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Arquitetura e Urbanismo
Brasil Colônia Império
Introdução
Este artigo tem por objetivo estabelecer uma relação entre o período histórico do Brasil
colônia e as características arquitetônicas e urbanas de cidades litorâneas e
principalmente, de cidades das regiões auríferas em Minas Gerais e brevemente em
Mato Grosso do Sul. O Brasil colônia teve forte influência da cultura portuguesa no que
toca às características estéticas e urbanas de cidade e edificações.
Uma importante região a ser estuda é Minas Gerais, onde a extração de ouro culminou
em diversas novas cidades. Dessas cidades pode-se estudar algumas características
importantes como a implantação das estradas principais ao longo dos morros, as ruas
sinuosas e a relação de alguns casos com rios e cursos de água que se localizavam
próximos às cidades.
Fases do traçado das cidades coloniais
Também, a descoberta do ouro em Minas Gerais na transição do século fez com que a
coroa portuguesa ampliasse seu controle sob o território colonial a partir da tentativa da
organização de povoados, obedecendo à princípios renascentistas sobre traçados
reguladores. Tais princípios eram estudados pelos engenheiros militares da época e
que são de grande importância para esse momento histórico.
O urbanista do século 18, influenciado por ideias iluministas, trazia consigo princípios
de traçados uniformes com, por exemplo, a implementação de praças quadradas,
gabarito e alinhamento do casario uniforme e planos urbanos previamente
desenvolvidos. Brevemente, pode-se estudar os traçados urbanos do período,dividindo
o estudo em três fases: Primeira fase (1500-1706), Segunda fase (1706-1750) e
Terceira fase (1750 -1808).
Salvador - 1629
Neste caso a cidade era dividida em duas partes: Parte alta e parte baixa. Na parte alta
se destinavam edificações institucionais e religiosas. Na parte baixa se desenvolviam
atividades comerciais e portuárias. A rede urbana se desenvolvia em torno de
edificações e vias principais. No caso de Sumidouro em Minas Gerais, elementos como
a praça, igreja e uma via determinavam um fluxo do aglomerado populacional e
organizavam a pequena cidade. Serão estudados esses elementos e sua recorrente
presença no traçado colonial das cidades na sequência deste artigo.
Sumidouro - 1730
No caso de Vila Boa (MT), fundada sob o arraial de Santa Ana, pode-se verificar a
presença de linhas principais que formam vilas e comunidades, obedecendo à um
modelo de traçado imposto pela Coroa (Fig 4). Mas posteriormente foi elaborado um
novo plano diretor para a mesma cidade para correção do existente pelo não
cumprimento de algumas indicações (Fig 5).
Em Vila Bela da Santíssima Trindade, é possível notar a semelhança com o código de
planejamento de Vila Boa observando a simetria das ruas em linha reta, com larguras
uniformes e etc (Fig 6).
Fig 3 Fig 4
Fig 5
Fig 6
Na terceira fase já é possível notar a adaptação dos planos e traçados pré-definidos à
condicionantes locais principalmente devido aos desafios topográficos. No caso de São
José do Macapá nota-se um planejamento detalhado devido ao rígido traçado imposto
e as dificuldades do terreno sujeito à enchentes (Fig 7).Já na planta de Nova
Mangazão é possível notar a adaptação da malha proposta ao terreno (Fig 8).
Fig 7 Fig 8
Fig 9
Fig 10
“As cidades romanas dos séculos I e II, as cidades medievais planejadas dos séculos
XIII e XIV, e os traçados regulares quatrocentistas e quinhentistas evidenciam as novas
concepções de espaço renascentista. A partir do século XV começam também a
construir-se nas ilhas atlânticas, e a partir do século XVI no Brasil, traçados urbanos
regulares, evidenciando as influências daqueles modelos planeados. Os traçados
urbanos quinhentistas e seiscentistas brasileiros vão afirmando a crescente
regularidade e geometrização do urbanismo de origem portuguesa. Os traçados
setecentistas que se desenvolvem quer no Brasil quer em Portugal representam o
aparente triunfo e predomínio da racionalidade sobre os outros princípios vernáculos de
estruturação urbana. Mas só aparentemente.” (TEIXEIRA, 2000)
Ouro Preto MG
Fonte : Vila Rica - Sylvio de Vasconcelos
Em Formação de cidades no Brasil colonial, o arquiteto Paulo Ferreira Santos
identificou algumas características das cidades lusas em contraste com cidades
hispanoamericanas. A diferença , segundo Paulo Ferreira Santos, seria a ausência de
leis rígidas de implaNtação por parte dos portugueses comparado aos vizinhos
hispânicos.
Ao invés de adotar um traçado fixo para ser adotado e repetido várias vezes sob os
territórios, os portugueses preferiam a flexibilidade na implantação de acordo com o
terreno e fatores locais. Haviam apenas recomendações da coroa aos engenheiros
militares e aos governadores através de cartas régias. O traçado , então, deveria ser o
mais retilíneo e regular quanto possível, mas sem corresponder a um padrão fixo e
imutável.
No caso da Vila de Cuiabá (MS), importante região de mineração da época, o sítio é o vale um
ribeirão onde se localiza o porto pluvial. Da praça se estrutura a vila e se estabelece uma
articulação com duas estradas. A malha se mostra reticular, resultante do cruzamento das ruas,
onde as ruas paralelas ao curso do rio se mostram como principais. As ruas principais são mais
largas enquanto as ruas secundárias são mais curtas. Na praça se localiza elementos
organizadores e importantes como a igreja, a cadeia e a casa do governador.
Conclusão
Referências Bibliográficas
Ana Aparecida Barbosa. Nomads : Cidade e habitação em minas nos séculos XVIII -
XVI. Disponível em <http://www.nomads.usp.br/disciplinas/SAP5846/mono_Ana.htm>