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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE ARTES E LETRAS


DEPARTAMENTO DE ARTES CÊNICAS
CURSO DE TEATRO – LICENCIATURA

SIDNEI MAURO DE MELO JUNIOR

REFLEXÕES SOBRE AS AULAS DE “EXERCÍCIOS TÉCNICOS EM


DANÇA”

Santa Maria
2019
Começo essa reflexão, deixando claro que essa não se trata de um texto
escrito a partir dos estudos exclusivamente direcionados ao mundo da dança.
Acredito que prefiro discorrer sobre a primeira parte do semestre, conectando as
aplicações dos fundamentos técnicos e poéticos da dança moderna com minhas
práticas teatrais, para assim fazer uma autoavaliação do meu desempenho enquanto
ator-bailarino.
Em minha primeira aula, vim com algumas expectativas e objetivos,
principalmente relacionados ao controle e sustentação corporal. Durante esses
quase três anos na academia, tive algumas experiências em que notava corpos de
atores, muitas vezes despreparados, desatentos e ainda mortos em cena. Tal
conduta me fazia pensar sobre possíveis soluções, a fim de trazer um corpo
verdadeiramente ativo ao palco.
Após ter contato com algumas práticas de dança-teatro em aulas de
“Expressão corporal e vocal” e “Ética e estética” em meu curso, me vi interessado no
desenvolvimento técnico daqueles atores-bailarinos de Rudolf Laban e Pina Bousch.
Por esse motivo, busquei a disciplina “Exercícios técnicos em dança” que só veio a
me acrescentar em minha formação.
Nas primeiras semanas fomos apresentados a uma sequência de movimentos
atribuídos a Laban. Inicialmente, colocamos a prática como uma sequência corrida,
depois decupamos cada movimento, para que também tivéssemos noção e controle
de nosso corpo em relação ao espaço e respiração. Essa última, assim como nas
ações dramáticas, era responsável pela variação e consequentemente pelo ritmo do
movimento.
Com essas atividades (que treino até hoje em meus ensaios), pude notar uma
maior conexão físico e mental, em que ambas se expandem e contraem como
energia viva no espaço. Um corpo dilatado, nas palavras do encenador Eugênio
Barba, é assim que posso descrever a sensação que a experimentação de uma
sequência de movimentos pôde me proporcionar a cada vez executada.
Algumas aulas depois, foi nos apresentados também, sequências da
coreografa Martha Graham, em que era ainda mais perceptível o corpo como parte e
agente explorador do espaço. Nessas atividades a atenção se fazia necessária,
principalmente, no expandir e comprimir o corpo/energia em relação ao espaço. Além
disso, notei (o que viria a ser confirmado pela professora Tati) que os movimentos da
partitura, tinham uma ideia de frontalidade em suas execuções.
Tal característica me deixou muito envolvido, por estar presente nos
espetáculos teatrais do encenador Bob Wilson. Ele traz em seus espetáculos,
principalmente uma visualidade frontal para todos os elementos da cena. No corpo
do ator, essa atitude proporciona ilusão de corpos mecânicos, porém conscientes de
que cada gesto possui uma importância para a cena.
Em algumas aulas, os colegas traziam um aquecimento direcionado as
práticas pessoais, para compartilhar com o grupo. Devo dizer que, no primeiro
compartilhamento (Hip Hop), me senti um pouco intimidado, mas busquei me divertir
e entrar na “vibe” do movimento pelo movimento. Nos aquecimentos seguintes, já
estava mais solto, e aproveitando aqueles momentos como experimentações ricas
de conteúdo, pois cada uma trazia consigo uma prática cultural de um grupo, que
possuem noções diferentes de práticas artísticas.
A partir dos primeiros compartilhamentos, foram construídas duas coreografias
com músicas diferentes, que depois se tornariam várias coreografias com
particularidades únicas para cada uma. É importante ressaltar o quanto foi desafiador
aplicar alguns critérios escolhidos de um jogo de Laban, como: movimentos para
esquerda, partindo do quadril, etc. Embora desafiador, foi também importante para
que experimentarmos variações de uma coreografia que até então já era conhecida.
As novas explorações foram registradas em um vídeo ao estilo making off,
como forma de participação do “Dia internacional da dança”. Essa prática me deixou
animado, pois é algo que uso frequentemente em ensaios como meio de registro e
até mesmo divulgação de espetáculos em que participo.
Recentemente, vários são os momentos em que me coloco interessado nas
atividades propóstas, desde a Yoga que já praticava nas aulas de “Expressão
corporal e vocal”, que me proporcionam resistência e força interior, até os exercícios
de barra que vem sendo ótimos princípios para colocar meu corpo ativo. Além, claro
da aplicação no desenvolvimento da flexibilidade como propositora da expansão do
corpo no espaço.
Sendo assim, acredito que venho me dedicado muito a essa disciplina, por
entender tamanha importância que ela vem tomando em minha vida como artista.
Pretendo pegá-la novamente no próximo semestre para que eu possa continuar esse
trabalho de estudo corporal.

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