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Desobediência epistêmica: sem tomar essa medida e iniciar esse movimentos, não será
possível o desencadeamento espistêmico e, portanto, permaneceremos no domínio da
oposição interna aos conceitos modernos e eurocentrados, enraizados nas categorias
de conceitos gregos e latinos e nas experiências e subjetividades formadas dessas
bases, tanto teológicas quanto seculares. (p. 288)
I.
Não, não estou falando de “polit́ ica de identidade”, mas de “identidade em polit́ ica”. Não
há, pois, necessidade de argumentar que a polit́ ica de identidade se baseia na
suposição de que as identidades são aspectos essenciais dos individ ́ uos, que podem
levar à intolerância, e de que nas polit́ icas identitárias posições fundamentalistas são
sempre um perigo. (p. 289)
A identidade em polit́ ica é crucial para a opção descolonial, uma vez que, sem a
construção de teorias polit́ icas e a organização de ações polit́ icas fundamentadas em
identidades que foram alocadas por discursos imperiais, pode não ser possiv́ el
desnaturalizar a construção racial e imperial da identidade no mundo moderno em uma
economia capitalista. (p. 289)
A opção descolonial é epistêmica, ou seja, ela se desvincula dos fundamentos genuin ́ os
dos conceitos ocidentais e da acumulação de conhecimento. A opção descolonial
significa, entre outras coisas, aprender a desaprender, já que nossos cérebros tinham
sido programados pela razão imperial/ colonial. (p. 290)
Uma das realizações da razão imperial foi a de afirmar-se como uma identidade superior
ao construir construtos infe- riores (raciais, nacionais, religiosos, sexuais, de gênero), e
de expeli-los para fora da esfera normativa do “real”. (p. 291)
Concordo que hoje não há algo fora do sistema; mas há muitas exterioridades, quer
dizer, o exterior construído a partir do interior para limpar e manter seu espaço imperial.
É da exterioridade, das exterioridades pluriversais que circundam a modernidade
imperial ocidental (quer dizer, grego, latino, etc.), que as opções descoloniais se
reposicionaram e emergiram com força. (p. 291)
Na verdade, temos dois grupos de palavras-chave aqui: desenvolvimento, diferença e
nação e interculturalidade e descolonialidade. O primeiro grupo pertence ao ima ginário
da modernidade ocidental (nação, desenvolvimento) e pós-modernidade (diferença),
enquanto o segundo pertence ao imaginário descolonial. (p. 292 e 293)
II.
Hoje, a opção descolonial opera pelo mundo, além das crit́ icas que avançam
diariamente, na civilização capitalista e neoliberal. (p. 295)
Opções descoloniais estão mostrando que o caminho para o futuro não pode ser
construid ́ as e memórias da civilização ocidental e de seus aliados internos.
́ o das ruin
(p. 295)
III.
A “consciência mestiça”, de Kusch. uma forma de substituir a geografia da razão e de
revelar a regionalidade da consciência sem qualificação porque se assume que é
universal. uma questão de sentir a fratura entre ser e estar; uma sensação de estar fora
do lugar. Assim, consciência mestiça é um conceito filosófico e não biológico. (p. 303)
“La versant de-colonial” (ou a opção descolonial) que está acontecendo em escala
global pela simples razão de que a lógica da colonialidade (ou seja, capitalismo,
formação de Estado, educação de universidade, informação e mid
́ ia como mercadoria,
etc.) tem e continua “nivelando o mundo”. (p. 315)
IV.
Visão de modernidade não é definida como um perió do histórico do qual não podemos
escapar, mas sim como uma narrativa (por exemplo, a cosmologia) de um perio ́ do
histórico escrito por aqueles que perceberam que eles eram os reais protagonistas. (p.
316)
Hoje em dia, e num futuro previsiv́ el, a luta é para a obtenção de direitos epistêmicos, a
́ ios em que a economia, a polit́ ica e a educação estarão organizadas,
luta pelos princip
deliberadas e promulgadas. (p. 319)