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INTERAÇÃO GÊNICA
Consiste no processo pelo qual dois ou mais pares de genes, com distribuição independente,
condicionam conjuntamente um único caráter, desprezando as leis de Mendel. Quando os pares de
alelos estão em pares de cromossomos homólogos diferentes, continuam valendo os princípios da
segregação independente (2ª Lei de Mendel), sendo alteradas somente as proporções fenotípicas
Nesse tipo de interação gênica, dois ou mais pares de genes apresentam seus efeitos somados, em
relação a um mesmo caráter, de maneira a ocasionar a manifestação de um fenótipo em diferentes
intensidades. O termo “herança quantitativa” sugere que a expressão fenotípica depende apenas da
quantidade de genes dos diferentes pares alelos que atuam da mesma forma, no sentido de reforçar
a intensidade do fenótipo considerado.
Os genes são cumulativos ou poligenese, quando apresentam efeitos fenotípicos iguais, ou seja,
quanto maior a quantidade de alelos dominantes, mais intenso será o seu caráter, variando de um
mínimo a um máximo.
Características quantitativas como a cor da pele, peso, altura e cor de olhos apresentam
determinação fenotípica através da interação de genes aditivos. A frequência de indivíduos com um
determinado fenótipo quantitativo na população costuma se comportar conforme uma curva normal
de distribuição. A figura a seguir ilustra esta distribuição para a característica altura.
A coloração da pele humana constitui um ótimo exemplo de herança quantitativa. Ainda que haja ao
menos seis genes interagindo na determinação dos fenótipos associados a esta característica,
podemos, simplificadamente, considerar que dois pares de genes condicionam a produção de
melanina – pigmento escuro, cuja quantidade determina a coloração apresentada pela pele.
Chamando os alelos A e B de aditivos, em relação aos seus respectivos alelos a e b, conclui-se que
quanto maior o número de genes cumulativos em um indivíduo, mais escura será a coloração da sua
pele.
EPISTASIA
A epistasia constitui uma modalidade de interação gênica, na qual genes de um par de alelos inibem
a manifestação de genes de outros pares. Note que o chamado efeito epistático é semelhante
àquele observado na dominância completa entre dois genes alelos; na epistasia, porém, a
dominância manifesta-se entre genes não alelos. Dá-se o nome de genes epistáticos aos que
impedem a atuação de outros, denominados hipostáticos.
PLEIOTROPIA
A pleiotropia constitui, de certo modo, um fenômeno inverso à interação gênica. Na pleiotropia, um
único par de genes atua na manifestação de vários caracteres. Um exemplo típico, na espécie
humana, é a doença denominada fenilcetonúria.
Nesta doença, a criança afetada é portadora de um par de alelos recessivos que condicionam um
defeito na enzima fenilalanina hidroxilase, responsável pela conversão do aminoácido fenilalanina
em tirosina. Em vez da tirosina, forma-se o ácido fenilpirúvico, que se acumula no sistema nervoso,
ocasionando deficiência mental. Como o aminoácido tirosina também participa da produção de
melanina, as crianças fenilcetonúricas também exibem pele mais clara do que o esperado.
Autossomos e heterossomos
Os cromossomos autossômicos são os relacionados às características comuns aos dois sexos,
enquanto os sexuais são os responsáveis pelas características próprias de cada sexo. A formação
de órgãos somáticos, tais como fígado, baço, o estômago e outros, deve-se a genes localizados nos
autossomos, visto que esses órgãos existem nos dois sexos.
O conjunto haploide de autossomos de uma célula é representado pela letra A. Por outro lado,
a formação dos órgãos reprodutores, testículos e ovários, característicos de cada sexo, é
condicionada por genes localizados nos cromossomos sexuais e são representados, de modo geral,
por X e Y. O cromossomo Y é exclusivo do sexo masculino. O cromossomo X existe na mulher em
dose dupla, enquanto no homem ele se encontra em dose simples.
Os cromossomos sexuais
O cromossomo Y é mais curto e possui menos genes que o cromossomo X, além de conter uma
porção encurtada, em que existem genes exclusivos do sexo masculino. Observe na figura abaixo
que uma parte do cromossomo X não possui alelos em Y, isto é, entre os dois cromossomos há uma
região não-homóloga.
HERAÇÃ DE SEXO
A herança ligada ao sexo refere-se aos genes localizados em cromossomos sexuais que estão
envolvidos na determinação de características.
Na espécie humana, o cromossomo sexual masculino Y apresenta poucos genes. Já, o cromossomo
sexual feminino X possui grande quantidade de genes envolvidos na determinação de várias
características.
Os cromossomos XY apresentam pequenas regiões homólogas em suas extremidades. Assim,
praticamente não há recombinação entre os seus genes.
Os genes localizados no cromossomo X que têm alelo correspondente no cromossomo Y, seguem o
padrão da herança ligada ao sexo.
Assim, a herança ligada ao sexo está restrita aos cromossomos sexuais. Enquanto, a herança
autossômica é a que ocorre nos cromossomos autossômicos.
Os tipos de herança ligada ao sexo são:
Herança ligada ao cromossomo X;
Herança restrita ao sexo;
Herança influenciada pelo sexo.
Hemofilia
A hemofilia é uma doença hereditária em que há uma falha no sistema de coagulação do sangue.
Os acometidos pela doença apresentam hemorragias abundantes, mesmo em pequenos ferimentos.
Essa anomalia é condicionada por um gene recessivo X h ligado ao sexo. O seu alelo dominante
XH condiciona a normalidade.
A hemofilia é mais comum nos homens e rara entre as mulheres.
Se um homem hemofílico tiver filhos com uma mulher sem hemofilia (X H XH), os filhos não terão
hemofilia. Porém, as filhas serão portadoras do gene (XH Xh).