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Ana Clara Citelli RA: 410098

Professor: Piero

Dois autores que estabelecem críticas continuidade ao estruturalismo de Levi-Strauss

Clastres é o autor mais próximo ao estruturalismo de Levi-Strauss e apesar da


sua proximidade, ele explicita uma critica com sua releitura estruturalista e anuncia um
“rompimento” com a teoria.
Ao lermos as obras “ Sociedade contra o Estado” e “Arqueologia da violência”
sabemos que o autor realiza seus estudos na América do Sul, em 1958 chega ao
Paraguai para observar os guaranis estabilizando-se nas fazendas, após serem proibidos
os abusos e massacres contra eles. Anteriormente, as tribos que estavam na costeira do
Brasil, migraram após a chegada dos europeus, os tupis para Amazônia e os Guaranis
para o Sul do Brasil. Observa-se nesse momento que nessa tribo, o sistema de
parentesco segundo Levi – Strauss é ignorado, ao mesmo tempo a mitologia que
envolve esse sistema, é riquíssima e elaborada.
Ao reconhecer essa relação endogamica, Clastres observa o ‘’rompimento’’
com o estruturalismo, apesar de ter o pensamento selvagem como ‘’ base’’ continua
para para essa analise. Nesse caso observado, o chefe da tribo possui muitas mulheres
que trabalham para a produção de bens que serão impreterivelmente doados e divididos
entre a tribo. Ou seja, o chefe, necessariamente deve ser uma figura pobre, isso que o
faz chefe.
Em relação ao estruturalismo linguístico, ou seja, a ‘’ troca’’ de palavras que
fundamenta uma sociedade, nessa tribo observada há também a quebra com a teoria
estrutural de Levi – Strauss, já que ‘’ o chefe é mudo e a tribo é surda’’.
O chefe claustriano é uma antítese da vida social, a grande ‘’novidade’’ trazida
por Clastres, é que nesse momento a antropologia discute com a filosofia política de
Hobbes. Isso é, o chefe claustriano é a anti-representação da vida social de Hobbes, a
sociedade elege aquilo que não os representam. A tribo ou a sociedade ‘’ primitiva’’
acredita na representação daquilo que é exterior a ela, não necessita ser representada por
um poder.
O Ocidente tem a ideia de governo exercido por outrem, um corpo separado da
sociedade para governa-lo, a lei é de poderes coercitivos, cristalizados num papel, o
mundo social, portanto, é escrito num lugar a parte.
Assim, visivelmente a obra de Clastres é uma novidade até mesmo para o mundo
ocidental, já que nessa sociedade chamada primitiva, a lei esta marcada no corpo, as
torturas, a violência nessa sociedade é usada e portanto, determina que a lei deve estar
interiorizada. Os indivíduos não devem estar acima de outros, tudo pertence ao corpo
social. Não há sobreposição de indivíduos e nesse caso, nessa sociedade, se um
individuo se sobrepõem aos outros, ele ficará isolado do mundo social e corpo social
estabelecido. Essa posição garante a integridade da tribo, portanto, fragmentam-se para
fugirem da noção de um.
Há um preconceito do ponto de vista ocidental e consideram essas sociedades
incompletas por não possuírem um ‘’Estado’’, na verdade, o que é observado
claramente, é que essas sociedades, diferente de nós ocidentais, não precisam enxergar
um poder coercitivo, não necessitam de uma ordem acima dos próprios indivíduos.
Sendo assim, além de não terem a necessidade de centralização, também são contra a
existência de grandes guerreiros. Não querem excedentes, pois também não querem
uma ‘’interdependência’’, isso é, indivíduos necessitando de outros, a troca ‘’ de Levi-
Strauss’’ não é bem vinda nessa sociedade.
Portanto, podemos concluir que Clastres analisa as sociedades primitivas que ‘’
quebram’’ com o estruturalismo das obras de Levi- Strauss, porém ao mesmo tempo em
que Clastres ‘’ revoluciona’’ essa teoria dialogando com diversos campos que analisam
as estruturas sociais, ele também avança o próprio estudo de Strauss, ou seja, os autores
partilham da noção de estruturalismo e de formação social, só que de maneiras
diferentes.
O próximo autor que podemos fazer um paralelo mais nítido e que também
questiona o estruturalismo de Levi- Strauss com sua obra “ Ilhas de História”. A
segunda fase de Sahlins, rompe com o determinismo material e passa para um
determinismo cultural, ele se utiliza do termo cultura para se resignar às estruturas
trabalhadas por Strauss(A mudança de termo ocorre pela influência do conceito de
cultura de Boas na antropologia norte-americana da época)
Sahlins inicia seus estudos dos povos das ilhas havaianas,passa a se questionar-
se sobre a cultura NA história.Para isso, utiliza-se do mito capitão Cook, que quando ele
chega nas ilhas havaiana, coincide de ser o momento da chegada do LONO (a força/a
divindade que vem de fora e que traz o poder para o povo) e ele é recebido como essa
divindade. É um momento que a divindade fertilizadora da ilha chega em forma de
humano, só que acontece do capitão Cook ter problemas com as embarcações e retorna
pra ilha, e isso desafia a estrutura daquela sociedade porque naquelas ilhas, todo o poder
só devia ficar nas mãos da aristocracia e quando ele retorna às ilhas, ele começa a falar
com o povo, com os comuns, e com isso a aristocracia acha que ia perder o poder,
porque a "divindade" estava passando todo o poder aos comuns e matam o Capitão
Cook.
Esse evento, por mais que tenha sido diferenciado, foi absorvido pelo mito,
mas trouxe mudanças praquela sociedade. A partir desse acontecimento, aqueles povos
passaram a acumular bens materiais (a aristocracia) para ainda provar a sua
superioridade aos demais, ainda há o mito do LONO que é a divindade que traz a
fertilidade, porém essa divindade chegaria do exterior por meio de mercadoria.
Esse mito utilizado por Sahlins serve para explicar a síntese da continuidade e
da mudança dentro de uma mesma sociedade, dentro de um mesmo mito. O autor
legitima, com isso, que pode acontecer algum evento específico, com alguma influência
externa que gera mudanças, mas a sociedade ainda permanecerá sob a mesma estrutura.
É a "permanência da mesma estrutura, mas modificada por eventos"... Essa é a tentativa
de resposta que ele dá para a ausência da abordagem da história no estruturalismo de
Strauss, pra ele a permanência e a transformação estão juntas.
Então há o conceito de "história estrutural" que, se a história é estruturada, as
estruturas também estão na história e, por isso, têm capacidade de transformação. Os
eventos são acontecimentos com "sentido simbólico", ele presa que se considere o
SÍMBOLO por trás da prática, qual é a intencionalidade da pessoa por trás do signo,
como essa pessoa avalia o mundo.
A ação simbólica é um composto duplo, é uma síntese do que se sabe do
mundo e, a partir disto, como se é colocada esta sabedoria em ação.
O autor desta maneira garante que é parte da natureza dos fenômenos sociais e
suas transformações, MAS ao se transformarem, continuam sendo eles mesmos. É uma
transformação sem que a estrutura morra, uma leitura que tenta quebrar com o
pessimismo do Strauss.
Retomando, o autor com seus estudos realizados nas ilhas havaianas, questiona
concepções já realizadas por outros autores sobre a mesma região. Ele defende que as
diferenças apontadas em as ilhas das regiões chamadas Melanésia e Polinésia. Que
seriam uma aculturação sofrida pelos polinésios e uma manutenção de tudo aquilo que
seria natural dos ditos nativos da região. A questão é que, houve uma grande influência
ocidental em ambos locais, porém, a previsão de que seria maior e mais avassaladora na
polinésia se confirmou errada, principalmente após a chegada dos ingleses na
melanésia, em especial as visitas quase que anuais do capitão Cook e sua tripulação. As
mudanças não foram simplesmente na ordem de costumes produtivos, mas
principalmente nas relações entre os homens e as mulheres, entre os sacerdotes e os
chamados “Big Man”.
Com a chegada, acidental ou não, do capitão às ilhas da melanésia bem no início do
festival realizado para o deus chamado “Lono”, ou o deus estrangeiro começaram as
mudanças, mesmo que antes deles, outros ingleses já houvessem ali chegado por ser
rota de passagem para o comércio Ocidente-Oriente. Ele é considerado o deus
estrangeiro, passando a agir (de sua forma) como tal perante os nativos melanésios. Ao
ser introduzido nos rituais do festival e entrando em templos, o capitão Cook passa a
confirmar cada vez mais sua divindade perante os olhos dos nativos. Mesmo com seu
fim trágico ao final de uma de suas visitas, na qual ele volta logo após sua partida por
ter havido um acidente com o navio, ele é reintroduzido nos rituais, agora sendo
“absorvido” pela população após ser cozido. “Cook obsequiou os havaianos
incorporando o papel de Lono até o desfecho final.” (SAHLINS, 26)
Portanto, o “deus agonizante” assim o era para os melanésios, mas continuava a ser o
mesmo capitão Cook para sua tripulação e qualquer outro que não compartilhasse da
dita cultura melanésia, e para aqueles que não compartilhavam dos mesmos preceitos
que ele, era o deus estrangeiro, o Lono, que vinha anualmente, se ritualizava e
confirmava sua santidade e era absorvido pela população.
E para Levi Strauss, ele nega as sociedades orientadas pela história, já que para ele as
sociedades primitivas, assim como a estudada por Sahlins, eram fechadas, isto é o
número de acontecimento possível, é limitado. Tudo gira em torno do funcionamento
estrutural dessa sociedade. Sendo assim, Levi Strauss é considerado pessimista, já que
parte do pressuposto que a incorporação da história ( que é uma visão ocidental, da
passagem do tempo e diversos eventos) faz com que as sociedades primitivas percam
suas características ao incorporarem a história, que esta sempre em crescente expansão.

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