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PRIETO, Manoel Jose. Raciocínio Lógico Matemático para o Ensino Fundamental. Revista Científica
Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 04, Vol. 05, pp. 54-76, Abril de 2018.
ISSN:2448-0959
Contents
Resumo
Introdução
Desenvolvimento
A motivação e o estímulo às Inteligências Múltiplas e ao Raciocínio Lógico.
OS TIPOS DE INTELIGÊNCIA – MARK VITAL
Algumas estratégias para estimular as Inteligências Múltiplas através do Raciocínio Lógico em
ambiente escolar.
Como os Jogos e suas relações com as Inteligências Múltiplas podem ser utilizados no desenvolvimento
do Raciocínio Lógico.
JEAN PIAGET
JOHN DEWEY
DANIEL GOLEMAN
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
Resumo
O objeto de pesquisa abordado neste artigo é a introdução do Raciocínio Lógico Matemático em todos os
anos do Ensino Fundamental, de forma regular, sistêmica, programática e continuada. Espera-se alcançar
maior celeridade no processo de formação destes jovens conectando-os em seu futuro próximo às
crescentes demandas por capital intelectual exigido pelo mercado global. Debatemos frequentemente, nas
salas de professores, questões sobre o ensino e aprendizagem desses alunos e, invariavelmente, surgem
inúmeras considerações quanto à eficácia das metodologias empregadas. Questões recorrentes como as
familiares, socioculturais, cognitivas, modelos de ensino, entre outras, dificilmente podem ser respondidas
sem uma análise mais aprofundada. Através de pesquisas bibliográficas, estudaremos as Funções
Intelectuais no campo Lógico e Emocional que, juntas, tem grande importância no desenvolvimento
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cognitivo destes alunos e podem dar subsídios às respostas esperadas nesse contexto. Uma vez que os
valores lógicos existentes nas relações humanas nem sempre são fáceis de serem compreendidos ou
identificados, buscaremos revelá-los através de projetos pedagógicos interdisciplinares, situações-
problemas, métodos investigativos, técnicos e científicos, para que esses alunos desenvolvam melhor suas
competências e habilidades e sejam favorecidos em sua fase adulta, tanto ética como profissionalmente.
Introdução
Ao discutirmos os fatores que dificultam o ensino e a aprendizagem dos alunos do Ensino Fundamental nos
deparamos com questões cujas respostas não são tão simples de serem satisfeitas. Entre outros, podemos
citar: O que ensinar, como e quando ensinar, os valores éticos e morais, a responsabilidade social, as
novas tecnologias, a velocidade de acesso à informação, a globalização, a sustentabilidade, a maior
exigência por qualidade de vida, a preparação para o futuro, as diferenças e tendências sócios culturais, a
inclusão social e as políticas pedagógicas.
Pretende-se demonstrar neste estudo que é possível utilizar o Raciocínio Lógico Matemático de forma
regular, sistêmica, programática e continuada em todos os anos do Ensino Fundamental, para promover o
acesso destes alunos aos problemas do mundo real, respeitando os objetivos delineados pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação e pelos Parâmetros Curriculares Nacionais.
As áreas cognitivas a serem trabalhadas com o propósito de desenvolver as Funções Intelectuais dos
alunos ao longo de todo o Ensino Fundamental, através do Raciocínio Lógico Matemático, estarão apoiadas
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nas contribuições oferecidas, principalmente, por Howard Gardner em seu trabalho sobre Inteligências
Múltiplas, por Daniel Goleman em seu trabalho sobre o Quociente Emocional, por Jean Piaget, que embora
não intencionalmente, lançou as bases do Construtivismo e por John Dewey filósofo e pedagogo americano
que influenciou Anísio Teixeira, um dos idealizadores do movimento Nova Escola, ocorrido no Brasil na
década de 30. Aprendendo a potencializá-los, avaliar situações problema com conteúdo lógico e propor
soluções, esses jovens poderão se tornar bons agentes transformadores da sociedade, cidadãos críticos e
cônscios de suas responsabilidades sociais.
O método a ser utilizado será o da pesquisa, revisão bibliográfica e relatos de experiências de trabalhos
ligados a esta área.
Quanto às experiências, somente aquelas cujos resultados obtidos foram significativos e contribuíram
efetivamente para a fundamentação destes estudos.
Desenvolvimento
Frequentemente perguntamos, sempre que discutimos educação, principalmente nas salas de professores:
Quando e o que é verdadeiramente importante ensinar? Quais os métodos, sistemas de ensino e práticas
mais eficazes? Quais os resultados esperados e a que tempo virão? Como relacionar o conhecimento com
as permanentes demandas da sociedade?
Refletimos também sobre a complexidade de fatores que interferem na dinâmica dos Sistemas de Ensino e
Aprendizagem tais como: o envolvimento familiar, o comprometimento com os estudos, os déficits de
atenção, as limitações cognitivas, os possíveis conflitos entre gerações, (X, Y, Z, Alfa, Nativos Digitais),
tanto de quem ensina com de quem aprende e, a atualização e capacitação de professores. Não obstante,
também são lembrados, entre outras, os valores éticos e morais, a responsabilidade social, as novas
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Para buscar as respostas esperadas vamos iniciar recorrendo às Leis de Diretrizes e Bases da Educação e
aos Parâmetros Curriculares Nacionais que nos orientam, principalmente na área de matemática, a fazer
com que os alunos, entre outras produções, adquiram:
I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura,
da escrita e do cálculo;
II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores
em que se fundamenta a sociedade;
IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca
em que se assenta a vida social. (BRASIL. LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação-Nº 9.394, DE 20 De
Dezembro de 1996).
E ainda, saibam:
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Os valores lógicos (Verdadeiros ou Falsos) existentes nas relações humanas nem sempre são fáceis de
serem compreendidos ou identificados e para estudá-los caberá ao professor, motivar, orientar, organizar
e dirigir, seus alunos propondo atividades que estimulem suas múltiplas inteligências, sem inibir o
processo criativo e interferir em seus estágios de desenvolvimento. Segundo Copi, (1978, p.19): “O estudo
da Lógica é o estudo dos métodos e princípios usados para distinguir o raciocínio correto do incorreto”.
Conhecer as limitações e interesses dos alunos facilitará a consecução dos objetivos propostos já a partir
das séries iniciais do Ensino Fundamental. Para Gardner, (1995, p.21):
O maior desafio é conhecer cada criança como ela realmente é; saber o que ela é capaz de fazer e centrar
a educação nas capacidades, forças e interesses dessa criança. O professor é um antropólogo, que
observa a criança cuidadosamente, e um orientador, que ajuda a criança a atingir os objetivos que a
escola, o distrito ou a nação estabeleceu.
A experiência nos mostra que ao utilizarmos Situações-problema que envolva temas transversais e que
inter-relacionam as disciplinas, damos mais sentido aos objetos de estudo, ativamos o Raciocínio Lógico e
motivamos os alunos a se apropriarem do conhecimento. De acordo com Abar, (2006), “o aprendizado da
lógica auxilia os estudantes no raciocínio, na compreensão de conceitos básicos, na verificação formal de
programas e melhor os prepara para o entendimento do conteúdo de tópicos mais avançados”.
Note que se estes desafios não forem alcançados, podemos comprometer o futuro destes jovens, como
cita Rauber (et al., 2003), “é comum encontrar alunos universitários com dificuldades para interpretar o
que estão lendo, por não terem sido alfabetizados para entender o que está “por trás” daquilo que está
escrito, ou seja, o real significado e contexto”.
HOWARD GARDNER
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“O surgimento de novas tecnologias nos obriga a educar as crianças de forma diferente” (GARDNER).
Parece latente a ideia de que, no mundo atual, as competências e habilidades humanas devam ser
expandidas e integradas ao sistema global de informações, promovidos por novas tecnologias, de tal
forma que o ser humano seja: “capaz de direcionar seus objetivos, valores, pensamentos e ações em
relação a uma rede de interatividades que compartilhe a produção de significados e o funcionamento de
responsabilidades sociais” (GARDNER, 2004, p.254).
Howard Gardner, em sua Teoria das Inteligências Múltiplas preconiza vários tipos de inteligências, abaixo
ilustradas, e que juntas ou associadas permitem resolver ou compreender problemas das mais diversas
ordens, mesmo que, nem em todos estes estejam com igual desenvolvimento.
A inteligência implica na capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes num
determinado ambiente ou comunidade cultural. A capacidade de resolver problemas permite à pessoa
abordar uma situação em que um objetivo deve ser atingido e localizar a solução adequada para esse
objetivo (GARDNER, 1995, p.21).
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Figura 2 – Os tipos de Inteligência. Fonte: Os tipos de Inteligência por Mark Vital, 2016.
Inteligências múltiplas é um modelo cognitivo que tenta descrever como os indivíduos usam suas
inteligências para resolver problemas e criar produtos, sua teoria quer mostrar como a mente humana
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opera sobre os conteúdos do mundo. As inteligências encontradas por ele até o momento são: linguística,
lógica-matemática, espacial, corporal-cinestésica, musical, naturalista, interpessoal e intrapessoal
(ARMSTRONG, 1995, p.14)
e ainda, (2001, p.14-15) discorre sobre o conjunto de Inteligências mencionadas na teoria de Gardner
explicando cada uma delas:
Inteligência linguística: A capacidade para usar as palavras, com sensibilidade para os sons, ritmos e
significados das mesmas, habilidade para transmitir ideias. Gardner nos mostra que essa é a usada com
maior intensidade pelos poetas. Nas crianças ela aparece na habilidade para contar histórias e relatar
experiências vividas.
Inteligência lógica-matemática: O ponto notável nesta inteligência está na criança com especial aptidão
para contar e fazer cálculos matemáticos e para criar notações práticas de seu raciocínio.
Inteligência espacial: A capacidade para perceber o mundo visual e espacial de forma precisa. A criança
possui habilidade para manipular formas ou objetos mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar
tensão, equilíbrio e composição, numa representação visual ou espacial. Está presente nos artistas
plásticos, nos engenheiros e nos arquitetos. Em crianças pequenas, o potencial se observa na habilidade
para quebra– cabeça e outros jogos espaciais e a atenção a detalhes visuais.
Inteligência corporal-cinestésica: Nota-se a sua habilidade no uso do corpo todo para expressar ideias e
sentimentos (por exemplo, como ator, mímico, atleta ou dançarino) e facilidade no uso das mãos para
produzir ou transformar coisas (por exemplo, como artesão, escultor, mecânico ou cirurgiões). Inclui
também habilidades físicas específicas, tais como coordenação, equilíbrio, destreza, força e outros.
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Inteligência naturalista: Ligada à vida animal e vegetal, também conhecida como Inteligência biológica ou
ecológica. Podemos ver nos jardineiros, no paisagista, do amante da natureza ao florista. Revela-se pela
capacidade de identificar membros de uma mesma espécie, reconhecer a existência de diferentes
espécies e em mapear relações entre diferentes espécies.
Embora existam algumas críticas sobre o trabalho de Gardner, sua teoria tem grande aceitação na área
educacional. Talvez possamos responder o como ensinar. Weinreich-Hast explicita
O que Gardner nos deu de contribuição? Sua nova forma de conceber a inteligência liberta a psicologia de
um paradigma limitado, pautado em um modelo unitário de inteligência. Um modelo de inteligências
múltiplas facilitará a exploração de uma ampla gama de atividades mentais. Este fato é particularmente
importante, considerando que os modelos cognitivos e de processamento de informações têm dominado a
psychological research por vários anos (WEINREICH-HAST, 1984, p.22).
ambiente escolar.
Talvez a primeira delas seja partir do princípio de que nem todas as pessoas têm as mesmas habilidades e
aprendem da mesma maneira. Vivem em ambientes socioculturais diversos, estabelecem relações com o
meio, também, de forma diversa o que acaba por favorecer a aprendizagem e o desempenho cognitivo.
Para Borges (2003, apud Dantas, 2005, p.3) “os indivíduos têm diferentes histórias de vida porque
interagem com o meio de maneira diferente, logo, conhecem e aprendem de distintas formas”.
De acordo com Antunes (2005, p.104), as inteligências múltiplas podem ser estimuladas em sala de aula
da seguinte forma:
Inteligência Linguística: “Descrição progressiva de imagens físicas. Jogos verbais de palavras. Ensino de
uma língua estrangeira quando possível. Jogos linguísticos;”.
Inteligência Espacial: “Leituras com participação interativa. Início da alfabetização dos signos cartográficos
ou não. Início de aulas de natação, quando possível. Exame analítico e descritivo de fotos antigas. Jogos
espaciais;”.
Inteligência Musical: “Experiências de descrição de fatos e paisagens pela linguagem sonora. Jogos
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musicais;”.
Inteligência Naturalista: “Jogos que envolvam aventuras interativas entre a criança e a descoberta da
natureza”. Jogos naturalistas;
Algumas estratégias para os pais estimularem as Inteligências Múltiplas de seus filhos em ambiente sócio-
familiar.
Faz-se necessário um grande esforço pela educação desses jovens, não só por parte de professores, mas
também dos pais e responsáveis, para que estas inteligências possam ser estimuladas em outro ambiente
que não o escolar. Antunes (2005, p.112) sugere algumas estratégias que, em alguns casos, também
podem ser aproveitadas para alunos de 9 a 14 anos.
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Como os Jogos e suas relações com as Inteligências Múltiplas podem ser utilizados no
Para Antunes (1998, p.13), “O jogo ajuda a construir novas descobertas, desenvolve sua personalidade e
simboliza um instrumento pedagógico que leva ao professor a condição de condutor, estimulador e
avaliador da aprendizagem.”.
Algumas estratégias podem ser empregadas como forma de aproximar o aluno do autoconhecimento e se
perceber atuando e interagindo no ambiente sociocultural em que esta inserida.
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Alguns jogos podem ser trabalhados também através de encenações teatrais de tal forma que viabilize
estímulos às Inteligências Múltiplas.
LINGUÍSTICA: rimas, parlendas, trava-línguas, adivinhas, fórmulas de escolha, jogos simbólicos, jogos
dramáticos, músicas.
LÓGICO-MATEMÁTICA: bingos, quebra-cabeças, jogos da memória, tabuleiros, cartas, jogos rítmicos, jogos
de alvo, mímicas, arremessos: cadeira e argola, boliche, queimada, tiro ao alvo, biroca, bétis.
ESPACIAL OU VISUAL: pegadores trabalham com corda, esconde-esconde, amarelinha, queimada normal e
em círculo, jogos de arremessos, “basquete”, jogos de memória, jogo de elástico, amarelinha, cabra-cega,
atividades de desenho, pintura, colagem, escultura, brincadeiras de imaginação e jogos de construção que
exploram os diferentes espaços (casinha, escola, circo, sítio, floresta, cidade, fábricas, rios).
CINESTÉSICO-CORPORAL: imitação, dramatização, mímicas, danças, produzir objetos para brincar, circuito
psicomotor, jogos que envolvem habilidades motoras de locomoção, manipulação e estabilização: andar,
correr, saltar, arremessar, receber, quicar, chutar, rebater, equilibrar, girar, subir, puxar, carregar.
MUSICAL: as músicas de acalanto, músicas de diferentes estilos, brincadeiras de cantigas de roda, rimas,
parlendas, atividades rítmicas e musicadas, mnemônicas e danças diversas.
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JEAN PIAGET
Piaget (1985, p.126) afirma, que “educar é adaptar o indivíduo ao meio social ambiente”.
Conforme La Taille; Oliveira e Dantas (1992, p.17), “(…) a lógica representa para Piaget a forma final do
equilíbrio das ações. Ela é um sistema de operações, isto é, de ações que se tornaram reversíveis e
passíveis de serem compostas entre si”.
Na fase Operatório-concreto, (7 a 12 anos), a criança ingressa no Ensino Fundamental onde começa a ser
desenvolvido e estruturado seu pensamento lógico. Começa a lidar com conceitos, com números,
estabelece relações tempo x espaço, percebe sequências e inicia o estágio de abstração. Segundo La
Taille (1992, p.17), “a capacidade de pensar simultaneamente o estado inicial e o estado final de alguma
transformação efetuada sobre os objetos (por exemplo, a ausência de conservação da quantidade quando
se transvaza o conteúdo de um copo A para outro B, de diâmetro menor) evidencia este estágio e lhe
garante base para o estágio seguinte”.
A Fase Operatório Lógico-Formal, (12 aos 16 anos) consolida as estruturas intelectuais próprias do
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raciocínio lógico-dedutivo ou lógico-matemático, que se estenderá até a fase adulta. (PIAGET, 1985)
Neste estágio o aluno torna-se capaz de compreender e discutir problemas cada vez mais complexos, de
forma lógica, sequencial e desencadeada por ter sua capacidade cognitiva mais desenvolvida. Podemos
então introduzir objetos de ensino e aprendizagem, recursos didáticos pedagógicos que possam alavancar
seu potencial de Raciocínio Lógico.
Neste caso podemos entender como Objetos de Aprendizagem: “qualquer recurso digital que possa ser
reutilizado para o suporte ao ensino” (WILEY, 2001, p. 7).
Existem alguns sítios na internet que disponibilizam exemplos práticos e orientações sobre como aplicar
esses recursos e promover melhorias na aprendizagem da matemática e ciências em geral. Por exemplo, o
projeto RIVED-Rede Internacional Virtual de Educação, da SEED-Secretaria de Educação a Distância, em
consórcio com outros países da América Latina. Lá encontraremos um livro cujo título é: Objetos de
aprendizagem Uma proposta de recurso pedagógico (pdf), disponível em
<http://rived.mec.gov.br/artigos/livro.pdf>.
Não podemos esquecer de que, qualquer que seja o impacto tecnológico sobre os Sistemas de Educação, o
ensino e aprendizagem e os educadores, ainda existirão por detrás o elemento humano.
A educação é muito mais que seus suportes tecnológicos: encarna um princípio formativo, é uma tarefa
social e cultural que, sejam quais forem as transformações que experimente, continuará dependendo,
antes de tudo, de seus componentes humanos, de seus ideais e valores (BRUNNER, 2001, apud
BRASLAVSKY, 2004 p.77).
JOHN DEWEY
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John Dewey ainda é considerado por muitos como um dos maiores pensadores do século vinte, na área de
educação. Contribuiu significativamente para a democratização do ensino, tendo influenciado o brasileiro
Anísio Teixeira, idealizador do movimento Nova Escola que ocorreu no Brasil na década de trinta. Suas
ideias perduram e sustentam a tese de uma Escola Ativa, Progressista, Instrumentalista, onde os alunos
são os protagonistas do saber.
Em escolas equipadas com laboratórios, lojas e jardins, que livremente introduzem dramatizações, jogos e
desporto, existem oportunidades para reproduzir situações da vida, e para adquirir e aplicar informação e
ideias num progressivo impulso de experiências continuadas. As ideias não são segregadas, não formam
ilhas isoladas. Animam e enriquecem o decurso normal da vida. Informação é vitalizada pela sua função;
pelo lugar que ocupa na linha de ação. (DEWEY, 1916)
Para John Dewey, “O professor que desperta entusiasmo em seus alunos conseguiu algo que nenhuma
soma de métodos sistematizados, por mais corretos que sejam, pode obter” (DEWEY, 1979, p.6).
Segundo Digiorgi (1922, p. 24), são cinco os passos da aprendizagem para Dewey:
1º. Atividade: o ponto inicial de qualquer aprendizado na escola, assim como na vida, que a escola deve
reproduzir o melhor possível é uma atitude qualquer que já esteja sendo exercida; atividade esta que se
dá espontaneamente e que corresponde ao interesse do educando.
2º. Problema: toda atividade, ao ser exercida, suscita problemas que dificultam sua continuidade e/ou
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desenvolvimento. É essa a origem do pensamento: este sempre provém de uma situação problemática. O
ponto de partida do pensamento é a tentativa de empreendimento, de se superar uma situação
problemática.
3º. Coleta de dados: o professor e os alunos devem coletar dado (dados de todo tipo) que possam ajudar a
superar a situação problemática.
4º. Hipótese: estes dados, uma vez coletados, permitirão a formulação de uma ou mais hipóteses
explicativas do problema.
5º. Experimentação: essa hipótese deve ser testada, a fim de se verificar a sua validade. Se ela for válida,
poder-se-á resolver o problema, e a atividade prosseguirá até que se depare um novo problema.
Baseado nessas ideias, podemos empregar esquemas de modelagem para resolução de problemas
matemáticos como o sugerido por Biembengut; Hein (2003, p.22).
Segundo Dewey (2012, p.3) “O professor deve apresentar os conteúdos escolares na forma de questões
ou problemas e jamais dar de antemão respostas ou soluções prontas”.
Fica claro, então, que por este princípio podemos propor uma situação problema e iniciar um processo
investigativo com recursos técnicos e/ou científicos, em que se podem utilizar os conhecimentos
adquiridos e compará-los com a realidade.
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Aqui encontramos o ambiente ideal para propor os chamados Projetos Pedagógicos Interdisciplinares: –
Projeto Educação Financeira; Projeto Educação Ambiental; Projeto Construção Aeromodelos; Projeto Mídia
em Sala de Aula; entre outros.
“[…] verdadeiro interesse é o sinal de que algum material, objeto, habilidade, ou que quer que seja, está
sendo apreciado de acordo com o que atualmente concorra para a marcha progressiva de uma ação, com
a qual a pessoa se tenha identificado” (DEWEY, 1978, p.86).
DANIEL GOLEMAN
Claro que não poderíamos deixar de mencionar também o fator motivacional do aluno e, para isso,
consideraremos a teoria para o desenvolvimento da Inteligência Emocional proposta por Daniel Goleman,
(1998, apud Santos, 2011, p.21). “… capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos
outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos.”
Segundo Goleman (1998, apud Santos, 2011, p.19), a inteligência emocional pode ser categorizada em
cinco habilidades.
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As três primeiras são habilidades intrapessoais e as duas últimas interpessoais. Tanto quanto as primeiras
são essenciais ao autoconhecimento, estas últimas são importantes em:
Os parâmetros do mercado de trabalho estão mudando. Estamos sendo avaliados por novos critérios. Já
não importa apenas o quanto somos inteligentes, nem a nossa formação ou nosso grau de especialização,
mas também como lidamos com nós mesmos e com os outros….
Os jogos teatrais podem trazer o frescor e vitalidade para a sala de aula. As oficinas de jogos teatrais não
são designadas como passatempo do currículo, mas sim como complemento para aprendizagem escolar,
ampliando a consciência de problemas e ideias fundamentais para o desenvolvimento intelectual dos
alunos.
Em matéria publicada por Cláudia Gasparini (Exame, 06/04/15 e 14/06/15) podemos observar como somos
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avaliados na fase adulta em questões de Inteligência Emocional. São abordados aspectos negativos e
positivos o que nos leva a refletir se algumas das causas não poderiam estar em nossa formação
fundamental.
Veja a seguir algumas posturas características de quem não tem inteligência emocional no trabalho,
segundo os especialistas ouvidos por EXAME.
O profissional que age o tempo todo como “campeão” tem uma percepção muito pobre de si mesmo – e
da sua relação com o ambiente. “Ele não sabe a impressão que está causando-nos outros, desconhece a
hora de falar e de ficar calado”, diz.
O preço que se paga por isso é alto. “Se você se desconecta do que está sentindo, é justamente aí que o
emocional vai determinar o seu comportamento, inconscientemente”, diz ele.
O problema de não enxergar colegas e chefes é que se perde a oportunidade de aprender com eles. “Se
ficamos concentrados demais em nós mesmos, seja por excesso de autoconfiança ou de autocrítica, é
difícil se conectar com o outro, reconhecer suas contribuições”, diz.
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O problema é que falta autoconhecimento. “Quem não se conhece bem não tem metas nem visão de
futuro, e acaba ficando à mercê das circunstâncias. Infelizmente, esse é o caso da maioria das pessoas
hoje”, diz o CEO da Kronberg.
6. São inconstantes
O controle das emoções é uma competência emocional que faz muita falta em ambientes corporativos.
“Um dia a pessoa está ótima, alegre, contando piadas. No outro, reage de forma destemperada e se
enfurece pelos menores motivos”, afirma Santos.
O profissional emocionalmente competente, ao contrário, consegue inspirar confiança e trazer paz para o
ambiente de trabalho. “É alguém de quem os colegas gostam de ter por perto, que influencia
positivamente o ambiente”, diz o psicólogo.
“Há duas razões principais para isso: o uso intenso de tecnologias e o excesso de atividades, que nos
deixam cada vez mais isolados, sobrecarregados e desconectados das outras pessoas”. (EXAME, 2015)
De acordo com o consultor norte-americano Travis Bradberry, coautor do livro “Emotional intelligence 2.0”
(Perseu Books, 2009).
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Considerações Finais
O Mundo Globalizado promoveu maior integração econômica e sociocultural devido aos grandes avanços
científicos na área das Comunicações, viabilizado pela Tecnologia da Informação. As relações humanas se
tornaram complexas e exigem maior rapidez na transformação e capacitação técnica do homem,
principalmente no campo emocional, conforme cita Goleman (1998, p. 21): “Um número crescente de
companhias vem constatando que o estímulo às habilidades ligadas a inteligência emocional é um
componente vital da filosofia de gerenciamento de qualquer organização”.
Quando Gardner enfatiza a importância de se desenvolver as Múltiplas Inteligências para que as pessoas
se tornem mais aptas a resolver problemas, fica clara a necessidade de se ter ou criar mecanismos para
alcançar os objetivos propostos por ele. “inteligência implica na capacidade de resolver problemas ou
elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural…” (GARDNER,
1995, p.21).
Vimos, então, Antunes sugerir algumas atividades que devidamente aplicadas no âmbito escolar e sócio
familiar possibilitarão estimular estas inteligências, o que vem ao encontro das propostas de Gardner.
John Dewey, quando propõe o método de aprendizagem através dos cinco passos, deixa claro que o aluno
irá construir um processo de investigação da situação problema, de forma lógica, organizada, coordenada,
sistematizada e assim estará habilitando o seu Raciocínio Lógico através de suas Funções Intelectuais. Isto
nos responde, como fazer.
Para Piaget, (1985) o estágio Operatório Lógico-Formal, que vai dos 12 aos 16 anos consolida as estruturas
intelectuais próprias do raciocínio lógico-dedutivo ou lógico-matemático, que se estenderá até a fase
adulta. Isto nos permite responder quando e o que ensinar.
O Raciocínio Lógico Matemático quando estimulado pelas interações das Múltiplas Inteligências Funcionais
e dos aspectos emocionais, a partir da utilização de recursos metodológicos, didático-pedagógicos, objetos
de ensino e aprendizagem, todos, adequados a cada estágio de desenvolvimento do aluno, trará maior
celeridade e expansão cognitiva tornando-os agentes transformadores, cidadãos críticos e cônscios de
suas responsabilidades sociais.
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REFERÊNCIAS
ABAR, C.. Noções de Lógica Matemática. 2006. Disponível em: <www.pucsp.br/~logica/> Acesso em: 21.
mar.17.
ANTUNES, Celso. As inteligências múltiplas e seus estímulos. 3. ed. Campinas: Papirus, 1998.
______. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
______. Inteligências Múltiplas e seus jogos. Vol.4 – Inteligência Espacial. Petrópolis: Vozes, 2005.
ARMSTRONG, T. Inteligências Múltiplas na sala de aula. 2. ed. Trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
BIEMBENGUT, Maria Salett e HEIN, Nelson. Modelagem Matemática no Ensino. 1. ed. São Paulo: Contexto,
2000.
BORGES, Teresa Maria Machado. A criança em idade pré-escolar. São Paulo: 1. ed. Ática, 1994.
BRASIL. LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação-Nº 9.394, DE 20 De Dezembro de 1996. BRASIL. Lei
Nº 13005, de 25 de junho de 2014.
BRUNNER, José Joaquín. Educação no encontro com as novas tecnologias. In: TEDESCO, Juan Carlos (Org.).
Educação e novas tecnologias: esperança ou incerteza. São Paulo: Cortez, 2004. p. 17-75.
5 atitudes típicas de quem não tem inteligência emocional – EXAME.com-Cláudia Gasparini-06. fev.15 –
Disponível em: <http://exame.abril.com.br/…/5-atitudes-tipicas-de-quem-nao-tem-inteligencia-
emocional/> Acesso em: 13.abr.17 e 21.abr.17.
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COPI, Irving M. Introdução à Lógica. 2. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1978.
DEWEY, John. Democracia e Educação. 1916. Cap. 12. O Pensamento na Educação. Tradução de Helder
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Pós-graduação em Ensino de Matemática
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