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RESUMO

Casa Grande Senzala- Capítulo IV- O Escravo Negro na Vida Sexual e de Família do
Brasileiro

A obra Casa Grande e Senzala do autor Gilberto Freyre retrata a formação brasileira a
partir do período colonial português, levantando aspectos culturais desse período até a data da
sua obra (1933). O capítulo IV “O escravo negro na vida sexual e de família do brasileiro”
levanta questões principalmente sobre a imigração dos negros a América portuguesa, a sua
inferioridade ou superioridade em relação às demais raças já encontradas no “Novo Mundo”
(índios e portugueses), como também essas comparativas dentro da própria raça negra, de
acordo com estudos ou observações de colonizadores e historiadores que visava mais o
comportamento devido à raça e biologia do indivíduo, e como se dava a relação entre os
negros e os colonizadores portugueses na casa grande e a senzala.

A primeira discussão é sobre a superioridade ou inferioridade dos negros em relação ao


índio baseado num comentário de Afrânio Peixoto onde ele reconhece a superioridade do
negro sobre o indígena e até ao próprio português, na questão do progresso econômico do
Brasil, no aspecto de cultura material e moral, na adaptação climática e capacidade técnica e
artística. A revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), onde se sabe uma
organização voltada ao interesse histórico que enaltece a história portuguesa de domínio e
colonização se contrapôs ao comentário negando a realidade histórica, a revista publica que
nem pelos artefatos, pela cultura dos vegetais, dominação zoológica, nem pela formação de
famílias e tribos, conhecimento de astrologia, criação das linguagens e lendas ou mesmo na
sua organização política seria os pretos superiores aos silvícolas. Freyre irá discordar na sua
obra a essa visão do IHGB, quando escreve que o negro sudanês tinha uma cultura superior ao
indígena mais avançado, quando utiliza o comentário de Peixoto é direto ao dizer que os
escravocratas têm condições de concorrer melhor que os índios à formação econômica e
social do Brasil, por questões dos negros serem mais técnicos, por sua adaptação biológica e
psíquica para viver nos trópicos, as regiões mais quentes. O negro seria um povo extrovertido,
mesmo nos trópicos eram dóceis, alegres, chega a comparar a Bahia à Paraíba, onde os
baianos por serem descentes de maioria negra são amáveis, fácil, adaptáveis, diferente dos
paraibanos nos sertões descendentes de índios que são introvertidos e taciturnos. Segundo o
autor que aponta algumas pesquisas feitas por professores e monográficas médicas como
Leonard Williams e Langdon Brown essa adaptabilidade negra ao clima dos trópicos estava
ligada as glândulas produtoras de calor e a sua pigmentação, onde estariam bem acomodados
os morenos do que os louros e albinos ao tipo de clima mais quente.

A partir dessas comparações Freyre vai mostrando que sempre se estudou os negros de
forma desfavorável, seja pela medição craniana, onde os negros por terem cabeças menores
que os brancos teriam um Q.I menor ou pelo estereótipo que aproxima a forma ancestral do
homem a anatomia de um chimpanzé, citando o professor Franz Boas ele lembra que os lábios
dos chimpanzés são finos como na raça branca e os lábios dos negros são grossos, como
também os europeus e os australianos são mais peludos de corpo e não os negros. Portanto
nas questões antropológicas essa comparativa de raça inferior negra não é condizente a
capacidade mental do negro em relação a outras raças, o problema quanto a essa comparação
é colocar o negro e o europeu em termos ou condições iguais, segundo Freyre até a aparência
do negro seria contra as convenções de valores e qualidades porque se distancia da imagem
grego-romana. No que diz respeito as diferenças entre brancos e negros Freyre afirma que há
diferenças, porém ele questiona até que ponto essas diferenças representam aptidões ou
especializações devidas ao ambiente ou circunstancias econômicas de cultura, isso que seria
difícil de analisar.

Em relação à superioridade entre a própria raça negra, isso estaria ligada a cultura de
cada grupo, partindo da regionalidade dos negros, como se dizia dos negros maometanos que
sofreu influencia do islamismo, que tinha uma cultura superior a dos indígenas e a maioria
dos colonos brancos portugueses e seus filhos. De acordo com o relatório feito através do Dr.
Francisco Gonçalvez Martins chefe de polícia da província da Bahia, citado por Gilberto
Freyre, a maioria dos negros da senzala da Bahia de 1835 sabia ler e escrever, maior número
até que no alto das casas-grandes, e as revoltas que envolviam escravos era um desabafo a
opressão sofrida por culturas menos nobres, assim a formação brasileira teria sido beneficiada
pela melhor cultura negra da África, por meio dessas quatro nações os Minas, Ardas, Angolas
e Creoulos. Bom para os trabalhos seriam os congos, sombrenses e os angolanos. Os da
Guiné, Cabo, Serra Leoa, eram maus escravos, mas bonitos de corpo, daí parte a preferencia
para o trabalho doméstico e vida sexual com senhores da casa-grande. Outra relação com a
superioridade entre a própria raça negra seria o do negro mais claro e de cabelo mais suave
quase liso, de raça branca ou Fulas, eram negros mestiços de sangue hamítico e árabe, esses
eram considerados superiores do ponto de vista antropológicos. Joaquim Nabuco é
mencionado em Casa Grande quanto a ideia que o negro não seria o mau elemento da
população, porém o negro reduzido ao cativeiro, assim como Goldenweiser que salienta que é
absurdo julgar o negro, sua capacidade de trabalho e sua inteligência, seu esforço, sua técnica
na agricultura, para ele o negro deveria ser julgado por sua atividade industrial por ele
desenvolvido. Portanto se pode perceber que o autor desta obra enxerga a miscigenação como
algo positivo, o negro teria entrado na cultura brasileira com mais força e alegria que os
portugueses e os aborígenes.

Definindo os negros de raça superiores, aqueles mais claros e formosos, foram mais
utilizados no geral as negras para o serviço doméstico nas casas-grandes, sendo assim as mais
cobiçadas pelos senhores, embora ajam casos raros de envolvimento com escravos homens.
Os negros eram acusados de depravação sexual, luxúria e erotismo, muitos escritores
afirmaram que os portugueses eram seduzidos pelo estímulo picante dessa raça, e que do
negro vieram às moléstias sexuais na época, porém Nabuco salienta também que o negro se
sifilizou no Brasil, quando muitas escravas tinham com os senhores contaminados e depois
deitavam com negros das senzalas para reproduzir outros escravos. Além dessas práticas
existiam equívocos nas ideias médicas, onde se acreditava que ao se deitar com negras virgens
ainda molecas essas doenças eram curadas, e assim elas eram contaminadas através dessas
relações com o branco, repassava nas senzalas por causa da reprodução, até as amas de leite
adquiriam sífilis por meio dos bebês que já nasciam adoentados. O maior problema da doença
era que não se levava a sério, era uma doença como outra qualquer o sarampo ou verme, seu
tratamento era desprezado, além do clima quente não contribuir. É por isso e outros, que os
negros eram dados como libertinos, ele quem teria transformado a saúde nos trópicos num
cativeiro infestado de doenças, porém é necessário analisar que isso não tinha a ver com a
raça negra, mas com a sua condição de escravo, a sua situação que estimulava o abuso sexual.

A princípio as relações sexuais iniciaram-se porque os colonos não tinham mulheres a


sua disposição, e a divisão da sociedade em senhores e escravos era a causa principal que
impulsionava o abuso dos negros por brancos. Freyre não nega que haviam castigos e abusos
entre a relação dos negros e brancos, porém ele adoça as circunstâncias vivida na escravidão,
quando diz que existia uma afetividade entre eles, onde o branco crescia com o filho da
escrava e por isso desenvolvia por ele grande afeto ou que a ama de leite era quase uma mãe
do senhorzinho. A partir daí pode-se observar que a cultura africana adentrou na casa-grande,
mas que não mudou a posição do escravo.

Muitas foram às influências dos negros para o desenvolvimento do Brasil, as técnicas


agrícolas, culinária, mandingas, feitiçarias, linguagem, cantigas e histórias. O negro tinha um
amolecimento no seu modo de ser, de falar, a linguagem africana teve um peso significativo
nas crianças brancas principalmente através das amas e escravas domésticas. Tanto foi essa
influencia que os padres educadores da época condenava a fala da negrada, a todo tempo
esses contatos eram combatido para que não houvesse contaminações entre essas raças,
contudo a dificuldade de separá-las permanecia difícil, pois o Brasil já estava miscigenado.
Algumas figuras que compôs a casa-grande foi à ama de leite nos tempos patriarcais, que
criava os meninos dando de mamar, que ensinava o português errado, o filho do negro que era
companheiro de brincadeiras do senhorzinho, o negro velho contador de histórias, a mucama,
a cozinheira, todos eles influenciaram no modo de viver do branco.

O período da casa-grande tinha como formação e base familiar o patriarcalismo, onde o


pai da família tinha direito de vida e morte sobre os restantes membros, por isso que os filhos,
mulheres, amas e escravos estavam abaixo na hierarquia de direitos. Assim a mulher mesmo
branca era tratada com desdém pelos senhores, as meninas eram dadas a casamentos muito
antes mesmo de se tornarem mulheres, entre treze e quinze anos se uniam a homens de todas
as idades, bem mais velhos normalmente, esse desprezo a figura feminina como igual
consequentemente contribuía para o fortalecimento do homem branco dominador, além das
mulheres gerarem filhos muito cedo, as vezes vindo a morrer no parto, e perderem sua
aparente mocidade antes mesmo dos vinte anos.

É notório através da obra de Freyre identificar tamanha desigualdade na sociedade até a


data da publicação de Casa-Grande, entre os próprios negros considerados inferiores ou
superiores de acordo com a cor da pele ou região, entre as três raças, escravos e senhores de
engenhos, e até mesmo entre os senhores e sua família.

Referência

FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala: formação da família brasileira sob regime da
economia patriarcal. 51ª ed. São Paulo: Global, 2006.

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