = Indutores 118 — Energia de um indutor 11.9 — Associagio de indutores «..... 11.10 = Energia do campo magnético 11.11 — Exercicios resolvides Problemas . 12 — CORRENTES TRANSITORIAS E ALTERNADAS 1241 = Introdugo 122 — Desearga de umm capacitor através da resistencia 123 — Gata de um caper 124 — Gircuitos RL. 125 — Desearga de um capacitor através de um resistor e de um indutor 126 — Carga de um capacitor através de uma resistencia e de uma induténcia 1277 — Correntes alternadas = 128 — Representagto grifica das correntes e fem alternadas 129 — Valor eficaz de uma cortente alternada 12.10 — Circuito RL em série 12.11 — Componentes da fem num circuito RE 12.12 — Um método mais rigoroso . = 12.13 — Circuito RC «sees 12.14 — Cireuito LRC 1215 — Exercicios resolvidos 12.16 — Dissipagio de poténcia num circuito de corrente alternada . 12.17 = Ressonfincia nos circuitos em 1. 1218 — Circuito de C.A. em paralelo 12.19 ~ Naimeros complexos 1220 ~ Leis de Kirchhoff na forga complexa 1221 — Exetcicios resolvidos 1222 — Ressonincia nos circuitos em paralelo .. 12.23 — Admitancia, condutancia © susceptincia 1224 — Pontes de CA 1225 —Transferéncia mixima de poténcia Problemas 4 13 — PROPRIEDADES MAGNETICAS DA MATERIA. 134 — Introdugdo -. see 132 — Interpretagio de Ampére dos fenomenos iansticon 133 — Pélos e dipolos magnéticos 134 ~Intensidade de imantagaio M0 316 316 317 318 321 Aptnices Bibliografia Indice 135 = Modificagllo da lei do Ample «so... secs ccscssseseee 13.6 — Condligdes de contorno para Be H 137 Momento magnético de um elétron 138 ~ 0 “spin” do elétron 139 — Os materiais magnéticos 13,10 ~ Paramagnetismo 1311 — Precessfo dos dipolos magnéticos 1812 —Teorema de Larmor (1897) 13.13 — Diamagnetismo 13.14 ~ Ferromagnetismo 1315 — Curva de primeira imantagdo .. 13.16 — Histerese <. seeeee 13.17 ~ Desimantagdo .... 1318 — Circuitos magnéticos 13.19 — Exercicios resolvidos Problemas ..... 14 — EQUACOES DE MAXWELL E AS ONDAS ELETROMAGNETICAS, 14.1 — Introdugio 142 — Ondas eletromagnéticas planas no vacuo . 143 — Vetor de Poyting 144 — Forma exponencial de ondas planas 145 — Reflexao e relragio de ondas eletromagnéticas planas --.- 146 — Amplitude fase das ondas cletromagnétion ma reflsto € regio 147 ~ Reflexdo total ‘ 148 — Ondas cletromagnétias sium meio conduter 149 — Polarizagio 14.10 — Radiagéo ....... 14.11 — Campo magnéiico de uma carga acclerada 1412 — Campo erica de uma carga sclrada 1413 ~ Antena 14.14 — Reagio da vadiagdo 14.15 — Bxereicios resolvidos Problemas . 397 43 414 416 416 418 421 a4 26 28 “1 432 434 434 436 a7 441 482 483 wy 461 PREFACIO Este curso sobre uma introdugao a teoria da eletricidade ¢ do magnetismo nasceu quando assumimos a regéncia da disciplina de fisica geral e experimental TH, na Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie, em 1965. De li para , 0 curso foi sofrendo modificagdes ¢, por que no dizer, bastante aventuadas. Inicialmente, as notas de aula foram publicadas em forma de apostila, as quais, tembora fossem imperfeitas, serviram para corrigirmos muitos erros. As sugestBes ddadas por colegas ¢ alunos foram acatadas e, hoje, estamos publicando 0 curso em forma de livro. Nosso principal objetivo € apresentar aos estudantes, prineipalinente, as bases teoricas da teoria elétrica, evidenciando as téenicas de cileulo das miiltiplas situagdes que se apresentam, Podemos dizer que 0 presente trabalho fornece essas bases ¢ leva os estudantes « um estigio iniermediirio da teoria eletromagnética, preparando-os para estudos mais avangados ‘Sendo um livro eminentemente te6rico, langamos mio, poucas vezes, de fatos cexperimentais. A experiéneia s6 € citada quando niio nos foi possivel prescindir dela. Entretanto, para uma completa compreensao dos fatos, € importante que as ligdes sejam acompanhadas de sessdes de laboratério ¢ também de exercicios (© estudante, para levar a bom termo seu objetivo de entender este curso, deverd estar familiarizado com um curso de fisica geral ao nivel do primeiro vo- lume de Resnick ¢ Halliday ou Alonso e Finn, s6 para citar os mais conhecidos, alem de ter feito um primeiro curso de cilculo diferencial ¢ integral, bem como de cleulo yetorial De propdsito procuramos no incluit um grande néimero de exercicios, mas tio-somente alguns tipicos referentes a cada assunto abordado no respectivo capi- tulo, isso porque, no decorrer de alguns anos, os exercicios devem, necessariamente, set modificadlos e substituidos, pois acabam se tornando ficeis demais, devido as imiiltiplas resolugdes e discussdes. Assim, deixamos a cargo do professor respon= sivel pelas aulas de exercicios a liberdade de escolha, pesquisa © variagio on problemas, Por outro lado, nao tivemos a preocupagio de colocar os exe! propostos numa ordem crescente de dificuldade, pois achamos que disso nadk resulta de pritico. Muito ao contrario, achamos que 0 estudante deve ser prepa- rado para enfrentar os problemas da maneira como a vida os apresenta, isto sem um ordem preferencial Neste livro, inicialmente, apresentamos os aspectos mais simples dos fent menos eletrostaticos ¢, progressivamente, vamos procurando generalizagdes at a ‘iMingirmos, finalmente, as quatro equagdes de Maxwell, com suas equagSes cons- titutivas, que sio capazes de deserever, por assim dizer, toda a teoria da eletrici= dade ¢ do magnetismo, Em trabalhos mais avangados, muitas vezes & conveniente fizer-se 0 contririo, ou seja, partir das equagdes de Maxwell e, delas, procurar descrever todos os fendmenos eletromagnéticos. Entretanto, em nosso estigio, julgamos nao ser aconselhivel tal atitude. Nilo existe o livro perfeito. Cada livro aborda, com maior ou menor profun- didade, assuntos que mais agradam ou desagradam 0 autor. Este, possivelmente, nilo foge & reg Quando vamos iniciar o estudo de um novo assunto, devemos escolher um livro a respeito e estudiclo completamente. Depois, procurar aprimorar nossos conhecimentos com outros livros, que, com certeza, apresentartio novos aspectos € detalhes ndo contidos no primeiro. Isso ocorreri sempre. Entretanto, apés ter dado o primeiro passo, o estudante, familiarizado com o assunto, poder discernir € selecionar o que deseja ou mais the agrade. E importante que o estudante nfo desista a0 deparar com a primeira dificuldade. Através de discusses com profes- sores e colegas, chegari logo a conclusio de que ndo era t2o dramatica assim ificuldade encontrada, € prosseguiri seu estud, sabemos perfeitamente que este livro nao & definitive, Muita coisa seré modi- ficada em edigbes futuras, ¢ esperamos contar sempre com a crticas € comentirios de colegas, amigos ¢ alunos. Sendo a literatura téenico-cientifica brasileira ainda muito pobre, esperamos que se constitua em vantagem adicional 0 fato de este livro estar escrito em por- tugués. De qualquer maneira, seo livro colaborar, um pouco que seja, para incen- Livar os estudantes ao estudo da fisica e ensinar alguma coisa aos universitarios brasileiros, © Autor se sentiré. recompensado. E habito, ao se publicar um livro, que 0 autor agradega Aqueles que colabora- ram de modo direto ou indireto na realizagio da obra. Em nosso caso, niio se trata de dar seguimento a um hibito, mas sim de uma obrigago. Muitas pessoas foram envolvidas na confecgo desta obra e gostariamos de deixar aqui nossos sinceros agradecimentos, principalmente as sezuintes pessoas: a minha esposa e ‘meus filhos, pela paciéncia que tiveram para comigo durante o trabalho: ao colega Abrahio Timoner, que foi 0 colaborador na primeira fase, quando apostilamos © curso: aos colegas Félix Savério Majorana ¢ Anténio Santoro, que foram os responsiveis pela leitura de alguns capitulos, sugerindo moditicagdes: por fim, a0 colega Carlos Armando Chohfi, o qual teve participagdo fundamental nesta publi- agi, pelo incentivo constante, pelas criticas, pela leitura e corregao dos originais, © pela propasigio de alguns exercicios. Nelson Martins So Paulo, fevereiro de 1973 cartruco 1 FORGA ELETROSTATICA — CARGA ELETRICA — MATERIA Ll — INTRODUGAO : Embora 0 leitor possa estar familiarizado com os aspectos quantitativos dos principais fenémenos nos quais as cargas elétricas se mantém estaciondrias, intro- luzitemos, neste capitulo, algumas informagGes relativas as cargas elétricas e as interagBes entre elas. . Citaremos, inicialmente, alguns fatos que envolvem cargas elétrieas e forgas, ‘que slo verificados, direta ou indiretamente por experiéncias realizadas em labo ratério. a) Cargas eléiricas |A presenga de cargas eletricas ¢ constatada através da existéncia de forgas (atrativas ou repulsivas) entre as mesmas. Ao atritarmos um bastdo de Ambar com uma pele e colocarmos nas suas proximidades pequenos pedacos de papel, estes sto atraidos. Se colocarmos os pedagos de papel proximos ao mbar sem que tivesse sido atritado, nada ocor- reria. Pelo fato de 0 bastéo de Ambar ter sido attitado com uma pele, 0 Ambar adquiriu certas propriedades que determinaram 0 aparecimento de forgus de atra- ‘gio. Nessas condigdes, dizemos que o Ambar adquiriu cargas eléiricas ou, simples- mente, que ficou eletrizado. A experiéneia que acabamos de descrever esti ilus- trada na Fig. 1-1 by Tipas de cargas elétricas A forca entre cargas iguais € repulsiva: entre cargas diferentes & atrativa, Em ambos os casos a forga afta sempre segundo a linha que une as cargas em com> sideragio, Consideremos um bastio de Ambar atritado com I. Primeiro tocamos com fo basto uma pequena esfera de papel suspensa por um fio de seda. Em seguida repetimos a experiéncia com uma outra bolinha de papel nas mesmas condig@es, © que obtivemos com ‘sso? Dois sistemas eletrizados do mesmo modo, Haver atracio ou repulsio entre as esferinhas? A resposta é: havera repulsao. ; "A mesma experiéncia poder ser reulizada se utilizarmos um bastao de vidro atritado com seda, ao invés do bastdio de Ambar airitado com I. O que ocorrerly agora, com as duas esferinhas de papel, quando colocadas proximas uma da outra Novamente havers repulso entre clas. Isso era de se esperar, pois ambas as bolis RS. a AS ap Pedaos de papel Pedagos de papel Dastdo de imbar Bastio de ambar (a) Ambar nfo artads Figura 1 (©) Ambar atrtado com pele nnhas foram eletrizadas do mesmo modo e tocadas com o mesmo material, nas ‘mesmas condigdes. Se, entretanto, tocarmos uma das bolinhas com o bastio de Ambar atritado com pele e a outra com o bastio de vidro atritado com seda ¢ colo- carmos uma préxima da outra, teremos dois sistemas eletrizados de modos dife- rentes. Nesse caso, ocorrerd atragdo entre elas. Assim, devido as interagdes entre ‘as bolinhas, podemos distinguir dois tipos de cargas elétricas. A Fig. 1-2 ilustra (a) Cargas de sinaisignais se epelem \ wee, (b) Cargas de sinais diferentes se atraem Figura 1-2 _— = ee Daqui para frente, convencionamos que as eargas surgidas ao se_atriti bastio de Ambar com pele slo cargas eléiricas negativas, ¢ as cargas do bas de vidro atritado com seda, cargas elétricas positivas. ©) Forca, entre duas cargas elétricas, inversamente proporcional ao quadrailo da distancia que as separa Supondo duas pequenas esferas dotadas com 0 mesmo tipo de carga elétrica, suspensas por fios de seda de pesos despreziveis, e admitindo, para facilitar que fas massas das esferas sejam iguais, conseguimos provar, através da experiéncia realizada com a balanga de torgio (Coulomb, 1785), que a forca em cada esfera varia, com 1/r?, isto & a ; onde, r & a distincia entre os centros das duas pequenas esferas. 4) Forga, entre duas cargas elétricas, proporcional ao produto de suas quantidades Consideremos, inicialmente uma pequena esfera metélica eletrizada com um certo tipo de carga elétrica. Coloquemos nas proximidades uma bolinha de papel suspensa por um fio de seda e eletrizada com o mesmo tipo de carga clétrica da esfera, Verificamos, entéo, o aparecimento de uma forga, que designamos por F, como na Fig. 1 Figura 13 Duplicando a quantidade de carga da esfera metilica, podemos constatar 0 aparecimento de uma forga 2F, na bolinha e na esfera, como na Fig. 1-4. Podemos proceder desse modo, sucessivamente: se triplicarmos a carga da esfera, teremos uuma forga 3F, etc. Podemos concluir que a forga entre duas cargas elétricas @ proporcional a0 produto dessas cargas, ou seja, Fo, j Combinando 08 dois Gltimos resultados, € possivel escrever Fe t® : 1.2 ~ PRINCIPIO DA SUPERPOSIGAO Sendo a forga uma grandeza vetorial, devemos levar em conta esse fato na expresso da forga entre cargas elétricas. Admitamos varias cargas, individuali- zadas por 4,, 43...» &, para simplificar, todas do mesmo tipo, isto & todas negativas ‘ou todas positivas. Indicaremos por F,, a forga que age na carga q,, devido a presenga de q,. De um modo geral, F,, representari a forga na i-ésima carga, devido a presenga da carga j-tsima, Pela propricdade aditiva dos vetores, a forga total na carga q,, devido & presenga das cargas q;.q5.---, Serd FSP +Fis+Fua to (ty Isso significa que a forga que atua sobre a carga q,, devido as cargas 43, 43.d4s+--+ €a soma vetorial das forgas de cada uma das cargas, como se as demiais nao esti vessem_presentes. Se tivermos a situacdo representada na Fig. 1-5, onde r,, & 4 distancia que separa q, de qa, poderemos associar ao segmento de reta r,, um versor e,,, di- amos, que dard a diregdo do mesmo. De um modo geral, o segmento de reta que lune a carga i-ésima 8 -ésima, indicaremos por ry 0 versor associado do mesmo, €, Fy Figura 15 sim, podemos escrever Fro [ te, + Hie,, + Mille hy ha A expressito (I-1) somente seri verdadeira se a presenga de q, nto modificar 6 Valor de F,», etc, Podemos ainda afirmar que a forca entre duas cargas independe di presenca de outras cargas. Iso ¢ verdade devido ao cardter vetorial das forgas A expresso (Vet) € comumente seferida como principio da superposicao. Para apenas duas cargas, q, © q3, escrevemos (1-3) ‘ou, lembrando que : en = vem, 7 Folin, ws) Do mesmo modo, a (1-2) ficara Fy [Mies + ltr, Mtr + | ws) 1,3 — LEI DE COULOMB Se na expressio (1-3) substituirmos 0 simbolo de proporcionalidade (2c) por uma constante C, por exemplo, a expresso ficard Fy, = Cie, onde, C dependera das unidades escolhidas para F, q ¢ r. No sistema SI (Sistema Internacional*), F é medida em newton (N), q em coulomb (C) ¢ r em metros (m). No vicuo adotaremos para C 0 valor 1/4z¢9, que corresponde ao sistema MKS racionalizado, © qual comentaremos posteriormente. Logo, Fa=pe Uh (1-6) a "Newton (N}. Unidade de forga que imprime a um eorpo, de massa igual um quilograma, oma tccloragio de um motto por segundo por segundo na diresio da forga, No sistema CGS, a unidade de forya € a dina (dyn): 1 dyn = 10-* N Coulomb (C). Unidade de carga elitrica em quantdade de eletvicidade: quantidade de carga ‘que atravessa, durante tim segundo, uma seglo transversal qoalquer de um condutor percortida por lima corrente de intensidade invaciiyel igual a um ampére ‘Metro (m)- Unidade de comprimento que é igual a | 65076373 comprimentos de onda no véouo A radiagho correspondente & taasigdo entre os niveis 2p, € Sa, do tomo de ctiptdnio 86 eristica do vicuo e 6 denominada permitiiddade elé- valor, aproximadamente, fy ~ 8,85 x 10-7 C2/N- m? Mla mais, se conhecermos a densidade volumétrica de carga do corpo, isto & 10 Varia «i carga do corpo por unidade de volume, que & definida por Bg ee Hy av = av 1 0 Nem? Frey ~ 9 * 10° So ° a9) do dV & 0 elemento de volume do corpo que contém a carga elergentar dQ, vem dQ =pav A expressio (1-7) & conhecida como let de Coulomb pata um eanjunto disereto | de cargas no vacuo. A (1-6) & denominada de lei de Coulomb para duas cargas aap puntiformes a [pa Suponhamos que, ao invés de duas cargas puntiformes ou um conjunto dis- Ine, I =e ca) creto de cargas, tenhamos uma distribuigao continua de carga e queiramos calcular : es ‘forga numa carga 4 devida a essa distribuigio. Na prtica, ocorre o aparecimento “K (1-10) nos dé a forga em q exereida pela presenga da carga Q distibuida pelo de corpos nos quais us cargas se encontram distribuidas, sendo necessirio conhe- Holme do corpo, com densidade volumetrica de carga . ccermos a forga exercida por esse sistema sobre outra carga, como na Fig, 1-6. I jertiear*aus ?cen Gerace ley, aato" a clemeee eee o ria de ponto para ponto do corpo e pode, inclusive, ser uma fungo bastante -complicada. ‘Ao que dissemos até aqui, poclemos acrescentar o seguinte: se 0 meio em que ealeulamos a forga de Coulomb for outro que nfo 0 vacuo, o valor da forca se modifica ¢, se esse meio for homogéneo ¢ eletricamente isotrépico, a forga entre ‘argas elétricas se escreverd Q 1 ads, f Bees i a gn, Sendo « a permitividade eléirica do meio onde se localizam as cargas. Para todos {OF meios materiais, ¢ <é Dai concluimos que, para cargas puntiformes, a forca 6 maior quando as cargas eletricas se localizam no vicuo. al 1 = CALCULOS DE FORGA Fi Pa Para se calcular a forga total em q causada pela distribuiglo de carga do corpo, que suporemos como tendo uma carga total Q, devemos proceder da seguinte Ianeira: selecionamos um elemento de carga do corpo dQ e seja e o versor de r, distincia do elemento escolhido a carga q. O elemento de carga dQ fari com que aparesa em q uma forga dF, Esorevemos entio 1 gag. ar = 5 2 Apresentaremos agora as aplicagdes das expressdes das forgas entre cargas létricas, para alguns casos simples, a fim de que possamos por, em evidéncia, 0 proceso de céleulo envolvido, Visto que as forgas so graindezas vetoriais, qualquer que seja o caso, devemos, como resultado final, especificar 0 médulo, a diregio e o sentido da forsa. 8) Forga entre duas cargas puntiformes J Consideremos duas cargas puntiformes, 4, ¢ 43, localizadas no vicuo e sepa radas de uma distancia r,,, como na Fig. 1-7. % fa a Figura 1-7 Adimitindo que ambas as cargas sejam positivas, procuremos calcular a forga ‘erga 4, exercida pela carga qa. Essa forea serd repulsiva, e a indicaremos por F,,, De acordo com a lei de Coulomb para duas cargas puntiformes, temos Pua = jag Wea. onde, e13 € 0 versor que dari a diregdo € o sentido de F, ,. Para caracterizar per- feitamente a F,,, podemos especificar 0 seu modulo: 1 aa, Saag Th Por outro lado, para completar a especificagio de F,, devemos dizer qual a sua diregfio eo seu sentido. A direcdo de F,, é a de r,,, reta que une q, © 4; Por fim, o sentido de F,, € 0 de dy para q, se ambas as cargas sio do mesmo sinal. Entretanto, se q, © gp tiverem sinais opostos, 0 sentido de F,, ser’ de 9, para q3. b) Forca numa carga devido a presenca de duas outras Consideremos uma carga q, situada num ponto 0, préxima a duas outras ‘cargas, 42 €qy em Be C, respectivamente. A situagao é a da Fig. 1-8, Seja «0 angulo formado entre r,, e'r,3. retas que unem q, a q, € qs. respectivamente Supondo 4, 42 € ds Positivas, a forga em q, . devido a q,, sera Fy, € a forca em que q,, devido a qy, sera F,,. A forca resultante em q, sera F,, dada por Po=Fuat hiss onde +0 1 4:49 A Fi" Gey ee Piya ge SMe, Em médulo, ait . F, = /Fi, + Fi, +2F,F,, cosa, - Por fim, jogo de F, por sua vez, pode ser especificada pelo Angulo formado por F , por exemplo. Seja f esse Angulo. Pata tei dos senos, é sen _ send a 2 pela figura, sen d = sen (180°) = sen a, Fis sen = Ft sena poet) ee © sentido de F, seré o da diagonal do paralclogramo AEOD, apontando de 0 para A. ©) Forea devido a uma distribuigdo linear de carga Seja Lo comprimento de uma linha carregada com uma carga total Q. Supo- inhamos que essa carga Q se distribua uniformemente por toda a linha, isto € que iv densidade linear de carga seja constante, tendo o mesmo valor de ponto para ponto da linha, Procuraremos calcular a forga que essa linha carregada iri exercer sobre Juma carga puntiforme q, situada a uma distancia a de uma das extremidades da linha © na mesma diregdo desta, como na Fig. 1-9. 2 «o — & oo e — Figura 9 ‘Admitamos que ambos os sistemas de eargas sejam do mesmo tipo. A forea em q seri repulsiva, Selecionemos inicialmente um elemento de comprimento dx, da linha, que conteri uma carga elementar dQ. A forga em q devito ao elemento de carga dQ sera dF. Em méduto, or; a’ onde, x € a distincia que separa dQ e 4 densidade linear de carga da linha (carga por unidade de mes, Para completar, devemos dizer qual a diregio ¢ o sent inigho, ¢ 4 da propria linha, enquanto que o sentido é o de afastamento 4g n= 2, dQ = pdx. Lovando esse resultado em dF, Par completar o que foi exposto até aqui, devemos acrescentar o seguinte: eNO para o caleulo de forgas serd diferente, dependendo da maneira como ign elétrica estiver distribuida continuamente sobre um corpo. sim, Se © corpo tiver a forma de um arame ou de uma haste muito fina, de dio tal que a carga seja g distribufda por todo © comprimento do fio, defini DISTRIBUICOES LINEARES, SUPERFICIAIS £ VOLUMETRICAS 4 forga total em 4, devido a toda a linha, tae i unidade de comprimento. Seja entao, de acordo com a Fig. 1-10, a linha car- Fad ejaca ¢ selecionemos um elemento de comprimento da linha dl, que conter uma Fr Efetuando a integracio indicada, Pim At 4a, w= tim at (112) ‘ F ou, logo, FS nail ano, ala+D) Lembrando que a distribuigdo de carga da linha & constante, temos ©, levando esse resultado & expressio de F, cone dre a + T) Essa expressilo nos di 0 médulo da forga que atua em g devido & presenga 2 da linha carregada, na situagdo dada, Vejamos alguns casos-imites. Imaginemos a que @ > L (a muito maior que L). Em outras palavras,a distancia a partir da extre- Figura 1-10 Figura midade da linha até o ponto onde queremos caleular a forga é muito maior que 0 comprimento da propria linha, Iss0 posto, podemos desprezar I. comparado com 4a, Teremos entio Por outro lado, se o corpo tiver a forma de uma placa plana de espessura muito pequena (ou desprezivel), sendo q'a carga total do plano, definiremos uma Uensidade superficial de carga, que anotaremos por 5, isto é a carga por unidade . 1 Qa Pte, at de dea. De acordo com a Fig. I-11, selecionando um elemento de area dS e sendo dy a carga em tal area elementar, escreveremos ‘Vemos imedliatamente que a expresso acima & semelhante a da forga entre duas cargas puntiformes, qe Q, separadas por uma distncia a. Quanto mais afastada estiver a carga da linha, mais a forga se.assemelhart iquela entre duas = tim (1-13) Aa mee, asso AS ~ aS ‘volume V. yo caso definiremos uma densidade Neatitch de to €, a carga por unidade de volume, im 4. 8 AV = av U-l4) Figura 112 Fgura 1-13, Desse modo, teremos, para os trés tipos de distribuigao, as seguintes forgas numa carga Q: na Fig. 1-13, para a distribuiglo linear, 2 ual ane, 7°” ou dt am, | 45 Pata a distribuigio superficial de carga da Fig, 1-14, a forga seri @ «ds in ee rae [se atanleriige 0-16 Flew 115 Nao devemos esquever de que, se as cargas estiverem distribuidas uniforme- “mente sobre © corpo, sua densidade (linear, superficial ow volumétrica) sera cons Para finalizar, a forga em +Q, devido a distribuigao volumétrica de carga, da Fig, 1-15, sera a= 2 28¥, tante. Entretanto, em geral, ou alates = uo, dl Xs, pa @ [Oye wy abs y) ane, pls. yz) trilingulo eqitilatero estéio localizadas trés cargas iguais. {gual a a, como na Fig, 1-16. Determinar a forga na carga ig 1-16 Figura 117 Solugdo De acordo com os dados, temos a situagio da Fig. 1-17, com Fan Fast Face Fam yl Fin + Fac + 2F aah ye 008%, ¢ Fan Faagat ~ Fac Entao o rapoarer= < A Sara T+ 14 20086 = V3 Logo, 0 médulo de Fy seri 1 Ja Att, A direcio de F, & perpendicular a BC e, por fim, o sentido & 0 da diagonal do para~ lelogramo formado por Fyy € Fc, apontando de A para D. 2) Sobre uma esfera de raio R feita de material nfio-condutor, encontra-se distribuida uma carga Q de modo tal que a donsidade volumétrica de carga é proporcional ao raio e, para r= 0, = 0. Achar a expressio de p em fun¢ao do aio © 0 seu valor para r= R. 4 Fy ‘or definigtio, temos § como um dado do problema, pakr K€ uma constante de proporcionalidade, Entao, ag ayaa : dQ dV, a= [ ean Baxprimindo dV em coordenadas esfericas, av =r? drsen 6 dddo (veja 1-19) © substituindo na dltima expressio, eit onde os limites para @ so 0 © x, e os de @ sio de 0a 2n, o-[ al “ao, o bo =2[ | ker? sen 0d dr, =2e [Patar[ enon, - xf br dv {cos}, { er sen 0 dr dB.do, -»/ sr? dQ), *, bet = art [parm anf] = kak’, ° -B, para r= R 1,7 ~ ELEMENTO DE VOLUME EM COORDENADAS ESFERICAS E muito comum o uso de coordenadas esféricas. Consideramos um sistema de coordenadas com origem coincidente cam o centro de uma esfera, tal como 1-18. Figura 1-18 Um ponto qualquer, definido pelas coordenadas r, 0 ¢ @, est sobre uma esfera de raio r. Um elemento de comprimento na diregio radial, normal a esfera, seri dr. As relagdes entre x,y,z 07, 0 ¢ @ sao: x = sen 00s 9] y=rsen sen gh» (417) eos (oct + yt + 2) ee onare (2) Um elemento de volume, de acordo com a Fig. 1-19, ser AV = (r dO) (dr) (r sen 8 de), 1 drsen 6d0 dg. 19) sen Odo Figura 119) 18 — INTRODUGAO A ESTRUTURA DA MATERIA Sabemos atualmente que a matéria € constituida de moléculas, que por sua vvez, so constituidas de particulas minisculas denominadas dtomos. Na Anti- guidade accitava-se a idéia de que toda a materia era formada de particulas indi- visiveis, ou seja, de dtomos. Hoje sabemos quie os tomos nfo sto particulas indivi- siveis, mas sim aglomerados de particulas, conhecidas por particulas elementares. Atomo, como o entendemos hoje, foi idealizado pelo fisico inglés Rutherford (1871-1937), apbs uma série de experiéncias. Essas experiéncias levaram Rutherford © seus colaboradores a fazerem um modelo do Atomo, que, em termos bastante ples, ¢0 seguinte: consta de uma parte central onde se concentra praticamente {oda massa do dtomo, Essa parte central € chamada miicleo atémico, O micleo ‘atOmico ¢ formado, principalmente, por dois tipos de particulas clementares: os prétons © os néutrons, As primeiras éo portadoras de carga positiva e as segundas silo destituidas de cargas elétricas, A massa do préton vale, aproximadamente, 1,6 x 10°?" kg. e 0 néutron tem massa ligeiramente maior. Ao redor do nicleo atémico, gravitam particulas elementares de natureza diferente das anteriores. Siio os eldrrons. A massa de um elétron € da ordem de 1840 vezes menor que a massa de um proton, isto & 9,11 x 102 kg. O elétron tem carga do tipo negativa © o valor dessa carga € de 1,6 x 10-*°C. Alfés, essa & a carga fundamental, ou seja, qualquer carga q pode ser expressa como um multiplo inteiro da carga do elétron. Se indicarmos por e a carga fundamental, poderemos escrever sempre q= ne, © dizemos entio que a carga elétrica & quantizada Com respeito as dimensdes atémicas, podemos dizer com seguranga que 0 raio do nticleo varia entre 10”! m e 7 x 10"! m, enquanto que os atomos tém raios compreendidos entre 05 x 10-#m © 1,5 x 10-'m. (Veja a Fig. 1-20) ‘romo de bideogtnio eS / ‘ / Proton \ \ 7 Blscon Frewra 1-20 Figura 121 [As bases te6ricas’do modelo at6mico de Rutherford foram dadas pelo fisico dinamarqués Niels Bohr (1913, 0 qual formulou alguns postulados que foram capazes de explicar 0 tomo. Os postulados de Bohr fazem parte de uma nova teoria fisica, denominada mecdnica quintica, que & aplicével ao mundo atémico. Segundo a teoria de Bohr, 0 atomo de hidrogénio teria o aspecto da Fig. 1-21, de um modo geral, 0 da Fig. 1-22 Entretanto os elétrons nao ocupam posigdes arbitrérias em torn do nicleo, mas apenas certas drbitas permitidas. Por exemplo, uma drbita ser permitida ves = Gi \ / _ \ © Néutron We a \ 6 Beton \__ Opto | / FBevon phase ch ra 122 gee 123 se © momento da quantidade de movimento (momento angular) do elétron for um miltiplo inteiro da quantidade h/2n, onde h € uma constante universal, cha- mada constante de Planck, que vale aproximadamente 6,62 x 10~*J-s no sis- tema SI. © que acabamos de expor corresponde a um dos postulados de Bohr. No seu estado normal, o atomo apresenta o mesmo niimero de elétrons € de protons, Assim, a matéria no seu estado normal € neutra E denominado de niimero de massa 0 niimero de prétons no niicleo atémico. Simbolicamente, indicamos o mimero de massa por Z. Por exemplo, o tomo de hidrogénio tem nimero de massa igual a um e, pata o uranic, Z = 92. No caso do dtomo de hidrogénio, com mimero de massa igual a um, a fim de que o sistema seja neutro, € necessirio que haja um elétron revolvendo em torno do nicleo. Entretanto 0 niicleo poder conter um préton e um néutron, como na Fig. 1-23 «¢, nesse caso, o sistema se chama hidrogénio pesado ou deutério, Os elétrons, em suas érbitas, segundo a teoria de Bohr, possuem energias bem determinadas. As Grbitas mais internas correspondem a estados de energia mais baixos, ‘No que concerne a cletricidade, apresentam grande importancia os elétrons extranucleares. Estes podem ser arrancadas com relativa facilidade, enquanto que os protons formam um sistema muito mais complicado, sendo dificil obter-se a sua remogiio, De qualquer maneira, a forga de’atragiio entre os elétrons e os pro- tons € suficiente para manter a estabilidade do atomo, Por outro lado poder-so-ia perguntar: desde que o niicleo € constituido de particulas positivas, 0 que mantem os protons unidos, uma vez que a forga cletros- titica entre eles € de repulsio? A resposta ¢ a forea nuclear, que & um tipo de forca diferente dos tipos com que estamos acostumados a lidar, como, por exemplo, 1 propria forga eletrostitica, a forga gravitacional, etc. Podemos adiantar que atualmente conhecemos algo sobre as forgas nucleares, mas ndo tudo, e que ainda permanece um campo aberio a pesquisis. Uma das caracteristicas dessa forca © que seu valor é muito grande a-pequenas distincias, mas, em compensagiio, muito pequeno para grandes distancias. Para finalizar, relembrando 0 que dissemos no inicio, a matéria, no estado normal, é neutra (contém o mesmo néimero de protons e de elétrons) ou, ainda, presenta 0 mesmo niimero de cargas positivas © negativas. Assim, o que se deve Wer por Yearregar eletricaments” um corpo, nada mais ¢ do que adicionar ublra cargas elétrieas desse corpo. O ato ce somar ou subtrai cargas el eee rerio tricas a um corpo denomina-se eletrizagdo do corpo. Nos casos vistos no inicio deste capitulo, a eletrizagio se deu através do con tato intimo entre dois corpos. Quando se diz. que a eletrizagio foi conseqiiéncia do atrito de um material por outro, o atrito, como fendmeno em si, no & 0 res ponsivel pela eletrizagto; serve tio-somente para faciitar 0 contato intimo entre ois corpos. No caso de um imico atomo, esse ato recebe o nome de ionizagdo. 86 por curiosidade, além das particulas jé citadas, existem outras, que silo dadas na Tab, I-1 juntamente com algumas de suas propriedades. ‘Tivemos oportunidade de dizer que nfo & o fendmeno de atrito o responsivel la cletrizagio de dois materiais, mas que, a0 atritarmos os dois corpos, estax mos facilitando © contato entre’ os mesmos. Existem na natureza certos tipos de materiais que apresentam uma tendéncia fin receber elétrons ¢ outros que apresentam uma tendéncia de ceder elétrons. Quando citamos a experiéncia de um hastin de vidro sendo atritado com seda, fila tem uma tendéncia em receber elétrons, enquanto que o bastio de vidro, ao “ontririo, tende a ceder elétrons. Entio um certo nimero de elétrons passa da barra de vidro para a sed, ficando, pois, a barra de vidro carregada positivamente (maior nimero de protons) ¢ a seda carregada negativamente (excesso de elétrons. Notamos que a carga elétrica nao é criada nem destruida 0s’corpos se cat ogam cletricamente devido a uma alterago no equilibrio elétrico de seus étomos. Um corpo fica carregado positivamente ¢ o outro negativamente com quantidade igual a anterior. O que acabamos de dizer constitui o “principio da conservagio das cargas eletricas”. Tabela 1-1, Particulas elementares Féton ‘Neutra Neutrino Neutra Pasion 7 Poste by) Eletrizagio por contato {ue Negativa Recordemos a experiéncia do Cap. 1 em que tinhamos um corpo carregado Meson 1 Meo F Neots , com este, tocavamos uma pequena esfera de papel. Temos entdo, inicialmente, Ba Neutra Um corpo carregado ¢ um outro ncutro (descatregada). Se um dos corpos esti Mésons K Neutra arregado eletricamente, digamos com excesso de elétrons, as forgas de repulsio, {Pein Positva fentre os mesmos fazem com que haja uma tendéncia a expulsi-los do corpo para INévteon Neutra que este atinja seu estado neutro. Sendo neutro © segundo corpo, inicialmente ae Nee nilo haverd nem repulsiio nem atracio entre os dois. Entretanto, ao fazermos com Range ae ue ot dois corpot enirem em contato o que tem um excesso de elétrons trata Neeativa de expulsi-los © haveré um movimento de clétrons deste para 9 corpo neutro. cx Negatva Mas, & medida que vai aumentando o mimero de elétrons do segundo corpo, apa- S feceri neste uma repulsio dos elétrons e, ao diminuir a concentrago de elétrons, ee ee 7 diminuiré a repulsio no segundo, até que cesse essa transferéncia de carga. Che- gard um momento em que os dois corpos se repeliro por estarem carregados com cargas do mesmo tipo. Niicloons Observagdes i) Além das propriedades dadas na Tab. 1-1, as particulas elementares pos- sem outras como por exemplo, spin, vida média, modo de desintegracao, ete, pa On ens mas nilo nos convém citi-las aqui. ‘ ii) As massas das particulas sio dadas tomendo-se como unitiria a massa do ft eee ee 5 eee cis Se elétron. Por exemplo, um proton tem massa 1 836,1 maior que a massa do elétron ssloas de massa m c caren 9, segundo a Fig. 1-24 Considerar o Angulo @- muito (0,1 x 10°24 kg). As cargas também sio dadas tomando-se por base @ carga do pequeno. Nessas condigdes, mostrar que elétron. 7 iii) Sempre que aparecer o sinal (%) significaré que nfo houve conlirmagdo ry experimental do fato, pallseoe Gag ma) 1.9 — TIPOS DE ELETRIZAGAO Existem varias formas possiveis para que um corpo fique eletrizado, Pas- saremos a examinar algumas delas. ee am i Separagilo entre as esferas. Se / = 120m, m= 10g e x = Sem, qual © valor de q? 1.2. = Comparar a forga gravitacional com a forga eletrostitica entre o elétron © 0 proton no fitomo de hidrogénio. Dados: raio da érbita do elétron, 5:3 x 10- 1m; carga do elétron, 1,6 x 10-'*C, massa do elétron, 9,1 x 10"! kg; massa do proton, 1,7 x 10-2"kg; © G= 67 x 10"! (N-m*ykg?, Resposta. P/F, = 418 x 10% 1.3 ~ Duss cargas puntiformes , iguais, esto separadas por uma disténcia 2b, Uma terccita carga q & obrigada a permanecer na mesma linha que une as anteriores, Mostrar que, se x & o deslocamento da terceira carga, a partir do ponto médio das outras duas, existe uma forga de restituigo para pequenos deslocamentos a. Nesse caso, podemos des ——ts 8) primeiro caso: Bee eae (17) b) segundo caso: Bee Introduziremos agora uma grandeza definida como 0 produto do valor abso- Iuto de uma das cargas que compdem o dipolo pela separagdo entre as cargas: p= qa. Podemos dar a essa grandeza um carter vetorial, Para isso basta que a distancia a associemos um versor, que dari a direcdo e o sentido da grandeza definida acima (veja a Fig. 2-8), O versor escolhido é tal que aponta de ~q para ‘+4. Indicando por ¢ esse versor, podemos escrever aie ie tg Figura 28 Figura 29 © a grandeza definida anteriormente fica sendo, p= 40. (2-18) Essa nova grandeza vetorial p denomina-se de momento elétrico do dipolo. Com essa nova definigo, os campos calculados nos dois casos anteriores passam a ser escritos: 1S. a Pe ay L 2p (2-19) Py Baa Imaginemos um campo elétrico uniforme como o da Fig. 2-9 € um dipolo colo- cado na regidio onde existe tal campo elétrico. Aparecerdio em + q e 4 forgas iguais (P), porém de sinais contririos O momento mecinico da forga F seré M=axF. (2-20) Sendo 0 0 fingulo formado entre a ¢ E, M =aF send, Lembrando que, de acordo com a nossa notacdo a x F, significa o produto veto- rial de a por F, enquanto que o produto escalar de dois vetores a e b sera ab, (Veja 0 Apendive A.) —— Voltando agora a0 nosso caso, ¢ lembrando a definigio de momento elétrico do dipolo (2-18), temos Logo, ou fim, ae 221) Entio, quando um dipolo é submetido 4 agio de um campo elétrico, sofre a ago de duas forcas iguais ¢ de sinais contrarios (bindrio) e, entdo, aparece um mo- ‘mento mec&nico que tende a alinhar © dipolo na diego do campo elétrico E. Esse resultado ¢ de grande importincia, ¢ isso sera visto no Cap. 5, quando estudar- mos os dielétricos. 4) Campo devido a wma espira circular Consideramos uma espira circular de raio R com uma carga elétrica dis tribuida de tal sorte que a densidade linear de carga seja constante (j), Procura- remos calcular 0 campo num ponto P a uma distancia a do centro da espira © sobre seu eixo, como na Fig 2-10. Sclecionemos um elemento de arco dl da espira que contenha uma quantidade de carga dq. Esse elemento produziri um campo clétrico dE no ponto P. Se escolhermos P como origem do sistema de coordenadas, cartesianas retangulares, poderemos projetar dE segundo duas diregdes, uma concidente com 0 eixo da espira, dando dE... € outra segundo uma diregao perpen dicular & anterior, dando dE, Por simetria, é facil ve devemos calcular’ s6 as coniribuigdes segundo a diregio x. de, = gh Goose (2-22) ag las Mas «er slo constantes, quando contamos as contribuigBes de todos os dg. Assim, toe ane [a _coseg «= Gnegr Levando nessa iiltima os valores de q ¢ 7*, em tungio de R, fe a, vem ra(P +a), 4 mbt donde on Lozo, ee al Ee yah ap 223) que di médulo do campo no ponto P. A diregio é a do cixo da espita e 0 sentido € de afastamento da espita. ‘Um caso interessante pode ser imaginado quando a > R, isto & a distancia @ € muito maior que o raio: HR Page Por outro lado, no centro da espira, @ E, 0 Esse resultado & imediato, devido a sime €) Campo devido a wn anel circular Consideremos um anel circular como o da Fig. 2-11, possuindo uma carga total +4 ¢ de raio R, Queremos calcular 0 campo elétrico produzido por esse a ~~ ‘nel num ponto P, a uma distincia a do centro do anel ¢ sobre o eixo do mesmo, Decompondo o campo dE, produzido pela carga elementar dq do anel segundo duas diregdes: uma coincidente com o eixo do anel ¢ outra perpendicular a ela, Vernos imediatamente que, por simetria, no ha contribuigio dos componentes, GE, para 0 campo final, © que significa que devemos calcular, na realidade, s6 dE... Em médulo, Para obter © campo final no ponto P, devemos integrar a expresso acima para todos os elementos de carga contidas no ancl cos 1 “heat | visto que, nesse caso, r ¢ x sto constants, Logo, “1 geosa Es Gnog «, lembrando que ? oe r= (R? + a7)? Por fim, fi es a = |= aay RF (224) A diregio desse campo € a do eixo do anel ¢ o sentido o de afastamento do anel, 4) Campo devido a uma distribuicdo plana de carga Imaginemos um plano infinito carregado uniformemente com carga total 4 sendo que a densidade superficial de carga (carga por unidade de dca) é cons- ante, isto € a carga q se distribui uniformemente por todo 0 plano. Vamos cal cular o campo elétrico produzido pelo plano carregado num ponto P qualquer uma distancia a da distribuigéo, como na Fig. 2-12. © método adotado para a resolugio do nosso problema seré o de calcular co campo elétrico em P devido a um anel de espessura dR e raio médio R. Poste- riormente, somaremos todos os anéis contidos no plano. Selecionemos, entio, um nel elementar do plano, que conteré uma carga dg. Mais uma vez, é claro que, devido A simetria do problema, haver’ contribuigao apenas para o campo final das com- ponentes dE,, enquanto que as dB, cancelam-se aos pares. 4 ‘Vimos, em (2-24), que o campo de um anel, desde que seja elementar, ser dado por oy a Ee day E+ OP? Figura 2-12 Por definigao, a densidade superficial de carga sera aq ons (225) onde dq € a carga do anel clementar de espessura dR, sendo dS a area desse ancl. Logo, wie, aq = 0 dS; a ods ae, = E Raa ME ane, (RF + oP re. a5 = 2nRaR, az__2nRdR Ie, + a Mudando a variavel, ate. Por outro lado, AR = a sec? ada e se aera is (R? + a2), ath Fazendo essas substituigdes na expresso de dE, ag a tg x-a sec? ada costa 2 @ , simpli £ sen nde, que devemos integrar levando em conta as dimensdes infinitas do plano, isto é « variard desde 0 até 7/2 Entao, oma no de [Puce que resulta - 7 (2:26) Observar que 0 resultado obtido independe da distincia onde se calcula campo. Isso & sempre verdade, desde que a distancia onde se calcula o campo seja pequena comparada com as dimensdes do plano carregado. A expressio (2-26) nos di o médulo do campo. A direglo sera perpendicular ao plano, enquanto que 6 sentido do campo sera apontando para fora do plano ou de afastamento do plano, Se as cargas do plano forem negativas © campo apontari para o plano. 23 — LINHAS DE FORGA A nogio de linhas de forca (abreviaremos if) foi introduzida pela primeira vez por Faraday (1791-1867), constituindo-se até hoje num procedimento muito conveniente para a visualizagio e, conseqtientemente, para a analise de campos cletricos A fim de podermos utilizar as linhas de forga, deveremos estabelecer um cti- tério quantitativo para sua medig&o, Antes, porém, vamos dar as principais carac~ teristicas das linhas de forga: 12) as LE, originam-se nas cargas positivas ¢ terminam nas cargas negativas: 22) as LE Sto linhas continuas, exceto nas fontes (+) € sorvedouros (-): 32) 0 niimero de Lf. € proporcional ao valor absoluto das cargas: 42) 0 sentido das Lf. é, em todos os pontos, o mesmo do campo elétrica: 52) a densidade de Li & uma medida do campo elétrico. Antes de mais nada, devemos dizer 0 que entendemos por densidade de Lf. Significa a raz4o entre o niimero de Lf, ¢ a unidade de area perpendicular & diregdo das I. Isto é, niimero de Lf densidade de = riage de fren perpendicular As Tf. (2.27) a Para o estudo quantitative das Lf devemos aribuir um certo valor ao numero BT TEE coniuinor ove de If, que se originam na unidade positiva de carga. Procurafemos contar 0 niimero i) q de If que sui de uma carga positiva. Seri exse o eritério. Consideremos um campo nit om elétrico devido a uma carga ++. Dessa, de acordo com o que foi dito, sairio inhas Tne 3 ei rcateoma an! Fie, 212 ou sia. 0 niimero total de linhas de forga por unidade de carga & igual a 1/oy. Ot, finda, o que di no mesmo, de eada IC saem (ou entram) Ley Lt Na Fig. 214 (a), (b) © (€), vemos alguns aspectos das linhas de orca para alguns casos simples, NA NEB AN 7S (a) Cargas puntiformes SX KR (0) Dipolo (6) Duas cargas positvas Figura 2:14 Figura 2-13 Tracemos uma esfera de raio OP = elétrico em P seri com centro na carga +4. O campo (2-28) ey 1 Prsmrnett one esa aniatae ake encanta ae 24) seas oumarcareeh Frag! (2.29) A (2:29) nada mais ¢ do que o valor campo elétrico produzide por uma carga elétrica +q a uma distancia unitaria. De acordo com a S.* caracteristica das LI, 7 24 ~ EQUACOES DAS LINHAS DE FORCA See ies Devido ao fato de as linhas de forga serem, em geral, curvas tais que, num ponto, tenham a diregio do campo resultante no ponto considerado, procuraremos determinar a equagia de uma linha de forga ou, melhor ainda, de uma familia de curvas, numa dada regio, que representari a8 linhas de fora nessa regio. Para tanto, devemos conhecer os valores das componentes do campo nos pontos de tal regio Sejam ento um ponto P de uma curva ¢ a tangente a mesma nesse ponte. Pode ser, por excmplo, como o caso da Fig. 2-15. ‘A tangente de « no tringulo formado pelos campos ¢ dada por E 0 niimero total de Lf. (N) que sai de +4 & numero de Lf. EY jade de Grea perp x fea total, ou N =densidade de Lf. x drea total (230) Entdo, para o nosso caso, de avordo com a (2-29), q 4 epee 2-31) Lina de forga Figura 215, Por outro lado, o declive da linha de forga em P & dado por (veja a Fig. 2-16) gra (234) De (2-33) ¢ (2-34), tiramos a relagdo ae ah (2-33) A expresso (2-35) & a equacdo diferencial das linhas de forga em coordenadas cartesianas retangulares. ‘Algumas vezes conhecemos as componentes de E, n&o em coordenadas car- tesianas retangulares, mas sim em coordenadas polares. Entio, nesse caso, sera itil sabermos a equagao das linhas de forea referida a esse sistema. Vamos nos orientar, para conseguir a equagio desejada, pela Fig. 2-17. Nessa figura, e, © silo 0s versores das diregdes r e dos 0 crescentes. E, ¢ E, so a3 componentes de , segundo essas duas diregdes. Temos, imediatamente, que tera Fe (236) Por outro lado, no tridngulo POM, podemos obter o declive da curva dr tea= 37) Das equagdes (2-36) © (2-37), concluimos que E,_ dr haw, (238) que é a equagio diferencial das linhas de forga em coordenadas polares. Figura 247 25 — EXERCICIOS RESOLVIDOS 1) Considerar uma regitio do plano na qual o campo elétrico é dado por E=iaxtjay Determinar as linhas de forga nessa regio. Soluedo E,=ax | E,_dy E,=ay E, 7 ds* ee aw dy ax” dx” donde Iny=Inx+InC In y= In Cx, ca que nos da as linhas de forga na regio, que sto retas passando pela oigem, 2) Numa certa regito, as componentes do campo elétrico sto 2rd. Determinar as linhas de forg. Solgda Bde E, rd" 2peos! i rao" ee disen@) _ dr’ pint yen logo, cat a ‘f 2 In (C send) Portanto C? sen® 8, que & a equagdo das linhas de forga procurada. 26 ~ DISTRIBUIGAO DAS CARGAS NOS CONDUTORES Num primeiro estigio, podemos subdividir os materiais em duas classes: condutores e dielétricos. Os primeiros recebem essa denominagio devido ao fato de apresentarem grande facilidade para transferéncia de carga no seu interior. Em geral os metais so bons condutores de cargas elétricas, Isso se deve & propria estrutura dos étomos constituintes dos metais, Nestes os elétrons das tltimas Grbitas sfo facilmente deslociveis ¢ se movimentam mais ou menos livremente no interior do metal. Esses elétrons silo chamados de elétrons livres. Os materiais dielétricos nao possuem elétrons livres. Estudaremos os dielétricos com maiores detalhes no Cap. 5. Passaremos a examinar alguns fatos concernentes eletrizagaio de um ma- terial condutor © a conseqiiente distribuigdo das cargas elétricas nos mesmos. Deixaremos de lado, portanto, o estudo dos dielétricos, por ora Existem certos fatos experimentais muito simples que demonstram que, nos ‘materiais condutores, quando carregados, as cargas elétricas ocupam as posigoes ‘mais exteriores desses materiais. Seguem-se duas dessas experiéncias, a) Tomemos uma esfera ova, condutora, dotada de um orificio, sobre um suporte isolante (a fim de que nao haja transferéncia de cargas). Se eletrizarmos a esfeta ¢ introduzirmos na mesma um bastio neutro, tocando a esfera pela parte interna, como na Fig. 2-18, ao retirarmos o bastiio, verificaremos que o mesmo permanece neutro, Entretanto veremos que o bastio se eletrizaré se tocarmos a parte externa da esfera 4 t 8 @ O tipo de eletrizagto adquirida pelo bastao é a eletrizagho por contato, by Passemos a uma outra experiéncia simples, Tomando uma esfera metilica coca e carregada, e considerando dois hemisférios perfeitamente adaptiveis a esfera, como mostra a Fig. 2-19, envolvemos a esfera com os hemislérios © depois os retiramos. Verificamos que os hemisfios estio carregados ea eslera neutra (© fato de as cargas se localizarem na superficie do condutor é devido as repalsBes miitues entre as propriao eargas elétricas, que se afastam uma das outtas tanto quanto possivel até atingirem uma distribuigio de equilibrio, Se exercermos uma forga no interior do condutor, através da aplicagio de uum campo elétrico, as cargas poderdo se mover. Se, por um meio qualquer, con- seguirmos manter um campo elétrico no interior do condutor, as cargas se movie ‘mentardo, dando, assim, lugar ao que se chama de corrent elétrica, que seri ana- lisada mais detalhadamente no Cap. 6. Por outro lado, se no houver campo elétrico aplicado no interior do condutor, consegiientemente ndo haverii movi- Imento de cargas livres. A reciproca € verdadeira, pois, se as cargas num condutor permanecem estiticas, concluimos que © campo elétrico no interior de um con- dutor & nulo. Qo — Corpo earregado positivemente — Canduto’ neuire Condutor carregado ‘egativamente Figura 2-20 2) ~ ELETRIZAGAO POR INDUGAO Um outro processo de eletrizagiio & a por induglo. Consideremos um corpo arregado com carga positiva e levado as proximidades de um condutor, iniciale mente neutro (veia a Fig, 2-20). No condutor, aparecerdio as cargas chamadas indusidas, sendo as de sinal negativo mais préximas do corpo carregado positive mente. E dbvio, portant, que as cargas positivas do condutor se localizardo nos pontos mais distantes. Ligando © condutar A terra as cargas positivas atrairio dosta, através do fio condutor ligado a terra, elétrons correspondentes até neutra- lizagdo daquela zona. Interrompendo-se a ligagio e retirando-se o corpo carregado poxitivamente da presenga do condutor, este ficard com cargas negativas em excesso {udquiridas da terra), que logo apés se redistribuem ficando assim 0 corpo con- dutor carregado negativamente. . PROBLEMAS 2.1 — Oito cargas puntiformes, cada uma de q C, estiio colocadas nos vertices de Bc cabo oulor los itm o comprimenta de 10Gt Acker ¢ cats +i al no centro do cubo ¢ (b) no centro de uma das faces do cubo. Resposta. (a) 0; {b) 2 x 10'? q (N/C). 2.2 — (a) Caleular o valor da carga colocada no ponto P, (2,3,4) que produz, no ponto P, (46,10), um compo elérico de intensidade 9 N/C: () qual ser 0 valor do campo se a carga for colocada na origem do sistema? ¢ (c) a que distincia Ua oriaem deve sr colocada a carga a im de que o campo eetricn sea © dobro Go campo ‘ltrice do item anterior? As coordenadas sto tmedidas et 72608 Resposta. (a) 49 x 107® C; (b) 2.9 N/C; (c) 8,8 m. 2.3 — Um disco circular de raio R tem uma densidade superficial de carga uniforme « > 0. Achar o campo elétrico num ponto do eixo do disco a uma dis- Sacis wate giana 40 fen, Respoota z! ae =z| ial! Jaro 24 — Dado um condutor carregado (Fig. 2-21), calcular campo elétrico no ponto O, sabendo-se que o raio do semicirculo ¢ R ¢ a carga total & q > 0, unifor= Pomcans Sipe , a TERE 2.5 = As componentes do campo elétrico numa certa regido sido dadas por i : be Provar que as linhas de forga constituem uma familia de cireulos concéntricos com centro na origem. 26" Um campo strico & dado por E=ix-jy Obter a equagio da familia de curvas que representam as linhas de forga de tal campo. Resposta. xy 2.7 — Uma faixa infinita muito fina, de largura b, apresenta uma densidade superficial de carga ¢. Calcular 0 campo elétrico num ponto P, no plano da faixa, sibendo-se que a distancia do lado mais proximo ao ponto P é C. o b regs (5£-}n(1 +2) 2.8 — Um pequeno cilindro carregado, de raio Re comprimento dx, apre- senta uma densidade superficial de carga 4. Calcular a intensidade do campo elétrico num ponto sobre 0 eixo do cilindro a uma distancia x do centro. xQnRadx) te ey neg (R? + x7) =o Resposta. cariruto 3 FLUXO ELETRICO E LEI DE GAUSS 3.1 — FLUXO ELETRICO Imaginemos uma superficie S qualquer situada numa regio do espago onde cxista um campo elétrico E. Selecionemos, dessa superficie, um elemento dS. Seja ¢, 0 versor da normal & superficie no ponto P, como na Fig. 3-1, ¢ que forma um Angulo @ com a diregio do campo no mesmo ponto P. 4 | | Associando dS ao versor e,, teremos um vetor ¢, dS, tal que 0 scu médulo 6 dado por dS, sua diregio é a da normal em P, eo sentido é 0 da normal, apon- tando para fora da superficie. Por conseguinte, usaremos a notagio e,d8 = dS. G4) Chamamos de fluxo do vetor E através de dS a grandeza definida por a = E-ds. 62) Como 0 modulo de E dia densidade de linhas de forga, Ed daré 0 néimero total de linhas de forca através da superficie elementar dS, 3.2 = LEI DE GAUSS (1777-1855) ssa lei é vilida para campos vetoriais de um modo geral, sendo perfeitamente aplicivel, com grandes vantagens, em cilculos de campos elétricos que upresentam — ‘boa simetria como, por exemplo, campos devidos a esferas, cilindros, etc. A expressfio matemitica da lei de Gauss ¢ a seguinte: fe as=¥ 4%. oa ay Se quisermos 0 fluxo total do vetor campo através de toda a superficie $) considerada, ele nos seri dado por ®, ~ [eas 63) O fluxo do campo elétrico E através de uma superficie, assemelha-se & situagio apresentada na Fig. 3.2. Nest formulago, a lei de Gauss é valida para conjuntos discretos de cargas elétricas no vécuo. E ficil verificar que 0 primeiro membro de (3-4) nada mais & que o fluxo de F através de uma superficie fechada $, ou seja, 0 niimero total de linhas de forga que emergem de S, De outra maneira, 0 segundo membro de (3-4) apresenta 0 mesmo significado fisico, Se ndo, vejamos: seja + uma carga representativa do conjunto discreto de cargas, sendo seu nimero total igual a n, como na Fig. 3-3, Figura 32 Tratando-se de uma superficie fechada, o fluxo através da mesma serd a, [ eas Observe que o simbolo de integral da ultima expressio significa que a integral se estende a uma superficie 5 fechada. Poderdo, entretanto, ser encontradas, neste € em outros livros, diferentes notagdes para integragao através de uma superficie dealers ‘Como ji. tivemos oportunidade de frisar, a expresso (3-3) nos dé o nimero Figura 33 j Como vimos, no capitulo anterior, de + deve sait um certo mimero de Tinhas de forga. Nosso objetivo seri calcular © mimero total de linhas de forga ‘que emanam de S. Como da unidade positiva de carga saem 1/éo linhas de forga de +4 deverio sair gjéo linhas de forga. Portanto 0 namero total de linhas de forga que sai de todas as cargas (n) envolvidas pela superficie fechada S sera a. Be total de linhas de forga através de S, Convencionamos que esse fluxo & positive quando as linhas de forga “saem” de S, ou quando o fluxo tiver 0 sentido positive de ¢, (apontando para fora da superficie). Obviamente o fluxo seri negativo se ccorter no sentido negativo de ¢, (apontando para “dentro” da superficie). 7 Assim, ambos os membros de (3-4) apresentam o mesmo significado fisico, Passaremos agora a provar, de um modo bastante simples, a expresso dit lei de Gauss (3-8), Antes, porém, vejamos algo a tespeito do Angulo sélido. Con= sideremos © arco clementar dl eo Angulo plano elementar dl. O Angulo dd & subtendide no centro do cireulo de raio R, como na Fig, 3-4, Entio, al * x em radianos®). O simbolo de integral se refere a integragiio efetuada ao longo de uma curva fechada, Analogamente. um clemento de Angulo sétido, dQ, € definido como o fngulo subtendido no centro de uma esfera de raio R por um elemento de drea dS (veja a Fig. 355) O Angulo solido elementar sera dado por: dS _ dS cos 0. a ce Assim, 0 Angulo sélido total sera: fi red ae eased ce ae es ~baoe > ae = dese 5) Voltemos agora a lei de Gauss, Seja +4 uma carga elétrica no interior de um volume V; limitado por uma superficie S, de acordo com a ilustrago da Fig. 3-6. £0 ragiano (rad) é 8 nidade de éngulo plano, que & 6 Angulo central que subtende um arco de sireule cujo comprimento € igual a0 da Taio dese circulo #40 esterorradiano (61) €a unidade de Sngulo sido, que € © Angulo sido com vértice no centro de uma esfera que sublende na superficie da esera uma rea medida pela quadrado do respectvo rio i 4 ‘ Figura 3-6 | Caleulemos 0 fuxo elétrico @, através de S. De acordo com a definigao dada, ®,- 6 E-ds $ BaTeos0. 6-6) Is ‘ fas sabemos que 4 P 4 ou seja, © campo elétrico em P, ponto da superficie 5, € devido & carga +4, locali- vada em 0, com OP =r. Logo, a (3-6) ficarit : o,= Entretanto, de acordo com o que j& vimos, Sond a, 4 sendo dQ o fingulo sélido elementar. Assim 4g % = a5 9, Portanto, pelo resultado (3-5), Por fim +a@ -7) foi conseguida para uma carga situada no interior de S. Se, ao inves de uma tinica carga, tivéssemos varias cargas elétricas, 4, dy qyy.++sdqy POCe= riamos calcular 0 fluxo através de $ devido a cada uma das cargas. O fluxo total tatravés de S devido as m cargas seria a soma dos fluxos parciais de cada uma delas, Assim, podemos escrever que € exatamente a (3-4), que queriamos provar. A lei de Gauss nos informa que © fluxo do campo elétrico através de uma superficie fechada vale 1/r) vezes a soma das cargas internas & superticie. F imediata a conclusdio de que, se uma carga nio for envolvida pela superficie considerada, o fluxo correspondente a mesma seri zero, Consideremos uma carga puntiforme +g colocada fora de uma superficie fechada, tal como na Fig. 3-7. Vemos que cada linha de forga corta a superficie duas vezes. Nos contornos mais préximos de q, 0 vetor E aponta para dentro da superficie ¢ nos contornos mais afastados, o campo aponta para fora da superficie. A integral § E-ds ide ser dividida em duas partes, correspondendo A regiio onde E aponta 5 jentro ¢ para fora. As duas regides subentenderio © mesmo &ngulo sdlido, por fous sinais serio opostos, de modo que a integral total se anula. de uma superficie fechada com as cargas no interior dessa superficie, Para fina lizar, devemos alertar que essa relagio 96 tem realmente valor e importincia porque fas forgas eletrostiticas dependem do inverso do quadrado da distancia. ‘© ute foi dito acim € vilido para uma distribuigio discreta, bem como para uma distribuigio continua, apresentando uma densidade volumétrica de carga log0, feds=t | pay : onde V é 0 volume limitado pela superficie $ que contém no seu interior a carga, elétrica considerada, (3-8) 33 — APLICAGOES DA LEI DE GAUSS Talvez, uma das maiores dificuldades, que encontramos quando queremos aplicar a lei de Gauss para uma certa situaglo resida na determinagio de uma superficie conveniente envolvendo as carges que produzem 0 campo elétrico que desejamos calcular. A citada superficie deveri acompanhar a simetria do pro blema em maos € dever conter © ponto no qual queremos conhecer o campo, Uma superficie assim @ usualmente chamada de superficie gaussiana. (0 objetivo das aplicagdes que faremos a seguir € mostrar o célculo de campos létricos para os casos que envolvam uma boa simetria, determinando para 08 mesmos as respectivas superficies gaussianas. Devemos ressaltar, também, a sits plicidade que acompanha os calculos que serio realizados quando sto compa= rados com os mesmos cilculos para sistemas semelhantes, efetuados a partir da definigdio de campo elétrico. a) Campo de wna carga: puntiforme E claro que, se quisermos caleular o campo elétrico num ponto qualquer produzido por uma carga puntiforme, é muito mais conveniente aplicar a propria, efinigdo de campo elétrico diretamente do que através da lei de Gauss. Entre- tanto Somente por motivos de ilustragao e por se tratar de um caso bastante sims ples € que efetuaremos esse célculo. Consideremos, pois, uma carga q positiva, por hipétese, ¢ localizada num: ponto O, como na Fig. 3-8, ¢ calculemos 0 campo elétrico devido a essa carga no ponto P, a uma distincia 7 de 0. Inicialmente, devemos desenhar uma superficie que acompanhe a simetr do problema ¢ que contenha o ponto P onde queremos calcular 0 campo E, A superficie gaussiana que se deseja € uma superficie esferica de raio r = OP. Concluimos que a lei de Gauss relaciona 0 fluxo do campo elétrico através supeiice saussian = Figura 38 feu-2 fe oo vamos considerar os dois membros dessa expresso separadamente, © segundo membro nos da, simplesmente. tha a (G-10) enquanto que © primeiro membro da ges-> EAS cos, j , mas cos 8 = I, pois E dS so paralelos. Logo, feus-§ra-ef as visto que E, em todos os pontos da superficie esférica, tem 0 mesmo médulo, embora variando em diregao e sentido em cada ponto da superficie gaussiana, Assim sendo, $ E-dS = B(anr?), Gn) Igualando os dois membros da lei de Gauss dados por (3-10) e (3-11), temos Blter?) = 2 Portanto (3-12) que € 0 campo elétrico devido a uma carga puntiforme. ) Campo de uma esfera uniformemente carregada Nese caso, apli a , uniformemente distribuida, desejamos calcular E em P, fora da esfera, segundo {1 Fig. 39, Novamente a superficie gaussiana ser uma superficie esférica de ralo como na. figura, Se mesmo proceso, Daca uma esfera com eargi to Ay SE Superfice gaussiana Figura 39 Pelas _mesmas razdes vistas anteriormente, 0 primeiro membro da lei de Gauss di $ E-d8 = E(Azr’), (3-13) © 0 segundo membro dé uu —=4 (G14) Portanto, igualando (3-13) e (3-14), sitar) = Por fim, La 4 ings G-15) ‘Da Eq. (3-15) concluimos que 0 campo clétrico fora de uma esfera carregada univ formemente seria a mesma coisa que considerar toda a carga da esfera concentradn no centro da mesma ©) Campo de wma linha infinita uniformemente carregada Para a resolugiio desse caso, addotaremos como superficie gaussiana uma super ficie cilindrica, tendo como eixo a linha carregada dada de acordo com a Fig. 3-10, Desse modo, deveremos calcular o fluxo de E através dessa superficie , ’ Linhe eastegada uniformemente 4 ll vero que o Cuxo de F através das spe crenlares& er, Iso significa que nao ha contribuigtio desses fluxos para a integral do primeito membro Gr le de Guine Conseqtontenvila, devewor sileuar Hozortnts 9 Nuio de Ea sa ate Se area ce ci sven papier mye, peu-2 ha eens ae $ Eds $ EdS = EQar) 6-16) Is ls sendo 1 0 comprimento do cilindro. Devide ao fato de a linha ser carregada unifor- memente, podemos escrever, para a densidade linear de carga, eras u=4, Gin ou =u ‘Assim, 0 segundo membro da lei de Gauss torna-se G18) ee ee ee en G19) A expressiio (3-19) nos fornece © campo elétrico devido a uma linha infinita Liniformemente carregaca, calculado a uma distancia r da linha, Devemos ressaltar figui a simplicidade desse célculo, quando comparado com aguele efetuado no Cap. 2 Eq. 2-14), ) Campo devido a um plano infinito carregado uniformemente Admitamos que um plano infinito esteja carregado positivamente de_um modo uniforme, como na Fig, 3-11, € desejamos caleular o campo elétrico num ponto proximo ao plano. Suporemos uniforme a densidade superficial de carga do plano e indicaremos por a. Podemos escolher como superficie gaussiana a superficie eilindriea mos- {rada na Fig. 3-11 FE bastante simples, nesse caso, concluir que o fluxo do campo elétrico através do cilindro & zero subexistindo somente aquele através das areas circulares. A. Assim, através do corpo do cilindro, f E-dS,=0 Entretanto, em cada segio circular de area A, 0 fluxo seri [ea [ ea Como temos duas segdes circulares, 0 Muxo total seri 2ES. Agora, para a densi« dade superficial de carga, podemos escrever 4 3: © 0 segundo membro da lei de Gauss ser’ ES. 6-20) Diet 5) 621) Portanto, levando em conta os resultados (3-20) ¢ (3-21), teremos 2EA donde se conclui que Ds G-22) 2 resultado esse obtido no Cap. 2 por outro processo mais laborioso. Plano carregado— Superficie gaussiana ‘onsidade superficial de carga do condutor, que poder variar de ponto para 10 nas proximidades de um condutor carregado Seja um condutor carregado, de configuragdo geométrica qualquer, do corpo (veja a Fig. 3-12). J4 tivemos @ oportunidade de examinar no Cap. fee, 2.6, que as cargas nos condutores distribuem-se pela superficie dos mesmo lgura 312, Escolheremes como superficie gaussiana um cilindro de segio circular cujo. valor da area assumiremos como sendo A. A linha pontilhada que se vé na figur indiea que a superficie gaussian termina no interior do condutor, visto que at ‘flo existem cargas. Se escolhermos um ponto suficientemente proximo da super- ficie condutora, de modo que E sea perpendicular a superficie, concluimos ime- diatamente que sé haveri fluxo através da area transversal S, . Pela Ici de Gauss, fe asmel as Por outro lado, quanto ao. segundo membro, podemos escrever ES, 623) er % % , finalmente, de (3-23) e (3-24), sai que o nm 8-25) um condutor & bastante simples, desde que apliquemos a lei de Gauss conve- wentemente. 34 — 0 OPERADOR NABLA (y) Na matematicn ¢ na fisica, € comum © aparceimento de certas entidades denominadas operadores. Um operador aparece como um simbolo indicativo de uuma ou um conjunto de operagdes que devem ser realizadas sobre um niimero, uuma fungdo, um vetor, etc. Por exemplo, 0 mimero 2 pode ser encarado como uum operador. Seja uma grandeza a qualquer. Quando escrevemos 2a, significa que o ope- rador 2 aplicado a quantidade a duptica o seu valor. Do mesmo modo, os simbolos sen ou cos podem ser interpretados como operadores que, quando aplicados a tum Angulo qualquer, dio um certo mimero. Isso significa que cos, encarado como um operador, transforma um Angulo num nimero, Podemes interpretar como operadores 0s simbolos, log, dfx, ete. Vamos introduzit um operador que, no seu aspecto formal, & diferente dos citados. E 0 operador nabla, cujo simbolo @ V. Em coordenadas cartesianas retan- gulares escreve-se 3-26) Rtg a.a ay ° sio indicativos de operagdes que deverdo ser realizadas: derivagio parcial em relago a x, y € 2, respectivamente, Entre as aplicagdes que podemos realizar com 0 operador nabla, distingui- remos trés delas, de grande importincia, e que dio como resultado as entidades, gradiente, divergéncia © rotacional. Daremos a seguir a definigio de cada uma delas, bem como sua interpretagéo fisiea. BM le yar ascend x 010s nto a) O aradiente Seja V= V(x, yz) uma fungdo escalar de ponto, Chamamos de gradiante da fungdo V(x, y,2) a0 resultado da aplicagio de Va V(x, y.2), Ki he ae, 627 w que di como resultado um vetor. Dada a fungio escalar Vix,y,2) efetuamos as derivadas parciais dessa fungao relativamente a x, y ¢ z,¢ 0 resultado € multipli- cado respectivamente por i, j ¢ k. Entdo, através da aplicagao do operador nabla, transformamos a fungdo escalar de ponto V(x, y,2) no vetor gradiente de ¥, que, simbolicamente, escrevemos VV ou grad ¥. Procuremos interpretar o resultado obtido, isto é, vejamos qual o significado que podemos dar ao vetor VV. sake eee Figura 3.13 Consideremos uma superficie V constante, isto é aquela em que em todos 0 pontos V tém o mesmo valor como na Fig. 3-13, por exemplo, Imaginemos um ponto P qualquer dessa superficie ¢ efetuemos um desloca- mamos de uma superficie de nivel. Seja, agora, di, dado por dl = idx +jdy + kez, ¢ efetuemes 0 produto escalar de VV por dl: wd ae + May Mae (3-28) E ficil distinguir 0 segundo membro de (3-28) como sendo a diferencial total da fungi V(x, y,2). Desse modo, dv = Veal. (G-29) Como estamos considerando V constante, na passagem de P para um ponto vizinho, d¥ = 0. Logo, vv-dl=0 ©, como estamos querendo interpretar °V, devemos supé-lo diferente de zero, isto € VV # 0. Ainda mais, visto que efstuamos um deslocamento real do ponto P, vem que dl # 0. Entio, se VV #0 ¢ dl # 0, 0 produto escalar desses vetores, sendo nulo, é porque VV e dl sio perpendiculares entre si. Desse modo, determ namos a diregio de VV, que & perpendicular & superficie de nivel no ponto consi derado. Devemos procurar o médulo ¢ o sentido de VV, a fim de que esse vetor fique perfeitamente determinado. Imaginemos um conjunto de superficies de nivel proximas uma da outa, como na Fig 3-14, cujos valores sto V,, V,, V etc, tal que V, seja muito préxima de Vo: Vz muito proxima ce Y; © assim sucessivamente, a — Supertcie de nivel \ Wav, +av Wt av=y, gua 3.14 Seja P um ponto de Vp ¢ efetuemos um destocamento desse ponto, di, per pendicular a Vp no sentido dos V crescentes. Como vimos, dV = VV dl e, como {emos uma variagio de V tal que dV > 0, concluimos que VV: dl > 0. Como ja sabemes que VV & paralelo a diregio do deslocamento realizado dl, isto & per- pendicular a superficie de V constante, concluimos que WV tem o sentido de di. Assim, 0 sentido do vetor VV € 0 dos V crescentes. Anda temos de examinar 0 médulo de WY, levando em conta que VV dl = dv, ‘ou efetuando 0 produto escalar indicado, AV = (WV Yl cos 8, conde 0 € 0 Angulo que determina a diregao dos vetores VV e dl. Como vimos, 0 YY tem o sentido no qual V cresce mais rapidamente com relagdo a distancia. Isso implica 0 = 0 © cos@ = 1. Logo, a av = (Vial, donde a anh ou, mais precisamente, av (r) = (3-30) Finalizando, podemos dizer que o vetor gradiente da fungao escalar de ponto Vos y. 2) € um vetor caracterizado por um médulo dado por (3-30), ou seja, da derivada direcional de V quando ela é maximave tem directo perpendicular 4 ile aan superficies de nivel ~ isto & V= constante ~ e sentido dos valores crescentes essas superficie. ‘b) A divergéncia Chamamos de divergéncia de uma fungdo yetorial 4 =i, +A, + kA, onde.A,, 4,€ A, so fungdes de x, ye 2, a0 resultado da aplicagao escalar do ope- rador nabla a A, isto & hg PAs 4 Oy tate vA G31) Procuremos interpretar esse resultado, ou melhor, procuremos dar um si nifcado fisico a divergéncia de uma fungio vetorial. Para tanto,’admitamos que A tepresente uma grandeza fisica qualquer, capaz de fluir através das paredes dle um certo volume, por simplicidade, um cubo de arestas dx, dy e dz, como na Fig, 3415. +P Normal 4 | emt Ansée ‘Normal Figura 315 Aysaq €0 valor de A quando passamos da face @ do cubo para a face oposta @ Desenvolvendo essa fungdo em série de Taylor ¢ retendo s6 os dois primeiros termos dessa série, devido ao fato de dx ser arbitrariamente pequeno, desprezamos, fos termos da ordem de (dx)? ¢, assim, ficamos com fluxo de A através de @= (A, + a) dydz. Levando em conta que as normais positivas as faces do cubo tém sinais con- trarios, 0 fluxo total através de De @ seri Ay 2s ay ads. . (A, + Fi dx) dy dz— A, dy dz = Pedy dvds (3-32) Analogamente, através das outras faces do cubo clementar, teremos a dedydz (6-33) 2h, iy ————oor — 10 0 fluxo do vetor A através de todo 0 cubo seré 0. OA, , OA, ie tee a) dxdy de 634) Porém, de acordo com a definicio de divergéncia (3-31), podemos dizer que a diver- géncia de um vetor & um escalar que representa o fluxo do vetor por unidade de Volume através da regio considerada, on, ainda, que a divergéncia di a densi- dade de fluxo dese vetor através da regido, Se fizermos o volume do cubo cada vez menor, teremos a densidade de fluxo num ponto. ©) 0 rotacional Seja a fungdo vetorial V = iV, +j¥, +kV,. Chamamos de rotacional de V a aplicagio vetorial de nabla a V, tal que (2% 2M) . 5 (eM) 4g (Se) Ee) + Nao procuraremos aqui dar uma interpretaglo fisica do rotacional de uma fangdo yelorial, mas tdo-somente mostrar que o rotacional esta relacionado com 28 proptiedades de rotagio do vetor. Para tanto, consideremos uma particula aque descreve uma trajet6ria circular de raio R, como na Fig. 3-16, com velocidade ¥, Admitamos, entretanto, que a origem relativa 4 qual referimos a posigio da VxV 35) ‘0 Figura 3.16 particula se localize sobre o eixo de rotacdo, mas nao necessariamente no centro do circulo descrito pela particula. O vetor de posigio descreveri um cone em torno do cixo de rotagio. O raio da trajetoria seri dado por Rersenx Como a velocidade angular (o) da particula € v o-p V=oR Fortanto, V = or sen a, ‘ou, ainda, em linguagem vetorial, Veoxr. Caleulemos agora o rotacional de V: tana emma oO, 0, % Sieter 7 Vx VaVxoxr=Vx @ado que © = 10, + jo, + ko, era ix+ jy thy + Vx VaV x filo,2— 09) + ox o2) + Moy —0,X)} = gece * 2 & £ = 2(io, + ja, + keo,) Nog 0,2) (90,9) portant Vx V=20. 636) Donde vemos que, pela (3-36), 0 rotacional da velocidade vale 0 dobro da velocidade angular. De um modo geral, 0 rotacional de um campo vetorial estit relacionado com as propriedades de rotagio do campo. 35 — TEOREMAS DA ANALISE VETORIAL Daremos agora, de um modo bastante breve, alguns resultados da andlise vetorial de suma importincia para o estudo da eletricidade © do magnetismo teéricos. Esses resultados so conhecidos como teoremas da divergéncia, de Stokes (1819-1903) e de Green (1795-184). a) Teorema da divergéncia © teorema da divergéncia pode ser enunciado assim: “O fluxo de um yetor A através de uma superficie fechada § é igual a inter gral estendida ao volume V limitado pela superficie S da divergéncia do yetor con- siderado” Em linguagem matematica, podemos escrever o teorema da divergéncia do seguinte modo: $4 ds -[e Ay 3-37) Vemos que esse teorema permite transformar uma integral de volume numa inte- gral de superficie, Nilo & nossa intengio dar aqui uma demonstragao rigorosa do ponto de vista matematico, mas sim verificé-lo do ponto de vista fisico. Todos os leitores que se interessarem por demonstragdes mais rigorosas poderio consultar alguns livros de cilculo vetorial citados na bibliografia, no final deste volume. Imaginemos, 96 por orientaglo, um fluido em movimento, sendo v a velo~ ‘cidade num ponto qualquer. Seja um volume desse fluido como na Fig. 3-17. A quantidade de fluido que atravessa a érea elementar dS no intervalo de tempo At sera var dS. Figura 317 ‘A quantidade de fuido que atravessa dS na unidade de tempo sera eds Entio a quantidade de fluido total que “sai de toda a superficie S, que envolve a regifio considerada, na unidade de tempo é § ods. (6-38) ‘Vimos, na interpretagio da divergéncia, que (V-»}dV era a quantidade de fluido total que se escoava através de um volume dV (consideramos um cubo naquela oportunidade), na unidade de tempo. Entio a quantidade total fluido que se escoa através de todos os volumes elementares dV & fe My. 639) ee a —— Se § for a superficie que envolve o volume ¥; (3-38) e (3-39) devem ser iguais, pra [oom que & a expresso do teorema da divergéncia para o caso de um fluido em movi- mento que atravessa uma certa regizo. Embora tenhamos langaco mio de um exemplo, 0 resultado € absolutamente geral e vale na forma (3-37), desde que A e V-A sejam continuas em toda a regio de interesse ou seja, b) Teorema de Stokes _ Passaremos agora ao teorema de Stokes que nos permite transformar uma integral de superficie numa integral de linha e vice-versa. Enunciamos © teorema de Stokes da seguinte maneira: “A circuitagio de um vetor A ao longo de uma curva C fechada é igual ao fluxo do rotacional dese vetor através de uma superficie $ limitada pela curva C" Isso quer dizer: faa=[vxaras (3-40) Vamos considerar um campo de forg: balho realizado por tal campo para levar uma part a6 0 ponto P,tvs.3y.=2) € s. que representaremos por FO. tra sla desde um ponto P(x, «4 421) : Waa = [Pa w= pra x Imaginemos entdo, uma area elementar como a da Fig. +18, abaixo. Caleulemos o trabalho realizado por F ao percorrer o caminho indicado na figura © no sentido das setas. Sejam (x, ») as coordenadas do ponto A: (x + dx, y) as do. ponto B, (x + dx, y + dy} as do ponto C e (x, y + dy) as de D. Em cada um desses Pontos, F seri fungao de: em A: F =F (x,y) em B: F = F(x +dx,y) em © F =F (x 4 dxy 4 dy) Gan) em D: F=F(x,y + dy) Como dv © dy sao arbitrariamente pequenos, poderemos desenvolver as (3-41) tem série de Taylor desprezando os termos de ordem superior & primeira em dx e dy, Caleulando o trabalho para ir de A até B, realizado por F,¢ levando em conta os desenvolvimentos citados, dWyy = [F dt) = CF.) dx = 1/2 [F(x + dx, y) + F(x, y)] dx = 12] rovon+ Ron + ae} [2 12 aa onde (F,) significa 0 valor médio de F, entre os pontos Ae B, Analogamente, Woe = [Fall = (F, dy = 1/2 [F(x + dx, y + dy) + Fe + dx, y)] dy, * y) + SF, Fray day, af [Pow + Ride + 12S 4 Jas Ainda, Wey = [F-dl]2 = CF.) dx) = 1/2 [F(x + dx, y + dy) + F(x,» + dy)] Cd), oF, ar, oF, = 12] Foy) + Edy + Foy) + Fede + Roll dx), ar, -[F0. 0+ Beays 12 as| (at Finalmente, Wp, = [Fal] = CF, Cab) = UALR (9) + FY) + dy Edy 19[ 66 D4 Fly) + Few |ean, 1 [ets y+ ie Fas ean Entfo gy = Ay + Woe + Wey + dWyg a, oF, 6-4) le ee eS ht =ase y — — oa ff evidente que a quantidade entre colchetes do segundo membro de (3+ 64 componente do rotacional de F, multiplicada pela dra clementar dxdy, O pri= miro membro de (3-42) da a circuitaglo de F ao longo da curva fechada elementar ABCD. Loto, ar, oF, (ce a) a am, fan Analogamente, se considerarmos curvas fechadas nos planos (sz) e (2, teremos, respectivamente, oF. ste OF, OF, on( Set ot aM, Uma primeira conclusio € gue rotacional de um vetor di 0 trabalho por Uunidade de rea realizado pelo vetor numa circuitagao, orientado perpendiculat- mente ao plano da area, Se essa area diminuir constantemente, teremos o trabalho realizado pelo vetor por unidade de rea num ponto. Voltando aos 118s resultados obtidos acima, somando membro a membro, vem Ge astere e aaa, pelss ’ Waa = (FoF san +( op ‘ave pode ser escritn na forma: dWogys = (VX F),dS,, + (VX F),dS,. + (V XP), dS,,. onde (V x F), significa a componente do rotacional de F na diresio 2 do mesmo modo que para os outros, e dS,, significa area elementar no plano (xy), ou seit, componente do vetor dS na direcio z. Com essas consideragdes feitas, podemos escre- ver a iltima expresso da seguinte maneira: AMagy = (@ * PAS, ou, ainda, . $F a= {e x Fas. Por fim, fr a= fi (Wx Fas, 6-43) ue é 4 expressio do teorema de Stokes para o caso descrito acima, Notar que C & a curva que limita $ através da qual calcularemos o fluxo do rotacional de F. Esse resultado € geral, isto é, vale para um campo vetorial qualquer 4, desde que Ae suas derivadas sejam continuas. ste ete ©) Teorema de Green Se U e Vso duas fungdes escalares de ponto, so vilidas as relagdes v-(UVV) v-vvu) Subtraindo (3-45) de (3-44), V-(VVU)-V-(UVY), = VW VU + (WY)-(VU)- UV-VV-(VU) (VV), UV- WV + (VU) (VV), G44) VV-VU + (VV)-(VU), (G-43) Integrando sobre um certo volume +, € admitindo que tanto U quanto ¥, assim como suas derivadas, sejam continuas, [ov (VVU)-V-(UVV)] de - [ov WU-UV-VV]dc. (3-46) Aplicando 0 teorema da divergéncia a0 primeito membro de (3-46), [v (VVU)-¥-(UVY)] de [ove UV] -45, onde S representa a superficie que envolve o volume +. Logo, [ov yu-uv wide = [ (yv0- vw) as. (6-47) A (3-47) € 0 que se denomina de teorema de Green. Uma outra forma desse ‘orema & conseguida a partir da expressio (3-44)| somente, [y (UvV)de [eorwamw (Wy) ae, (3-48) Aplicando 0 teorema da divergéncia ao primeiro membro de (3-48), isto &, lee jvnnar ~ [ewes Portanto [own-as= { (UV. Wd + i (WU)-(W de, 6-49) que constitui um segundo teorema de Green, Essas duas formas do teorema de Green, (3-47) ¢ (3-49) so de grande utili- dade no desenvolvimento te6rico do eletromagnetismo. 3.6 — FORMA DIFERENCIAL DA LEI DE GAUSS Para determinados problemas, & conveniente a aplicagio da forma diferencial da lei de Gauss. Para consegui-la, devemos langar milo do teorema da divergéncia, Se ey dado no parigrafo anterior. Dissemos que “o fluxo de um vetor qualquer através He uma superficie $ fechada é igual & integral da divergéncia do vetor estendida 440 volume limitado pela superficie 5°. No caso do campo elétrico B, 0 teorema tla divergéncia assume a seguinte forma fe as [ w-Bar (3-50) Lembrando que, para uma distribuigo continua de carga, a lei de Gauss 6 dada por G-8), $ E-dsS= feu _ Devemos igualar o segundo membro de (3-50) com o segundo membro dessa Altima expressior j (-B)AV = if fav. Como ambos os membros, ou melhor, ambas integrais so referidas ao mesmo volume V que € limitado por S, concluimos que os integrados sto iguais, isto & VE= é @-51) Interpretamos fisicamente o resultado (3-51), ou sea, a lei diferencial de Gauss. Vimos anteriormente que a divergéncia de um vetor representa o fluxo por unidade de volume desse yetor que atravessa uma certa regio. Transladando essa nogio para 0 nosso caso, isto €, campo elétrico, poderemos reportarmos 4 nogo de linhas de forga, que V- E di o nimero de linhas de forga ‘que “entra” numa certa regitio, ou que “sai”, por unidade de volume. Isso nada mais 6 do que a densidade de linhas de forga que “entra” na regio considerada ou que dela “sai” ‘© segundo membro da forma diferencial da lei de Gauss deve ter 0 mesmo significado. Seja dp a carga contida numa certa regido. Designemos por p a den- sidade volumétrica de carga da mesma, Logo, aq av Dessa carga “suto™ (ou “entrarto”) p{™ linhas de forea, Portanto 2 serd 0 ntimero de linhas de forca por unidade de volume que “sai” dessa regio (ou “entra’). ‘Ou. o que é o mesmo, representa a densidade de linhas de forga que “sai” da regio (ou “entra”), Como jé tivemos a oportunidade de citar, sempre que o elemento, de volume se tornar muito pequeno obteremos a densidade de fluxo num ponto, ‘Como um exemplo simples, calculemos a divergéncia de E num ponto de uma regio onde E seja produzido por uma carga puntiforme, como na Fig, 3-19. i rae —— Figura 319 1 O campo em P sera a Nae Fay FF sera ixtiy + kz, P= (7 +»? +2497, Pondo E = iE, + jE, + kE, teremos: iB, + JB, + KE, = —e byte 2298 fix + jy + ke) € as componentes de E serio dadas por Gta + Sey tt, ria aya AE ge wryrey 4 tata aye Fag tI 4 * ane, Be Ue? 239 OF tt, apt 2 ~ 5nt— [et +9? +29? 3x + HO), [eet + y+ 29779732 Gy? I Logo, VE=0 G52) Devido ao carter local da forma diferencial da lei de Gauss, concluimos que, no ponto P, no existem cargas. ‘A Eq, (3-51), quando introduzimos uma generalizagao no meio, conjunta- mente com outras trés equagdes constituem as equagdes de Maxwell, que sinte- tizam todo © cletromagnetismo. Sempre que V:E = 0, 0 campo E ¢ chamado de solenoidal, que significa niio haver fontes, nem sorvedouros. Se V-E > 0, o campo € divergente. Se V-E <0, € convergente. A Eq, (3-52) € uma das equagdes mais importantes de toda a ele- tricidade ¢, do modo como esti escrita, € valida para o wicuo. A generalizagio para um meio qualquer & levada em conta quando se substitui ¢g por ¢, permitivi- dade elétrica do meio considerado. Essa equacio é uma das equagées de Maxwell (1831-1879) para a eletrostatica, A (3-52), repetimos, conjuntamente com outras tr que conheceremos no decorrer do curso, sintetizam todo o eletromagnetismo. 37 = AS EQUAGOI S§ DE MAXWELL DA ELETROSTATICA YVimos no parigrafo anterior uma das equagdes de Maxwell, que denomi- amos de forma diferencial da lei de Gauss, isto & ve=2. (3-51) Procuremos caleular no ponto P da Fig, 3-19, o rotacivual de B. ) 2 W(% a, ox 3) os yp 4 28/09 2y |e payee 49 [e+ +2) x] eg ee ty aN a a fis Song, | 2a See [lear eerna] = etme rte Portanto Analogamente, donde concluimes que G53) ‘esse caso, em que o rotacional de E é nulo, dizemos que o campo E € irrotacional ‘ou lamelar. A Eq, (3-53) € a segunda equagio de Maxwell da eletrostatica. Essa equagio seri generalizada mais adiante, para levar em conta campos que variam com 0 tempo. Resumindo, oblivemos duas das quatro equagdes de Maxwell, as Eqs. (3-51) (3-53), que nos indicam, respectivamente, que 0 campo eletrostatico € solenoidal « iivotacional. Veremos mais adiante que V x E = 0 indica ser E conscrvativo, 38 — EXERCICIOS RESOLVIDOS 1) Determinar © gradiente de 1/r, onde Sixt jy + ke, Solugiio 62 ey +7, 8) oa yh 21, « Sorts +2, - { Sot aan | +z $y +2) ad + + f Feet t aya} fix + iy + ka) o8 + y+ e (5 2) Determinar a divergéncia de um campo cujas componentes sio dadas por A, =seny, A,=0,¢ A, =0. Solusado Como vem pois sen y nilo depende de x. 3) Dado o campo vetorial definido por F, = 2, E, VxE. 0, determinar Soluedo B+ JE, + KE, 2 +45 4(28:_28,) ,, (08, 08), (28, ab, = o(2Ea_9Es) 4 j (2Es_2Es) 5 (2Ey_2B PEN cy mH (& me) (FE a Como as componentes do campo sio constantes, temos VxE=0. 4) Com auxilio do teorema da divergéncia, calcular © fluxo do campo xy it yey + axtk através da superficie esférica x? + y? + 2 = R® onfaus Solurdo fluxo € dado por Pelo teorema da divergénc! gaas~ | waar Eniio OA, , 2A, , OA OA, | OA), OA, VA caigaP oyaiger ao VeAayathter Loxo, o- [ew Em coordenadas esftrieas (veja a Sec. 1.6), aV =? sen 0 dr dO dg. Assim, a o-[aferafe = 0n)2) (F) 4a, 5 5) Com o auxilio do teorema de Stokes. Calcular 0 trabalho realizado pela forga o F =ixy + jy? (medido em N) 20 longo da trajetria definida pelos pontes (0, 0)» (1,0) (1.1) -* (0,1) (0,0) ‘As coordenadas sio dadas em metros. Solugdo De acordo com os dados do problema devemos calcular o trabalho realizado por F ao longo da trajetéria mostrada na Fig. 3-20. O trabalho serd wepra ¢, pelo teorema de Stokes, fra-[wv x B-dS, Wx Pas logo Re es (2x2) 4 4 vrai) Goin Geareeraeneen logo, a Vx Fake. a8 = dx dy . a8 = kdvd Entio 7. (V x F)-dS = (hex): (ked ds), assim, ee we [xa ['ar- [SL on: PROBLEMAS 3.41 ~ Provar que © campo elétrico no interior de um condutor € nulo. 32. Achar 0 campo elétrico entre duas placas condutoras e paralelas ear- regadlas com cargas iguais e de sinais contririos. A densidade superficial de carga das placas & @: Resposta. ot, *0 joule (7) €« unidade de trabalho (energia). que € 0 trabalho realizado por uma forga constante igual a um newion cujo ponto de apliacio se desioca uma disincia igual a um metro na diresdo da forga. No sistema CGS. unidade de trabalho € 0 erg: | erg = 10-7 J [om homenagem a James Prescott Joule (1818-1889]] 33 Dado 0 campo E = ix?s=j2y°z? + key? achar V-E no ponto hott). a Resposta. 4 3.4 — Achar o versor normal a superficie equipotencial 2xz*~x? y, no ponto PQ2,-2,-1) Resposta. (i10—j4—k16y//372. 3.5 — Achar as constantes a, b e ¢,de modo que 0 campo E = f(x + 2y + ai) + 4 jlbx—3y—2) + K(x + ey + 22), seja irrotacional. Resposta. a= 4; b= 2; ¢=—L 36 — Dado E = iax + jby + kes, deten carga p. Resposta, tg(a +b +c). 3.7 — Mostrar que, se um campo de forga F & central, V x F = 0. 38 — Mostrar que, a partir da equagio V-E = plz, podemos chegar a lei de Coulomb, 39 — Utilizando a lei de Gauss ¢ 0 principio da superposigéo, calcular 0 campo elétrico devido a tres placas paralelas infinitas, como na Fig. 3-21, cujas jar a densidade volumétrica de dlensidades superticnis de cargus so, respectivamente, 74, 03 € 03 nas seguintes regides: (a) O< x Riz (b) para > R. Resposta cavtruco 4 of; of Ber) Bq © POTENCIAL ELETRICO 3.11 — O campo clétrico num certa regio vale E = i3 + j4. Calcular o fluxo: através de uma superficie de 2m? nos seguintes planos: (a) x =a: (b) y = by A) z=cc@ raz Resposta. (a) 6; (b) 8; (0) 0; (@) V/2/2 3.12 — Aplicando o teorema da divergéncia, calcular o fluxo do vetor A=(x + 2)i + (2+ y)k através da superficie fechada x7 + y* = 9, com z=0 & z=y, sendo 2 >0. Resposta. 36. 3.13 — Uma regio esférica de raio R esti impregnada com carga elétrica, de modo tal que 0 campo elétrico nessa regio dado por E= (E,/R*rr, onde 1 € 0 raio vetor, desde o centro da regido a um ponto qualquer da mesma ey € ‘uma constante, Determinar a densidade de carga na reso. Resposta. 4,1 — TRABALHO E ENERGIA POTENCIAL Consideremos a situagio apresentada na Fig. 4-1, ou seja, uma particula sobre uma curva inicialmente na posiglo 4 e solicitada por uma forca F, que forma um Angulo com a curva. B Faber. Re © trabalho clementar efetuado pela forga F para deslocar a particula de uma distancia dl sera dW = F dl cos 0, onde 0 ¢ o Angulo formado entre x diregdo da forga e do deslocamento, Calculando © trabalho entre as posigdes A e B, uma distancia finita, teremos % J Feos 0d, 7) fou, na forma de um produto escalar, a= [ Fal 42) A integral em (4-2) € uma integral de linha, que pode existir qualquer que seja 0 aspecto da trajetéria entre 0s pontos A ¢ B. Passemos agora a relembrar 0 conceito de energia potencial e potencial gra~ vitacional. Consideremos, para tanto, um corpo numa posiglio Ae vamos supor oe —— ‘A (4-3) nos dé o trabalho que devemos realizar sobre o corpo para transpor elo desde 4 até B. A (4-3) & também a energia potencial do corpo no ponto B, elativamente ao ponto A. Esse tipo de energia ¢ chamado de energia potencial porque essa energin pode ser utilizada para realizar um certo trabalho. (0 trabalho realizado por unidade de massa, entre os pontos A ¢ B, é igual a diferenga de potencial gravitacional entre os pontos considerados, isto & 9 (Vy~ 4) No caso que aabamos de expor, embora estejamos lidando com uma diferenga de potencial, adotamos o potencial na superficie terrestre como sendo igual a zero. Desse modo, desde que o ponto A esteja na superficie terrestre, podemos dizer que ‘a diferenca de potencial gravitacional entre os pontos A e B é gh ou simplesmente, que © potencial gravitacional no ponto B é gh, medido em joulejke. Passemos a examinar esses mesmos conceitos no caso da eletricidade. Imaginemos um campo elétrico produzido por uma carga Q localizada num ponto 0, como na Fig, 43. © trabalho realizado pelo campo para transportar a carga q desde a posigio A até a posigio Bao longo da curva indicada sera Wa (F at, Paes kh On ll Figura 4-2 que queiramos levi-lo a uma posigiio B, como na Fig. 4-2. De um modo geral, sc com x 3 temo Fe aa neeso no anspor de ate 8, May = [Fat sendo di um deslocamento elementar entre os referidos pontos. Entio [rates { Fay, apés termos efetuado 0 produto escalar indicado no integrando. Lembrando que, Figura 43 W, i Falsenp conde, dl é um deslocamento elementar ao longo da curva ¢ sendo F a forga em q devido a presenga de Q. Podemos escrever, entretanto, que F=qE 4) ¢, assim, 0 trabalho sera dado por nesse caso, F = mg, sendo ma massa do corpo eg a aceleragao devido & gravidade, . : os We afea a5) Way [meme [ o be Portanto 2 i Efetuando 0 produto escalar indicado em (4-5), ficamos com Wy = maV'e-¥,) * , indicando Wa = 4 fe dios 0. (46) Entretanto ¢ facil verificar que a projeglo de dl na direcio de r di como resultado tum deslocamento elementar dr, tal que dr = dicos 0 . gl vem, finalmente, 6 comegilentemente, © integrando de (4.6) fica Wed [ Ear, 7) Por outro lado, o campo E € aquele produzido pela carga Q no ponto P, cujo médulo vale que, levado em (4-7) da Gis ee as) Efetuando a integragio indicada, entre os pontos A e B, , (49) ou onde ry € ry So as distancias de O até A e B, respectivamente. O resultado (4-7) ‘nos mostra que o trabalho realizado pelo campo para levar a carga q desde a posigao A atéa B, independe de qualquer caminho que se considere entre 4 e B, dependendo somente das posigdes inicial (4) e final (B). Sempre que obtivermos um resultado desse tipo, diremos que 0 campo & conservative. Assim sendo, como se trata de ‘uma integral de linha, podemos afirmar que, de um modo geral, se a integral de linha de um campo depende s6 das posigdes iniciale final, o campo & conservativo, Calculemos agora o trabalho que devemos realizar para trazer de volta a carga 4, isto 6,0 trabalho que seré realizado por uma forca externa para levar a carga q desde 0 ponto B 20 ponto A. Nesse caso, devemos realizar um processo “quase estitico”, significando que devemos ontender esse proceso como sendo o proceso no qual a forga externa diferencia-se da forga do campo infinitesimalmente, ou, ainda, que todes os pontos, na volta, sio de equilibrio. Logo, podemos escrever Moa ai Feat (4-10) Observar que, nesse caso, podemos assumir como percurso, para 0 célculo desse trabalho, um outro qualquer que nao o mostrado na Fig, 4-3. Assim, calculemos através do caminho indicado na Fig. 4-4, Novamente Mye=—a [aco 6 Figura Ainda, (11) 1) O trabalho total para efetuar um percurso fechado, isto €, 0 trabalho para levar a carga q desde A até Be, depois, de volta a A sera Woon = Wan + Wag Concluimos de (4-13) que, num campo conservativo, o trabalho realizado pelo campo, a0 longo de um percurso fechado, ¢ nulo. Esse fato pode ser expresso através de uma outra notagio: (413) fea-o 14) A (4-14 significa que integral desircuitagdo (ou citealagdo) do campo é zero, desde que o campo seja conservative. Por outro lado, lembrando 0 tcorema de Stokes [(3-40)], para 0 campo elétrico E, temos fea [oxe-as Se E & um campo conservative, deve ocorrer a (4-14) e, entio. [ore ds=0 eg nn $= E assim como suas derivadas, so continuas, podemosafirmar que ointegrando € nulo, ow Vx E=0, que ¢ a (3-52) Entio, se o campo £ ¢ conservativo, o seu rotacional é nulo. Isso nos da mais um eritério para verificar se um campo é conservativo ou nao. 42 — EXERCICIOS RESOLVIDOS 1) O campo elétrico numa certa regio € dado pela expresso E=+yi tx Calcular: (a) © trabalho necessério para levar uma carga positiva de 1C ao longo de uma reta desde a origem até 0 ponto P(I, 1, 0) (sendo as coordenandas medidas em metros); (b) © trabalho, sendo a trajetoria dada pela equagdo y = x2, Solugdo (a) Pela definigao, w -/ Fedl, ou, no nosso caso, F = gE, 6 Waa [ Eval Mas, sendo g = 1 C, vem wef fiy + ix) ¢ idx + Jay), = [vas [oa Como o percurso se da pela reta Podemos escrever ou Portanto (b) Nesse caso, Como o percurso ¢ dado por y= x? e dy = 2xdx, vem w f viva [ xQx dy) nfeen fi que resulta w=. 2) Caleular ¥ x E no caso do problema anterior, Solugdio Como vem Mas, como resulta 43 — ENERGIA POTENCIAL E DIFERENCA DE POTENCIAL A energia potencial de um sistema é a energia que o sistema possui devido 11 sua posigio, ou devido a0 arranjo de suas partes constituintes, Vimos em (4-1) que o trabalho realizado pelo campo para levar uma carga elétrica q desde uma posiglo inicial A até uma posigdo final B & dado pela Eq. (4-5) isto & Myera feat Definimos a diferenca de energia potencial entre dois pontos quaisquer como sendo 0 trabalho realizado pelas forgas externas no transporte da carga de um ponto ao outro. Se indicarmos por Ep, a energia potencial no ponto A, e por Epp a energia potencial no ponto B, a diferenca de energia potencial entre esses dois pontos seré of E-dl (415) Temos, pela (4-15), que a energia potencial no ponto B é igual a energia potencial no ponto A mais o trabalho realizado contra 0 campo para levar a carga desde A até B. — Delinimos a diferenga de potencial entre os pontos A e B pela expresstio (4-16) onde g representa a unidade positiva de carga, isto a diferenga de potencial entre 65 pontos 4 c B é igual ao trabalho realizado, por unidade positiva de carga, contra 9 campo, para levi-la desde 4 até B. Desse modo, podemos anotar que 17) Assim, (4-18) E vilida a relagio tirada de (4-18), (4-15) e (4-5), Wan =~ Von onde coneluimos que Waa = Waa (4-19) ‘Como estamos sempre tratando de diferengas de potencial, devemos escolher tum como referéncia © contar todos os outros a partir desse referencial. Conven- cionamos que 0 potencial no infinito & zero, Nos casos priticos, o infnito nao € bom felerencial ©, nesse caso, admite-se a Terra como tendo potencial zero. Embora essas duas anotagdes para o potencial scjam inconsistentes, niio acar- retam confusio. Sempre que a Terra ou o solo aparecem como elementos de um problema, atribuimos para o potencial o valor zero, Sempre que nao estiver expli- Cito, de um modo qualquer, 0 potencial zero seri: no infinito. Vemos, pois, que a escolha do potencial de referéncia é arbitréria. Admitindo ento que © potencial no infinito zero, podemos calcular o potencial num ponto por P, € teremos, para 0 potencial, % f E-dt (420) Diremos entio que o potencial num ponto P qualquer é igual ao trabalho realizado por unidade positiva de carga pelas forgas externas para levar essa carga desde © infinito até 0 ponto P. Sempre que Vy—V, > 0, diremos que o ponto B esta a um potencial mais elevado que A ‘A unidade de medida do potencial no Sistema Internacional & 0 volt* _, trabalho carga” coulom *O voll (V) € « unidade de diferenca de potencal;€ a diferenca de potencial existent entre duas seqOes transversals de um condutor percorido por uma corrente de Satensdade invarivel ial a um ampite, quando a potéaca dissipada ene ess dane sogdes igual a um watt Dea 44 — CALCULOS DE POTENCIAIS Passaremos a caleular alguns potenciais, bem como diferengas de potencial para algumas situagdes bastante simples, a guisa de ilustracio. 8) Diferenga de potencial na regido de wna carga puntiforme Imaginemos uma carga puntiforme +g localizada_num ponto O, como na Fig, 4-3, e dois pontos Ae B. Sejam ry € ry as distincias de O até A © até B, respectivamente, ° 3 ol oa neem Vamos calcular a diferenga de potencial entre os pontos 4 e B, V,,. De acordo com a Eq. (4-18), [ea Em geral, dl € um deslocamento elementar ao longo de uma curva compreen- dida entre 0s pontos A ¢ B ¢, no caso em questo, a = dr. Logo, a weM=- | Ed i Edr Entretanto, num ponto qualquer compreendido entre A e B, ie : ES Fay vt que, substituido na expresso anterior, dé Assim, (4-21) que nos dé a diferenga de potencial entre os pontos A ¢ B devido a presenca de 1 uma carga puntiforme q, $e B € um ponto qualquer © ry —+ co, 7-—0 2, desse modo, (4-22) ry dessa carga, Podemas entio escrever, de um modo geral, 14 ana distancia r da carga. A Pig. 46 apresenta umn esbogo da fungao V(r) vel a 7 b) Potencial num ponto devido a duas cargas puntiformes zadas sobre o cixo dos y € dos x, respectivamente. y Figura 47 que nos dio potencial num ponto devido a uma carga puntiforme, a uma distincia que dé 0 potencial, num ponto qualquer, devido a uma carga puntiforme a uma Consideremos, somente para efeito de ilustragio, 0 caso partici C ceito de ilustracdo, 0 caso particular indicado na Fig. 4-7, onde so apresentadas duas cargas puntiformes, +4, ¢ +42, locali- Calculemos 0 potencial em O, Em virtude de V ser uma grandeza escalar, somamos algebricamente os potenciais em O devido a cada uma das cargas 4, € dy. distanciados de O, por y-€ x, respectivamente. Entio, em 0, devido a 9}, 0 sera ht ancy do mesmo modo, no ponto 0, devido a q,, seu valor sera Por fim, © potencial em 0, final, seri Me a(e+8) (424) imax * Se quisermos generalizar (4-24) para um conjunto disereto de m cargas pun- tHormes, yy ss+ das =a Y= Fes, er; Gee) Entdo a (425) nos di 0 potencial, num ponto qualquer, devido an cargas puntiformes, ©) Diferenga de potencial devido a wna linka infinita carregaila uniformemente Seja uma linha infinita carregada uniformemente com uma densidade Tinear de carga 4, como na Fig, 48, ¢ sejam 4 e B dois pontos dispostes como na figura, a distncias r4 de Ae ry de B. Jé tivemes a oportunidade de calcular o campo elétrico devido a uma linha uuniformemente carregada [veia, por exemplo, a Eq. (3-19)], e obtivemos a, Inegr onde & a distancia da linha ao ponto onde calculamos 0 campo. Desse modo, de acordo com a (4-18), ou = [em ir, © tém a mesma direglo. Logo, Substituindo nessa tiltima expresso, aquela do campo, ficamos com visto que aqui, novamente, Ee dl = rs f es agli tee) Portanto a diferenga de potencial entre dois pontos devido a uma linha infinita carregada uniformemente & meg Yaa = Spe, 1 7A (4-26) d) Potencial devido a um anel circular Consideremos o anel circular de raio R que contém uma carga distribuida uniformemente, com densidade linear de carga ji. Consideremos também wm ponto P sobre o eixo do anel a uma distincia a do centro do anel, como na Fig. 4-9, Nosso objetivo & calcular © potencial produzido no ponto P devido ao anel, yo 4 Figura 49 —— Sein Q a carga total do ancl. Selecionemos um arco que contenha uma carga dQ, tal que Pee EPriaeta Ht ‘onde ds € 0 arco selecionado, Esse arco subentende um Angulo d0. O potencial elementar no ponto P seré = #, Wie ou, levando em conta a densidade linear de carga, = B, w= Fey , mas, lembrando que ds =a df, vem Para obtermos 0 potencial total devemos integrar essa expresso para todo 0, isto € notando que 4 R, née F Sio constantes R ao = Ren Por fim, ¢, verificando que temos, finalmente, : u v= (427) 2ey/a* + RE E fécil verificar que, se a> Ry a, (4-28) 2860 fe que, no centro do anel, v-# 4-29) 2590 45 — POTENCIAL DEVIDO A UMA DISTRIBUICAO CONTINUA DE CARGA Imaginemos uma distri volumétrica de carga p que p na Fig, 4-10 ve dimitamos que o volume de toda a distribuigio seja v e, deste selecionemos tum elemento de, que conteri uma cargi dQ. ce ee i Jouigio continua de carga elétrica com uma densidade: ode variar de ponto para ponto da distribuigdo, como Figura 410 mento de volume de. Podemos escrever Entretanto donde que, Ievado a expresso de dV, dé 1 pao dia ae Se quisermos 0 potencial total no ponto P devido a toda distribuigio, bastard integrarmos a expre: io para todo o volume u, at f de ana, |r _,_ A Ea, (4-29) nos fornece o potencial num ponto qualquer devido a uma dis- tribuigdo continua de carga com densidade volumétrica de carga p. __ Queremos lembrar que existem equagdes correspondentes [(4-30]] para dis- tribuigdes lineares ¢ superficiais de carga. Por exemplo, se tivermos uma distri- ‘buido linear de carga como a da Fig. 4-11, onde j: € a densidade linear de carga, ra distncia de um elemento genético da linha ao ponto P de observagao, teremos, (430) Procuremos inicialmente o potencialino ponto P a uma distancia r do ele- para o potencial nesve ponto, devido a toda a linha, 1 [adl, are, |r Analogamente, para uma distribuiglo superficial de carga cujt densidade super ficial sea ¢, como na Fig. 412, teremos, para 0 potencial no ponto P, visto que a frea clementar selecionada € 45, as veZ [= 4a, er onde r & a distincia do elemento dS ao ponto P. 4.6 — EXERCICIO RESOLVIDO Faremos agora uma aplicaglio da Eq. (4-30), isto & conhecida uma distri- buigio continua de carga, procuramos determinar 0 potencial. ’ —_ Fagamos agora uma mudanga de variéveis, Coloquemos: cos 8 = x, (cos 8) = dx, ~sen 040 = dx, ; com essas substituigdes, a (4-38) fica com este aspecto: oR’ ay 5 © of wa (439) Somente a integral nos da ior a3 ; iqurn 4-13 dx 2fe+hx, Seja, ent, uma esfera metilica carregada uniformemente com uma densi- pee Se dade superficial de carga o, como na Fig. 4-13, onde a é a distancia do centro da distribuigio esfériea até 0 ponto de observagio P, e R € 0 raio da esfera De toda a esfera, selecionemos um anel que contenha uma carga dg, sendo Logo, a (4-39) fica, apés voltar as variaveis antigas, ra distancia de um ponto do mesmo ao ponto P; o potencial elementar nesse ponto, devido ao anel elementar escolhido, sera vias ern que, escrito em fungio da densidade superficial de carga, fica Tee may? onde dS € a area do anel que produz 0 potencial dV no ponto P. Essa direa elementar seré AS = (2nR sen 8) (R a6), © que significa ser a carga contida no anel dq = o(2nR? sen 6 a6). distincia r € dada por (R? + a? —2Ra cos 6)! Levando (4-35) e (4-36) a (4-34), vem Por outro lado, av = 220 sen 0.0 = 4neg(R? + a? —2aR cos )" eereeR” son 0.0 Dey (REF a 2aR 005 © potencial total em P devido a toda a esfera seré yoke sen 6.46 0 Jp OR Fa? 2aR cos © pal 2a/ Roe a= Dak 00s V=ZR lb 2aR entdo (4-33) cx { [RP 2aR- JR? +a aan, ou i oR asec (R-a)}, (4-40) (434) conde, no segundo paréntese, deve-se entender que, s a> R, set (a-R) &, Se a R, isso significa 0 ponto P fora da esfera; nesse caso, 0 paréntese (435) a que referimos antes contera (a~ R). Logo, anole ava 40) sendo aa distincia do centro da esfera ao ponto de observaciio. Lembremos que, quando calculamos 0 campo elétrico num ponto fora de uma distribuigao esférica, 436) concluimos que © mesmo poderia ter sido caleulado como se admitssemos a carga da esfera concentrada em seu centro. Para 0 potencial, de acordo com a (4-41), podemes imaginar do mesmo modo, isto & para efeito de cileulo do potencial, podemos admitir que a carga da esfera esteja concentrada no centro da esfera € aplicar a (4-23) 2) Se R > a, isso significa que 0 ponto P se encontra no interior da esferas (437) nnesse caso, 0 segundo paréntese de (4-40) contém (R—a), logo, aaiayil Vo ae, R oa (4-38) onde vemos que o potencial tem um valor constante no interior da distribuigaio esférica, Esse valor constante € igual aquele na superficie. 4.7 =~ GRADIENTE DO POTENCIAL Seja V(x, y, 2) a fangdo potencial definid: cartesianas, ou seja, oe E © se um deslocamento elementar nessa regio for dado por +JE, + KE, d= idx + jdy +hede, podemos eserever E-dl = Edy + Ely + Byte (4-43) Mas, lembrando que, a menos de uma constante, vemos, pela expressio (4-18), av E-dl (4-44) com 0 auxilio de (4-43), Wa (Bde + Edy + Ble) (4-45) Por outro lado, a diferencial total da fangao poteincial V(x, y, 2) & (4-46) 5k (4-47) Associando 0s versores i,j ek, re 8 S ij €k, respectivamente, as trés relagdes (4-47), concluimos vv aw ae ty thee GE, +58, + KE), ou v ~E. (4-48) ‘A (4-48) nos mostra que 0 gradiente da funcio potenci ot iente da fun Bean {uncio potencial num ponto & igual xo nega Procuramos, em seguida, interpretar a (4-48). Para tanto levemos em conta que dV = (WV)-dt (449) que M(x,» desereve superficie . series no espag. A superic paraa qual V= o into 6a fungdopotencal emo mesmo valor, chama-se ina pede opine ee wiginemos um deslocamento elementar di sobre uma superficie equipotencial, passarmos de um ponto P para um ponto P, da mesma superficie equipotencial, Vm 0, Logo, de (4-49), (W)-dl =0. Como estamos supondo que VV #0. que o destocamento dl exista, a fim de que 6 produto escalar seja nulo, é necessério que VVe dl sejam perpendiculares entre si Rintlo, o vetor gradiente V & perpendicular a uma superficie equipotencial num ponte. Sejam dadas, agora, duas superficies equipotenciais, Y, = constante © Va = % constante, proximas uma da outra. Sendo V, > ¥, Efetuando um destocamento elementar dl na passagem de V, para V,, perpen dicularmente, temos é av20 , ainda, av>0. ‘6 que nos leva a coneluir que Wy)-d>0. Ffetuando 0 produto escalar, fica (Hdl > 0, ‘o que nos leva a dizer que 0 sentido do gradiente de Vé 0 dos V erescentes. ‘De (4-48) podemos concluir que: (1) 0 campo elétrico é sempre perpendicular, tum ponto, a uma superficie equipotencial; (2) o sentido de £ & sempre os dos V decrescentes; e (3) tem um médulo dado por avy? , (av)? , (avy? e=|() +) +e (4-50) Com isso, existem varios modos de calcularmos campos elétricos. Vimos ante- riormente dois métodos: um a partir da definigio de campo ¢ outro através da lei de Gauss Agora temos mais um, através de (448) Esse tiltimo ¢ bastante conveniente fem muitos casos. Basta lembrar que, dada uma certa distribuigdio de cargas, se ‘quisermos calcular 0 campo num ponto, devemos superpor os vetores campos ‘esse ponto, Entretanto, se superpusermos os potenciais no mesmo ponto, que seri ‘uma soma algébrica e nio vetorial, depois, bastard calcular o gradiente do potencial final no ponto considerado e, com isso, ficard determinado o campo elétrico. Na Fig. 4-14 € dado o aspecto de algumas superficies equipotenciais e as respec- tivas linhas de fora dos sistemas. Para finalizar, devemos dizer que, a partir da Eq. (4-48), vemos que a unidade de campo elétrico € 0 V/m*. 10 wot por metro (Vj) & a unidade de itensidade de campo elétrieo, que € o campo uniform ce invarivel no qual a veri uma efeenga de potencial igual a um volt entre dois pontos situados {i distinca de um metro um do outro na direelo do campo (b) Campo eltrico uniforme Figura 414 48 — CAMPO E POTENCIAL NO INTERIOR DE UM CONDUTOR Vimos em (4-6) 0 valor do potencial em pontos internos ¢ externos a um con- dutor esférico carregado. Tomemos, por exemplo, um condutor esférico eae x Para pontos externos, 0 potencial seri dado pela (4-41), isto & j (2, sendo q a carga da esfera er a distancia do centro da esfera ao ponto de observacio. Por outro lado, para pontos internos, ? a (comr < R), als 1 seja, 0 potencial é dado pela (4-42). Para o caso do campo elétrico, 0 seu valor para pontos externos seri dado por p- 4 tecomr eg tata de acordo com a (3-15) E, para pontos intemos ao condutor, E = 0, (r < R), como foi visto na Sec. 2.6. Podemos desenhar os grificos das vatiagdes dos potenciais e campos para 0 ‘caso dos condutores em fungio de r, isto & V(r) e E(?), como nas Figs. 4-15 ¢ 4-16, respectivamente. ve) aah in) Exo a = Flgura 4-16 (0s resultados vistos até aqui podem ser examinados de um outro ponto de vista, Se, no interior de um condutor, E = 0 ¢, como we temos que w=0 ¢, conseqiientemente, V= constante; ou, 0 que ¢ 0 mesmo, no interior de um condutor, todos os pontos tém o mesmo valor para o potencial, Podemos dizer entdo que os pontos internos a um condutor carregado constituem uma superficie equipotencial. O raciocinio inverso também € verdadeiro. Se V = constante, VV = 0; -. E = 0. Ainda mais, dizemos que, se, internamente a um condutor, E = 0, divergéncia de E é nula, isto 6, VE=0 & de acordo com a lei de Gauss na forma diferencial, Eq, (3-51), 70 Assim, concluimos também que, no interior de um condutor, no existem cargas clétricas. Blas se localizam, pois, na superficie externa do condutor. 49 — CAMPOS OBTIDOS ATRAVES DO POTENCIAL Examinaremos agora alguns casos em que podemos obter o campo elétrico 4 partir do conhecimento do potencial. Iniciaremos com o caso mais simples, que €0 de uma carga puntiforme. a) Campo de uma carga puntiforme Seja uma carga +q localizada num ponto O, como na Fig. 4-17. Desejamos calcular 0 campo elétrico em P(x, y, 2) a uma distincia r da carga. Figura 417 Calculemos entiio, inicialmente em P, 0 potencial devido a + q. Esse potencial seri " ee tema de coordenadas cartesianas regulares conyeniente, pode- Adotando um mos escrever ——— si) = Geo, (Hy + BP conde a origem do sistema de coordenadas foi escothida em 0 e, entio r = (x? + 3? + 4 2°)", Desse modo, a (4-51), quando derivada com relagio a x, y e =, respectiva- mente, da av ay yey aya go +P ee Wat Oe ga ee ata ; (452) Fen Hee tr te Oe ea ail FET He te tA) ‘Associando os versores i,j e k,respectivamente aos trés resultados (4-52), obtemos, apés somar membro a membro, wv. vv erp ee ax tT ay tae Como iM; - +eYew g w= concluimos que ee esr em médulo, 4 nat ah iy WEA que dé, finalmente, eae Gn, sendo 0 campo elétrico de uma carga puntiforme no ponto P a uma distincia r da carga + 4 1) Campo de wna linha infinica Se nr Va=—zh In +C P | €0 potencial num ponto a uma distincia r de uma linha infinita carregada unifor- memente com densidade linear de carga 4, escolhendo um sistema de coordenadas ‘conveniente, podemos escrever MB gta yay aye Vee eacet eae AG, onde C é uma constante arbitriria, Nesse caso, , av x ex "Baty GT HAY vs » dy 3m WHA oueeaR s te "ine, GH EA Associando, respectivamente, a essas derivadas, os versores i, j ¢ k, obtemos wv yn 1 ordi Oe tS oy TR Gg Daeg GEG ETH ty + ke Logo, nen 2ne, 7 E, agora, levando em conta a (4-48), » Bnegr"? Bile Inegr ou, em médulo, ©} Campo devido a um dipolo Ao calcularmos o campo elétrico produzido por um dipolo na Sec. 2.2,0 mesmo foi feito para duas situagdes particulares. Analisemos o caso mais geral, isto & © céleulo do campo num ponto P qualquer devido a um dipolo, como na Fig. 41 Em P, o potencial devido A carga negativa sera 1 ea) ee amy a (4-53) No mesmo ponto, em virtude de +g, teremos ee ws ® < te “A 2 4 a @ 4 Finis} a Fn dig EntZo, no ponto em questo, o potencial ser a soma algébrica de (4-3) ¢ (4-54), (4-55) i, Em geral, como na natureza r > a, 2 situagio passa a ter, aproximadamente, a configuragio da Fig. 4-19, Calculemos o seguinte: cos6 = &. @ Logo, Pratetca 8 a Reno donde rot, = a.c08 8. Por outro lado, para r> a, podemos dizer que ~~ Logo, nessa aproximagio, | 1742s ¢, assim, a expressfio (4-55) fica sendo, apés as substituigdes desses valores de rte ety a send (4-56) i ou, ainda, lembrando que p= qa, momento elétrico do dipolo, yak peost. Seam 457) Nessa expresso do potencial em P, comparecem r ¢ como variiveis e, como. queremos calcular o campo elétrico em P, é conveniente utilizarmos coordenadas Polares. Assim, em coordenadas polares, 0 gradiente de V é dado por v1 vr op t Trae (4-58) onde ¢, & 0 versor do raio vetor € e, aponta no sentido dos 0 crescentes, como na Fig. 420 [veja (4-104)}, Ainda, em’ coordenadas polares, B= ek, +eE, gue 420 seis E~-vy, : & 1 2eoso Oa, 1 aV_ 1 psend DOO tech as Logo, “ 2 ara, B= Gigy frG20080 + e4sen6) (459) Assim, a expresso (4-59) nos fornece o campo elétrico num ponto qualquer P devido a presenga de um dipolo, em coordenadas polares. 4.10 — EQUACOES DE POISSON E LAPLACE Passaremos a examinar muito brevemente as famosas equagdes de Poisson (1781-1840) ¢ Laplace (1749-1827). Talvez, essas equagées se situem entre as mais importantes da fisica. S20 aplicadas em grande niimero de problemas, nos mais variados campos, como, por exemplo, fisica matemitica, eletricidade, fisiea mo. derma, fisica dos fluidos, etc. As equagdes de Poisson e Laplace nos possibiitario tae lle hi leitch ea ae ‘osolver certos problemas sobre potencial que seriam impossivels de resolver pelos miétodos vistos anteriormente. i Seja uma regidio do espaco cuja densidade volumétrica de carga & p. Num onto qualquer dessa regio, o campo elétrico poderd ser determinado com o fuuxilio da forma diferencial da lei de Gauss [(3-51)], ou seja, Por outro lado, a Entilo, calculando a divergéncia de ambos os membros da tia equacio, VW) =-VeE, logo . Ve(vy) (4-60) A Eq, (4-60) j4 & a equagio de Poisson. Se p = 0, a (4-60) torna-se Vevy 4-61 que & a equagio de Laplace. NE Tell colocar a 4-60) e 4-61) numa forma mais conveniente de serem trabas que, pondo sob a forma de operador fea e © operador entre parénteses denomina-se operador laplactano, sendo anotado pelo simbolo V2 Vey, Vea eae i (4-62) arta tat Desse modo, a (4-60) serit escrita j ; ’ © a (461) ficara AS equagies de Poisson e Laplace sto equacdes diferenciais de segunda ordem 4 derivadas parciais ¢ apresentam uma infinidade de solugdes. Para termos uma solugio iinica, para um certo problema fisico, devemos ter perfeitamente deter- minadas as condigBes de contorno. Nao estudaremos aqui com grandes detalhes 88 equagdes de Poisson ¢ Laplace, que devem ser estudadas em cursos mais avan- sados. Apresentaremos, entretanto, um pequeno esbogo da solugio, dando poste- riormente um exemplo simples & guisa de informagao inicial para aqueles que dese- jarem prosseguir seus estudos nesse campo. Existe um método muito facil e de grande utilidade na resolugdo da equagao de Laplace denominado método da separagio das varidveis, que passaremos a dar suas linhas gerais. Dada a equagio de Laplace, vv=0, ow ay, ev, ev dat * ay? tat = ara um certo potencial V(x, y.2) © uma regitio destituida de cargas elétricas, tenta- Femos obler uma solugio que seja um produto de uma funcio de x, uma de y © uma de =, do tipo 0, Vs. ys 2) = X(x) Yly) Z(2). (4-65) Derivemos duas vezes a fungdo Vix,y,2) relativamente as varidiveis ev @x ante ev oY an a (4-66) ev eZ a *V52 ‘As (4-66) levadas para a equagio de Laplace dio ax ey ez AVZ gr + XZ Ge + AVS = dividindo essa expressio por XYZ, XY tT ou a OYe Ly 2622) Xe UY IZ SF (4-67) Observar que o primeiro membro da Eq. (4-67) depende sb de x, enquanto ue o segundo membro depende das varidveis ye 2. A fim de se verificar a identidade, a deni er, el ee ambos os membros devem, separadamente, ser iguais a uma constante, Logo, 1 ax mo oe (4-68), 2 ‘que mais adiante acarretard onde a € uma constante; colocamos a? de propésito, o que mais expresses mais simples. Visto que na Eq, (4-68) comparece s6 a variavel x, podemos (4-69) que € uma equagio diferencial de segunda ordem a derivadas ordindrias. i odemce’provar que, das duas slugies particulares de equacio diferencia (4-63), a solugio geral da mesma seri uma combinagio linear daquelas duas solu- (3es particulares E ficil verificar que uma solucdo particular da Eq. (4-69) € X, = Ae", enquanto que outra solusdo particular & X, = Bet, «¢, assim, devido 4 linearidade da Eq, (4-69), a solugdo geral serd X=X,4X, nto, : X = Ae + Be™. (4-70) ‘Sendo a real e diferente de zero, a solugo (4-70) pode ser posta na seguinte forma: X = A cosh (ax) + B senh (ax). (en) Se a for imaginario da forma a = la, a (4-69) fica sendo ea 42) sua solugio geral, X= de + Bet 473) ou na seguinte forma 1X = A cos (ax) + B sen (ax) 4-74) Por fim, se a= 0, 0 Eq, (469) torna-se tee (475) ax cuja solugio & : XaA +B (4-76) ————— lt ‘Nilo devemos esquecer de que estamos lidando com uma equagio diferencial de segunda ordem e, conseqiientements, aparecerio sempre duas constants arbi- trarias de integragio nas solugdes gerais da equacio. 'Nosso problema de solucionar a equagio de Laplace foi resolvido unicamente para a parte dependente de x. Podemos verificar que solugdes anilogas do mestmo tipo que para x podem ser obtidas para as dependéncias em yea part das equagdes PR iss ies Y=o (4-77) . a af ez =a (478) Deve, entretanto, existir a seguinte relagdo entre o8 coeficientes a, b, € c @ +b +03 Assim sendo, se tivermes a solugdes dependentes de x,y ¢ 2, respectivamente, X= Aye + Bem, Y= Ae™ + Bet Z = Ase + Bye, onde uma ou outra constante pode ser imaginaria, ou real, ou, ainda, nula; desse modi, as fungdes X, Ye Z poderio variar exponencialmente ou sinusoidalmente i E a solugio geral da equagdo de Laplace seri uma combinasio do tipo i Hf 3 Visto tratar-se de um problema unidimensional, Vem BAe + Bue 9(Age"™ + Bye ™Y(Ayer™ + Bye), 479) pa 3 ay OFF 4.11 — EXERCICIO RESOLVIDO Vejamos agora uma aplicagio simples das equagdes de Poisson ¢ Laplace. DougTES De rane Oem oes Consideremos um problema unidimensional. Imaginemos um campo clétrico variando 95 na dirego x, como aquele entre duas placas paralelas, condutoras, uma colocada em x =0 e outra em x = L. Seja Vy o potencial da primeira placa ¢€ zero o da segunda. Vamos determinar o campo elétrico entre as placas e as densi dades superficiais de carga nas placas, quando na regio entre essas placas a densi- dade volumétrica de carga € zero ¢ quando & constante e igual a k. Na Fig. 4-21, apreventa-se tal situagio. Sendo V = V(x), escrevemos oe Essa ‘iltima pode ser escrita como: 4 (wv dx\ax Primeiro caso: p = 0 ‘A equagio de Poisson & ware donde comiinon a * w. Consegiientemente, nesse caso, temos de resolver a equagio de Laplace w or sso, vem, : tante, Integrando & expressio, vem, a pe Varna sendo A const at VaAx+B, send B uma nova constante de integragiio. Passemos agora a determinagio das constantes A e B, Entiio, com as condigdes de contorno dadas, isto é, para x = 0, V= %p e, para x = L, V = 0, determinamos inicialmente B com a aplicagio da primeira dessis condigdes, B-% Com a segunda condigao imposta ao problema, sai que O=AL+% portanto ua a 4, _ L Por fim, a expresso do potencial entre as placas & % =x fox 4%. Para a determinagao do campo basta lembrar que we ©, sendo 7 we Segundo caso: p = k E ee ‘Nesse caso, a situagdo & a que se apresenta na Fig, 4-22. a equagiio de Poisson, vv Por fim, E Ba L Desse resultado vemos que o campo etrico na regio entre as duas placas, quando no existem cargas elétricas entre elas, p = 0, & constante (V/L}. Podemos agora ou, determinar as densidades de carga nas placas condutoras lembrando para tanto que, nas proximidades de um condutor, © campo dado por (3-25), ou seja, ou, ainda, que nos di onde ¢ é a densidade superficial de carga do material condutor, Indicando por aa re Sue cameo place: Iocalizada con x fyer sendo C uma constante arbitriria de integraglo. Apés a realizagio de uma nova eae Pos imtegragdo, obtemos o valor de % se Ee GulDg va beer sendo D nova constante arbitraria de integragio. Passemos a determinaglo de De C. Para x=0, resulta V=¥, =D. E, para x= 1, kL_V% Cass L Portanto a expressiio final de V é ou mas ©, por fim Portanto na placa localizada em x = 0, ¢ Portanto 4.12 — TEOREMA DA UNICIDADE Dissemos anteriormente que a equagiio de La i te que a io de Laplace apresenta solugdo tinica para um certo problema fisico dadas as condigdes de contorno perfeitamente del hnidas, fato esse que procurarémos mostrar, mesmo que para um caso particular. © teorema da unicidade pode ser enunciado da seguinte maneira: “Dado um problema cm eletrostitica ¢ obtida uma solugiio, esta sera unica.” Seia ¥, uma fungio potencial que sats i : infer a equagto de Laplace, VV, = 0 ‘Admitamos que exista outra fungdo potencial Y, para o mesmo problema ¢ que satisfaga a mesma equagio VV, = 0. Como condigao de vontorno Ve T de. vero coincidir nas fronteias, isto 6, mele VV, -VY, = 0, ou VAV, Va) = 0. (4-80) Vamos consiruir © vetor ¥,~ VAI, Vy Aplicando 0 teorema da divergéncia para esse vetor, [0,- VW, ¥2)-d8 = f V-LW,-VyR-Vy]d. 481) ” a smbrando as relages (3-44) © (3-45), podemos escrever V- UY, = VY, ~ Va) = (My — Val -V(Y, — VaIVIM — Va) VO, Va). 82) ‘Assim, levando em conta a (4-82) em (4-81), f [4 -Vy 4 -¥)-48 = | [,- VW V4, - He) + VK — MWY, Ha do, ; , ‘ou, ainda, fm vv vei-vyae [ ve -V,)-V(V,—¥,) do, f [-WIh Faas r f [0 - VaV2(K, = Va) de + f [MY — Va)F* ao. (4-83) Examinemos as integrais da expressio (4-83), A integral do primeiro membro soni efetuada sobre a superficie onde V,—V, = 0, isto & V, = V,, de acordo com 1s condigdes de contorno dadas,¢ que limita 0 volume V. Logo, 0 valor da integral do primeiro membro zero. Passemos a examinar a integral do primeiro termo do segundo membro. Como tanto V, quanto V, satisfazem a equagio de Laplace, por hipétese, ¥2(V, — V4) = 0 [veia (4-80)], concluimos que essa integral também € zero e, assim, resulta [ tu -mPae =o Esso integrando deve ser positive ou nulo, pois aparece ao quadrado. Entre- tanto, se 0 valor do integrando maior que zer0 em todos os pontos, ndo ser possivel que a integral sobre todo o volume considerado seja zero. Dese modo, 8 6 possivel que W(V,—V;)=0 ou, ainda, que V,—V_ = constant (4-84) Mas as condigdes de contorno nos dizem que, nas fronteiras, V, = V2; logo, @ constante do segundo membro de (4-84) deve ser zero. Portanto ¥, = V; em todos (8 pontos, 0 que demonstra o teorema, Uma demonstragio mais geral desse teo- rema pode ser encontrada em trabalhos mais avangados. 4,13 — TEOREMA DE EARNSHAW Passemos agora ao estudo do importante teorema de Earnshaw (1842), pois esti relacionado com forgas que obedecem a uma lei do tipo “inverso do quadrado da distancia”. Nao esquecamos que a forga cletrostitica ¢ exatamente desse tipo. (© teorema de Earnshaw pode ser enunciado assim: “Uma particula nunca poder estar em equilibrio estavel se estiver submetida somente a forgas que obedegam a uma lei do tipo'‘inverso do quadrado da distincia’.” eo eed See ee Examinemos detalhadamente esse teorema, Lembremos inicialmente F mos i ue Meiiselo de Laplace fo) doduzide « parr oa il ds Cotte 1e OR am ue, por sua ver, € equivalente a fi de Coulomb, Essa Gltima & uma lei do ti nverso do quadrado da distancia”, pois F ~ I/r®, Entio a equagio de Lapla 6 satiseita pela fungi potencial correspondente a qualquer lei de forgn dot “invero do quadrado de ditinci”, Pare simplifca,conrderamas o oat ‘uma dimensio, isto é seja dada a fungio potencial elétrico em todos os pontos ee rts FA eanicts to Laplace am See pomical 8 vv =0. Ainda mais, 0 que @ dito aqui em termos da fungio potencial & vilido para a energia potencial e vice-versa, pois ambas diferem de uma constante (W = qV). essa maneira, a equagio de Laplace no caso unidimensional seri escrita ev ax? = ° ‘A cnergia potencial de uma particula de carga q nessa regito seri q¥. Assim, se fizermos um gréfico da variagio da fungao V(x) ou qV(x), pode pete esr gio V(x} ou gV(x)}, poderemos obter avs) ee ee ee ee a ® Sia TS Figura 43 ‘Vemos ma figura que pontos como x, © x, representam pontos de maximo 4a fungio potencial (ou energia potencial). Esses pontos sio pontos de equiltbrio instével; pontos como x, ¢ x, so pontos de minimo da fungdo potencial. De outro modo, pontos de equilibrio estdvel e pontos como x, $80 pontos de equilfbrio indi Jerente. Ora, a derivada segunda de V(x) & uma medida da curvatura dessa fungao. Entio, em pontos como x, € x;, a fungdo apresenta a concavidade para baixo. [Nesses pontos de méximo, a derivada segunda de V(x) & negativa, isto & (s) >0, A 2) 0 — ‘outro lado, nos pontos x ¢ x, que so pontos de minimo da funeio, a eonca- dace & voltadn para cima e a derivada segunda de V(x), nesses pontos, deve ser itiva, ow (i), >0(@8) >» Se uma particula se cncontra cm xz, por exemplo, ela esti em equilibrio estivel Analogamente, se ela se encontra em x, , por exemplo, ela se encontra em tsjuillbrio instavel e, por fim, em x, em equilibrio indiferente. Yemos, pois, que, quando uma particula se encontra em equilibrio estivel, sua energia potencial deveri crescer se ela for deslocada em qualquer dircglo. Entretanto a equacao dde Laplace diz que (dV )/(dx2) = 0, isto & para que uma particula eSteja em equi- librio estavel, (@2V(dx2) > 0 €, como o potencial satisfaz. 4 equagio de Laplace, hndo obedece a essa dltima condigo. Podemos pois afirmar que, se uma particula esti em uma regio submetida a um potencial que satisfaz equagio de Laplace, no pode estar em equilibrio estivel. Ainda mais, como a equagio de Laplace foi deduzida a partir da lei de Coulomb, que é uma forga do tipo “inverso do quadrado da distancia”, concluimos que, se uma particula esté submetida a uma forga que obedega @ uma lei do tipo “inverso do quadrado da distancia” apenas, essa par- ticula nao pode estar em equilibrio estavel ‘© que acabamos de dizer pode ser facilmente estendido para o caso em que Ax, 2) Agora, a equagio de Laplace & v ev ev eV pa ape has S «, para que uma particula esteja cm equilibrio estivel, devemos ter, simultanea- mente, ev ev eV Ty 0, eo 0e Gero Logo, verificando-se a condigio acima av fv, ev wet at tae © que contraria a equagio de Laplace. ‘Concluimos entio que, se uma particula estiver mergulhada num potencial de uin campo de forga que obedega a uma lei do tipo “inverso do quadrado da distancia", néio poder estar em equilibrio estavel ‘Como ilustragio, citemos o caso de uma molécula de agua, onde dois fons (4) de hidrogénio se unem a um ion (-) de oxigénio, Se tal sistema estivesse sub- metido tdo-somente a forgas eletrostaticas nfo seria estavel. Entio, devem existir utros tipes de forcas envolvidas alm das forgas eletrostéticas que garantem a estabilidade da molécula. er bi i a) i lt a lela aaa 4,14 — METODO DAS IMAGENS © método das imagens tem como objetivo cfetuar certas simplificagdes nos céleulos, através da substituiclo de um sistema de cargas, em alguns casos bas- tante complicado, por uma tinica carga ou por um sistema de cargas bem mais simples. O método das imagens é devido a Kelvin (1824-1907). Como exemplificag4o do método, consideremos um caso simples. Imaginemos duas cargas puntiformes iguais e de sinais opostos, como na Fig. 4-24. P 4 +0 po Fgura 4-24 Num ponto qualquer do plano que corta a reta que une as duas eargas pelo seu ponto médio, 0 potencial seri dado por ais (ola ana rr Isso significa que, no local do plano, podemos colocar um plano condutor ligado a terra (V = 0) sem alterar o campo na regifo. Esse fato & possivel porque 1nos, pontos em que V = 0, agora continuaré zero, Por outro lado, 0 campo entre a carga puntiforme +q ¢ o plano condutor ligado A terra pode ser determinado quando substituimos o plano condutor pela carga —g. Esta se denomina carga-inagem, que € simétrica a +q relativamente ao plano, ¢ a reta que une as duas cargas intercepta o plano em Angulo reto. A partir da carga-imagem podemos calcular a densidade de carga induzida 1no plano condutor pela carga puntiforme. Calculemos inicialmente © potencial num ponto P(x, y,z) qualquer, como na Fig. 4-25. Entio, “Wty Jas ty te Jogo, 0 potencial total no ponto P’ & 4 1 1 eT oe into| Jx-a eyes Seta ty A partir desta diltima podemos calcular as componentes do campo elétrico no ponto P’, por meio do Wp. Calculemos a componente F, do campo elétrico num ponto (0, y,2) av_ 4 a=») (+a) sya ax ~ ana, Ya 7 FFT" [ee EY av 4 =o a cae Ang fe +P TE Gt ye | Portanto a wn (eae logo, ne Fraga? + vey 2690 ° dnegla + ye = 4a o=-agTy ee” Bat yy ‘0 que significa que a densidade superficial de carga induzida no plano varia com a terceira poténcia da distancia da carga ao plano. Método geral © problema que expusemos serve como base para mostrar, em linhas gerais, © método geral das imagens. ‘Suponhamos um sistema de cargas puntiformes, O potencial produzido por ‘esse sistema num ponto qualquer -~b% (4.85) Var, Bt » ‘Uma superficie condutora de potencial zero, isto é ligada & terra & aquela para a qual V = 0, entao, &. (4-86) ‘Vamos reeserever a (4-86) como a soma de duas contribuigdes: ig aan wey (4-87) 7, 1 Sey pts Mi Desse modo, se q, , q3,--+. dy Slo as cargas que constituem o sistema de carga reais e 0 plano condutor tendo a forma necessiria para que a (4-86) seja satisfe © grupo de cAPgAs dy) dye zr---> Je constitu as cargas-imagens. 4,15 — SISTEMAS DE COORDENADAS CURVILINEAS Sejam dades dois sistemas de coordenadas (x, y, 2) ¢ (a, , 42, 4a). Um ponto qualquer no espago € especificado tanto por (x, y,2) quamto por (a, da» da) Isto & em principio, podemos escrever dy» 425 dab * 415 425 Gah (4-88) 2 = 21dss Gas Ash Pe recast i: : 4, = a6. a= a4he.9.2), (489) Ig = 436%. 922). A cada familia de supesficies q, = constamte podemos associar um versor ¢, normal a essa superficie na diregdo dos q, crescentes. Dados dois pontos vizinhos podemos escrever, para a distancia entre cles, ds? = dx? + dy" + dy, 4-90) em (x, 9,2) € dy? = Kida + h3,da3 + Wyda3 + hada, da, + hisday day + 3 dazdqs, (4-91) ii \de os coeficientes hf especificam a natureza do sistema de coordenadas (4, 43.45) 08 coeficientes slo chamados métricos, Determinemos os coeficientes h,,. De (4-88), ax ox k= 4 ‘ b re as a te hea as ty = BE an + Ba * Ya, 492) te = day + Fg + Fy ‘Como 24 dy tate THR dx? + dy? 4 de serge (493) Substituindo as (492) em (4-93) e comparando os coeficientes de dg, da, sai que «-@)Ge)@E) RE) Para sistemas ortogonais, hy = 0 para i # j, 0 que nos leva a obter Wi #0. Dagui por dlante faremos a indices Ay = hy 1040, ges = Uy dg)? + (hada)? + (hs tas? 495) observando-se que 0 produto hydg, deve ter as dimensBes de um comprimento. ‘Assim, um elemento de comprimento seri escrito como is eae 4-96 um elemento de area, pets 2 496) i = dads, i. = hha, © um elemento de volume, AVj35 = ds, ds ds, = hshahada,dasdas- Com a restrigio de que os sistemas sio ortogonais, a determinagio dos h, haircare Sais mC w= (a) + (ae) * Ga) oo Vejamos agora quais as expresses do gradiente, divergéncia, rotacional © laplaciano em coordenadas esféricas e cilindricas, que so aquelas que aplica- remos com mais freqiiéncia. (4-98) a 7 a) O gradiente Seja Vig, . da. 43) 0 sistema especificado por (q,. 42.43). A componente do gradiente de V na dirego e, & escrita hy mp hy et hy wh Assim, a (4-100) fica, lembrando que eeities iY MY Wein tig the (4-102) po wv ov, que 6 0 gradiente da fongio V em coordenadas cartesianas retangulares. Rarssareitaar 2icbipga'as) No caso de coordenadas esféricas, um ponto P tem coordenada (r, 0, ¢) ou : i (como na Fig. 428) “than? ee a sen sen @, cos 8. (4-100) Em coordenadas cartesianas retangulares (Fig. 4-27), um ponto P tem coordenadas (x,9,2). Entdio xaay yea, (4-101) Logo, : vipa 428 Nese caso, = M42 = 9 dy Entéo: a sen 0.085, (= sen? 0 00s? @, ay 2 2 sen sen, (2 sen? 0 sen? g, az? 308 = cos? 6, Gs Logo, de (4-99), hi} = sen? 0 cos* @ + sen? 0 sen? @ + cos? 0, a = sen* 0 (cos? g + sen® @ + cos? 0, han Oa = % = sen? 0 + cos? 0, ‘Temos ento a ELA arate zh (or) = cos? 9, Portanto ax\_ (@x\ _ ho (r:)-()-= ‘Ainda mais, a) _ (4 ay os sen? aes a) = (Bt) wen (SZ) = ma bs a : «8 a ia, Da (4-99), Entao, sos? p + sen* @, ee 1d = r? (cos? 0 cos? p + cos? 6 sen? wp + sen? @), ? [cos* 0 (cos* @ + sen? @) + sen? ], t Hi 4 Portanto hat Portanto Por fim, pater (25\ (®)=-rsene ea) ~ \e9, gaa) (82) _ (e)-()-re* ( @2\_ (a Seed = \— 9, () ) Assim, 2 sen? 0 (sen? @ + cos* 9), > sen? 0. Portanto Portanto, Por fim, esse modo, temos (4-103) Lembrando que 08 versores no sentido dos 4, erescentes so ¢,, ¢, € ¢,, 0 (4-100) fica via 1 wv F, ainda, Weer +r ag t ersend Op ct) Portanto Passemos agora a estudar 0 caso em coordenadas cilindricas (veja a Fig. 4-29). Resumindo, [Nesse sistema, um ponto P tem coordenadas (r,@,2) Da Fig, 4-29, tiramos (4-105) z K =r cos @ y=rsen g, Da (4-100) vem, Jembrando que of versores tm coordenadas clindricat alt (4-106) que € 0 gradiente cm coordenadas cilindricas, by A diveryéncia Consideremos 0 vetor A =¢,4, +e,4; +¢343 no sistema definido por (4s. 43, 43) Utilizando 0 mesmo raciovinio empregado na Sec, 34(b), 0 fluxo de A através do volume elementar dado na Fig. 4-30 seri Aphyh [estat + SAP dg, Jag day hah sy Ms, = hel, ew £20 através das faces (I) © (2) Logo, para esse par de faces, resulta @ ty, Malas) ds dy Analogamente, para os outros pares de faces, (4s hs) day day das, a Jag (Aaa) dan dan das ‘ogo, 0 fluxo total através de todo o volume elementar serd é é a [sgt + aida + ag hn)| ay das das (© fluxo do vetor por unidade de volume da a divergéncia do vetor considerado, isto 6, Tel a 2 WA Fl (Ashish) + gi Aalahs) + Zi} (4107) ea, Em coordenadas cartesianas retangulares, a (4-107) fica aA, 04, | OA, Vida SE at ae Jembrando que hy = hy = hg = 1 Ay = Ay Ar = Aye As sendo ans dnyeans fm coordenadas esr aire Ete Cie ieee gaan Agen Ser aden Entio aa Gy at . An ptga[ fi ane ays Ges oay+ Stes 1 teat 88 a4 : A= tgglem bie ayergn sg eri 09 que é a expressfio da divergéncia do vetor A em coordenadas esféricas. Passemos a estudar 0 caso em coordenadas cilindricas. heb A= dy Da (4-107), ou, (4-109) ©) 0 rotacional Seja o vetor Alay. dys dh tal que A= e,A; +6742 + €,A5. Seguindo 0 mesmo raciocinio da See, 25(b), Eq, (3-42), podemos escrever, para a componente em e, do rotacional de A, 1 eee =aa lta ————————————— — Analogamente, para as demais componentes, Wx A= [ igh 7 a aqgs4) t40| es, = ade é Wx Ana ay, le 54.) sith Como esses trés resultados sio as componentes do velor Vx A, nas diregdes e;1 €) © €y, Tespectivamente, podemos escrever: Ody pepe highs hyhy ae 4, Pay h,A, hyd, hg hye, ges ses Cape hgh Ld yA, yA, yy Em coordenadas cartesianas retangutares, Iyhy VxA= pan Vda (4110) ou a No caso de coordenadas esféricas 0 determinante (4-110) fica: le, rey rsen Oe, TE igs Be¥ a a Faen | areal’ op: (Hi) A, Ay rsd, © por fim, em coordenadas cilindricas, o rotacional de A seri dado por 1, Ok 1j@ 2 a WAR lr vag 16s (4-112) Ale id Bras 4) O laplaciano Bi co 11S 0 gpe dJeplacin Se e Punetreml dost WV =V-Wy, ¥ ——— Eto, recorrendo ais expressbes (4-100) © (4-107), 1 0 [hgh, eV a [hh eve 2 1 fa Phghy 2] 2 [hyhy av” ges eee? ik tlh ml nl hy ial sora ia) ue & a expresso geral do laplaciano de V(dy, 425 45). Em coordenadas carte sianas retangulares, ay 2V , OV ev OV maar t ot tae a ev 1 ey Sfinote | ta[ Se] a Em coordenadas esféricas, ¢, em coordenadas cilindricas, yp te OR) eve, eae Oe ae 5 PROBLEMAS 4,1 —O elétron-volt & definido como sendo a energia adquirida por uma particula dotada de uma carga eletrOnica (1,6 x 107" ©), quando acelerada desde © repouso através de uma diferenga de potencial de 1 V. Qual a relagdo entre 0 elétron-volt ¢ 0 Joule? Resposta, 1 eV = 16 x 10719 J 42 — Considerar uma carga de - 150 C. Calcular 0 potencial em dois pontos Ae B, situados a 20 ¢ 50cm, respectivamente, da carga. Qual € o ponto de maior potencial? Calcular o trabalho necessario para levar uma carga de 50 wC desde © ponto de menor potencial ao de maior potencial Resposta, ~6,75 x 10°V, 2,7 x 10°V; Vq> V4; 20255. 43 — Calcular a integral de linha de F da origem até 0 ponto (vp, Yo) M0 plano xy, quando E = biyi—xj), a0 longo dos trés percursos retilineos: (1) de (0.0) 2 ,¥6) & (os Vo); 2) de (0,0) a (vg, 9): (3) de (0,0) diretamente a (Xp, Yo): Resposta. (1) bX» 9; (2) ~bxa Yo: 3) 0. 44 —(@) Verificar se a integral de linha do campo vetorial F = ixy + i> é independente da trajetéria.(b) Verificar, por integragio entre a origem © o ponto (1.2) nos seguintes percursos: (1) diretamente de (0,0) a (1,0) © depois a (1,2): (2) diretamente de (0,0) a (0,2) e depois a (1,2); € (3) diretamente de (0,0) a (1,2) (Weja a Fig, 431) Resposta. (a) sim; (b) 1 15 1 eee —— y | | » 2) bs C2 cr o ro ¥ ¥ a @ eo Piguea 431 4,5 — Um campo elétrico ¢ dado por: E volt = 1°24) Caleular © potencial elétrico num ponto qualquer, sabendo que 2 voltjm? iax jb, onde, deve ser zer0 na origem; b) Calcular 0 trabalho efetuado pelo campo para des- locar uma carga q = 10-*C, desde 0 ponto (1,2) até 0 ponto (2,1), sendo as coordenadas medidas em metros; c) Calcular a densidade volumétrica de carga na regio. c Resposta. (a) (-x? + y); (b) 6 x 1078 J; (6) ~ 1,77 x 107" 466 — Duas placas metilicas paralelas esto afastadas um centimetro, no ar. Uma gota de dleo carregada com uma carga eletronica (1,6 x 10-!?C) se equi- libra entre as placas quando a diferenca de potencial entre clas ¢ de 800 V. Cal- cular a massa da gota. Adotar: g ~ 10m/s* Resposta, 1,30 x 10"! kg. 4.7 — Caleular © potencial elétrico para pontos do eixo de um disco car regado uniformemente com uma densidade superficial de carga a © cujo raio é R. 48 — Deduzir uma expresso para V,—Vy no caso da Fig, 4-32. O resultado obtido & aquele que se esperaria caso d fosse igual a zero? E quando q = 0? tamn el(Sa3a)(e+a43)| ta a a 5 a Hy Figura 432 49 ~ Numa regito, 0 potencial& dado por V = ++ Fazer um esbogo, através de setas de comprimentos, direcao ¢ sentido adequados, de modo a permitir uma representagdo rica desse campo vetoral “410 ~ Calcul o potencial elétrico para pontos do eixo de um anel circular carregado uniformemente com carga total ++, sendo R 0 raio do anel, Do resul- {ado obtide caleular © campo eletrico pata os mesmos pontos. Determinar os Valores do potencial ¢ do. campo not seguintes casos! (1) no centro do anel: (2) uando a distancia do ponto de observagio ao centro do anel & muito maior do due as dimensdes do anel ees ee es RPS Fae, TRE pat Thy EST 1 fern © aes We % ® aeay Easy 411 — Calcular 0 campo elétrico em cada uma das regides nas quais os potenciais so dados por: i fa) Vana t yet 27, ft £ } ie, »lesn| vag rr teri, com, q, # € « constantes. ix tiv + ke Respesta.)= 78 BAD Ny: ieee m_ (xi + jy) a 0) 5 ey I Baty OY) lets 1 of ie tiyt he), ane, (+ FP s Figura 4.33 4.12 — Para a configuragéo de cargas da Fig. 4-33, mostrar que 0 potencial V() para pontos do eixo vertical, assumindo r > a, € dado por 1 (a, 240 iB am (t+) 4.13 — Uma carga q esti distribuida uniformemente por todo um volume esferico, ndo-condutor, de raio R (2).Mostrar que potencial, a uma distincia eee r do centro onde r < R, & dado por yo 4 GR? =7) Beg (b) F razodvel que, de acordo com essa expresso, V # 0 no centro da esfera? 4.14 — Na Fig. 4-34, uma carga teste q é deslocada sem aceleragao do pont: A até o ponto B, ao longo da trajetéria indicada. Calcular a diferenga de potencial entre Ae B.O campo elétrico na regio € £, constant. Resposta, Fd Figura 434 4,15 = So dadas duas superficies co-axiais, condutoras ¢ longas, no vicuo. A superficie interna, de raio R, ,€ mantida ao potencial ¥,. A externa, de raio R,, 0, Usando'a cquagio de Poisson-Laplace, calcular © campo 4.16 — Verificar se os potenciais dados abaixo satisfazem a equagao de Laplace: as an ) vm ett eee, H a wy | sy = oat Ovary tare onde, q, @ © 4 sio constantes. af a 4,17 = Mostrar que « partir da expresso (4-57) podemos chegar as expres- wes (2-19). 418 — Considerar um plano infinito condutor ligado a terra ¢ um ponto P fora do plano uma carga puntiforme +4. Mostrar através do método das ima- jens que a carga induzida no plano & ~4. 4.19 — Considerar uma esfera condutora de raio R ligada a terra ¢ uma carga puntiforme ++q fora da esfera a uma distancia a do centro da mesma, Verificar Oe css ones eel) 4.20 — Utilizando a equagaio de ‘Laplace determinar o /potencial © 0 campo elétrico em pontos externos a uma esfera de raio R, carregada positivamente com uma carga q distribuida superficialmente por toda a esfera. Determinar o valor do potencial na superficie. 4 4 4 RESPOSIO. Fragr Inegr?** AnegR carituto 5 CAPACITORES E DIELETRICOS 5.1 — CAPACITANCIA © estudo quantitative dos fenémenos eletrostiticos é sensivelmente simpli ficado pelo fato da relagio entre as cargas num conjunto de condutores ¢ os po- tenciais resultantes depender somente da geometria dos condutores. Esse resultado € uma conseqiiéncia da distribuigio bem determinada das cargas num dado con junto de condutores. Consideraremos inicialmente um caso particular que nos dara, de qualquer mancira, resultados bastante gerais. Imaginemos o dispositivo da Fig. 5-1 cons- tituido de dois condutores planos, préximos um do outro e isolados entre si. Sera possivel a transferéncia de uma certa quantidade de carga de um con- dutor ao outro, ligando-os por um momento aos terminais de uma pilha. Um dos condutores ficard carregado positivamente (+4), enquanto que © outro ficara carregado negativamente (-q), estabelecendo, conseqiientemente uma diferenga de potencial entre eles. Tal arranjo de dois condutores recebe 0 nome de capacitor, que & representado simbolicamente como na Fig. 5-2. Assim, a localizagZo de um condutor nas proximidades de outro condutor permite a transferéncia de relativamente grandes quantidades de carga entre si, com diferencas de potencial relativamente pequenas. Para carregarmos um capacitor, devemos ligar seus terminais aos terminais de um gerador, como na Fig. 5-1. O gerador, entio, realiza, durante um intervalo de tempo muito pequeno, o trabalho de transportar, de uma placa a outra, uma carga -4, isto 6, o gerador retira de uma das placas uma carga —q depositando-a sobre a outra placa, que ficar carregada com uma carga -q. A placa da qual 0 gerador retirou a carga ~q ficard, portanto, carregada com uma carga +4. Com Seqiientemente, durante um pequeno intervalo de tempo (durante 0 periodo de carga), hi. uma corrente elétrica de uma placa a outra, através do gerador, somente, pois no ha corrente entre as placas, uma vez que o meio entre as placas, em geral, € isolante. A corrente cessaré quando a diferenga de potencial entre as placas do ‘capacitor for igual & do gerador. Determinamos experimentalmente que a diferenga de potencial entre os dois condutores € proporcional a carga transferida, isto € Vo e) ow oe Veta 62) 3 & Figura S2 Figura 51 ‘onde, C 6 uma constante de proporcionalidade entre a carga e a diferenca de po» tenelal, que chamamos de eapacitincia do capacitor. Ent&o podemos dizer qui 4q c= (53) © termo capacitincia sugere uma certa habilidade do capacitor em armazenar cargas eltricas. Vemos, pela Eq, (5-3), que, para uma mesma diferenga de potencial © capacitor que tiver maior capacitincia ters maior carga. Ou, ainda, aquele que apresentar menor diferenga de potencial sera aquele que apresentar maior capaci- tfincia, Lembremos que se chama de carga de um capacitor a carga de uma de suas placas em valor absoluto, pois sua carga total € zero, Da propria expresso da capacitincia (5-3), no Sistema Internacional, ‘oulomb volt = farad®, Visto que 1F é uma unidade muito grande, comumente usamos submilti- plos dessa unidade, 1 microfarad = 14F = 10°F, 1 picofarad (pF) = 107"? F. 52 = ENERGIA DE UM CAPACITOR CARREGADO Mediante a transferéneia de uma determinada quantidade de carga de uma placa condutora que esti a um potencial mais baixo para uma outra que esti a ‘um potencial mais elevado, carregamos um capacitor. Esse objetivo & aleangado através da realizago de um trabalho, ‘Consideremos um capacitor de placas paralelas como o da Fig. Sl inicial- mente descarregada, ¢, paulatinamente, efetuemos a transferéneia de pequenas ‘quantidades de cargas positivas de uma placa a outra. Seja q’ a quantidade de carga que foi transferida num instante qualquer. Nesse instante, a capacitincia do ca- pacitor sera @ fotaa (5-4) Num instante posterior seri necesséria a realizagéo de um trabalho dW para a transferénela de uma carga dg. Sabemos que dW = Vagda. Ento, evando em conta a relagho (5), aw tit, © 0 trabalho total realizado na transferéneia de uma carga q seré L (gag Wee qd Portanto Ve ; weit 65) Se indicarmos por Va diferenga de potencial entre as placas do capacitor, demos encrever a (5-5) em fungdo de ¥; 0 que nos di Wepcr? oo (0 que acabamos de ealcular nada mais € do que o trabalho mecanico que de- vemos realizar a fim de que o capacitor figue earregado com uma carga total 4. Isso Sexatamente a energia que sera desenvolvida quando descarregamos o capacitor. ‘Assim, dizemos que a 6-5) ou a (5-6) € & energia que o capacitor possui quando tem uma carga 4. f Do que dissemos até aqui, concluimes que © capacitor tem a finalidads de armazenat vargas eletricas, ou 0 que div no mesmo, energia eletrostitica, Essa shorgia pode ser fornesida um circuito, por exemplo, desde que liguemos 0 c- puacitor ao circuito 53 — CALCULOS DE CAPACITANCIAS Passemos agora ai realizagdo de alguns eilculos de capaci simples, a) Capacitor de placas paralelas itfncias em casos A Fig. 5-3, representa um capacitor formado por duas pleas condutor paralelas, de mesma area S, © separadas por ar. A distincia entre as duas placas 6d, Ligando essas duas placas aos terminais de uma pilha, ficartio as mesmas do+ ladas de cargas +q e -q, respectivamente, Admitamos que a distancia d seja pe= quena comparada com as dimensdes das placas. Desse modo, © campo elétrica na regitio compreendida entre as placas seré uniforme, exceto nas bordas. Entree tanto desprezaremos os efeitos das bordas. A capacitincia desse capacitor &: eis z c=y 67) © campo elétrico, calculado pela Iei de Gauss, poe (5-8) onde @ € a densidade superficial de carga das placas, Devido uniformidade de distribuigio das cargas, podemos escrever 6-9) 6, de (5-8) e (5-9), resulta 9 = mFS, (5-10) Por outro lado, a diferonga de potencial entre as placas do capacitor sera Yap = Vo Va [Ea Ne at =F =~ AL t) Portanto, sendo ly! = d, Vay = Ed. (5-11) Levando a (5-10) e a (5-1) para (5-7), obtemos a5, : c= ‘a (5-12) Vemos, em (5-12), que a capacitincia de um capacitor de placas paralelas, quando existe ar ou vacuo entre as placas, é dirctamente proporcional a drea das placas e inversamente proporcional d distancia de separagdo entre as placas, Di- emos entio que a capacitincia do capacitor é funcéo da geometria desse capacitor. Ainda, a Eq. (5-12) nos permite calcular a constante permitividade elétrica do vicuo (¢) com maior preciséo do que nos € permitido através da lei de Cou- a lomb, Para isso, € necessirio que construamos um capacitor de placas paralelas, — onde a firea das placas, bem como a separagio entre elas, Se d, tespectivamente, sejam perfeitamente determinadas. A capacitincia C do capacitor pode ser cal culada a partir da (5-7), cujo valor substituimos em (5-12), e, conseqiientemente, caleulamos a constante «, b) Cupacitor esférico © capacitor esférivn, como na Fig. $4 € constituido de duas esferas metitlicas coneéntricas, sendo que a interna, carregada com carga +g, lem aio ry, © a ex terna, carregada com carga —g, tem raio ry Figuea 54 Pela definigio de eapacitincia [(5-7)}. temos a One fe a ae Visto que E é 0 campo num ponto qualquer entre as duas esferas e € radial, Tam bbém, dl = dr, logo, Calculemos entio V4 Assim, Logo, donde (5-13) Da (5-13), € fill verificar que, © 74> Fp, C~ datgry, © que nos di a capacitincia de uma esfera isolada, ©) Capacitor cilindrico Na Fig. 5-5 mostramos um capacitor cilindrico, formado por dois cilindros metalicos co-axiais, Sejam 74 0 raio do cilindro interno ¢ 1, 0 raio do cilindro ex- terno, Antes de mais nad, lembramos que o campo elérico num ponto P, distincia r do eixo dos = ane [ee ee fin} =A Line, ag lIN a po sie Yea = Fey Portanto Com a definigdo de capacitancia, Nesse caso, utilizamos normalmente © conceito de capacitincia por unidade de comprimento, que di Esse tipo de capacitor tem muitas aplicagdes na pritica, como, por exemplo, 108 cabos co-axiais, usidos nas linhas de transmissio, Lembremos, também, dos cabos submarines, que formam efetivamente um capacitor cilindrico. 54 — ASSOCIAGAO DE CAPACITORES E sempre possivel substituir um conjunto de capacitores ligados de um modo qualquer por um ‘nico, cuja capacitincia seja equivalente & do conjunto dado. Na pritica, apresentam grande importincia as associagées de capacitores deno- minadas em série ¢ em paralelo. 1) Associagdo de capacitores em paralelo Na Fig. 5-6 apresentamos uma associagio de capacitores em paralelo, cuja caracteristica principal reside no fato de a diferenga de potencial entre cada um dos capacitores ser a mesma. Faremos inicialmente o efleulo para trés capacitores © depois estenderemos para um niimero maior. Caleulemos, ent, a capaciténcia equivalente do sistema, que chamamos de associapdo de capacitores em paralelo. E evidente que a. Q= Vas poe ay bas + d= Vay + Cx + C3) (S14) 4 e NU rupee sein Meee co at < “2, a 4, e Fira 6 Indicando @ soma C, + Cz +, por C, isto & G= G4.e:c, eatin =n +a +45, (5-15) temos que 0= Vac. 19 Vemos entdo, pela (5-16), ser possivel a substituigo do conjunto dado na Fig. 5-6 por um iinico capacitor cuja diferenga de potencial entre suas placas seja a mesma que a dos capacitores individuais na associagio em paralelo: tendo uma ‘carga Q igual a soma das cargas individuais dos capacitores da associagio e uma capacitncia de cada um dos capacitores inclusos na associagio em paralelo, O que se disse para trés capacitores € valido para nm capacitores associados fem paralelo. Basta, para tanto, que Utd tas + com ° e + dy = Val, + Cy + Cy +00 + Cy), pt td to ty CHC HCH Cte HC, Entig, para a associagao de capacitores em paralelo, sio validas as relagdes: Q (5-17) c b) Associagdo de eapacitores em série Na Fig. 5-7 apresentamos um conjunto de capacitores, nesse caso, tr8s apenas, caja caracteristica principal reside no fato de que, ao estabelecermos uma diferencaa de potencial entre os terminais do conjunto, os capacitores individuais apresentam a mesma carga 4. Esse tipo de associagiio reeebe © nome de associugao de capact- fores em série i 4-4 +4 +04 2 YY) -—) +) + 2e, Z Ye, ei , Figura $7 Caleulemos, entiio, a capacitincia equivalente de um tal conjunto de capa- citores. Por definigio, donde tiramos (518) Pondo ¢ verifieanto que a (5-18) flcard a Vane (19) (© resultado (5-19) mostra-nos que temos a possibilidade de substituir o sis. toma dado na Fig. 57 por um nico capacitor, cuja diferenga de potencial entre suas placas seja igual a diferenca de potencial entre os terminais do sistema apre- sentacio, que tenha uma carga q (igual 4 carga de cada um dos capacitores da li- {gaco)e uma capacitincia cujo inverso € igual & soma dos inversos das eapacitancias dos capacitores individuais do sistema Generalizando, para n capacitores em série, podemos dizer que Vac + Yop +: + Vas» Entio, para uma associagao de n capacitores em série, vale a relagdo 1 1 5-20) LG (5-20) 3.5 — EXERCICIO RESOLVIDO Dado o esquema da Fig. 5-8, determinar as capacitancias C,, C, ¢ C, em fungiio de C, , C; e C, em fungio de C, ,C, e Cy , quando passamos para o esquema ta Big $9, Mastende fe on ponich 4, Be sone Batre ob pontos A eB, na Fig, $8, temos hon cxmcayGe 4 i ad c 5 Figura 58 Fina 59 Portanto ne or Og, Entdo a capacitincia entre A e B sera CC, Ca Tee, to eg 6, aAatGc+ Gd, a rt, Por outro lado, entre os pontos A e B, na Fig. 5-9, temos Logo, F woe 621) a D2G,0,+ 0,0, + €,C;, an fica i Cw Bae 6-22) Igualando a (5-21) ¢ (5-22), visto que as capacitincias nos dois ramos corres- pondentes devem ser iguais, (5-23) Por outro lado, entre 0s pontos A e C, na Fig. 5-8, temos ees CFG: f, entre os mesmos pontos, na Fig. 5-9. Do mesmo modo que anteriormente, i D oe 5-24) GtG"G+G op Por fim, entre os pontos B e C, na Fig. 5-8, b Cae crane ¢, entre os mesmos pontos, na Fig. 59, ARTCC ae Ce a ae CAC, D 625) Gre a +t; {As relagbes (5-23), (5-24) ¢ (5-25) podem ser reescrtas, respectivamente, como (5-23a), (5-24a) (5-25a) Somando as Eqs. (5-23a) ¢ (5-24a) e subtraindo delas a (5-25a), ver oh + CLC, + CC, + C2Cy-C,Oh- C1 Cy _ ~ GC,Cy Entao. 2c, cas logo, 2 _ 2; cag ov a Pe a ca C.Cy + 6,0, + C20, cal ‘do mesmo modo, : ee Gy AEA HGS, G yet CiGRHCLG) BS Cock GGG G Gs ee 5.6 — ENERGIA DO CAMPO ELETROSTATICO Vimos em (4-4) que 0 potencial, num ponto qualquer, devido a uma carga puntiforme g, situada a uma distincia r do ponto onde se pretende calcular 0 po~ tencial, € dado pela expressio (4-23), ou seja, Finalmente, Se no ponto em questiio existir uma carga q/, a energia potencial eletrostatica do sistema seri Consideremos agora 0 caso da Fig. $-10, na qual existem quatro cargas, 4,» G3. 4 € dg. A energia potencial, devido a esse sistema, ser’ Fo [siete ae aa ‘ale 5 tate), eal tia tis Mia an Tae ae. a ‘que podemos eserever mais compactamente como -(2) 1 $a Fas (Zhan, 2 Goneralizando para n catgas,teremos : aan(t Se, enitetanto, tivermos distribuigdes continuas de cargas, dois elementos quaisquer dessas distribuigées, que caracterizaremos por (1) ¢ (2) serio do, ¢ do » Como na Fig. 5-11, Nesse caso, a energia potencial eletrostitica do sistema ser ae ay [ages o 2) Amey Sr w &, ‘doy ° Figura 511 CObserve-se, também, na expressio (6-31), o aparecimento do fator 1/2. Isso & devido ao fato de que, quando calculamos a energia potencial total, todos os pares de elementos oi Ye so contados em dobro. No ponto P, , 0 potencial, devido a distribui a1 [ pode Ing J, Tae ft Portanto 1 oe -(z) [ do, ¥,, (5-32) ou, no existindo, daqui para diante, motivos para confusdes, podemos escrever (4) funsore 3 Algumas vezes serd conveniente exprimir a energia potencial total em fungio de E, ao invés de p ¢ V. Da equacdo de Poisson, sai que e, assim, 7 [ VW? V) de. (5-34) Entretanto, das expressdes (3-44) ou (3-45), tiramos VP V) = V(VIY)-(WY)-(VY), que, em (5-34), dé % Fg a fr (vide + fon (V)de. (5:35) Examinemos as integrais do segundo membro de (5-35). A integral do. primeiro termo do segundo membro é uma integral de volume que pode ser transformada numa integral de superficie, utilizando-se, para tanto, o teorema da divergencia (veja a Sec. 3.5}. Assim, podemos escrever f ¥-(VWV)do -{ VIVV) a5, (5-36) eta ‘onde $ € uma superficie fechada que limita 0 volume », no interior do qual se en- contta o sistema de cargas elétricas _ Para efetuar essa integragdo, escolheremos uma superficie esfériea de raio R muito grande, envolvendo as cargas em questio. Entretanto devemos lembrar que: (a) o potencial V dectesce com 1/R; (b) V decresce com 1/R?; € (@) $ eresce com R?, Quando efetuamosa integrago em pauta, em todo oespago (para R + co), 4 integral de superficie converge a zero. Ficamos, pois, apenas com fe (Y)-(WV) ao, (637) ou, lembrando que VV = ~E, (538) _ _—— Basse resultado nos mostra que a energin necesséria para congregar cargas elétricas ‘que apresentam inicialmente uma configuragio na qual esto infinitamente afas- {udas, poder ser calculada quando associamos a cada ponto do campo uma den- sidade de energia, dada por fp, (539) E-conveniente dizer que a energia do campo eletrostitico se localiza no espago ‘onde se encontra o campo eletrostatico, Diz-se, por exemplo, que, quando as ondas Iuminosas, ou de radio, vio de um ponto a outro, transportam suas energias con- sigo. Mas niio ha transporte de cargas elétricas nessas ondas. Desse modo, a energia se localiza onde se encontra o campo eletromagnético endo onde se encontram as cargas que produzem o campo. Assim, dizemos que, quando um campo clétrico existe numa regido do espago, encontra-se nesse espago uma densidade de energia ‘dada por (5-39). Dado um campo elétrico E numa regio, a cada elemento de volume dessa regio associamos uma energia (¢9/2)E? de. Existe um argumento de ordem fisica que nos permite dizer onde se localiza a energia. Da teoria da gravitagio, toda massa & uma fonte de atragio gravitacional, Dizemos também que E = me*, ou seja, que a toda massa associamos uma energia. Assim, toda energia é uma fonte de forca gravitacional. Se nfo pudermos localizar a energia, nio poderemos loca lizar a massa. Nao poderiamos dizer onde se encontram as fontes do campo gra- vitacional. 5.1 — ENERGIA ELETROSTATICA DE UM NUCLEO ATOMICO ‘Antes de calcular a energia eletrostitica de um niicleo atémico, calcularemos a energia de uma esfera carrezada uniformemente. Para isso, admitiremos que a esfera tenha um raio Re seja constitulda de camadas muito finas superpostas, como na Fig. 5-12. ler ay Figura $12 ————— Primelro método © processo de cileulo que adotaremos é de superpor a uma configur inicial cargas elementares dq, espathadas em camadas de espessura dr, que acts centaremos a esfera até que seja atingido o raio final R indo, ento, que, para um certo raio r, a carga seja 4’, a energia potencial ica do sistema constituido por 4’ e dq’ ser’ 1 gly aie Te (5-40) Se a densidade volumétrica de carga for uniforme, isto é p = constante, tee remos a ye. (6-41) , para a camada de espessura dr, aq 4m dep. (5-42) Colocando os resultados (5-41) e (5-42) em (5-40) vem 1 Axx p(4/3)xpr3 dr aE = ng, r eae Fant m [tan Portanto donde (5-43) (5-44) ‘Vemos na (5-44) que a energia potencial eletrostitica da esfera carregada & diretamente proporcional so quadrado da carga inversamente proporcionl 20 aio da esfera. Passaremos agora ao cileulo da energia eletrostatica de um niicleo atémico. -Adotaremos um modelo bastante simples. Suporemos que 0 niicleo seja consti- tuido de uma carga espalhada numa esfera de raio R contendo o equivalente a Z protons, e que a carga esteja distribuida uniformemente por toda a esfera. Sendo +e a carga de um proton, a carga tolal do niicleo seri Ze. Esse valor, levado a (5-44), da 1_(3\(Ze? Fra ~ tng i) PR (6445) ENERGIA ELETROSTATICA DE UMA ESPERA Segundo método Passaremos a calcular a energia eletrostitica de uma esfera carregada, porém uilizando a expressio (5-38), Dividiremos a regidio que compreende todo 0 espago em duas partes: uma interna ¢ outra externa a esfera, Para pontos internos esfera 0 campo elétrico seri (para r < R), (veja o Prob. 3.10) € Q b=724 (arar>®, sendo Q a carga total da esfera © p a densidade volumétrica de carga uniforme da mesma. Entio, pela (5-38), 3 [Sere | rata ar, logo, 2a? Qt 2p, ‘eq * Brag = 2595OPRR? 10 = Ton?e,R°S) * BregR oer a Hne RK * FxeR fae ag (5) que € o resultado (5-44), ja obtido de uma outra maneira. Por fim, 59 — FORGA NOS CONDUTORES ado um condutor carregado, no mesmo existir uma forea clétrica. Pre- tendemos determinar as caracteristicas dessa fore Para melhor ilustragao, imaginemos um capacitor de placas paralelas car- regadas com cargas +q ¢ ~4, distribuidas uniformemente, Seja S a area das placas, ca densidade superficial de carga e x a distancia de separacao entre as placas, como na Fig, 5-13. Para deslocar uma das placas por uma distancia dx, através de uma forca F, realizamos um trabalho dW, tal que dW = Fax, (5-46) eS ———— ibrando que, devido A uniformidade de distribuig&io das cargas nos condul SI Em (5-48), vemos que, na realidade, o que obtivemos foi a forca por unidade de firea do condutor, que nos di uma pressdo eletrostética E convenient? examinar a (5-48) em funcio do campo elétrico nas proximi- dades do condutor, Para tanto, ¢ facil verificar que a (5-48) pode ser eserita na forma 4 aes «, lembrando que, nas proximidades de um condutor [(3-25)]} (5-49) wi igen 83 Em muitos casos, temos visto que, em geral, F = gE, ¢ agora, de acotdo com: 1 (5-49), aparece um fator 1/2 na expresso, 0 que no é usual, Procuramos interpretar esse fator da seguinte maneira: na realidad, estamos acostumados a admitir que o condutor no tenha espessura (ou que esta seja des prezivel) o que, na pritica, nfo ocorre. Se examinarmos a placa em perfil, ela apre= sentard uma certa espessura, como na Fig. 5-14, Se 0 condutor esté carregado, a densidade de carga é muito maior na regio mais interna do capacitor. Entretanto, Isso indica-nos que a energia do capacitor variara com a variagdo da distancia de separagio entre as placas. Ja vimos, em (5-5), que a energia armazenada num capacitor é dada por 1@ Wisc. fe que a capacittincia do capacitor, em fungdo da sua geometra, 6 (5-12), c= 88, admitindo o véeuo como meio. Isso significa que a energia pode ser eserita como tk, 2605 ©-a variagdo dessa energia com a distancia seri Comparando a (5-46) com a (5-47), tiramos pie pats 5 que nos da a fora F no condutor. Dividindo ambos os membros da tiltima ex- pressio por S (area das placas), obtemos Foe 57k! 6-48) aap er an One a Soe * ao longo da espessura da placa, haverd cargas residuais, de tal sorte que o campo variaré, desde um valor zero, na face mais externa, até um valor E, que é méximo entre as placas. Iss0 dara um valor médio para o campo, que é £/2. Entio inter~ pretamos o fator 1/2 que aparece em (5-49) dizendo que F/2 representa o valot médio do campo nas proximidades de um condutor. 5.10 — INTRODUCAO AOS DIELETRICOS Até aqui, na maioria das vezes, temos lidado com materiais que possuem 05 chamados elétrons livres, Esses elétrons sdo os das tltimas Srbitas dos atomos do material ¢ podem ser arrancados com muita facilidace; também movimentam-se muito facilmente no interior do material. Os materiais dielétricos nao apresentam essa propriedade. Passaremos agora a dar uma idéia do comportamento desse tipo de material. Lembremos também. que, na grande maioria dos assuntos estu- dados, os campos elétricos se apresentavam estabelecidos no ar ou no vacuo. Resumindo, quando aplicamos um campo elétrico a um dado material, os elétrons desse material podem ou nfo se libertar e, conseqilentemente, podem ou no produzir uma corrente elétrica, Caso o material apresente cargas livres, haverd cortente; caso contrario, 0 material seri um dielétrico, ou isolante, Consideremos entdio um capacitor de placas paralelas, cxistindo ar ou vacuo ‘entre suas placas, como no caso da Fig. 5-15. Fg Figuea 5.15 Sendo q a carga do capacitor e Ve a leitura no voltimetro, a capacitincia, Cy, esse capacitor seri or Yo Admitamos agora uma situagdo um pouco diferente, Introduzamos entre as placas do capacitor um material dielétrico qualquer (em muitos casos, usamos tiras de papel impregnadas de ecra), de modo que a carga permanega a mesma do caso anterior (veja a Fig. 5-16). © Dielétreo 7 Figura 5.16 Como a carga é a mesma nos dois casos citados podemos escrever CAAA (5-50) Mas a observacio das leituras no voltimetro nos diz que V; < Vj. Entio, da re- lagdo (5-50) concluimos que My _ Ca to &, 4 %~C ‘ donde tiramos que j Gs gen ts imi Entio a capacitancia do capacitor contendo um dielétrico € maior que a capi citincia do capacitor que eontém ar ou vacuo entre suas placas. Esse resultad € geral, qualquer que seja 0 material dietetic. Podemos, pois, eserever que Vo = KV, y= KE,, C= KCo, (S51) facilmente verificiveis e que nos informa que a capacitineia de um capacitor au- menta de um fator K ao ser introduzido um dielétrico entre suas placas. Esse fator K recebe o nome de constante dielétrica, sendo dada por um néimero adimensional. Em fungzo de sua geometria, a capacitincia de um capacitor de placas para- elas contendo como meio um material dielétrico ser’ sendo Sa area das placas ed a distancia de separagio entre as placas. Deve-se notar que a expresso da capacitancia do capacitor que contém um dielétrico € mais geral do que aquela em que existe ‘ar ou vicuo entre as placas. Essa tiltima 6 conseguida quando fazemos K = 1 na (5-52). Entao, para qualquer material, podemos utilizar sempre a expresso (5-52). ‘A Tab. 5-1 apresenta os valores das constantes dielétricas de diversos materiais. Constants diléeicas ante diektrica (R) Tabela 5 Ar 1.00084 Vacvo 500000 Agua *B Papel 35 Ambar 27 Porceiana 6s Vidro pirex 45 Baguelite 4s Politileno 23 Polestzeno 26 S.Ll — EXERCICIO RESOLVIDO ‘Um capacitor de placas paralelas ¢ constituido de tal forma que as placas esto separadas por uma camada de ar com 2cm de espessura. As placas do ca- pacitor sio submetidas a uma diferenga de potencial de 5000 volts ¢ interpée-se entre elas uma lamina de vidro de espessura igual a 1 cm e constante diclétrica 5, paralelamente as placas. Perguntamos: (a) qual sera a nova diferenga de potencial entre as placas? (b) A que distancia devemos colocar as placas a fim de que a dife- renga de potencial seja a anterior? uelio (a) Inicialmente temos a situagio da Fig, 5-17. Entiio Ar iguea S17 Na situagdo seguinte, com o dielétrico, temos (veja a Fig. 5-18) fo eae AF, 2, Wi-NaSa, Y= Sd, KM= Sd sendo S a Area das placas. Somando membro a membro as trés dltimas relagBes Q 4 44,) Ala +hea ; 1 + GyIK) + dy, j 7 a Bletuando a relagio, ou a yo vja bt IN) + ay, yy ' ilinhd-lo com a diregio do campo elétrico aplicado, As molkculas constituintes do material dielétrico, em seu estado normal, apresentam igual néimero de cargas: positivas e negativas, que sio distribuidas ao acaso no interior do material. Quanto ao tipo de moléeulas que constitui o material pocemos distinguir 08 materiais dielétricos constituidos de moléculas chamadas ndo-polares © 08 cons: tituidos de moléculas polares. Uma molécula ndo-polar & aquela em que as cargas positivas ¢ negativas praticamente se superpdem, isto é 0s centros de gravidade das catgas positivas © das negativas praticamente coincidem. Aproximadamente, € 0 caso mostrado na Fig. 5-19. Figura 18 (a) Molbeula nfo-polar sem campo (@) Molgeula no-potar com campo externa Figura 19 Se aplicarmos um campo elétrico externo a uma molécula niio-polar o efeito resultante € 0 de um deslocamento das catgas constituintes da molécula formando um dipolo, chamado de dipolo induzido, como na Fig. 5-19(b). ‘Uma molécula polar 6 aquela em que hi uma separagio natural das cargas positivas e negativas constituintes, das moléculas, isto & a distribuigio das cargas positivas e negativas forma pequenos dipolos, como na Fig. 5-20(a). Ao aplicarmos um campo elétrico a molécula polar, ocorrer’ o alinhamento da molécula com a diregio do campo externo aplicado, como na Fig. 5-20(b). Mae 001 + 01/9), 5 ggg — § ¥ 5000 002 70 Vj-Vj = 30009. (b) Se indicarmos por b a separagdo entre a placa e o vidro, deveremos ter: WoW Portanto logo Entio ee d= 2b+1., | ; : a = 28em, 5.12 — CAMPO NO INTERIOR DE UM DIELETRICO Recordando © que dissemos no Cap. 2, Sec. 2.2, um campo elétrico aplicado a ‘uma regio onde existe um dipolo, este fica submetido a um momento que tende a (@) Molécala polar sem campo rigura 520 (b) Moléeula polar com campo externa Na Fig. 5-21 mostramos 0 alinhamento das moléeulas polares constituintes: de um dielétrico quando submetemos o mesmo a um campo elétrica externo. Nem sempre se consegue um alinhamento total com a aplicagao do campo externo € isso € devido a muitos fatores como, por exemplo, a agitagio térmica entre as moléculas. Quanto maior for o campo elétrico externo aplicado, maior seri o alinhamento das moléculas. © MOLECULAS POLARES Sem campo Com campo Figura $21 ‘Ocorre na natureza o aparecimento de materiais cujas moléculas jé apresentam lum momento de dipolo e outras em que isso ndo ocorre, sendo respectivamente as moléculas polares © nio-polares. Se o dielétrico ndo apresentar moléculas po- lates, a aplicagio do campo elétrico externo produzira esse tipo de molécula tem- Poratiamente, Daf concluimos que podemos tet moléeulas polares permanetes © inducidas. fendmeno de obtengao do alinhamento das moléculas do material na dire- Gio do campo eléttico externo ¢ chamado de polarizagio elétrica. Estudemos agora 0 comportamento do campo elétrico no interior de um die- Létrico. Ao colocarmos o diclétrico mum campo elétrico externo E,, produziremos uma polarizac&o do dielétrico, ocorrendo, pois, uma separagao entre suas cargas clétticas se 0 dielétrieo nifo contiver moléculas polares. Ocorrera, entéo, uma de~ formagiio do étomo esfericamente simétrico, pois a forga que atuarl sobre a car negativa do dtomo seré oposta & que aparecert na carga positiva, Entretanto, se 0 diclétrico apresentar moléculas polares, obteremos com a aplicagiio do cal elétrico E, um alinhamento, isto & haveri polarizagio. ‘Ao colocarmos, ento, um dielétrico entre as placas carregadas de um capacitor plano paralelo, ocorrera a separagao das cargas do dielétrico. Na face mais préxima da placa carregada positivamente, estardo as cargas negativas €, nia face mais pro- xima da placa negativa, estardo as cargas positivas, como na Fig. 5-22. @ & @ & s e Dielérieo polarizado Figura 5-22 De qualquer modo, nio devemos esquecer que o material continuara neutro, sendo que, no seu interior, um elemento de volume qualquer néio conteré excesso de cargas elétricas de qualquer sinal, ‘Apés ocorrer a polarizagao, 0 campo elétrico resultante no interior do die- létrico seri um certo E,, de mesmo sentido que 0 campo externo E,, de menor intensidade, entretanto, pois as cargas induzidas nas faces do material dielétrico causartio 0 aparecimento de um campo elétrico no sentido oposto ao aplicado, Esse campo de cargas induzidas anotaremos por E,. Podemos, entio, dizer que ‘0 campo resultante, no interior de um dielétrico, seta dado por oR (5-53) ara concluir, se um dielétrico for eolocado nam campo elétrico externa, aparecero nesse campo cargas induzidas superficialmente, que tender a enfra- jquecer 0 campo elétrico aplicado ao dielétrico. S13 = CARGAS INDUZIDAS E MODIFICAGAO DA LEI DE GAUSS _ Antes de ver 0 novo aspecto da lei de Gauss no caso dos dielétricos, procura- remos determinar o valor das cargas induzidas nas faces do material dielétrico ‘em fungo das cargas livres das placas € da constante diclétrica do meio material. Consideremos para simplificar, um capacitor de placas paralelas, como na Fig. 5-23, no qual foi introduzido um dielétrico qualquer entre suas placas. Dielétrico polarizado Placa te eeee ee} Sperfcie gaussian « ee igus 5.23 Se nilo houvesse o dielétrico entre as placas do capacitor, sendo S a frea de cada placa, q a catga do capacitor, distribuida uniformemente e, se entre as placas existisse ar ou vicuo, o campo elétrico seria dado por (5-54) (5-55) onde indieamos por Eq as cargas induzidas c as das placas, ¢ onde a superficie gaussiana esta indicada na Fig, 5-23 e £, & o campo resultante no interior do die- Ketrico, Resolvendo a Eq. 5-55, obtemos 6-56) a ‘onde q, so as cargas induzidas na superficie dielétrica, Entretanto, lembrando que E,= KE,, . Pelas (5-51), vem, apés utilizarmos a (5-54), 4 Ke5 557) [As expressdes (5-56) e (5-57) nos dio os valores de B, ¢, igualando-os, resulta a-e(-b) que nos fornece o valor das cargas induzidas no dielétrico em fungio de qe K. Visto ue, para o vacuo, K = 1 ¢ que, em qualquer outro meio, K€ maior que 1, tiramos, como conclusio, que q = 0 para o vacuo (ou ar) € menor que q em qualquer outro meio dielétrico. Voltando & lei de Gauss para o campo elétrica no interior do diclétrico, Bq. (5-55), temos Ey (5-58) (5-59) 2, Ievando em conta o resultado (5-58), podemos escrever sas =o re as = ‘A expressio (5-60) & portanto, a nova expressio da lei de Gauss quando apli- cada a problemas que envolvem dielétricos. Aliis, a (5-60) € mais geral do que a vista anteriormente, Eq, (3-4), pois obtemos essa ltima quando, em (5-60), fazemos K (65-60) E interessante lembrar que nessa nova expresso da lei de Gauss niio aparecem explicitamente as cargas induzidas, no dielétrico q,, que so, entretanto, levadas em conta através da constante dielétrica do meio K. ‘Queremos dizer, para finalizar, que, embora essa modificaglo da lei de Gauss tenha sido feita para o caso particular de um capacitor de placas paralelas, a Eq. (6-60) € absolutamente geral. S14 — POLARIZAGAO E DESLOCAMENTO ELETRICO Consideremos um dielétrico polarizado, Para simplificar, adotaremos, como modelo, 0 dielétrico introduzido entre as placas de um capacitor plano paralelo como na Fig. 5-24. Nessa figura, a rea das placas é Se a carga do capacitor € q, enquanto que as cargas induzidas na superficie do diclétrico & q,. A expessura do dielétrico é d e a constante dielétrica ¢ K. De acordo com a (5-87), 0 campo no in= terior do dielétrico & Figura $24 ou na seguinte forma 4 a), % + (ats) +# (61) Estudemos a expressiio (5-61). Vemios que a quantidade entre parénteses do primeiro termo do segundo membro nada mais é do que 0 campo no interior do dielétrico. O segundo termo do segundo membro da as cargas induzidas na super- ficie do dielétrico por unidade de area e recebe o nome de polarizagao elétrica, que indicaremos por P. Entdo, em médulo, pmo (5-62) A unidade de polarizago eétrica no Sistema Internacional é C/m?, Damos 0 nome especial de polarizagio elétrica a (5-62), devido ao fato das cargas q, apare- ‘cere quando 0 dielétrico esta polatizado. ‘Vejamos que tipo de interpretagao fisica pode ser dada & quantidade P. Para tanto, multipliquemos numerador e © denominador de (5-62) por d, espessura do dielétrico, Obtemos, enti, qd/Sd. O denominador dessa fragao & exatamente © volume do dielétrico inserido entre as placas do capacitor de placas paralelas. Por outro lado, 0 numerador é produto da carga induzida na superficie do dic- Létrico pela espessura do mesmo, que nos dio momento elétrico do dipolo das cargas induzidas no dielétrico, dando, pois, 0 momento elétrico do dipolo por unidade de volume. Ou, ainda, sob outro aspecto, se imaginarmos um tubo do diclétrico como na Fig. 5-25, de secdo dS, sendo a densidade superficial de carga do dielétrico ¢,, as cargas nas duas extremidades desse tubo sero +a, dS e~¢, dS. Podemos entao dizer que 0 momento do dipolo do tubo selecionado sera dp = (o,dS)d, + (5-63) +6, , , | rabosleionado i Figura 525 ‘onde, como jt foi visto anteriormente, mais precisamente, em (2-18) 0 vetor d 6 uum vetor tal que tem origem na carga positiva e extremidade na carga negativa, e modulo igual a distancia de separagio entre essas cargas. Na (5-63), dividindo ambos os membros por ddS = du, ficamos com ap) a odSd _p 664) das Vemos, pois, que a (5-64) dé um vetor cujo médulo & o de 0; € diresto a das cargas positivas induzidas para as nogativas. Lembrando entio, de acordo com a (5-62), Que a polarizagio elétrica tem, na realidade, 0 valor das cargas induzidas por unix dade de area, isto & precisamente o, 4 Resumindo, a polarizagao elétrica é um vetor que di 0 momento do dipolo por unidade de volume. Tem médulo igual a densidade superficial das eargas in- duzidas e ditegdo ¢ sentido das carges positivas para as negativas do dielétrico, Voltando agora & expressio (5-61), 0 primeito membro di o médulo de uma nova grandeza, que chamamos de deslocamento elétrico © anotamos por D, 4a. 3 p=t (5-65) De acordo com a (5-65), 0 deslocamento elétrico tem um médulo igual & den- sidade superficial de carga nas placas do capacitor. Podemos, pois, escrever a (5-61) na forma 4 D=4E+P, (5-66) ou, vetorialmente, D=E +P, (5-67) onde estamos jindicando agora por E 0 campo no interior do dielétrico. Passemos agora a ver algumas relagBes entre os vetores D, E ¢ P. Podemos Telacionar, inicialmente, D com E, A partir dos médulos dessas grandezas, 4 e pat, logo s ou, vetorialmente, Do Kaoks D= KeyE. (5-68) A relagio direta de D com P pode ser tirada das expressdes Entao «, lembrando a relago entre 4, € 4, dada por (5-58), 1 P=v(1-- () 1 p=(i-p)p (5-69) Por fim, relacionemos P com E. Utilizando as expresses 6, na forma vetorial, 4 4 E e p=%, vem Key 3 P=" Kez. 4 Novamente, recorrendo 4 Eq, (5-58), resulta P= (K-1)9E que, vetorialmente, fica P =(K-DeoE. (5-70) Notemos que, em todas essas relagées, quando os fendmenos ocorrem no vieuo, K = 1 e elas se tornam, respectivamente, D=8E, P=-0, P=0. (71) ‘As Eqs. (5-71) nos mostram que, no caso do vicuo, das tr8s relagBes, s6 sub- siste a que ndo envolve o vetor P. Alguns autores preferem escrever a lei de Gauss em fungi a wer a lei de fungiio de D, ao inves d E, Para 0 vacuo, a Eq, (3-4) fica : a Para uma distribuigio continua de carga de densidade volumétrica p, $ D-dS = | pd (5-73) A lei de Gauss na forma diferencial fica V-D=p. (14) A partir da (5-74) podemos dar uma interpretagao, util algumas vezes & D. A integral do primeiro membro dé o fluxo elétrico através de S, entdo D seri uma densidade de fluxo. Em termos das linbas de forga, podemos pensar em D como uma densidade de linhas de forga, que € independente do meio, 5.1 — SUSCETIBILIDADE ELETRICA A polatizagdo nos dielétricos isotrépicos, que sto aqueles cm que as proprie- dades elétricas so iguais em todas as diregdes, ocorre sob a agiio de um campo elétrico externo e tem 0 mesmo sentido do campo. A intensidade da polarizagio depende da intensidade do campo. Muitas vezes essa dependéncia & posta na forma P= 108, (5-75) onde 1, chamamos de suscetibilidade elétrica do material, A suscetibilidade 6 uma grandeva adimensional. Para um dado dielétrico, em geral, a suscctibilidade elé- trica € constante Comparando as expressbes (5-70), ¢ (5-75), tiramos (Neg = te mi K-1=%, K=1+4 (5-76) Assith, podemos escrever, se a permitividade elétrica de um meio qualquer & o, ou (5-77) the roll + Xb (5-78) Para meios nio-isotrépicos, a suscetibilidade elétrica néo & um escalar, mas sim um tensor. [As relagées (5-68), (5-69) ¢ (5-70), ficam, em fungao da suscetibilidade elétrica, respectivamente, Portanto D= (x. + Nek, i o-(2e)p oo P = ZetoE. Um meio qualquer é chamado de linear, homogéneo ¢ isotrépico se, para carac= izar completamente esse meio, nevessitamos somente de valores escalares de 4 11¢ 0. Nem todos os meios so desse tipo, por exemplo, os meios ferromagnéticos. Diz-se que um meio € linear se os médulos dos vetores D (desiocamento elé- trico), B (indugdo magnética) e J (densidade de corrente) sio respectivamente pro= porcionais aos médulos dos vetores: E (campo elétrico), H (campo magnético) © E (campo elétrico). Por outro lado, uma substancia seri homogénea se tiver as mesmas propriedades em todos os seus pontos. Do mesmo modo, um meio seri isotr6pico se tiver as mesmas propriedades em todas as diregdes. Em outras pa- lavras, se D é paralelo a E, H é paralelo a B, eJ é paralelo a E. O vacuo é um meio linear, homogéneo e isotr6pico. AAs propriedades de lincaridade, homogencidade ¢ isotropicidade podem ser alteradas dependendo de certas condigdes como, por exemplo, variagdo da tempe~ ratura, pressio € radiaglo atémica, bem como a variago dos campos, no decorrer do tempo. Os meios nio-lineares, nilo-homogéneos ¢ nio-isotrépicos apresentam um comportamento mais complicado ¢ no sero discutidos aqui. Por exemplo, num meio dielétrico ndo-isottépico, cada componente cartesiana retangular do vetor D € uma combinagao linear das trés componentes de E, isto & eB, + G28, + GE, fa) By + 2B, + O3E,, 8, Be + Ey + 5 E sy Fa Aas) 1 82 Pas] E facil mostrar que a matriz. [5] € simétrica, 5:16 — REFRACAO DAS LINHAS DE FORCA NAS FRONTEIRAS DOS DIELETRICOS Imaginemos dois dielétricos interpostos entre as placas de um capacitor de placas paralclas, como na Fig, 5-26, Sejam K, ¢ K, as constantes diclétricas dos dois meios, respectivamente, ¢ E, € E, 0s médulos dos campos nesses dois meios. Aplicando, para o vetor D, a lei dada pela expresso (5-72), sendo S a superficie gaus- siana conveniente, pis =Sa. . fang as-D, § ay, D,S-D,S. (5-80) =a] Superfil>gaussiana Figura 5.26 segundo membro dé zero, visto que 0 somatério se refere as cargas livres ¢ que nilo estilo presentes no dielétrico; logo, da (5-80), D,S-D,S dondi ee D, =D; (81) ‘Assim, podemos escrever ou 6, conseqiientemente, Read, | . - ie (5-82) (© que nos indica serem as intensidades dos campos elétricos nos dois meios die- ltricos inversamente proporcionais is constantes dielétricas desses meios. Condigdes de contorno Considerando que os velores De E formam um angulo qualquer com a sus perficie de separagio dos dielétricos, como na Fig. 5-27, sendo 2, 0 Angulo que E, forma com a horizontal ¢ 2; 0 Angulo formado com E, Imaginemos uma pequena ¢aixa cilindrica, de espessura desprezivel, contendo a superficie fronteira entre os diclétricos, tal como na Fig. 5-27 ¢ calculemos o fluxo do vetor deslocamento elétrico através dessa caixa, Esse fluxo é dado por bo as = Sais * i . Passemos a calcular a circuitag&io do yetor E ao longo da curva C, taml cada na Fig, 5-27 ¢ tendo uma altura d e largura desprezivel. Entio, ao longo: Alo percutso OPQR, temos $e dl = 0, Visto tratarse de um campo eletrostitico. Assim sendo, ¢ @ ge asf Bate [ Eyal ‘ 0 -| Bydtsns,-[" Byaens, = E, sen n,d—B, sen 23d = 0, donde tiramos que Bysona, = Ey sen. os) [A (5-84) nos mostra que a componente tangencial do campo E, Esen a, & continua. Das expressbes (5-83) ¢ (5-84), vem que E,sena, _Eysenay D, cosa, ~ D, cosa,” ou a Ee ppt = py 8% e Jogo, ee Portanto (5-85) ‘ou, somente para 0 primeiro membro, go aS, + § D,-d8, § D, AS, e080, + pe asyemson ¢, como no hé cargas livres, co que nos dé uma “lei de Snell”, relacionando o angulo de incidéncia com o Angulo de refragio em fungdo das propriedades do meio. DS, 008, + D2S, cosa, ST — FORCA NUMA BARRA DIELETRICA Scja o sistema da Fig. 5-28 constituido por um capacitor de placas paralelas de lados be a, ¢ preenchido parcialmente com uma barra diclétrica de permitividade elétrica c. A parte do dielétrico interna ao capacitor tem um comprimento Ie V & fa diferenga de potencial estabelecida entre as placas, que a mantém constante, ‘Algumas caracteristicas importantes podem set calculadas; por exemplo, a carga do sistema, a capacitincia, a energia armazenada ea forga que atrai o bloco dielétrico para o interior do capacitor. a coe logo, (5-83) ‘A (5-83) nos informa que a componente normal & superficie de separagdo entre 108 dois dielétricos do vetor D slo iguais. que sendo o, a densidade superficial de carga das placas onde existe ar ou vacuo e a, aquela onde existe o material. Logo, a carga total sera Q=2,+2:, (6-1) +0, al. eee Boo. =A Jembrando que, no nosso caso, os campos em qualquer regio sio iguais ¢ os des- locamentos elétricos diferentes, ou. Como eal | te¥a(b—D, d (os =F Tel +e6-0] (5-86) A (5-86) nos di a carga total do sistema. Podemos agora caleular também a ceapacitincia do sistema Entflo, ela + e,ab~1) 1 iptys 1, pe Egg = FEO + Fog EO, onde, v € 0 sio, respectivamente, 0 volume do diclétrico interno do capacitor ¢ 0 volume do capacitor que ndo contém dielétrico (at ou vacuo). Ento 1 oe 1 mab- Egy = eBtald +> 0p BRalb—Dd. Como V éa diferenga de potencial aplicada, vem, mais uma vez, que ic ‘, L (YY aaa be (YY Beet 4) att + +0(5) abd. E=E Portanto, | Epa =p pale + 66(0-1] (5-88) ‘que nos dé a energia procurada. Por fim, calculemos a forga que tende a puxat o dielétrico para dentro do ca- pacitor. Antes, porém, lembramos que, pata tanto, deve existit uma forga F, cujo, ‘rabalho realizado para deslocar a barra dielétriea de dl sera dW = Fat (6-89) Por outro lado, utilizando (5-88), vem 1v Bg = 5 7 Aled tod}, ye “alee ©, comparando (5-89) € (5-90), concluimos que 1 Fax alee) (5-91) 5.18 ~ FERROELETRICIDADE © termo ferroeletricidade € aplicado a alguns tipos de materiais dielétricos que apresentam polarizago permanente aniloga, sob muitos aspectos, & imantagdo permanente apresentada pelos materiais ferromagnéticos. Essa polarizagio € re sultante do deslocamento de ions, devido a campos locais. Esses campos produzem. nos fons forgas maiores que as forgas de restituigo no interior do cristal. Como resultado, a posigdo de equilibrio dos ions & tal que produz uma polarizagio no cristal. Tais materiiis so denominados ferroelétricos. Em geral, os materiais fer~ roelétricos apresentam grande susceptibilidade. 5.19 ~ PIEZOELETRICIDADE E PIROELETRICIDADE Piezoeletricidade & a propricdade apresentada por varios matcriais eristalinos que, por meio de uma pressio mecnica exercida sobre o cristal, resulta no apare- cimento de cargas elétricas nas suas superficies, A piczocletricidade foi descoberta por Pierre Curie (1883) Se um cristal que tem propriedades de piezoeletricidade & aquecido ou resfriado, desenvolve cargas nas suas superficies. Tal efeito & comhecido como pirceleiricidade. PROBLEMAS 5.1 ~ Dois condutores, de capacitincias C, = 0,02 uF © C, = 0,04 uF, esto carregados com q, = 400 4C € 4, = 600 uC, respectivamente. Quais setao 08 va- lores das novas cargas e 0 potencial comum, se 0s: condutores forem postos em contato através de um fio condutor? Resposta, 3,33 x 10*C; 6,67 x 10-*C; 16667 V. 52 — As placas paralelas de um capacitor, tendo por S a rea das placas ¢ ar ou vacuo como 0 meio entre as placas, possuiem cargas ++ e -q. Se a distancia de separagio entre as placas € x, ¢ estas sto afastadas de dx, perguntamos: (a) qual a variagio dC da capacitancia do capacitor? (b) Qual a variagao dWem sua energia? (c) Tgualar 0 trabalho F dx ao acréscimo de energia dW e determinar a forga de atragio entre as placas. 3 dC Respasta.(@)- SS; 0) SE: © 3 5.3 — No esquema da Fig. 5-28, entre os pontos 4 e B existe uma diferenca de potencial de $00 V. Todos os capacitores sto de mesma capacitincia de 0,4 nF. Calcular: (a) a capacitancia equivalente do sistema; (b) a energla armazenada no sistema. Resposta. (a) 0,3 nF; (b) 0,03755. 54 — A Fig. 5-30 mostra dois capacitores em série, A segdo central rigida, de comprimento b, pode mover-se verticalmente. Calcular a capacitiincia equiva lente da associagdo € mostrar que é independente da posigéo da sega central. A fitea das placas € S. aS Resposta. —*—— este (a5) 5.5 — Como devemos ligar 5 capacitores, de capacitancia 1 uF, de modo a produzir uma capacitincia total de 3/7 pF? Resposta. 3 em paralelo, 2 em série © o conjunto em série. 5.6 — Um capacitor de 1 uF, ligado a uma diferenga de potencial de 200 V, um outro de 2 uF, ligado a uma diferenga de potencial de 400 Y, so ligados entre si em paralelo, sendo a placa positiva de cada um deles ligada a placa negativa do ‘outto, Determinar a diferenga de potencial e a carga de cada capacitor bem como a perda de energia ocorrida Resposta. 200V; 0,12 J. 5.7 — Um capacitor tem placas quadradas de lado a, que formam um Angulo 0 entre si, como na Fig, 5-31. Mostrar que, para 0 pequeno, a capacitancia é dada por aoe (0 a (1 a) Figura $31 5.8 ~ A separacio das placas de um capacitor plano paralelo d. Mostrar ue, introduzindo-se uma amostra metalica de espessura / entre as placas e para- Ielamente as mesmas, a capacitincia aumenta de ¢9/d(d—) por unidade de irea. 59 As armaduras de um capacitor plano paralelo que tem ar entre suas placas so atraidas com uma forga F. Mostrar que, substituindo-se 0 ar por di- versos dielétricos ¢ sendo C,, C2,...,C,, a8 novas capacitancias ¢, consegiien- temente, Fy, F,,..., Fy» tespectivamente as forgas sobre as armaduras, C, Fy = =O,F, ="': = C,F, ~ constante. 5.10 — Num meio de constante dielétrica K, & colocada uma carga linear de dlensidade y: paralelamente ao plano-limite com outro meio de constante dielétrica K, ea uma distancia a do mesmo, Calcular os potenciais nos dois meios e mostrar que a forga por unidade de comprimento sobre a carga linear € dada por fal 07K, dae, aK, \K, + &, 5.11 — Um capacitor de placas paralelas contém dois dielétricos, como na Fig. 5-32. Calcular a capacitincia do sistema. $ é a area das placas. a8 /(K, + K, nara 95 (Ei) igura $32 5.12 — Um capacitor plano paralelo contém dois dielétricos, como na Fig 5-33. Sendo Sa area das placas, caleular a capacitncia do sistema. dayS (_KiK. sposta, 2208 (KiKa At (es) ’ 5.13 — Uma barra dielétrica de espessura b é inserida entre as placas de um capacitor de placas paralelas, cuja distancia de separagao é d. Mostrar que a capaci Figura $33, tinein & dada por Koo Kd-WK-1) Verificar a exatiddo da expressiio para os casos especiais: (1) b = 0, (2) K=1e @b=d 5.14 — As placas de um capacitor, de placas paralelas de frea § separadas por uma distancia d, submetem-se a uma diferengn de potencial V,. Insere-se uma barra dielétrica de constante dielétrica K e espessura b. Se S = 100m’, d = Lem, b = 0,50cm, K = Te Vy = 100, calcular: (a) a capacitancia antes da introdugo dovdielétrico; (b) as cargas livres; (c) 0 campo elétrico sem 0 dielétrico; (d) 0 campo tlétrico no interior do dielétrico; (e) as cargas induzidas; (1) a diferenga de potencial com o dielétrico; (g) a eapacitancia com o dielétrico; (h) 0 deslocamento elétrico; {i) a polarizagao elétrica. (Veja a Fig. 5-34). Resposta. (a) 885 x 10~*2F; (b) 885 x 107°C; (¢) 10* V/m; (a) 1.430 V/m; (€) 758 x 10-2°C; (f) 57,15 Vs (@) 6.20 x 10-"4F; (h) 885 x 10°* C/m*; () 7.85 x x 10°® C/m? Figura S34 5,15 = Se entre as placas de um capacitor plano paralelo existe um mal co de constante dielétrica K, sendo ¢ a densidade superficial de cargas ni \ 6 9, a densidade superficial de cargas induzida no dielétrico, mostrar que eo +h 5.16 — No caso apresentado na Sec. 5.16, calcular 0 campo elétrico constant em fungdo da carga total Q. Da expressio obtida, analisar os casos: (1) quand ilo hé dielétrico e (2) quando todo 0 meio entre as placas tem um material die~ Lktrico de constante dielétrica K. 5.17 — Um dipolo, de momento p, esté localizado num campo elétrico uni- forme E, © momento elétrico do dipolo inicialmente € perpendicular ao campo possui energia potencial zero. Se o dipolo gira no campo, mostrar que a energia potencial associada a nova posigio € -E: p. 4, captruLo 6 CORRENTE ELETRICA E RESISTENCIA 6.1 — CORRENTE ELETRICA E DENSIDADE DE CORRENTE Neste capitulo estudaremos 0 movimento de cargas elétricas. Até aqui nos restringimos a situagBes em que as cargas clétricas se mantinham estacionérias. Existem situagées distintas que envolvem 0 movimento de cargas clétricas © cada uma dessas situagdes corresponde a um tipo de corrente elérrica. Imagi- nnemos uma translagdo de uma nuvem de elétrons ou ions, ou, simplesmente, as cargas estiticas de um corpo que esteja em movimento, A esse tipo damos o nome de corrente de convecsao (por exemplo, um tubo raios de catédicos). Outra pos- sibilidade € a de, num material condutor estacionério, os elétrons de valencia migrarem, enquanto que os ions positivos ocupam na rede consttuinte do material osigdes fixas, Nesse caso, ao movimento dos elétrons damos o nome de corrente de condugdo. Uma ilustragao desse caso 6 dada na Fig. 6-1 @ : ; @ ZS etme ZS ies ; @ oe lgura 6 Finalmente, temos a corrente de deslocamento, que ¢ aquela provocada movimento de cargas elétricas elasticamente ligadas ¢ que se alinham com a die regilo do campo elétrico externo, isto & polarizaglo. Nao devemos esquecer qu “antes da polarizagio ser completada, houve o movimento de cargas elétricas, dando, ‘assim, origem a uma corrente clétrica, que ¢ a corrente de deslocamento, Sempre que aplicamos um campo elétrico externo a um condutor, as carg slétricas no interior do mesmo sofrem um processo de redistribuiglo, de tal modo que © interior do condutor se torna uma regio de potencial constante, Depoisy hum novo arranjo das cargas, havera movimento das mesmas, constituindo uma corrente elétrica, Devido ao fato de esse processo ser de curta duragio, chamamos { corrente de transitéria ‘Se quisermos manter constantemente uma corrente num condutor, devemos manter constantemente um campo elétrico externo aplicado a0 condutor, © que equivale a manter um gradiente do potencial no interior do condutor. Se o campo clétrico externo for sempre no mesmo sentido, obteremos uma corrente continua, Porém, se invertermos periodicamente 0 sentido do campo, teremos uma cor rente alternada. Consideremos agora uma seco S de um material condutor. A corrente eld i trica média, que indicamos por (1), através de S, € a razo entre a carga Aq que atravessa a se¢o no intervalo de tempo At. Assim, fa aw 1) Definimos também, a corrente instanténea i, q dg de im 44. 3 2M at 2) No Sistema Internacional, a unidade de corrente € 0 ampére* A corrente elétrica pode ser imaginada como um fluxo de cargas elétricas, Embora seja uma grandeza escalar, falamos freqiientemente no “sentido” da cor- rente, Convencionamos que 0 sentido da corrente € 0 do movimento das cargas positivas. Desse modo, 0 sentido de uma corrente elétrica ocorre das regides de potencial mais clevado para as de potencial mais baixo. Quando uma corrente aparece, devido ao movimento de elétrons (caso dos condutores metélicos), 0 movimento das cargas & o oposto ao sentido da corrente convencional, Nas solugées eletroliticas, entretanto, a corrente resulta do movi mento de ions positives, havendo nesse caso, harmonia entre a convengiio feita © 0 sentido real da corrente Muitas vezes as cargas elétricas no atravessam uma segio de um condutor numa razio constante, Nessas ocasides, € conveniente a introdugio de uma dene *Veja a defini de ampive na pig. 240. .dicada por J, ¢ definida pela expressiio [ 5-48, 3) sidade de corrente, que, em geral, Na Fig. 62, apresentamos 0 vetor densidade de corrente, que, nos casos mais ‘comuns, é paralelo a dS ou antiparalelo a dS. Hea ——4 Portanto, sendo ed re, One di) = Neod, (65) aque € n expressto da correnteeXétrica média em rermos da velocidade média dos 3 Portadores de carga. Por outro lado, a densidade de corrente sera J = New. (6-6) (© que se disse acima pode ser generalizado para casos em que existam dife- rentes tipos de particulas com diferentes concentragdes e velocidades. Nesse caso, teremos, ‘Condutor Figura 6-2 Ag = AAt (Nev, + Nz020, + 7°" + Nyeyeyli logo, Se J & paralelo a dS, temos WAS Nee I Jas 62 — EQUACAO DA CONTINUIDADE «, ainda, se J & constante, Deduziremas agora uma equagdo capaz de descrever completamente a carga S. (64) a corrente de um sistema. Essa equagio & uma das equagdes mais importantes ‘Yemos entio, a partir de Eq, (64), que a densidade de corrente nada rosie da fisica ¢ denomina-se equago da continuidade, Para tanto, consideremos um € do que a corrente por unidade de area, No Sistema Internacional, a unidade volume V cuja densidade volumétrica de carga seja p. De acordo com a Fig. 6-4, POtiakisis do corer 6'o ampere por metro quadrado’ Afi) J &a densidade de corrente © Sa superficie que envolve o volume ¥- Procuraremos agora deduzir uma expresso para a corrente elétrica em funcaio Através da superficie S saem correntes elétricas, tal que da velocidade média das cargas que constituem a corrente, ‘Imaginemos a existéncia de uma corrente elétrica e que cada portador de $7 as, (6-8) carga constituinte da corrente tenha ¢ C. Seja v a velocidade média desses por- is tadores de carga e seja N o nimero de particulas por unidade de volume. Chamemos INodiiciorMiotochtineVicdsien ‘carsatde imodonave de A a Area da sego do condutor ¢ consideremos duas dessas segdes, como na Fig. 63, Pe Q. Se fixarmos a atengio em uma das particulas, inicialmente em P, e se, depois de um certo tempo At, a particula se encontrar em Q, a distancia entre as duas seqdes Pe Q seri vAt. Entio, 0 volume do cilindro limitado por P e Q seri dado Visto que essas cargas se escoam para fora da superficie no decorrer do tempo, por vArd. O nimero total de particulas contido no cilindro seri NvAtA, Conse- devemos ter, a partir de (6-9) iientemente, a carga total que flui através da segdo seri q = Noate. s Como (6-8) ¢ (6-10) devem ser iguais, fras Aplicando o teorema da divergéncia ao primeiro membro de (6-11), $e ds [ev yay, [waar [ tar en A (12) apresenta uma igualdade, de modo que as integrais so estendidas a0 mesmo volume ¥; 0 que nos leva a concluir que os integrands sto iguais, ae vu+ Pao 6-13) A (6-13) € a equagio da continuidade ¢ encerra 0 principio da conservagdo das cargas. Se p= constante no tempo, épjét = 0, e, como consequéncia, V:J = 0. Isso indica que estamos em presenga de um campo solenoidal, néo havendo, por- tanto, nem “fontes” nem “sorvedouros” de J, no interior do volume ¥. A reciproca & verdadeira, isto é, se V-J = 0, nfo hayendo nem “fontes” nem “sorvedouros”, Apidt = 0, ¢, daqui, p = constante no tempo, a densidade volumétrica de carga permanece Constante. As cargas elétricas no so criadas nem destrufdas, mas tGo-somente fluem de uma regiéo para outra no interior do volume V. 63 — RESISTENCIA ELETRICA E LEI DE OHM (1787-1854) Se um condutor & submetido a um campo elétrico externo E, uma certa carga elétrica q é deslocada no interior do material. Seja v a velocidade das cargas e, Teen cams cpus doa moyen Itremici O30 ilo ao movimento, proporcional a v. Se m € a massa dos portad erga, de acordo com a segunda Ii de Newton do movimento, podemos ext ‘De acordo com 0 que foi visto na Sec. 6.1, Ba, (6-5) para 0 caso em estu mos dizer que i= Nqod we, A & a seco do condutor. Assim, ‘ = Ng dv; logo, a (6-14) ficaré ou, ainda, Fst Gitima equago pode ser ©, por fim, Entio, (615) De acordo com as observagdes feitas, sabemos que, no instante 1 = 0, 1 = 0, isto é ‘a corrente elétrica no condutor s6 se inicia quando estabelecemos o campo elétrico. ‘Com essas condigdes iniciais, concluimos que N@AE (6-16) Levando (6-16) a (6-15), vem ou NeAE i pel see (6-17) E ficil verificar que, para ¢ = 0, i= 0,e que, quando # cresce, isto & para f+ c0, _ N@AE ane (6-18) (ou seja, a corrente elétrica atinge um valor final dado por (6-18), A experiéncia nos mostra que a corrente atinge 0 valor i, quase que instanta~ neamente, indicando que a razio k/m é grande, Em fungao da diferenga de potencial entre os terminais do condutor, se L é 0 comprimento do condutor, sabemos que v ae Esse resultado, levado a (6-18), nos da Ng?A (424) ¥. (6-19) A relagiio de proporcionatidade dada por (6-19), entre a corrente e a diferenga de potencial, foi determinada experimentalmente por Obm (1827). A quantidade {que multiplica Ve que apresenta constantes earacteristicas do condutor & chamada de condutdnela, que anotamos por G: ' Nata q Ge (6-20) Eno a (6-19) pode ser eserita como i=o¥ (621) © inverso da condutancia € a resisténcia (R)? 1 R=R (6-22) ou, ainda, R (xz) (4) (6-23) A resisténcia é uma medida da oposigio do fluxo de carga (proporcional a k), Por outro lado, 2 constante do primeiro paréntese de (6-23) tem o nome de resiti- vidade, que anotamos por p: ° (6-24) Na Essa equagdo representa uma propriedade do condutor. O inverso da resistividade 6 a condutividade (@), (6-25) Para os condutores metilicos, & valida a relagao V=iR, (6-26) conhecida com a denominacao de lei de Ohm para os condutores metalicos. A (6-26) pode ainda ser posta na forma v. (6-27) Utilizando a (6-24) em (6-23), ficamos com i Rapes (6-28) que nos indica ser a resisténcia ditetamente proporcional ao comprimento do con- dutor e inversamente proporcional a dea da segio do condutor. De modo andlogo, podemos escrever (6-29) Podemos examinar agora outra relagio muito ati. Embora fagamos a dedugdo para um caso particular, o resultado final € geral 0 ohm (0) € uridade de resistnca erica & o resistncia de um elemento pasivo de ircito tal que uma diferenca de potencal constants igual s um vot aplcada a seus termina faz ctcular 0 clemento uma cortente de intensidade invaridvl igual a um ampere - ©, por fim, vetorialmente, podemos escrever J=c8, (6-30) ‘© que nos indica serem J e E paralelos. ‘As Tabs, 6-1 ¢ 6-2 apresentam as unidades 8.1. das grandezas dadas nesta sexiio ¢ as condutividades de alguns materiais. ‘Tabela 6-1. Unidades 8. Resisténcia (R) Volt/ampére = Obes Gonduncn ()—_Ampirerl = ‘Ampeére/rolt-m em Berlim em 1592, Tabela 62. Condutividades Cobre Aluminio Ferro puro ‘Ago doce ‘Agua do mar ‘in Quarzo de um condutor como uma medida da oposic&o §@ condutor oferece ao fluxo de corrente, A teoria que procura explicar a de um condutoré a denominada fisica do estado sélido, Afi que © comportamento dos eétrons de valéncia num dtomo depende ;meio no qual o tomo se encontra, Num étomo livre, os elétrons estilo dis ‘camadas ao redor do niicleo, cada um ocupando um estado de energia mu ae s elétrons das érbitas mais internas estio mais fortemente ligados a0 jomo que os das drbitas mais externas (clétrons de valéncia), que podem ser reti rados dos dtomos com dispéndio de pequenas energias Nos cristais metilicos, os dtomos sfo dispostos de um modo bastante regula ‘passariam por ela sem encontrar resisténcia, A resisténcia de um metal devess desvios da rede prfita, a dtomos de impureza, dfeitos da rede, vibragdestermicas que comprimem a rede, ete. F interessante, neste esti, verifiar que a equagio da continuidads, confi retido condutora. Admitindo que essa regio condutora soja linear, homogénes € isotrépica, sto vilidas tais, equagoes lembrando a Iei de Gauss na forma diferencial, ves", ¢ ou VE =p. Da Ee, (613) € (6-30), ver v.66) + P= ¢, das duas iiltimas, 1 9 o a Desta, é fic concluir que, num instante qualquer, a distribuigdo de carga € di pela lei p= pen, onde py dad densidade de carga no instante ¢ = 0, Convém lembrar que tan quanto’ py dependem, em geral, da posigio. et F facil verificar, da ultima equasio, que as cargas nio podem existir ind damente no interior da regio condutora, mas sim que existe uma config de carga inicial, e que, no decorrer do tempo, essa configuracéo diminui, ‘jo (dada em segundos) é indicada normalmente por x, {que chamamos de tempo de relaxagdo, Uma ver que, para um meio condutor linear, homogéneo e isotrépico, ¢ e « sio constantes, o tempo de relaxagao também é © tempo de relaxagiio é 6 tempo necessério para o valor da carga cair a 1/e do seu valor inicial, £ importante observar que, se fizemos todas essas consideragdes para um meio condutor linear, homogéneo ¢ isotrdpico, e que, se, com 0 passar do tempo, o valor de p vai a zero, isso significa que, no interior da regio considerada (condutora), © valor da densidade de carge ser zero, apés um tempo suficientemente grande. Mas, como subexiste o principio da conservagiio das cargas para uma tal regio, somos Ievados a concluir que existiri, um fluxo de cargas, durante esse tempo, € que essas cargas serio depositadas na superficie externa que envolve a regitio con- dutora. Para finalizar, devemos dizer que, uma vez. estabelecida as cargas na regio condutora, @ redistribuigio das cargas tem inicio exatamente nesse instante. O tempo gasto para a completa redistribuigio dependera dos valores de « ec, Quanto maior for ¢, isto & quanto mais condutor for 0 material, mais rapidamente o fend- ‘meno descrito acima ocorrerd, 64—A RESISTENCIA EM FUNCAO DA GEOMETRIA DO CONDUTOR Seja um condutor metilica como o da Fig. 6-5, onde 0 campo elétrivo externo aplicado ¢ E, a corrente produzida no condutor é i, a diferenga de potencial & ¥, © comprimento total do condutor & Te a sua segio é A rs v Figura 65 Se considerarmos um elemento de comprimento di, poderemos eserever, em. modulo, " a = Ed! . | de acordo com a expressiio (6-30), ava za, ‘ou, ainda, Lembrando a (6-26), logo, (6-31) ¢, por fim, para um condutor de comprimento finito, da ane 6 Do mesmo modo, para a condutinia (6-33) 65 — VARIACAO DA RESISTENCIA COM A TEMPERATURA ‘Até este ponto temos, implicita ou explicitamente, assumido que a resistencia permanece constante para o caso dos condutores. Entretanto a experiéncia nos mostra que esse fato niio é verdadeiro, em muitos casos. Por exemplo, é um resule tado experimental que a resisténcia varia com a temperatura. Consideremos uma amostra metalica e sejam R, ¢ R, a sua resisténcia as temperaturas f,"C e t,°C, respectivamente. A variagtio da resisténcia do material com a temperatura € des- tila por um coeficiente 2, denominado coeficiente de temperatura, definido por Ry-Ry Rile—h) Normalmente 0 coeficiente de temperatura da resistencia € calculado para ‘uma temperatura-base (em geral, 0°C ou 20°C). Por exemplo, entre o intervalo de temperatura compreendido entre 0°C © 100°C, temos (6-34) TCR, (6-35) onde, na (6-35), Rigo significa a resistencia calculada a 100°C, ¢ Ry a mesma calk culada para 0°C, © coeficiente ay significa que a temperatura-base foi tomada como sendo 0°C. Se assumimos 0°C como temperatura-base, a resisténcia de um metal a PC sera dada pot Roll + aot] (6-36) — Entretanto uma expressiio mais exata do que a (6-36) é dada pela expresso R, = Roll + aot + fot? + yot + °- 1] (637) Na Tab. 6-3, apresentamos alguns valores de correspondentes a certos ma- teriais importantes. ‘Tabela 63. Valores de ap ‘Metal xe) Prata 0040 2ur0 038 Zinco ‘opos7 Platina 000367 66 — MATERIAIS NAO-OHMICOS ‘Vimos que a resisténcia de um material em fungdo da corrente e da diferenca de potencial aplicada ¢ dada por v Se R & constante, diz-se que o material € Shmico, isto €, 0 grifico de ie Vé uma reta, tal como na Fig. 6-6. Entretanto, se R nao é constante, o material é chamado de niio-Ghmico ou nio-linear. Na Fig. 6-7, damos um exemplo da curva num desses casos. Eletrito MATERIAL LINEAR MATERIAL NAO-LINEAR Figura 66 Figura 6-7 67 = EFEITO TERMICO DA CORRENTE ELETRICA ‘Um dos efeitos mais importantes relacionados com a condugio de cargas elttricas € © denominado efeito Joule. Se um condutor & submetido a uma dife- de potencial entre seus terminais, uma certa energia ¢ gasta no carga de um terminal a outro. Se a carga transportada 6 Ag, teremos f AW = VAq, ‘onde V é diferenga de potencial aplicada. ‘Admitamos que, para o transporte da carga, seja necessirio um tempo At. Entio, da (6-38), resulta aw ar Mas ‘P> = poténcia média i) = corrente média. ee «P) = Vd). (629) Para os condutores Ghmicos, levando-se em conta a (6-26), temos RR, + RR, + RR, Substituindo os valores de Ry, Rz, Ry € Ry, vem 10°(36 +6 + 6) + 10836 Gorer oie 7 Logo, a resisténcia equivalente & R=R,+ ©, entio, R R= 2750. A corrente no circuito & dada por , assim, i, = 0175-0025, ig = 0150.4. Portanto PROBLEMAS sendo /, a corrente que passa em R,. Indicando-se por ia corrente que passa na associagio de Ry e Ry, podemos escrever 6.1 — A densidade de corrente elétrica, num condutor de segdo circular de raio R, varia de acordo com q conde Ja Jor iia onde J, & uma constante, Calcular a corrente total que passa pelo condutor. See aiieetnis aiid ¥ 6.2 — Uma corrente de 10A passa através de um fio cuja seglio é 1mm? Sendo a densidade eletrénica do fio 10?7m~, determinar a yelocidade média dos elétrons, Resposta. 0,0625 m/s. 63 — Durante 4 minutos passa uma corrente de 5A numa resisténcia de 10, fa) Quantos coulombs ¢ (b) quantos elétrons passam através de uma se¢io do fio, neste intervalo de tempo? Resposta, (a) 1200C; (b) 7,5 x 107°. 64 — Um cilindro condutor, de comprimento L e raio interno ¢ externo a © b, respectivamente, € constituido de material de resistividade p. Calcular sua resisténcia para correntes radiais e longitudinais, sia. =P tn (¥), ob Besposa er G 1; Tab) 6.5 — A regidio entre dois cilindros longos ¢ concéntricos é constituida de uma substincia de resstividade p. O cilindro interno de raio a, € mantido a um potencial V, e 0 outro, de raio b, a um potencial V,. Haverd entio uma corrente radial. Calcular (a) o campo elétrico a uma distincia ra R. Agora, na (8-17) podemos desprezar 03 valores de R comparados com os de I. Com essa simplificagio, a (817) fica a eS (8-19) WE ©) A inducdo magnética no eixo de um solendide Chamamos de solendide um condutor enrolado em espiral sobre 0 corpo de luma superficie cilindrica, como na Fig. 8-14. Figura 814 Admitiremos 0 condutor enrolado uniformemente € 0 espagamento entre duas espiras quaisquer muito pequeno. Consideremos, entdo, um solendide como o da Fig, &-14, de raio Re com- primento L, sendo N o nimero de voltas do solendide. Queremos calcular a indugio ‘magnética num ponto do eixo do solencide, sendo esse ponto interno ao solendide Por exemplo, 0 ponto em questo € mostrado na Fig. 8-15, onde apresentamos © solendide em corte. Os simbolos © e @ indicam, respectivamente, que a cor- rente que percorre o solendide esta saindo e entrando, isto 6 apontando para fora do plano da folha do livro ¢ apontando para dentro da mesma. wd POQPQQCO LLP LILA l ino Figura 8.15 Relembrando 0 cileulo feito no caso anterior, a indugio magnética, devido a uma espira circular, ¢ dada por (8-17), isto 6, ate! R BT ea Selecionemos agora um elemento de comprimento do solendide, que indica- remos por dr, seja ra distancin desse elemento ao ponto de observacaio P. Cal- culemos inicialmente a indugio magnética no ponto P, devido ao clemento esco- Ihido. Se 0 numero de voltas do solendide é N, e L o seu comprimento, 0 numero: de voltas contidas em dx seri (N/L) dx e, assim, a indugdo magnética elementar seri dada por BgiN _Rhdx : on Rae ay sendo x a distancia sobre o eixo, do ponto de observaciio a intersegio do eixo com a rela baixada perpendicularmente « partir do elemento dx, © &ngulo Tormado por r €-0 exo seri indicado por 9 Facamos uma mudanga de varidvel e procuremos exprimira (8-20) em fungio deg: B= R wea Goelene x=Rootgo a dx =—R cosec* 9 dg P R? cotg* @. Efetuando essas substituigdes em (8-20), a expressiio de dB passa a ser ipiNR? _(-R) cosee @ do IL (RP +R coig? 0)” HgiN _coses? 9 dp L(+ cote” @) Agi cosec? y dg 2L (cosec™ o)" a aB Portanto HoiN ap = hy sen 9 do, que, integrada para todo o solendide, sendo os Angulos-limites de integragio a © f mostrados na Fig. 8.15, dit in f* Bg | sen @ do. Logo, Hoi Fg, = Ha feos olf e, por fim, : B= HIN (os pcos.) (621) : resultado (8-21) nos dé a indugdo magnética num ponto interno qualquer do cixo de um solendide, Podemos, ainda, obter dois resultados particulares impor- tantes, Por exemplo, o valor da indugio magnética de um solendide muito longo, ‘num Ponto proximo ao centro seri, em médulo, _ bot : 3 bis st (8-22) € visto que a ~ 06 f1~ x. Por outro lado, numa das extremidades de um solendide 3 muito longo, «= 2/2 e f= n; em modulo, : Hoi 23) = af 623) 86 — APLICACOES DA FORGA DE LORENTZ Passemos a expor algumas aplicagdes da forga de Lorentz dada no paragrafo (8-4). Colimador a) Selecionador de velocidades Existem muitas experiéncias nas quais o objetivo é 0 estudo do movimento de particulas tais como os ions ¢ os elétrons. Em geral, nesses casos € necessirio que tenhamos uma fonte de tais particulas, todas com a mesma velocidade. Entre- tanto a maioria das fontes de elétrons ou ions emitem as particulas apresentando lum espectro de velocidades ¢ entio & importante que tenhamos um selecionador de velocidade. © principio de um tal selecionador ¢ bastante simples. Ele se utiliza dos efeitos das forgas elétricas e magnéticas, com o auxilio da forga de Lorentz. Um sistema com a forma de um capacitor de placas paralelas fornece um campo elétrico E tal coma o indicado na Fig. 8-16, E produzido um campo magnético uniforme B perpendicular ao plano da pigina do livro, apontando para o leitor (veja na Fig. 8-16) 0 simbolo ©. Um feixe de particulas @ emitido pela fonte F e € colimado, para que se torne suficientemente fino. Desse modo, uma particula carregada +4, com velocidade v, ficaré submetida. a duas forgas, uma elétrica ¢ ‘outra magnética, e conseguir passar pelas duas abertur: cons 5 most essas forgas sejam iguais ¢ opostas, isto ¢, quando, aan aE = qoB ©, assim, $0 as particulas cuja velocidade seja dada por 7m =a passam pelas aberturas, Podemos determinar a velocidade (08 campos elétrico © magnético apropriados. ea ae b) 0 efeito Hall core eit Heal nada mais é do que o aparemento de um campo eltico quand elocames num campo magnéico um condutor pelo qual passa uma corrente eis Ves itso cs pai no Inieioc des al condor. Cons , Por exemplo, o condutor metilico da Fig. 8-17, n vimento sio os elétrons Se ae Suponhamos que a velocidade média desses elétrons de condugio seja, B=-iB, Sendo © campo magnético | os clétrons sofrerdo a agio de uma forga, que ¢ dada por J —elv x B), - Co) [Ui,) x GiB) = -0,B,4) Portanto Fa-e1,8,k 624 Figura 8.17 A forga (8-24) env os elétrons i elétrons para a superficie inferior. Essn distribuigho de carga produz um campo elétrico E,, tal que a Eq = -kEq. apontando da superficie superior para a inferior d i s : 3 para a inferior do condutor em consideraci Esse fendmeno € denominado de efeito Hall (1879). Quando um equiibrio ¢ esta. Jido, 08 elétrons de condugio nflo sentem mais a ago de forgas. Nese caso, rou elétrica produzida pelo efeito Hall ¢ exatamente contrabalangada pela oa magnética. Temos Ce)Ey + Cov, Bk = 0, Z Ge) RE y) + - 20, Bk = 0, E cE gk —ev,B,k = 0. Him médulo, (8-25) Portm, de acordo com a (6-6), no nosso caso, ‘ que, com a (8-25), obtemos Ry (8-26) ose valor de Ry & chamado de coeliciente de Hall e contém somente quantidades {que podem ser medidas experimentalmente. Desse modo, a partir de Ry podemos determinar N (aiimero de particulas por unidade de volume). Quando as particulas sio elétrons de condugdo, o coeficiente de Hall, tal como foi deduzido, € negativo. Esse £0 efeito normal de Hall. Entretanto, em certos metais ¢ também nos semi- condutores, o cocficiente de Hall é positivo. Fo efeito andmalo de Hall, que indica ser a corrente devida a cargas positivas. Vemos que o efeito de Hall é muito impor- tante no estudo dos sélidos. A partir dele, é nos permitido obter niimero eo sinal das cargas em movimento, Um dos resultados importantes da medida do efeito Hall nos metais que NV, a densidade volumétrica de carga em movimento, varia muito pouco em fungio da temperatura, Esse resultado est associado i natureza quiintica dos slides. 8.7 — FORCA POR UNIDADE DE VOLUME Imaginemos um condutor metilico que € percorrido por uma corrente elé- trica i apresentando, para simplificar, uma seco uniforme A e do qual foi aplicado lum campo magnético cuja indugio magnética & apresentada na Fig. 8-18, Se escolhermos um elemento de corrente ids, a forga magnética seré dada por (8-8), dF = ids x B. Por outro lado, selecionando 0 elemento de volume dV = A ds, podemos escrever & JaV =JAds, JaV = JAds, Sie ee a a visto que a densidade de corrente tem © mesmo sentido do ds selecion - lindo, por questo de simpiidade, a unformidade de J. tomes ae JA=i, isto & a corrente total que passa pelo condutor. Entéo JaV = ids € levando esse valor a expresso da forga elementar dF, aF =JdV x B, Figura 8.18 donde concluimos que a forga por unidade de volume no condutor é dada por aF Gy 718. (8.27) 88 ~ DEFINIGAO DE AMPERE Consideremos, de acordo com a Fig. 8+ o lo c ig. 8-19, dois condutores retilineos muito longos ¢ paralelos, através dos quais passam correntes elétricas i e 7, respectiva- mente, A forga de atragio ou de repulsio entre eles, dependendo é claro dos sen lidos dessas correntes, seri, para os dois elementos de correntes escolhidos, ea re bp = tay Mt Xs xe) € a forea em ids’ devido a corrente i, serd arava { (ig) 58 Figura 819 que @ a indugio magnética produzida por i, podemos reescrever a forga no ele- mento de corrente ids’ na forma ak = ids * B. Lembrando 0 célculo realizado para a induglo magnética causada por um condutor retilineo muito longo [veja a expressio (8-15), =f, Bs 2ar (628) no nosso caso, Teremos, pois, efetuando o produto vetorial indicado em (8-28), A forga por unidade de comprimento no condutor percorrido pela corrente elé- trica i sera, entio, (6-29) donde podemos tirar a expresso de definigao da unidade de medida da corrente elétrica no sistema S.L, que € 0 ampére, em homenagem a André Marie Ampére (1775-1836): “Quando dois condutores rerilineos paralelos, afastados um metro, atracm-se cou repelem-se com uma forga por unidade de comprimento igual a 2 x 10-7 ‘Nim a corrente elétrica que passa nesses condutores vale um ampére” 89 — MOVIMENTO DE PARTICULAS CARREGADAS Iniciaremos agora o estudo do movimento de particulas carregadas subme- tidas a acdo de campos elétricos, campos magnéticos e campos eletromagnéticos. ) Movimento de particulas carregadas em campos eléericos uniformes Consideremos um campo elétrico uniforme dirigido segundo 0 cixo dos y no plano xO, como na Fig. 8-20, e suponhamos que uma particula carregada (um elétron, por exemplo) de carga e seja lancada nessa regio, a partir da origem 0 com uma velocidade inicial vg, formando um angulo x com a horizontal, Essa particula ficaré submetida a uma forga elétrica F, tal que Pa-cE @ teri 0 sentido contririo ao do campo elétrico, visto que a carga & negativa. y Fe { a Figura 8.20 De acordo com a segunda lei de Newton (1642-1727) do movimento, @y P,=moh em médulo, de vez que a forga € dirigida segundo 0 eixo dos y, no havendo componente na diregio x. Entio podemos dizer que age P ~eb, = mod. e ae 6-30) que @ a equagio diferencial que passaremos a resolver, a fim de determinar a trajetéria da particula, Da (8-30), podemos escrever 4 (a) __(e #@)—(n): = (he) ae my ay fe a -(§5)4 i (831) onde C é uma constante arbitréria de integragio que seri determinada através das condigdes de contorno. Se, no instante £ ~ 0, » = vg, a componente da velo- cidade inicial, segundo a dirocdo y,& v9, = v4 Sen a, entio, para 1 = 0, , = vp sen a, loge. C= nysena 4 Bg, 8-31 fica dy _ fe vi o-(£5):+0m Hfetuando uma nova integragio, =-(£5)5 + (vg sena)t + C’, ‘onde C € uma nova constante arbitriria de integragio. Se impusermos como con- digiio de contorno que, no instante t = 0, y = 0, vem C’ = 0. E, assim, ($8) 5 + eosnan <| (eag] Por outro lado, segundo o eixo dos x nao hi componente da forga sobre a particula , entio, ax ae ou ie a Com C” sendo uma constante arbitréria de integragao, isto é, a velocidade da parti- ‘cula na diregfio x € constante; dessa tltima, dx =C'dt x=Ct+C" nova constante arbitraria de integragio, Tendo como condi- x=0, vem cr 0. ‘onde, C” correspond fo inicial que, para ¢ Assim, ‘ t. Como a componente da velocidade inicial, segundo x, & v9, = vp cos a, podemos dizer que C’ = vg0080. Loge, X= (oc0s 2) (633) a fcula no plano xOy para [As expressdes (8-32} e (8-33) dilo-nos a posi¢ao da particul tratszerr Elminando.6 tempo desas dua express, consegulmos a equacio da trajetoria da particula, De (8-33), x ‘ ae . = que levamos para (8-32), ,) Zikeosta tt 6-34) A (8-34) a equagio da trajetoria da particula, que é uma paribola, e que mostramos, na Fig, 8-21 j ———. * Pees eat Vejamos a altura méxima (y,) atingida pela particula, Nesse caso, devemos ter dy de 9 sen a. Portanto sen a Bo (635) “6 que nos dé o tempo necessitrio para o elétron atingir a altura maxima. Esse valor do tempo, levado a (8-34), da o valor da altura mixima atingida, jee (% sen 2 ” 2 (ee) (ea) Por fim, G(s) ro) Para determinar-se o aleance ma-ximo (x,), basta fazer y = 0 em (8-34), isto & 0 -(£5) Sy vy (teh Tab cova Zo costa ~ 18 %e> . 2 vp cos? Se (f i tga, _ 243 sena cosa Portanto (8-37) © 0 tempo necessirio para a particula atingir 0 alcance maximo seré obtido levan- do-se em conta a (8-37) ¢ a (8-33): Por fim, (8-38) b) Morimento de particulas carregadas em campos magnéticos uniformes Passemos a examinar agora o caso em que uma particula curregada se move numa regiio em que existe um campo magnético uniforme. Uma tal particula fica submetida a uma forea de Lorentz [(8-12)]}, 4 4 E imediato que, se a particula estiver em repouso (com v = 0), a forga magné= tica sera nula, Também, se 0 movimento ocorrer na diego do campo a forga sera nula, Examinemos entio 0 movimento de uma particula com velocidade » : Figura 822 na dirego positiva do cixo dos x € sendo o campo magnético aplicado na direeao negativa do eixo dos 2, tal como na Fig. 8-22, Podemos escrever a forca de Lorentz em termos de suas componentes carte- sianas retangulares: F, = qv,B,—v,B,), F, = av,B,-v,B), (639) F, = ao,B,- vB). Lembrando que, no nosso caso, sb subsiste a componente B, da indugao magné- tica, as relagdes (8-39) se transformam em F, = 0,8, F, =-4,B, (6-40) F,=0 onde observamos que'a unica componente da forca igual a zero é a que coincide ‘em diregdo com a do campo magnético aplicado. Para determinar a trajetéria da particula, devemos resolver as seguintes equagdes diferencias: #x _ (ay nae (2) B., Coloquemos essas equagdes na seguinte forma: ‘qB,\ dy m) de @B,) as Vn) ae Te Resolvamos a primeira das Eqs. (8-41). a (ase (ae alae a ds )-(8) dx _(aB, tee. (2) BCS Colocando como condigdes iniciais donde donde concluimos que logo, ‘Com as condigdes iniciais vem logo, (8-43) Ficamos entéo com as relagdes (8-42) (8-43). A (8-43), levada a primeira das Eqs. (8-41), di (6-44) Lembramos que, determinando-se duas solugdes particulares de uma das Eqs. (8-44), a solugio geral seri uma combinagdo linear dessas duas solugdes particulates. Por exemplo, para a primeira das Eqs. (8-44), uma solugdo particular & x, =Asen wt, com : os (8-45) Uma segunda solugio particular & X, = Beos wt, © que nos leva a dizer que a solugto geral da primeira equagio & x= +m, ou X= Asen or + Boos wt (8-46) Analogamente, para a segunda equagio das (8-41), solugio geral & C sen cot + D cos ont (8-47) Utilizando as condigdes iniciais citadas anteriormente podemos determinar 8 valores das constantes A,B, C ¢ D: parat=0, x=0¢, assim, B=0; ara t= 0, y= 2", logo, D = Sat Z STOR EE outro lado, para 1=0, dxjdt = 09, entdo, A =—vg/o ay Fc ae 0, logo, C = 0. Por fim, a (3%) sen cat ‘ (8-48) [As Eqs. (8-48) sio as equagdes paramétricas da curva, & facil verificar que se trata de um circulo de raio Cocos ot + Doo sen cot para 1 = 0, dla Rott 6-49) Acrescente-se, ainda, que a altima das Egs. (8-41) nos di um movimento reti- lingo ¢ uniforme na diregio do eixo dos 2. Este, com o movimento anterior, resulta num movimento em espiral como na Fig. 8-23, f Figura 823 Fra ad las earregailas em campos elétricos e magnéticos eruzados ©) Movimento de partic Consideremos uma regitio do espago na qual existe um campo elétrico By dirigido segundo o sentido negativo do eixo dos z ¢ um campo magnético de induglo magnética B no sentido positivo do eixo dos y. Uma particula carregada. ‘com carga q € massa m é atirada nessa regido segundo 0 eixo dos x, de acordo com a Fig. 8-24. Procisamos agora resolver o sistema de equagdes (8-50), Para tanto, deri iltima dessas equagdes relativamente ao tempo: A forga de Lorentz nessa particula 6 bi e «)-(a%) : j= \m F = gE +(x Bj}, ah ae (0) oxB=|o, ov) ae \m eas a Podemos agora determinar ife,B,—0,B,) + j{0,B,—v.B,) + ke, ~2,B,). ‘Ainda, pondo o campo E em termos de suas componentes cartesianas retangulares, E=iE, + jE, +kE,, de, _(m) dt \qB) de f¢ substituimos na primeira das Eqs. (8-50), (=) 3-() Ficamos entio com a seguinte equagio diferencial: @y, qB ce aa A Eq, (8-51) & idéntica aquelas (8-41), cuja solugio geral & ficamos com a seguinte expresso para a forga: F = Gli, + 6,B,—0,B,) + j(E, + 0,B,—0,B,) + KE, + 0,B,—0,B,)}, F, = aE, + 0,B,-°,B,), Fy =a, + 0,B,-0,B,), F, = gE, + 0,B, ~0,B,) Mas, de acordo com 0 que dissemos no inicio, E,=E,=0 © °E,%0, BL=B,=0 © B,¥0. logo, F,=-@,B,, F,=0, F, =4E, + 40,8, Entio, as equagdes do movimento serio & ede @y mor = 0, on 2, = A sen at + C 0s wt, onde Ae C silo constantes arbitrarias de integragio ¢ @ = qB/m. Com as condigbes iniciais 0, = 0, <0 e do,idt = qE/m, para t= 0, determinamos as constantes A eC. Obtemos entio 4 c=0. Ainda mais, oe Bs Ae cos at} dt 0B, para 1=0, te donde ' m GEA IE + at. By, ©, pondo B, = Be E, Por fim, (8-50) ee Passemos agora a examinar a primeira das Egs. (8-50). Desta, aE de, = 2 sen ont dt, P ] , x AAs (8:55) © (8-56) constituem as equagfes paramétricas de uma ciel [x tae Lembrando ainda que a segunda das equagdes (8-50) nos dé um movimento uni- forme e retlineo ao longo do eixo dos y, conseqiientemente a tajet6ria da par= ticula é a ilustrada na Fig. 8-25. , integrand donde, Gyan E os wt 1 (8-53) Portanto Resumindo, temos em mios as expresses 2, = Ecos or A ma (8-54) », = fsenat, B 6, deste, podemos achar a posgio da particu para qualguer instante, Vejamos 8.10 — APLICAGOES DOS MOVIMENTOS ae (_£)q cag ry) O88 8) Tubo de raios catédicos cap Bea ieery ar Iniciaremos com uma aplicagio do estudo feito sobre 0 movimento de uma B 3 particula num campo elétrico. Passaremos a analisar a deflexto de um feixe de eye elétrons num tubo de raio catédicos. xCafe ii cont [Ne figura (826) apresentamos exquematicamente um tubo de raios catddicos de Os elétrons so emitidos termoionicamente do catodo ¢ submetidos a uma diferenga de potencial Vj. Na regito compreendida entre o anodo e as placas, 0 movimento € retilineo nio-acelerado, Entretanto, entre as placas, os elétrons io acclerados através de uma diferenga de potencial ¥, e a trajetorin dos mesmos € parabélica, Entre as placas, haverd um campo elétrico F,. Depois. ao sair da regio entre as placas, 0 movimento novamente serd retilineo ¢ os elétrons atin= wb = a8 giro o anteparo fluorescente A da Fig, 8-26, produzindo pontos Iuminosos. (cae <) tsen «| (8-55) Desejamos conhecer a deflexio y, que € a distincia OP, em funcio de Vo € Vp. Por outro lado, elo principio da conservagio da energia, E ts=(F)senora We, aw, oa a AY 5 létron, Entio © valor dessa velocidade & El A -G B)E omar q e = 2h, logo, (6-56) ns [= Aas & q - com que o elétron entra na regio entre as placas, Vis e 10 admitidas constantes, e estabelecendo a diferenga de potencial, 10 cltodo e 0 inode constante, vy & constante, 0 que significa que © movi ‘entre 0 Anodo ¢ as bordas das placas é retilineo e uniforme. Por outro lado, a equagao da trajetéria entre as placas ¢ dada pela expressiio . (8-34) com a = 0, isto &, rn) aa ‘ou, substituindo © valor de vf Ex? Va as 4Yo Por outro lado, lembrando que, se a separagio entre as placas & d, logo, das placas. Para tanto, © para x =|, portanto b) 0 cielotron Em 1932, por idealizagio de Lawrence, foi posta em funcionarento a primeira maquina para a aceleragto de particulas carregadas a altas velocidades e de grand Utilidade na investigagao cientifica, como, por exemplo, © bombardeamento de niieleos atomices. 18a maquina recebeu a denominagdo de ciclotron. a ( principio de funcionamento do eiclotron pode ser descrito em termos b tante simples, partindo-se das nogdes aprendidas na See. 89(b). Na Fig, 827 ‘yemos que 0 ciclotron consta essencia mente de dias cAmaras ocas, em forma de D, nas quais € feito vacuo, Nas proximidades da regio central. & colocada a fonte (F) das particulas que desejamos acelerar. Em geral sio utilizavlos fons ou, mais preci samente, déuterons, Os déuterons sio carregados positivamen AAs cémaras D so ligadas através de seus terminais a um circuito provocando 6 estabelecimento de diferengas de potencial alternante (alternador} da ordem de milhdes de alternacdes por segundo, Essas alternagdes sio realizadas a fim de que, na regio entre os D, 0 campo elétrico esteja dirigido ora num sentido ora noutro, As D esto mergulhadas numa regio onde existe um campo magnético de indugao magnética B, produzido por poderosos cletroimas. campo magnético tem por finalidade obrigar os fons a percorrerem trajetorias circulares bem determinadas, até conseguirem alcancar a abertura A, de uma das D. ee qo Ss Figura 827 ‘Consideremos, enttio, um fon de carga + q e massa m. Na regio intermediiria entre as D, o ion éacelerado, penetrando numa das D. Admitames que a velocidade nessa D seja v, € a forga no fon seja F = ae, xB), sendo o campo magnético perpendicular & trajetoria descrita pela particula, F = qo,B. A forga centripeta seré P- ©, igualando as duas dltimas expressdes, Portanto (8-62) + " ‘Se. tempo necessiio para o fon percorrer essa D for suficiente para a inversl de orientagiio do campo elétrico situado entre as D, 0 jon seré acelerado nessa regio, penetrando na outra D. Nessas condigdes, sta velocidade agora ser maior {que quando estava na D anterior, percorrendo, conseqiientemente, uma meia-circun= feréncia, atingindo novamente a regiio intermedidiria entre as D. Esse fato repete-se ‘um numero muito grande de vezes até o ion atingir a abertura de saida A. ‘Analisando a expresso (8-62), para o raio da trajetéria, concluiremos que 0 raio € proporcional a velocidade, ou sejx, quanto maior for © valor da velocidad, maior sera o raio, ea particula atingira o raio-limite, que Ihe proporcionara a saida do ciclotron. ‘A idealizagao de um ciclotron foi possibilitada pelo fato de a velocidade angular ser constante, independendo dos valores assumidos pelos raios e pelas velocidades, pois, sendo « = vjr, concluimos que pas o (8-63) Sendo constante a velocidade angular, 0 tempo gasto numa revolugio serd sempre © mesmo. ‘Atualmente o objetivo é construir ciclotrons de raios bastante grandes com a finalidade de obter particulas altamente energéticas. Admitindo como raio externo do ciclotron ras teremos = Pras (8-64) (8-65) AA titulo de curiosidade, o ciclotron da Universidade de Pittsburg (E.U.A), cujo raio mede apenas 0,53m, 6 capaz de produzir déuterons com uma energia de 17 Mev. ©) © magnetron ‘Como um exemplo de aplicagao do terceiro tipo de movimento estudado na Sec, &9(0), podemos citar 0 magnetron, um dispositive a vacuo que serve para gerar ou amplificar ondas eletromagnéticas de alta freqligncia, 8.11 — GALVANOMETRO D'ARSONVAL 0 galvanémetro é um instrumento destinado a medir correntes elétricas peque- ras, O mais comum é 0 chamado galvan6metro d’Arsonval (fisico francés nascido ‘em 1851), que esti mostrado, em esquema, na Fig. 8-28, Espalho Mola Figura 8.28 A corrente a ser medida passa por uma espira retangular, de comprimento Ie a largura b, que esta localizada entre os polos de um ima. A espira € suspensa de tal modo a poder girar em torno de seu eixo ¢ encontra-se enrolada num cilindro de ferro, ‘Os pélos do ima tém a finalidade de produzir na regio um campo magnético, que € radial e uniforme. Assim, para uma variago angular da espira bastante grande, ‘a. mesma vai estar num campo perpendicular a suas faces ¢ de valor constante, como na Fig, 8-29. Gilindro Polo da ent ee tcl Figura 8-30 Desa maneira, 0 campo do ima sobre a espira faz aparecer uma forga nos fios da espira, produzindo um momento mecanico. Consideremos esquematicamente a Fig. 8-30, que contém os elementos necessirios para nosso estudo. ‘© momento meciinico M é, M=Fxb, M = Fhsen(F, b), logo, a M = Fbsen@ (8-66) 4 sendo b sen 0 o brago da alavanca. Lembrando agora a expresso da forga entre dois condutores [(8-8)], a = ids x B, ou, no nosso caso, para um condutor de comprimento finito, F=iB 67) €, das relagbes (8-66) € (8-67), sai M = Bilbsen (6-68) Esse momento tende a fazer com que a espira gire, ficando numa diregio perpen: dicular a0 campo magnético, o que de fato ocorte, quando 6 = Oe M = 0, ou seja, ‘a espira é perpendicular a B. Para @ = x/2, o momento € maximo ¢ a espira esté ne ‘mesmo plano de B, Se a espira contiver N voltas, e lembrando que a drea da mesma € A= bl, podemos dizer que z M =NBiAsen6. 66) Resumindo, a espira de N voltas, submetida & ago de um campo magnético, fica sob a agio de forgas que produzem um momento mecinico, dado por (8-69). A mola E indicada na Fig. 8-28 € adaptada para fornecer um “contra momento” no sentido de anular 0s efeitos do anterior, dando uma deflexio 9, que corresponde a um dado valor da corrente i. Para que exista equilibrio, e considerando que 0 “contra-momiento” & proporcional a g, podemos escrever NBiAsen0 — kp, (870) onde, k € a constante de torgio, © Angulo de deflexdo pode ser conhecido com 0 auxilio de feixe luminoso, refletido por um espelho, ligado a0 eixo de suspensio superior. Considcrando a normal ao plano da espira eo campo magnético perpendi- cular entre si, a expresso (8-70) se reduz a (8-71) NBiA = kp, (8-71) donde (8-72) a (constante}p (8-73) A corrente nos galvandmetros € lida numa escala associada ao dispositivo com 0 auxilio de um ponteiro aclopado espira, tal como na Fig. &-31 8.12 — ESPIRAS DE HELMHOLTZ (1821-1894) Duas espiras circulares co-axiais, ambas contendo 0 mesmo néimero de voltas pelas quais passam as correntes elétricas iguais, podem ser usadas para a obtengao i | de valores da indugio magnética que € constante para distancias razodvels ao longo do cixo das espiras Inicialmente, consideremos uma tinica espira e vejamos como a indugiio magné- tio decresce quando nos afastamos da mesma ao longo do eixo, O dispositivo de Helmholtz esté. mostrado na Fig, $32. Levemos em conta 86 a espira A, por exemplo, 5 Pigura 882 Num ponto P, distanciado x da espira 4, sobre 0 eixo comum das espiras, se o raio€ R.a indugo magnética serd dada pela expresso (8-17), ou ga lalN R Fre) err e se a espira contiver N vottas. Vejamos agora qual a razdo de variagao de B, devido a espira A, com a tancia (x), isto 6, calculemos dB/dx, E facil verificar que resulta a3 yo de = HAN a Essa razo torna-se constante quando x = R/2, pois devemos ter dB/dx? = 0. ‘Vejamos, entao: #88 yyumeseu +2) 40 tert donde se 1 (+ FR ou fps. R= 2x: logo, ie x4, que € o resultado que haviamos indicado. Podemos entio tirar esta conelusio: se duas espiras co-axiais sto colocadas com seus centros afastados por uma distancia igual aos raios das espiras, no $6 no ponto médio entre as espiras, mas também para uma distancia de qualquer z Bier ef #80 ceperinraeoi ox velocidad de = gendo apa Ree “ola, 8.3 —Caloular a forea que age entre duas particulas carregadas movendo-s¢ paralelamente, Repetir 0 cflculo para as particulas movendo-se perpendicular mente, Pergunta: F,, =-F,, em cada caso? 8.4 — Sea indugao magnética 6 10~? T na diregao x, ealeular a forga que atuia ~ fobre um elétron cuja velocidade & 107 m/s a) na ditegao x; b) na diregao ys ©) na diregio 2; 4d) no plano xy, formando um Angulo de 45” com a diregio x; €) numa diregio que forme angulos iguais com trés cixos. Resposta. (a) 0; (b) 1,6 x 10-'N; (¢) 1,6 x 107 N: (d) 1,14 x 10-4 Ny (6) 1,13 x 10-1 N, 85 —Calcular a expresso de B no centro de uma espira quadrada, de lados 2a, por onde passa uma corrente i, e sendo N o nimero de voltas da espira, Resposta. sis? 86 — Na Fig. 8-34 temos uma espira retangular de 20 voltas, sendo estas Figura 8.33 lado desse ponto, sobre o eixo, dB ,/dx € dBy/dx sto iguais em médulo, porém de sentidos contrarios. A Fig. 8-33 apresenta as variagies de B, © By em fungdo de x, mostrando que By € constante no intervalo citado, Tomando 0 valor de By. no ponto R/2, i iV. Re suas dimensdes: a = 10cm e b = Sem. A corrente que passa pela espira ¢ 0,10 oat = Ho IN rer Tea? ‘ TE RA] ‘Aco sistema se articula em um dos lados. Qual seri 0 médulo e a diregio do or 8) iN Basa = (=) = (8-74) PROBLEMAS 8.1 — Calcular a forga em cada um dos dois elementos de corrente, ambos com I cm de comprimento, sendo que, por eles, passa uma corrente elétrica de 10 A. Sabemos que um elemento esta na origem, dirigido segundo 0 cixo dos x,¢ © outro est em: a) x=0,y = Olez = 0 na diregio x; b)x=0,y =O1ez=0 na diregdo z; x= Oy =Olez=0 na direcio x; d)x =0,1,y =0e2 = 0 na diregao x; e)x=O,,y=Olez=0,1 na diregio yy Figura 84 As coordenadas sio dadas em metros.) Resposta. (a) 10-7 N; (b) 0; (¢) 0,35 x 10°7N; (A) 0; (e) 0,16 x 10-7 N. 8.2 — Mostrar que a forga magnética numa carga q’ que se move devido a presenga de uma outra carga q, também em movimento, & ‘momento, se 0 retAngulo estiver montado com seu plano formando um Angulo de 30° com a diregiio de um campo magnético cuja indugio vale 0,50 T? Resposta. 25/3: 10™*N-m. 8.7 — Um préton tem uma velocidade dada por v = i(5 520) + j(2170) + vxlexn, : + KG 860), num campo magnitico cuja induedo é dada por B = i(0,864) + j(-0.539) + 7 Ray | | ae + 0,223). Calcular a forga no proton. A velocidade € dada em m/s ¢ a indugio smagnética em T. Resposta. [(i(4,10) + j(3,36) + K(-7,76)] x 10-1 N. 8.8 — Calcular a forca sobre um fio retilineo de comprimento que & pereor- rido por uma corrente elétrica i, , exercida por um outro fio infinito, paralelo a0 primeiro, percorrido por uma corrente elétrica j,, sendo a distancia entre os dois gual a x Resposta. #95 bE 8.9 —Caleular a indugdo magnética no ponto P, no centro do semicirculo de raio R da Fig. 8-35. a ——2— Foness fesposta. ot pesos a 8.10 — Caleular «indy 10 magnética no ponto P da Fig. 8-36. 6 6 Figura 836 yi (0? + a) 2n ab 8.11 — Estudar o movimento de uma particula carregada numa regifio em que 0s campos elétrico © magnético siio paralelos e de sentidos contrarios. 8.12 = Caleular a indugdo magnética num ponto P devido a um condutor retilineo de comprimento 2L. por onde passa uma corrente elétrica i (segundo a Fig. 8:37) Resposta Ht cote abe. Resposta. {2° (cos 1, ~ €03 2 ey Figura 8.37 8.13 — Num espectrdmetro de massa como o da Fig. 8-38 os ions de carga ¢ Viajam através de uma regio em que existe campos elétricos e magnéticos cru- zados para outta regio onde existe um campo magnético uniforme, Deduzir uma expressio para a massa do ion em fungio de VB. Ry c d. Bapontando para fora do plano do livro) Figura 8.38 24d Resposa, RB? cartruco D LEI CIRCUITAL DE AMPERE 9.1 — INTRODUGAO ‘Antes de apresentarmos a dedugio da expressiio da lei circuital de Ampere, gostariamos de analisar a correspondéncia existente entre as leis estudadas na eletricidade as focalizadas no magnetism. Em cletrostitica, introduzimos inicialmente 0 conceit de forga eletrostatica €, como vimos hii pouco, no magnetismo, temos, em correspondéncia, o que deno- minamos de forga magnética, Posteriormente, definimos 0 campo eletrostitico ¢ ‘0 mesmo comportamento foi assumido em magnetismo, com a definigdo de indugtio magnética, A seguir, introduzimos a lei de Gauss e, em correspondéncia, para os fendmenos magnéticos, apresentaremos a lei circuital de Ampere. Tal atitude seri adotada nos demais capitulos, onde, & forga eletromotriz, & capacitincia e a dielé- Iricos, faremos corresponder, no magnetismo, respectivamente, a lei de Faraday, 4 indutincia e os materiais magnéticos. Lembraremos ainda que a lei de Gauss era aplicada a situagdes que apresen- tavam uma boa simetria. © mesmo ocorrerii com relagio & lei cirevital de Ampére. 9.2 — EXPRESSAO MATEMATICA DA LEI CIRCUITAL DE AMPERE Em virtude da dedugio da lei circuital de Ampere ser muito claborada, do ponto de vista do rigor matematico, optaremos por um caminho menos rigoroso © bem mais simples. Utilizaremos um resultado visto no capitulo anterior, que €0 cilculo da indugao magnética para pontos externos a um condutor retilineo muito longo. Entdo, dado um condutor retilineo muito longo pelo qual passa uma corrente elétrica i, a uma distancia I do condutor, a indugéio magnética pro- duzida seri dada, em médulo, por A diregio e 0 sentido do vetor B, dados pela regra da mo direita, indicam ser in indugiio magnética perpendicular tanto a i quanto a | Isso significa que os vetores silo tangentes a um circulo que tem como eixo a corrente i, sendo esta perpen- dicular ao plano do circulo, Entio, de acordo com a Fig. 9-1, uma corrente elé- Itiow 1 passa por um condutor retilineo muito longo. Figura 9-1 Sclecionemos, do circulo de raio 1 que envolve i, um arco PQ,que subentende ‘um Angulo 0. A integral de linha do vetor B, de P até Q, ¢ dada por [es onde ds 6 um elemento de arco ao longo da trajetéria, 0 que nos dé o trabalho realizado pelo campo de P até Q, ao longo do arco, Se quisermos, poderemos cstender a integral a todo o circalo, ou seja, a todo o percurso fechado, Teremos ento uma integral de circuitagio ou circulagdo de B: f Bas Efetuemos agora o cilculo dessa integral: $e d= ¢ Bas {fl ‘onde substituimos 0 valor de B. Entretanto a quantidade entre parénteses, no integrando, constante, logo, Hol fratiga Hol Sain, Por fim, $ Beds = ji 1) A Eq. (1) € denominada lei circuital de Ampere. , na realidade, absolutae mente geral, nao se restringindo a caminhos circulares, como 0 que utilizamos na dedugao. Devemos ressaltar que, se percurso sobre o qual foi efetuada & elt» Cireuitago Cireuitago ® © Figura 922 cuitagio enlagar nfo somente uma, mas virias correntes, teremos, como resul- tado geral, Por outro lado, se 0 percurso no enlagar nenhuma corrente, tal como na Fig, 9.2, obteremos $ Beds ~0, 3) As Figs, 9-2(a) ¢ (b) ilustram as expresses (9-2) e (9-3), respectivamente. 9.3 — LEI CIRCUITAL DE AMPERE E DENSIDADE DE CORRE! TE ‘Vamos mostrar uma expresso para a lei circuital de Ampére em fungao da densidade de corrente. Seja $ uma superficie qualquer na qual existem correntes distribuidas com uma densidade de corrente J, que, em geral, depende da posicio. A corrente total € dada por h Jas, de acordo com 0 que foi visto no Cap. 6. Quando C € a periferia da superficie S, a lei circuital de Ampere nos diz. que fa — onde $j significa a soma das correntes enlagudas por C que limita S. Logo, podemos dizer que 6 Beds = rf 3-48, (0-4) [Esse resultada representa a lei cireuital de Ampére em termos da densidade de corrente, sendo, portanto, mais geral que @ (9-2). ‘Devemnos enfatizar que a superficie S sobre a qual efetua-se a integragio pode ser qualquer superficie, desde que tenha como periferia a curva C. 94-0 ROTACIONAL DE B Podemos obter uma outra forma da lei circuital de Ampére. Para tanto, basta utilizar 0 teorema de Stokes, que, para o vetor indugio magnética, escrevemos $ Beds = {r x B)-dS, 0-5) isto ¢,a circuitagao de B ao longo de uma curva C fechada & igual a0 fluxo do rotacional de B através da superficie S$ que € limitada pela curva C. Lembrando agora a lei cireuital de Ampére em fungio da densidade de cor- rente J, fe tem no[ 4 as, § Beds { (upd) 48. (9-6) que podemos escrever Comparando (9-5) © (9-9), abtemes [ox as [ wots porém, em virtude de ambas as integrais serem realizadas através da mesma super ficie S, podemos escrever Vx B= fod. 0-7) ‘A Eq, (9-7) € a lei cireuital de Ampére na forma diferencial, ou, ainda, uma das equagdes de Maxwell 95 — A DIVERGENCIA DE B Imaginemos uma espira percorrida por uma corrente elétrica |, tal como mit Fig. 9.3, Selecionemos desse circuito um elemento de corrente ids, Esse elemento ae Figura 93 produziré, no ponto P(x,y,2), por exemplo, uma indugalo magnética elementar 4B, que seri dada por Examinando com cuidado a Eq. (9-9), concluimos que o mesmo resultado ser obtido se somarmos todos os vetores elementares (dis x e,)/r? e depois cal- cularmos a divergéncia, ou se calcularmos primeiramente a divergéncia de (ds x e,)/r? © depois somarmos todas essas divergéncias para todos os pontos do circuito C. (© que acabamos de dizer significa simplesmente que podemos, nesse caso, comutar of simbolos V-com o de fe. Assim, a (9-9) pode ser reescrita na forma (9-10) ¥ (x8) = Sw x dsjnds (v=) Na (9-11), & imediato que o operador nabla indica operagdes a serem ef sobre as varidveis x, y € & ou Soja, em relagio ao ponto P, indepe Glientemente, das coordenadas de P’, isto & de xy’ € 2' que € um ponto da C, Assim sendo, Vx ds portanto (9-11) torna-se Efetuemos agora as operagdes indicadas nos parénteses do segundo membro E claro que : 4 reixtiytke raQre ye ai? i ef ax ay Sey" Gay ee? Way yeas Oy Ha Cee ey Dai, apés realizadas as operagdes, concluimos que v-(« xH)=0 v-B=0 ou que €, consegiientemente, Poderiamos ter chegado 20 resultado (9-13) de outro modo: na Sec. 83 que as linhas de indugio sio circulos concéntricos, nao se originando nem nando em ponto alaum, ot seja, as linhas de indugao no convergem nem diverge! dde qualquer ponto, significando isso que o campo B & solenoidal. Se B & solen« VB=0. 'A Eq, (9-13) & uma das equagdes de Maxwell para o magnetismo, 96 — NOTAS SOBRE AS EQUACOES DE MAXWELL Tivemos oportunidade de verificar que 0 campo eletrostatico varia i ¢, conseqiientemente, ¥ x (e,/r?) =0, do mesmo modo que na See. 9.8, podemos afirmar que 4K citamos anteriormente que existe um conjunto de quatro equagdes, deno- rminado de equardes de Maxwell, capaz de descrever todos os fendmenos fund mentais da eletricidade e do magnetismo, sintetizando todo o eletromagnetismo, Podemos dizer que 0 campo eletrostitico devido a uma configuragio esta ciondiria de carga & deserito completamente pelas equagies VxE=0, VE=<, (9-15) para 0 caso do vicuo. Do mesmo modo, podemos dizer que 0 campo magnético devido a correntes estaciondrias & descrito pelas equagdes Vx Band, ve, : VB =0, ey também para 0 vécuo. As Eqs, (9-15) ¢ (9-16) stio as quatro equagdes de Maxwell, jf mencionadas, se bem que sejam por demais restritivas para a descrigdo de todo 0 campo ele- tromagnético. Para obtermos as equagdes de Maxwell no caso mais geral, deveremos consi- derar situagdes também mais gerais, onde deveremos levar em conta que B nio € sempre uniforme, pois pode variar com o tempo e também situar os fendmenos em meios que nao seja 0 vicuo. Se 0 meio nao for o vicuo, as quatro equagdes acima podem ser escritas como vxE=0 2 Nag 9-17) Vx Baw v-B=0 onde, agora, # & permitividade eltrica do meio e &a permeabilidade magnética do meio. ‘Vejamos agora um outro tipo de generalizagao possivel nas Eqs, (9-17), Scja um circuito como o da Fig. 9-4, que € percorrido por uma corrente {, fornecida pela fonte de forga eletromotriz ¢ contendo um capacitor. Quando a corrente # percorre o circuito, resulta um acimula de carga positiva numa das placas do capacitor ¢ igual & quantidade de carga na outra placa, de sinal oposto. Essa corrente, que dé lugar a tal fendmeno, é a corrente de condusao, Maxwell mostrou ser necessario assumir que uma corrente igual flui na regito centre as placas, onde existe um dielétrico qualquer. Se a densidade superficial de carga nas placas € ¢, 0 campo elétrico entre as placas do capacitor sera E=<, onde # & a permitividade elétrica do meio, tal que, # = Keg, sendo K a constante diolétrica. Desse modo, oak, a 1} ue Fira 94 Eniretanto jé vimos que D = cE + P, sendo D o médulo do yetor deslocamento elétrico, Durante o processo de carga do capacitor sua densidade superficial varia segundo do/dt ¢, conseqiientemente, o deslocamento elétrico varia com do _ aD a at" (9-18) oo - ds a ap “a (9-19) E ficil verificar que os termos do segundo membro tém as dimensdes de uma corrente por unidade de area, visto que essas sfo as dimenstes do primeiro membro, Examinemos um pouco mais a Eq. (0-19). O segundo termo do segundo membro, dP/dr, nada mais € do que a taxa de variagio temporal da polarizagio, A polarizagdo elétrica esti associada ao movimento de cargas no dielétrico, Esse movimento deve-se ao alinhamento dos dipolos ou, ainda, & formagio de dipolos induzidos. No fando, estes aparecem devido ao deslocamento de cargas do dielé= trico, que, portanto, di lugar a uma corrente. Por outro lado, o primeiro termo do segundo membro, « (dF/dt) representa & corrente associada com a carga do campo, mesmo quando entre as placas existir vvicuo ou ar. Nao corresponde a um movimento de cargas e, por isso, & muito dificil de interpreté-lo fisicamente, A despeito dessa dificuldade de interpretagdo, algo corre no dielétrico equivalente a uma corrente dessa ordem. Veremos mais tarde que existem efeitos magnéticos, associados a essc termo, que sio idénticos aos ‘que apareceriam devido a passagem de uma corrente real dessa ordem. A soma dessas duas correntes, isto €, dD/adt, foi chamada de corrente de deslocamento, ‘A corrente total entre as placas seri S(dD/adt), sendo S a area das placas, que serd, também, igual a dg/d, que é a corrente que percorre 0 circuit, isto &, S(da/de) (0 fato de haver demonstrado que a corrente, em qualquer ponto do circuito, & constante, mesmo entre as placas do capacitor, foi uma das maiores contribuighes de Maxwell a fisica Maxwell foi obrigado a introduzir a corrente de deslocamento a fim de poder desenvolver a teoria eletromagnética. Entio, para levarmos em conta campos elétricos que variem com o tempo, as quatro equagdes de Maxwell passam a ser eseritas assim: VxE=0 VE (9-20) Vx B= v-B=0 9.7 — INDUGAO MAGNETICA DE UM SOLENOIDE TOROIDAL ‘Vamos fazer uma primeira aplicagdo da lei circuital de Ampére, Consideremos tum solendide de forma toroidal, como na Fig. 9-5 Em corte, teremos o aspecto da Fig. 9-6. Nessa figura, estamos fazendo a ‘mesma convengio, para a corrente clétrica entrando € saindo do plano da folha do livro, que fizemos na Fig, 8-15. Figua 9s Vamos admitir que a corrente elétrica i que percorre 0 solendide toroidal @ N voltas € que L seit © comprimento medio da circunferéncia. Aplicando @ lei cireuital de Ampére na forma (9-2) pauenns, $ Bds = pp ¥ 21) ‘Como no integrando do primeiro membro de (9-21) aparece o médt de B, que € constante a0 longo de todo 0 comprimento médio do solenéide, a (9-21) fica af w=, BL = io ¥ igs = Ho(N0. ogo, Entio, pati, 0-22) que nos dé a indugo magnética no interior do solendide toroidal, Crrounleréncia media Figura 946 98 — ROTACIONAL DE B FORA DE UMA CORRENTE Passemos ao ciilculo do rotacional da indugdo magnética para pontos externos a. uma corrente elétrica Imaginemos uma corrente elétrica i ¢ calculemos B num ponto qualquer a ‘uma distancia r da corrente, tal como na Fig. 9-6, A lei circuital de Ampére & Godan Ed O primeiro membro nos fornece heat Bds=B $ ds = BOnr) Por outro lado, © segundo membro fica Ho Dh= Wok Botiicerensheties BQnr) = Hoh logo, patel (0-23) Calculemos enttio o rotacional de B para esses pontos, Lembremos que portanto VxB=0, ( vw =i( By HG BB) 40GB) ay te a) + ae ay resultado esse vilido para pontos externos a uma corrente elétrica. Se recordarmos que a lei de Ampére, na forma diferencial, indica que 0 rot cional de B num ponto vale o produto de 14. pela densidade de corrente (J) no ponto, isto & Entretanto, por tratar-se de um problema no plano, de acordo com a Fig. 9-7, e, em conseqiiéneia, independente de 2, a expresso do rotacional de B ficard ‘OB, 2B, ) vx Bae Vx B= igh. poderemos chegar ao resultado (9-25). Basta lembrar, para tanto, que, no ponto onde calculamos 0 rotacional de B, nao ha corrente; logo, J = Oe, entdo, V x B= 0, (9-24) i 99 — ROTACIONAL DE B NO INTERIOR DE UMA CORRENTE Seja agora um condutor retilineo através do qual passa uma corrente elétrica e admitamos que a densidade de corrente J seia constante, © nosso problema consiste em calcular, inicialmente, a indugio magnética B ‘num ponto qualquer interno @ corrente. Se o raio da mesma for R, calcularemos a indugdio magnética a uma distancia r do eixo, isto & para R > r, tal como na Fig, 9-9, Figura 9-7 Figura 08 De acordo com a Fig. 9-8, as componentes de B serao Ke B.=-Bsenx ¢ y sna=2 Boose. Assim, s componentes B, ¢ B, ficardo B, rere, Se 0 ponto P tem coordenadas x ¢ 1, Paxtty ¢, levando em conta (9-23), as componentes de B assumem, em fungio de x © y, 4 seguinte forma: Figura 9.9 Figura 9.10 Apliquemos a lei circuital de Ampére ao longo da curva fechada C, indicada na Fig. 9-10. fa ds = tty sis fe eee 0.27) (9-26) coneluimos que ‘onde ' é a corrente enlagada pela curva C. Trabalhando inicialmente com 0 pri- meiro membro de (9-27), fa = ows = aus, lc lc le visto, que, ao longo da curva C, 0 médulo de B é constante. B sb varia em diregao € sentido, portanto, ido levamos em conta a (931). As 2B, 2B, ox dy Iv x B| - 4, (9-32) Na seco anterior vimos que, para pontos por onde nd passam correntes flttricas, V x B = 0. No presente caso, para pontos internos a correntes elétricas, $e ds = Bn) (9-28) admitindo J constante, o resultado € 0 (9-32). Alids, esse resultado poderia ser dedus ec ido dirctamente de (9-7), bastante lembrar que, sendo J = constante, Mas sendo a densidade de corrente, J, constante, podemos eserever ; Je 6, assim, Iv xB] =e, : relagio essa valida para qualquer ponto em que r< R ogo, 9,10 — 0 POTENCIAL ESCALAR MAGNETICO donde nm Em nosso estudo de eletrostatica, examinamos 0 campo e verificamos que se trata de um campo conservativo. Pudemos entdo escreve-lo como o gradiente de uma fungdo escalar de ponto Hx, y, 2). fungdo potencial, isto 6, (9-29) Entio o segundo membro da lei circuital de Ampére ficard i. E=-vy, fol = ol (030) ou, ainda, se vee Igualando as (9-28) e (9-30), 0 campo é conservativo. Boar) = Ha, oe _ or, a= fe 3 j A Eq. (9-1) nos dé a indugio magnética num ponto interno a uma corrente a uma distancia r do eixo. Passemos agora ao calculo do rotacional de B. Como no caso anterior, Sec. 98, eB, _ OB, vn nen (i), no presente caso, a situacdo é a da Fig. 9-9. As componentes de B serdo 3 B,= Bena © B,= Boots, 4 oa (die)y © 2,- (ffs). No caso do campo magnético no interior de uma corrente, onde J ¥ 0,¥ x B = figd, ou seja, VxBx0 znos pontos internos. Entretanto sera sempre possivel dizer que, para pontos externos a um condutor, onde J = 1 que Vx B=0; portanto 0 campo magnético ¢ conservativo, admitindo-se, conseqiientemente, ‘uma fungao potencial escalar, que indicaremos por Yq, tal que B Was (0-33) onde V, & 0 potencial escalar magnético, ‘Nosso proximo objetivo ser de determinar uma expresso para ¥_, pois poder ser de tdo grande utilidade quanto foi V na eletrostatica, Considcremos, pois, uma corrente i percorrendo uma espira, tal como na Fig 9-11. Selecionemos um elemento de corrente ds dessa espira c calculemos a indugdio magnética elementar que se deve a ids num ponto P qualquer. Esse cumpo. ele- mentar sert dado por sn ot TEER Ba 7 No mesmo ponto P, a indugao magnética total causada por toda a espira & (9-34) Seja, agora, um deslocamento clementar do ponto P, dr, tal como na Fig, 9-11, © multipliquemos escalarmente ambos os membros de (9-34) por dr Poderemos obter 0 mesmo resultado se somarmos todos os vetores (ds x e,/?? € eletuarmos depois 0 produto escalar por dr, ou se multiplicarmos escalarmente cada um dos vetores (ds x e,)r? por dr e depois somarmos todas as parcelas, O que acabamos de dizer significa que podemos multiplicar o integrando por dr, isto é Hol [ds xe, Bedr = tet past ar, (9.39) ‘Trabalhemos, por enquanto, 4 com o integrando de (9-35): dr: (ds x ¢,) = e,-(dr ds), tacordo com um propriedade do eileulo vetorial. Ainda, ¢,-(dr x ds) = [ds x (dr) : Devemos lembrar que ds x (-dr) nada mais é que um vetor cujo médulo é igual firea do paralclogramo formado pelos vetores ds e (-dr) ¢ orientado de acordo com Fig. 9-12. Isto &, aS = ds x (dr), Figura quando consideramos um deslocamento da espira de (-dr). Por outro lado, ; aS-e, = [ds x (ds)] dS-e, _ ds x (xr) sia Cages «¢, lemoranao que dS¢, & 4 projegio de dS segundo a direeio dada por ¢,, teremos Pa, (9-36) 3 onde dQ é 0 Angulo sélido elementar subentendido por dS no ponto P. Aqui,estamos indicando 0 Angulo s6lido elementar por d*0, ao invés de, simplesmente, dQ, pelo ee fato de comparecerem em sua expressiio ds ¢ dr ¢, portanto, o Angulo sdlido serd obtido através de duas integragdes. Nao devemos nos esquecer de que nosso objetivo era chegar a uma expresst para Vj, € isso sera conseguido através de uma expresso para Q 0 “aparecimento do sinal (-) na expresso (9-36) significa que o Angulo sdlid ‘elementar serd 0 mesmo, caso for efetuado o deslocamento de P de dr, ou cast © cireuito seja deslocado de ~de. Substituindo a (9-36) em (9-35), = 0 POTENCIAL VETOR Para a determinagiio de certas propriedades dos campos magnéticos, podem proveito, utilizar 0 conceito de potencial retor, da mesma forma como fizemos Wn) © potencial eletrostético, Este, sendo uma grandeza escalar, pode ser escrito modo tal que E--wW Mostraremos agora que a indugllo magnética é tal que deriva de um potencial Br = Hol $ ay cae Yotor, através da relagio as B=VxA, 039) rao onde A é 0 potencial vetor. . Imaginemos um condutor retilineo longo percorrido por uma corrente elé- trica i, tal como na Fig. 9-13. No ponto P(x, y,2) havera uma indugio magnética, dada por Lembrando agora que, se dr = idx +jdy + kao, vo © que, (9-40) a podemos por 20, , M4, , 20 VO de = Dax + Day + Bae, logo, aco PRY 2 Hg! . [Bar| = He! vc a Visto que 0 deslocamento dr & arbitrério, podemos escrever ti a-alva ov, ainda, = (Hoi 5 | B= v( af i 93 | ‘Como estamos procurando uma fungio V,, tal que, j | B=-VVq, ou, em médulo, B= Way Figura 9-13 4 concluimos que 48. 938) Se a ds = ds{x',y',2'), Observar que a expressdo (9-38) de V,, para 0 potencial escalar magnético, Fst r= [be-¥? +Q-yP + (e-2¥7)!* nao constitul uma fungio univoca, pois podemos acrescentar sempre um maltiplo i inteiro a 0, obtendo sempre o mesmo resultado, © gradiente de uma fungio inde- ds = idx +jdy + kdz, pende de qualquer constante adicionada ao mesmo. de modo que ie x) +J-y) + Me 2) Teremos oportunidade de utilizar o potencial escalar magnético no estudo * +50 [x + O-¥? + 2" dos materiais magnéticos. ¥: Caleulemos iniciamente 0 gradiente de 1/r: p 1 z (e=x) Bavx {p ere v(2) porte nf, arr [@-x¥ + 6-y¥ + @-. mde B é o rotacional do vetor, ac Te i A a gt dr Pow pene? * TAP OVP aT r (xP + O-yP + = ZF +igoe ar Entio ndicando esse vetor por A, chegamos ao resultado que queriamos [(0-39)]. Entlo, 4 expressiio do potencial vetor & mas bol fas. ~ dn r Ca Pela simples inspego do resultado (9-45), vemos que, em geral € bem mais ficil calcular a indugio magnética a partir de A, ao invés de diretamente da propria expressio de B. Convém lembrar que existe sempre mais de um potencial vetor para um dado B, Por exemplo, seja @(x, x, 2) uma fungio escalar de ponto conveniente que seja continua, Poderemos somar a0 potencial vetor o gradiente dessa fungi, tal que Vx (d+ V9) = Vx A+ x (Vo) Vx (Vo) =0, Vx +Vo=V KA Como fica ‘Assim, potlemos somar sempre ao potencial vetor o gradiente de uma fungiio scalar de ponto, sem que o valor de B seja afetado. Por outro lado, consideremos A de forma tal que possamos escrever ee lioap tle a8 ge ids = JdS ds, ‘o’mesmo valendo para os outros produtos. Podemos, pois, reeserever o reletido determinante na seguinte forma e onde ids é um elemento de corrente, J a densidade de corrente, dS ds um elemento Lembrando que o determinante dado por (9-42) representa a aplicagdio do de volume dV. Entio, operador nabla (¥) vetorialmente (x) a0 vetor ds/r, cujas componentes sia dx/r, dy'jr ¢ dz'r, podemos dizer que ©, portanto, 4 fica eet 03) Colocando © resultado (9-43) na expresso inicial de B, teremos Hoi by x (a8 Bat fv (a ) ou, ainda, como podemos permutar os simbolos de integral ¢ de V, vem hi 9.1 — Um condutor é constituido de um nimero muito grande de fios ad Batoly, 6S centcs infinitamente longos, tal como na Fig. 9-14. Cada um deles & percorti vs . por uma corrente elétrca i Mostrar que as linhas de indugio sio ay apresent PROBLEMAS unidade de comprimento, 9.2 — Calcular Bem cada um dos pontos: (a) x = 0, y = 0,1, 2 = 05 (6) x y=Ol, 2 =O; (9) x=O.1, y =0, =O, utilizando a lei circuital de Amy ‘As coordenadas silo medidas em metros e, a0 longo do eixo dos x, passa uma corrente de 10 A. Resposta. (a) 2 x 10-ST: (b) 2 x 10-*T € (6) 0. Figura 91d Figura 915, 9.3 — A Fig. "15 mostra um condutor cilindrico oco de raios a e b, por onde: passa uma corrense elétriea ¥, uniformemente distribuida sobre sua seeio trans- versal. (a) Mostrar que B, para pontos internos ao corpo do condutor, isto aer ¥-)k. rte CF) 9.6 — Com o auxilio da lei circuital de Ampére deduzir uma expressio pari Ba uma distancia r de um fio cilindrico de raio R, para r < R. Pelo fio passa um corrente ig, distribuida uniformemente. Holo, Resposta. 97% 9.7 — Caloular a divergéncia do campo cujas componentes sio: dy sen Oe, © Ag cos Ge,. Pode tratar-se de um campo magnético? Ao, rsend 9.8 — Calcular 0 potencial escalar magnético devido a uma espira circular de raio R, tendo como eixo o eixo dos x, num ponto deste, a uma distinein a d centro da espira. rein Resposta. 99 = Mostrar que o poten dado por vetor magnético no ponto P da Fig. 9-17 A fe (2in@? + fd? +) + 2in[(L-x) + fa? + (L-a)* 21nd} rey Figura 917 9.10 — Deduzir a equago de Laplace para 0 potencial escalar magnético, isto & vy, =0 captruLo 10 INDUCAO ELETROMAGNETICA — LEI DE FARADAY 10.1 — INTRODUGAO Nos capitulos anteriores relacionados com © campo magnético admitiu-se, plicitamente, que esses campos nao variavam com 0 tempo, isto é supusemos o que denominamos de campos estaciondrios. Se fizéssemos uma cor- respondéncia com o que foi estudado em eletricidade, poderiamos ter denominado 65 assuntos pertinentes aos capitulos anteriores em que analisamos os fenémenos magnéticos de magnetostatica. Dagui por diante, generalizaremos as idéias jd expostas, supondo que os campos magnéticos variam no decorrer do tempo € procuraremos estudar suas conseqiiéncias. 102 — EXPERIENCIAS DE FARADAY (1791-1867) Vimos até aqui uma corrente elétrica & capaz de produzir um campo magné- tico, Faraday, bascando-se nos trabalhos de Oersted (1777-1851) © Ampére. em meados de 1831, comegou a investigar 0 efeito inverso, isto & correntes elétricas produzidas por campos magnéticos. Faraday descobriu que um campo magnético estacionério proximo @ uma bobina, também estacionaria, ligada a um galvandmetro, no acusava a passage — de corrente elétrica, Observou, porém, que uma corrente elétrica tempordria era registrada no galvanémetro quando o campo magnético sofria uma variagio. Esse efeito de produgio de uma corrente num cireuito, causado pela presenea dde um campo magnético, € chamado de indupéo elerromagnetica e a corrente elé- trica que aparece € chamada de corrente inducida, i © fendmeno de indusio eletromegnética est iustrado nas Figs. 10-1 ¢ 10-2, Prosseguindo nas investigagées desses fendmenos, Faraday culminou com | a descoberta da lei da indugdo eletromagnética que leva o seu nome, Existem varios modos de se obterem correntes induzidas num circuito, os quais enumeramos a seguir. 1) O circuito pode ser rigido e, no entanto, pode mover-se como um todo no campo magnético, de modo que 0 fluxo de B através da area do circuito varia no decorrer do tempo. 2) Sendo o campo estacionério, o circuito pode ser deformavel de tal modo que 0 fluxo de B através do circuito varie no decorrer do tempo. | Queremos adiantar que o fendmeno de indugio eletromagnética permit jeyenvolvimento de virios aparethos como, por exemplo, os geradores, 0$ t formadores, etc. 3 Neste capitulo estudaremos os principios fundamentais que regem os efeitos de indugio eletromagnética. ‘Campo estacionirio IN Circuito ond 10.3 ~ FLUXO DA INDUCAO MAGNETICA fina ‘Uma grandeza muito importante para todo o estudo da indueo eletromagné- tien € 0 fluxo da indugiio magnética 7 Do mesmo modo como fizemos em cletrostitica (Cap. 3), imaginemos um campo magnético numa regido e, nessa regido, uma superficie S qualquer, tal como na Fig. 1033. ‘Nilo hi corrente Figura 10-1 Direedo do movimento s s N Figura 103) 6 % : Sclecionemos um elemento dessa superficie dS ¢ o versor da normal a esse Figura 10-2 era elemento, que indicaremos por n. Este ser positivo quando apontar para fora da 3) 0 circuito pode ser estacionario e indeformavel, mas a indugdo magnética pci soca ,acaratarh aby ne eeogpangm acl sac B, dirigida para a superficie encerrada pelo circuito, pode variar no tempo. ndS = dS Resumindo, haveri correntes induzidas nos circuitos sempre que 0s casos ees SE te . - sendo a indugdo magnétiea na regido indicada por B, chamamos de fluxo ele: citados forem reatizados, bem como combinagdes desses casos. De qualquer ma- es SRR TEFae asta "a Ten NCAR eee q Bee aestecscaldizenand mindsets cbtrermmantsien’ccortercuenda ta movimento Pst oS o ace de todo 0 cireuito ou de parte deste, ou quando hit variaglo de B, acarretando Pe uma variagio do fluxo de B através do circuito. 4 = Beds. (oy Por outro lado, se quis fluxo do campo magnético* total através ‘Verifica-se experimentalmente que a lei de Faraday ¢ correta qualquer ete es rn ja a origem da variagio do fluxo, Esse fluxo pode variar desde que varie 0 cat toda a superficie §, este seri a B, desde que desloquemos o circuito no campo ou desde que deformemos 0 cit a ito na regito em que existe 0 campo B. ' "pe " Fe cnc rc ae cen eo re de magnético e o fluxo desse campo varia através do circuit, devido ao deslocamento Fisicamente a (10-2) nos di o nimero de linhas de indugdo através da super- irs parte do circu fie S. No caso eepesial em que as diregdes de Be dS coincidem, c sendo B unk PRE T6'8 ec a cireutoy que dare nimn No sonytor co aaa a U que é fxo, ¢ uma barra condutora movel. Sendo o campo magnético estacioniio o= 35, (103) ¢ s¢0 cireuito é mantido imével, nenhuma eorrente circulando pelo circuito pode fer detectada, em que 5 é a drea da superficie considerada. ‘Como jit tivemos oportunidade de ver, V- B = 0, significando que nio existe nem fontes, nem sorvedouros do vetor B, ou, entdo, que as linhas de indugio sho fechadas, podemos afirmar que, através de uma superficie fechada, o=f usqo (1044) Podemos ver também que B, num determinado ponto, pode ser dito como sendo o fluxo por unidade de area [yeja a Eg, (10-3)], Por isso, é comum encontrar= mos B com a denominagio de densidade de fluxo. 4 tod car pe Farapay Tivemos oportunidade de citar na Sec. 102 0s casos em que um campo mag- nético cra capaz de produzir uma corrente num circuito, com base nas experiéncias de Faraday. Sabemos também que, para haver uma corrente elétrica num circuito, é nevessirio que haja uma forca eletromotriz aplicada a esse circuito. Mas, segundo as experiéncias de Faraday, uma corrente 6 aparecera no circuito se houver va- Figura 104 riagdo do fluxo de B através da rea do circuito. Assim, 0 que causa uma corrente num circuito & a forga eletromotriz aplicada ou uma variagio temporal do fluxo da indugto magnética através da area do circuito, Podemos antecipar e escrever a Ici de Faraday na forma Suponhamos que o campo magnético uniforme de inducdo magnética B aponte para fora da folha de papel e perpendicularmente a ela, Entdo o fluxo de B através do circuito seri dado por -% [e as, (0s) o-[a as, onde £ € a forga eletromotriz que faz com que uma corrente elétrica exista num circuito c $ € a Area limitada pelo circuito. Veremos mais adiante por que essa -| Bus, forca eletromotriz, que chamamos de fem induzida, segundo a lei de Faraday, & igual 20 negativo da taxa de variagdo temporal do fluxo magnético através da rea do circuito. =B [ ds. A unidade de fuxo mugnético & 0 weber (Wh) que & 0 Muxo da indugo magnética que ateavessa Tone tums supecfice plana de rea igual a um metro quadrado, normal 4 diregao de um campo magnetica ‘ uniforme e invarivel de indveto magnética igual a um tesla 1 Wb = 1 Vs [em homenagem a W. E Weber, fisico-matematicn ‘lemdo (1804-1891)) © = Bab), sendo a ¢ b os Iados do circuito. __ Passemos agora « movimentar mecanicamente a barra CD com uma cidade » tal que da a E claro que o fluxo de B através do circuito passa a variar no decorrer do tempo, Podemos escrever, entdo, Wo Png [ Boas, ; & ai Aab)= beler aor 2 mavtenenode yore ‘onde o sinal menos se eleve ao fato de haver uma diminuigio das linhas de indugao; es Be} [ae = Bh. (10-7) Mas & interessante examinarmos com cuidado 0 que se passa no interior do Circuito. E dbvio que, se existe um campo magnético na regido ¢ a barra condutora possui cargas livres que se movem com velocidade 7, aparecerd sobre elas’ uma orga de Lorentz, que é uma forca magnética. Assim, todas as cargas elétricas da barra sofrem a agio de tal forga magnética, que é dada por F = qv xB). E, visto que v ¢ B sio perpendiculares entre si nfo se alterando 4, F sera constante a0 longo de toda a barra ¢ nula ao longo do restante do circuit esse modo, a fem que movimenta as cargas para o aparecimento de uma corrente elétrica seré f= $ Eval Como ja vimos anteriormente, pondo-se = { vBdl (a0 longo da barra), = vBb, pS € = Bub, (10-8) i comparada com (10-7), dé & Ca) Png [mas (109) A Eq, (10-9) € a lei de Faraday da indugdo eletromagnética, que citamos em 0-5), [esse caso, uma forga eletromotriz & induzida por uma forga magnética que sobre as cargas dotadas de velocidade r. Fsse resultado obtido € absolutamente ul ¢ no depende da forma do cireuito. Recapitulando, um circuito em movimento num campo magnético estacio- nirio induz no cireuito uma fem induzida, que produz uma corrente induzida, jo sentido & mostrado na figura como sendo 0 das cargas positivas, que seri ‘© mesmo sentido de F. 10.5 - COMENTARIOS F inieressante que citemos aqui uma experiéncia realizada por Barnett (1915). No esquema da segao anterior, uma barra condutora era colocada em movie mento num campo magnético, o que fazia aparecer uma forga de Lorentz nas cargas da barra. Essa forga magnética varia de sentido segundo a carga seja positiva ou negativa, de acordo com as Figs. 10-5(a)e (b). Isto & se a carga for positiva, a forga fapontari de D para C ese for nogativa, de C para D. Os elétrons livres do con- dutor se moverio na directo da forga que atua sobre eles (de C para D}. até que se acumulem numa das extremidades da barra. Diremos entio, que, na extrem Dd B F +0 4, » a zB ‘3 F e iC @ ()——Fiquea 105 dade oposta, haveri um excesso de cargas positivas. Esse actimulo de eargas de tum determinado sinal numa das extremidades da barra foi verificado experimental- mente por Barnett. E interessante nesse estigio, examinar a forga que age sobre as cargas, do ponto de vista de dois observadores que se localizam em relerenciais distintos, Imaginemos um observador ligado ao condutor CD e, portanto, que se move com ele, Para esse observador, a carga q estard estitica (0 = 0). Sabemos, porém, que as forcas magnéticas aparecem sempre que uma carga esteja em movimento, Entretanto isso no ocorre para cargas estacionérias. Assim, um observador ligado 4 barra dir que a forca atuante em g € uma forga eletrostitica. Por outro lado, para um observador ligado a outro referencial que no seja a barra, ligado ao labo- ratorio, por exemplo, vé a barra e, conseaiientemente, a carga em movimento, ‘Assim, para esse observador, a forga na carga seré de carter magnético, donde podemos concluir que uma forga é elétrica ou magnética dependlendo do referencial adotado para a observagio do fendmeno, E a relatividade dos fenémenos elétricos © magnéticos Ainda nos casos analisados, supusemos que o circuito era constituido sempre por uma sinica espira. Se tivermos em mios eircuitos com N espiras, a Eq. (10-9) passa a ser escrita na forma a e--ne (10-10) Para finalizar, devemos lembrar que (10-9) ou (10-10) so bastante gerais, pois, escritas na forma, 8--5 fe dS, Jevam em conta que tanto $ como B podem variar no tempo, ou ambas as grandezas. 10.6 — LEI DE LENZ (1804-1865) E sempre possivel saber-se 0 sentido da corrente induzida (ou da fem induzida) hum circuito, através de estudos feitos sobre a forga que atua sobre as cargas no circuito, do mesmo modo como fizemos nos parigrafos anteriores. Existe uma regra pratica, de grande utilidade para se descobrir o sentido da corrente induzida, que convém citarmos aqui. E a chamada regra ou lei de Lenz, que pode ser enunciada da seguinte maneira: “O sentido da corrente induzida & tal, a se opdr a causa que a produz.” A lei de Lenz justifica inclusive 0 aparecimento do sinal (-) na expresso da lei de Faraday. Vejamos como: para produzirmos uma corrente induzida num cireuito € preciso que tenhamos um campo magnético cujo fluxo através do circuito varie, Nilo devemos esquecer, entretanto, que sempre que houver uma corrente clétrica, esta produzira um campo magnético. Entdo, se o sinal da lei de Faraday Fosse (++) ao inves de (-) isto é, ” oe — ificaria que a corrente induzida teria um sentido de tal modo a somar 0 campo. fermo com o campo produzido pela corrente induzida. Esse altimo campo faria {que houvesse um aumento do flaxo através do circuito ¢, conseqiientemente, {oriamos uma corrente induzida maior, que, por sua vez, produziria um campo inior, ¢ assim sucessivamente. Como é necessirio, para @ manutengio. de uma corrente, 0 fornecimento de nergia, mesmo no caso em que o fluxo através da espira se mantém constante, oremos sempre 0 aumento da corrente, fato esse que contraria frontalmente 0 principio da conservagio da energia. Para termos compatibilidade com o principio du conservagio da energia, deveremos ter _ Poe © 0 sentido da corrente deve ser tal a se opor a causa que a produz, ‘A lei de Lenz, aplicada & Fig. 10-4, indica que « corrente induzida deve ser de tal modo dirigida que produziré um campo magnético em sentido contritrio ao campo original ‘As Figs. 10-6 ¢ 10-7(a) e (b)ilustram a lei de Lenz. aie ol we Aumenta do Mux: — w Movimento ‘Acespita deverd ter uma corrente induzida, que produz ‘um eampo opasto to aumento do Muxo o igure 1046 ‘eomo ambas as integragdes se referem & mesma superficie S, | B * (10-13) A Fg, (10.13) & denominada, freqiientemente, de lei de Faraday na forma difee Bec Eee equagio fot una das wilizades por Maxwell no desenvelvinento Gil [eorin eletromagnética. Reportando-nos ao potencial vetor A, que foi introduzido no Cap. 9, ‘ Bax. VxE= Movimento i B produzida por | deverh se fpr variagio. do axa Derivando essa relagio com respeito ao tempo, # Figura 10-7, ® Sd, Utilizaremos, para a determinagio do sentido da corrente induzida, a regra da Be a ido direita Como ee “O sentido da corrente induzida por um fluxo magnético varivel é dado pelos vxE=- 8, dedos da mao direita, quando o polegar aponta na diregdo oposta 4 variagdo do A fluxo.” vem que : ‘A lei de Lenz constitui um caso particular de um principio fisico mais geral, vxEa-vx 4, que afirma que um sistema fisico sempre reage opondo-se a qualquer variag20 que se he imponha do exterior. Esse principio ¢ denominado de principio de Le Chatelier (1850-2) logo, vx(es%)-a at Se o rotacional de um vetor é igual a zero, esse vetor pode ser escrito como 0 10.7 — 0 ROTACIONAL DE E gradiente de uma fungao escalar de ponto , por exemplo; entio, Passaremos a deduzir uma relagio matematica que envolve 0s campos elétrico inet magnético. Eta 7- Voltemos lei de Faraday na forma poe (10-14) faa=-2 [ous wean aplicando ao primeiro membro 0 teorema de Stokes, f ¢, igualando os dois segundos membros [de (10-11) ¢ (10-12J], vem [oxo as = & fe as, E=-vv. Sob condigdes estaticas, a fungo o confunde-se com o potencial eletrostatica Notar que 0 potencial escalar @, conjuntamente com © potencial vetor, deter= mina 0 campo elétrico E. Todas as relagdes do campo eletromagnético podem ser escritas em termos desses dois potenciais Por fim, ¢ 0 que ¢ importante, é 0 fato de a Ea, (10-13) nos mostrar que, numa ‘egido onde 0 campo magnético varia com o tempo, sio produzidos campos elétricos, donde vemos que o campo elétrico é, na realidade, a soma de dois vetores, 24/0 € Vo. Isso significa que 0 campo elétrico, no caso mais geral, é dado por essa soma vetorial, ou, entio, que a (10-14), € uma generalizagio da expressio de E, vista em cletrostitica, pois leva em considerago o fato de A poder variar no tempo. Em eletrostatica, tinhamos somente eves a Balm [vx Byas 0-12) Ou, supondo que © que varia no tempo é a indugio magnética B, cB (xeras--['as E esse 0 campo elétrico que obriga os elétrons a se movimentarem numa espira e, cconseqiientemente, responsivel pela fem induzida num circuito estacionério através do qual existe um fluxo magnético variaivel. 108 ~ NOVAS NOTAS SOBRE AS EQUACOES DE MAXWELL No capitulo anterior, mais precisamente na Sec. 96, introduzimos algumas generalizagbes as equaydes de Maxwell ¢, finalmente, ficaines com 0 seguinte conjunto de equagdes: VxE=0 vEae aD (20) vxa=r(s+22) v-B=0 Entretanto, neste capitulo, no pardgrafo anterior, tivemos @ oportunidade de considerar a indugio magnética variivel no tempo, obtendo, assim, uma expresso para o rotacional de E, dada por, B Vxb=- Figura 108 [veja a Eq, (10-13)], E facil verificar que, se B & independente do tempo, 0B/ét = Oe, portanto, ¥ x E = 0,0 que nos leva a primeira das Eqs. (9-20). Entio somos levados a dizer que a (9-13) € uma expressiio mais geral do que a citada. Assim, com essa modificagZo, generalizamos ainda mais as equagdes de Maxwell, que, agora, ficam tico uniforme & perpendicular ao eixo de rotagio, Devido a rotagdo da bobina, o fluxo que atravessa a sua area variard. Sera, ‘enldo, induzida uma fem no circuito. Se S é rea da bobina e 0 0 Angulo formado entre B ea normal ao plano da bobina, o fluxo magnético através da direa da bobina ser’ uum eixo ao Tongo de um de seus diametros, tal como na Fig. 10-8, 0 campo magné- 4 VKE [eas = avon erty Se a bobina gira com uma velocidade angular o, tal que v-B=0 daar fem na bobina seri conde sio levadas em conta as variagdes de Be B com o tempo. Mais adiante volta- ms remos a abordar essas equagées, € 2) Beds, Neer non ne cireer rey ro Como uma aplicagio dos principios fisicos examinados até aqui, estudaremos Fe inicialmente o gerador de corrente alternada. Tal gerador consiste essencialmente ne maa . toe numa bobina que é capaz de girar numa regio onde existe um campo magnético Se levarmos os fios da bobina @ um ponto afastado da bobinta girante onde o | uniforme. Suponhamos que a forma da bobina seja circular ¢ que gire em torno de campo magnético ¢ nulo, ou onde, pelo menos, no varie com relagdo ao tempo, Jontm num campo magnético, um bindrio atua sobre a mesma com forgas de jentz, ¢ a bobina gira. O gerador tornou-se um motor. Entdo, o dispositive Fig. 10-8 pode ser um gerador ou um motor. Podemos ressaltar a reciprocie ide que existe entre os motores € geradores uitizando dois “motores” eujas obinas sio ligadas por dois fios de cobre. Quando giramos mecanicamente um tumo de um dos “motores”, este se torna um gerador € o segundo opera como um motor. Temos, entiio, um exemplo de um novo género de equivaléncia na natureza; lim motor ¢ tum gerador so equivalentes. Essa equivaléncia iv € acidental, mas std relacionada com o principio da conservacko da energia. 6 rotacional de E nessa regio ser nulo, Vimos em eletrostitica que, se V x B= 0, podemos definir um potencial elétrico. De fato, no havendo corrente que passe pelo circuito, a diferenca de potencial Ventre os terminais ser igual a fem da bobina sirante, isto & = BS sen cot = Vy sen at, axe Vo = BSc 017) € uma constante. A diferenga de potencial entre os terminais varia com sen ct. A diferenga de potencial que varia desse modo é denominada de diferenca de potencial (ou tensio) alternada. Visto que hi uma diferenga de potencial entre os fios, hé um campo elétrico entre os mesmos e, entlo, devem estar carregados cletricamente A fem empurra um excesso de carga no fio até que 0 campo elétrico produzido por essas cargas seja suficientemente forte para contrabalangar exatamente a forga de indugio. Visto de outro modo, os fios parece como se estivessem carregados cletrostaticamente submetidos a uma diferenga de potencial V, com a carga variando no tempo para produzir uma diferenga de potencial alternada. Existe uma outra diferenga com relagio ao caso eletrostitico. Se religarmos 0 gerador a um circuito externo que permite a passagem de uma corrente, veja a Fig. 10-9, achamos que a fem impede os fios de serem descarregados e continua a fornecer cargas aos fios, tentando manter os fios & mesma diferenca de potencial. 10,10 — CONVERSAO DE ENERGIA MECANICA EM ENERGIA ELETRICA Calculemos a energia fornecida por um gerador. Cada carga no fio receberti lima energia cuja taxa é dada por Fx, sendo F a forga que atua sobre a carga ¢ va Velocidade desta. Se houver N cargas num fio de comprimento L, teremos ; N SL sendo S a drea da segio, como na Fig, 10-10. Entéio, para um elemento de compri- mento di, 0 nimero de cargas seri jensidade de carga do fio, ‘ Gerador deca Figura 10.9 Figura 10410 De fato, se 0 gerador é religado a um circuito cuja resisténcia total & R, a cor- rente que percorre o circuito seri proporcional a fem do gerador e inversamente proporcional a R. Isso é andlogo ao caso das correntes continuas. Teremos, assim, a poténcia forneci ele lI do fio seri " uma corrente alternada, sendo seu valor poténcia fornecida a um elemento dl ra r N R ul (i ay % at. 10-18) me og) }. Como » tem a diregio do fio, podemos escrever, para essa poténcia, Consideremos novamente o esquema da Fig. 10-8. Fm lugar de fazermos a bobina girar por meio de uma forga externa como, por exemplo, pelas mios ou por uma roda dentada, fazemos passar uma corrente pelo fio. Como a bobina se rte | —— tt © @ poténcia total fornecida a todo o cireuito seri a integral dessa expressiio todo 0 circuito, isto 6, oN) Pa § t ne a * Jet sendo q a carga de cada particula, Recordemos agora que, se a corrente que percorre o fio for i, para um fluxo uniforme de cargas, poderemos escrever JS, sendo J a densidade de corrente. Ainda, pes, Das Eqs. (10-19) e (10-20), temos fika. ka ou, para i constante, F Paid nat oa (10-21) Como F/q = , a (10-21) fica Paid E-dt, ou, lembrando que g- $ E-dl, finalmente, Pat (10-22) A quantidade de energia fornecida por um gerador depende de sua fem. Quando uma corrente passa pela bobina do gerador, foreas mecénicas devem agir sobre a bobina. De fato, dizemos que um binirio age sobre a bobina, sendo seu momento proporcional a B, ie S, respectivamente, 0 campo magnético, a cor- (10-20) ee rea da espira, Veja, por exemplo, a Eq. (8-69), M = BiSsen0) iretanto o trabalho que realizamos na unidade de tempo para girara bobina uma velocidade angular constante o & 4 dW _ do : Ge MG = Mo, = wBiS sen 8, fom virtude da (10-16), aw ane ‘ (10-23) 6 4 poténcia fornecida pelo gerador. Vemos que a taxa de trabalho mecinico essiria para fazer a bobina girar contra as forcas magnéticas € igual a i, que 4 lixa de energia elétrica fornecida pela fem. Toda a energia mecanica utilizada fyorador reaparece sob a forma de energia elétrica no circuito. O sistema descrito na Fig, 10-4 nos permite analisar um outro exemplo de temas onde as forgas e as correntes sto produzidas por uma fem. Esse sistema | Gonsiste num condutor em forma de U (fixo) ¢ uma barra mével, sendo o conjunto golocado numa regito na qual existe um campo magnético uniforme de indugio magnética B perpendicular ao plano da figura. Admitamos que o circuito apre- jnle uma resistencia R. Vimos em (10-8) que £ = Bob e, desse modo, a corrente que percorre © circuito ser proporcional a € ¢ inversamente proporcional a Ry into & & _ Bby 5- (10-24) Devido a essa corrente, apareceri. nos condutores uma forga magnética, F=Bib, de acordo com a expressio (8-67) ou, entdo, levando-se em conta (10-24), ram (*™) ‘Bb? r=(@E)u «02 ‘Temos, assim, uma forga que € proporcional velocidade da barra e é de direglo ‘posta a velocidade. Essa forga assemelha-se a uma forga de viscosidade e aparece Sempre que correntes induzidas so produzidas em condutores que se deslocam fem campos magnéticos. Podemos notar, ainda, na Eq, (10-25), que a forga exercida pelas correntes induzidas & inversamente proporcional a resisténcia, Essa forga seré tanto maior quanto maior for a condutividade do material. A razio disso € que a fem produ ii mais corrente quanto menor for a resistencia e, assim, correntes maiores prodt zirko forgas maiores. isto & ee ‘Também, das equagdes obtidas, vemos que a energia mecinica € convertida ‘em energia elétrica, ou seja, a poténcia que faz mover a barra seré Mas, 6, consegilentemente, Novamente o trabalho mecnico aparece sob a forma de energia elétrica. 10.11 — 0 BETATRON © bétatron é uma certa maquina utilizada para acelerar elétrons, levando-os a altas velocidades. Foi inventado por Kerst em 1940, na Universidade de Mlinois, podia acelerar elétrons a energias da ordem de 2 milhdes de elétron-volts.* Pos- teriormente, foram construidas méquinas cujos elétrons mais energéticos atingiam até o impressionante valor de 100 mithdes de eV. © principio de funcionamento do bétatron & baseado na lei de Faraday. ‘Na Fig. 10-11 apresentamos esquematicamente um bétatron, que consta essencialmente de um tubo de configuracéo toroidal, de raio R, no qual se faz vicuo, Um campo magnitico de indugdo B, alternante e paralelo ao eixo do tubo, & produzido a fim de haver variacio do fluxo de B através da drbita do elétron, Devido a B, aparece uma fem tangencial a trajet6ria dos elétrons e uma forga radial ‘tua sobre as particulas, mantendo-as em érbita circular Figura 10-11 ‘Abreviadamente, eV (weit 9 Prob. 4.1) Inicinlmente, vejamos quais as condigdes necessirias para que as drbitas dos 7 irons sejam estiveis. 7 Seja © o fluxo através da drea circular determinada pela trajet6ria de um. ibtron, Sendo B alternante, o fluxo ® varia e a fem, nesse caso, seri, de acordo, fran frat se ha = EQ). (yom a lei de Faraday, Entiio nant) 029 Para o campo B, dirigido perpendicularmente & pagina do livro, apontando para cima e aumentando em médulo, a fem terd o sentido do movimento dos ponteiros de um relégio, © que acarreta um movimento para um elétron de carga ~e no. sentido contrjrio. Num instante qualquer, a forga sobre o eléiron ser F = Ble, ees, ~~ 2nr dt De acordo com a segunda lei de Newton, dim) a® we) = (10-27) Porm, nesse instante, elétron estara sendo acelerado ao longo de sua érbita «, para que haja estabilidade da drbita, seri necessirio que a forga centripeta seja contrabalangada pela forca de Lorentz sobre o clétron, isto & >. Bev, (10-28) donde mv = Ber calculando a derivada relativamente ao tempo de ambos 0s membros, ‘ ame) dB 3 j MO) = oF (1029) 4 A Eq, (10-29) relaciona a variagio da quantidade de movimento do elétron com a variagiio temporal de B, Por outro lado, a (10-27) relaciona a variagiio da ‘quantidade de movimento com a variaglo do fluxo magnético total. Combinando as Eqs. (10-27) e (10-29), dB e a ute a” Bi d® aie ae (10:30) Porém, como tanto o fluxo quanto a induicio magnética tém inicio, para o valor zero, a0 mesmo instante, podemos integrar a (10-30): [p48 — [eo Tss0 nos da ~ B= ee Ie (10-31) AA expressio (10-31) ¢ uma relagio entre 0 fluxo total © o valor de B num instante qualquer a fim de que os elétrons viajem em Srbita circular de raio 7, Visto que (ar#) & a area da érbita do elétron, chamando essa dea de S, vem ® BS=> (10-32) que nos diz. que, para os elétrons continuarem a viajar em érbita circular dé raio constante enquanto ganham energia © enquanto 0 campo aumenta, & preciso que © fluxo magnético (otal através da frea da érbita seja duas vezes maior que o fux0 necessirio caso a indugéo magnética tivesse em valor constante através da drea 10.12 — EXERCICIOS RESOLVIDOS 1) Caleular a fem induzida média, numa espira que possui N voltas localizada ‘numa regitio em que existe um campo magnético uniforme B, $ & a area da espira e sabemos que, no instante f = fg, os sentidos de B e da normal area da espira silo coincidentes e que, no instante t = t, esses dois vetores so perpendiculares entre si Solugdo No instante ¢ = tg, a situagdo & a da Fig. 10-12(a) ¢, no instante t = Fig. 10-12(b). De acordo com a lei de Faraday, podemos escrever, para a fem induzida média, (£>, que é dada por éada 49, 7 © fg € que A® = ©-@,, sendo © o fluxo de B através © ®, para t= fg. Entiio, para ¢ = fo, ®, = BS, Lembremos que At da espira para ¢ — ee —— 3 ay gw 0 visto que B ¢ S sio paralelos. No instante ¢ ® yendo B ¢ § perpendiculares entre si, Temos, assim, ~%, Levando esse resultado a (€), que & a fem induzida médi 2) Uma espira de drea 5 localiza-se numa regiéo cujo campo magnético é B, paralelo ao plano de S, que varia sinusoidalmente de acordo com By sen wt. Caleular a fem induzida e a corrente que percorre a espira se esta apresenta uma resistencia R Solugao Pela lei de Faraday, ou, como B= Bi), a = iF By 7, (Gen wt) dS, = Bow (cos wt) [ as, By Sw cos ot, © a corrente By oS ee a My 608 wt PROBLEMAS 10.1 ~ A barra condutora AB da Fig. 10-13 esta em contato com as guias metélicas CB e DA, O sistema encontra-se num campo magnético uniforme de indugdo magnética 0,5 T, perpendicular ao plano da figura. (a) Determinar 0 médulo 0 sentido da fem induzida na barra, quando a mesma se deslocar para a dircita com velocidade de 4 mjs. (b) Se a resisténcia do circuito € suposta constante e igual 20.2.0, determinar a forga necesséria para manter a barra em movimento (desprezar © atrito). (c) Comparar a poténcia mecinica despendida com a poténcia dissipada. Resposta. (a) 1 V, sentido de B para A; (b) 1,25. Figura 10-13 10.2 ~ Uma espira de uma (nica volta tem area 4 e gira num campo magné- tico uniforme, em tomo de um exo paralelo ao seu plano, com velocidade angular constante. Se a componente normal ao eixo da indugio for B,, mostrar que a fem =n) no, onde @ determina a posigdo da espira num instante qualquer. 10.3 = Uma barra metilica de comprimento L move-se com velocidade v numa diresio perpendicular ao seu eixo, num campo magnético de indugio B, apontando perpendicularmente ao plano da Fig. 10-14{a). (a) Escrever a expressio da forga que atua numa carga da barra, em virtude de seu movimento. (b) Qual seri o médulo e a diregdo do campo elétrico estabelecido pela separacdo das cargas devido a0 movimento? (c) Qual seria diferenga de potencial entre os terminais da barra? (d) Se a barra se mover num circuito estaciondrio, como na Fig. 10-14(b), a © Figura 10-14 uo corrente percorreri o circuito, se a resisténcia total for R? (@) Calcular a fem pelo movimento através da lei de Faraday e compare o resultado com. 0 do item (0. _ Resposta. (a) q eB; (b) eB; (c) PBL; (d) vBLIR. 104 — Uma barra metélica de comprimento 2L gira em torno de um eixo que passa pelo seu centro com uma velocidade angular «, Se colocarmos a barra firante num eampo magnético uniforme B, paralelo ao eixo de rotacio, mostrar Gue a fem induzida entre o eixo © um dos extremos da barra & al? B 2 & 105 — A indugio magnética B numa certa regio é 27 ¢ sua diregdo € a do eixo positivo dos x, como Fig, 10-15. (a) Qual é o fluxo magnético através de ABCD? (b) Através de BEFC? (ec) E através de AEFD? y | emp 40cm 206m A g i 7 Sem J D| ‘ Figura 10-18, Resposta. (a) 0,24 Wb; (b) 0; (c) 0.24 Wb. a a - 10.6 — Na Fig. 10-16, 0 fluxo magnético através da espira é perpendicular a0 plano da mesma e varia de acordo com a lei: @ = 61? + 71+ 1, onde @ & medido em miliweber e ¢ em segundos. (a) Qual o médulo da fem induzida na espira quando ¢ = 2s? (b) Qual 0 sentido da corrente em R? - Bapontando para dentra) MN Figura 10-16 Resposta, (a) 3,1 x 107? V; (b) esquerda para direita. 10.7 — Provar que, se 0 fluxo da indugdo magnética através das N espiras varia de algum modo desde um valor , até outro valor ®,, enti a carga q, que flui através do circuito da Fig, 10-17, de resistencia total R, € dada por N a= RO) Figura 10-17 0.8 = O condutor AB da Fig 10-18, transporta uma corrente varidvel da elagio ” iy Sen Ot, jo | a corrente instantanea ¢ j,, seu valor méximo. Calcular a fem induzida ntinea em CDEF. 8 ae > | 1 F E F > Figuen 10418 Respostar 82 far, In (¢) sen oot 10.9 — Com uma certa corrente no circuito (1) da Fig, 10-19, um fluxo de 5.x 10° Wb coneatena o circuito (2). Quando o circuito (1) esta aberto, o fluxo cai a zero, em 0,010 s. Qual a fem média induzida no circuito (2)? Resposta. 05 Y. a 10.10 ~ Na Fig. 10-20 temos duas correntes antiparalelas ¢ que crescem na razio dijdt. Calcular a fem induzida na espira, dando o seu sentido, sposta, Ha Mt py [tle +9] anti Resposta, HP in| ae |: antchoriro, 10.11 — Na See. 10-12, exercicio 1, calcular a carga que passa um ponto qualquer da espira, se esta tem uma resisténcia R? NBS Resposta, “7 Figura 1021 12 = Uma espira circular de raio r como na Fig, 10-21 & aquecida de que © raio varia linearmente com a temperatura, segundo a lei r=ot, . 160 tempo e v a velocidade radial de um ponto da espira. Assumindo que ulo da indugio magnética B & dada por: B= Boll + kd, By © k sio constantes © que a diregio ¢ 0 sentido de B é perpendicular a0 10 da pagina apontando para cima, determinar a fem induzida na espira, Resposta. ~0BQrr)— Bok(n1?) | } captruco 11 INDUTANCIA E ENERGIA DO CAMPO MAGNETICO 11.1 — INTRODUGAO O objetivo deste capitulo € o de aplicar as idgias referentes as forgas eletr. moltzes indusdas aos rcutos, de-um modo ge ns Ost eto. E interessante lembrar que, se construirmos uma bobina de fio condutor ¢ esta der NV voltas, 0 campo magnético nas suas proximidades, desde que pela bobina passe uma corrente elétrica, ser N yezes maior do que o criado por uma iinica espira, sendo esta percorrida pela mesma corrente. Consideraremos também, us relagdes existentes entte o fluxo © a corrente associadas a um circuito isolado, assim como relagdes para casos em que existem duas ou mais espiras, prdximas umas das outras, Consideremos dois circuitos préximos um do outro, que indi cireuito 1 ¢ circuito 2 (Fig. 11-1) oe Spice H 2 Figura | Se no circuito 1 houver um aumento de corrente haveri um aumento do campo ‘magnético na regio que envolve esse circuito ¢, conseqiicntemente, havera um aumento do flaxo magnético através do cireuito 2' Esse aumento de fluxo acarreta numa fem induzida no circuito 2. E claro que, quanto mais préximos estiverem os dolscreitos maior serio fluxo através do cteuito 2 6, portanto, maior et a fem induzida. E claro que os mesmos efeitos ocorrem com o circuito 1 relati- vamente ao circuito 2. poeee A geometria dos dois circuitos, bem com é c . 1s, bem como a separagho entre eles tem influé primordial nos fenémenos citados acima. ae ae 2 = INDUTANCIA MUTUA © acoplamento de um circuito a outro & medido por uma grandeza deno- nada indutdncia muitua. ‘A indutincia mitua do circuito 2, relativamente ao circuito 1, € indicada por M,, © definida pela expresso M,, = ata, (uy onde N, €0 niimero de espiras do cireuito 2, ©, o fluxo através do cireuito 2 pro- uzido pelo cireuito 1 ¢ que passa através de uma das espiras do cireuito 2 «, por fim, i,6 a corrente que percorte o circuito 1 A unidade de medica da induténcia métua & 0 henry®. De jmediato, vemos que o henry nada mais € do que weber por ampére (wb/A). A unidade de indutancia leva o nome de Joseph Henry (1797-1878). ‘Também vemos de imediato que um significado fisico que podemos atribuir i grandeza indutancia métua nada mais € do que o fluxo que atravessa uma bobina por unidade de corrente produzida por uma outra bobina proxima a ela Examinaremos agora algumas propriedades da indutincia mitua, Inicialmente veromos que M,, depende apenas da permeabilidade magnética do meio, da geometria dos dois cireuitos e da separagdo entre eles. Seia, entio, B, a indugo magnética produzida pelo circuito 1 da Fig. 11-1. Bscrevamos essa indugdo magnética na forma 1 B, onde ra permeabilidade magnética do meio, I, a corrente que pescorre o circuito Le G, um yetor que inclui os vetores necessarios para descrever-se a diregio de B,, e que dependem s6 de fatores. geométricos. © fluxo ®,, que passa através do cireuito 2, devido presenga do circuito 1, Hi, @,,- [ B,-d8,, = rif G48, Pela definigao (11-1), Ma, = wn [ G,-dS,, +0 henry (H) é unidade de indutdncia:é a induténeia de um elemento passive de cireuito entre cujos termina’ se induz uma tensio constante igual a um vol, quando petcorrido por uma eorrente ‘euja intesidade vasin uniformemente A razo de um ampere por segundo: 1 H donde se evidencia que M,, depende dos fatores citados © que nfo depende das Cortentes que percorrem os dois circuitos. Uma segunda propriedade de M,, € a que envolve uma relagdo entre esta € a fem induzida, €,,, no circuito 2, devido A corrente no circuito 1, i, Eserevamos €,, de acordo com a lei de Faraday: 9.11) 6, entho, By vimos também que ay, fy a Porém, da (11-1), tiramos a {[ha. 0-43)} ¢, assim, donde eu Mis tol, § Ey () aay ee eg ve : loge. . i ‘alcul ra 0 , através de C,, produzido por B, : &, =-m,% (112) Calculemos agora o fluxo ®,,, através de C,, produzido por =| 8,-as,, terminar £3, fondo S, a rea limitada por C,. Levando em conta a (11.3), oe LEE 8 (fle @le 6, = Ma §. iE [r 2 @)p 3 (14) Aplicando 0 teorema de Stokes a (11-4), ou seja, transformando a integral de superficie numa integral de linha, a (11-4) fica ote d £0) onde C, representa a curva que limita a superficie S,. Ou, entio, @,, = Holt § oda Ls) 113-M,, E IGUAL A My, Consideremos os dois circuitos da Fig. 11-2, que mais uma vez indicaremos por I 2, respectivamente, tendo o vécuo como meio. Figura 112 A indugio magnética B,, produzida pelo circuito | a uma distancia r deste, & aHol fa x er, = fol : 3 a 7 F sendo ds, um elemento de arco da periferia de C, Analogamente, poderiamos ter efetuado 0 céloulo de ©, isto & o fluxo através do circuito 1, devido A presenga do circuito 2, obtendo tah $ (eis (1-6) Entretanto ja vimos que Recorrendo agora a definigdo de indutdncia miitua (11-1), oe as, ds, oe St tt, (11-7) 0 sy" ds, is we f Ste My. (11-8) Nao € dificil obser e i ot ie iicil observar que as Eqs. (11-7) e (11-8) so iguais, 0 que nos leva a a“ My, =M,, =M. (is) femos dizer, ainda, que a indutincia mitua do circuito 1 rela ‘ tua do circuito 1 relativa ao circuit al indutdncia mitua do cireuito 2 relativa & indutancia mitua do crowtte 1 , portanto, bastante natural falarm u bastante natural flarmos de indatania mutua sntre dels hey sem especificar qual 0 1 ou 0 2. ee 14 ~ FORMULA DE NEUMANN (1798-1895) A taxa de variagio da corrente i, no citcuito 1 & dada por di,/dt. Suponhamos ue a corrente i, no circuito 2 seja mantida constante. Desse modo, e ©), = Mi, a0, di “= Me (11-10) De acordo com a lei de Faraday, a fem induzida em C, uti a) dee , levando em conta a (11-10), di, €,=-M (u-t1) Da mesma mancira, a fem induzida em C, sera di, £,--M& (1-12) Por fim, podemos escove, para quasquer dots sire correspondents a (11-8) ou (1L3} tg no Tes 16 uma expresto yng § oh to A Eq, (11-13) € conhecida como formula de Ni a c férmula de Newmann e nos mostra de imediato que M,j— M,.. Ainda mais, que a indutineia mitua dé i ue My = My tutincia miitua depende apenas da geomett dos ctzuitos em jogo, sendo vida pan quasquer dot erator de omnes eb ‘las. A formula de Neumann ¢ itil no sentido de mostrar-nos, para um eas: olutamente geral, que M,, = M, 1.5 = AUTO-INDUTANCIA Na discussio do parigrafo anterior levamos em conta duas bobinas ow doi tirouitos e suas fem induzidas nessas bobinas ow nesses circuitos ¢ consideramos 6 0 caso no qual ha uma corrente numa bobina ou noutra. Se existem corrent has duas bobinas, simultancamente, o fluxo magnético que passa através de ca wma seri a soma dos dois fuxos que existriam separadamente, visto que o pri cipio de superposicao aplica-se também aos campos magnéticos. A fem induzida fm cada circuito (ou bobina) sera proporcional, de acordo com (IH-L1) ou (11-12) ilo 86 a variagéo temporal da cortente no outro circuito, mas também a variagio de sua propria corrente. A fem induzida total no citeuito 2 da Fig. 11-2 devera set at, Sy stale £5 = My G-Man Gr (4414) com a ressalva de que 08 sinais de M,, ¢ de M,, dependem da escolha arbitraria do sentido positivo da corrente nos dois circuitos, ‘Analogamente, a fem induzida total no circuito 1 sora : ais omy = Ma GM GE (ui-ts) Os cocficientes M,, © My, em (11-14) (11-15), respectivamente, so escritos usual- mente como (116) (0s coeficientes (11-16) apresentam propriedades caracteristicas das geometrias dos cizcuitos 1 ¢ 2, respectivamente. Sio denominados de coeficientes de auto- sindugdo ou, simplesmente, auto-indutincia dos cireuitos (ou das bobinas). Ly re- presenta a auto-indutancia de | e L, representa a auto-indutancia de 2. No Sistema Internacional, a unidade de medida de L ¢ também o henty. Retorando a expresso (I1-1) que define a indutancia mitua, podemos dizer que Les 1-17) que nos mostra claramente o significado fisico da auto-indutaneia de uma bobina. Dio fluxo através dessa bobina por unidade de corrente que percorre a proprit bobina. 4 ‘Uma fem auto-induzida existiré sempre, mesmo que haja uma (ica bobina, ‘Toda bobina, por sis6 tem uma auto-indutancia L. Essa fem induzida & propor cional a taxa de variagio da corrente na bobina. Para uma nica bobina, cone vencionamos que a fem e a corrente serio positivas se tiverem o mesmo sentido. St Com essa convengiio, podemos eserever, para uma ‘iniea bobina, di 2 at (11-18) onde o sinal negativo indica que a fem induzida se opde A “a segundo a lei de Lenz. Por essa razai lag 18) Beboade a oat Pe raee izio, a fem dada por (11-18) é chamada de forea 11.6 — COEFICIENTE DE ACOPLAMENTO , , tal os da Fig. 11-2, lemos dizer que ro como fizemos anteriormente, ou seja, oe Holy as, as, Ou ae $ f Soe, (11-19) onde r representa agora, a distancia de um ta agora, a distancia de um ponto do elemento ds, a outro pont ddo elemento ds, do mesmo cireuito. A partir da definigio de ‘auto-indutdncia (a17y), a = Lyi, para NV, = 1; ou, ainda, logo, com a (11-19), nate gf aah ah Poe (120) A (11.20) mostra claramente a que a auto-indutineia do cireuito 1 depende sua oumeta A covet do sei prodr ho yan dn ei map omideemos agora a sepuintesiuagio: somente uma pate do Thixo, ot melhor ume facto oo fluxo ®,, passa através do cireuito 2, por onde citcula s corrent i, Pedemos aie quo ilaxo @, através de 2, rari peo circito ,, =k,0,, (ai) Se 0 citeuito 1 tiver N, voltas, (11-22) outro lado, se o circuito 2 tiver N, voltas, a indutancia mitua entre os dois incuitos sera My, = SNe 6, ainda, lembrando a (11-21), Ma — MiP (11-23) Mas, com a (11-22), a (11-23) fica M. (11-24) Do mesmo modo, para My, M, yy, ™ okbagt Porém, como M,, = May [expressio (11-9)], e multiplicando membro a membro (11-23) e (11-24), M? = kykzLyLa, temos atta Vikas (1125) Fazendo k=4Jbk, (1126) ficamos com rt Ma tk /T Ly (127) © k dado pela (11-26) & denominado de coeficiente de acoplamento entre os dois ircuitos. O valor absoluto do coeficiente é um fator que varia de 0 até 1. Sea maior parte do fluxo de uma bobina atravessa a outra, o coeficiente de acoplamento & ‘quase um; dizemos que os citcuitos estéio acoplados muito proximos um do outro. Se os circuitos esto afastados um do outro, de tal modo que pouco fluxo atravessa 0s cireuitos, 0 coeficiente de acoplamento € quase zero. 117 — INDUTORES (0s indutores so pegas especialmente construidas para armazenarem, quando ligados a um circuito, energia magnética. As bobinas as quais nos temos referido, quando localizadas num circuito, so denominados de indutores. (Os indutores, esquematicamente, sfo tepresentados como na Fig. 11-3, —____mimin. —___. Figuea 113 Os indutores isolados sio supostamente destituidos de resisténeia. Caso um indutor apresente uma resisténcia, a mesma seri representada como se fosse um ‘elemento isolado. Para dois indutores acoplados a representagio ¢ a da Fig. 11-4, . f J, portanto, fh : ie i (11-31) 2 hos din energin armazenada no indutot quando a corrente no mesmo & f rece 1.9 ~ ASSOCIAGAO DE INDUTORES : Distinguiremos aqui dois tipos de assoclagdes, as denominadas em série © as asco rrer paralelo = £ M L 2) Associngio em série Preliminarmente, consideremos o conjunto de indutores apresentando na Fig. 11-6, cujas auto-indutdncias s4o respectivamente, L,, L, © Ls." reer err rere ——. Figwra 1-4 Figura 115 i i as Figwe 116 Suporemos nilo haver interaglo entre eles, no apresentando, pois, indutdncia 118 ~ ENERGIA DE UM INDUTOR mitua. Vimos, em eletrostitica (Cap. 5), que 5 capacitores armazenam uma certa a ee energia quando carregados. Do mesmo modo, veremos também que os indutores Te em ee a armazenam engin, porém, de carter magnético, Para etudarmos es eet GLA Bateson coal consideremos o cicuito apresentado na Fig. 11-5, que consta de uma fonte defo cletromotriz &, um resistor R ¢ um indutor L. Por consideragées de eonservagao Be podemos, coneialr que de cnergia, uma parte & dissipada no resistor e outra armazenada no indulor, ou ft ara aoe (3) ai e=R+Ld, (11-28) 6 que nos mostra claramente que 0 conjunto de indutores pode scr substituido por um iinico cuja indutincia é igual & soma das indutincins dos indutores que ou ainda, ; ai constitui a ligagdo em seri. = PR+ Lite (11-29) ‘Vamos a IF agora o caso em que ha interagéo entre os indutores, apre- sentando uma indutincia mitua. Para tanto, consideremos 0 conjunto de indu= Yen mnie 12. «iio ea mpenas ME eases ne poténcia entregue ao circuito; o primeiro termo do segundo membro & a poténcia, desenvolvida no resistor (efeito Joule); 0 segundo termo do segundo membro re- ‘i a presenta, de acordo com o principio da conservagdo da energia, a armazenada no i indutor. Mais precisamente, Li(di/dt), representa a razio na qual a energia estard 4, Te Fan tt sendo armazenada no indutor, Deste modo, podemos escrever aw de dW = Lidt Integrando essa equagio ¢ lembrando que, quando nao hé corrente,a energia arma- zenada € zero € que, quando a corrente & i, a energia & W, isto é i. awe { Lids, Seo fluxo de um dos indutores concatena 0 outro indutor, havera a uma indus tncia mitua. A queda de voltagem entre os terminais dessa ligago seri dada por di a E facil notar que a indutdncia mittua ocorre duas vezes; uma devido a fem induzida em 2 por causa da presenga de 1, ¢ outra devido a fem induzida em 1 por causa da presenga de 2, O sinal (-) leva em conta o fato de haver possibilidade de 1 interagio miitua dos dois indutores dar um aumento no fluxo total ou que ocorra jai e (11-30) ou entio, di di i at Me (11-33) tum fluxo em sentido contritrio aquele devido A aut da disposigio geométrica dos indutores. E imediato que \ducio. Esse sinal dependeri L=L, +L, 42M. (11-34) ») Associagio em paralelo Para 0 caso em que nfo ha interagdo entre dois indutores, imaginemos dois deles ligados em paralelo, tal como na Fig, 11-8. Nesse caso, temos Visto que, na ligagio em paralelo, Sp ioe ‘ain ce Figura 118 That i -E_ dy, Ty dt donde podemos concluir que 2 indutancia equivalente do sistema seré dada por et ie hs + (11-35) 11.10 — ENERGIA DO CAMPO MAGNETICO Estudamos, no Cap. 5, que @ energia do campo eletrostitioo é dada por a ? E-Edv [veia a Eq. (5-38) ¢ que a densidade de energia & dada por f 3, dE, 2" 19)]. Tentaremos agora obter expressdes andilogas para o caso tico. 2 jo dF a forga atuante numa carga elétrica dq, devido a presenga de um cirouit ymo na Fig. 11-9, por onde passard uma corrente i, ; de acordo com a fo tz, AF = dg(o * B). ds Xe a, ge] £ rule x {igi podlemos escrever Pondo ing reg podemos afirmar que dge = iyds,, devido & equivalencia entre uma carga em movimento ¢ um elemento de corrente, Logo, a (11-36) fica iW Para obtermos F devemos em (11-37), efetuar uma integragio em ds, c, sxe rated of dex et Aplicando em (11-38) @ propriedade do duplo produto vetorial, essa expressfio se transforma em. rong fe) ‘Vamos examinar a Eq. (11-39), ou melhor, apenas a integragdo no contorno C,, do primeiro termo do integrando: faim fs(t) como jit vimos varias vezes Aplicando o teorema de Stokes ao segundo membro, oa flea vxv(t) ° a (11-39) passa a assumir este aspecto F “Bing $s ay (11-10) Vo € indicando a energia do campo magnético por Eyy,. vem rz $ -aaw(F) alos Faw hid A expresso da energia do campo magnético representa a energia mitua dos dois cirenitos. Podemos também calelar a auto-energia (self-energy) de um tinieo circuit, isdn 5h (11-39) Mas, como. Sabendo que F = ou, ainda, (an Basta, para isso, fazer: i, = i; C, = C, ¢ ds, = ds,. Entio Faw EG $ Ce (11-4) Geralmente costumamos escrever a expresso da energia mittua dos dois circuitos como Ea = bef fp. (11-43) dlevemos notar o aparecimento do fator 1/8, pois as integragées indicada 1-48) so efetuadas duas vezes em cada elemento do integrando. no cireuito 1 passa a corrente i,, podemos equacioné-la em fungio da iidasle de corrente: frre. ile S, & a Grea limitada pelo circuito 1. Podemos reescrever a expresso acima i forma, ds, dS = 48, 44) i fe s (11-44) Analogamente, Ls f Ja (11-48) Substituindo em (11-41) a (11-44), _ Holz [5 ds Eg = Halt fe a nia Gf atten, a , i, bo J wh ff [Boao a conde pusemos do, d8,-ds,, porém, de ucordo com a (9-45), que representa 0 potencial yetor no elemento ids, devido a i, . Com isso, a (11-43) fiea nd Ath, ie 2 Te nesta, substituimos o valor de i, dado pela expre Jo (11-45), resultando 1 ds, dS. fF, + [et fee fe, mais uma vez, levando em conta que do, = ds, dS, | vem . ; > | Fs Aide,. aor p. > i (11-48) Fou ™ Fic Jbge Bav ( | eqjuagilo nos dé a energia do campo magnético, que representa o trabalho pat que se estabelega um campo magnético em termos da indugio magnés Em virtude de ser J, = 0, para qualquer ponto fora de C; , podemos estendet a integral (11-48) @ todo o espago: oh B no vacuo. Observar que a energia do campo magnético varia com o quia sai [. oe Ce {de B, Se varios campos so superpostos, a energia total nio sera simplesmente So wna das energias calculadas para cada um deles separadamente Recordando que Do mesmo modo como procedemos em eletrostatia, mais precisimente Cap. ee ores Ba pono car win enlate deena bapa | J == xB), dE gy, BoB j f Ho ed (11-53) levando 4 Eq. (11-49), obtemos Fi yocluda a cada ponto do espago. Fae = 3, f L(V x B)- A] de. (11-50) ° pe 1 — EXERCICIOS RESOLVIDOS Recorreremos & seguinte propriedade do céleulo vetorial: VB x A)= A“ x B)-BWV x A), essa propriedade tiramos Soluviio AW xB) = VIB x A) + BW x A), que, substituindo no integrando de (11-50), fornece 1) Calcular a auto-indutineia de um solendide de comprimento a cuja area ‘dh seg30 € A, apresentando n voltas por unidade de comprimento. 1 2 j Ue aly (B x A) +B (¥ x Aj] do, eh j hs 1 1 Por definigao, [veja a Eq. (11-17)], mt Bhs rage 9B AME gee [Bx Aldo, (LEST) Aplicamos entio o teorema de Stokes ao primeiro termo do segundo membro, isto &, Entretanto ou N=an [ve x aydo= he x A) dS, logo, ts que converge a zero quando r € muito grande. Portanto, a (L1-51) fica sendo 1 [awe Hy Jrodae Ee Porém, para um campo uniforme, © = BA, Porém, lembrando que «, assim, naBA VxA=B, ‘Tomando o valor de B no centro de solendide muito longo, = Uma bobina de 50cm de comprimento possui S00 espiras. O compre fo ¢ 250m. Calcular 0 coeficiente de auto-indugtio da bobina. p= HN, posta, 1,25 x 10°? H. [18-22)}, fleamos com | = Dediuzir uma expresso para a indutincia de um torbide de sego i de acordo com a Fig. 1-12. Se o nimero de volts 6 10% efetuaro eéleulo najglNA Lo MlyINA donde G L= tyra, que nos dit 0 valor da auto-indutineia desejada. 2) Calcular a indutincia mittua entre dois solendides longos ¢ concéntricos, Supor que ambos tém © mesmo comprimento a ¢ contém, respectivamente, NV, € N, expiras cada um. Sejam r, e r, os raios desses solendides, tal que, r, > r, » Pelo solendide externo passa uma cotrenie elétriea i, : Solucaio HoNh (6 ey Nyespiras _N, espiras sposta, HON in( 2); 1,4 x i oi Resposta. “oF n( 2); 14 x 10-9 114 — Dois indutores, de auto-indutdincias L, © L,, tespectivamente, esto Jos om série. (a) Mostrar que a indutancia equivalente € L, +L; ; (b) por que paragio entre eles deve ser grande? 11.5 — Por um indutor de 10 H passa uma corrente de 2A. Qual & a possibi- ile de uma fem induzida de 100V aparecer no indutor? Resposta. Quando a corrente que passa for da ordem de 10A/s. 11.6 — Dois fios paralelos, cujos centros esto separados por uma distincia d, flo percorridos por correntes iguais, porém de sentidos contrarios, Desprezando 0 fluxo no interior dos fios, calcular a indutncia de um comprimento h desse par de fios, sabendo que os raios dos fios so iguais e valem a. epost HOM) (228): report, Hbaa(48) 1 AO YY ay (CAN SAASEASBAZ Figura Inicialmente caleulamos a indugio magnética produzida pela corrente i:, pa toNabs de acordo com (8-22). O fluxo ©, , isto &, no solenside interno, devido ao externo, sera 0, = eth (ar, Entio teremos para a indutancia mitua, de acordo com a definigtio dada por (11-1), N,o, 11.7 — Mostrar que, se dois indutores, com indutincias iguais a L, estio lic ados cm paralelo, a indutincia equivalente da associagao € (1/2) L. Supor os inde is crop a fores bem afastados. ou, com nossos dado: _ : 118 — Formar um anel com um solendide longo ¢ fino, de forma tal que se Nene Ivsemelhe unr oreide, Mostrar que, s 0 solendide for sufcientemente longo € eet nai fino, a equagio da indutancia do tordide reduz-se & do solendide (veja o Prob. 11.6). 11.9 = Uma corrente de densidade uniforme passa por um fio longo. Se i for 1 corrente total, mostrar que a energia magnética armazenada por unidade de comprimento no interior do fio & igual a Koi?/16x. PROBLEMAS 11.1 ~ Uma bobina possui 500 espiras ¢ tem 50cm de comprimento, Sendo o meio ar, ou vacuo, calcular a auto-indutdncia da bobina, cujo rai é de Sem. 11.10 — Mostrar que @ auto-indutincia, para um comprimento a de um fio Resposta. 98 x 10~* H. : i longo, associada apenas ao fluxo no interior do fio & 19/8. 11.11 = Um eabo co-axial longo consiste em dois cilindros concéntricos raios a e b, tal como na Fig. 11-13, Pelo condutor central passa uma corren t sendo que a mesma retorna pelo condutor externo. (a) Caleular a energia at Shit Sha + My zenada no campo magnético para um comprimento h do cabo; (b) Qual a indi tneia para o mesmo comprimento? © tinal do Giltimo termo depénde das diregdes relativas das duas correntes, ‘no campo magnético & dada por 1 E, Phd he fb 1.17 = (a) Mostrar que as expressdes das auto-indutancias NO/i e &/(di/dt) Resposta ) HOt ig (2) te Me! ( ) mesmas unidades. (b) Quais ao as unidades de L/R'e RC, onde R & a re- ii wld, La indutincia e C a capacitincia? 11.18 — Considerar um solendide infinito, com n voltas por unidade de com- lo ¢ raio a. Concéntrico a este, existe uma espira de N voltas € raio b(b > a). lar a indutincia mitua entre a espira € o solendide em termos das quan= dadas. Resposta. ytNa?. JL19 ~ Dado um cireuito fixo C, mostrar que a fem é dada por a age ds, Figura 11-13 Figura 1-14 le A € 0 potencial vetor. 11.12 ~ Dados dois solendides co-axias, tal como na Fig. 11-14, sendo. externo de comprimento b, ¢ 0 interno de comprimento b, . O nimero de voltas &, respec+ tivamente, N, © N,. Admitindo os raios praticamente iguais, mostrar que My = My. 11.13 ~ © coeficiente de acoplamento k pata duas bobinas foi definido por: k= (ky k). Mostrar que Kyl = Ly/Ly rae ky ky 11.14 ~ Considerar uma bobina toroidal com N voltas, tal como a do Prob. 11.3, de segdo quadrada de lados c. A corrente que pereorre a bobina é ie o raio médio da mesma & R, Calcular a indutancia miitua £, Qual o resultado que obte- temos quando R>¢? esposta, HONE q[2R +E], _ Ho? (c? Resposta, HoN* wo] 2R—=c|)~ an (Rk LL15 = Considerar duas bobinas de coeficientes de auto-indugio L, = 3H © L, = 5H, sendo o coeficiente de indugio mitua M =2H. Se di,/dt = LA/s © difdt =—2A/s, caleular €, © €,. Resposta. LV; 8V. 11.16 ~ Duas bobinas fixas, de auto-indutincias £, ¢ L, ¢ indutincia miitua M, apresentam correntes continuas i, ¢ iz, respectivamente. Mostrar que a cnergia carttuco 13 PROPRIEDADES MAGNETICAS DA MATERIA 13.1 ~ INTRODUGAO em virtude de'os fendmenos ocorrerem num meio diferente do vacuo ou ar, Um dos objetivos deste capitulo ¢ estudar quais as modificagdes necessiriah nas leis que regem os fendmenos magnéticos, quando esses fendmenos ocorret ndo no ar ou véeuo, mas num meio magnético qualquer. Devemos, entio, discutir as propriedades magnéticas da matéria, Entre of ‘materiais que apresentam propriedades magnéticas, o ferro é 0 mais interessante, Outros materiais, como, por exemplo, o niquel ¢ © cobalto, apresentam propri dades magnéticas semelhantes. Esses materiais sAo chamados de ferromagnéticos Entretanto, em geral, todos os outros materiais, sob certas condigdes, apresent efeitos magnéticos, embora nao da mesma ordem de grandeza dos ferromagnéticos, mas sim muito menor, Nesse caso, 0 materiais sio chamados de paramagnévicos, fal como o aluminio. Outros, como 0 bismuto sio chamados de diamagnéticos, Procuraremos, neste capitulo, estudar materiais, porem devemos adiantar que um tratamento correto desses materiais s6 pode ser feito através da mecanica quantica. Entretanto, com base na fisica clissica, poderemos chegar a bons restl- tados em certos casos, 13.2 — INTERPRETACAO DE AMPERE DOS F MAGNETICOS Vimos até o momento que os fendmenos magnéticos sio causados por cor entes elétricas ou por cargas elétricas em movimento. Tivemos oportunidade de ver inclusive, @ equivaléncia entre um elemento de corrente e uma carga cm movi- mento, isto €, dotada de uma certa velocidade. Entretanto o primeiro contato que o homem teve com os fenémenos magné- ticos foi através de certos materiais encontrados na natureza, os quais denominou ENOMENOS de ima, que apresentavam propriedades de atragio ou repulsio ao serem colocados Pequienos fragmentos de ferro nas suas proximidades. Ampére foi quem sugeria Pela primeira vez que esses materiais possuiam propriedades magnéticas e que €ram constituidos de um niémero muito grande de miniisculas correntes elétricas OU corrente amperlanas: a Figura 134 ft sabemos, em grande parte, que a teoria de Ampére é verdadeira de alinhamento das correntes damos 0 nome de imantagdo (ou magnetizagdo) (ve) (© processo de imantagio significa, essencialmente, 0 alinhamento das peauenas Essas correntes subexistem indefinidamente ¢, em virtude de Pao meet féncia, nfo hi produsto de calor E fil verifiur « exisneia e|uma vorrente resultante visto que, apos ovorrer o alinhamento no interior do material, as pea nas buig 133 — POLOS E DIPOLOS MAGNETICOS fato de uma porgio de matéria imantada Foi observado experimentalmente o fat and apresentar as caractersticas de um dipolo, que denominamos de dipole magnético, assim chamado por analogia com o dipolo elétrico. Jaca No estudo da eletrcidade, poderiamos chamar uma carga 4 den , ox, simpesmente, polo lério. Em magnetismo, entretant, se tom : © sas partes, estas apresentar corpo imantado ¢ © dividirmos em diversas partes, sentariosm doit pélos, consttuindo, assim, um dipolo, Nio & obtida a divisio em dois pélos ePemideremos ent4o um corpo imaniado sfiintemente paqueno ¢ calcu P a uma ditinla + do corpo, yotencial escalar magnético num ponto a pe telson ha ag 13-2 Caro o corpo no sj bastante pequen, a distancia eve 22 eee ee ce Figura 132 ser grande, Para um ponto fora de uma espira. |B-dr|=av,,, onde ¥,, & © potencial escalar magnético (veja a Sec. 9.10). Mas Bedr = "20, portanto AV, = Ha av, = 42 a0, onde df & 0 Angulo sélido elementar, dado por dS cos 0 an = HSems8 « entio, ial dS a, =H 08 8. Ser for muito maior que as dimens6es da espira, nos pontos externos da mesma, © potencial escalar magnético seri | Moi Sos etna 34) Relembrando gus, em eltrostticn, por ocasido do est a ane, Por ocasG0 do estudo do thomento elé trico do dipolo, Sec. 2.2(c), obtivemos 4 1 peost aa, m =i8, (13:2) ja orientagio € a dada usualmente a $. No sistema S1, medimos © momento magnético do dipolo em A-m? Podemos entZo afirmar que uma porgao diminuta de um material imantado produz efeitos de um dipolo, como, por exemplo, © aparecimento no ponto P de lima indugdo magnética, cuja expresso pode ser calculada a partir de V,,, sendo igual a com a Amcos 0 4 ae 3 (13-3) ° ly msen0 Ban Podemos, nesse caso, calcular 0 momento mecénico, quando a um corpo de dimensdes quaisquer, aplicamos uma indugdo magnética uniforme externa, Se M for 0 momento mecinico, teremos M=mxB. (13-4) ‘A existéncia de um momento indica que o corpo imantado sofreré a agio de um bindrio, 0 qual tendera a alinhd-lo com 0 campo magnético externo aplicado, 134 — INTENSIDADE DE IMANTAG 40 Consideremos um certo material imantado, Sclecionemos desse material um. volume AV, como na Fig. 13-3, no qual existem correntes amperianas produzidas pelos elétrons cos dtomos consttuintes do material, ¢, se cada uma dessas correntes {fem um momento magnético do dipolo m, por analogia com 0 vetor polarizagio clétrica P, que vimos em eletrostitica, definiremos o vetor intensidaile de imantagao ou vetor imantacdo, que anotaremos por J, que tem o significado fisico ce momento magnético, do dipolo por unidade de volume, dado por 1 ® UE Aveo (13-5) Devemos frisar que 0 volume AV € sempre pequeno com relagio, as dimensBes do material em questo, porém grande, quando comparado com as dimensOes atomicas, No SL, 1 & medida em A/m. Consideremos agora uma série de volumes elementares dxdyds, como nit Fig, 13-3. Fixemos a atengio na componente z do momento magnético do dipolo Wo p © momento elétrico do dipolo. Por extensio, designaremos de momento magnético do dipolo a quantidade m=i8, endo S a Grea da espira. Vetorialmente, 3 — A fig, (13-8) 6 uma densidad de corrente na diregio y, devido & componente # momento magnético. Notamos, ainda, 0 aparecimento de uma contribuigito ‘oorrente resultante na diregio y, devido & componente x do momento magnético, {ue pode ser calculada do mesmo modo que 0 caso anterior, i,dydz = Iyidyde yds = [h Seas sda fonde temos novamente uma expressio obtida através do desenvolvimento de ‘Taylor da fungio T, na diregio z, com a ressalva de que a variacdo ocorreu no sentido negativo do eixo dos z. Finalmente, a densidade de corrente, devido a contribuigio da componente x do momento magnético na direso y, seri dada por igura 133 por unidade de volume, Para a componente : do momento magnético do dipol (lembrando que © volume elementar considerado & pereorrido pela corrente fh I,dedyd. Para o volume elementar percorrido por i,, a componente > do momento mage nético do dipolo por unidade de volume seri ag (13:10) Portanto a componente z do momento magnético do dipolo & él, [1+ pa Esse resultado € obtido através de um desenvolvimento em série de Taylor da. fungao J. na diregio x. 7 Pela definigaio do momento magnético do dipolo produzido pelas correntes i, i,, respectivamente, (3-11) (13-6) AAs Eqs. (13-9), (13-10) ¢ (13-11) so as componentes do rotacional de J, ou seja, NaVxL (13-12) Fazendo-se uma analogia com 0 que ocorre nos dielétricos, com 0 apareci- mento do vetor polarizagio elétrica, podemos dizer que, devido & imantagio, podemos distinguir dois tipos de densidades de correntes: uma devido as correntes hos condutores (ou movimento de cargas) e outra associada aos materiais mag~ néticos. A primeira, J, € comumente denominada de densidade de corrente ver= dadeira, © a segunda de densidade de corrente de imantagao (J,) Lembrando a expresso do rotacional de B, iydxdy = I,dxdydz dxdy = al, fades [4 (ge) fran Efeluando a diferenca, teremos uma corrente resultante na diregio y, ou seja, a iydxdy = (Se stot (Fete (13.7) Poderemos assim, calcular uma densidade de corrente Jy, devido ao material imantado e devide a uma corrente na diregio y: 7 e Vx B= Hg). devemos notar que a densidade de corrente nessa expresso & a responsivel peli produgio da indugdo magnética B. Mais adequadamente, podemos escrever Vx Bap +4), (1343) desde que haja materiais magnéticos presentes, Entao Vx B= Hh + Hodis died + eV x De = pad +9 ol), al, a (13-8) Ii _—-CLCLC oe Tabels 13-1. Suscepbilade magnus (13-4 _ Da (13-14), definimos 23x ray 166 510-3 098 10-8 (13-15) =22 x 10° onde 0 vetor H € denominado de intensidade do campo magnético ou, simplesmentey tetor campo magnético. E claro que, niio existindo imantacdo, isto é 1 = 0, subs sistina a relagio, para 0 vacuo, 024 x 10-2 B= Ht. (13.16) Tiaio 706 «10-3 + é Tungtéio 68 x 108 Voltando a expresso (13-15), podemos dizer que, Lapa aie saretbammenenen. £2 18 fai 3 Hidroginio (taim 021 «10°* pen oe Nitogeio fe faim) 050% 0°" ‘Vemos assim, que 0 vetor campo magnético esti relacionado com a densidade Ont (a tate) 2080 1° de corrente verdadcira através do seu rotational. Para a maioria dos materiais, € intensidade de imantagio 1 @ proporcional a intensidade do campo magnético H, ow Dados exraidon do Handbook of Chemisty and Physics, 33° eligdo: Chemical Rubber Publishing 0, BUA T= iH (13418) onde z,, & a susceptibilidade magnética. Retornando & Eq, (13-15), podemos escrever, com o auxitio da (13-18), 13.5 — MODIFICAGAO DA LEI DE AMPERE. Neste estigio, introduziremos uma modificagdo na lei circuital de Ampére, vista no Cap. 9, de modo tal que a mesma passe a considerar os meios magnéticos. Bangi =#, Segundo a expressio (9-4), a lei circuital de Ampére em fungio da densidade io dle corrente & staal pe ca $ Bedl= wld as, eet B= jgHlll + 1) 319) le pend, 1+ tm =Ky (13.20) onde J representa a densidad de corrente verdadeira apenas. Entretanto queremos agora que a indugo magnética B seja calculada através de todas as correntes pos- onde K,, ¢ a permeabilidade relativa, vem siveis, Para tanto, devemos escrevé-la, mais apropriadamente, do seguinte modo; B= KH. (13-21) Bedl= vol (+ d)-as. (13-24) Do ponto de vista magnético, os materiais podem ser classificados em trés categorias: diamagnéticos, paramagnéticos ¢ ferromagnéticos, isto & coma, (a) diamagnéticos, s¢ Ky <1 € fq <0 (b) paramagnéticos, se Ky, >1 © Yq > 0: (¢) ferromagnéticos, se Ky > 1 © Z, > 1 Fazendo que, levada a (13-24), resulta ee ds+m[ wx as. (13.25) Ke (13.22) nH, (13-23) cobtemos Aplicando o teorema de Stokes 20 segundo termo do segundo membro de (13-25), vem fe al fe #5 +n 1 dl, sendo ja permeabilidade magnética. A Tab, 13-1 apresenta as susceptibilidades magnéticas para alguns materiais uA i i Superficis de separagdo Portanto, levando em conta (13-15), fu-a= [a aS. (13-2 Figura 134 A Eq, (13-26) & a expressio da lei citeuital de Ampeére mais geral por levar em cont os efeitos de imantagiio e & aplicada a qualquer meio. A lei circuital de Ampére, como foi deduzida, & de certo modo, inconveniente no que diz respeito a sua aplie cago, caso nto saibamos exatamente como estdo relacionados 0s vetores B ¢ Hy que, para os matetiais dia- e paramagnéticos satisfazem a relagio B= ul. devem ser iguais, ou seja, By dS= Bs dS ° a jor 3, entio B, cos é a compo- Designando o angulo entre a normal n, eB, por a entio By p0 ente de B, na ditecio da normal, iso &, B,,. Para o segundo membro da relago ficima, sera valido raciocinio andlogo: logo B,,dS = B,, dS Portanto, a nova expresso da lei circuital de Ampere assume 0 aspecto, baa al ras, (327 fou, em funglio de ji, © Ky, $ Bedl= HKaf Jods. (13-28) ‘A. Eq, (13-26) permite-nos escrever f wae f, consegiientemente, ree ou que nos da uma condigao de contorno para 0 vetor B, € equivale a dizer que Be continuo ao passar de uma superficie para outra ievciconhente, procuraremes. as condigbes de contorno para Hf, Conide- ‘a Fig. 13-5, onde AB = DC ¢ AD = BC si muito pequenos, ag pore ta M eae eet onde vetor Hao longo do retingulo ABCD seri. dada por A circuitagio do vetor fea 339 onde i € a corrente verdadeira total" 13.6 — CONDIGOES DE CONTORNO PARA B E H a Devido & ndo-existéncia fisiea de pélos isolados, podemos afirmar que Gs ae eae V-B=0, (13-29) isto é, a8 Hinhas de indugio no divergem de uma fonte magnética, nem convergem para um sorvedouro magnético, qualquer que seja o meio magnético. Assim sendo, devemos ter em mente, para resolver certos problemas de magnetismo, 0 com- portamento do vetor B ao atravessar uma superficie fronteira be Figura 135 Consideremos dois meios em contato, indicados por 1 ¢ 2 na Fig. 13-4, A expresso (13-29) significa que 0 fluxo de B, através de uma superficie $ qualquer, i & a corrente verdwleira. Passemos, ent fechada, é zero ¢, também, que as componentes normais de B, em ambos os meios, por, exemplo, a Eq, (13-26), onde i € & corrente ae calcular as seguintes integrais de linha: [eam Ptacat= nom "A unidade de medida do campo magaético ¢ 0 empére-espita por metro (Ae/m), que ¢ a inten dade de um campo magnético uniforme e invariivel no. qual se verifica uma forge magnetomotiz invaridve, igual a um ampére-espira, apicada entre dois pontos situados & distancia de urn metro um do outro, na direglo do campo, No préprio Sistema Internacional, esa unidade também ¢ chamada de ampere por metro (jm), simplesmente onde H,, é a componente de H na diresiio tangente & curva (lado AB); e ain [wa- fu, f Jevando em conta as (13-33), concluimos que (2, Ke tw,” Kos sia) = -H,(DO. Se Do que foi exposto, podemos concluir que as linhas de indugdo sofrem uma H,{AB) = H, (DC) elragio ao passarem de um meio para outro. A Eq, (13-36) da a relagio entre as ©, portanto, permeabilidades relativas nos dois meios, bem como as direcdes nesses meios. Ay = Ha, (13-32) rRON )3.7 — MOMENTO MAGNETICO DE UM ELF’ {que € 2 condigio de contomno para 0 vetor H, significando que, ao passar de um meio para outro, as componentes tangenciais de H sio iguais, isto é H € continuo, Se 140, esse resultado nio & aplicavel. : a. an Passemos a considerar agora 0 caso em que Be H tm os mesmos s esse caso, : aa kat De acordo com a expressio (13-2), 0 momento magnético de uma corrente circular & dado por 5 m=iS, sendo mo momento magnético, i a gorrente elétrica e $a area limitada pela cor- B= pH, fente associada ao versor da normal a superficie respectiva atertacoreafeam ia (13-21) Tmaginemos um clétron de carga e, em érbita circular, sendo To periodo dle rovolugio. A corrente i pode ser escrita como MoKaHls Ba = aK mst (sag) (13.37) como ni 3 10 na Fig, 13-6. Lembrando que a condigio de Bohr para uma érbita permitida & dada por hn Mor (13:38) jf citada no Cap. 1, See, 1.7, que nos diz que 0 momento da quantidade de movi- mento do elétron em érbita circular permitida deve ser um miiltiplo inteiro de h/2n, onde h & a constante de Planck, Na Eq, (13-38), M representa a massa do clétron, v sua velocidade er raio da érbita. Sendo a velocidade » dada por (1339) : podemos dizer que ' Bl i Fig 136 ‘Vamos eserever as condigdes de contomo em fungi dos an De (13-20) a oe pos substituir em (13-39) 0 valor de s, tirado de (13-38), ov B, cos 0, = B, cos, (1334) T Eee (13-40) e, de (13-22), € a (13-40) nos da 0 periodo do movimento do elétron. Para se calcular © momento magnético do elétron, basta levar 0 valor do periodo dado [(13-40)] & expresstio de-definigio de momento magnético [(13-2)}, isto & 2 ee ee ee Hi, sen), = H, send, (13.35) Das Eqs. (13-34) e (13-35), Hy sen 8, _ Hen; B, cos, ~ Boos, ‘Ao lado do movimento orbital, o spin do elétron contribui também para 0 jomento magnético do tomo, como dissemos na Sec. 13.7. O elétron gira em jorno de seu eixo e, conseqiientemente, produz uma pequena corrente e também im momento magnético, Os elétrons nos étomos apresentam uma grande tendéncia fuse arranjarem dois a dois com seus spins opostos e, por conseguinte, seus momentos Jmagnéticos a se anularem, Entretanto alguns étomos com niimero impar de elétrons AApresentam um momento magnético devido ao spin. 0 momento magnético devido {No spin do eletron é da mesma ordem de grandeza que aquele devide av movimento frbital, © a mecinica quantica, di 0 valor m=- ola) (13-44) onde ar? & a trea da orbita do elétron; logo, neh aM (34 Para 0 caso do tomo de hidrogénio no estado normal, para a primeira érbit (estado mais baixo de energia), n= 1, 0 momento magnétics do elétron orbital oh aa m ~ 927 x 107 Asm? (13-49 © € a unidade em que todos os momentos magnéticos at6micos slo expressos, © valor (13-42) recebe 0 nome de magneton de Bohr. Das Eqs. (13-38) ¢ (13-41), tiramos onde g € denominado de fator de Landé (1923), que caracteriza 0 estado do atomo, © fator de Landé apresenta a propriedade de valer 1 para 0 movimento orbital © 2 para o spin. A Eq, (13-44) pode ser escrita na forma mah, (13-45) aw Mm, donde vemos que o momento magnético do clétron ¢ proporcional ao momento da quantidade de movimento (momento angular) do elétron. Vetorialmente po- demos escrever onde 7 € chamado comumente de fator giromagnético, valendo 7=-(35) 0346) Para finalizat, 0 momento magnético de um sitomo pode ser produzido pelo movimento orbital dos elétrons pelos seus spins ou por uma combinagio desses dois fenémenos, Nos sélidos, 0 momento magnético devido ao spin ¢ habitual- mente a fonte principal das propriedades magnéticas, (13.43) onde o sinal menos corresponde ao fato de 0 sentido positive da corrente ser con- tririo ao do movimento do elétron em sua Srbita, Concluimos, pois, que 0 mo- ‘mento magnético do elétron € contririo ao vetor momento da quantidade de ‘movimento. 13.8 — 0 “SPIN” DO ELETRON O elétron apresenta uma outra propriedade, que & o spin, Iso se deve a0 mo- Vimento de rotagiio que o elétron realiza em tomo de si mesmo, tal como faz @ Terra. Se imaginarmos cada parte do elétron girando em tomo do eixo do mesmo, poderemos dizer que pequenissimas quantidades de cargas estio em movimento © portanto, deve haver um momento magnético correspondente. De lato, o elétron POssui esse momento magnético associado ao spin, que é aproximadamente o dobro do valor dado pela expressio (13-42), Podemes avangar ¢ dizer que também 0 préton eo néutron possuem spin, do mesmo modo quie 0 elétron. Entretanto, no caso do préton, os vetores momento magnético e momento da quantidade de movimento sio de mesma diregao e sen- tido. Ainda mais, visto que a massa do préton € maior quc a do elétron, o momento magnético correspondente também o seri. © néutron também possi um spin, ¢ isso é estranho peld fato de ser uma particula destituida de carga. Isso nos levi a dizer que 0 neutron deve possuir uma certa estrutura interna, so Limbrando agora que 6 momento magnétcn do eléton & dado pet (13-4), isto & 139 — OS MATERIAIS MAGNETICOS Vamos analisar cada uma das categorias dos materiais magnéticos citados na Sec. 133, isto é, diamagnéticos, paramagnéticos e ferromagnéticos. Os materi diamagnéticos so aqueles para os quais <0) paramagnéticos apresentam In > 0 os materiais ferromagnéticos tém Uy >t Os materiais diamagnéticos sto caracterizados pelo fato de os atomos niio. produzirem um momento magnético permanente. Ou, mais exatamente, os efeitos das correntes circulares no interior de cada um dos atomos se anulam, tal que ‘© momento magnético resultante do tomo é zero. Nessas circunstineias, quando aplicamos um campo magnético, pequenas correntes so produzidas no interior do atomo por indugdo magnética. De acordo com a lei de Lenz, essas correntes 10 tais que se opdem ao crescimento do campo extemo. Entio os momentos fm magnéticos induzidos nos dtomos serdio na diregio oposta uo campo mag aplicado. Assim, os momentos magnéticos induzidos nos tomos sero na direg ‘oposta ao campo externo, Os materiais paramagnéticos so caracterizados por atomos que tém momento magnético permanente. Os movimentos orbitais dos elétrons ¢ os spit rien produzem correntes circulares que sio diferentes de zero. Os materiais ferromagnéticos tém &tomos com momentos magnéticos per ‘manentes. Esses momentos magnéticos esto alinhados, mesmo em auséneia ‘um campo magnético externo, Entretanto a agitagdo térmica em temperatu suficientemente elevadas transforma esse tipo de material em paramagnético, Nos materiais ferromagnéticos, devido ao alinhamento dos momentos may néticos no interior do material, estes produzem um campo magnético, mesmo em auséncia de campo externo, Passemos a discutir esses materiais magnéticos em maiores detalhes 13,10 — PARAMAGNETISMO ‘A propriedade macrose6pica de um material paramagnético é sua pequena susceptibilidade magnética positiva. Disso resulta que existem dipolos magnéticos Figura 13-7 permanentes que podem ser otientados sob a influéneia de um campo externo, Lembremos que a Eq. (13-18) fornece ¢ dada por 1H yl W = —mgB cos (13-48) ea Eq, (13-15) (veja 0 Prob. 5-17): logo. levando (13-48) para (13-47) AN = Nooo 700, (13.49) B= nH +0). E facil deduzir que, as forgas que orientam os dipoles sTo pequenas comparadas com as forgas da agitagio térmica, da primeira relagio, Agora, considerando uma esfera de raio r com o dipolo situado no centro ‘da mesma, podemos obter os elementos de ngulos solidos que se encontram entre <1 és fe 0-+d0, tal como na Fig. 13-8, da seguinte maneita: Como também o efeito paramagnético tende a aumentar © campo magnético as, n> 0 & para as substinclas paramagnétcas. (3 Calculemos a susceptibilidade magnética, Antes fagamos, entretanto, um pas . Pris Ca rEntese para comentar algo sobre o valor médio do momento magnético do dipalo- r Na auséacia do campo externa, os momentos magnéticos estio orientados sen 0dddo, a0 acaso, No estado de equilibrio térmico, o niimero de dipolos por unidade de volume cuja diregiio se encontra num Angulo sélido dQ, compreendido entre 0 e @ +40, tal como na Fig, 13-7, € dado por AN = Nye" "*7a0, (13-47) € 08 Angulos s6lidos compreendidos entre «6+ d0, da = snounf do, = 2nsen, 13-50) Jembrando que, segundo a teoria de Boltzmann (1844-1906), se um grande nimero 2n sen Odd. (13-50) de moléculas, com energia em equilibrio estatico, possui energia W, esse niimero éproporcional a e~""""), onde k € constante de Boltzmann (k ~ 1,38 x 10-?°J/K) e Téa temperatura kelvin. Fm nosso caso especifico, a energia potencial do dipolo Calculemos agora 0 momento magnético médio na diregio do campo, isto € © valor médio de my cos @. Matematicamente, o valor médio de uma grandeza x, isto & (x), se temos m vezes a ocorréncia de x, , n, vezes a ocorréncia de x, , ete. rena ieee ee a seri Se, entretanto, estivermos tratando com uma distribuigdo continua ao tune distribuigao discreta, teremos kx eno 0 valor médio de ma.cos 8, isto & < mg cos, seri dado por iB (mg cos Oxdn mg cos 0) = — [ Noms [ cos Fo 25 sen Oa ou, fazendo as substituigdes convenientes, dm 60s 0) = = wef cron 2p sen Od Para valores das temperaturas e campos normais, os expoentes nos integrandos io pequenos e, numa primeira aproximagio, podemos eserever eroteotisT) | 4 MoB.COs 0, xT logo, 2 f con dsend( +m) a0 AT img 60s f= (13-51) : [ae ee) wo Calculando separadamente as integrais de (13-49), vem [ cosaseno 1 - mga, - - [os (+ mab eos) cos, : yee = [coodeos MB (oe Bd(cos 0), (13:52) a0 =[ vena « [ sen 9 Mot Se8 ay, = {eos 6)—28 ("cos 0 atcos 0, He aT}, nafs WE | =2 (13.53) Levando (13452) ¢ (13-53) @ (3-51), 2 mB "03 kT dm, cos 0) = — AAT. Portanto 2 Port oe a dmg cos 6) = Se ‘Vemos claramente que, se 0 campo & pequeno ou se a temperatura € muito alta, 6 momento magnético médio do dipolo na diregao do campo tende a zero. A tem= peraturas muito clevadas haverd muitas colisées e, portanto, menor ser 0 ali- nhamento. Se quisermos calcular a imantagio, deveremos lembrar que, se existirem N Jitomos por unidade de volume numa substincia paramagnética, tendo cada um deles um momento magn olo mg, imantagdo seré N Cm c0s 8), Nmgp (13-55) 3K isto é a imantagdo aumenta quando o campo aumenta ou quando a temperatura diminui Como H > 1, pata os materiais paramagnéticos, podemos escrever qui NitomiH f 3kT a Esse resultado foi obtido por angevin (1872-1946). Por fim, 1 _ Nioms rai oe Ben & A dependéncia da susceptibilidade magnética na temperatura & conhecida ¢ ‘o nome de lei de Curie, descoberta por Pierre Curie em 1895 através da experiénci Esses resultados sio aproximagdes validas para Bm,/(kT) < 1. Por exempl A temperatura ambiente, kT ~ 4 x 107?4J, enquanto que mg ~ 10-23 A-m? se B tiver a ordem de 17; tercmos mgB/(KT) ~ 2.5 x 10-3, 0 que constitui de interesses praticos maiores. Entretanto, para temperaturas muito baixas cam muito intensos, devem ser desenvolvidas outras férmulas que dependem diretament dos spins. Figura 139 A mecanica quintica afirma que © momento angular de todo sistema at6mico 13.11 — PRECESSAO DOS DIPOLOS MAGNETICOS & uma constante, Logo, a a Nosso proximo objetivo seria discutir os materiais diamagnéticos. Entre: gp C88 =O tanto antes vamos mostrar que um dipolo atémico apresenta uma precessio presenca de um campo magnético, donde 6 = constante. Quando colocamos um dipolo magnético num campo magnético, este soft 4 ago de um momento mecinico M tal que M=mxB (13-58) su 1 como na. Decorrido um intervalo de tempo pequeno Af, teremos um AL, tal com Fig. 139. Sendo AL perpendicular a L, muda de diregdo, mas no em modulo. Chamemos de «, a velocidade angular de precessio, tal que, no intervalo de tempo, citado, 0 anguld de precessio seja w,At. Da Fig. 13- , podemos dizer que AL = (Lsen 0)(0,A0. Entio 4 Lo, send. eo Com esse resultado, ¢ @ Eq, (13-60), ¢ lembrando que a (13-59) di M = mBsen0, [dembrar © caso do momento elétrico de um dipolo. Cap. 2. Eq. (2-21)]. 0 que fende a alinhar 0 momento magnético na diregio do campo aplicado, Mas 0 dipolo magnético comporta-se como um giroseépio ¢ tem um momento angular (momento da quantidade de movimento) L. Agora o dipolo sofrera uma precessio, Consideremos, pois, um dipolo e, conseqilentemente, um momento magnético m formando um angulo 6 com 0 eixo dos 7 no espago, que define a direco do campo (veja @ Fig. 139), Sabemos que aL M == m xB, (13-59) mas, devido a Eq. (13-45), cE (13-61) , por fim, com a (13-44), (13-60) (13-62) Podemos dizer 10s dizer que A Eq, (13-62) nos di o,, que & a freqiéncia de precessZo, ¢ indica que w, € s Orbi clétrons e os spins, num roporcional a B. Concluimos, pois, que as drbitas dos © 05.5 Troma pecesarfo na presenga de um campo magneto e que o cio de precssio correspondera diregio de B. d = Fl cos 6), = [LE x B]=0. ———— ‘ 13.12 TEOREMA DE LARMOR (1897) Imaginemos um elétron girando em torno de um niicleo atémicé na Fig. 13-10. Na auséncia de um campo magnético extemo, hi um equll entre as forgas eletrostitica e centripeta, a fim de manter a estabilidade do sist 4 Figura 1340 Podemos escrever onde M €a massa do elétron,r o raio da érbita e w sua velocidade angular. Apliques mos agora um campo magnético perpendicular ao plano da drbita. Pelo que vimos, na See. 13.11, ocorreré uma precesso no movimento orbital O valor da veloci= dade angular orbital seri dado pela expressiio (13-62), 2M = 5B, (13-64) onde B é 0 médulo do campo externo aplicado. De acordo com a lei de Lenz devee Femos ler uma nova velocidade angular tal que seja (w-o,). Desse modo, a Eq. (13-63) deveri ser modificada pela presenga do campo magnético. E, ainda mais, deveremos ter 1 F = Mr(o-a,) + eb, v=(-o,), F=Mr(o-0,) + eBr (oe) onde logo, Desenvolvendo 0 quadrado do_primeito termo do segundo membro ¢ lembrand a relagio (13-64, vem ‘s 7 F = Mr'o?-2Mr’o,o fr, donde Mion WMo os F=Mr'(o—a,). (13-65) Devemos ressaltar que » ~ 10° m/s no interior de um atomo, @ ~ 1015-1. Vex jamos a ordem de grandeza de «,. Para um campo magnético de indugao mag- {© raio & constante. Desse resultado, podemos enunciar o seguinte teorema, vilido, de um modo geral da ordem de 21°, obtemos 0, = 9B 1,6 x 1079 x 2 2x SI x IO ~ OS ide podemos dizer que w, < 07 Assim, a (13-65) fica F=Mr'o* (13-00) r, 0 que significa que | comparando a (13-66) com a (13-63), coneluimos que r “O movimento dos elétrons em presenca de um campo magnético fraco & sempre o movimento original obtido na auséncia do campo ao qual se acresce uma rotagdo adicional em torno do eixo na diregao do campo com velocidade angular 0, = eB/2M.” Fsse 0 conhecido feorema de Larmor ¢ «1, & a fregiiénela de Larmor. © fendmeno de precession de Lamor permite avaliar experimentalmente os spins € 08 momentos magnéticos dos estados fundamentais dos nuicleos atémicos 13.13 — DIAMAGNETISMO. Como citamos na Sec. 139, os materiais diamagnéticos sio caracterizados pelo fato de seus ftomos nao possuirem momento magnético permanente, Mas, de acordo com o teorema de Larmor, quando um desses atomos & submetido @ tum campo magnético externo, © movimento original sofre uma precessio em torno de uma diego, que é definida pela do campo magnético. Também sob a aco de um campo magnético, num stomo, pode ser induzido um momento magnético. Base efeito é chamado de diamagnético, De acordo com a lei de Lenz, esses momentos serio antiparalelos com o campo externo aplicado, Os fenémenos magnéticos nos materiais so reduzidos devido a esse eftito diamagnético, sendo as suscep- tibilidades magnéticas negativas. Para comparar os efeitos diamagnéticos com os efeitos magnéticos, vamos calcular a ordem de grandeza de um momento diamagnético devido a precessio de um movimento de elétron puramente orbital. Temos, assim m=iS, portanto vimos que [Ea. (8-64)] e, assim, © para ¢~ 16 x 10°! Cr ~ 0,5 x 10"! m,¢ B~ 27, sendo M ~ 9,1 kg, vem 16 10-0, 4% Ol x 10 ~ 1078 Asma, Vimos anteriormente que 0 momento magnético era da ordem de 10-29 A+ Donde concluimos que. em geral, o efeito diamagnético & pequeno compan 9 paramagnético. Calculamos os momentos magnéticos nos materials dam néticos devido aos movimentos orbitais puros. Podemos adiantar que esses ell causados pelos spins, sito muito menores porque os raios serdo da ordem das ‘mensdes ucleares. ‘Nos materiais diamagnéticos, © momento induzido & 0 mesmo para qual orientagao da Srbita com telagao ao campo. Desse modo, o efeito diamagnét consiste em momentos magnéticos que sio independentes da orientagao dos atom AAs vibragies térmicas no tém efeitos sobre as susceptibilidades diamagnetic Dizemos que essas susceptibilidades sio aproximadamente independentes. di temperatura ito que as susceplibilidades paramagnéticas decrescem com a temperatu enquanto que o termo diamagnético permanece constante, a temperaturas muit elevadas, todos os materiais se tornam diamagnéticos. Figura 134 13.14 ~ FERROMAGNETISMO ‘As substincias ferromagnéticas se dstinguem das paramagnéticas pelo fato de a imantagdo adquirida peto material no ser proporcional ao campo nregréticn que a produz, Essas substdncias sio caracterizadas por um valor muito grande: dessa imantagdo, As suscepibilidades magnéticas podem atingyr valores da orden de 10°. As propriedades magnéticas de uma amostra ferromagnética depende tanto do campo externo aplicado quanto de todos os estados anteriores pelos duais passou. Uma amostra de materia! ferromagnéticn pode Teter sus nentooto mesmo na auséncia de um campo extern Nos materiais ferromagnéticos existem grandes interagdes entre os. spins, O resultado é tal que um grande namero de spins alinha-se numa mesma diregao. Mesmno a temperaturas normals, o alinhamento & 180 forte que as vibracbes ten micas no podem destruto. A imantagao que € predusida num nusteral fees magnético, muito intensa, € da mesma ordem da que seria produzida muon materal Paramagnético se todos os dipolosestivessem perfeitamente alinhados numa meena VN AAA aes ‘A razio por que uma amostra de material ferromagnéico pode existir em estado de nfo-imantago explica-se através da grande tendéncia que o material { | tem de subdiviir em dominios. Os dominios sto regides nos quais 0s dipolos sxine inhados no mesmo sentido, Por exemplo, nd Fig. 13-11 apresentamee ues ive { icar por que © material ferromagnético divide-se em dominios, visto que, nas Rrmtcins dees dominic, chamadas murs dos dominion or dipols m0 #0 paralelos. Devemos examinar o fendmeno do ponto de vista da energia, A Fi 13-12 mostra-nos em esquema configuragdes diferentes num certo pedago do ma~ {erial. Nessa mesma figura damos uma idéia do campo nos pontos externos da lamostra, O campo magnético nesses pontos externos, armazena uma energi dade por B 2g ‘i mia © campo eX wanto mais aumenta o niimero de dominios, mais [raco se torna o IPC Taner portant, meno «ene Es ete peda plo exer seve para terial ferromagnético © em cada regiéo a orientagio dos dipolos © efcito resultante & uma imantagao nula. Cada dominio vizinho, que poder conter milhares de dipolos, teri uma direcao diferente de imantagao, Entdio, con- forme dissemos, 0 efeito macroscépico € de uma imantagio ula, Vamos procurar WIT Flura 13412, construir os muros dos dominios, ou seja, fazer librio € 0 estado para o qual a energi 08 dipotos, O estado de eq € um minimo. 13.15 — CURVA DE PRIMEIRA IMANTACAO Costumamos representar 0 comportamento de uma amostra de materi ferromagnético durante 0 processo de imantagao por uma curva onde, no ei das abscizoas, colocamos os valores de HT c, no eixo das ordenadas, os valores di B (Fig. 13-13), Essa curva normalmente recebe a denominagio de curva de primelr imantagdo. Consideremos uma amostra onde os dominios estejam representados na Fig. 13-14, MW Md Mf = © #,>H, @ Hy> Hy Quando aplicamos um campo magnético externo Hy, os dominios cujos eixos so os mais proximos da diregaio de H, aumentam, em detrimento dos demais dominios. Os dipolos tendem a se alinhar com a direg2o do campo externa, visto que, assim, resulta uma energia menor (W’=-m- B), Fo que mostramos na Fig. 13-14 desde (a) até (c}. Quando © processo se completa (Fig, 13-14(¢)}, a aplicagdo de um campo mais intenso causa uma rotagio do dominio, durante a qual a pola- rizagio magnética assume uma direcio paralela ao campo aplicado, tal como na Fig. 13-14(d). 0 movimento dos muros do dominio nos dé conta da parte da curva de imantagto de O até A, na Fig, 13-13, enquanto que a rotagio do dominio corresponde, na mesma curva, & porgdo de A até C. Desse ponto em diante, isto & de C até D, a curva & uma reta de declive dada por AB/AH; nao ha contribuigao do material, mas to-somente representa um aumento de B devido a um aumento le A 16 = HISTERESE Uma curva tipica experimental € a apresentada na Fig, 13+15, que mostra Untdria pa ago. de uma amostra de um material ferromagnéticn, — Iniciamos com amostra desimantada em O ¢ aplicamos um campo re Inle H até que 0 ponto C seja alcangado. Quando diminuimos o valor de Hy i antago Tow B-diminuem, porém ao longo de uma curva diferente. Quando Wminuimos H até zero, encontramos uma imantagao remanescente (ponto A figura), O valor de Bno ponto A dé o estado de imantagio permanente da amostra, © ponto D nos dia forca coerciva, que & aquela necessiria para fazer com que Baatinja o valor zero. Prosseguindo no processo, atingimos o ponto Fe, invertendo A dircciio de H, obtemos a curva total apresentada na Fig. 13-15, denominada ‘urva de histerese, Essa curva se deve Ais dificuldades existentes nos deslocamentos dos muros dos dominios, principalmente nas imperfeigdes dos cristais, que tendem I permanever onde esto, ao invés de se moverem com a forga aplicada. O fend- meno de histerese € muito grande em alguns materiais e, conseqientemente, per~ mite a imantagao permanente Figura 1315 ‘Veiamos agora o significado da curva de histerese, Considleremos uma amostra de material ferromagnético enchendo completamente a regido interna de um so- lendide toroidal, © fluxo magnético no interior, num instante qualquer, é dado por = BS, sendo S a drea da seco do tordide. De acorde com a lei de Faraday, podemos escrever (13-67) " - onde NV é 0 nlimero total de voltas ao longo do solendide toroidal, Para que exis uma corrente no circuito, devemos aplicar uma fem igual e oposta a €/ dada (13-67); a poténcia desenvolvida pela fem aplicada sera once fide, NSidB, N Piswids, sendo (SL) 0 volume interno da bobina, que € 0 volume da amostra, Lembrando que a indugio magnética no interior de um solendide toroidal é dado por B= HoNi (veja a Sec. 9.7), e que tu Hees Ho cas dW = (SL)\HdB, donde podemos dizer que o trabalho realizado contra ” por unidade de volume, quando 0 campo B varia desde B até B+ dB, aw. unidade de volume ~ Hida Se o volume unitario ck amostra percorre completamente a cutva de histerese, © trabalho realizado e, portanto, a energia dissipada no proceso & w ‘nidade de volume ¢ ae eed A integral do segundo membro de (13-68) nos di a area da curva de histerese. O fiuo de exstir um ciclo demonstra que a energia empregada no processo aparece na amostra, sob a forma de calor, o que pde em evidéncia o fato de o processo de imantagio nio ser reversivel, existindo, porém, atrito interno. A area do ciclo nos da o montante de energia dissipada na amostra. Por exemplo, num transfor- mador onde © ciclo é repetido m vezes por segundo, a energia perdida é dada por energia perdi Senn x area do ciclo. E conveniente, pois, que os transformadores sejam construidos de materiais com ciclos de histerese estreitos. 13.17 — DESIMANTAGAO. E freqiientemente necessério desimantar um material (ou objeto). © método ais simples de se fazer isso & obrigar o material a percorrer virias vezes seu ciclo sterese, alternando o sinal de H e reduzindo © valor de Hem end Jesse modo, podemos estabelecer no material (ou objeto) a condigho park = 0.¢ H = 0, tal como na Fig, 13-16, Na pritica, colocamos 0 objeto no jn ‘uma bobina pela qual passa uma corrente alternada que 6, em seguida, Fed A 20. Figura 13417 13.18 — CIRCUITOS MAGNETICOS Ji estudamos que a segunda lei de Kirchhoff relaciona a corrente elétrica, a fem e a resiténcia num circuito elétrico, Quantidades andlogas a essas existem hum circuit magnético e esto relacionadas de modo similar. Como exemplo de um citcuito magnético, consideremos o esquema da Fig. 13-17, que consta de uum anel de ferro, de permeabilidade uniforme, envolvido por uma bobina de N voltas muito juntas, pela qual passa uma corrente i. Em tal circuito 0 fluxo ® esta confinado ao anel de ferro ¢ tem 0 mesmo valor através de cada drea da segio do anel. Isso se assemelha a uma corrente que é obri- gada a percorrer uma curva circular. ‘Vamos definir, entiio, nesse caso, ao invés de uma fem, uma forga magneto= ‘motriz (fmm)*, ao longo do circuito magnético: fnm = Hedl=4 (13-69) baa +A unidade de forga magnetomotric é o nmapéreespta (Ac), que € ¢ forga magnetomotriz de um ‘ireuito consttuido por uina 6 espia, no qual circula uma corrente de intensidade invaidvel igual a tum ampere, No proprio Sistema Internacional esse unidade também ¢ chamada de ampere A} simplesmente Porém vimos, na Eq. (13-26, que i a — Entio podemos escrever, para 0 nosso caso, Ni. ‘ Como, em cada ponto do pereurso, H ¢ dl so paralelos e, como n = $ Hed, pana al od 4 us Bles |e podemos escrever &, assim, M iam us Essa equagio pode ser comparada a lei de Kirchhoff, onde a quantidade de deno- rinador do segundo membro apresenta 0 aspecto de uma “resisténcia magnética’, que é conhecida com o nome de reluidncia* do circuito magnético, sendo indicada com 0 simbolo 9. Assim, ©, para um elemento do circuito, Ra No circuito da Fig. 13-17, onde € S so constantes, a telutdncia tem 0 se guinte valor logo, Quando © circuito nfo & uniforme, consistindo, porém, de virias poredes ncia total € a soma das relutineias das porgdes separadas. ndo-similares, a relu *A unidade de medida da telutdneia € 0 ampére-

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