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BIOSFERA E ECOSSISTEMAS
Cerca de 1 milhão de anos após ter se formado, a Terra era rochosa e quente, com alguma água acumulada na superfície.
Sua atmosfera era provavelmente constituída por metano, amônia, gás hidrogênio e vapor d'água, entre outros compostos. À medida
que o planeta foi se esfriando, acumulou-se água nas depressões da crosta, e assim se originaram os primeiros lagos e mares da
Terra .Com o aparecimento dos seres vivos, uma nova camada passou a fazer parte da constituição da Terra: além da litosfera
(constituída pelas rochas e pelo solo), da hidrosfera (constituída pelas águas) e da atmosfera (constituída pelo ar), passou a existir a
biosfera, representada pelos seres vivos e pelo ambiente em que vivem.
O conceito de biosfera
Biosfera, em sua definição mais simples, é o conjunto de regiões da Terra onde existe vida. O termo "biosfera" foi introduzido
em 1875 pelo geólogo austríaco Eduard Suess (1831-1914), durante uma discussão sobre os vários envoltórios da Terra. Em 1926 e
1929, o mineralogista russo Vladimir Vernandsky (1863-1945) consagrou definitivamente o termo, utilizando-o em duas conferências
de sucesso. Embora a palavra "biosfera" nos leve a pensar em uma camada contínua de regiões propícias à vida em torno da Terra,
isso não é exatamente verdade. A espessura da biosfera é um tanto irregular, devido ao fato de haver locais onde a vida é escassa ou
mesmo inexistente. Por exemplo, em mares, lagos, florestas, pântanos e campos ,a vida é abundante e variada. Há, porém, áreas tão
secas ou tão frias que dificultam, ou até impedem, o desenvolvimento da maioria dos seres vivos. É o caso das regiões quentes e
desertas localizadas na faixa equatorial e das regiões geladas situadas junto aos pólos, onde poucas espécies conseguem viver. A
maioria dos seres terrestres vivem em regiões situadas até 5 mil metros acima do nível do mar. Entretanto, no Monte Everest, foi
encontrada uma aranha vivendo a quase 7 mil metros de altitude, e já se observou aves migradoras voando a 8,8 mil metros de
altitude. No mar, a maioria dos seres vivos habita a faixa que vai da superfície até 150 metros de profundidade, embora algumas
espécies de animais e de bactérias vivam a mais de 9 mil metros de profundidade .De acordo com essas considerações, a biosfera
teria espessura máxima de aproximadamente 17 ou 18 Km, formando uma película finíssima quando comparada aos 13.000 Km de
diâmetro da Terra. Se o planeta fosse comparado a uma laranja, a biosfera não passaria de um fino papel de seda sobre sua
superfície.
Biótopo
Para viver, a biocenose depende de fatores componentes físicos e químicos do ambiente. Em seu conjunto, esses
componentes formam o biótopo (do grego bios, vida, e topos, lugar), que significa "o local onde vive a biocenose". No exemplo da
floresta, o biótopo é a área que contém o solo (com seus minerais e água) e a atmosfera (com seus gases, umidade, temperatura,
grau de luminosidade etc.). Os fatores abióticos do biótopo afetam diretamente a biocenose, e também são por ela influenciados. O
desenvolvimento de uma floresta, por exemplo, modifica a umidade do ar e a temperatura de uma região.
Habitat
Habitat significa "o local onde vive determinada espécie". Tem sentido mais restrito de que biótopo, que se refere ao local
onde vive toda a biocenose. Se quisermos falar do local onde vivem as girafas, devemos usar o termo habitat. Mas se quisermos nos
referir ao local onde vive a biocenose da savana, falamos em biótopo.
Ecossistema
O conjunto vivo formado pela biocenose e pelo biótopo em interação é chamado ecossistema. Uma floresta, considerada
em sua totalidade, isto é, com seus fatores abióticos e comunidades de seres vivos em interação, constitui um ecossistema.
A destruição das Espécies e dos Ecossistemas Na Europa , 400 anos atrás, havia cerca de 9 milhões de quilometros
quadrados de florestas, hoje existem menos de 2 milhões. Do século XVII até hoje, foram exterminadas centenas de espécies de aves
e mamíferos e outras tantas estão ameaçadas de extinção. Também alguns Ecossistemas são destruídos e ameaçados, juntamente
com as especies de animais que vivem neles. Exemplo disso, é a eliminação sistemática dos pântanos nas regiões temperadas. Isso
é um erro, porque os pântanos funcionam como esponjas, regulando os níveis dos lençois de água subterrânea : alimentam esses
lençois no verão e recolhem a água nas estações chuvosas, evitando inundações. Outros Ecossistemas que correm grave risco são
as florestas tropicais. Elas são destruídas para dar lugar a lavouras, estradas, instalações industriais, e, para extração de madeira.
Com o desmatamento, elimina-se a cobertura vegetal que protege o solo da erosão provocada pelas águas correntes e isso facilita as
inundações. O desmatamento de grandes extensões provoca mudanças no clima, que se torna mais árido. A ECOLOGIA nos ensina
1
que que a manutenção das espécies e dos Ecossistemas, é um dos aspectos mais importantes da conservação da natureza.
Pântanos e florestas, e também todos os outros ecossistemas devem ser respeitados, porque constituem um elemento fundamental
do grandioso mecanismo da vida na natureza. Exemplos de Ecossitemas No fundo do mar : Mesmo onde a água é muito rasa, o
fundo do mar abriga uma grande variedade de animais que, em sua maioria, vivem fixados às pedras ou se deslocam muito
lentamente. Os mais típicos e numerosos habitantes do fundo, pertencem ao grupo dos Equinodermos( do grego, pele espinhosa),
entre eles estão o ouriço-do-mar, as estrelas do mar e os Holuturióides, também chamados de pepino-do -mar. Num costão rochoso :
Nesse ambiente agitado, só conseguem viver animais capazes de permanecer firmemente aderidos às rochas, senão seriam varridos
pelas ondas. Nesse ambiente vivem também outros animais, como cracas, crustáceos fixos de aparência curiosa e pequenos
caranguejos que se movimentam agilmente entre as irregularidades das rochas. Debaixo das pedras : Levantando-se uma pedra, no
campo, em qualquer jardim, é quase certo que encontraremos numerosos animaizinhos, geralmente tatuzinho, lacraias, centopéias,
besouro, carrapatos. Em uma fonte : Qualquer fonte de jardim, pode constituir um pequeno ambiente muito rico em formas de vida.
Nos tanques, se a água estiver limpa, pode-se observar no fundo, uma espécie de algodão verde, formado por muitos filamentos, são
as algas verdes. Nos parques e jardins : localizados no interior das cidades, estes parques e jardins são tranquilas ilhas de vegetação,
abrigando uma fauna muito rica em pardais, sabiás, pombas, esquilos, serelepes e uma infinidade de outras aves e animais. Mas
nestes parques, os animais são tratados e alimentados pelo homem, o que já não acontece na periferia urbana, sobretudo nos
campos e terrenos baldios, colonizados por uma flora muito especial. Aí, sem a interferência humana, criou-se um habitat natural para
uma enorme quantidade de pequenos animais. "Mesmo entre prédios, ruas, carros, enfim, no ambiente artificial de uma cidade, os
animais e plantas são capazes de invadir e até de conquistar pequenos ambientes, onde sobrevivem e se reproduzem". A Destruição
dos Recursos Naturais ************************* Água, madeira, solo, plantas, minerais, são recursos que existem na Terra, para
melhorar a vida do Homem. Mas tem havido um exagero nesse aproveitamento e, como as riquezas na Terra não são inesgotáveis,
está havendo uma devastação generalizada desses recursos. A prática da monocultura, torna as terras improdutivas, que logo são
abandonadas. A destruição da cobertura vegetal protetora, os cultivos errados, o excesso de pastagens, acabam com a vegetação. A
erosão, que provoca uma desertificação, a aridez, enfim, tudo isso torna os ambientes inabitáveis. DESERTIFICAÇÃO Desertificação
é o empobrecimento dos ecossistemas áridos, semi-áridos e subúmidos em virtude de atividades humanas predatórias e, em menor
grau, de mudanças naturais. Atualmente, 34% (49.384.500 km²) das terras emersas do planeta são propensas à desertificação. As
áreas mais afetadas são o oeste da América do Sul, o Nordeste do Brasil, o norte e o sul da África, o Oriente Médio, a Ásia Central, a
Austrália e o sudoeste dos Estados Unidos. Desde a primeira Conferência Mundial sobre Desertificação, no Quênia, em 1977, os
cientistas têm mostrado que o aumento das regiões áridas do mundo não decorre somente da progressão natural dos desertos , em
geral resultado de alterações climáticas e fenômenos tectônicos ao longo de milhares de anos. Esse alastramento vem sendo
provocado principalmente pelo homem, por meio do desmatamento de extensas áreas de floresta; da agropecuária predatória, que
emprega técnicas inadequadas de cultivo e pastoreio; e de alguns tipos de mineração, como a extração dos cristais de rocha, que
removem a camada superficial do solo. Essas atividades levam à diminuição da cobertura vegetal, ao surgimento de dunas, ao
esgotamento dos solos, à perda de água do subsolo, à erosão e ao assoreamento dos rios e lagos. E o problema é agravado pelo
efeito estufa , pela chuva ácida e pelo buraco na camada de ozônio. Quando o solo se desertifica, as populações buscam outras
terras, onde repetem os mesmos erros cometidos anteriormente. Com isso criam novas áreas desertificadas, num ciclo contínuo. A
conseqüência é a migração, que acaba formando cinturões de pobreza ao redor dos centros urbanos. Segundo a Organização das
Nações Unidas (ONU), existem atualmente 500 milhões de refugiados ecológicos em todo o mundo, número que deve dobrar até o
final da década. Esses refugiados foram obrigados a abandonar suas terras devido à degradação ambiental. A desertificação, a longo
prazo, poderá causar uma diminuição drástica das terras férteis, o que, aliado ao aumento da demanda por alimentos, pode levar a
um aumento da fome no mundo. Para evitar que isso ocorra, é necessário conter o avanço dos desertos com medidas como o
reflorestamento, o controle do movimento das dunas e a rotação de culturas. É possível também controlar a erosão com o plantio em
terraços e curvas de nível nos terrenos inclinados e o cultivo direto sobre os restos da cultura anterior, evitando a exposição do solo ao
sol, à chuva e ao vento. Aquecimento Global """""""" Na medida em que o gelo derrete das calotas polares, o nível do mar se eleva,
provocando a inundação de terras mais baixas e, talvez, a submersão de países inteiros no Oceano Pacífico. O derretimento das
geleiras das montanhas poderá provocar avalanches, erosão dos solos e mudanças no fluxo dos rios, aumentando o risco de
enchentes. Alterações bruscas na composição da Atmosfera poderão desencadear mudanças dramáticas no clima. Furacões,
tormentas e enchentes, de um lado, secas graves, de outro, poderão se tornar mais frequentes. Tudo isso vai repercutir
negativamente na produção dos alimentos, levando à extinção de várias espécies. Se a temperatura do planeta aumenta, aumentam
também as ocorrências de epidemias, a proliferação de bactérias e outros organismos prejudiciais à saúde humana.
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Climas Controlados por Massas de Ar Equatoriais e Tropicais
Subtropical Úmido (Costas orientais e subtropicais, com predomínio da Massa Tropical Marítima)
Fonte: Atlas Geográfico Escolar - Maria Elena Simielli/Mário De Biasi
O Brasil, pelas suas dimensões continentais, possui uma diversificação climática bem ampla, influenciada pela sua
configuração geográfica, sua significativa extensão costeira, seu relevo e a dinâmica das massas de ar sobre seu território. Esse
último fator assume grande importância, pois atua diretamente sobre as temperaturas e os índices pluviométricos nas diferentes
regiões do país.
Em especial, as massas de ar que interferem mais diretamente no Brasil, segundo o Anuário Estatístico do Brasil, do IBGE,
são a Equatorial, tanto Continental como Atlântica; a Tropical, também Continental e Atlântica; e a Polar Atlântica, proporcionando as
diferenciações climáticas.
Nessa direção, são verificados no país desde climas superúmidos quentes, provenientes das massas Equatoriais, como é o
caso de grande parte da região Amazônica, até climas semi-áridos muito fortes, próprios do sertão nordestino.O clima de uma dada
região é condicionado por diversos fatores, dentre eles pode-se citar temperatura, chuvas, umidade do ar, ventos e pressão
atmosférica, os quais, por sua vez, são condicionados por fatores como altitude, latitude, condições de relevo, vegetação e
continentalidade.
De acordo com a classificação climática de Arthur Strahler, predominam no Brasil cinco grandes climas, a saber:
clima equatorial úmido da convergência dos alísios, que engloba a Amazônia;
clima tropical alternadamente úmido e seco, englobando grande parte da área central do país e litoral do meio-norte;
clima tropical tendendo a ser seco pela irregularidade da ação das massas de ar, englobando o sertão nordestino e vale
médio do rio São Francisco; e
clima litorâneo úmido exposto às massas tropicais marítimas, englobando estreita faixa do litoral leste e nordeste;
clima subtropical úmido das costas orientais e subtropicais, dominado largamente por massa tropical marítima, englobando a
Região Sul do Brasil.
Quanto aos aspectos térmicos também ocorrem grandes variações. Como pode ser observado no mapa das médias anuais
de temperatura a seguir, a Região Norte e parte do interior da Região Nordeste apresentam temperaturas médias anuais superiores a
25oC, enquanto na Região Sul do país e parte da Sudeste as temperaturas médias anuais ficam abaixo de 20oC.
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Acima de
25ºC
Entre
20ºC e 25ºC
Abaixo de
20ºC
De acordo com dados da FIBGE, temperaturas máximas absolutas, acima de 40oC, são observadas em terras baixas
interioranas da Região Nordeste; nas depressões, vales e baixadas do Sudeste; no Pantanal e áreas rebaixadas do Centro-Oeste; e
nas depressões centrais e no vale do rio Uruguai, na Região Sul. Já as temperaturas mínimas absolutas, com freqüentes valores
negativos, são observadas nos cumes serranos do sudeste e em grande parte da Região Sul, onde são acompanhadas de geadas e
neve.
O quadro a seguir apresenta as temperaturas do ar, máximas e mínimas absolutas, das capitais estaduais brasileiras.
Região Norte
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A região Norte do Brasil compreende grande parte da denominada região Amazônica, representando a maior extensão de
floresta quente e úmida do planeta. A região é cortada, de um extremo a outro, pelo Equador e caracteriza-se por baixas altitudes (0 a
200 m). São quatro os principais sistemas de circulação atmosférica que atuam na região, a saber: sistema de ventos de Nordeste
(NE) a Leste (E) dos anticiclones subtropicais do Atlântico Sul e dos Açores, geralmente acompanhados de tempo estável; sistema de
ventos de Oeste (O) da massa equatorial continental (mEc); sistema de ventos de Norte (N) da Convergência Intertropical (CIT); e
sistema de ventos de Sul (S) do anticiclone Polar. Estes três últimos sistemas são responsáveis por instabilidade e chuvas na área.
Quanto ao regime térmico, o clima é quente, com temperaturas médias anuais variando entre 24o e 26oC.
Com relação à pluviosidade não há uma homogeneidade espacial como acontece com a temperatura. Na foz do rio
Amazonas, no litoral do Pará e no setor ocidental da região, o total pluviométrico anual, em geral, excede a 3.000 mm. Na direção NO-
SE, de Roraima a leste do Pará, tem-se o corredor menos chuvoso, com totais anuais da ordem de 1.500 a 1.700 mm.
O período chuvoso da região ocorre nos meses de verão - outono, a exceção de Roraima e da parte norte do Amazonas,
onde o máximo pluviométrico se dá no inverno, por influência do regime do hemisfério Norte.
Região Nordeste
A caracterização climática da região Nordeste é um pouco complexa, sendo que os quatro sistemas de circulação que
influenciam na mesma são denominados Sistemas de Correntes Perturbadas de Sul, Norte, Leste e Oeste.
O proveniente do Sul, representado pelas frentes polares que alcançam a região na primavera - verão nas áreas litorâneas
até o sul da Bahia, traz chuvas frontais e pós-frontais, sendo que no inverno atingem até o litoral de Pernambuco, enquanto o sertão
permanece sob ação da alta tropical.
O sistema de correntes perturbadas de Norte, representadas pela CIT, provoca chuvas do verão ao outono até Pernambuco,
nas imediações do Raso da Catarina. Por outro lado, as correntes de Leste são mais freqüentes no inverno e normalmente provocam
chuvas abundantes no litoral, raramente alcançando as escarpas do Planalto da Borborema (800 m) e da Chapada Diamantina (1.200
m).
Por fim, o sistema de correntes de Oeste, trazidas pelas linhas de Instabilidade Tropical (IT), ocorrem desde o final da
primavera até o início do outono, raramente alcançando os estados do Piauí e Maranhão.
Em relação ao regime térmico, suas temperaturas são elevadas, com médias anuais entre 20o e 28oC, tendo sido observado
máximas em torno de 40oC no sul do Maranhão e Piauí. Os meses de inverno, principalmente junho e julho, apresentam mínimas
entre 12o e 16oC no litoral, e inferiores nos planaltos, tendo sido verificado 1oC na Chapada da Diamantina após a passagem de uma
frente polar.
A pluviosidade na região é complexa e fonte de preocupação, sendo que seus totais anuais variam de 2.000 mm até valores
inferiores a 500 mm no Raso da Catarina, entre Bahia e Pernambuco, e na depressão de Patos na Paraíba. De forma geral, a
precipitação média anual na região nordeste é inferior a 1.000 mm, sendo que em Cabaceiras, interior da Paraíba, foi registrado o
menor índice pluviométrico anual já observado no Brasil, 278 mm/ano. Além disso, no sertão desta região, o período chuvoso é,
normalmente, de apenas dois meses no ano, podendo, em alguns anos até não existir, ocasionando as denominadas secas regionais.
Região Sudeste
A posição latitudinal cortada pelo Trópico de Capricórnio, sua topografia bastante acidentada e a influência dos sistemas de
circulação perturbada são fatores que conduzem à climatologia da região Sudeste ser bastante diversificada em relação à
temperatura.
A temperatura média anual situa-se entre 20oC, no limite de São Paulo e Paraná, e 24oC, ao norte de Minas Gerais, enquanto
nas áreas mais elevadas das serras do Espinhaço, Mantiqueira e do Mar, a média pode ser inferior a 18oC, devido ao efeito conjugado
da latitude com a freqüência das correntes polares.
No verão, principalmente no mês de janeiro, são comuns médias das máximas de 30 oC a 32oC nos vales dos rios São
Francisco e Jequitinhonha, na Zona da Mata de Minas Gerais, na baixada litorânea e a oeste do estado de São Paulo.
No inverno, a média das temperaturas mínimas varia de 6 oC a 20oC, com mínimas absolutas de -4o a 8oC, sendo que as
temperaturas mais baixas são registradas nas áreas mais elevadas. Vastas extensões de Minas Gerais e São Paulo registram
ocorrências de geadas, após a passagem das frentes polares.
Com relação ao regime de chuvas, são duas as áreas com maiores precipitações: uma, acompanhando o litoral e a serra do
Mar, onde as chuvas são trazidas pelas correntes de sul; e outra, do oeste de Minas Gerais ao Município do Rio de Janeiro, em que
as chuvas são trazidas pelo sistema de Oeste. A altura anual da precipitação nestas áreas é superior a 1.500 mm. Na serra da
Mantiqueira estes índices ultrapassam 1.750 mm, e no alto do Itatiaia, 2.340 mm.
Na serra do Mar, em São Paulo, chove em média mais de 3.600 mm. Próximo de Paranapiacaba e Itapanhaú, foi registrado o
máximo de chuva do país (4.457,8 mm, em um ano). Nos vales dos rios Jequitinhonha e Doce são registrados os menores índices
pluviométricos anuais, em torno de 900 mm.
O máximo pluviométrico da região Sudeste normalmente ocorre em janeiro e o mínimo em julho, enquanto o período seco,
normalmente centralizado no inverno, possui uma duração desde seis meses, no caso do vale dos rios Jequitinhonha e São
Francisco, até cerca de dois meses nas serras do Mar e da Mantiqueira.
Região Sul
A região Sul está localizada abaixo do Trópico de Capricórnio, em uma zona temperada, É influenciada pelo sistema de
circulação perturbada de Sul, responsável pelas chuvas, principalmente no verão, e pelo sistema de circulação perturbada de Oeste,
que acarreta chuvas e trovoadas, por vezes granizo, com ventos com rajadas de 60 a 90 km/h.
Quanto ao regime térmico, o inverno é frio e o verão é quente. A temperatura média anual situa-se entre 14 o e 22oC, sendo
que nos locais com altitudes acima de 1.100 m, cai para aproximadamente 10oC.
No verão, principalmente em janeiro, nos vales dos rios Paranapanema, Paraná, Ibicuí-Jacuí, a temperatura média é superior
a 24oC, e do rio Uruguai ultrapassa a 26oC. A média das máximas mantém-se em torno de 24o a 27oC nas superfícies mais elevadas
do planalto e, nas áreas mais baixas, entre 30o e 32oC.
No inverno, principalmente em julho, a temperatura média se mantém relativamente baixa, oscilando entre 10 o e 15oC, com
exceção dos vales dos rios Paranapanema e Paraná, além do litoral do Paraná e Santa Catarina, onde as médias são de
aproximadamente 15o a 18oC. A média das máximas também é baixa, em torno de 20 o a 24oC, nos grandes vales e no litoral, e 16 o a
20oC no planalto. A média das mínimas varia de 6o a 12oC, sendo comum o termômetro atingir temperaturas próximas de 0oC, ou
mesmo alcançar índices negativos, acompanhados de geada e neve, quando da invasão das massas polares.
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A pluviosidade média anual oscila entre 1.250 e 2.000 mm, exceto no litoral do Paraná e oeste de Santa Catarina, onde os
valores são superiores a 2.000 mm, e no norte do Paraná e pequena área litorânea de Santa Catarina, com valores inferiores a 1.250
mm. O máximo pluviométrico acontece no inverno e o mínimo no verão em quase toda a região.
Região Centro-Oeste
Três sistemas de circulação interferem na região Centro-Oeste: sistema de correntes perturbadas de Oeste, representado por
tempo instável no verão; sistema de correntes perturbadas de Norte, representado pela CIT, que provoca chuvas no verão, outono e
inverno no norte da região; e sistema de correntes perturbadas de Sul, representado pelas frentes polares, invadindo a região no
inverno com grande freqüência, provocando chuvas de um a três dias de duração.
Nos extremos norte e sul da região, a temperatura média anual é de 22 oC e nas chapadas varia de 20 o a 22oC. Na primavera-
verão, são comuns temperaturas elevadas, quando a média do mês mais quente varia de 24 o a 26oC. A média das máximas de
setembro (mês mais quente) oscila entre 30o e 36oC.
O inverno é uma estação amena, embora ocorram com freqüência temperaturas baixas, em razão da invasão polar, que
provoca as friagens, muito comuns nesta época do ano. A temperatura média do mês mais frio oscila entre 15 o e 24oC, e a média das
mínimas, de 8o a 18oC, não sendo rara a ocorrência de mínimas absolutas negativas.
A caracterização da pluviosidade da região se deve quase que exclusivamente ao sistema de circulação atmosférica. A
pluviosidade média anual varia de 2.000 a 3.000 mm ao norte de Mato Grosso a 1.250 mm no Pantanal mato-grossense.
Apesar dessa desigualdade, a região é bem provida de chuvas. Sua sazonalidade é tipicamente tropical, com máxima no
verão e mínima no inverno. Mais de 70% do total de chuvas acumuladas durante o ano se precipitam de novembro a março. O inverno
é excessivamente seco, pois as chuvas são muito raras.
MERCADO DE TRABALHO
Até pouco tempo, as relações de trabalho eram caracterizadas por meio de contratos formais realizados entre ‘patrões’ e
‘empregados’, que normalmente se colocavam em pólos opostos (com interesses divergentes, quando não antagônicos): os sindicatos
tendiam a ser fortes e a defender os interesses dos seus associados. Quanto mais tempo o trabalhador ficasse em uma empresa,
maiores eram suas chances de ‘fazer carreira’ e menor a possibilidade de ser rompido o vínculo trabalhista. O perfil do trabalhador
médio era constituído por indivíduos do sexo masculino, de baixa escolaridade, formado ‘no chão de fábrica’, que trabalhava nas
indústrias, diretamente nas linhas de produção.
Hoje a situação é bem diferente. O trabalhador da indústria já não é mais dominante, está mais escolarizado, compete com
as trabalhadoras pelas vagas no mercado de trabalho, não tem a garantia do emprego para toda a vida, interessa-se menos pela
associação junto aos sindicatos tradicionais, está submetido a pressões crescentes para aumentar sua produtividade, corre mais
riscos de se ver desempregado, tem maior possibilidade de negociar seus rendimentos em função do valor que agrega à produção.
Em outras palavras, as noções de trabalho/emprego/segurança social, tratadas quase como sinônimas, mudaram com o
passar do tempo, em interação com a evolução da sociedade e das condições da produção. Assim como mudaram as realidades que
se escondem por trás dessas noções.
Vários são os fatores que, conjuntamente e em interação, contribuíram para a construção desta nova realidade do trabalho.
Entre eles a globalização econômica e a disseminação das inovações tecnológicas e organizacionais; as transformações no papel dos
estados; a disseminação do individualismo como valor nas sociedades contemporâneas; e o crescimento da participação feminina no
mercado de trabalho.
O impacto desses fatores, por sua vez, pode ser percebido na nova configuração do mercado de trabalho, com o aumento do
nível de desemprego, o crescimento da informalização nas relações trabalhistas, o deslocamento setorial do emprego, e a
transformação nos requisitos funcionais, com a exigência de novas habilidades e competências, bem como da polivalência funcional.
Nas empresas observa-se, ainda, o recurso ao desenvolvimento e manutenção de um núcleo sólido de trabalhadores,
altamente capacitados e qualificados, que auferem maiores benefícios e salários e com os quais as relações tendem a ser mais
estáveis; segue-se um estrato de trabalhadores ‘mais flexíveis’, em boa parte terceirizáveis, com relações mais precárias e com
menos garantias trabalhistas, acompanhado ainda de trabalhadores satélites, de baixa qualificação, facilmente substituíveis.
Mas a nova dinâmica do trabalho também atinge a estruturação micro da vida cotidiana e coloca em discussão determinadas
categorias de organização social, tais como a separação clássica do tempo de trabalho x tempo livre, que graças aos
desenvolvimentos das tecnologias de informação e comunicação, tornam-se cada vez mais imbricados, e repercute também na leitura
e compreensão das fases humanas de juventude, idade adulta e velhice.1
A seguir serão abordados quatro aspectos centrais relativos a essas transformações bem como as perspectivas futuras do
seu desenvolvimento, quais sejam: a mulher no mercado de trabalho; as transformações no conteúdo do trabalho e nas formas de
emprego; o trabalhador dos serviços e a nova economia e, por último, o trabalhador industrial e a fábrica do futuro.
A Mulher no Mercado de Trabalho
Nas últimas décadas, as mulheres invadiram o mercado de trabalho. No Brasil, a participação feminina aumentou
expressivamente: em 1999 representavam 41,4% da PEA contra 31,7% em 1979.2 Esse ingresso veio associado a transformações
nas relações familiares e conjugais (como exemplo, o número de famílias chefiadas por mulheres encontra-se em constante
crescimento – em 1989 representavam 20,1%, em 1999 chegou a 26%).3 Esses avanços, no entanto, encobrem obstáculos
importantes a serem superados no século XXI.
O Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) elaborou dois índices para mensurar o avanço feminino na
sociedade e no espaço de trabalho: o ‘índice de desenvolvimento relacionado ao gênero (GDI)’ e o ‘índice de poder (empowerment -
EM) de gênero.4 No primeiro índice, o Brasil ocupa a 66ª posição, bem atrás da Argentina (35), Uruguai (37) e México (50) e até de
países islâmicos como a Malásia (57) e a Líbia (65). No índice EM, o Brasil não se posiciona melhor (dados de 1998).
Em outras palavras, as mulheres representam mais de 40% da força de trabalho no país. Porém, esta inserção ainda é
preponderante nas ocupações e ofícios que guardam correlação direta com as funções que elas desempenham no espaço doméstico,
tendo menor status social e demandando menor qualificação formal; conseqüentemente auferindo menor renda (ver Tabela 1).5
E, apesar de estudarem por um período mais longo, obtendo no setor industrial, por exemplo, um ano a mais de escolaridade
do que os homens, o diferencial de remuneração persiste elevado: em São Paulo, por exemplo, as mulheres recebem, por hora, 76%
do rendimento obtido pelos homens e o desemprego feminino fica sempre acima do masculino. E quanto maior a escolaridade, maior
a diferença salarial entre homens e mulheres na mesma ocupação. Esse padrão se repete em muitos países.6 Mas, para mulheres
brancas, esta diferença em relação aos homens está caindo. Projeções indicam que daqui a 30 anos não haverá mais discriminação
salarial contra elas.
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As barreiras, visíveis e invisíveis, que mantêm as mulheres fora dos cargos mais qualificados e mais bem remunerados são
inúmeras: a feminização de determinadas profissões e sua subseqüente desvalorização, resistências sociais, a maternidade e a
desigualdade na divisão das tarefas domésticas, a falta de massa crítica de mulheres nas organizações, etc.
Mas as mulheres reivindicam, cada vez mais, os seus direitos e conforme apontado em pesquisa da Harvard Business
Review as empresas estão mudando as suas estratégias de forma a recrutar e reter mulheres qualificadas.7 Algumas das mudanças
implementadas:
- diálogo extenso sobre as mudanças necessárias na cultura organizacional (workshops e reuniões dirigidas);
- implementação de políticas para equiparar salários e oportunidades;
- designação de responsáveis pela implementação de mudanças;
- avaliação (quantitativamente e qualitativamente) de progressos em áreas específicas.
Como ocorre na grande maioria dos processos de mudança organizacional, a liderança e as iniciativas específicas partem da
alta hierarquia da empresa e são depois difundidas por todo o corpo empresarial. A briga que as mulheres precisarão enfrentar para
conseguir uma maior igualdade envolve poder. E será travada cada vez mais em todas as esferas: políticas, dentro de casa e na
empresa.
As principais tendências associadas ao avanço das mulheres no mercado de trabalho são:
- penetração maior de mulheres em ocupações antes restritas aos homens (na indústria, por exemplo, as mulheres avançam
em profissões como soldadores e operadores de máquinas);
- maternidade adiada e menor número de filhos;
- aumento do padrão de consumo familiar e do investimento em educação;
- crescente reivindicação por igualdade cívica e política.
As Transformações no Conteúdo do Trabalho e nas Formas de Emprego
A adoção de novos modelos produtivos baseados nos princípios da produção enxuta (lean production), associada à difusão
das novas tecnologias nos processos produtivos propiciou, por um lado, o aumento da produtividade no trabalho e, por outro, uma
intensa substituição do trabalho vivo por trabalho acumulado nos sistemas e equipamentos. Ocasionou também um forte
deslocamento setorial do trabalho e do emprego, resultando no desaparecimento de postos de trabalho na indústria, ao mesmo tempo
em que criou novas oportunidades ocupacionais, sobretudo no setor terciário.
Seus impactos são sentidos, principalmente, nas transformações que se colocam ao conteúdo do trabalho e no uso das
qualificações e nas formas de emprego.
Em relação ao conteúdo do trabalho, para aqueles trabalhadores que logram manter-se ativos no mercado, espera-se cada
vez menos que seu desempenho profissional paute-se pelo cumprimento de tarefas prescritas (tal como ocorria nas organizações
tayloristas). Ao contrário, sua performance passa a ser associada ao cumprimento de ‘missões’, cujo componente de avaliação, em
última instância, consiste na capacidade de produzir mais, em menos tempo, maximizando os recursos. Traduzindo, há um incentivo
crescente para que os trabalhadores passem a intervir no processo, corrigindo erros, resolvendo problemas que se apresentam,
negociando junto a colegas, superiores, fornecedores e clientes.
Para tanto, o perfil desse novo trabalhador passa a exigir novas habilidades, até então relegadas a segundo plano e até
mesmo negadas nas relações de trabalho anteriores. Acresce que, a esses papéis, soma-se ainda a necessidade de lidar com as
tecnologias de informação e de comunicação (presentes nos novos equipamentos e instrumentos) que demandam o domínio de
códigos abstratos e novas linguagens.
Outras competências, como raciocínio lógico-abstrato, habilidades sociocomunicativas, responsabilidade, disposição para
correr riscos e espírito de liderança, passaram a ser demandadas. A destreza em outras línguas (como inglês) e linguagens (como
informática) estão se tornando pré-requisito para o ingresso e manutenção em um mercado de trabalho estruturado. Disposição para
‘aprender a aprender’ em temporalidade contínua, ao longo da vida, também passou a fazer parte do portfólio mínimo para a
empregabilidade.
O exercício destas novas competências tem resultado, também, numa crescente individualização das relações de trabalho,
nas quais cada profissional passa a ser remunerado pela quantidade de valor que agrega aos produtos e aos processos.9 Há, ainda,
um forte apelo à aprendizagem ‘para o resto da vida’, isso porque a lógica que rege as competências é, por princípio, calcada na
interminalidade, um constante vir-a-ser, na qual as capacidades humanas se constróem e reconstróem a cada dia em confronto com
situações-problema concretas apresentadas pela realidade do trabalho. Deste modo, a finitude da educação é substituída pela
educação permanente como estratégia de atualização e aquisição dos novos conhecimentos e atributos.
Já em relação às formas de emprego, como resultante da reestruturação e do crescimento das práticas de terceirização,
observa-se o declínio do emprego formal e a ampliação dos contratos ‘atípicos’ (por tempo determinado, por prestação de serviços,
estágios, etc) e da informalidade.
A nova dinâmica do mercado de trabalho nos modelos produtivos que se pautam pela acumulação flexível apresenta-se
cristalizada em diferentes estratos:
- no centro, haveria um grupo composto por empregados ‘em tempo integral’, qualificados, essenciais para o futuro de longo
prazo das organizações, e sob os quais a flexibilidade dar-se-á a partir do apelo à multifuncionalidade (e à mobilidade geográfica).
Gozariam de maior segurança no emprego, boas perspectivas de promoção e reciclagem, aposentadoria e outros benefícios.
- ao redor destes haveria dois grupos distintos, formando a ‘periferia’:
o primeiro, composto por trabalhadores de tempo integral mas com competências fartamente disponíveis no mercado, estaria
sujeito a uma flexibilidade numérica, ou seja, uma maior rotatividade, menos segurança e menos oportunidade de carreira.
- o segundo grupo ofereceria possibilidades de flexibilidade numérica ainda maior, e incluiria os empregados em tempo
parcial, trabalhadores temporários, casuais, etc.
O Trabalhador dos Serviços e a Nova Economia
A nova dinâmica do mercado de trabalho vem resultando em grandes deslocamentos setoriais. Para se ter uma idéia, na
década de 40, o setor de serviços concentrava apenas 20,5% dos empregos no país. Nos anos 90, esse número havia praticamente
triplicado, passando para 59,5%.13 A Tabela 2 ilustra os deslocamentos por setor econômico.
O dinamismo desse setor na criação de empregos no Brasil se explica por três razões principais:
- aumento de sua participação na economia;
- o fato de que o setor funciona como um amortecedor do desemprego gerado em outros ramos de atividade. Com a
demissão da mão-de-obra das indústrias, proliferam formas alternativas, informais, de gerar renda, como o pequeno comércio e
vendas;
- a crescente participação feminina na força de trabalho.
Os setores de serviços que mais tendem a crescer nos próximos anos são:
7
- Telecomunicações e Informática: neste setor, a tendência é o aumento da exigência quanto à qualificação formal da mão-
de-obra, perda de empregos em empresas de porte muito grande (mil empregados) e de crescimento do emprego nas categorias
micro, pequena e média empresas.
- Comércio: as três categorias do setor (comércio de veículos, motocicletas e combustíveis; atacadista e varejista)
empregaram em 1998 um total de 4,5 milhões de pessoas. A expansão deste setor é fortemente ligada à atividade econômica do país.
- Setor Financeiro: o setor apresentou recuperação em 2000 após ser fortemente atingido pela crise de 1999. Existe um
grande movimento de concentração no setor associado à internacionalização do setor financeiro. O potencial de emprego é grande já
que existem incentivos para a expansão do setor.
- Turismo: é um dos campos mais promissores para a geração de empregos e crescimento econômico do país. Em sua
ampla cadeia produtiva, o turismo repercute em 52 segmentos diferentes da economia e mantém cerca de 5 milhões de empregos,
formais e informais. A meta para o ano 2003 é aumentar para 6,5 milhões o fluxo de turistas internacionais e para 57 milhões o de
turistas nacionais.16
Na nova economia os sinais são promissores, mas ainda confusos. Em um cenário otimista, projeta-se um crescimento para
19,77 milhões de computadores no Brasil, com 15,38 milhões de usuários da Internet, em 2003. Em um cenário menos positivo, esses
números cairiam para 12,0 e 9,3 milhões respectivamente.
Nas cadeias produtivas, a disseminação da rede tem provocado alterações tanto na forma de organização dos processos
produtivos quanto na própria concepção de empresas e negócios. A expressão mais visível dessa mudança é a forte expansão das
empresas virtuais, ou pontocom, no final da década de 90.
Assistimos atualmente a um processo bastante turbulento de ajuste desse novo setor, com impactos negativos sobre o
emprego no curto-prazo. Mas, como assinala Malinvaud, os efeitos das novas tecnologias sobre o trabalho e a produtividade são de
lenta difusão, portanto os seus impactos positivos, já fortemente sentidos nos EUA, se propagam pelo restante do globo mais
lentamente.19 Assim, mesmo considerando as atuais turbulências, o crescimento da nova economia deverá ser mantido.
Para Castells, dois modelos distintos de ‘sociedade informacional’ parecem estar se configurando.
O primeiro, chamado de ‘modelo de economia de serviços’, representado pelos EUA, GB e Canadá, é caracterizado por uma
rápida eliminação do emprego industrial e pelo crescimento nos setores ligados à informação. Os serviços que mais se destacam são
aqueles voltados à administração do capital, em detrimento dos serviços ligados à produção. Paralelamente, expande-se o setor de
serviços sociais com aumento de empregos na área da assistência médica e, em menor grau, no setor educacional.
O segundo, chamado de ‘modelo de produção industrial’, é representado pelo Japão e, em menor grau, pela Alemanha.
Neste, o emprego industrial é reduzido de forma bastante gradual e ainda se mantém em patamares bastante elevados. Os serviços
relacionados à produção são mais importantes do que os serviços financeiros, o que não quer dizer que as atividades financeiras não
sejam relevantes, muito pelo contrário, mas a maior parte do crescimento em serviços ocorre para empresas e serviços sociais.
As diferentes expressões destes modelos, em cada um dos países analisados, dependem do seu posicionamento face à
economia global. Já a natureza da inserção de cada país nas relações globalizadas reflete as políticas governamentais adotadas e as
diversas estratégias empresariais, que podem ser muito cambiantes. O mercado de trabalho, por sua vez, reflete estes movimentos,
concentrando-se mais em um setor do que em outro. Tais concentrações não são ‘destinos inexoráveis’, mas, sim, produtos de
estratégias e escolhas que podem, dependendo do interesse dos agentes envolvidos, tomar rumos distintos.
O Trabalhador Industrial e a Fábrica do Futuro
Se o processo de reestruturação da indústria brasileira, iniciado em 1990 com a abertura externa, teve impactos negativos,
como a elevação do desemprego, teve também conseqüências positivas para a competitividade do país, incluindo a elevação das
competências dos trabalhadores industriais.
A taxa de alfabetização dos trabalhadores empregados na indústria supera os 95% em todas as regiões do Brasil (com
exceção da região Nordeste. Para as regiões Norte e Centro-Oeste, a taxa chega aos 100%), independentemente do sexo, da idade e
da faixa salarial, incluindo trabalhadores que recebem menos de três salários-mínimos. A exigência quanto ao nível de escolaridade
mais elevado atinge principalmente o trabalhador mais jovem: quanto mais jovem o trabalhador ingressando na indústria, maior a
probabilidade de ser alfabetizado (idade de 10 a 19 anos, alfabetização 99,4%).
O trabalhador da indústria brasileira tem uma qualidade de vida média. A maioria (59%) desfruta da vantagem de morar perto
do local de trabalho e de ter apenas um trabalho (98,2%).23 Em relação aos benefícios concedidos, o auxílio alimentação ocupa
posição de destaque (52,1%), seguido pelo auxílio transporte (51,8%) e saúde (35,4%). O auxílio educação ou creche é quase nulo,
apenas 3,4% recebem este benefício.
Por último, uma grande parte dos trabalhadores reside em domicílio próprio (73%), com luz elétrica (99,5%), água canalizada
(95,4%), coleta de lixo (93,6%) e bom acesso à água da rede geral (88,9%). O acesso à rede coletora de esgoto é, no entanto, mais
precário (66,6%) e extremamente precário no Norte (16,6%). Vale destacar que a residência do trabalhador é bem equipada no que se
refere a bens de consumo e eletro-eletrônicos: mais de 90% possui os seguintes bens: geladeira, televisão, fogão e rádio.
Para o futuro, as principais tendências são:
- deslocamento das atividades e da mão-de-obra da indústria para os serviços, especialmente para os serviços de apoio às
atividades industriais em função das terceirizações;
- declínio estável do emprego industrial tradicional;
- crescente interdependência da força de trabalho em escala global;
- movimento contínuo em direção à elevação do perfil de escolaridade do trabalhador.
Diante deste quadro, como será a fábrica do futuro? Imagina-se que, nesse campo, já está rompendo e, irá se romper cada
vez mais, com a idéia tradicional de fábrica. A arquitetura, que se redesenha, é apenas um reflexo de conceitos e de crenças
corporativas que devem marcar o terceiro século da industrialização.27
Os esforços na construção dessa nova visão de fábrica giram em torno de alguns grandes eixos:
- poder no chão da fábrica – funcionários de todos os níveis hierárquicos desempenham múltiplas tarefas;
- comunicação no centro – a informação deve fluir livremente pelo espaço de trabalho, essencial para a gestão do
conhecimento;
- desenvolvimento sustentável – o crescimento será apoiado em práticas ambientalmente corretas;
- obsessão pela qualidade;
- importância da logística;
- foco no cliente.
Finalmente, quanto à tecnologia, vale lembrar que a fabricação automatizada já contabiliza 45 anos de desenvolvimento, mas
está apenas começando a desabrochar. É possível vislumbrar a longo prazo a tecnologia de fabricação se transformando, pela
8
nanotecnologia, em uma máquina que pode fabricar objetos usando um átomo ou uma molécula de cada vez – tornando irrelevantes
as matérias-primas utilizadas. Logicamente, isto terá desdobramentos sobre os processos de trabalho e os trabalhadores.
Comentários Finais
Em se tratando do mundo do trabalho, nada indica que o processo de transformações iniciado tenha chegado à maturidade.
Muitos e surpreendentes eventos ainda virão, especialmente com os avanços da biotecnologia. Possivelmente, o processo de
desemprego, exclusão social e de pauperização que vem atingindo as sociedades tornar-se-á ainda mais agudo, criando uma cisão
maior entre os países do ‘norte’ e do ‘sul’.
Mas permanece a esperança de que os atores sociais, organizados em instituições políticas e civis, busquem soluções para
minimizar estes efeitos. O ano internacional do voluntariado traz, por um lado, a necessidade de abrir espaços de reflexão sobre ‘que
trabalho’ e ‘para quem’, mas também traz, por outro lado, a esperança de que os homens, no exercício de sua racionalidade,
encontrarão novas respostas para os problemas que criam. Afinal, deve haver sempre um momento em que uma porta se abre para
deixar entrar o futuro.
Notas
1 A compreensão que a sociedade contemporânea elaborou sobre as fases/gerações guarda estreita correlação com o
significado subjetivo do trabalho na vida. Como exemplo, a fase adulta era marcada pela inserção no mercado de trabalho, pela
conseqüente constituição de família, pela vinda dos filhos. Hoje encontramos diversos e diferentes arranjos. Outro exemplo no mesmo
campo temático refere-se à fase da velhice, com o alargamento da sobrevida e a manutenção da capacidade de trabalho pessoas de
mais de setenta anos continuam aptas para contribuírem com sua força produtiva, o que provoca a necessidade de reconceituar esse
estágio bem como sua relação com a atividade produtiva. Para aprofundar esta discussão ver: POCHMANN, Márcio. A batalha pelo
primeiro emprego. São Paulo: Publisher Brasil, 2000; BOURDIEU, Pierre. A juventude é apenas uma palavra. In: ____. Questões de
sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983; ARIÈS, Philipe. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Guanabara, 1981.
2 PESQUISA Nacional por Amostragem de Domicilio (PNAD), 1999. [on line] Rio de Janeiro: IBGE, 2000. Disponível:
http://www.ibge.gov.br.
3 Id. ibid.
4 UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAM. Human development report 2000. [on line] [capturado em 10.12.00]
Disponível: http://www.undp.org/hdr2000/. O primeiro índice considera a situação da mulher de acordo com os seguintes fatores:
expectativa de vida ao nascer; alfabetização, matrículas nos diversos níveis escolares e PIB per capita. O segundo examina a
participação feminina em termos de: cargos conquistados no Congresso, número de administradoras e gerentes no total de empresas;
trabalhadoras profissionais e técnicas e PIB per capita.
5 Cabe ainda assinalar que diversos estudos apontam que o ingresso das mulheres no mercado se dá em condições de
trabalho mais precárias, baseadas em contratos temporários e outras inserções ‘atípicas’, além de uma forte concentração no setor
informal da economia. Ver, por exemplo, LAVINAS, Lena; AMARAL, Marcelo R. do; BARROS, Flávio. Evolução do desemprego
feminino nas áreas metropolitanas. Rio de Janeiro: IPEA, 2000. (Texto para Discussão, 756)
6 Os dados internacionais foram obtidos em UNDP(2000) op. cit., e os dados nacionais em: FUNDAÇÃO SISTEMA
ESTADUAL DE ANÁLISE DE DADOS. Mulher & Trabalho: pesquisa do mercado de trabalho em 1999, Região Metropolitana de São
Paulo. São Paulo, agosto 1999. Ver também, CALLAMARD, Agnès. Dossiê mulheres: Pequim, 5 anos – avanços e obstáculos: um
balanço. Revista Eletrônica, Le Monde Diplomatique, v. 1, n. 4, 2000. Edição brasileira, Disponível: www.diplo.com.br
7 MCCRACKEN, Douglas. Winning the talent war for women, sometimes it takes a revolution. Harvard Business Review,
Boston, v. 78, n. 6, p. 159 – 167, nov./ dez., 2000.
8 O uso de inovações tecnológicas nos processos produtivos – novas máquinas, novas matérias-primas e insumos –
combinado com as inovações organizacionais - células de produção, just-in-time, círculos de controle de qualidade, etc – tem
provocado um forte aumento da produtividade ao mesmo tempo em que dispensa, em taxas crescentes, mão-de-obra tanto direta
(trabalhadores de produção) quanto indireta (chefias intermediárias, pessoal administrativo, supervisores, etc).
9 Cabe registrar os efeitos deste processo no enfraquecimento das instâncias ‘por excelência’ de representação dos
trabalhadores. Na medida em que as empresas passam a negociar individualmente as condições de trabalho e de remuneração, e
que passam a adotar estratégias para incentivar a participação de trabalhadores na resolução de problemas, os espaços ocupados
pelos sindicatos apresentam-se mais esvaziados.
10 RÉGNIER, Karla. Qualificações e competências: um estudo de caso no setor serviços. Rio de Janeiro, 1998. Tese
(Mestrado) - IFCS / UFRJ, 1998.
11 Mesmo com a leve melhoria no índice de crescimento do emprego formal que vem sendo apresentada desde 2000, a
informalidade no Brasil assume proporções gigantescas. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, quase 60% dos
brasileiros ocupados não possuem vínculo com esse instituto. São quase 40 milhões de pessoas: 14 milhões trabalham por conta
própria; outros 14 milhões são empregados não registrados; 6 milhões não têm remuneração; 3,8 milhões são empregados
domésticos; e mais de 1 milhão, empregadores. (PASTORE, José. Como reduzir a informalidade. Revista do Ministério do Trabalho,
18 out. 2000. [on line] Disponível: www.josepastore.com.br/artigos/relacoestrabalhistas/127.htm). Sob a talha da informalização
escondem-se diferentes trajetórias profissionais: há tanto aquelas que expressam uma escolha pessoal, um modo de ser e padrão de
consumo, mais presente entre os profissionais liberais, quanto aquelas que expressam o seu oposto, ou seja, a falta de escolha, a
impossibilidade de estar presente no mercado formalizado. Muitos analistas associam o crescimento da informalização como
resultante da inadequação das atuais legislações do trabalho face às transformações ocorridas (para aprofundar esta perspectiva, ver
PASTORE, José. O desemprego tem cura? Rio de Janeiro: Makron Books, 1998) outros ainda apontam para a necessidade de se
pensar em desenvolver contratos amplos de atividade, geridos pelo trabalhador com contribuições tripartite, que assegurassem ao
trabalhador garantias básicas durante sua trajetória, não mais estreitamente profissional, mas sim marcada pela alternância entre
tempos de produção mercantil, atividade social e aprendizagem.
12 HARVEY, D. Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1993; Apud MARQUES, Ivan da Costa. O Brasil e a abertura dos
mercados: o trabalho em questão. São Paulo: Associação Brasileira de Estudos do Trabalho, 1998. (Coleção ABET, Mercado de
Trabalho). p. 65-67.
13 MARQUES, Ivan. Desmaterialização e Trabalho Apud LASTRES, Helena (Org.) ; ALBAGLI, Sarita (Org.). Informação e
globalização na era do conhecimento. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1999.
14 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA. Relatório setorial: telecomunicações, Brasília: SENAI, 2001.
15 PESQUISA anual do comércio (PAC). Rio de Janeiro: IBGE, 2000. Disponível: http://www.ibge.gov.br.
16 EMBRATUR. Turismo, uma arma poderosa para incrementar o crescimento. [on line] [capturado em 06.03.01.] Disponível:
http://200.236.105.128/destaque/artigo.htm#primeiro.
9
17 PORTO, Claudio; NASCIMENTO, Elimar; BUARQUE, Sérgio. Cinco cenários para o Brasil em 2001 – 2003. Rio de
Janeiro: Macroplan Prospectiva e Estratégia, 2001.
18 Ao conectar diretamente fornecedores, fábricas distribuidores e clientes, alteram-se os papéis tradicionalmente associados
a esses atores. Modificam-se tarefas, acelera-se a entrega de componentes e novos produtos, monitora-se as vendas com mais
precisão e consegue-se feedback instantâneo dos clientes, reduzem-se estoques e os custos totais dos sistemas. Junto com a
Internet, dissemina-se também a Intranet, redes internas de empresas.
19 MALINVAUD, Edmond. France, retour au plein emploi? Revue Futuribles, n. 261, p. 31-58, fev., 2001.
20 CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. No Brasil, o governo deu o primeiro passo na
definição de estratégias para o setor com a publicação, em setembro de 2000, do Programa Sociedade da Informação’ – ou ‘Livro
Verde’, que propõe Linhas de Ação nas áreas de: Mercado, Trabalho e Oportunidades; Educação na Sociedade da Informação e
Governo na Internet, entre outras. Ver, BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Programa Sociedade Brasileira da Informação. [on
line] Brasília, DF, 2000. Disponível: www.mct.gov.br/Temas/Socinfo/Default.htm.
21 Na década de 90, foram fechados em torno de 3,3 milhões de postos de trabalho formais na economia brasileira. Todos os
setores apresentaram recuo, mas a construção civil e a indústria de transformação foram os mais duramente atingidos.
22 Os dados quantitativos utilizados nesta análise foram obtidos em: CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA. SESI
em Números. Brasília: SESI/DN. 2001.
23 Dados obtidos em CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA (2001) op. cit.
Renda e dinheiro têm seu papel num mundo onde são um meio para as relações de troca. Mas, como Sen argumentou, não
é renda que garantirá dignidade. Em muitas situações de discriminação, certos grupos são impossibilitados de converter renda -
mesmo tendo-a suficiente -, e lhes é negado o acesso a garantias mínimas por causa de idade, gênero, cor, etnicidade, classe social
ou religião. Ao focalizarmos esse ponto, trazemos para a discussão da pobreza a questão da exclusão.
A ótica da exclusão foca atenção nos aspectos da vida diária, nas ruas, lojas, organizações e instituições, que servem como
barreiras e obstáculos, às vezes culturais, sociais, econômicos e estruturais, nos procedimentos organizativos e administrativos.
Também chama a atenção para as ações importantes da inclusão, do apoio às pessoas e aos grupos, para aumentar seu poder de
interferir e mudar a situação existente. Ambos estão interligados, ora apontando para as possibilidades, ora para as restrições. Como
destacou o célebre ativista americano Saul Alinsky sobre os Estados Unidos, em 1965: "Pobreza significa não apenas falta de
dinheiro, mas falta de poder. Um negro economicamente estável no Mississippi é pobre. Quando se vive em uma sociedade onde
pobreza e poder impedem de usufruir de igualdade de proteção, igualdade de justiça nos tribunais e igualdade de participação na vida
econômica e social de sua sociedade, você é pobre".
Pobreza e renda
É claro que o indicador de insuficiência de renda não contempla as múltiplas faces da pobreza em seus contextos locais,
nacionais, urbanos e rurais. Entretanto, na ausência de outros, tal instrumento é relativamente simples e eficaz para medir o número
de pessoas que vivem em situação de indigência (rendimento familiar per capita inferior ao valor da cesta básica de alimentos) e em
estado de pobreza (renda familiar per capita inferior ao valor da cesta básica e impossibilidade de acesso a produtos e serviços
fundamentais à sobrevivência no âmbito urbano e no rural).
O Estado moderno
O Estado moderno surgiu como produto da transformação da ordem feudal. Na última fase do período medieval, o poder
político e militar, em posse dos senhores feudais, foi transferido para as mãos de um monarca absolutista.
O Estado moderno passou a ser o portador da soberania, o que significa que o poder político centralizado nas instituições
governamentais é responsável pela lei e pela ordem interna.
O surgimento da Nação
Quando os Estados modernos se formaram, a população que habitava os limites territoriais sob a jurisdição de um poder
soberano era invariavelmente mista, isto é, se compunha de pessoas e grupos sociais bastante diferenciados em termos de origens,
língua falada, hábitos culturais etc.
No século 18, porém, com o advento do surgimento dos direitos de cidadania (que alterou as relações entre os governantes e
governados por meio da democratização do poder, transformando os súditos em cidadãos), surge então o termo nação.
Nação, então, passou a ser empregada como sinônimo de povo. Foi um poderoso apelo ideológico que serviu para incutir na
população, em geral, a idéia e o senso de pertencimento a uma comunidade mais ampla moldada por uma origem histórica e cultural
comuns.
A consciência nacional
10
A idéia de pertencer a um povo ou nação foi obtida a partir de uma profunda mudança mental por parte das populações que
habitavam o território de um Estado soberano.
A construção de uma consciência nacional foi um processo gradual. Primeiramente, a propaganda nacionalista mobilizou as
elites dominantes; em seguida, as classes médias urbanas instruídas e, finalmente, as camadas populares.
A formação dos Estados modernos foi obra de juristas e teóricos do Direito, enquanto que a nação e o nacionalismo foram obras de
intelectuais e acadêmicos.
Identidade coletiva
O nacionalismo serviu como princípio para formação de uma identidade coletiva que constituiu a base política-ideológica da
integração e unificação dos agrupamentos humanos.
Os ideais de autodeterminação nacional provocaram as Revoluções americana e francesa (no século 18), a unificação de
alguns povos europeus e a formação de novos Estados (no século 19) e as guerras de libertação de povos que viviam sob domínio
dos colonizadores (no século 20).
Atualmente, apesar de muito se falar em globalização e integração mundial, o mundo permanece dividido em Estados-nação.
E, ao que tudo indica, essa realidade não vai se alterar tão breve.
A experiência da Comunidade européia, no sentido de superar gradualmente as fronteiras territoriais e unificar-se
politicamente está longe, porém, de representar a dissolução dos respectivos Estados-nação soberanos que integram a comunidade.
AS POLÍTICAS INTERNACIONAIS
Política Internacional é a política feita por um país para um determinado país, ou para o mundo como um todo. Como na
política interna, a política internacional tratará de temas como segurança, economia e relações diplomáticas.
As Relações Internacionais são uma ciência política dedicada ao estudo das relações entre Estados, sejam elas
diplomáticas, comerciais, legislativas, etc. Difere-se da antropologia, direito, economia, filosofia, geografia, história e da sociologia,
ainda que se valha de diversos conceitos e noções destes.
Um dos problemas básicos das Relações Internacionais, é o estudo da paz, diplomacia e guerra entre os Estados como um
ator internacional, assim como o estudo de organizações internacionais, transnacionais e ONGs no Sistema Internacional. As linhas
de pesquisa dividem-se basicamente em política externa, economia política, segurança internacional, legislação internacional,
instituições internacionais e o processo de globalização.
Como ciência, dificilmente se percebe um objeto de estudo restrito apenas às relações internacionais. Alguns autores
propõem vagamente que os estudos limitem-se aos acordos comerciais, diplomáticos, de paz, etc., bem como declarações formais de
guerra. Contra essa idéia, argumenta-se que a mera formalidade burocrática não é suficiente para configurar a relação internacional.
Estas questões não impedem as relações internacionais de configurarem uma ciência própria.
VEGETAÇÃO NO BRASIL
Resumo: as florestas são importantes para todos os seres, por isso nesta lição mostraremos as formações vegetais em todo
mundo e no Brasil, bem como a biosfera e os problemas de não se cuidar do meio em que vivemos.
O solo e um clima de um lugar, são responsáveis pelo tipo de vegetação que ocorre. Os elementos climáticos são
determinantes para o tipo de vegetação em uma certa área.
O clima pode definir a sua fisionomia, e a vegetação de acordo com a sua forma pode ser classificada em:
Formações vegetais
11
No planeta há diversas formações vegetais, tanto quanto a diversidade climática. E a situação geográfica também influencia
na classificação que mostraremos a seguir.
Floresta Temperada
Ela é típica na zona climática temperada. Surge em latitudes mais baixas. São abertas, com pequena variedade de vegetais.
As flores temperadas aparecem na América do Norte e Europa, como a floresta negra (Alemanha).
Floresta de Coníferas
Abrange o norte da Eurásia. Nas regiões frias, Rússia e Sibéria, desenvolve-se a Taiga, vegetação de coníferas anãs,
predominando o pinheiro. Nestas regiões são bem úteis como fonte de matéria-prima.
Floresta Tropical
É típica de climas úmidos e quentes. Surge em baixas latitudes na América, África e na Ásia. As florestas tropicais são ricas
em espécies de vegetais. São fechadas e heterogênea, com uma formação vegetal higrófila e latifoliada. Nelas aparecem arvores de
grande e médio porte.
Vegetação desértica
São adaptadas a falta de água, que é a situação em climas árido e semi-árido. Por isso, as espécies são xerófilas.
Tundra
Vegetação rasteira, formada de liquens e musgos que aparecem na zona próxima as circulo polar Ártico. Crescem nos
alagados na primavera e verão. E durante o inverno fica encoberta pelo gelo.
Vegetação Mediterrânea
Se desenvolve em regiões de clima mediterrâneo. É uma vegetação esparsa com características xerófilas e as formações
dominantes são os maquis e garigues.
Pradaria
É composta basicamente de capim. Aparece em regiões de clima temperado continental. Embora muito usada como
pastagem, é importante pelo solo rico em matéria orgânica. Surge na Europa na Europa Central e na Rússia, nos Pampas argentinos,
e nas Grandes Planícies Americanas e na Grande Bacia Australiana.
Estepe
Vegetação herbácea, constituída por tufos ou colônias de plantas afastadas umas das outras, deixando o solo parcialmente
descoberto. Surge em climas semi-áridos.
Savana
Ocorre em regiões de clima tropical, onde existe estações bem definidas: o verão úmido e o frio seco. Aparece no Brasil,
África Centro Oriental.
Nas savanas vive um grande número de herbívoros e amimais de grande porte, principalmente na África.
Em meio a outros tipos de vegetações, podemos encontrar pequenas formações florestais, como:
- mata galeria: é um tipo de mata que fica as margens do rios que cortam o cerrado e a caatinga. Isto ocorre porque às
margens do rio, o solo é fértil criando condições propicias para o desenvolvimento da mata.
- capão: surge nas depressões das áreas secas, aonde o nível hidrostático chega próximo a superfície, criando boas
condições para se desenvolver a mata, visto que o solo é úmido.
Vegetação no Brasil
O Brasil apresenta várias formações vegetais, devido as diversidades no clima. Temos um território extenso, por isso
algumas regiões são ou próximas aos trópicos, ou a linha do Equador. E isso influi no clima, e portanto na vegetação.
No Brasil existe desde grandes florestas tropicais, até formações xerófilas, como a caatinga.
12
A seguir mostraremos as principais formações florestais no território nacional.
Floresta Amazônica
Possui a maior diversidade em espécies de vegetais e animais do planeta. Formada por plantas latifoliadas equatoriais, a
floresta é densa.
O solo está constantemente coberto por camadas de folhas, galhos caídos, frutos apodrecidos, tudo úmido e em
decomposição.
- Várzea: com vegetação de médio porte, uma área que está sobre inundações periodicamente.
- Caaigapó: áreas com vegetações de pequeno porte, como a vitória régia, pois fica permanentemente alagada ao longo dos
rios.
- Caaetê: área que não inunda, possuindo vegetações de grande porte, como a castanheira. É a mais afetada pelo
desmatamento e as queimadas.
Foi grandemente destruída ao longo da história do Brasil. Se estende do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Sofre
ação intensa das massas de ar úmido que vem do oceano Atlântico.
Nessa forma de vegetação predomina a araucária angustifólia, espécie que é adaptável ao clima subtropical ou temperado.
Se encontra em várias áreas, região Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais.
No interior desse tipo de floresta pode se encontrar erva-mate, canela, cedros entre outros.
Esta formação vegetal se situa entre a floresta amazônica, caatinga e o cerrado. É constituída por palmeiras, destaque ao
babaçu, e carnaúba.
Caatinga
O nome caatinga vem do tupi-guarani e significa ‘mata branca’, que é cor predominante na época da seca. A vegetação é
xerófila, na qual predomina arbusto caducifoliado e espinhoso.
Cerrado
Sua formação florestal é constituída por uma vegetação caducifólia. Tem uma formação adaptada ao clima tropical, com
raízes profundas, casca grossa e galhos retorcidos.
Complexo do pantanal
O pantanal ele agrupa várias formações vegetais em seu interior, dentre elas está a floresta tropical, cerrado e lugares
inundáveis.
Por isso o nome de complexo do pantanal, pois é uma floresta de transição, várias formações florestais juntas.
Campos naturais
Pode se achar esse tipo de vegetação no extremo sul do país, em poucos pontos do Mato Grosso do Sul e na Amazônia.
Alguns associam a sua origem a solos rasos, temperaturas baixas, áreas sujeitas a inundações ou solos arenosos.
Vegetação Litorânea
No litoral surge vegetação rasteira, que é responsável pela fixação da área, impedindo que seja transportada pelo vento. Os
mangues também são comuns, responsáveis pela reprodução de espécies de peixes, moluscos e crustáceos. São áreas inundadas
pela água do mar, quando este está em maré alta; e na maré baixa as raízes ficam expostas.
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Biosfera
Nas lições anteriores falamos sobre a fisiologia da Terra, do clima, e nesta ultima sobre a vegetação. Por isso falaremos um
pouco sobre a biosfera.
Biosfera é a interseção da litosfera (parte sólida da terra), hidrosfera e atmosfera (parte gasosa).
A biosfera é o conjunto dos ecossistemas.
A mudança, destruição de apenas um único elemento que constitui o ambiente ecológico pode causar um grande
desequilíbrio, trazendo graves conseqüências para o planeta e é claro, o homem.
Flora e Fauna
Flora é o conjunto de plantas que se formam e cobrem quase toda superfície terrestre.
Luz, temperatura, umidade e solo fértil, são as condições necessárias para se formas as vegetações.
Fauna é o conjunto de animais que habitam certa zona geográfica.
Zoogeografia estuda a distribuição dos animais na biosfera, e explica os motivos que levam a isso.
Os animais sofrem uma distribuição geográfica determinadas por barreiras naturais, como montanhas e oceanos, apesar de
eles possuírem mobilidade.
Alterações ambientais
As alterações ambientais estão ocorrendo em toda parte. São rios poluídos que estão desaparecendo, terremotos e vulcões,
temporais que inundam cidades, e furacões que ocorrem em toda parte.
Buraco de ozônio
O gás de ozônio tem muita importância, visto que ele tem como função filtrar os raios ultravioletas do Sol que são nocivos a
vida.
O gás de ozônio ocupa uma camada, estratosfera, e aos poucos está ocorrendo uma destruição nessa camada,
principalmente na região Polar Antártica, pelo excesso de clorofluorcabono na atmosfera.
Chuva ácida
O excesso de enxofre e azoto na atmosfera se formam grandes quantidades de ácido nítrico e sulfúrico, que vão ser
precipitados pelas chuvas. As chuvas ácidas que possuem um pH fora do normal que causam vários danos, principalmente para a
vegetação.
Efeito estufa
O efeito estufa, é resultante da maior concentração de gás carbônico e outras substancias na atmosfera.
Uma pequena quantidade de gás carbônico na atmosfera, cerca de 0,03%, já é suficiente para absorver e reter calor,
mantendo uma boa temperatura na Terra. Mas as atividades humanas vem aumentando essa concentração de gás carbônico, que vai
por sua vez, provocando ema elevação na temperatura global.
As florestas absorvem boa parte desse gás, mas com a derrubada das arvores e florestas, não só sobra gás como a ele se
ajuntam porções produzidas pelas queimas das florestas.
Exercício
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1. A formação vegetal que surge nas depressões de áreas secas, aonde cria boas condições para se desenvolver a mata.
a) Floresta
b) Capão
c) Campo
d) Mangue
a) xerófilas
b) tropófilas
c) aciculifoliadas
d) latifoliadas
3. Floresta que é típica na zona climática temperada. Surge em latitudes mais baixas. E aparecem na América e Europa.
a) Floresta de coníferas
b) Floresta tropical
c) Floresta temperada
d) Tundra
Responda
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Gabarito
1) b;
2) a;
3) c
4) Floresta amazônica, floresta latifoliada tropical, mata de araucária ou pinhais, mata dos cocais, caatinga, cerrado,
complexo do pantanal, campos naturais e vegetação litorânea.
5) Tem um papel fundamental na regulação da vida na Terra, ao filtrar a maior parte dos perigosos raios ultravioletas emitidos
pelo Sol.
6) É formada por plantas de diversos tamanhos, possuindo a maior biodiversidade do Planeta. A mata é densa, formada por
plantas latifoliadas equatoriais.
Geopolítica
Geopolítica é uma disciplina das Ciências Humanas que mescla a Teoria Política à Geografia, considerando o papel político
internacional que as nações desempenham em função de suas características geográficas — como localização, território, posse de
recursos naturais, contingente populacional, etc..
É o estudo da estratégia, da manipulação, da ação. Estuda o Estado enquanto organismo geográfico, ou seja, é o estudo da
relação intrínseca entre a geografia e o poder. Método de análise que utiliza os conhecimentos da geografia física e humana para
orientar a ação política do Estado.
O termo "Geopolítica" foi criado pelo cientista político sueco Rudolf Kjellén, no início do século XX, inspirado pela obra de
Friedrich Ratzel, Politische Geographie (Geografia Política), de 1897. De acordo com Magnoli (1969), é a "ciência que concebe o
Estado como um organismo geográfico ou como um fenômeno no espaço".
==Geopolítica Mundial==
Após a Segunda Grande Guerra, o mundo passou por grandes transformações, tanto de ordem social, econômica e política.
Uma série de acontecimentos no cenário internacional fez com que as relações internacionais do pós-guerra fossem estudadas, em
especial as divergências entre populações ou Estados. Isto foi necessário devido o contexto mundial da metade do século XX,
caracterizada pelas fragmentações territoriais e os agrupamentos de países conforme interesses políticos e econômicos.
Esta ciência deveria ser um ramo da história mundial. Porém, muitos fenômenos geográficos são ligados a situações tensas
entre países, questões estratégias nacionais ou grupos étnicos dentro de uma nação. Um exemplo são as Repúblicas Balcânicas, em
que características étnicas foram fundamentais para a formação dos países. Como entender a região; países, densidade demográfica
e distribuição espacial dos grupos étnicos? é através da geopolítica que conseguimos entender esta situação, já que geografia faz
parte das ciências humanas, apesar de ser independente tendo muitos alicerces nas ciências da natureza.
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Um evento mundial que envolve a geopolítica é o resultado da Segunda Grande Guerra. A partir de 1947, um novo sistema
de relações internacionais começou a vigorar. O embate político-ideológico entre EUA e URSS, duas nações consideradas super
potências mundiais, e que colocou em confronto dois sistemas políticos - capitalismo e socialismo.
O primeiro resultado desta situação foi o controle da Alemanha pelos países vencedores da Grande Guerra, como Estados
Unidos, Reino Unido e Grã-Bretanha, além da França. A região controlada pelas forças militares dos países capitalistas se uniu e
formou a Alemanha Ocidental. Em contraponto a esta situação, a região controlada pelos soviéticos acabou se tornando a Alemanha
Oriental. Desta forma, o antagonismo ideológico foi traduzido em alterações na estrutura de uma nação, conforme interesses,
principalmente dos EUA e URSS.
A rivalidade entre americanos e soviéticos ganhava um novo nome: Guerra Fria. Conforme interesses destas nações, o
panorama político dividiu diferentes regiões do planeta, principalmente na Europa. Por parte dos Estados Unidos da América, surgiu a
OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte, que reuniu, inicialmente, os países da Europa Ocidental, como Espanha, França,
Grã-Bretanha, Suécia, Irlanda, Finlândia, Noruega, Bélgica, Países Baixos e Alemanha Ocidental. Por outro lado, a União Soviética
fez uma aliança militar com os países sob sua influência política, definido como Pacto de Varsóvia. Polônia, Alemanha Oriental,
Tchecoslováquia, Hungria, Romênia e Bulgária.
Esta divisão configura o campo de estudo da Geografia Política, ou geopolítica. A partir da década de 50, os conflitos
armados em diferentes locais do mundo (Guerra da Coréia, Guerra do Vietnã, descolonização da Ásia e África e guerras civis), a
corrida espacial, a construção do Muro de Berlim, a expansão do arsenal de armas nucleares e a criação do bloco dos países não
alinhados definem as características da geopolítica mundial, influenciadas pelo confronto EUA-URSS.
Contudo, com as reformas econômicas e políticas realizadas na URSS na segunda metade da década de 80, grandes
mudanças aconteceram na Europa Oriental. O "afrouxamento" do controle soviético aos países satélites estimulou as ondas de
liberação política na Tchecoslováquia, Hungria, Polônia, Bulgária e Romênia. Também estimulou a queda do Muro de Berlim e a
Reunificação Alemã. Estes acontecimentos levaram o mundo a uma grande transformação na ordem econômica, social e política,
pondo fim à Guerra Fria. Desta forma, o mundo unipolar, com a formação de blocos econômicos, principalmente pelas potências
econômicas (Japão, EUA e países da Europa Ocidental), e os interesses internacionais em detrimento do Estado Nacional são
algumas das características da globalização. Esta pode ser estudada por várias disciplinas das ciências humanas, em especial a
história e a geopolítica com o surgimento da nova ordem mundial.
Geopolítica no Brasil
No território brasileiro também se configura características e situações que envolve a geopolítica. Principalmente com as
características sócio-econômicas das diferentes regiões do país, o desenvolvimento econômico, os conflitos sociais na zona rural e
urbana e a inserção do país na econômia internacional, tendo como destaque a negociação com grandes blocos e a formação de
entidades supranacionais, como o Mercosul e a Comunidade Sul-Americana de Nações.
Além disso, áreas importantes do país configuram o cenário geopolítico brasileiro, como a questão do petróleo nacional, a
reforma agrária e as relações entre o Estado e adminsitração territorial, em especial, no que se refere a Amazônia Legal e
internacional.
Não podemos ainda, deixar de citar como questão geopolítica brasileira, a construção da Capital Brasília na região Centro-
Oeste do país. Esta é uma verdadeira questão estratégica, pois há alguns anos a capital do Brasil era no Rio de Janeiro. Com o
programa de povoamento do Centro-Oeste e com a evolução dos conflitos mundiais, o Estado decidiu interiorizar a capital do Brasil.
Assim, durante o governo de JK surgiu o Plano Piloto, que finalmente construiu o Distrito Federal.
Economia globalizada
A partir da abertura da economia brasileira, nos anos 90, o processo de globalização vem atingindo, diferentemente, os
setores produtivos, as economias regionais, urbanas, enfim, levando-os ao desafio da ´modernidade globalizada´, tendo como foco
maior a competitividade. Às grandes empresas brasileiras pertencentes a setores, como celulose, mineração, agronegócios, alumínio,
aço e outras, os impactos sofridos foram diminutos, mercê já estarem inseridas na economia global, necessitando tão somente de
alguns reajustes, adaptações a esse novo ambiente global.
Muitos desses setores estavam sob o controle do governo e, após privatização, alcançaram uma maior flexibilização
organizacional e capacidade competitiva. Como exemplo maior, basta ver os ganhos de eficiência e lucratividade da Companhia Vale
do Rio Doce (CVRD), antes deficitária, empresas outras do setor siderúrgico, que passaram a ter desempenho favorável, econômico e
financeiro, já que - segundo o professor Paulo Haddad - foram destravadas das amarras da burocracia estatal, constituindo-se num
fator relevante e decisivo para o processo de competitividade global do País. A globalização levou as demais empresas brasileiras a
profundas transformações produtivas e organizacionais em termos de tecnologia, marketing, engenharia financeira, gestão de
recursos humanos para que se tornassem competitivas e lucrativas. Surgiu, então, o imperativo da criação de um conjunto de micro e
pequenas empresas (MPEs) nas suas cadeias produtivas para a formatação de parcerias imprescindíveis de sobrevivência. O
impasse maior incide no denominado ´Custo-Brasil´ ou seja: elevada carga tributária e previdenciária, custos financeiros e
administrativos astronômicos, má qualidade da infra-estrutura, ao lado de uma concorrência internacional com seus baixos custos,
seus elevados padrões tecnológicos. A empresa brasileira vive um ´choque competitivo´ com a liberação do comércio para gigantes da
economia como Estados Unidos, Canadá, União Européia, China e Japão.
GEOGRAFIA
ATMOSFERA TERRESTRE
A atmosfera é uma fina camada que envolve alguns planetas, composta basicamente por gases e poeira, retidos pela ação
da força da gravidade.
Definição
Podemos definir a atmosfera como sendo uma fina camada de gases sem cheiro, sem cor e sem gosto, presa à Terra pela
força da gravidade. Visto do espaço, o planeta Terra aparece como uma esfera de coloração azul brilhante. Esse efeito cromático é
produzido pela dispersão da luz solar sobre a atmosfera, que também existe em outros planetas do sistema solar que também
possuem atmosfera Atmosfera terrestre
Composição
Segundo Barry e Chorley, 1976 , a composição da atmosfera e sua estrutura vertical possibilitaram o desenvolvimento da
vida no planeta. Esta é sua composição, quando seca e abaixo de 25 km é: Nitrogênio(Br) ou Azoto(PT) (N2) 78,08 %, atua como
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suporte dos demais componentes, de vital importância para os seres vivos, fixado no solo pela ação de bactérias e outros
microrganismos, é absorvido pelas plantas, na forma de proteínas vegetais; Oxigênio (O2) 20,94 % do volume da atmosfera, sua
estrutura molecular varia conforme a altitude em relação ao solo, é responsável pelos processos respiratórios dos seres vivos; Argônio
0,93 %; Dióxido de carbono (CO2) (variável) 0,035 %; Hélio (He) 0,0018 %; Ozônio(BR) ou Ozono(PT) (O3) 0,00006 %; Hidrogênio
(BR) Hidrogénio (Pt) (H2) 0,00005 %; Criptônio(BR) ou Kripton(PT) (Kr) indícios; Metano (CH4) indícios; Xenônio(BR) ou Xénon(PT)
(Xe) Indícios; Radônio(BR) ou Radão(PT) (Rn) indícios.
O vapor d'água
O vapor d'água em suspensão no ar encontra-se principalmente nas camadas baixas da atmosfera (75% abaixo de quatro
mil metros de altura) e exerce o importante papel de regulador da ação do Sol sobre a superfície terrestre, sua quantidade de vapor
varia muito em função das condições climáticas das diferentes regiões do planeta, os níveis de evaporação e precipitação são
compensados até chegar a um equilíbrio, pois, as camadas inferiores estão muito próximas ao ponto crítico em que a água passa do
estado líquido ao gasoso.
O ar, em algumas áreas pode estar praticamente isento de vapor, enquanto em outras pode chegar a conter uma saturação
de até 4%, tornando-se compreensível que quase toda a água existente no planeta está nos oceanos, pois as temperaturas da alta-
atmosfera são baixas demais para que o vapor possa manter-se no estado gasoso.
Além de vapor d'água, as proporções relativas dos gases se mantêm constantes até uma altitude aproximada de 60 km.
A atmosfera nos protege, e, à vida no planeta Terra, absorvendo radiação solar ultravioleta e variações extremas de
temperaturas entre o dia e a noite.
Tropopausa
A tropopausa é o nome dado à camada intermediária entre a troposfera e a estratosfera, situada a uma altura média em torno
de 17km no equador. A distância da Tropopausa em relação ao solo varia conforme as condições climáticas da troposfera, da
temperatura do ar, a latitude entre outros fatores. Se existe na troposfera uma agitação climática com muitas correntes de convecção,
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a tropopausa tende a subir. Isto se deve por causa do aumento do volume do ar na troposfera, este aumentando, aquela aumentará,
por conseqüência, empurrará a tropopausa para cima. Ao subir a tropopausa esfria, pois o ar acima dela está mais frio.
Estratopausa
É próximo à estratopausa que a maior parte do ozônio da atmosfera situa-se. Isto é em torno de 22 quilômetros acima da
superfície, na parte superior da estratosfera.
Mesopausa
A mesopausa é a região da atmosfera que determina o limite entre uma atmosfera com massa molecular constante de outra
onde predomina a difusão molecular.
Ionosfera
Ionosfera é a região que contém íons: compreendendo da mesosfera até termosfera que vai até aproximadamente 550 km de
altitude.
As camadas ou regiôes iônicas da ionosfera são:
Camada D
A mais próxima ao solo, fica entre os 50 e 80 km, é a que absorve a maior quantidade de energia eletromagnética.
Camada E
Acima da camada D, embaixo das camadas F1 e F2, sua altitude média é entre os 80 e os 100-140km. Semelhante
à camada D.
Camada E Esporádica
Esta camada tem a particularidade de ficar mais ativa quanto mais perpendiculares são os raios solares que incidem
sobre si.
Camada F1
A camada F1 está acima da camada E e abaixo da camada F2 ~100-140 até ~200 Km. Existe durante os horários
diurnos.
Camada F2
A mais alta das camadas ionosfericas a camada F2, está entre os 200 e 400km de altitude. Acima da F1, E, e D
respectivamente. É o principal meio de reflexão ionosferico.
Exosfera
A Exosfera fica acima da ionosfera onde a atmosfera na divisa com o espaço exterior.
Ozonosfera
A Ozonosfera é onde fica a camada de ozônio, de aproximadamente 10 a 50 km de altitude onde ozônio da estratosfera é
abundante. Note que até mesmo dentro desta região, ozônio é um componente raro. É esta camada que protege os seres vivos da
Terra contra a ação dos raios ultra-violeta.
Magnetosfera
A Magnetosfera de um astro é a região definida pela interação do plasma estelar magnetizado com a atmosfera magnetizada
desse astro em que os processos eletrodinâmicos são basicamente comandados pelo campo magnético intrínseco do astro. Sua
morfologia, em uma visão simples, pode ser vista como uma bolha comprimida na parte frontal ao fluxo estelar incidente no astro e
distendida no sentido do afastamento desse fluxo. Como ilustração, a magnetosfera terrestre apresenta a parte frontal a
aproximadamente 10 raios terrestres, uma espessura de 30-50 raios terrestres e uma cauda que se alonga a mais de 100 raios
terrestres. Mesmo um astro sem campo magnético pode apresentar uma magnetosfera induzida, que é conseqüência das correntes
elétricas sustentadas pela ionosfera existente.
Cinturão de radiação
Cinturões de radiação ou cinturões de Van Allen- são regiões quase-toroidais em torno do equador magnético, a distância de
2 a 6 raios terrestres, preenchidas de partículas energéticas mas de baixa densidade volumétrica. Há um cinturão externo, produzido
por partículas do plasma solar e terrestre que se aproximam da Terra ao longo desse equador, e um cinturão interno, produzido pela
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incidência de partículas de mais alta energia dos raios cósmicos. Populando essas regiões, os prótons e os elétrons apresentam-se
com distribuições características distintas.
Densidade e massa
A densidade do ar ao nível do mar é aproximadamente 1.2 quilogramas por metro cúbico. Esta densidade diminui a
maiores altitudes à mesma taxa da diminuição da pressão.
A massa total da atmosfera é aproximadamente 5.1 × 1018 kg, uma fração minúscula da massa total da terra.
A Terra tem um sistema de compensações de temperatura, pressão e umidade, que mantém um equilíbrio dinâmico natural,
em todas as suas regiões.
As camadas superiores do planeta refletem em torno de quarenta por cento da radiação solar. Destes, aproximadamente
17% são absorvidos pelas camadas inferiores sendo que o ozônio interage e absorve os raios ultraviloeta. o dióxido de carbono e o
vapor d'água absorvem os raios infravermelhos. Restam 43% da energia, esta alcança a superfície do planeta. Que por sua vez
reflete dez por cento das radiações solares de volta. Além dos efeitos descritos, existe ainda a influência do vapor d'água e sua
concentração variável. Estes, juntamente com a inclinação dos raios solares em função da latitude, agem de forma decisiva na
penetrância da energia solar, que por sua vez tem aproximadamente 33% da energia absorvida por toda a superfície atingida durante
o dia, sendo uma parte muito pequena desta re-irradiada durante a noite. Além de todos os efeitos relatados anteriormente, existe
ainda a influência e interação dos oceanos com a atmosfera em sua auto regulação. Estes mantém um equilíbrio dinâmico entre os
fenômenos climáticos das diferentes regiões da Terra.
Todos os mecanismos relatados acima atuando em conjunto, geram uma transição suave de temperaturas em todo o planeta.
Exceção à regra ocorre, onde são menores a quantidade de água, vapor desta e a espessura da troposfera, como nos
desertos e cordilheiras de grande altitude.
Na baixa atmosfera, o ar se desloca tanto no sentido horizontal gerando os ventos, quanto no vertical, alterando a pressão.
Pois, por diferenças de temperatura, a massa aérea aquecida sobe, e ao esfriar-se, desce e novamente, gerando assim um sistema
oscilatório de variação de pressão atmosférica.
Uma das maiores determinantes na distribuição do calor e umidade na atmosfera é a circulação do ar, pois esta ativa a
evaporação média, dispersa as massas de ar quente ou frio conforme a região e o momento. Por conseqüência caracteriza os tipos
climáticos. À esta circulação de ar, quando na horizontal, chama-se vento, que é definido como o movimento do ar paralelo à
superfície da Terra. Quando o deslocamento é na vertical, denomina-se corrente de ar. Aos movimentos verticais e horizontais de
superfície, somam-se os jet streams, e os deslocamentos de massas de ar, que determinam as condições climáticas do planeta.
Clima
Para facilitar a avaliação da potencialidade da espécie para uma localidade específica, são apresentadas: precipitação pluvial
média anual (amplitude); regime de precipitações (Golfari et al., 1978): chuvas distribuídas uniformemente ou periódicas; deficiência
hídrica (Golfari et al., 1978): nula, pequena, moderada, forte e muito forte; temperatura média anual (amplitude); temperatura média do
mês mais frio (amplitude); temperatura média do mês mais quente (amplitude); temperatura mínima absoluta; número de geadas por
ano (amplitude); tipos climáticos (Koeppen), no Brasil (Figura 3). As informações climáticas referem-se, principalmente, à ocorrência
natural das espécies. Os tipos climáticos segundo Koeppen (1948) são apresentados nas fichas apenas pelo símbolo de cada um.
Para maior clareza descreve-se, a seguir, seus significados:
Cfb - Clima temperado, com verão ameno. Chuvas uniformemente distribuídas, sem estação seca e a temperatura
média do mês mais quente não chega a 22ºC. Precipitação de 1.100 a 2.000 mm. Geadas severas e freqüentes, num período médio
de ocorrência de dez a 25 dias anualmente. Esse tipo de clima predomina no planalto do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná,
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na região de Campos do Jordão, no Estado de São Paulo (Ventura, 1964), na região da Serra do Itatiaia, no Rio de Janeiro, e no
altiplano do Morro do Chapéu, na Bahia (Mello, 1973).
Cfa - Clima subtropical, com verão quente. As temperaturas são superiores a 22ºC no verão e com mais de 30 mm
de chuva no mês mais seco. Esse tipo de clima predomina no litoral e sul do Rio Grande do Sul, litoral de Santa Catarina, planalto
norte e centro-leste do Paraná, bacias dos rios Uruguai e Paraná (Gollfari et al., 1978), sudoeste do Estado de São Paulo (Ventura
1964), serra do extremo sul de Mato Grosso do Sul, na região das matas no altiplano da Chapada Diamantina Setentrional e na Micro
Região do Senhor do Bonfim, na Bahia (Mello, 1973). Na região norte e noroeste do Paraná, o tipo climático também é designado
como Cfa (h), sendo h, clima tropical original modificado pela altitude (Maack, 1968).
Cwb - Clima subtropical de altitude, com inverno seco e verão ameno. A temperatura média do mês mais quente é
inferior a 22ºC. Predomina, nas Serras do Mar, da Cantareira, da Mantiqueira e da Bocaina, no Estado de São Paulo (Ventura, 1964).
Em Minas Gerais, ocorre nas regiões de altitude mais elevadas das serras da Canastra, Espinhaço e Mantiqueira, numa pequena área
à volta de Araguari e noutra ao sul de Carmo do Paranaíba (Antunes, 1986). Ocorre, ainda, na Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro;
na região serrana do Espírito Santo, e nas serras e chapadas do Distrito Federal e sul de Goiás (Golfari et al., 1978).
Cwa – Clima subtropical de inverno seco (com temperaturas inferiores a 18ºC) e verão quente (com temperaturas
superiores a 22ºC). Este é o clima da maior área do Estado de São Paulo, principalmente nas regiões central, leste e oeste (Ventura,
1964). Predomina nas regiões serranas do centro e sul de Minas Gerais e no norte nas serras do Espinhaço e Cabral (Antunes, 1986).
Ocorre, ainda, no sudoeste do Espírito Santo, vale superior e médio do Rio Paraíba, no Estado de São Paulo e no Rio de Janeiro; e
sul do Mato Grosso do Sul (Golfari et al., 1978).
Af - Clima tropical úmido ou superúmido, sem estação seca, sendo a temperatura média do mês mais quente
superior a 18ºC. O total das chuvas do mês mais seco é superior a 60 mm, com precipitações maiores de março a agosto,
ultrapassando o total de 1.500 mm anuais. Nos meses mais quentes (janeiro e fevereiro) a temperatura é de 24 a 25ºC. Esse tipo de
clima predomina no noroeste do Amazonas; arredores de Belém, no Pará; litoral do Paraná, do Estado de São Paulo, parte do litoral
do Rio de Janeiro (Golfari et al., 1978), e litoral da Bahia, desde o extremo sul da Bahia até arredores de Salvador (Mello, 1973).
Am - Clima tropical úmido ou subúmido. É uma transição entre o tipo climático Af e Aw. Caracteriza-se por
apresentar temperatura média do mês mais frio sempre superior a 18ºC apresentando uma estação seca de pequena duração que é
compensada pelos totais elevados de precipitação. Esse tipo de clima predomina no nordeste do Espírito Santo, faixa costeira interior
da Bahia, Pará, Amapá, oeste de Roraima, partes do Amazonas, Acre, Rondônia, norte do Mato Grosso e noroeste do Maranhão
(Golfari et al., 1978).
Aw - Clima tropical, com inverno seco. Apresenta estação chuvosa no verão, de novembro a abril, e nítida estação
seca no inverno, de maio a outubro (julho é o mês mais seco). A temperatura média do mês mais frio é superior a 18ºC. As
precipitações são superiores a 750 mm anuais, atingindo 1800 mm. Este tipo de clima predomina principalmente no norte e noroeste
do Estado de São Paulo (Ventura, 1964); parte oeste do Triângulo Mineiro, praticamente toda a metade norte de Minas Gerais e no
sudeste de Minas, na região de Muriaé – Cataguases – Leopoldina (Antunes, 1986); litoral e serras do Ceará (Fernandes, 1990); norte
do Maranhão, oeste da Bahia, centro do Mato Grosso, Pantanal Mato-Grossense, nordeste do Rio de Janeiro, oeste do Espírito Santo,
serras do Rio Grande do Norte (Golfari et al., 1978). Ocorre ainda, na faixa amazônica deste o noroeste do Tocantins, até Roraima;
oeste de Mato Grosso e sul de Rondônia.
As – Clima tropical quente e úmido, com estação seca no inverno. Esse tipo de clima predomina no litoral oriental do
Nordeste, desde o leste da Micro Região de Paulo Afonso, na Bahia (Mello, 1973), faixa costeira de Sergipe, Alagoas, Pernambuco,
Paraíba e partes do Rio Grande do Norte (Golfari et al., 1978). É caracterizado pela ausência de chuvas de verão e sua ocorrência no
"inverno" (que corresponde à estação chuvosa e não ao inverno propriamente dito), com índices pluviométricos por volta de 1.600 mm
anuais.
BSw - Clima seco com chuvas no verão, com precipitações anuais sempre inferiores a 1000 mm e normalmente
inferiores a 750 mm. Esse tipo de clima predomina numa área no norte de Minas Gerais ao redor de Monte Azul e Espinosa e numa
pequena área do Vale do Jequitinhonha junto à Itinga (Antunes, 1986). É também, encontrado mais ao sul, na Bahia, nas fronteiras
com o Nordeste de Minas Gerais (Mello, 1973).
BSh – Clima Semi-árido quente. É caracterizado por escassez de chuvas e grande irregularidade em sua
distribuição; baixa nebulosidade; forte insolação; índices elevados de evaporação, e temperaturas médias elevadas (por volta de
27ºC). A umidade relativa do ar é normalmente baixa, e as poucas chuvas - de 250 mm a 750 mm por ano - concentram-se num
espaço curto de tempo, provocando enchentes torrenciais. Mesmo durante a época das chuvas (novembro a abril), sua distribuição é
irregular, deixando de ocorrer durante alguns anos e provocando secas. A vegetação característica desse tipo de clima é a xerófila
(Caatinga). Esse tipo de clima predomina no interior da Região Nordeste, norte de Sergipe, oeste de Alagoas, Pernambuco, Paraíba,
Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, e centro, noroeste, norte e nordeste da Bahia.
A elaboração do tópico clima requereu a elaboração de dois fichários: o primeiro com fichas individuais descrevendo os locais
em que a espécie ocorre, baseada em ampla literatura consultada; o segundo, com os dados climáticos dos locais de ocorrência. Para
isso foram consultadas as normais de 1961 a 1990 (BRASIL ... , 1992) e dados climáticos de Municípios não constantes das normais
(EMBRAPA, 1986 e 1988).
RELEVO DO BRASIL
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Estrutura geológica e relevo brasileiro
O embasamento cristalino brasileiro formou-se na era pré-cambriana, a partir do resfriamento do magma que deu
origem aos dobramentos ancestrais que passaram a constituir o Escudo das Guianas, as serras do planalto Atlântico e do planalto
Meridional. Esses escudos afloram em cerca de 36% do território, sendo que 32% são de formações arqueozóicas e 4% de
proterozóica (jazidas minerais metálicos).
As bacias sedimentares antigas (Meio Norte, Paraná, Rio São Francisco) começaram a se formar no final do pré-
cambriano. Durante o período devoniano, essas bacias foram amplamente recobertos pela transgressão marinha, voltando a emergir
no final desse período quando houve a regressão marinha. A Bacia do Paraná foi atingida parcialmente por uma glaciação no final da
Paleozóica contribuindo para a formação das jazidas de carvão mineral do RS e SC. Essa bacia sofreu intensa modificação com os
derrames vulcânicos dos períodos Jurássico e Cretáceo (Mesozóica) resultando na consolidação do basalto e diabásio, que com o
intemperismo ao longo do tempo deu origem à terra roxa.
As bacias sedimentares consideradas recentes (Costeiras, Pantanal e Amazônica) começaram a se formar no final
da era Mesozóica pelo acúmulo de sedimentos provenientes de outras regiões.
Relevo Brasileiro
Resultado do processo de intemperismo (físico, químico e biológico), da sedimentação das bacias e da ausência de
movimentos tectônicos (0 até 200 m = 41%; 200 até 900m = 56%; 900 até 1200m = 2,5%; + 1200m = 0,5%). Classificação
Planaltos do Brasil
No Brasil há planaltos cristalinos (com rochas magmáticas e metamórficas) e sedimentares. Ao Planalto Guiano
correspondem parcialmente os Planaltos Residuais Norte-Amazônicos, cuja região serrana apresenta uma crista quase contínua de
serras, entre as quais a de Imeri, onde estão os pontos mais altos do relevo brasileiro (que, no geral, é marcado por baixas altitudes),
os Picos da Neblina (com 2993,78 metros de altitude) e o de 31 de Março (com 2972,66 m. de altitude). Além de divisores de águas
das bacias fluviais do Orinoco (na Venezuela) e do Amazonas (afluentes da margem esquerda, ao norte), servem de fronteiras entre o
Brasil e os países vizinhos ao norte (Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa). O Planalto de Borborema divide o Nordeste
Oriental em 3 sub-regiões: a Zona da Mata, o Agreste e o Sertão. Os ventos alíseos do Sudeste se carregam de umidade no Oceano
Atlântico; as nuvens, ao subir as encostas do Planalto de Borborema, deixam a umidade em suas encostas (de barlavento, voltadas
para o mar) – são as chuvas orográficas. Aí está a Zona da Mata com clima tropical úmido e solos de massapé, de grande importância
para a lavoura canavieira. É a sub-região mais povoada, urbanizada e industrializada do Nordeste. No alto da Borborema situa-se
uma área de transição, o Agreste. Do outro lado da Borborema, na encosta de sotavento, as nuvens já perderam quase toda a
umidade contida em seu interior, daí o clima ser o semi-árido, com chuvas escassas e irregulares e a vegetação espinhenta da
caatinga. Aí se estabeleceu uma pecuária extensiva desde a época colonial do Brasil, além do plantio de algodão. No Sertão do
Nordeste há relevos residuais chamados de “inselbergs” ou “montanhas-ilhas”, originários de erosão diferencial das rochas que as
constituem; como, por exemplo, as chapadas do Araripe e do Apodi.
Planícies do Brasil
As planícies podem ser continentais e litorâneas. As planícies continentais resultam de acumulação fluvial, daí o nome de
planícies aluvionais ou de inundação, como, por exemplo, a do Pantanal e as várzeas amazônicas. Nestas últimas ocorrem as Matas
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de Igapó (sempre inundadas) e de Várzeas (só inundadas nas cheias). Os solos aluvionais permitem os cultivos de vários produtos
nesta área. A outra parte da Floresta Amazônica é a Mata de Terra Firme, nunca inundada situada nos baixos planaltos e depressões
da Amazônia. A Planície Costeira é interrompida no sudeste e sul do Brasil pelas escarpas da Serra do Mar, formando costas altas
denominadas de falésias ou costões em terrenos cristalinos, como, por exemplo, o Costão do Vidigal (junto à Praia do Leblon, na
cidade do Rio de Janeiro) e a falésia de Torres no litoral gaúcho. Os ambientes litorâneos são, em geral, áreas relativamente instáveis,
pois neles estão em curso processos constantes, acelerados e intensos de sedimentação e erosão, podendo, por isso, ser facilmente
desequilibrados pela ação humana. As planícies litorâneas sofrem dupla sedimentação: ora da erosão dos planaltos na área
continental, ora da ação das ondas e das correntes marítimas em litoral baixo, formando praias, restingas, dunas e manguezais.
Bacias hidrográficas
Bacia amazônica
É a de maior potencial hidrelétrico do Brasil (105.500 MW) devido aos seus afluentes, sobretudo os da margem direita (ao sul
do Amazonas) que, ao descerem dos planaltos, formam cachoeiras e corredeiras. O rio Amazonas é um autêntico rio de planície – o
Baixo Amazonas é uma hidrovia natural escoando bauxita (minério de alumínio) para usinas eletrometalúrgicas do Pará. Outra
hidrovia importante é do rio Madeira, que faz parte do transporte intermodal para o escoamento das safras agrícolas do norte de Mato
Grosso. O transporte intermodal representa a diversificação das diversas modalidades de transportes, segundo uma logística de
adaptação maior às condições naturais das regiões servidas por elas (ex: uma região como a Amazônica tem muitos rios navegáveis
que podem ser transformados em hidrovias), reduzindo os custos pela maior capacidade de carga e menor consumo de combustível.
Além disso, as diferenças de fretes e da velocidade dos meios de transportes ampliam o leque de opções dos produtores no
escoamento de suas mercadorias. O maior desastre ambiental da Amazônia foi o da construção da Represa de Balbina, que inundou
uma área enorme como a da Represa de Tucuruí produzindo, no entanto, 31 vezes menos energia que a de Tucuruí. Os
ambientalistas afirmam que o rio Uatumã deverá acabar com o tempo; a decomposição da floresta submersa pela represa irá matar
seus peixes. Grande parte da reserva indígena dos Waimiri-Atroari foi inundada.
Principais rios: Amazonas, Solimões, Negro, Xingu, Tapajos.
Bacia Platina
Bacia do Paraná
É importante pela área drenada (a maior do Sudeste), pela extensão e volume (é o segundo da América do Sul, depois da
Bacia Amazônica), pelo aproveitamento hidrelétrico (o maior do Brasil, 61.7% do total) e hidroviário. Dos afluentes da margem
esquerda do rio Paraná sobressaem os rios Tietê e Paranapanema. O rio Tietê teve um papel histórico fundamental na conquista
bandeirante do interior, no chamado bandeirismo de monções com destino a Mato Grosso e Goiás – naquela época era chamado de
Anhembi. Ele banha e abastece (pela Represa de Guarapiranga) a maior metrópole da América do Sul, a cidade de São Paulo, mas
por ela é poluído com o lançamento de esgotos domésticos e industriais. O rio Tietê é importante atualmente pelo aproveitamento
hidrelétrico e pelo transporte hidroviário, este facilitado pela construção de eclusas (já que é um rio de planalto). As cargas podem ser
transportadas de São Paulo a Buenos Aires, na Argentina. Agroindústrias instalam-se junto aos rios Tietê e Paranaíba com seus silos
e armazéns, a fim de diminuir os custos de transportes de commodities tanto para o mercado interno como para o externo (Mercosul).
As hidrovias apresentam custos menores que os outros meios de transportes (uma empurradora levando quatro chatas carregadas de
mercadorias equivale a 240 carretas numa rodovia).
Bacia do Uruguai
O rio Uruguai surge da junção dos rios Canoas e Pelotas; seu alto curso é limite entre RS e SC; o médio Uruguai, entre Brasil
e Argentina. O Alto Uruguai foi área de colonização mista alemã e italiana; nesta área situam-se cidades importantes pela
agroindústria. A Bacia do Uruguai apresenta alto potencial hidrelétrico e poucos trechos navegáveis tendo apenas importância
econômica regional.
Solo
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Erosão do solo. O homem pode contribuir para a erosão do solo através da remoção da vegetação e do uso de técnicas
agrícolas inapropriadas.
Os solos são estudados, dentro da Geologia, por uma ciência chamada pedologia, que classifica os solos da Terra pela
composição e fertilidade. A composição do solo determina seu pH, fator importante na fisiologia vegetal.
Ao analisar o solo, considera-se sua fisionomia física antes de estudar a composição química. Nesta análise visual inicial, se
distingue os horizontes do solo, detectando-se a translocação de argilas e matéria orgânica pela cor e consistência. Depois recolhe-se
amostras que serão analisadas para determinar a composição em areia (grossa e fina), argila e silte. Essas partículas se distinguem
primeiro pelo tamanho, mas suas propriedades são diferentes, por exemplo, as argilas adsorvem partículas.
Durante décadas se supôs que a fertilidade do solo fosse fator de sua composição química, exclusivamente. Atualmente se
intensifica o estudo dos microorganismos do solo, após o reconhecimento de sua importância para a agricultura. Aproximadamente
95% da microfauna do solo é desconhecida por nós.
A composição do solo
O solo é a camada mais superficial da crosta e é composto por sais minerais dissolvidos na água intersticial e seres vivos e
rochas em decomposição.
Há muita variação de terreno a terreno dos elementos do solo, mas basicamente existem quatro camadas principais:
A primeira camada é rica em húmus, detritos de origem orgânica. Essa camada é chamada de camada fértil. Ela é a
melhor para o plantio, e é nessa camada que as plantas encontram alguns sais minerais e água para se desenvolver.
A outra camada é a camada dos sais minerais. Ela é dividida em três partes:
o A primeira parte é a do calcário. Corresponde á 7 a 10% dessa camada.
o A segunda parte é a da argila, formada geralmente por caolinita, caulim e sedimentos de feldspato. Corresponde a
20 a 30% dessa camada.
o A última parte é a da areia. Esta camada é muito permeável e existem espaços entre as partículas da areia,
permitindo que entre ar e água com mais facilidade. Esta parte corresponde a 60 a 70% da camada.
A terceira camada é a das rochas parcialmente decompostas. Depois de se decomporem totalmente, pela ação da
erosão e agentes geológicos, essas rochas podem virar sedimentos
A quarta camada é a de rochas que estão inicialmente começando a se decompor. Essas rochas podem ser
chamadas de rocha matriz.
Tipos de solo
Solos arenosos
Os solos arenosos têm boa aeração. Plantas e microorganismos vivem com mais dificuldade, devido à pouca umidade. O
solo arenoso possui teor de areia superior a 70%.
Também possui argila e outros compostos em menor percentagem. Mas como tem boa aeração não retém água. Esse solo é
permeável, Também é conhecido com neossolo.
Solos argilosos
Não são tão arejados, mas armazenam mais água. São menos permeáveis, a água passando mais lentamente ficando então
armazenada. Alguns solos brasileiros mesmo tendo muita argila, apresentam grande permeabilidade. Sua composição é de boa
quantidade de óxidos de alumínio (gibbsita) e de ferro (goethita e hematita).
Formam pequenos grãos semelhantes ao pó-de-café, isso lhe dá um similar ao arenoso. Chamado de argilossolo.
Solos siltosos
Com grande quantidade de silte, geralmente são muito erodíveis. O silte não se agrega como a argila e ao mesmo tempo
suas partículas são muito pequenas e leves.
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Solo humífero
Esse solo apresenta uma quantidade maior de húmus em relação aos outros. É um solo geralmente fértil, ou seja, um solo
onde os vegetais encontram melhores condições para se desenvolverem. Possui cerca de 10% de humo em relação ao total de
partículas sólidas. A presença de humo dá uma coloração, em geral, escura, contribui para sua capacidade de reter água e sais
minerais e aumenta sua porosidade e aeração.
Solo calcário
A quantidade de calcário nesse tipo de solo é maior que em outros solos.
Desse tipo de solo é retirado um pó branco ou amarelado, que pode ser utilizado na fertilização dos solos destinados à
agricultura e à pecuária.
Esse solo também fornece a matéria-prima para a fabricação de cal e do cimento.
Textura
A textura do solo depende da proporção de areia, do silte, ou argila na sua composição.
Isso influencia na:
• taxa de infiltração da água
• armazenamento da água
• aeração
• facilidade de mecanização
• distribuição de determinados nutrientes (fertilidade do solo).
As percentagens de argila, silte e areia mudam bastante ao longo da extensão de um terreno. A maneira em que esses diferentes
tipos de grãos se distribuem é de extrema importância na disseminação da água no solo. A textura modifica o movimento da água.
No Brasil existe uma camada superficial que é arenosa e uma subsuperficial argilosa o que resulta em uma diferença quanto
à porosidade. A água acaba penetrando com mais facilmente na parte de cima e lentamente na camada inferior. Isso facilita a erosão
em função do relevo e cobertura vegetal ou prejudicar o desenvolvimento das raízes das plantas.
Os solos são muito importantes para a nossa vida e também a dos animais e das plantas, pois fornece alimento e atua como
suporte à água e ao ar.
1. O que é o solo?
O solo, também chamado terra, tem grande importância na vida de todos os seres vivos do nosso planeta, assim como o ar,
a água, o fogo e o vento. É do solo que retiramos parte dos nossos alimentos e que sobre ele, na maioria das vezes, construímos as
nossas casas.
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Dentro do solo existem pequenos buraquinhos, que chamamos de poros do solo, onde fica guardada a água e o ar que as
raízes das plantas e os outros organismos necessitam para beber e respirar.
IMPORTANTE:
A cor escura do primeiro horizonte vem da matéria orgânica do solo, que como já vimos, é formada por
animais e plantas que morrem e caem sobre ele e, que aos poucos vão sendo misturados com a parte mineral.
ESTUDO DA ÁGUA
O objetivo deste material é ampliar a divulgação de informações, bem como conscientizar os professores e interessados no
tema ÁGUA, sobre a importância da preservação deste recurso natural vital para a preservação da vida no planeta.
Outro ponto importante é incentivar os educadores a planejarem seus projetos de forma multidisciplinar, envolvendo diversas
disciplinas no mesmo trabalho e assim desenvolver uma visão mais articulada com o meio ambiente.
Este texto foi compilado de diversos livros, publicações e tratados sobre o tema "água", conforme especificado no item 17 -
Bibliografia.
A água é fundamental para o planeta. Nela, surgiram as primeiras formas de vida, e a partir dessas, originaram-se as formas
terrestres, as quais somente conseguiram sobreviver na medida em que puderam desenvolver mecanismos fisiológicos que lhes
permitiram retirar água do meio e retê-la em seus próprios organismos. A evolução dos seres vivos sempre foi dependente da água.
Existe uma falsa idéia de que os recursos hídricos são infinitos. Realmente há muita água no planeta, mas menos de 3 % da
água do mundo é doce, da qual mais de 99% apresenta-se congelada nas regiões polares ou em rios e lagos subterrâneos, o que
dificulta sua utilização pelo Homem.
A água é o mais crítico e importante elemento para a vida humana. Compõe de 60 a 70% do nosso peso corporal, regula a
nossa temperatura interna e é essencial para todas as funções orgânicas.
Em média, no mínimo, nosso organismo precisa de 4 litros de água por dia. Além disso a água também é usada na
preparação de mamadeiras, de comidas e sucos. Por isso temos que garantir uma água segura, com qualidade, pura e cristalina.
A água é o principal componente do corpo humano:
Para entender de onde vem a água é preciso relembrar os estados em que ela se encontra.
Existe água no estado gasoso na atmosfera, proveniente da evaporação de todas as superfícies úmidas - mares, rios e lagos;
em estado líquido, nos grandes depósitos, o planeta, oceanos e mares (água salgada), rios e lagos (água doce) e no subsolo,
constituindo os chamados lençóis freáticos; e em estado sólido, nas regiões frias do planeta.
Da atmosfera, a água se precipita em estado líquido, como chuva, orvalho ou nevoeiro, ou em estado sólido, como neve ou
granizo.
Todas estas formas de água são intercambiáveis e representam o CICLO HIDROLÓGICO.
Desde a sua criação, o homem tem tido a sua disposição um sistema natural de purificação de água chamado ciclo
hidrológico.
O ciclo hidrológico nada mais é do que um gigantesco sistema natural de purificação da água, que a recicla e purifica
constantemente; um processo pelo qual a água que está na atmosfera na forma de vapor condensa e volta à terra na forma de
precipitação. Uma vez na terra, a água novamente evapora e assim sucessivamente.
Contudo, por volta de 30% da água precipitada não volta a evaporar, ficando estocada na terra de duas maneiras:
Uma parte se infiltra na terra e é estocada em bolsas chamadas de Aqüíferos.
Outra parte é estocada em lagos, riachos, rios, oceanos e mares, como água de superfície.
Até 25% da água que cai é retirada para formação de matéria orgânica de que se constituem os seres vivos. O restante
atinge os mares, caindo diretamente neles ou a eles chegando através de cursos de água.
*Devemos lembrar que, no caso das cidades, o ciclo natural da água é modificado pela impermeabilidade do solo, a falta de
áreas verdes e o excesso de construções.
A utilização da água pelo homem depende da captação, tratamento e distribuição e também, quando necessário, da
depuração da água utilizada.
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As formas de utilização da água são:
a) Doméstico:
como bebida;
fins culinários;
higiene pessoal;
lavagens diversas na habitação;
lavagem de carros;
irrigação de jardins epequenas hortas particulares;
criação de animais domésticos, etc.
b) Público:
escolas, hospitais e demais prédios ou estabelecimentos;
irrigação de parques e jardins públicos;
lavagem de ruas e demais logradouros públicos;
fontes ornamentais e chafarizes;
combate a incêndios;
navegação.
c) Industrial:
indústria onde a água é utilizada como matéria prima (indústrias alimentícias e farmacêuticas, gelo, etc);
indústrias onde a água é utilizada para refrigeração (por exemplo, metalúrgica);
indústria onde a água é usada para lavagem (matadouros, papel, tecido, etc);
indústrias onde a água é usada para fabricação de vapor (caldeiraria), etc.
d) Comercial:
escritórios, armazéns, oficinas, etc;
restaurantes, lanchonetes, bares, sorveterias;
aqüicultura.
e) Recreacional:
piscinas;
higiene pessoal;
lagos, rios, etc.
f) Agrícola e pecuário:
irrigação;
lavagem de instalações maquinário e utensílios;
bebidas de animais, etc.
g) Energia elétrica:
uso em derivação das águas do seu curso natural, gerando energia.
h) Transferência de bacias:
sistema de inter-relações de uso e descarte da água entre municípios.
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Observe no gráfico, que a Região Norte tem maior concentração de água, porém sua população é de menor densidade, ao
contrário da Região Sudeste e Sul, onde concentra a maior parte da população brasileira e existe carência de água.
Para garantia da população, a água é tratada nas estações de tratamento de água, através de processos diversos, como
veremos a seguir.
Numa Estação de Tratamento (ETA), a água é coletada dos mananciais se transformando em um produto potável, pronto
para ser consumido sem riscos à saúde. No processo são utilizados equipamentos especiais e reagentes químicos próprios para
remoer as impurezas. Basicamente, o tratamento consta das seguintes fases: DECANTAÇÃO, FILTRAÇÃO E CLORAÇÃO.
Inicialmente a água é levada para tanques de decantação, onde é misturada com alúmen e hidróxido de cálcio e fica em
repouso várias horas.
Quando sai dos tanques de decantação, a água já está livre da sujeira mais grossa. Em seguida, passa por filtros de
cascalho areia e carvão.
Ao sair dos filtros, a água já parece completamente limpa, mas ainda não é potável, pois contém muito micróbios, que podem
causar doenças.
Para matar os micróbios, mistura-se à água uma substância gasosa chamada cloro. Depois de clorada a água pode
finalmente ser usada sem perigo à saúde. Em algumas estações, o cloro é adicionado antes que a água passe pelos filtros.
Além desses três processos, também se adiciona flúor com a finalidade de fortalecer os dentes e evitar a incidência de
cáries. Sua utilização difundiu-se apesar da oposição de algumas autoridades sanitárias (o mesmo princípio deu origem às pastas de
dente com flúor).
A expressão Saneamento Básico é reconhecida no Brasil, no estágio atual, como parte do saneamento do meio que trata de
problemas de abastecimento de água, coleta e disposição dos esgotos sanitários, incluindo os resíduos líquidos industriais, controle
da poluição provocada por esses esgotos, drenagem urbana (águas pluviais) e acondicionamento, coleta, transporte e destino dos
resíduos sólidos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saneamento como o controle de fatores que atuam sobre o meio ambiente e
que exercem, ou podem exercer, efeitos prejudiciais ao bem-estar físico, mental ou social do Homem. Portanto, o objetivo final do
saneamento é a promoção da saúde, um direito fundamental de todos os seres humanos.
Ter serviço de saneamento é um direito assegurado pela Constituição Federal; porém, o último censo do IBGE revela que
cerca de ¼ das residências do país não conta com serviço de água potável e quase metade não tem serviço de esgoto . A ausência
deste saneamento básico é a causa de 80% das doenças e de 65% das internações hospitalares no Brasil, cujos gastos anuais com
doentes por estas causas são da ordem de US$ 2,5 bilhões, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
Segundo dados do Sistema Único de Saúde, a cada R$ 1,00 investido em saneamento, as cidades economizam R$ 5,00 em
medicina curativa da rede de hospitais e ambulatórios públicos.
A pobreza, combinada com baixos índices de saneamento básico, é responsável pela morte de uma criança a cada dez
segundos. (PNSB-IBGE) .
As diferenças regionais são muito grandes no Brasil. Na região Sudeste o número de casas atendidas pelo fornecimento de
água chega a 70,5%, enquanto a região Norte possui um índice de apenas 44,3%. A coleta de esgotos também sofre variações
regionais: na região Sudeste, 53,0% das casas são atendidas pelas redes de esgoto, já no Norte do país, apenas 2,4% possuem o
mesmo serviço.
No Brasil, apenas 52% dos municípios e 33% dos domicílios têm serviço de coleta de esgoto.
Na região Norte, 2% dos domicílios têm rede de esgoto.
68,5% dos resíduos das grandes cidades são jogados em lixões e alagados.
24 mil pessoas trabalham como catadores nos lixões brasileiros. Destes, 22% são crianças com menos de 14 anos.
Apenas 451 municípios dos 5.507 existentes no Brasil fazem coleta seletiva.
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Mais de um bilhão de pessoas no mundo estão sem água potável para seu consumo.
Cerca de 3 milhões de pessoas morrem todos os anos de doenças causadas pela água sem tratamento e de doenças
pulmonares causadas pela poluição do ar. Fonte: ONU.
O Estado de São Paulo possui uma extensão territorial de 247.898 Km 2, equivalente a 2,91% da área total do país, e com um
total de 645 municípios instalados em 1997.
Demografia
No que tange aos aspectos demográficos, a população do Estado em 1991 (IBGE 1991) era de 31.436.273 habitantes,
resultando em uma densidade de 126,81 habitantes/Km 2. Essa população, entretanto, não se distribui uniformemente pelo território
estadual. Quase 50% (15.369.305 habitantes) concentram-se na Região Metropolitana de São Paulo.
Outros eixos de grande concentração de ocupação e atividade econômica são formados ao longo da Rodovia Anhanguera
(regiões administrativas de Campinas e Ribeirão Preto), e da Rodovia Presidente Dutra (Vale do Paraíba).
31
7. BACIAS HIDROGRÁFICAS
BACIA é o conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus afluentes. Em todas as bacias hidrográficas a água escoa
normalmente dos pontos mais altos para os mais baixos.
RIO significa uma corrente líquida resultante da concentração do lençol de água. O curso de água pode, em toda sua
extensão, ser dividido em três partes
a) curso superior (nascente)
b) curso médio
c) curso inferior (foz)
O homem sempre procurou se fixar ao longo das margens dos rios para sua sobrevivência, dependendo de suas águas para
consumo , higiene, alimentação, lazer e transporte.
Com a explosão demográfica, a falta de organização da ocupação e uso dos solos, os rios vêm sofrendo as mais diversas
agressões e poluições.
O aqüífero Guarani
O Aqüífero Guarani é um dos maiores mananciais de água doce subterrânea transfronteiriços do mundo, abrangendo quatro
países: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Tem uma extensão aproximada de 1,2 milhão de km, dos quais 840 mil estão no Brasil,
nos estados do Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Mato Grosso e São Paulo.
Guarani é o nome dado a esse conjunto de rochas que se formam entre 200 e 132 milhões de anos atrás. A espessura das
camadas de rochas varia de 50 a 800 m, com profundidade de até 1.800 metros. Por isso, suas águas podem alcançar temperaturas
muito elevadas, de 50 a 85°C. Existe um entusiasmo em relação à descoberta desse aqüífero, pois ele abriga águas muito profundas,
que, de uma maneira geral, apresentam boa proteção contra agentes poluidores, estando muito mais protegidas do que os rios e
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lagos, os mananciais usualmente utilizados. Além disso, está localizado em uma região com alta concentração populacional, estimada
em mais de 15 milhões de habitantes, e portanto, com alta demanda por água potável.
Há projetos de expansão do uso dessa água para fins energéticos, agropecuários e até de energia termal para co-geração de
energia elétrica. Há um grande risco nisso, pois a abertura de diversos poços, muitas vezes sem a fiscalização adequada, pode
facilitar a contaminação do aqüífero.
Como ainda faltam dados hidrogeológicos sobre o aqüífero, diversos projetos estão sendo realizados para estudá-lo, detectar
possível radiatividade das águas e criar um modelo de proteção e gestão do uso. Recentemente foi criado um grupo de trabalho
formado por especialistas do Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia, para desenvolver um programa de gestão compartilhada dos
recursos hídricos.
Somente 0,8% do total da água do planeta é água doce e grande parte dessa reserva já está poluída ou continua ameaçada
pela poluição. A água é um poderoso solvente. Ela dissolve algumas porções de quase tudo com o que entra em contato.
Na cidade a água é contaminada por esgoto, monóxido de carbono, poluição, produtos derivados de petróleo e bactérias. O
cloro utilizado para proteger a água pode contaminá-la ao reagir com as substâncias orgânicas presentes na água, formando os
nocivos trialometanos (substância cancerígena)
A agricultura contamina a água com fertilizantes, inseticidas, fungicidas, herbicidas e nitratos que são carregados pela chuva
ou infiltrados no solo, contaminando os mananciais subterrâneos e os lençóis freáticos.
A água subterrânea também é contaminada por todos estes poluentes que se infiltram no solo, atingindo os mananciais que
abastecem os poços de água de diversos tipos.
A água da chuva é contaminada pela poluição que se encontra no ar, podendo estar contaminada com partículas de arsênico,
chumbo, outros poluentes e inclusive ser uma chuva ácida.
A indústria contamina a água através do despejo nos rios e lagos de desinfetantes, detergentes, solventes, metais pesados,
resíduos radioativos e derivados de petróleo.
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responsáveis: indústrias diversas (refinarias, indústrias petrolíferas, de plástico, de borracha, fábricas de gás, de
carvão, de madeira, alcatrões, agricultura, usos domésticos e industriais de detergentes)
Poluições biológicas:
poluentes: detritos orgânicos, fermentáveis
responsáveis: esgotos das coletividades urbanas, indústrias de celulose (serrarias, fábricas de papel), indústrias
têxteis e alimentares (destilarias, fábricas de cerveja, conservas, indústrias de laticínios, indústrias de açúcar, matadouros, curtumes)
Poluições físicas: poluição radioativa
poluentes: resíduos radioativos das explosões nucleares e das reações nucleares controladas; radiatividade
induzida
responsáveis: indústrias nucleares
Poluições mecânicas:
poluentes: matérias sólidas inertes (lodos, argilas, escórias, etc.)
responsáveis: grandes estaleiros de construção, construção de estradas, indústrias de extração, lavagem de
minérios, drenagens
Poluições térmicas:
poluentes: dejetos de água de refrigeração que elevam a temperatura dos rios
responsáveis: centrais elétricas, térmicas e nucleares, refinarias
Eutrofização:
Quando os resíduos de uma água poluída mais ou menos rica em nitratos e fosfatos se tornam demasiado abundantes em
relação à quantidade de água pura disponível, surge o fenômeno da eutrofização.
Este fenômeno manifesta-se nos rios lentos e, sobretudo, nos lagos, onde a correnteza é insuficiente para evacuar as águas
usadas. Começa a haver um processo de acumulação de detritos no leito, ameaçando ou fazendo desaparecer as espécies da fauna
e da flora originais ocasionando o surgimento de uma camada de algas, produtoras de substâncias tóxicas. Com a contínua
população de algas na superfície, as águas tornam-se turvas e cada vez mais poluídas.
Classe 1
Águas destinadas ao abastecimento doméstico, sem tratamento prévio ou com simples desinfecção
Classe 2
Águas destinadas ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional, à irrigação de hortaliças ou plantas frutíferas
e à recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho).
Classe 3
Águas destinadas ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional, à preservação de peixes em geral e de outros
elementos da fauna e flora, e a matar a sede de animais.
Classe 4
Águas destinadas ao abastecimento doméstico, após tratamento avançado, ou à navegação, à irrigação e a usos menos
exigentes.
Obs: Os rios Tietê e Pinheiros, na Região Metropolitana de São Paulo, se encaixam nesta classificação.
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Quando a vazão de um rio se torna menor, os efeitos da poluição se tornam mais graves. Para controlar a vazão, constroem-
se barragens. Desta forma, pode-se garantir os curso da água uma vazão constante, pois o excesso de água, existente durante as
épocas de chuva, é acumulado para depois ser liberado mediante a abertura das estações secas.
A construção de represas, entretanto, deve restrirgir-se aos casos absolutamente indispensáveis, pois ela implica sempre
uma alteração dos sistemas ecológicos, provocando desequilíbrios, alteração de fauna e flora, mudanças de clima e outros impactos
ambientais que deverão ser cuidadosamente avaliados.
Elevação da turbulência:
Rios que possuem corredeiras têm muito maior capacidade de absorver o oxigênio atmosférico que os rios de águas
tranqüilas. É possível produzir "corredeiras artificiais" em um rio poluído. Uma experiência piloto desse tipo foi realizada no rio
Pinheiros, em São Paulo, mediante a construção de "escovas rotativas" - movidas por motores elétricos -, as quais submetiam a água
a uma forte agitação, promovendo rápida reoxigenação do meio.
Em casos extremos, de produção repentina de fortes odores nocivos, tem-se recorrido à adição de nitratos à água como
fonte química suplementar de oxigênio para atividade de bactérias anaeróbias facultativas. Tal solução paliativa tem , porém, o grave
inconveniente de acrescentar nitrogênio ao rio, o que acelera o processo de eutrofização.
Essas são as "massagens", "exercícios" e "fortificantes" que podemos administrar ao rio para que ele, por si só, consiga
recuperar-se da doença da poluição.
Como já vimos, para garantia da população, a água é tratada nas estações de tratamento de água, através de processos
diversos , entre eles decantação e cloração.
Porém, o cloro confere um sabor estranho à água e além de prejudicar o sabor dos alimentos (sucos, gelo, café), pode
prejudicar a saúde e por isso deve ser retirado na hora do consumo.
Além disso, a água percorre um longo caminho até chegar no ponto de uso, passando por tubulações enferrujadas, furadas e
até mesmo sujas com resíduos de areia e barro.
Por esses motivos há a necessidade de se utilizar filtros de qualidade, produzidos para reter essas partículas de sujeira e
eliminar gostos e odores estranhos da água, inclusive o cloro.
Porém, atenção para essa informação: o cloro é um agente de proteção da água que evita o desenvolvimento de
microorganismos. Só deve ser retirado da água no momento do consumo.
Se a água for ficar armazenada em cisternas ou caixas d'água, deve ficar com cloro.
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COR ESTRANHA
A presença de ferro e cobre pode deixá-la amarronzada. Além do aspecto visual, essa água pode manchar pias e sanitários. A água
que causa manchas pretas possui partículas de manganês.
CHEIRO DE OVO PODRE
Este cheiro é causado pela presença de hidrogênio sulfídrico, produzido por bactérias que se encontram em poços profundos e fontes
de águas estagnadas por longos períodos.
GOSTO DE FERRUGEM/GOSTO METÁLICO
O excesso de ferro e de outros metais alteram o sabor e aparência da água. O sabor da água pode apresentar-se metálico, mesmo
que visualmente a coloração esteja normal, pois a coloração enferrujada só aparece depois de alguns minutos em contato com o ar.
GOSTO E CHEIRO DE CLORO
O cloro é usado pelas estações de tratamento para desinfetar a água. Porém, a presença de cloro prejudica o sabor e o cheiro da
água que vai ser utilizada para beber ou na culinária em geral.
- Um filtro de qualidade é produzido com materiais atóxicos e naturais (por exemplo, carvão vegetal e celulose de
algodão), que não prejudiquem a saúde e não alterem as características naturais da água.
- Tempo que a água fica em contato com o material filtrante enquanto passa pelo filtro, ou seja, quanto maior o leito de
carvão ou de celulose de um filtro, maior será o tempo de contato com a água e maior será a eficiência de filtração.
- Tecnologias de filtração, tais como densidade graduada, altas vazões, resina melamínica, certificados de qualidade,
entre outros.
PONTO DE ENTRADA
O ponto de entrada é o local onde a água entra no estabelecimento ou residência (cavalete, por exemplo).
A filtração no ponto de entrada é importante para reter todas as impurezas que vêm com a água (areia, barro, ferrugem,
algas, géis), deixando a água que entra na caixa d'água totalmente livre de partículas e resíduos.
Uma filtração eficiente no ponto de entrada protege os encanamentos contra corrosão, vazamentos e entupimentos, reduz a
necessidade de sucessivas limpezas na caixa d'água e protege todos os equipamentos que utilizam água (chuveiros, torneiras,
máquinas de lavar, cafeteiras).
No ponto de entrada recomenda-se a utilização de filtros de celulose, para retenção de partículas de sujeira, não sendo
aplicável a utilização de filtros com carvão ativado, por retirarem o cloro que protege a água durante o armazenamento na caixa
d'água.
A durabilidade de um filtro está diretamente relacionada com a sua capacidade de retenção (em micra). Para o ponto de
entrada, recomenda-se um filtro com capacidade de retenção de até 25 micra, medida 3 vezes menor que um grão de talco e que
garante uma eficiência de filtração por 3 meses. Após esse período deverá ser feita a troca do elemento filtrante (conhecidos como
cartucho, refil ou vela).
PONTO DE USO
Ponto de uso é o local onde a água é utilizada para consumo direto ou indireto. A água no ponto de uso deve ser filtrada por
um filtro com celulose (para retenção de resíduos que venham da caixa d'água ou dos encanamentos da casa) e carvão ativado para
eliminar gostos e odores estranhos e remover o cloro.
O ponto de consumo direto é aquele onde a água é usada diretamente para beber, fazer sucos, fazer gelo, cozinhar, etc.
O ponto de consumo indireto é aquele onde a água será utilizada para produzir algum alimento, como por exemplo, máquinas
de gelo, geladeiras importadas, máquinas de café expresso, máquinas de refrigerante post-mix, entre outras.
Outro exemplo de ponto de uso indireto é a máquina de lavar roupas, na qual pode-se acoplar um filtro específico, que
fornece água limpa e cristalina para uma lavagem perfeita, conservando as roupas por mais tempo e aumentando o rendimento dos
sabões em pó.
A maioria dos filtros domésticos utiliza a prata coloidal como elemento para combater microorganismos. Porém, para garantir
a eficiência da prata coloidal, é necessário que ela fique em contato com a água por algumas horas. Como a água passa rapidamente
pelos filtros, esse tempo de contato não existe e, portanto, fica provado que os filtros não são esterilizadores ou purificadores.
A prata coloidal, na verdade, é utilizada para evitar a proliferação de bactérias dentro do filtro enquanto ele está em
descanso.
A durabilidade de um filtro está diretamente relacionada com a qualidade da água das diversas regiões. Em locais onde a
água provém de uma estação de tratamento de água, o filtro tem uma duração de 6 meses.
Para o ponto de uso, recomenda-se um filtro com carvão ativado vegetal granulado, celulose de algodão com densidade
graduada e capacidade de retenção de até 5 micra, medida 15 vezes menor que um grão de talco, o que garante uma eficiência de
filtração por 3 meses. Após esse período deverá ser feita a troca do elemento filtrante (conhecidos como cartucho, refil ou vela).
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Finalmente após muitas reuniões da "Comissão de Estudo Especial temporária de Filtros e Purificadores de Água" foi
implementada em caráter regulatório de acordo com a norma NBR 14908 "Aparelho para melhoria da qualidade de água para uso
doméstico - aparelho por pressão".
A norma visa especificar os mínimos requisitos e os métodos de ensaio utilizados por aparelhos de pressão, para melhoria da
qualidade da água de uso doméstico, potável ou bruta (não residuária). Embasada na norma americana ANSI/ NSF 42:2001 esta
norma também é acordada com a Portaria no 1469 do Ministério da saúde, Portaria esta que estabelece o padrão brasileiro de
potabilidade para a água de consumo humano. A norma englobará os seguintes ensaios:
Pressão hidrostática
Fadiga
Eficiência de retenção de partículas
Eficiência de retenção de cloro livre
Eficiência bacteriológica
Controle de nível microbiológico
Determinação de extraíveis.
Informe-se sobre Normas Técnicas no site da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas:www.abnt.org.br.
Nossa Rua:
Existem nela redes de esgoto e de água tratada? Se não há, quais são os métodos e recursos usados? Se há, existe alguma
casa que não se utiliza delas? Como faz?
Há coleta de lixo? Em que dias da semana? Há moradores que jogam o lixo em terrenos baldios? Os lixeiros usam luvas,
roupas adequadas? Nos dias de coleta o lixo é colocado em local adequado na rua ou é esparramado pelos "vira-latas"? Os
moradores selecionam o lixo, separando materiais de valor e recicláveis? O lixo é colocado em latas ou sacos plásticos?
A rua é arborizada? As árvores são de espécie adequada para os locais onde são plantadas? Não estão sendo castigadas
por podas irracionais?
Existe algum terreno mal cuidado? Quem é o proprietário? Existe alguma lei no município que obrigue os proprietários a
cuidarem dos seus terrenos? Se há, ela é cumprida? Há fiscalização pela Administração Municipal?
Quais as casas da rua que possuem quintais? Os moradores ocupam estes espaços com hortas, árvores frutíferas, jardins ou
criação de animais domésticos?
Quais são as casas mais antigas? Quando foram construídas? Estão bem conservadas? São um patrimônio histórico do
bairro ou da cidade?
Nosso Bairro:
Como é a população do nosso bairro? Ela tem aumentado muito nos últimos anos? Como são os novos e os antigos
moradores do bairro? Como é a amizade e a convivência social entre os moradores?
Como era o nosso bairro? Ele sofreu alguma transformação? Os antigos moradores estão contentes com as mudanças?
Qual é a sua história?
Como é o trânsito no bairro? As ruas são bem sinalizadas? Há poluição atmosférica ou sonora causada pelos veículos? Os
moradores usam bicicletas? Há segurança para os ciclistas?
Quais são as indústrias instaladas no bairro? O que elas produzem? Que materiais elas usam na produção? Causam algum
tipo de poluição? Como é o ambiente de trabalho no interior delas? Causam danos à saúde dos operários? Quais? São fiscalizadas
pelos órgãos competentes?
Quais são os equipamentos urbanos (telefones públicos, caixa para cartas, abrigo nos pontos de ônibus, iluminação pública)?
Eles são bem cuidados pela população? Estão bem localizados? Recebem manutenção quando necessário?
Há praça, parque, área de lazer no bairro? São bem cuidados: o que falta nesses espaços públicos?
Em que zona da cidade se situa nosso bairro? Quais são os bairros vizinhos? Como é a relação com eles? Os bairros destas
áreas são interligados? Se não são, por quê?
Nossa Cidade:
Em que região se localiza nossa cidade? Quais são as cidades vizinhas? Em que nossa cidade depende delas e elas da
nossa?
Quais são as principais atividades econômicas (agropecuária, industria, turismo, comércio, etc.)? como é a zona rural do
município? De onde vêm os alimentos? Como são comercializados? Como chegam à nossa mesa?
Quais são os rios existentes no município? Algum deles cortam a área urbana? Estão poluídos? Como? Possuem matas
ciliares? São explorados para lazer, pesca ou turismo? Onde eles nascem, deságuam e quais são seus afluentes? Há peixes? Que
espécie?
De onde vem a água que abastece a cidade? Onde fica e como funciona a estação de tratamento de água (ETA)? Qual a
capacidade de abastecimento desse manancial?
Existe estação de tratamento de esgoto doméstico? Qual o sistema usado? Quais as alternativas mais econômicas? Onde o
esgoto é lançado? Onde ficam os emissários do esgoto?
Para onde vai o lixo doméstico? E o industrial (nível 2)? E o tóxico? Existe aterro sanitário ou usina de compostagem? Como
são operados? Onde ficam?
Existem Áreas de Preservação Ambiental (APA), parque ecológico, horto ou reserva florestal, reserva biológica ou qualquer
outra área declarada de preservação permanente no município? São abertas ao público? Como estão sendo administradas? Estão
sendo realmente protegidas? O que há nelas para merecerem a preservação permanente? Se não existem, há algum ecossistema
que precise ser declarado de preservação permanente?
Existe algum zoológico? Como ele é mantido (pela prefeitura, governo do Estado, particulares)? Como está a situação dele?
Em que condições vivem os animais? Se não há, a cidade gostaria de ter um? O que poderia ser feito para tê-lo?
Use as Informações:
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Depois de observar tudo isso, sozinho ou em grupo, analise as informações que você obteve. Veja o que você considera
incorreto. Discuta com seus amigos, vizinhos, colegas e família formas para melhorar o ambiente que o cerca. Mas saiba sempre o
que exigir. Se nossa vida moderna impõe indústrias, não deixe que elas poluam ou se instalem em área de mananciais (rios que
fornecem água para a população). Procure influir no planejamento ambiental de sua cidade (que definirá onde e que tipo de indústrias
são permitidos, como se tratará o lixo, que áreas serão residenciais, comerciais, agrícolas, onde serão instaladas Áreas de Proteção
Ambiental, etc.).
Propriedades da água
Nos organismos vivos
A água possui muitas propriedades incomuns que são críticas para a vida: é um bom solvente e possui alta tensão superficial
(0,07198 N m-1 a 25 °C). A água pura tem sua maior densidade em 3,984 °C: 999,972 kg/m³ e tem valores de densidade menor ao
arrefecer e ao aquecer. Como uma molécula polar estável na atmosfera, desempenha um papel importante como absorvente da
radiação infravermelha, crucial no efeito estufa da atmosfera. A água também possui um calor específico peculiarmente alto (75,327 J
mol-1 K-1 a 25 °C), que desempenha um grande papel na regulação do clima global.
A água dissolve vários tipos de substâncias polares e iónicas, como vários sais e açúcar, e facilita sua interação química, que
ajuda metabolismos complexos.
Apesar disso, algumas substâncias não se misturam bem com a água, incluindo óleos e outras substâncias hidrofóbicas.
Membranas celulares, compostas de lipídios e proteínas, levam vantagem destas propriedades para controlar as interações entre os
seus conteúdos e químicos externos.
Ponto de ebulição
o H2O: 100,0 °C (373 K)
o D2O: 101,42 °C (374,42 K)
o T2O: 101,51 °C (374,51 K)
Ponto crítico
o H2O: TC= 647,096 K PC= 22,0664MPa d=322kg/m³
o D2O: TC= 643,847 K PC= 21,671MPa d=356kg/m³
Constante dielétrica
o H2O: 87,9 (0 °C) 78,4 (25 °C) 55,6 (100 °C)
o H2O: gelo lh 99 (-2O °C) 171 (-120 °C)
o H2O: gás 1,0059 (10O °C, 101 325 kPa)
o H2O: 78,06 (25 °C)
Cerca de dois terços da superfície da Terra está coberta por água, 97,2% dos quais contêm os cinco oceanos. O aglomerado
de gelo do Antártico contém cerca de 90% de toda a água potável existente no planeta (em baixo). A água em forma de vapor pode
ser vista nas nuvens, contribuíndo para o albedo da Terra.
Outra característica incomum da água é a sua dilatação anômala. Ela se contrai com a queda de temperatura, mas a partir de
4 °C ela começa a se expandir, voltando a se contrair após sua solidificação. Isso explica porque a água congela primeiro na
superfície, pois a água que atinge o 0 °C se torna menos densa que a água a 4 °C, conseqüentemente ficando na superfície. Esse
fenômeno também é importante para a manutenção da vida nas águas frias, pois faz com que a água a 4 °C fique no fundo e
mantenha mais aquecidas as criaturas que ali vivem.
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Distribuição
Na Terra há cerca de 1 360 000 000 km³ de água que se distribuem da seguinte forma:
1 320 000 000 km³ (97%) são água do mar.
40 000 000 km³ (3%) são água doce.
o 25 000 000 km³ (1,8%) como gelo.
o 13 000 000 km³ (0,96%) como água subterrânea.
o 250 000 km³ (0,02%) em lagos e rios.
o 13 000 km³ (0,001%) como vapor de água .
Hidrosfera
A hidrosfera corresponde a toda parte líquida contida no planeta. Os oceanos são responsáveis por 97,2% de toda água, isso
significa que cerca de 2/3 da superfície é coberta por este. Já as águas continentais possuem um percentual bem inferior, essas
águas se encontram nos rios, lagos (estado líquido), nas geleiras (estado sólido, que por sinal é a maior reserva de água doce), os
aqüíferos e lençóis freáticos e, por fim, as águas contidas na atmosfera que se apresentam em forma de vapor dão origem às
precipitações.
A água surgiu a partir do resfriamento da Terra, isso decorreu dos vulcões que expeliam vários gases e vapor de água que se
evaporou e favoreceu a ocorrência de chuvas.
A água é fundamental à vida, independentemente do ser, até mesmo porque a vida surgiu na água, como as bactérias, os
primeiros seres vivos (trilobitas), os seres aquáticos saíram das águas e se transformaram em anfíbios depois em répteis e daí por
diante.
A água é encontrada em estados físicos. Os estados físicos da água se apresentam em estado líquido, sólido e gasoso.
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Rios e lagos
Os rios e os lagos são águas continentais por estar presente em áreas emersas. Esses têm suas formações em decorrência do
afloramento dos lençóis freáticos, entretanto não é a única maneira de formação de um rio, uma vez que podem originar-se de
derretimento de geleiras, como o rio Amazonas.
Os rios sofrem variações quanto a sua velocidade e seu direcionamento que é determinado por elementos do relevo, diante
disso percebe-se que o relevo é o divisor de águas em nível geral e particular.
Os lagos podem ser naturais, sua origem é decorrente de nascentes de águas subterrâneas, ou mesmo artificiais, quando o
homem através de seus conhecimentos e suas técnicas consegue materializar a produção de um lago.
Os rios variam quanto à quantidade de água, ou seja, sua vazante, isso é pertinente às modificações climáticas transcorridas
durante o ano que vão determinar as cheias (período chuvoso) e vazantes (período de estiagem), além disso, os rios também podem
ter seu regime reconhecido distintamente como sendo rios perenes, intenso e constante fluxo de água sem que ocorra seca (rio que
não seca), ao contrário dos rios temporários que são caracterizados por sua presença sazonal, isso significa que se trata de rios que
secam no período de seca ou estiagem.
As águas continentais são de suma importância para a sociedade, tendo em vista que essas são propícias ao consumo
humano e de todos os seres vivos. No caso do consumo humano as águas são utilizadas em múltiplas atividades que podem ser
enumeradas em uso rural, urbano, turístico e etc., no campo é utilizada na irrigação, para a criação de animais entre outros, nas
cidades seu uso é destinado às residências, indústrias, comércios, instituições, escolas e no turismo é fonte de renda, explorando as
belezas de rios e lagos.
Atualmente uma importante reserva de água doce está armazenada nas geleiras em estado sólido, sua localização
geográfica faz que as temperaturas permaneçam sempre baixas conservando-as intactas, salvo as alterações pertinentes às
atividades humanas que modificam as condições naturais.
As sociedades do mundo contemporâneo, independente do continente ou país, provocam impactos nas águas que podem
ser divididos em: poluição industrial, doméstica e rural.
OS OCEANOS
As explicações da ciência para a origem dos oceanos são tão complexas como interessantes. Pensa-se que até um certo
tempo na história da Terra — muito antes da formação dos atuais continentes — existiria uma grossa, pesada e quentíssima massa de
nuvens envolvendo toda a Terra. Dessa forma, todos os materiais que um dia viriam a constituir a hidrosfera de nosso planeta
estariam sob a forma gasosa, nessa primeira atmosfera terrestre. Quando o resfriamento da crosta atingiu uma temperatura critica —
ainda que muito elevada — tornou-se impossível a manutenção de todos as materiais líquidos sob estado gasoso. Então, grossas
chuvas quentes, de grande poder de erosão, iniciaram o primeiro ciclo hidrológico da Terra. Uma parte da água dessas precipitações
voltava à atmosfera pôr intensa evaporação. O restante preencheu as depressões primárias da superfície do globo, vindo a formar o
primeiro grande oceano de nosso planeta.
Existem razões para se pensar que, por muito tempo, houve um oceano principal (o Paleopacífico) e um gigantesco bloco de
terras emersas (o continente de Gondwana), que reunia América, África, Europa, Ásia e Austrália, e que se manteve uno por dezenas
de milhões de anos. Sua fragmentação, porém, iniciou-se em meados da Era Mesozóica, há cerca de 180 milhões de anos,
originando a divisão do mar único em um mosaico de oceanos e continentes.
As ideias básicas sobre a fragmentação do continente de Gondwana foram estabelecidas pelo gênio do cientista alemão
AIfred Wegener (1880-1930).
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As grandes depressões oceânicas
O Atlântico tem a forma aproximada de um "S", que se estende no sentido dos meridianos, e separa a Europa e a África das
Américas; ao norte comunica-se com o oceano Glacial Ártico, por meio do mar da Noruega e de vários estreitos; ao sul, confunde-se
com o oceano Glacial Antártico; a sudeste liga-se ao Indico, e a sudoeste ao Pacifico, através do estreito de Magalhães. Por sua
localização, o Atlântico é o mais importante dos oceanos, por ele transitam navios de todo tipo, interligando os mais importantes
centros comerciais, industriais e culturais do mundo, situados na Europa e na América do Norte.
O oceano Pacifico cobre mais de um terço da superfície do globo terrestre. Suas águas se estendem entre as Américas, a
Ásia, a Austrália e o continente Antártico. Ao sul, comunica-se com o oceano Glacial Antártico. Une-se ao Índico pelo estreito de
Malaca e das ilhas de Sonda. O primeiro europeu a visitá-lo parece ter sido o espanhol Vasco Núñez de Balboa, que, em 1513,
atravessou o istmo do Panamá e deparou com as águas do Pacifico.
O oceano Indico, situado na região intertropical ou tórrida, durante muito tempo foi chamado mar das Índias. É o menor dos
oceanos. Fechado inteiramente ao norte pela Ásia, a oeste limita-se com a África e a leste com a Austrália e o arquipélago de Sonda.
Ao sul, confunde-se com o oceano Glacial Antártico.
Nas regiões polares, há dois oceanos que são, na verdade, prolongamentos do Atlântico, do Pacífico e do Índico. No pólo
norte, fica o oceano Glacial Ártico, explorado no século XIX; no sul, está o Glacial Antártica. Ambos permanecem congelados a maior
parte do tempo e pouco se sabe de seu relevo submarino.
Oceano Atlântico
O oceano Atlântico, basicamente, é uma bacia imensa que se estende de
OCEANO ATLÂNTICO norte a sul desde o oceano Glacial Ártico, ao norte, até o oceano Glacial Antártico,
Superfície: mais de 106 milhões de km2 ao sul. Ocupa mais de 106 milhões de km2 de superfície total.
Profundidade média: 3 926m O limite entre o Atlântico norte e o oceano Glacial Ártico foi estabelecido de
Profundidade máxima (fossa de Porto forma arbitrária, com base em cordilheiras submarinas que se estendem entre as
Rico): 8 742 m massas de terra da ilha de Baffin, Groenlândia e Escócia. Contudo, ficou mais fácil
Temperatura máxima: 27ºC marcar o limite com o mar Mediterrâneo na altura do estreito de Gibraltar, e com o
Salinidade média: 35 % mar do Caribe, ao longo do arco formado pelas ilhas do Caribe. O Atlântico sul está
MARES SECUNDÁRIOS: separado de forma arbitrária do oceano Índico pelo meridiano de 20° longitude E, e
Oceano Glacial Ártico, Mar do Pacífico, a oeste, pela linha de maior profundidade que se estende entre o cabo
Mediterrâneo, Golfo do México, Mar das Antilhas, de Hornos e a península Antártica.
Mar de Baffin, Mar do Norte, Mar Báltlco, Mar da O oceano Atlântico começou a formar-se há 150 milhões de anos, quando
Mencha, Mar da Irlanda, Baia de Hudson, Mar se afastou do grande continente de Gondwana como resultado da separação da
Negro, Mar da Noruega. América do Sul e da África, que ainda continua, com uma progressão de vários
centímetros por ano ao longo da dorsal submarina Meso-atlântica, cadeia
montanhosa que se estende de norte a sul, com aproximadamente 1.500 km de
largura, na qual ocorrem freqüentes erupções vulcânicas e terremotos.
As cadeias submarinas se estendem de forma desigual de leste a oeste
entre as plataformas continentais e a dorsal Meso-atlântica, dividindo os fundos
oceânicos em uma série de bacias conhecidas como planícies abissais. As quatro
bacias do lado americano têm uma profundidade de mais de 5.000 m e são: a bacia
Norte-americana, a da Guiana, a do Brasil e a Argentina. O perfil euro-africano está
marcado por várias bacias de menor profundidade: a bacia da Europa ocidental, Canárias, Cabo Verde, Serra Leoa, Guiné, Angola,
Cabo e Cabo Agulhas. A grande bacia Atlântica-antártica se estende ao longo da área mais meridional da cordilheira Meso-atlântica e
da Antártica.
Seu relevo submarino tem sido explorado desde o princípio do século XX. O traço dominante é uma cordilheira — a Dorsal
Mediana ou cadeia Meso-atlântica — que se estende, semelhante a um S, desde a Islândia até a ilha Bouvet, na Antártida. Tem de 2
000 a 2 500 m de profundidade e divide o Atlântico em duas depressões: oriental e ocidental. Na zona do equador, a Dorsal é
interrompida pelo estreito de Romanche, uma depressão que chega a atingir 6 000 m abaixo do nível do mar. Em alguns trechos, a
cordilheira expande-se e forma planaltos, como o do Telégrafo, entre a Europa e a América do Norte. É uma área de vulcanismo que,
ao emergir, formou ilhas como as de Açores. As ilhas Ascensão, Santa Helena e Tristão da Cunha, entre a África e a América do Sul,
são também partes emersas da cordilheira.
Da Dorsal partem soleiras, ou seja, elevações alongadas, algumas das quais limitam depressões (bacias oceânicas), que se
alinham de um e outro lado da cordilheira. Na região equatorial originam-se a soleira do Pará, em direção ao Brasil, e a soleira de
Serra Leoa, em direção à África, dividindo o Atlântico em duas porções: setentrional e meridional. Na primeira encontram-se duas
bacias principais: a Norte-Americana e a Euro-Africana. São duas também as bacias do Atlântico Sul: a Brasileira e a Argentina. As
formas do relevo submarino são cobertas por uma camada mais ou menos espessa de sedimentos, exceto nos locais onde as
correntes marinhas são muito fortes, ou as formas do relevo muito acentuadas.
Os recortes do litoral continental e as ilhas formam mares mais ou menos fechados, com algumas características próprias,
porém dependentes do oceano. Um exemplo é o Mediterrâneo, entre Eurásia e África.
As ilhas mais extensas situadas em sua totalidade no oceano Atlântico constituem um prolongamento das plataformas
continentais, como Terranova, ilhas Britânicas, arquipélago das Malvinas e ilhas Sandwich do Sul, na plataforma da Antártida. As ilhas
oceânicas de origem vulcânica são menos comuns do que no Pacífico; entre elas se encontram as do arco insular do Caribe, Madeira,
Canárias, Cabo Verde, o grupo de São Tomé e Príncipe, Açores, Penedo de São Pedro e São Paulo, Ascensão e o arquipélago de
Tristão da Cunha. A ilha maior é a Islândia.
O sistema de circulação superficial das águas do Atlântico pode ser representado como dois grandes vórtices ou remoinhos,
ou sistemas de corrente circular: uma no Atlântico norte e outra no Atlântico sul. Estas correntes são provocadas pela ação dos ventos
alísios e também pela rotação da Terra. As do Atlântico norte, entre as quais se encontram as correntes Norte-equatoriais, a das
Canárias e a corrente do Golfo, movem-se no sentido horário. As do Atlântico sul, entre as quais se destacam a do Brasil, a de
Benguela e a corrente Sul-equatorial, se orientam no sentido anti-horário.
O Atlântico recebe águas da maioria dos rios mais importantes do mundo, como o São Lourenço, Mississippi, Orinoco,
Amazonas, Paraná, Congo, Níger e Loire.
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O oceano Atlântico conta com alguns dos bancos pesqueiros mais produtivos do mundo. As áreas com afloramento, nas
quais as águas profundas do oceano ricas em nutrientes sobem para a superfície, possuem abundante fauna marítima. O oceano é
rico em recursos minerais, e as plataformas e taludes continentais possuem abundantes combustíveis fósseis.
Oceano Pacifico
É o mais extenso e profundo dos oceanos do mundo. Abarca mais de
OCEANO PACÍFICO um terço da superfície da Terra e contém mais da metade do seu volume de
Superfície: 165 000 000 km2 água. Costuma-se fazer, de forma artificial, uma divisão a partir do equador: o
Profundidade média: 4 282 m Pacífico norte e o Pacífico sul. Foi descoberto em 1513 pelo espanhol Vasco
Profundidade máxima (fossa das Marianas): Nunes de Balboa, que o chamou de mar do Sul.
11 033 m O oceano Pacífico confina em sua parte oriental com os continentes
Temperatura máxima: 32ºC da América do Norte e do Sul, ao norte com o estreito de Bering, a oeste com a
Salinidade média: 32,5 % Ásia, o arquipélago da Indonésia e a Austrália, e ao sul com a Antártida. Ao
MARES SECUNDÁRIOS sudeste, é dividido do oceano Atlântico de forma arbitrária pela passagem de
Oceano Glacial Antártico, Mar de Bering, Mar Drake, aos 68° longitude O. Ao sudoeste, a linha divisória que o separa do
de Okhotsk, Mar do Japão, Mar da china Oriental, oceano Índico ainda não foi estabelecida de forma oficial. Além dos mares
Mar da China Meridional, Mar de Java, Mar de limítrofes que se prolongam por sua irregular orla ocidental, o Pacífico conta
Arafura, Mar de Corais, Mar da Taemfinia, Mar de com uma área de cerca de 165 milhões de km2 e tem uma profundidade média
Sonda, Golfo da Califórnia. de 4.282 m, embora o ponto máximo conhecido se encontre na Fossa das
Marianas a 11.033 m de profundidade.
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Oceano Indico
Menor dos três grandes oceanos da Terra, limitado a oeste pela África, ao
OCEANO INDICO norte pela Ásia, a leste pela Austrália e pelas ilhas australianas, e ao sul pela
Superfície: 73,4 milhões de km2 Antártida. Não existem limites naturais entre o oceano Índico e o oceano Atlântico.
Profundidade média: 4 210 m Uma linha de 4.020 km ao longo do meridiano 20 °E, que liga o cabo Agulhas, no
Profundidade máxima (fossa de extremo sul da África, à Antártida, costuma ser considerado o limite.
Amirantes): 9 074m Seu relevo é menos conhecido que o do Atlântico, embora se saiba que 60%
Temperatura máxima: 30ºC correspondem a profundidades entre 4000 e 6 000 m. Em média, é mais profundo que
Salinidade média: 34,5 % o Atlântico e menos
MARES SECUNDÁRIOS que o Pacifico. A plataforma continental é estreita, exceto no litoral norte. Das
Mar Vermelho, Golfo de Aden, Mar da regiões mais profundas, na parte mediana, ergue-se uma lombada, a Dorsal Central
Arábia, Golfo de Bengala, Mar de Andaman, ou Indiana, que se estende desde a Índia até o sul da ilha Rodrigues (arquipélago de
Golfo Pérsico, Golfo de Oman. Mascarene). Passa pelas ilhas Laquedivas, Maldivas e Chagos, no mar da Arábia.
Essas ilhas, bem como numerosos atóis são pontos emersos da Dorsal. Mais ao sul,
ela se alarga, formando extenso planalto submarino, que serve de base às ilhas
Kerguelen.
A Dorsal divide as regiões profundas do Índico em duas áreas: ocidental e
oriental. A região ocidental assemelha-se, pelas formas do relevo, ao Atlântico: é
menos profunda e apresenta várias ramificações. Uma destas é a de Carsberg ou Indo-Arábica, que se origina ao sul do arquipélago
Chagos e toma a direção das ilhas Socotorá, no mar da Arábia. Paralelamente, estendem-se formações coralígenas das ilhas
Maurício às Seychelles. E nas ilhas Comores, ao norte de Madagáscar, está a Dorsal de Madagáscar, da qual esta ilha é uma parte
emersa.
A região oriental é muito profunda e ocupada por uma vasta bacia, onde as profundidades médias ultrapassam 5 000 m. No
leste, limitando o oceano, erguem-se os planaltos submarinos que sustentam a Austrália, Tasmânia, Nova Guiné e o arquipélago de
Sonda.
Suas maiores ilhas são Madagascar e Sri Lanka. Recebe as águas dos rios Limpopo, Zambeze, Irawadi, Brahmaputra,
Ganges, Indo e Shatt al-Arab.
Correntes Marítimas
Correntes marítimas são deslocamentos de massas de água oceânicas geradas pela inércia de rotação do planeta e pelos
ventos. As correntes se movimentam por todos os oceanos do mundo, transportando calor e por isso apresentam influência direta na
pesca, vida marinha e no clima.
As principais correntes marítimas da Terra são conhecidas como, por exemplo, a Corrente do Golfo, Corrente do Brasil,
Correntes de Humbolt, entre outras. Por essas massas de água estarem em deslocamento, carregam consigo energia cinética. Essa
energia cinética pode ser captada por turbinas, semelhantes às turbinas eólicas ou turbinas com pás dispostas como uma turbina de
avião, que quando submersas são movimentadas pela corrente de água que passa por suas hélices.
Estima-se que a potência total das correntes oceânicas de todo mundo esteja por volta de 5 mil gigawatts, ou seja, com uma
densidade de potência por volta de 15 Kw/m2. Estimou-se que captando apenas milésimo da energia disponível na Corrente do Golfo,
isso representaria 21 mil vezes mais energia que toda energia concentrada na vazão das Cataratas do Niagara e atenderia a 35% da
necessidade energética do estado da Florida.
Apesar das correntes marítimas se moverem apenas com 2% da velocidade dos ventos que as influenciam, a diferença de
densidade entre o ar e a água do mar é muito grande, 835 vezes, com isso é necessário uma corrente marítima de menor velocidade
que o vento para gerar uma mesma quantidade de energia. Para ser ter uma idéia uma corrente marítima de 19,2 km/h é equivalente
a ventos de 176 km/h.
Além dessa vantagem sobre a energia eólica, também existem outras vantagens como: de colocar as turbinas mais próximas
umas das outras, necessitando-se de menos espaço, isso devido a densidade e a velocidade da água; por estarem submersas, as
turbinas não teriam impacto visual; as correntes oceânicas são relativamente constantes em relação a direção e velocidade.
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A utilização da energia das correntes oceânicas como fonte alternativa está no início de seu desenvolvimento. O primeiro
protótipo foi uma turbina de 350Kw, instalado em 2000 na costa de Cornwall, sudeste da Inglaterra. Mas muitos países já mostraram
interesse neste tipo de fonte energética alternativa, como os Estados Unidos, China, Japão e países da União Européia.
Por este tipo de fonte energética estar num estágio inicial de aproveitamento e estudo,
não existem turbinas sendo comercializadas, com isso é difícil dizer se a exploração desse tipo de recurso é viável. O maior gasto
com este tipo de exploração é com os cabos submarinos que levam a energia da turbina até a costa. Além disso, existe o problema de
se evitar a proliferação de moluscos no equipamento e também de diminuir os efeitos de corrosão do material.
Impactos ambientais potenciais precisam ser no desenvolvimento e na utilização desta tecnologia, assim como a análise dos
recursos necessários para a construção e operação. Para isso o planejamento do projeto necessita levar em consideração a proteção
da vida marinha como, por exemplo, peixes e mamíferos. Apesar das pás possuírem baixa velocidade, o que possibilita a passagem
dos peixes com segurança, poderiam ser instalados cercas ou sonares, para a proteção de mamíferos como baleias e golfinhos. Além
destes problemas, é necessário a monitoração da temperatura e da salinidade da água, pois elas podem ser influenciadas.
Quantidade e Composição
A água ocupa 70% da superfície da Terra. A maior parte, 97%, é salgada. Apenas 3% do total é água doce e, desses, 0,01%
vai para os rios, ficando disponível para uso. O restante está em geleiras, icebergs e em subsolos muito profundos. Ou seja, o que
pode ser potencialmente consumido é uma pequena fração.
Há muita coisa a saber a respeito da água. Ela está presente nos menores movimentos do nosso corpo, como no piscar de
olhos. Afinal, somos compostos basicamente de água.
Esse líquido precioso está nas células, nos vasos sangüíneos e nos tecidos de sustentação. Nossas funções orgânicas
necessitam da água para o seu bom funcionamento. Em média, um homem tem aproximadamente 47 litros de água em seu corpo.
Diariamente, ele deve repor cerca de 2 litros e quilômetros cúbicos e o tempo de permanência no leito é de duas semanas. As geleiras
e a neve têm 30 milhões de quilômetros cúbicos e a água deve ficar congelada por milhares de anos. A água atmosférica tem o
volume de 113 mil quilômetros cúbicos e permanece por 8 a 10 dias no ar.
Acredita-se que a quantidade atual de água seja praticamente a mesma de há 3 bilhões de anos. Isto porque o ciclo da água
se sucede infinitamente. Não seria engraçado se o alimento que comemos ontem tivesse sido preparado com as águas que, tempos
atrás, foram utilizadas pelos romanos em seus famosos banhos coletivos?
Qualidade da Água
A água pode ser saudável ou nociva. Na natureza não existe água pura, devido à sua capacidade de dissolver quase todos
os elementos e compostos químicos. A água que encontramos nos rios ou em poços profundos contém várias substâncias dissolvidas,
como o zinco, o magnésio, o cálcio e elementos radioativos.
Dependendo do grau de concentração desses elementos, a água pode ou não ser nociva.
Para ser saudável, a água não pode conter substâncias tóxicas, vírus, bactérias, parasitos.
Essas são as mais comuns. Mas existem outras, como a febre tifóide, as cáries dentárias, a
hepatite infecciosa.
Parasitos da Água
"O consumo de uma água saudável é fundamental à manutenção de um bom estado de saúde. Existem estimativas da
Organização Mundial de Saúde de que cerca de 5 milhões de crianças morrem todos os anos por diarréia, e estas crianças habitam
de modo geral os países do Terceiro Mundo. Existem alguns cuidados que são fundamentais. O acesso à água tratada nem sempre
existe na nossa população - principalmente na população de periferia. Deve-se tomar muito cuidado porque a contaminação dessa
água nem sempre é visível. A água de poço e a água de bica devem ser usadas com um cuidado muito especial, porque muitas vezes
estão contaminadas por microrganismos que não são visíveis a olho nu. Mesmo com a água tratada deve-se ter alguma cautela,
porque muitas vezes há contaminação na sua utilização: recipientes que são utilizados com falta de higiene, mãos que não são
suficientemente bem lavadas... Todos esses fatores podem estar interferindo num caso de diarréia. Muitas outras doenças importantes
também podem ser causadas pela água contaminada".
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A água também se encontra ameçada pela poluição, pela contaminação e pelas alterações climáticas que o ser humano vem
provocando. Além do perigo que representa para a saúde e bem-estar do homem, a degradação ambiental é apontada pela
Organização Mundial de Saúde como uma importante ameaça ao desenvolvimento econômico. Em geral, uma pessoa só toma
consciência da importância da água quando ela lhe falta...
Enchentes
Enchente não é, necessariamente, sinônimo de catástrofe. É apenas um fenômeno natural dos regimes dos rios. Não existe rio sem
enchente. Por outro lado, todo e qualquer rio tem sua área natural de inundação. As inundações passam a ser um problema para o
homem quando ele deixa de respeitar esses limites naturais dos rios. Por exemplo, quando remove as várzeas e quando se instala
junto às margens. Ou então quando altera o ambiente de modo a modificar a magnitude e o regime das enchentes, quando desmata,
remove a vegetação e impermeabiliza o solo.
"As alterações que o homem provoca na bacia hidrográfica, alterando suas características físicas, também aumentam o prejuízo
dessas enchentes. Como o homem altera as características da bacia?
De diversas formas. A primeira, ou a mais importante, é quando ele suprime a cobertura vegetal e introduz obras com características
de impermeabilização do solo, como construção de casas, telhados, pavimentação de ruas, quintais etc.
Perdemos a capacidade de retenção da água através da vegetação e perdemos também a capacidade de infiltração dessa água no
solo. Por conseguinte, os volumes de água que chegarão nos rios serão sempre maiores. E, portanto, os prejuízos das inundações
também serão maiores.
A pergunta que fica é: como podemos enfrentar o problema dos prejuízos decorrentes das inundações?
Existem basicamente três formas: a primeira é não ocupar as áreas de inundação; a segunda é não alterar - ou alterar o
menos possível - as características físicas da bacia hidrográfica. E, por último, através da implantação de obras de contenção de
cheias, como a construção de barragens, reservatórios, construção de diques para proteção de áreas de riscos altos de inundação,
enfim, outras obras de engenharia, do tipo desassoreamento de rios e ampliação de seus leitos. Todas essas obras têm uma
característica comum: são extremamente caras e onerosas para a sociedade. Conquanto tenha um certo grau de eficiência, nós
podemos dizer que elas não são absolutamente eficazes porque, mesmo contando com essas obras, sempre haverá um evento de
chuva, um evento de cheia que provocará uma inundação maior do que aquelas para as quais essas obras foram projetadas".
Constante Bombonatto
Engenheiro da SABESP
especialista em ciclo hidrológico
A Água no Mundo
A água tem se tornado um elemento de disputa entre nações. Um relatório do Banco Mundial, datado de 1995, alerta para o
fato de que "as guerras do próximo século serão por causa de água, não por causa do petróleo ou política".
Em 1967, um dos motivos da guerra entre Israel e seus vizinhos foi justamente a ameça, por parte dos árabes, de desviar o fluxo do
rio Jordão, cuja nascente fica nas montanhas no sul do Líbano. O rio Jordão e seus afluentes fornecem 60 por cento da água
necessária à Jordânia. A Síria também depende desse rio.
A populosa China também sofre com o problema. O grande crescimento populacional e a demanda agroindustrial estão
esgotando o suprimento de água. Das 500 cidades que existem no país, 300 sofrem com a escassez de água. Mais de 80 milhões de
chineses andam mais de um quilômetro e meio por dia para conseguir água, e assim acontece com inúmeras nações.
Um levantamento da ONU aponta duas sugestões básicas para diminuir a escassez de água: aumentar a sua disponibilidade
e utilizá-la mais eficazmente. Para aumentar a disponibilidade, uma das alternativas seria o aproveitamento das geleiras; a outra seria
a dessalinização da água do mar.
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Esses processos são muito caros e tornam-se inviáveis para a maioria dos países que sofrem com a escassez. É possível,
ainda, intensificar o uso dos estoques subterrâneos profundos, o que implica utilizar tecnologias de alto custo e o rebaixamento do
lençol freático.
A Água no Brasil
O Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à quantidade de água. Sua distribuição, porém, não é uniforme em todo o
território nacional.
A Amazônia, por exemplo, é uma região que detém a maior bacia fluvial do mundo. O volume d'água do rio Amazonas é o maior do
globo, sendo considerado um rio essencial para o planeta. Essa é, também, uma das regiões menos habitadas do Brasil.
Em contrapartida, as maiores concentrações populacionais do país encontram-se nas capitais, distantes dos grandes rios brasileiros,
como o Amazonas, o São Francisco e o Paraná. E há ainda o Nordeste, onde a falta d'água por longos períodos tem contribuído para
o abandono das terras e para a migração aos centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, agravando ainda mais o problema
da escassez de água nessas cidades.
Além disso, os rios e lagos brasileiros vêm sendo comprometidos pela queda de qualidade da água disponível para captação e
tratamento.
Na região amazônica e no Pantanal, por exemplo, rios como o Madeira, o Cuiabá e o Paraguai já
apresentam contaminação pelo mercúrio, metal utilizado no garimpo clandestino. E nas grandes cidades esse
comprometimento da qualidade é causado principalmente por despejos domésticos e industriais.
"Se a bacia é ocupada por florestas nas condições naturais, essa água vai ter uma boa qualidade porque vai receber apenas folhas,
alguns resíduos de decomposição de vegetais. &eacutE; uma condição perfeitamente natural. Mas, se essa bacia começar a ser
utilizada para a construção de casas, para implantação de indústrias, para plantações, então a água começará a receber outras
substâncias além daquelas naturais, como, por exemplo o esgoto das casas e os resíduos tóxicos das indústrias e das substâncias
químicas aplicadas nas plantações. Isso vai contribuir para que a água vá piorando de qualidade. Por isso ela deve ser protegida na
fonte, na bacia. Essa água, depois, vai ser submetida a um tratamento para ser usada pela população. Mas, mesmo a estação de
tratamento tem suas limitações. Ela retira com facilidade os produtos de uma floresta, de uma condição natural. Mas esgotos pioram
muito, e a presença de substâncias tóxicas vai tornando esse tratamento cada vez mais caro. Acima de um certo limite, o tratamento
nem mais é possível, porque existe uma limitação para a capacidade depuradora de uma estação de tratamento. Então, a água se
torna totalmente imprestável".
Esses problemas atingem também os principais rios e represas das cidades brasileiras, onde hoje vivem 75% da população.
Em Porto Alegre, o rio Guaíba está comprometido pelo lançamento de resíduos domésticos e industriais, além de
sofrer as conseqüências do uso inadequado de agrotóxicos e fertilizantes.
Brasília, além de enfrentar a escassez de água, tem problemas com a poluição do lago Paranoá.
A ocupação urbana das áreas de mananciais do Alto Iguaçu compromete a qualidade das águas para abastecimento
de Curitiba.
O rio Paraíba do Sul, além de abastecer a região metropolitana do Rio de Janeiro, é manancial de outras
importantes cidades de São Paulo e Minas Gerais, onde são graves os problemas devido ao garimpo, à erosão, aos desmatamentos e
aos esgotos.
Belo Horizonte já perdeu um manancial para abastecimento - a lagoa da Pampulha - que precisou ser substituído
pelos rios Serra Azul e Manso, mais distantes do centro de consumo. Também no rio Doce, que atravessa os Estados de Minas Gerais
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e Espírito Santo, a extração de ouro, o desmatamento e o mau uso do solo agrícola provocam prejuízos enormes à qualidade de suas
águas.
O Estado de São Paulo sofre com a escassez de água e com problemas decorrentes de poluição em diversas
regiões: no Alto Tietê junto à região metropolitana; no rio Turvo; no rio Sorocaba, entre outros.
Os corpos d'água são entes vivos. Eles conseguem se recuperar, mas possuem um limite. Portanto, é muito importante que a
população esteja consciente de que é preciso disciplinar todo tipo de uso e ocupação do solo das bacias hidrográficas, principalmente
das bacias cujos cursos d'água formam os mananciais que abastecem a população".
Técnica de Gotejamento
uso racional na agricultura
Na indústria é possível desenvolver formas mais econômicas de utilização da água através da recirculação ou reuso, que significa
usar a água mais do que uma vez. Por exemplo, na refrigeração de equipamentos, na limpeza das instalações etc. Essa água
reciclada pode ser usada na produção primária de metal, nos curtumes, nas indústrias têxteis, químicas e de papel.
Nos sistemas de abastecimento de água uma quantidade significativa da água tratada - 15 % ou mais - é perdida devido a
vazamentos nas canalizações, assim como dentro de nossas casas.
É fácil observar como a população colabora na conservação da água em cidades que têm problemas de abastecimento ou
onde existe pouca água. Ou, ainda, onde a água é cara. Nessas cidades, as pessoas costumam usar a mesma água para diferentes
finalidades. Por exemplo, a água usada para lavar roupa é depois usada para lavar quintal. As pessoas ainda mudam seus hábitos
para usar a água na hora em que ela está disponível; evitam vazamentos; só regam jardins e plantas na parte da manhã ou no final da
tarde; lavam seus carros apenas eventualmente; não lavam calçadas, apenas varrem; não instalam válvulas de descarga nos vasos
sanitários e sim caixas de descarga, que são mais econômicas e produzem o mesmo resultado e conforto.
O crescente agravamento da falta de água tem levado as pessoas a estabelecer uma nova forma de pensar e agir, inclusive mudando
seus hábitos, usos e costumes. Essa forma de pensar e agir visa o crescimento econômico respeitando a capacidade dos recursos do
meio ambiente, sobretudo a água.
A conscientização e a educação do povo, do consumidor, são fundamentais.
Racionalizar o uso da água não siginifica ficar sem ela periodicamente. Significa usá-la sem desperdício, considerá-la uma prioridade
social e ambiental, para que a água tratada, saudável, nunca falte em nossas torneiras.
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"Em seu processo de crescimento, a cidade foi invadindo
os mananciais que outrora eram isolados , estavam distantes da
ocupação urbana. E também é muito importante frisar que toda
ação que ocorre numa bacia hidrográfica vai afetar a qualidade da
água desse manancial. Não é simplesmente a ação em torno do
espelho d'água que faz com que você degrade mais ou menos.
GEOGRAFIA DO BRASIL
2. Região Nordeste
É formada por 9 Estados (Fernando de Noronha foi anexado a PE), abrangendo 18,28% da área do Brasil. Nessa região
vivem 28,8% dos brasileiros. Constitui uma área de intenso êxodo populacional, fornecendo migrantes para as demais regiões. A
região apresenta enormes disparidades econômicas e naturais entre suas diversas áreas. Distinguem-se as seguinte regiões
geoeconômicas: Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio-Norte.
O maior problema do NE não é a seca, mas sim a desigualdade social apoiada no desequilíbrio da estrutura fundiária.
3. Região Centro-Oeste
É formada pelos Estados de MT, MS, GO e pelo DF. Abrange 18,86% da área do Brasil e é a região menos po pulosa, com
10.272.700 habitantes, isto é, 6,59% da população nacional.
Caracteriza-se pelo domínio do clima tropical semi-úmido, de extensos chapadões e da vegetação do cerrado. Possui grande
crescimento populacional e rápida e elevada urbanização. É a nova fronteira agrícola do país, onde uma agricultura mecanizada, com
insumos modernos, e o método da calagem estão transformando antigas áreas pecuaristas em exportadoras de soja.
4. Região Sudeste
É formada por 4 estados. É a mais populosa, mais povoada e urbanizada região brasileira. Com 66.288.100 habitantes, ou
seja, 42,5% da população brasileira, apresenta 71,3 habitantes por km2 e 90,0% de urbanização. Destaca-se pelo dinamismo
econômico, representado por elevada industrialização, grande produção agropecuária, concentração financeira e intensa atividade
comercial.
5. Região Sul
Formada por 3 Estados, abrange apenas 6,76% da área brasileira, sendo a menor região do país. Possui 14,84% da
população nacional, tendo registrado o menor crescimento populacional do Brasil nas duas últimas décadas. É uma região com traços
marcantes e homogêneos como o domínio do clima subtropical, fortes marcas da ocupação européia, elevada produção agrária e
destacável crescimento industrial.
POPULAÇÃO BRASILEIRA
1. Características gerais
Em 1872, o Brasil resolveu fazer o primeiro recenseamento dos dados da população brasileira e descobriu-se que
somávamos mais de 10 milhões de habitantes. Quase 120 anos depois, atingimos a marca de 155,8 milhões de habitantes (95).
Tornamo-nos um dos países mais populosos do mundo, ocupando a quinta posição mundial e a segunda no Continente Americano,
logo após os EUA.
2. Distribuição da população
É importante lembrar que, apesar do Brasil ser um país populoso, possui baixa densidade demográfica (18,2 hab/km 2), ou
seja, um país pouco povoado. Apresenta uma irregular distribuição populacional pelo território. Há forte concentração de pessoas na
faixa litorânea (região Sudeste). No Rio de Janeiro, a densidade passa de 300 hab/km 2. No interior, a densidade torna-se
gradualmente menor, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde encontramos 1,1 hab/km 2, como em Roraima e 1,4
hab/km2, no Amazonas. De forma geral, as maiores concentrações populacionais estão próximas ao litoral, numa faixa de
aproximadamente 300km2, onde a densidade ultrapassa 100 hab/km2 em algumas áreas. Toda essa faixa possui densidade acima de
10 hab/km2.
Além dessa faixa, para o interior a população torna-se paulatinamente mais escassa, passando por uma densidade que seria
mediana no Brasil. Esta faixa, com densidade de 1 a 10 hab/km2, abrange desde o Maranhão e o Pará até o Mato Grosso do Sul.
Temos, ainda, áreas com densidades inferiores a 2 hab/km2, que correspondem ao Amazonas, Amapá e Roraima.
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Obs.: A região Sudeste é a que apresenta a maior população absoluta, seguida da Região Nordeste. A Centro-Oeste é a de
menor participação no total.
3. Crescimento Populacional
O primeiro recenseamento oficial da população brasileira foi realizado somente em 1872. Antes desta data, só existiam
estimativas, não muito precisas, a respeito da população.
A partir de 1872, foi possível ter-se um melhor controle e conhecimento a respeito da evolução do crescimento populacional.
Observe, a seguir, a relação dos recenseamentos oficiais.
160
140
120
100
80
60
40
20
0
1940 1950 1960 1970 1980 1991 1998
1872/1990, passando de 10 milhões para 146 milhões de habitantes, o que significa um acréscimo de 136 milhões de pessoas, em
pouco mais de um século. Quais os fatores responsáveis por este grande e rápido crescimento populacional ocorrido no Brasil? Os
fatores são basicamente dois: o crescimento vegetativo ou natural (fator principal) e a imigração (fator secundário).
De acordo com o censo realizado em 1991, houve uma diminuição na taxa de crescimento populacional brasileiro, provocada
principalmente, segundo o IBGE, pela queda acentuada da taxa de natalidade e pelo aumento das migrações internas, resultantes das
dificuldades provocadas pelo atual quadro socioeconômico do País.
O crescimento vegetativo ou crescimento natural da população é a diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade, ou seja:
CV = Nat –
Observa-se uma redução da natalidade, a partir de 1872. Essa reduçâo, embora lenta, foi provocada por diversos fatores,
como urbanização, elevação do padrão socioeconômico da população, casamentos mais tardios e maior adoção de métodos
anticoncepcionais.
Regionalmente, observam-se diferenças significativas no tocante à natalidade, sendo que as taxas mais elevadas são
encontradas nas regiões Nordeste e Norte, enquanto as mais baixas estão nas regiões Sudeste e Sul.
A taxa de mortalidade, embora tenha sido bastante elevada até a década de 30, sofreu forte redução a partir de 1940 (2 o
Guerra Mundial). A redução acentuada da mortalidade, após 1940, deve-se a fatores como o progresso da Medicina e da Bioquímica
(antibióticos, vacinas), melhoria da assistência médico-hospitalar, das condições higiênico-sanitárias e urbanização da população.
Quanto às variações das taxas de mortalidade, verificamos que as mais elevadas são encontradas nas regiões Nordeste e Norte, e as
menores, nas regiões Sudeste e Sul; são mais elevadas nas zonas rurais que nas urbanas, e a mortalidade masculina é maior que a
feminina.
Portanto, a persistência de elevadas taxas de natalidade, aliada a uma redução acentuada da mortalidade, explica o elevado
crescimento da população brasileira até 1980, sendo, no caso, o crescimento vegetativo o fator principal, e a imigração, o fator
secundário. A partir de 1970, a queda da taxa de natalidade foi mais acentuada que a queda na taxa de mortalidade. Portanto, a
tendência atual é a de se reduzir o crescimento vegetativo.
A mortalidade infantil continua sendo bastante elevada no Brasil. situando-se em torno de 50 por mil em 1990.
50
2. Estrutura por sexos
O Brasil, bem como a maioria dos países ocidentais, apresenta um ligeiro predomínio de mulheres. Nos estados nordestinos,
onde a saída da população masculina é bem mais acentuada, encontramos predomínio feminino, enquanto nos estados de migrações
recentes da região centro-oeste e norte há o predomínio de homens.
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Melhores Estados Esperança de Taxa de alfabetização PIB – per capita (em IDH
vida ao nascer dos adultos US$)
(anos)
Rio Grande do Sul 74,6 89,9% 5.168 0,871
Distrito Federal 70,1 90,8% 5,263 0,858
São Paulo 68,9 89,8% 5.243 0,850
Santa Catarina 70,8 90,1% 5.114 0,842
Rio de Janeiro 68,8 90,3% 5.201 0,838
Piores Estados - - - -
52
intensificar o êxodo rural. Nas cidades do interior, os trabalhadores dispensados transformam-se em bóias-frias, os diaristas, que
trabalham apenas em curtos períodos, sem nenhuma garantia.
Em síntese, as principais causas e conseqüências do êxodo rural são:
Causas repulsivas:
a) excedentes populacionais que acarretam um desequilíbrio entre mão-de-obra disponível e a oferta de emprego;
b) mecanização de agricultura;
c) secas, inundações, geadas;
d) erosão e esgotamento do solo;
e) falta de assistência médica e de escolas;
f) baixa remuneração no trabalho;
g) concentração das terras, em mãos de poucos;
h) Estatuto do Trabalhador Rural.
Causas atrativas:
Melhores condições e oportunidades de vida que as cidades oferecem:
a) empregos;
b) escolas;
c) moradia;
d) profissionalização;
e) assistência médica.
5. Migrações diárias
Podemos citar outros fluxos migratórios internos pela sua temporariedade, apresentando ritmos, dimensões e objetivos
variados e que são chamados migrações pendulares.
Os principais são:
Deslocamentos dos Bóias-Frias
Morando na cidade, dirigem-se diariamente às fazendas para trabalhos agrícolas, conforme as necessidades dos
fazendeiros. Trata-se de um movimento urbano-rural.
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Deslocamentos dos Habitantes de Cidades-Dormitórios
Movimentos pendulares diários inconstantes dos núcleos residenciais periféricos em direção aos centros industriais.
Relacionado às imigrações de trabalho próprias das áreas metropolitanas, tais como: SP, RJ e Belo Horizonte. Nas grandes
metrópoles, a especulação imobiliária, aliada aos baixos salários, empurra o trabalhador para longe do seu trabalho, obrigando-o a se
utilizar de, transporte coletivo, na maior parte precário ou insuficiente para atender ao enorme fluxo populacional.
As migrações internas refletem no deslocamento as mudanças econômicas que estão ocorrendo nas diferentes regiões do
país, modificando o processo de ocupação territorial.
Quanto aos países, o interesse em emigrar está relacionado à busca de melhores condições de vida, que nem sempre
tiveram uma boa repercussão, implicando a mudança das áreas de recepção.
Desde a colonização, o Brasil foi um país receptor de migrantes, no entanto, as mudanças socio-políticas e econômicas
verificadas ao longo dessa evolução levaram muitos brasileiros a emigrar, na tentativa de melhorar sua condição de vida
Imigração no Brasil
Teoricamente, podemos dizer que a imigração começou no Brasil em 1808, embora os primeiros imigrantes tenham chegado
no ano de 1818, durante a regência de D. João VI, por ocasião da publicação de um decreto em 25 de novembro do mesmo ano, o
qual permitia ao governo conceder terras aos estrangeiros.
A partir desta data, até os dias atuais, entraram no Brasil aproximadamente 5,5 milhões de estrangeiros, tendo, alguns
regressado para o país de origem.
Em 1752, 1.500 famílias se instalaram no Rio Grande do Sul, fundando o Porto dos Casais, atual cidade de Porto Alegre.
Entre 1808 e 1850, verificamos as seguintes experiências de colonização:
Em 1819, cheguu ao Brasil a primeira leva de imigrantes não-portugueses. Eram cerca de 1.700 suíços de língua alemã,
provenientes do Cantão de Friburgo, que o governo instalou no Rio de Janeiro, onde fundaram, em 1820, a atual cidade de Nova
Friburgo.
Em 1824, teve início a colonização alemã em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, e, em 1827, outra colônia alemã foi instalada
em Rio Negro, no Paraná.
Em 1829, foi fundada uma colônia alemã em Santo Amaro (SP) e outra em São Pedro de Alcântara (SC).
Em 1830, foi criada uma colônia alemã no Espírito Santo.
Nos últimos cem anos, é possível distinguir quatro períodos sucessivos:
período alemão (1850-1871);
período ítalo-eslavo (1872-1886);
período italiano (1887-1914) - foi o período de maior entrada, chegando a atingir 100.000 imigrantes anuais;
período japonês (1920-1934).
A imigração no Brasil foi, na maior parte das vezes, provocada, e raramente espontânea. Por esse motivo, as maiores
entradas coincidiram com períodos em que houve escassez de mão-de-obra na nossa lavoura, intensificando-se, por isso, a
propaganda brasileira no exterior.
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Força de trabalho: conjunto de faculdades físicas e mentais que habilitam um homem a realizar qualquer atividade
produtora de riqueza.
Custo de criação: ou de formação do indivíduo correspondente à quantidade gasta à criação e formação de uma criança até
que ela se torne um produtor.
Aculturação: termo sociológico que se refere ao conjunto dos fenômenos determinados pelo contato de grupos de indivíduos
de culturas diferentes.
Assimilação: interpretação e fusão de culturas.
Enquistamento: relativo à formação de "quistos raciais" e culturais, dificuldade em assimilar culturas.
Latifúndio: propriedade rural de grande dimensão geralmente inexplorada ou indevidamente explorada.
Minifúndio: propriedade rural de pequenas proporções, geralmente explorada através da agricultura de subsistência.
Policultura: sistema agrícola que se baseia no cultivo de vários produtos simultaneamente, em diferentes espaços.
Expropriar: retirar alguma coisa de alguém, roubar.
Grileiro: aquele que procura apossar-se de terras alheias mediante escrituras falsas.
Arrendatário: aquele que arrenda uma propriedade ou parte desta, mediante um certo preço e tempo.
Posseiro: que se estabelece em terras de alguém com o intuito de produzir para sua subsistência e seu grupo.
Parceiro: tipo de exploração indireta da terra onde se estipula a porcentagem para divisão dos lucros.
Alterações na década da 30
A partir da década de 1930, diminuiu acentuadamente a entrada de imigrantes, devido a vários fatores:
tendência a evitar saídas de indivíduos, por parte dos países emigratórios;
melhoria das condições sociais dos povos europeus;
crise da Bolsa de Nova Iorque, com a conseqüente crise econômica no Brasil (1930);
medidas constitucionais de 1934 e 1937, que estabeleceram a cota de imigração, isto é, só poderiam entrar no país 2% de cada
nacionalidade dos imigrantes que haviam entrado entre 1884 e 1934;
medidas legais com o intuito de fazer uma seleção profissional (80% dos imigrantes que entravam a cada ano deveriam ser
agricultores e permanecer um mínimo de 4 anos na lavoura);
seleção de caráter social:
última Guerra Mundial.
Durante a Segunda Guema Mundial, praticamente, paralisou-se a imigração, tendo entrado apenas 18.500 imigrantes no
país.
Grupos de imigrantes
1. Suíços de língua alemã
Foram os primeiros imigrantes chegados ao Brasil (1819). Fixaram-se no Rio de Janeiro, fundando a cidade de Nova
Friburgo. Esta colonização não deu o resultado esperado, principalmente por falta de meios de comunicação e transporte. Mesmo
assim, foi esta a primeira colônia de imigrantes não-portugueses, organizada e subvencionada pelo governo.
2. Alemães
Começararam a chegar a partir de 1824. Radicaram-se principalmente no Rio Grande do Sul, fundando São Leopoldo, Novo
Hamburgo, Gramado e Canela, e em Santa Catarina (Vale do Itajaí), onde fundaram Blumenau, Brusque, Itajaí e, no litoral de Santa
Catarina, Joinville. Fixaram-se, também, nas proximidades de São Paulo (Santo Amaro), Rio de Janeiro e Espírito Santo (Colatina).
Em São Paulo, na região de Limeira, em 1852, um plantador de café, o senador Vergueiro, transferiu 80 famílias de
camponeses alemães para a sua Fazenda Ibicaha. Depois, outros fazendeiros fizeram o mesmo.
Por meio do sistema de colônias de povoamento e utilizando o sistema de trabalho familiar, os alemães difundiram, no Sul do
país, a policultura em pequenas propriedades e a "indústria doméstica".
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A influência dos alemães é principalmente notada em Santa Catarina, onde encontramos construções, hábitos alimentares e
outros aspectos típicos da cultura germânica.
Em 1970, o total de imigrantes alemães era de aproximadamente 260 mil, sendo 38% em São Paulo, 17% no Rio rrande do
Sul e 12% em Santa Catarina.
A integração cultural dos alemães foi bastante difícil principalmente pela grande diferença entre ambas as culturas. Após a
Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro tomou medidas no sentido de integrá-los definitivamente ao nosso padrão cultural,
evitando a formação de novos "quistos raciais" em que viviam até há pouco tempo.
3. Eslavos
Começaram a chegar a partir de 1875, sendo oriundos da Polônia, Rússia Branca e Ucrânia. Fixaram-se notadamente, no
Paraná, onde também criaram uma paisagem cultural própria (Curitiba, Ponta Grossa e Castro), mas também estão localizados no Rio
Grande do Sul.
O principal núcleo polonês é o de Ivaí, no Paraná. Embora em menor número, os eslavos apresentaram certas dificuldades à
integraçâo cultural (língua, costumes etc.); dedicaram-se ao extrativismo da madeira, serrarias e agricultura.
4. Turcos e árabes
Popularmente conhecidos turcos, compreendem os sírios, libaneses, árabes palestinos. Estes povos apresentam vários
traços culturais em comum: lingua, religião etc.
A sua grande imigração para o Brasil ocorreu entre 1860 e 1870, prolongando-se até 1890. Neste período, foram para a
Amazônia, atraídos pela economia da borracha em ascensão; outros dirigiram-se para as diversas cidades brasileiras. Já nessa
época, dedicavam-se ao comércio, sendo bastante conhecida a figura do "turco-mascate".
Após 1890, a entrada desses imigrantes continuou em número menor, tendo havido, nos últimos anos, um recrudescimento.
Localizaram-se mais nas cidades grandes, dedicando-se ao comércio e a outras atividades culturais e industriais.
Como a Síria e o Líbano estiveram sob o domínio da Turquia, esses imigrantes eram registrados no Brasil como turcos.
5. Japoneses
São imigrantes cuja presença no país é das mais recentes: o primeiro grupo chegou em 1908. 0 período de maior entrada foi
entre os anos de 1924 e 1934. São provenientes de áreas rurais do Japão. Localizaram-se em duas zonas, no Sul e no Norte do país.
Para o Sul, desde o início, vieram os contingentes mais numerosos; localizaram-se no Vale do Ribeira de Iguape, Vale do
Paraíba, Alta Paulista, Alta Sorocabana, Noroeste e Norte do Paraná. Localizaram-se também no Mato Grosso do Sul.
Trabalhando como assalariados nas fazendas de café ou de algodão, como pequenos proprietários ou organizados em
cooperativas, encontramos os imigrantes japoneses dedicando-se com afinco ao cultivo dos mais diferentes vegetais.
Em São Paulo, são encontrados:
na região de Marília, Bastos e Tupã, dedicando-se ao cultivo do algodão, à sericultura e a outras culturas;
no Vale do Ribeira de Iguape, destacando-se a cidade de Registro, onde introduziram o cultivo do chá;
no Vale dó Paraíba do Sul, onde desenvolveram, nas áreas alagadiças, a rizicultura;
nos arredores de São Paulo, onde se estabeleceram em pequenas propriedades, formando o chamado "cinturão verde".
No norte do país, localizam-se nas proximidades da extinta ferrovia Belém-Bragança e no Vale Médio do Rio Amazonas;
dedicaram-se à cultura da pimenta-do-reino e da juta, realizando cultura de várzea. Chegaram a essa zona a partir de 1924, mas só
após 1951 o seu número se tomou importante.
Embora de forma geral dediquem-se a atividades agrícolas, atualmente são encontrados em cidades nas áreas urbanas,
exercendo as mais diversas atividades.
A integração cultural destes imigrantes foi bastante difícil, pela grande diferença entre as culturas. Porém, nos últimos anos,
tem-se tornado mais efetiva esta integração, devido aos esforços dispensados por parte do governo brasileiro, evitando a formação
dos "quistos raciais".
Em 1970, haviam entrado 240 mil japoneses, sendo que aproximadamente 85% encontram-se no Estado de São Paulo, 12%
no Paraná e 3% no Pará.
6. Italianos
Dentre os imigrantes aportados no Brasil, os italianos ocupam o 2° lugar, vindo após os portugueses.
O período áureo da imigração italiana foi de 1887 a 1914, embora tivessem vindo desde o início do processo migratório
brasileiro.
São provenientes de quase toda a Itália, destacando-se, porém, algumas regiões: Lombardia, Veneza, Gênova. Calábria,
Piemonte.
Estes imigrantes localizaram-se na parte centro-norte do Rio Grande do Sul. Fundaram cidades como Caxias do Sul,
Garibaldi, Bento Gonçalves, Flores da Cunha e Farroupilha. Nestas áreas deram início à vinicultura, notadamente instalando-se em
pequenas propriedades.
Em Santa Catarina, também a sua atividade principal foi a agricultura, ao lado de indústrias domésticas. Localizaram-se,
principalmente, no Vale do Tubarão. Neste Estado, o seu número é pequeno, porém fundaram Nova Veneza, Urussanga, Nova Trento.
Em São Paulo, os italianos chegaram a partir de 1873. É neste Estado que vamos encontrar o maior número des tes
imigrantes.
Enquanto no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina instalaram-se como pequenos proprietários, para São Paulo vieram
atraídos pela cultura cafeeira, que necessitava de mão-de-obra. De assalariados, meeiros e colonos que eram a princípio, muitos
imigrantes italianos posteriormente passaram a ser próprietários.
Também a atividade industrial, neste Estado, difere das anteriores. Enquanto nos dois Estados citados a indústria era
doméstica, em São Paulo fundaram estabelecimentos de caráter capitalista.
Na cidade de São Paulo, concentram-se em dois bairros, principalmente: Brás e Bela Vista (Bexiga).
Talvez a maior contribuição deste imigrante, no campo econômico, tenha sido, como no caso alemão, a sua reação contra a
monocultura, difundindo largamente a policultura.
Devido ao seu elevado número no Sul do país (além de São Paulo), são marcantes os traços culturais de in fluência italiana
na população sulista do Brasil.
O total de italianos entrados no país, até 1970, era de aproximadamente 1.630.000, sendo 73% em São Paulo.
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A sua integração cultural foi bastante rápida, pela semelhança com a cultura brasileira, também de origem atlanto-
mediterrânea.
Além das áreas citadas, os italianos aparecem também no Espírito Santo, próximo à cidade de Colatina, juntamente com os
alemães.
7. Espanhóis
Estes imigrantes são bastante antigos, tendo entrado no período de 1580 a 1640 um contingente relativamente grande.
Porém, a sua entrada no país, até o período colonial, foi em número reduzido, talvez pela existência da América Espanhola.
Como imigrantes, o período de maior entrada situou-se entre 1904 e 1914. De 1950 a 1963, verificou-se uma reativação
(cerca de 120 mil entraram no Brasil) seguida de uma redução, a partir de 1964.
Atualmente, os espanhóis têm imigrado em número maior, localizando-se principalmente nas áreas urbanas do Sul e
Sudeste. Dedicam-se a várias atividades (comércio, indústria etc.).
Os espanhóis perfaziam, até 1970, por volta de 710 mil imigrantes. Desse total 78% entraram em São Paulo.
8. Portugueses
De 1500 até 1808, só os portugueses podiam entrar livremente no Brasil.
Após a independência, o Brasil continuou recebendo regularmente os imigrantes portugueses. Estes imigrantes tiveram dois
períodos predominantes de entrada: o período de 1891 a 1930 e após 1950.
Estes imigrantes localizaram-se principalmente em dois Estados: São Paulo, com 45%, e Rio de Janeiro, com 40%, além de
estarem geograficamente dispersos por todo o país.
Atualmente, é o imigrante mais numeroso, com aproximadamente 1.785.000 elementos.
Os portugueses, pelos dispositivos legais, não sofreram restrições aplicadas a outros imigrantes (quota de imigração).
Nos últimos anos, aproximadamente 50% dos imigrantes entrados no país são constituídos pelos portugueses, nos quais se
inclui o grupo de angolanos.
9. Outros imigrantes
Além das nacionalidades acima citadas, aparecem ainda no Brasil, embora em número menor, chineses, ingleses, franceses,
norte-americanos, holandeses, quase todos localizados nas áreas urbanas; para alguns, a assimilação de nossa cultura é fácil
(franceses), mas para outros, a integração cultural se processa lentamente (chineses e ingleses).
O Brasil recebeu 86 mil austríacos e 34 mil franceses, imigrantes também encontrados quase somente nas áreas urbanas.
Os holandeses, apesar de terem emigrado para o Brasil desde o tempo colonial, só recentemente marcaram de fato sua
presença no Brasil, por meio de um trabalho de colonização bastante eficiente. É o caso das colônias de Castrolândia, no Paraná, de
Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, da colônia da Holambra, no Estado de São Paulo.
Data do século passado a entrada de norte-americanos no Brasil. Eram principalmente confederados fugidos da Guerra de
Secessão, nos EUA. Entretanto, quase nada ficou entre nós desse contato, com exceção da fundação da cidade de Americana (SP) e
da instituiçâo de ensino Mackenzie, na cidade de São Paulo.
Urbanização
1 . Introdução
Hábitat
Refere-se à natureza do local em que os grupos humanos vivem. Em decorrência dessa ocupação e do reflexo do seu
gênero de vida, a paisagem natural sofre diversas alterações.
De acordo com a situação geográfica, o hábitat pode ser rural ou urbano.
Hábitat Rural
Relativo ao modo de ocupação do solo no espaço rural, e a sua exploração às relações entre os habitantes.
Hábitat Urbano
Relativo às cidades e sua ocupação: nelas, as atividades predominantes originam-se do setor econômico secundário e do
terciário (serviços).
A sociedade rural apresenta contrastes com a urbana, tais como:
a dimensão dos núcleos de povoamento;
o grau homogêneo de cultura e etnia;
a estabilidade social e ocupacional;
o modo de viver de ambos os grupos é diferente.
Atualmente, no entanto, nenhuma sociedade é inteiramente rural ou completamente urbana, cidade e campo; hoje, não estão
inteiramente em oposição como local de residência, ocupação ou modo de vida, pois cada vez mais se relacionam, sendo difícil
separar o rural do urbano, uma vez que a sociedade vem se tornando menos rural e mais urbana à medida que passa de fazendas
isoladas para estágios representados pelas aldeias, vilas (hábitat urbano), cidades comerciais, grandes cidades e, finalmente,
metrópoles.
Assim, as definições de rural e urbano variam muito entre os países, tornando difíceis as comparações internacionais.
O tamanho do povoado é o tipo de distinção mais respeitado entre o urbano e o rural e é o critério entre as Nações Unidas
em suas publicações. Isto, no entanto, não resolve o problema da linha divisória, uma vez que a contagem da população urbana é
subestimada e a rural exagerada, pois os citadinos que vivem fora dos limites da cidade vêm se tornando muito numerosos.
2. Hábitat rural
Pode ser organizado, no Brasil, da seguinte forma:
Disperso
Próprios das zonas rurais, onde as habitações se espalham em grandes espaços.
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Ordenado
Quando um elemento orienta a dispersão, como um rio, ferrovia, rodovia, litoral. É o mais freqüente na paisagem rural
brasileira.
Desordenado
Quando não há um elemento que orienta a dispersão.
Aglomerado
Quando as moradias no meio rural estão próximas umas das outras, ocorrendo relação de vizinhança entre as habitações
que, por sua vez, estão relativamente próximas às áreas de cultivo ou de pastagens.
O hábitat aglomerado apresenta três modalidades:
Núcleo
Em áreas ocupadas por grandes fazendas, nas quais os trabalhadores habitam junto à sede, formando o hábitat aglomerado.
Exs.: cana-de-açúcar no Nordeste, cacau no sul da Bahia (Ilhéus e Itabuna) e café em São Paulo.
Povoados
Em quase todo o país, predominando nas áreas de pequenas propriedades rurais. Têm origens e funções bem diversas.
Coloniais
Geralmente estabelecidas pelos grupos imigrantes, freqüentes nos Estados sulinos, com destaque para a região do Rio
Grande do Sul.
3. Hábitat urbano
Cidade é um "organismo material fechado que se define no espaço pelo alto grau de relações entre seus habitantes, pelas
suas relações com um espaço maior e pela independência de suas atividades em relação ao solo onde está localizada".
As definições de cidade são diferentes, mas a maioria delas concorda num ponto: trata-se de um aglomerado humano,
variando em número e na sua relação com o espaço (sua área).
No Brasil, a partir de uma lei em 1938, utiliza-se o critério político-administrativo para se definir a cidade, sendo assim
considerada toda sede de Município, não importando sua população nem expressão econômica.
Município é uma sociedade capaz de autogoverno e autoadministração dos serviços que Ihe são peculiares. Ao Município,
em colaboração com o Estado, compete zelar pela saúde, higiene e segurança da população.
Observação
As cidades de São Luís, Vitória, Santos e São Francisco não podem ser consideradas cidades insulares típicas, já que apresentam
íntimo contato com o continente e mal se percebe a passagem deste para a ilha. Já no caso de Florianópolis, por exemplo, a
insularidade é marcante.
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CLASSIFICAÇÃO DAS CIDADES QUANTO À POSIÇÃO GEOGRÁFICA
A situação da cidade em relação aos elementos do meio físico que lhe são próximos explica a sua evolução e permite a
seguinte classificação.
Fluvial:
Juazeiro (BA);
Manaus (AM);
Porto Alegre (RS)
Pirapora (MG);
Cuiabá (MT); e
Corumbá (MS).
Grande é o número de cidades brasileiras localizadas junto a rios ou em suas proximidades. Destacam-se da Amazônia (nos
"tesos" ou "baixos" - platôs), do médio e baixo São Francisco, do alto-médio Paraguai.
Dessas cidades, umas poucas são localizadas em estuários, sendo raras as que se assuntam junto a deltas (como é o caso
de Parnaíba, no Piauí). Por vezes, prolongam-se para outra margem, fazendo nascer bairros autônomos, que no Meio-Norte
denominavam-se "trezidelas". Noutros casos, deixam os rios a certa distância, fixando-se no vale fluvial, em terrenos livres das
inundações, sobre "terraços", como se verifica no Vale do Paraíba do Sul, no âmbito da planície terciária.
Marítima
Rio de Janeiro (RJ)
Natal (RN)
Paranaguá (PR)
Salvador (BA)
Santos (SP)
Interiorana
Campinas (SP)
Bauru (SP);
Ribeirão Preto (SP)
Comercial
São Paulo (SP)
Campina Grande (PB)
Caruaru (PE)
Feira de Santana (BA)
Industrial
Volta Redonda (RJ)
Santo André (SP)
Franca (SP)
Sorocaba (SP)
Cubatão (SP)
Guarulhos (SP)
Betim (MG)
Religiosa
Aparecida do Norte (SP)
Bom Jesus da Lapa (BA)
Pirapora do Bom Jesus (SP)
Tambaú (SP)
Juazeiro do Norte (CE)
Estação de saúde
Campos do Jordão (SP)
Araxá (MG)
Serra Negra (SP)
Águas de Lindóia (SP)
Turística (balneária)
Guarujá (SP)
Camboriú (SC)
Guarapari (ES)
Torres (RS)
Cabo Frio (RJ)
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Militar estratégica
Resende (RJ)
Vila dos Remédios (FN)
Turística (histórica)
Ouro Preto (MG)
Parati (RJ)
Congonhas do Campo (MG)
Portuária
Santos (SP)
Paranaguá (PR)
Rio Grande (RS)
Vitória (ES)
Administrativa
Brasília (DF)
Florianópolis (SC)
Metrópole nacional
Aquela cuja área de influência abrange todo o território nacional. Ex.: São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).
Metrópole regional
Aquela cuja área de influência abrange uma região do País, polarizando esta área através de infra-estrutura e equipamentos
urbanos.
Capital regional
O espaço regional polarizado é menor e representa uma posição hierárquica intermediária entre o centro regional e a
metrópole regional. Ex.: Campinas (SP), Sorocaba (SP), Goiânia (GO), Santos (SP) e São José dos Campos (SP).
Centro regional
Diretamente influenciado pela capital regional e que polariza um subespaço dentro da área de influência da capital regional.
Ex.: Americana (SP), Itapetinga (SP), Anápolis (GO), Cubatão (SP) e Jacareí (SP).
4. Urbanização
É um processo de criação ou de desenvolvimento de organismos urbanos. Certos períodos foram especialmente favoráveis
ao desenvolvimento da vida urbana. No Brasil, o desenvolvimento da urbanização teve um incremento a partir de 1930, quando o
desenvolvimento industrial se intensificou, acarretando o crescimento rápido das cidades, principalmente do Sudeste, por receberem a
população do campo atraída pela indústria.
Recentemente, o processo abrange quase todas as partes do país, não só pela indústria, mas por outras ati vidades
econômicas ou expansão de serviços.
Em 1970, o Brasil atingiu um total de 3.951 cidades. Dentre estas, nove transformaram-se em grandes aglomerados urbanos,
denominados metrópoles, constituídos pela cidade principal e por núcleos urbanos de maior importância, situados à sua volta em sua
função.
Causas da urbanização:
processo de industrialização a partir de 1930;
êxodo rural: precárias condições no campo e atração das cidades;
concentraçâo rápida no Sudoeste;
crescimento rápido e caótico das cidades.
5. Megalópoles
Correspondem à conurbação de várias metrópoles, com fusão de sítios urbanos, gerando gigantescos aglomerados que
ocupam extensas áreas. Exemplo: a região que se estende de Boston até Washington, tendo como centro Nova Iorque.
7. Conceitos Importantes
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Região Polarizada
Constituição da região planejada em torno de metrópoles. O regionalismo leva à formação de diversas grandes cidades que
podem atingir vários milhões de habitantes e onde cada uma delas pode alcançar caráter metropolitano internacional e, como pólos,
organizar regiões em torno de si, onde a população gradativamente adquire consciência regional. O estudo das regiôes polarizadas
nos leva à divisão de estados em regiões administrativas e, estas, em sub-regiões.
Malha Urbana
Diz-se da forte concentração de cidades em uma determinada área do país, como, por exemplo, a região Sudeste, em
determinadas partes. Na região Sul, a malha urbana caracteriza-se por maiores concentrações em alguns pontos, por exemplo, as
áreas próximas a Porto Alegre, Curitiba e leste catarinense.
Rede Urbana
Sistema de cidades distribuídas numa região, encaradas como um complexo sistema circulatório entre núcleos e funções
diferentes, mantendo relações entre si e dependentes de um centro principal que comande a vida regional. Existem redes urbanas
mais e menos organizadas, estando em permanente processo de transformação.
Áreas metropolitanas
Conjunto de municípios contíguos e integrados com serviços públicos de infra-estrutura comuns. Grandes espaços
urbanizados que se apresentam integrados, seja quanto aos aspectos físicos ou funcionais de uma metrópole que exerce o papel
dirigente.
Conurbação
Reunião de duas ou mais cidades de crescimento contínuo formando um único aglomerado urbano. Ex: Regiâo do ABC (SP).
Macrocefalismo
Crescimento acentuado e desordenado das cidades.
Subemprego
Atividade gerada pelo inchaço do setor terciário, com atividades tais como cuidador de carros, vendedo res de semáforos,
biscateiros; surgem para desafogar a falta de trabalho.
A Importância da Agricultura
1. Importância da Atividade Agrícola
O cultivo de produtos agrícolas alimentícios ou destinados à indústria consiste em uma importante atividade econômica que,
para desenvolver-se, necessita da mão-de-obra humana para arar, adubar e plantar as espécies. A agricultura é diferenciada, desta
forma, da atividade extrativa vegetal que somente retira produtos da natureza. Destaca-se a importância da agricultura no processo de
desempenho econômico do Brasil nos seguintes aspectos:
representa grande parte dos produtos exportados;
responde por parte significativa do produto interno líquido do país, superior a 10%;
corresponde à base da alimentação do país, portanto, é um setor destacável da economia, além de servir produtos agropecuários
ao desenvolvimento da indústria, principalmente do setor alimentício;
apesar da importância mostrada do setor agrícola no Brasil, o país ainda não é auto-suficiente na produção de alimentos.
Importamos vários produtos agrícolas, como o trigo, de maior valor;
a posição do Brasil no cultivo de produtos tropicais, principalmente de frutas, como laranja e banana, é destacada mundialmente.
2. Fatores Naturais
Clima
Embora a agricultura não dependa unicamente das condições climáticas, a verdade é que elas assumem importância
fundamental para a prática agrícola. A existência de variados tipos climáticos no País (equatorial, tropical, de altitude, subtropical e
semi-árido) permite uma boa diversificação da produção agrícola, podendo-se cultivar desde os vegetais tipicamente tropicais até
aqueles próprios de áreas temperadas, como é o caso do trigo, que é o mais cultivado no Centro-Sul do País.
Devido ao predomínio de climas tropicais, é natural que nossa agricultura seja baseada no cultivo de vege tais típicos desse
clima, como é o caso do café, da cana-de-açúcar, do cacau, do algodão e outros.
Solo
A camada superficial da litosfera, formada por rocha decomposta, e onde há vida microbiana, é o que definimos como solo.
As transformações físico-químicas criam aí condições favoráveis a nutrição e desenvolvimento das plantas e espécies vegetais de
modo geral. Seu processo de formação é denominado pedogênese, sendo lento e complexo, dependendo da rocha matriz, do clima,
das características do relevo e da matéria orgânica presente.
A espessura do solo varia e ele tem ciclo evolutivo: há solos jovens, maduros e senis. Uma vez degradados, é difícil
recuperá-los. Devido à diversidade de nossa geologia e condições climáticas, o Brasil possui vários tipos de solos agrícolas,
considerados, de modo geral, muito ácidos e frágeis, ao contrário do refrão comumente utilizado de que no Brasil "se plantando tudo
dá". Sendo assim, para que sejam utilizados de forma eficiente, os solos brasileiros têm que ser corrigidos de maneira correta quanto
à acidez ou composição química.
Massapê ou Massapé: solo escuro e resultante da composição do ganisse e do calcário. É um solo de elevada fertilidade natural,
encontrado na Zona da Mata Nordestina, onde, desde o período Colonial, é utilizado para o plantio da cana-de-açúcar.
Terra Roxa: solo castanho-avermelhado, resultante da decomposição do basalto. É também um solo de elevada fertilidade, de
origem vulcânica, encontrado no Planalto Meridional e utilizado para diversos cultivos, com destaque para o café.
Solo de Várzea: trata-se de um solo fertilizado pelo acúmulo de matéria orgânica e húmus trazido pelo rio margeado por ele. No
entanto, devido às inundações constantes, restringe seu uso a alguns produtos, tais como o arroz.
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Salmourão: solo argiloso, geralmente formado pela decomposição do granito em climas úmidos. Apresenta alguma fertilidade e é
encontrado no Planalto Atlântico e no Centro-Sul do País.
O Uso da Terra
Há uma correlação entre o tipo de utilização agrária e o tamanho da propriedade. Assim, as grandes propriedades dedicam-
se, em geral, ao cultivo de produtos voltados para a exportação (café, cana-de-açúcar, cacau, soja, algodão), à pecuária e ao
extrativismo vegetal. Já as pequenas propriedades se caracterizam pelo desenvolvimento de cultivos comerciais e de subsistência,
como arroz, feijão, milho, mandioca e produtos hortifrutigranjeiros em geral.
Produtividade Agrícola
O aumento da produção agrícola deve-se:
à expansão das fronteiras agrícolas em direção a Rondônia e Mato Grosso;
à maior utilização de insumos industriais, apesar do seu alto custo para os agricultores;
às altas cotações de alguns produtos no mercado nacional e internacional, como o café, a laranja, o algodão, o arroz, a cebola e
outros;
à expansão da mecanização, principalmente em lavouras comerciais como a da soja e do trigo no Centro-Oeste e no Sul do País.
Entretanto, em algumas áreas do Brasil, ainda são registradas baixas taxas de produtividade, o que pode ser explicado por
vários motivos:
uso inadequado e insuficiente de adubos, fertilizantes e defensivos agrícolas;
crédito rural voltado sobretudo para os grandes proprietários do Sudoeste e do Sul;
baixa mecanização;
escassez de pesquisas agronômicas básicas;
baixas rendas e más condições de vida do trabalhador rural.
O Governo, por meio de vários programas específicos e de órgãos como a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária), pretende aumentar a produtividade agrícola. Para isso, aponta as seguintes metas:
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estímulo às pesquisas em Engenharia Rural;
aumento da assistência técnica, sobretudo aos pequenos proprietários;
desenvolvimento de novas técnicas de plantio, colheita, seleção de sementes, etc.;
aumento do crédito rural;
estímulo à formação de cooperativas;
criação do Provárzeas e do Projeto Cerrado.
O Provárzeas Nacional é um programa agrícola criado em junho de 1981, que pretende utilizar as terras férteis das várzeas
e, por meio de irrigação, obter maior produtividade. O programa baseia-se na existência de pelo menos 3 milhões de hectares de
várzeas irrigáveis, ainda sem qualquer aproveitamento. Grande parte dessa área está na bacia do rio Solimões (Amazônia). O
Governo Federal criou, também, o Profir (Programa de Financiamento de Equipamentos de Irrigação).
Armazenamento e Transporte
Embora de forma indireta, esses dois fatores estão profundamente inseridos em atividades agrícolas. Só para citar um
exemplo, em determinadas regiões, chega-se a perder grande parcela de produção agrícola por falta de transporte e/ou
armazenamento adequado. Tais dificuldades facilitam a ação dos intermediários e especuladores, diminuindo a lucratividade do
homem do campo e aumentando o custo dos alimentos ao consumidor. Segundo os últimos levantamentos, o Brasil é o campeão do
desperdício, calculado, em alguns casos, em cerca de 30% da safra. Em valores, estima-se que o desperdício alcance 5 bilhões de
dólares por ano.
Alqueire: medida agrária que corresponde em GO, MG e RJ a 48.000 m2 e em SP a 24.000 m2.
Hectare: unidade de medida agrária equivalente a cem acres ou ainda a um hectômetro quadrado 10.000 m2.
Pedogênese: processo de formação do solo onde percebe-se a decomposição da rocha original, acúmulo de matéria orgânica e
formação de húmus.
Terraceamento: técnica agrícola que se constituiu em aproveitar-se de curvas de nível de degraus (terraços). Típico da Ásia
Oriental.
Curva de nível: linha imaginária que une todos os pontos da mesma altitude, acima ou abaixo de uma referência conhecida. O
mesmo que curva altimérrica, isópsa.
Estrutura fundiária
A expressão "estrutura fundiária", engloba o número e tamanho das propriedades rurais, segundo as categorias
dimensionais. Nesse campo, o Brasil enfrenta sérias dificuldades. Nossa estrutura fundiária é herança de um passado colonial, com
predomínio das grandes propriedades (plantations) voltadas para atender às necessidades do mercado externo. Até hoje os grandes
latifúndios são maioria na área rural, geralmente subaproveitados.
Podemos concluir que:
a) Os pequenos estabelecimentos predominam em número (50,3%), enquanto sua área é insignificante (2,5%).
b) Os grandes estabelecimentos (mais de 1.000 ha) ocupam quase a metade da área rural (45%), representando apenas 1,2% das
propriedades; ou, simplificando: há muita gente com pouca terra e muita terra com pouca gente, o que demonstra a concentração
fundiária.
Note que tanto o minifúndio (pequena propriedade) quanto o latifúndio são responsáveis por um desperdício de recursos, já
que:
a) No latifúndio, nem todo o espaço é aproveitado, havendo, portanto, desperdício de terras e capital.
b) No minifúndio, há mão-de-obra ociosa, pois a terra é escassa.
Os pequenos proprietários respondem por mais da metade da produçâo de alimentos do Brasil, e são os que menos
assistência recebem do governo.
Os conceitos de latifúndio e minifúndio serão definidos em função do módulo rural adotado na região gráfica e de seu uso.
Assim, uma grande propriedade dentro da Amazônia, embora não aproveitada com alguma atividade, é menos prejudicial que uma
outra propriedade bem menor e mal aproveitada próxima a São Paulo.
Por este motivo, surgiu a idéia de módulo rural (Estatuto da Terra, Lei n° 4.504 de 30/11/64), criado para estabelecer uma
unidade legal de medida das propriedades, onde se leva em conta a independência entre a dimensão, a situação geográfica do imóvel
e seu aproveitamento.
Os conceitos de latifúndio e minifúndio são definidos em função do módulo rural adotado na região.
Módulo rural: área explorável que, em determinada posição do País, é direta e pessoalmente explorada por um conjunto familiar
equivalente a quatro pessoas, correspondendo a mil jornadas anuais. A força de trabalho do nível tecnológico adotado naquela
posição geográfica e, conforme o tipo de exploração considerado, proporcione um rendimento capaz de assegurar-lhe a subsistência
no processo social e econômico. Segundo o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), é o mínimo de terras que
uma família de 4 pessoas necessita para sua manutenção. O módulo rural varia conforme o desenvolvimento da região, sendo menor
quanto maior o desenvolvimento.
Minifúndio: será todo o imóvel com área explorável inferior ao módulo rural fixado para a respectiva região e tipos de exploração
nela ocorrentes.
Latifúndio por dimensão: será todo o imóvel com área superior a 600 vezes o módulo rural médio fixado para a respectiva região
e tipos de exploração nelas ocorrente.
Latifúndio por exploração: será todo o imóvel cuja dimensão não exceda aquela admitida como máxima para empresa rural,
tendo área igual ou superior à dimensão do módulo da região, mas que seja mantida inexplorada em relação às possibilidades físicas,
econômicas e sociais do meio, com fins expeculativos, ou que seja deficiente, ou inadequadamente explorada de modo a vedar-Ihe a
classificação como empresa rural.
Atualmente, a estrutura fundiária brasileira tem-se caracterizado por um parcelamento das propriedades, o que traz como
conseqüência um crescimento do número de latifúndios:
1960 - 3.337.000 estabelecimentos
1980 - 5.045.000 estabelecimentos
Além desse fracionamento, verifica-se uma concentração de terras nas mãos dos latifundiários.
1960 - 7l.000.000 ha
1980 - 164.500.000 ha
Considerando-se a distribuição dos estabelecimentos rurais por região, observam-se diferenças significativas.
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Região Norte
Caracteriza-se por possuir o mais baixo índice de área ocupada por estabelecimentos rurais do Brasil. Além disso, apresenta
o predomínio de grandes propriedades (mais de 1.000 ha). Com relação à utilização do solo, a porcentagem em matas incultas é,
naturalmente, a mais elevada do País. Esta situação determina a economia extrativa vegetal, principal atividade da região. As gran -
des, médias e pequenas propriedades, estão assim distribuídas:
a) Grandes propriedades:
Sudoeste do AM e AC - extrativismo, borracha; Sudoeste do PA - extrativismo, castanha-do-pará; Ilha de Marajó e AP - pecuária;
Norte de TO - pecuária de corte.
b) Médias e pequenas propriedades: PA (Zona Bragantina) - pimenta-do-reino, malva, juta, cacau e fumo;
AM (vale médio do rio Amazonas) -juta;
PA, AM e AC, ao longo da Transamazônica, agrovilas e culturas diversificadas.
Região Nordeste
Apresenta o maior número de estabelecimentos agrícolas e o maior consumo de pessoas ocupadas nas atividades
agropecuárias. Predominam as propriedades entre 200 e 2.000 ha. Na utilização da terra, sobressaem-se as pastagens. As principais
áreas agrícolas situam-se na faixa costeira oriental. A zona do Agreste é ocupada por culturas voltadas para o consumo urbano,
enquanto no Sertão encontra-se a criação de gado extensiva, ocupação tradicional.
As grandes, médias e pequenas propriedades estão assim distribuídas:
a) Grandes propriedades: Sertão - pecuária;
Zona da Mata Nordestina - cana-de-açúcar; MA e PI - extrativismo vegetal;
BA (litoral sul) cacau.
b) Pequenas e médias propriedades:
Vale do São Francisco - arroz e cebola; CE (sul-sertão) - algodão;
Agreste - algodão, agave.
Região Centro-Oeste
É também uma região com alta proporção de estabelecimentos com mais de 10.000 ha, porém predominam os grandes
estabelecimentos entre 1.000 ha e 10.000 ha, dedicados à pecuária. Quanto à utilização da terra, dominam largamente as pastagens:
esta é a região que apresenta a maior área ocupada por estabelecimentos agropecuários no Brasil, apesar de possuí-los em menor
número.
É, por excelência, a área de criação de gado bovino no Brasil, realizada em sistema extensivo nos largos chapadões do
cerrado e no Pantanal Mato-Grossense.
As grandes, médias e pequenas propriedades estão assim distribuídas:
a) Grandes propriedades:
MT (parte norte) - extrativismo vegetal; MS e MT (pantanal) - pecuária;
GO, MS e MT (áreas dispersas no interior) -pecuária.
b) Médias e pequenas propriedades:
MS (sul, região de Dourados) - culturas diversificadas: café, milho e soja;
GO (Ceres) - culturas diversificadas.
Região Sul
Quanto à área ocupada, predominam no Sul as pequenas e médias propriedades.
Assim como a região Sudeste, esta região também destina parte de sua produção à indústria alimentícia, como carnes,
milho, soja e outros itens.
As grandes, médias e pequenas propriedades estão assim distribuídas:
a) Grandes propriedades: PR (norte) - soja e café;
PR (Mata de Araucária) - extrativismo madeira; RS (Campanha Gaúcha) - pecuária;
RS e PR - áreas de cultura de trigo.
b) Médias e pequenas propriedades:
RS, PR e SC (áreas de povoamento europeu) vinhedos, trigo, batata, arroz, milho, etc.
Sistema Intensivo
Uso permanente do solo.
Rotação de cultivos.
Fertilizantes.
Seleção de sementes.
Seleção de espécies.
Mecanização.
Grande rendimento.
Produção elevada por hectare.
Mão-de-obra abundante e qualificada.
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Terra escassa
O sistema intensivo pode ser caracterizado pela menor dependência do agricultor às condições naturais.
Quanto menor a dependência, mais intensivo será o sistema agrícola.
Sistema Extensivo
Desmatamento e coivara.
Esgotamento dos solos.
Rotação de solos.
Pequeno rendimento.
Produção por trabalhador.
Terra abundante.
Mão-de-obra escassa e não-qualificada.
Dentro do sistema extensivo surge o termo "roça" ou itinerante, onde as técnicas utilizadas são bastante rudimentares com
pouco ou nenhum adubo, levando a terra ao esgotamento e, posteriormente, ao abandono.
No Brasil, o sistema de roça é largamente encontrado, apresentando como resultado uma agricultura de baixos rendimentos
e produção irregular.
Plantation
Predominantemente em áreas tropicais.
Monocultura.
Grandes estabelecimentos.
Capitais abundantes.
Mão-de-obra numerosa e barata.
Alto nível tecnológico.
Trabalho assalariado.
Aproveitamento agroindustrial da produção.
Cultivos destinados à exportação.
Grande rendimento.
O sistema de plantation foi introduzido no Brasil na época colonial, com o cultivo da cana-de-açúcar. No entanto, até hoje,
este sistema é utilizado no cultivo do café, do cacau, da laranja, da soja e da própria cana.
2. Exploração da Terra
Distinguem-se no Brasil as seguintes modalidades de exploração da terra:
exploração direta - quando é realizada pelo proprietário da terra;
exploração indireta - pode ser por meio de:
- arrendamento - quando a terra é alugada por um certo tempo e preço;
- parceria - quando, por meio de contrato, a terra é cultivada e a produção é repartida na proporção estipulada entre as
partes. A forma mais comum é a meiação (metade), havendo também outras, como a terça, etc. Nesta modalidade há também os
"posseiros" ou ocupantes, lavradores sem terras que ocupam uma área para poder plantar. Os assalariados podem ser mensalistas
ou diaristas. Deste último grupo fazem parte os bóias-frias.
EXTRATIVISMO MINERAL
1. Considerações Gerais
O extrativismo mineral consiste em retirar da natureza os recursos minerais necessários à sobrevivência ou ao
desenvolvimento da sociedade. A existência desses recursos em uma determinada área é uma decorrência dos fenômenos
geológicos ali ocorridos ao longo da história geológica da Terra. Portanto, nos minerais ocorrem naturalmente, sem a participação do
homem no processo de sua criação.
De um modo geral, os minerais encontram-se disseminados nas rochas, porém, em alguns casos, eles aparecem em
concentrações maiores, permitindo, assim, a sua exploração em bases econômicas.
2. Minerais
São compostos químicos inorgânicos com composição química geralmente definida.
3. Rochas
São conjuntos de minerais ou apenas um mineral consolidado. As rochas formam a parte essencial da crosta terrestre.
Quanto à origem, podem ser classificadas em três grupos:
a) magmáticas ou ígneas;
b) sedimentares;
c) metamórficas.
Rochas sedimentares
São formadas tanto por fragmentos de outras rochas preexistentes (magmáticas e sedimentares) quanto em virtude de novas
condições de temperatura e pressão. Ex.: mármore, gnaisse, quartzito.
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Rochas metamórficas
São resultantes de transformações sofridas por rochas preexistentes (magmáticas e sedimentares) em virtude de novas
condições de temperatura e pressão. Ex.: mármore, gnaisse, quartzito.
Sedimentares (terrenos sedimentares): sobretudo a partir da era paleozóica, o embasamento cristalino do Brasil passou a ser
recoberto em sua maior parte por sedimentos que deram origem às bacias sedimentares, que correspondem a 60% da superfície.
Vulcânicas (terrenos vulcânicos): ocupam apenas cerca de 4% da superfície e correspondem a depósitos de basalto,
principalmente durante o período mesozóico.
6. Minério da ferro
O ferro é obtido pela redução dos seus óxidos. Seus principais minérios são:
magnetita, com 72,4% de teor de ferro;
hermatita, com 70% de teor de ferro;
limonita, com 59,9% de teor de ferro;
siderita, com 48% de teor de ferro.
A ocorrência de minério de ferro no Brasil foi revelada no final do século XVIII e o seu aproveitamento teve início na segunda
década do século XIX, em Minas Gerais.
As grandes jazidas do Brasil encontram-se em MG (Quadrilátero do Ferro), PA (Serra dos Carajás) e MS (Morro do Urucum).
Serra de Carajás
Situa-se no município de Marabá, na bacia do rio Itacuinas, a 550 km de Belém. Constitui uma das maiores jazidas de ferro
do mundo, descoberta em 1967 pela Companhia Meridional de Mineração (subsidiária do U.S. STEEL Corp.).
O escoamento do minério de ferro é feito por ferrovia, até o porto de Itaqui, no Maranhão.
O projeto Carajás é realizado pela CVRD.
7. Manganês
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É um metal encontrado na crosta terrestre em formas combinadas (óxidos, silicatos, carbonatos, etc.) O principal minério é a
pirolusita. É usado, geralmente, na indústria siderúrgica, onde se utilizam 30 kg de manganês para cada tonelada de aço. Devido ao
grande emprego, é um minério estratégico, sendo que seus maiores consumidores (EUA, França, Inglaterra e Japão) não possuem
grandes reservas (exceto EUA).
As principais jazidas brasileiras são:
Quadrilátero de Ferro
É a mais antiga área produtora no Brasil, porém as principais jazidas já foram exploradas. A principal área produtora é o
distrito de Conselheiro Lafaiete, responsável por 25% da produção nacional.
8. Alumínio
O alumínio é um metal branco, leve e que não sofre corrosão. É utilizado pela indústria elétrica, de material, de transporte, de
construção civil, de utensílios domésticos, etc. Os principais produtores mundiais são: Austrália, Guiné, Suriname, Rússia e Guiana. O
principal minério é a bauxita, sendo as principais áreas de ocorrências:
Oriximiná (PA)
Uma das maiores reservas mundiais. O destino da produçâo visa à exportação e ao abastecimento das indústrias nacionais.
O projeto Trombetas utiliza energia proveniente da Hidrelétrica de Tucuruí (rio Tocantins - PA). A bauxita de Oriximiná abastece o
complexo industrial de alumínio - Alunorte e Albrás - no Pará, e também Alcoa, no Maranhão (São Luís). O Pará é responsável por
86,5% da produção brasileira (1992).
9. Chumbo
O principal minério do chumbo é a galena. Ele é utilizado na fabricação de baterias, cabos, isolantes, para a radiação de raios
X, etc. As principais áreas de ocorrência no Brasil são: Bahia, Boquira e Macaúbas (principal área produtora), sendo responsável por
80% da produção brasileira - Paraná: Adrianápolis.
O Brasil importa o chumbo do Peru e México.
Maiores produtores mundiais: Austrália, Rússia, EUA, Canadá e México
10. Estanho
O principal minério do estanho é a cassiterita.
As principais áreas produtoras no Brasil são:
Rondônia
Vale dos rios Guaropé, Mamoré e Madeira - maioria do estanho brasileiro (13,5%).
11. Cobre
É um metal não-ferroso muito utilizado como liga (bronze e latão) e em condutores elétricos.
O principal mineral do cobre é a calcopirita ou cuprita. No Brasil, as principais áreas de ocorrência são:
Rio Grande do Sul (Camaquã e Caçapava do Sul) - participa com 24% da produção brasileira.
Bahia (Caraíba) - possui as maiores reservas e participa com 75% da produção brasileira.
Pará (S. dos Carajás) – reservas menores.
12. Ouro
O Brasil possui a quarta maior produção mundial de ouro, após a África do Sul, os EUA e o Canadá (1992). Áreas produtoras:
Madeira, rio Tapajós, Alta Floresta (MS), Cumaru (PA), Jacobina (BA), Quadrilátero Ferrífero (MG), Serra Pelada (fechada).
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Observações
Em 1982, os geólogos identificaram a província mineral de mapuera, que compreende parte do estado do Amazonas, do
Pará e Roraima, bem como uma área que apresentava reservas valiosas e de viabilidade econômica de topázio, turmalina. xenotina,
monazita, ouro e estanho (Novo Airão).
O Brasil possui 98% das reservas de quartzo do mundo, encontrado principalmente em Minas Gerais e Goiás. O quartzo é
fundamental na indústria de informática e precisão (computadores, televisão, relógios, etc).
FONTES DE ENERGIA
As fontes de energia são elementos que podem contribuir para a realização do trabalho. O homem utilizou para isso o seu esforço
muscular ou animais domesticados, posteriormente a energia do vento (eólica) e a hidráulica (aproveitando os rios). Foi com a
Revolução Industrial, na segunda metade do século XVIII e no século XIX, que surgiram as máquinas modernas movidas a ener-
gia elétrica obtida da queima do carvão, do petróleo (usinas, termelétricas da força das águas (hidrelétricas) e, mais tarde, da
fissão do átomo (usinas nucleares). Finalmente, outras fontes alternativas foram surgindo, temendo-se o esgotamento das fontes
não-renováveis. Devemos destacar que as fontes de energia estão relacionadas ao tipo de economia, pois quanto mais
industrializada for, maior será o seu consumo energético. A expansão econômica e social verificada no País no decorrer das
últimas décadas vem exigindo importante desenvolvimento da nossa infra-estrutura, notadamente do setor energético.
1. Petróleo
64% 13% 7% 6% 4% 4% 2%
Oriente Médio América África Rússia América do Ásia e Oceania Europa
Latina Norte
A pesquisa de jazidas petrolíferas é feita no Brasil desde meados do século, passado por iniciativa privada. Só em 1907, com
a criação do Serviço Geológico e Mineralógico, o governo começou a se preocupar com este programa, passando, a partir de 1919, a
fazer pesquisas infrutíferas, por serem realizadas com técnicas e equipamentos deficientes. Na década de 30, alguns resultados
começaram a surgir, principalmente com a perfuração do poço Lobato, na, Bahia, o primeiro aberto no País.
Em vista das condições políticas nacionais e da grande importância do petróleo, em 1938 foram nacionalizadas as jazidas
petrolíferas. Nesse mesmo ano, foi criado o Conselho Nacional do Petróleo (CNP), principalmente na Bahia, iniciando-se a fase de
comercialização.
Em 1953, foi criada pelo governo a organização Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobrás). É uma sociedade mista, com
participação estatal de 51%.
Passaram, dessa data em diante, a ser monopólio da Petrobrás:
pesquisa e exploração das jazidas;
refinação (com exceção das refinarias particulares já instaladas);
transporte de petróleo bruto e dos oleodutos;
importação de petróleo bruto e derivados.
A partir de 1953, a Petrobrás conseguiu desenvolver-se gradativamente em todos os setores petrolíferos: pesquisa,
exploração, refinação, transporte e distribuição. Em 1976, com a assinatura de contratos de risco com a Shell, Elf, British Petroleum e
Exxon, o setor de pesquisa e exploração foi aberto à participação de empresas privadas.
EXPLORAÇÃO
As bacias de possível exploração de petróleo no Brasil são:
Bacia Amazônica;
Bacia Litorânea;
Bacia Paranaense;
Bacia Recôncavo Baiano.
Produção no Brasil
Em 1996 a produção foi de, em média, 850 mil barris por dia. Isso representa aproximadamente 60% do petróleo consumido
diariamente; o restante é importado.
Atualmente, cerca de 70% do petróleo extraído no Brasil vem das plataformas marítimas, sendo a principal área produtora, a
Bacia de Campos. No continente, é a do Recôncavo Baiano.
Refinação
Atualmente, a Petrobrás tem onze unidades de refino, com capacidade para processar 1,4 milhões de barris/ dia.
Embora a Petrobrás, com a Lei n° 2.004, tenha recebido o monopólio do refino, o Governo manteve as autorizações
concedidas a grupos privados antes daquela lei. A atual quebra do monopólio permitirá que outras empresas do ramo possam
participar de todo o processo petrolífero. O objetivo principal da quebra do monopólio é buscar a auto-suficiência do produto, objetivo
traçado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Eis a razão da existência de duas refinarias particulares: Ipiranga (RS) e Manguinhos (RJ), ambas de pequeno porte.
As principais refinarias da Petrobrás são:
Mataripe - Landulfo Alves (BA);
Cubatão - Presidente Arthur Bernardes (SP);
Duque de Caxias - Duque de Caxias (RJ):
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Betim - Gabriel Passos (MG);
Canoas - Alberto Pasqualini (RS);
Paulínea - Replan (SP);
Manaus - Reman (AM), na qual a Companhia Estatal de Petróleo do Peru, a Petroperu, tem refinado parte de sua produção;
Araucária - Refar (PR) - Refinaria Getúlio Vargas;
Henrique Lage - REVAP (S. José dos Campos - SP);
União - Capuava (SP);
ASFOR - Fábrica Nacional de Asfalto de Fortaleza - CE.
Observação:
A Petrobrás exporta diversos derivados de petróleo, como: óleo combustível, gasolina, querosene para avião, óleo diesel e
outros, principalmente para Nigéria, EUA, o Argentina, Holanda e outros países.
Transporte - Oleodutos
Transporta o óleo bruto da jazida à refinaria. Exemplo: Aracaju - Bahia.
Transporta o óleo dos terminais marítimos à refinaria. Exemplo: São Sebastião - Cubatão.
Transporta os produtos já refinados, até os postos de armazenagem para distribuição. Exemplo: Cubatão - Capuava (SP).
Neste último caso, por um único oleoduto são transportados dois ou três produtos, desde que apresentem densidades
diferentes.
Esse transporte é feito por bombeamento controlado por "casas de bombas" que se comunicam com a refinaria e levam,
assim, o produto ao local destinado. Essas casas estão distribuidas a cada quilômetro, de acordo com a topografia do local, mais ou
menos acidentada, em maior ou menor número de casas.
O custo operacional dos oleodutos é muito baixo, por isso outros estão sendo programados.
FRONAPE: Frota Nacional de Petroleiros, contando atualmente com 69 navios.
Esses navios atendem ao comércio interno, transportando petróleo dos países exportadores e fazem fretes para terceiras
bandeiras, se bem que sejam em pequeno número.
Os portos que comercializam o petróleo são os terminais marítimos, que já possuem oleodutos para a condução do produto até o
local desejado dentro do País. No Brasil, seis são importantes:
Bahia - Terminal Alves Câmara;
São Paulo - Terminal Almirante Barroso (São Sebastião);
Rio de Janeiro - Terminal Almirante Tamandaré
Sergipe - Terminal de Atalaia Velha;
Rio Grande do Sul - Terminal Soares Dutra;
Santa Catarina - Terminal de São Francisco do Sul.
Distribuição
O setor de distribuição dos derivados não é monopólio da Petrobrás. Existem várias empresas nacionais e estrangeiras
operando neste setor.
A participação da Petrobrás neste ramo é de aproximadamente 20%, com uma rede de postos de distribuição muito grande e
quatro companhias nacionais com um número de postos muito inferior.
As principais empresas estrangeiras são:
Esso Brasileira de Petróleo S.A.;
Shell do Brasil S.A;
Texaco do Brasil S.A. Produtora de Petróleo;
Cia. Atlantic de Petróleo.
Observação:
Os postos estão distribuídos por todo o Brasil.
As principais empresas nacionais são:
Petrobrás Distribuidora S.A.;
Distribuidora de Petróleo Ipiranga;
Petrominas;
Cia. São Paulo Distribuidora de Derivados de Petróleo.
Consumo
No início de 1992, o consumo diário era de 1.200.000 barris/dia; em 1999, o nosso consumo atingiu a cifra de 1,4 milhão de
barris/dia, enquanto a nossa produção se aproximou de 1,1 milhão de barris/dia.
2. Carvão mineral
Sabemos que o hemisfério sul é pobre em carvão mineral, se comparado ao hemisfério norte. Essa desigualdade está ligada
a fenômenos geológicos. Assim, o Brasil não faz exceção nesse aspecto. É também pobre em jazidas carboníferas (pelo menos
considerando-se as jazidas conhecidas até hoje).
As nossas principais jazidas estão localizadas no Sul do País, numa formação que data do permocarbonífero, entre o
cristalino da Serra do Mar e a Bacia Sedimentar Paranaense.
Principais Depósitos
Santa Catarina
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1.205.000.000 tonetadas, localizadas no vale do rio Tubarão e proximidades.
Paraná
É explorado no Vale do rio Peixe e no Vale do rio das Cinzas, sendo consumido para transporte.
Problemas de Exploração
Vários são os problemas que dificultam o aumento da exploração:
- depósitos relativamente pequenos;
- pequena espessura dos horizontes carboníferos, dificultando a exploração;
- baixa qualidade do carvão, reduzindo até 18% de cinzas;
- baixo nível técnico das minas e equipamentos deficientes, encarecendo o produto;
- distância dos depósitos em relação aos centros consumidores;
- alto custo dos transportes.
Em relação ao carvão metalúrgico, o importado sai mais barato que o nacional. Daí a tendência das empresas para
consumirem carvão importado, mais barato e de melhor qualidade (produz 4% a 5% de cinzas, contra 16% a 18% do carvão
nacional). Para defender a produção brasileira, principalmente de Santa Catarina, o governo instituiu o uso obrigatório do carvão
nacional na proporção de 40% do consumo nas siderúrgicas.
3. Eletricidade
A energia elétrica é um dos fatores básicos para o desenvolvimento de um país. Isto é tanto verdade que, se observarmos os
países desenvolvidos, notaremos que o consumo de energia elétrica por pessoa será bastante alto em relação aos países menos
desenvolvidos.
A energia elétrica pode provir de usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares. As usinas hidrelétricas aproveitam energia
potencial da água (queda de água). As usinas termelétricas aproveitam a energia resultante da queima de óleos, carvão mineral,
carvão vegetal, lenha, etc., e as nucleares utilizam urânio, tório, etc.
O Brasil, tendo constituição hidrográfica importante e em sua maioria rios de planalto, evidentemente possui um alto potencial
hidrelétrico, que é de 150.000.000 kw, colocando-se em 3° lugar nesse particular, após Rússia e Canadá. A distribuição do potencial
hidrelétrico por bacia hidrográfica apresenta-se na seguinte ordem:
Embora esse potencial fosse alto, a capacidade de produção instalada era de 8.828.400 kw (1970), passando para
31.725.000 kw em 1980.
Quanto à termeletricidade, o Brasil possui capacidade instalada de 4.249.000 kw (1980), aproveitando como matéria-prima o
petróleo, o carvão mineral e a lenha.
Essa predominância de usinas hidrelétricas é fácil de compreender, se atentarmos para os grandes recursos hidrográficos do
Brasil de um lado, e os pequenos recursos em petróleo e carvão mineral, de outro; se bem que a opção para se instalar uma usina
leva em consideração outros fatores, tais como: tipo de consumo de eletricidade durante o ano, quantidade de consumo, custo de ins-
talações, etc.
O elevado potencial hidrelétrico dos rios brasileiros explica por que a geração de eletricidade no País é proveniente,
principalmente, de usinas hidrelétricas (93%) em menor escala de origem termelétrica (6,3%).
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Observação
O Plano 2000, elaborado pelo Governo em 1982, compreende a previsão das necessidades de geração de energia até o final
do século. Nesse plano, estão previstas 8 usinas nucleares, além de prever o atraso no cronograma para a entrada em operacão de
10 usinas hidrelétricas
Subsidiárias:
Centrais Elétricas de Furnas
CHESF (Cia. Hidrelétrica do São Francisco)
Eletrosul (Centrais Elétricas do Sul)
Eletronorte (Centrais Elétricas do Norte)
Empresas estaduais:
CESP (SP), CEMIG (MG), COPEL (PR), CEl CELG (GO), CELF (RJ), etc.
4. Xisto Pirobetuminoso
O xisto pirobetuminoso é também encontrado em formações sedimentares, sendo composto de matéria orgânica
pressurizada por milhares de anos. Para transformá-lo em óleo, é necessário o aquecimento a altas temperaturas, e a tecnologia não
é das mais avançadas, encarecendo muito o produto. O Brasil conta com grandes reservas desta matéria-prima, localizadas na região
de São Mateus do Sul (PR) e no Vale do Paraíba (SP). A Petrobrás desenvolveu sistema próprio para obtenção do óleo de xisto
(petrosix), mas que também é inviável economicamente, sendo ainda utilizado basicamente como forma de pesquisa.
5. Gás natural
Este combustível tem sido apontado como a fonte de energia do futuro, pois, entre outras qualidades, não é poluente. A
cidade de São Paulo tem feito experiências bastante interessantes a respeito, e muitos ônibus e táxis estão rodando com esse
combustível pela cidade. O gás natural pode ser considerado como petróleo em estado gasoso e, portanto, pode substituir qualquer
combustível originado dessa matéria-prima com algumas vantagens, pois, além de não poluir, encontra-se disponível em
consideráveis reservas no Brasil, passando a ser uma das prioridades da Petrobrás. Até mesmo na retirada de petróleo das jazidas
mais profundas, o gás natural pode ser um auxiliar, injetando-o no poço para empurrar o petróleo para cima.
6. Álcool
A substituição da gasolina pelo álcool trouxe algumas vantagens e desvantagens. As principais vantagens referem-se ao
menor nível de poluição atmosférica e ao fato de tratar-se de um recurso renovável. No entanto, as terras aráveis de melhor qualidade
de algumas regiões do Sudeste são plantadas com cana, e não com os tradicionais produtos alimentícios. Os custos do álcool, maio-
res que os da gasolina, exigem subsídios governamentais. A previsão para o álcool é que se torne apenas uma fonte complementar,
pois poucos países teriam extensões de terras suficientes para os imensos canaviais necessários para suprir o consumo industrial em
larga escala.
7. Energia Solar
Esta é, sem dúvida, a mais limpa e mais barata forma de obtenção de energia. Mas, infelizmente, com a tecnologia
atualmente disponível é completamente inviável o grande consumo industrial, pois não se consegue obter este tipo de energia em
larga escala, ainda que, segundo alguns cálculos, a energia solar que atinge a Terra em apenas sete dias seja equivalente a toda
energia acumulada nas reservas minerais fósseis do planeta. Estamos, por enquanto, restritos a calculadoras e pequenos ins-
trumentos. Nos EUA, um pequeno avião para um único tripulante, construído em fibras sintéticas e movido a energia solar, conseguiu
percorrer uma longa distância voando a poucos metros acima do solo. Atualmente, a Austrália promove uma corrida de automóveis
solares que, se não podem ser comparados ao rendimento dos modelos tradicionais, têm apresentado sensíveis progressos nos
últimos eventos.
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Em vista de nossa insuficiência de combustíveis fósseis e dos reflexos da crise do petróleo, haverá necessidade de
complementação da energia hidráulica com a energia nuclear.
O Governo Federal decidiu se engajar num programa nuclear para adquirir experiência na instalação e operação de centrais
nucleares e, ao mesmo tempo, propiciar à engenharia e à indústria nacional a oportunidade de participar e desenvolver este tipo de
tecnologia.
O II PND, criado para o período de 1975 a 1979, no Governo Geisel (já falecido), assinala a importância do Programa
Nuclear Brasileiro e a necessidade de preparar o País para os anos 80, quando a energia nuclear já deveria representar parte
significativa da energia elétrica gerada no País e no mundo. Além disso, visava ao desenvolvimento de outras aplicações da ciência
nuclear, como o uso dos isótopos na agricultura, medicina e indústria.
Desvantagens:
· auto custo inicial na implantação;
· segurança - perigos de defeitos técnicos, sabotagens, etc.;
· resíduos radiativos (lixo nuclear);
· elevado preço da energia.
Usinas Nucleares
A Nuclebrás prevê a construção de diversas usinas nucleares no Brasil.
· Usina de Angra dos Reis - Unidade I (Almirante Álvaro) é a primeira usina do Complexo Angra dos Reis, situada na praia
de Itaoma; foi inaugurada no início de abril de 1982, já fornecendo energia elétrica ao sistema de transmissão de Furnas.
72
· Usina de Angra dos Reis unidade II e III - essas usinas resultam do acordo de cooperação firmado com a Alemanha, ao
passo que a Angra I é de fabricação norte-americana (westinghouse ). A Usina Angra III teve seu contrato cancelado por decreto
presidencial em 1993.
· Usina de Peruíbe e Iguape - em fase de estudos e implantação, também se incluem no acordo Brasil Alemanha. Todas
essas usinas geram discussões por parte de organizações ambientalistas pelo comprometimento da qualidade de vida do homem e
de outras espécies, por atingirem áreas de preservação ambiental.
INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA
EVOLUÇÃO HISTÓRICA E PRINCIPAIS SETORES
1. Conceito
Indústria pode ser entendida como ato de transformar matérias-primas em bens de produção e de consumo.
Tipos de Indústria
De um modo geral, as indústrias podem ser divididas em:
Extrativas: - mineral
- vegetal
Bens de Produção
São também chamados de bens de capital, bens de equipamento, indústrias pesadas e indústrias de base. São indústrias
que produzem "produtos" (matérias-primas e equipamentos) para outras indústrias. Exigem grande investimento. Ex.: siderurgia,
metalurgia, mecânica, naval, etc.
Bens de Consumo
São indústrias que produzem "produtos" voltados diretamente para o consumo da população. Essas indústrias produzem
bens de consumo duráveis (eletrodomésticos, automóveis, eletrônicos, móveis, etc.) e não-duráveis (remédios, bebidas, alimentos,
vestuário, etc.).
73
O Brasil, bem como a maior parte dos países de industrialização recente, apresenta um grande peso na economia estatal.
Durante as décadas de industrialização acelerada tem que criar a infra-estrutura básica necessária e isto incluía siderúrgicas, estradas
e outras.
O conceito moderno de economia e Administração Pública tomou este sistema obsoleto e o Estado, que já foi visto como
tábua de apoio para a economia do país, passou a ser visto como um grande estorvo.
Não faltam argumentos pró-privatizações, bem como argumentos contra. No entanto, os custos para a manu tenção de um
sistema evidentemente ineficiente, inchado de funcionários desnecessários e uma estrutura de comando montada apenas com
critérios políticos, parecem ter se tornado insustentáveis para um país que procura uma nova colocação no mundo.
O critério das privatizações foi muito contestado, pois muitas estatais foram vendidas para outras estatais ou fundo de
pensões de funcionários de estatais e a entrada de "moedas podres", nos leilões, sugeria que nem tudo estava às claras nessas
transações. No entanto, algumas das empresas já privatizadas começam a apresentar um desempenho compatível com as regras
básicas do capitalismo. A Mafersa, fabricante de vagões, apresenta lucros após anos de prejuízo enquanto estatal. A Usiminas
aumentou sua produtividade e reduziu um terço seu endividamento, entre outros exemplos.
Região Sudeste
É a responsável por mais da metade de toda a atividade industrial e, sozinha, consegue cerca de 3/4 do valor da produção
industrial.
Essa concentração no SE é devida a vários fatores, tais como:
a) sistemas de transporte e comunicação mais desenvolvidos;
b) maior produção energética;
c) maior e mais diversificado mercado consumidor;
d) maior concentração de capitais;
e) maior concentração de mão-de-obra;
f) melhor nível de vida e poder aquisitivo.
Destaques do Sudeste
São Paulo
O Estado de São Paulo é o maior destaque. Concentrando cerca de 40% dos estabelecimentos industriais do país; 48% do
pessoal ocupado em indústrias; 53% do valor da produção industrial.
A grande São Paulo, sobretudo os municípios do ABC, Diadema, Osasco, Guarulhos e outros, possui a maior concentração
industrial do país e da América Latina.
Ainda no Estado de São Paulo, outros centros industriais importantes, situam-se normalmente ao longo dos principais eixos
rodoviários ou rodoferroviários. São eles:
a) Anhangüera - Campinas, Americana, Limeira, Piracicaba, Ribeirão Preto.
b) Dutra - Jacareí, São José dos Campos, Taubaté.
c) Washington Luís - Rio Claro, São Carlos, Araraquara, São José do Rio Preto.
d) Raposo Tavares - Sorocaba, Itapetininga, Presidente Prudente.
e) Anchieta - Cubatão, Santos, São Bernardo.
As indústrias do Estado de São Paulo caracterizam-se pela diversificação: metalurgia, química, alimentícia, têxtil, transporte,
construção, farmacêutica, etc.
Minas Gerais
Vem aumentando a cada ano o valor da produção industrial e a área de influência industrial da Grande Belo Horizonte. O
Centro Industrial de Contagem, próximo a Belo Horizonte, é diversificado e foi criado em 1970, em Betim. Sua posição é apoiada na
abundância de recursos minerais, sobretudo no minério de ferro, justificando o primeiro lugar na produção de aço do país.
Rio de Janeiro
A maior concentração industrial coincide com o Grande Rio-polindustrial. Destaques na indústria naval e no turismo.
Região Sul
Apesar da antigüidade da ocupação industrial (o início está ligado à colonização européia), a Região Sul tem apenas 20% de
participação no processo industrial. É a segunda região mais industrializada.
As indústrias mais importantes são as de bens de consumo: as alimentícias destacam-se no RS, como frigoríficos, couros,
vinícola; as têxteis em SC; e madeira no PR
No RS, os centros mais industrializados são: Grande Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Rio Grande, etc. Em SC, por sua
vez, destacam-se: Joinville, Blumenau (têxtil); Criciúma e Tubarão (carvão). Já no PR tem-se Curitiba, pólo industrial, além de centros
no norte do Estado.
Região Nordeste
É a terceira mais industrializada; as maiores aglomerações industriais se concentram no Recife e Salvador. A industrialização
do NE está ligada à construção da usina hidrelétrica de Paulo Afonso, à criação dos distritos industriais, como Cabo, Paulista,
Jaboatão, etc., em PE, e Centro Industrial de Aratu e do Polo Petroquímico de Camaçari na Bahia. Destaca-se, também, a concentra -
ção industrial em Fortaleza.
4. Principais Indústrias
A indústria de transformação é a que mais se destaca, conforme os dados a seguir:
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% s/ os estabelecimentos % s/ o pessoal % s/ o valor da
industriais ocupado produção industrial
a) extrativo mineral 1,9% 1,7% 1,5%
A indústria alimentícia tem a maior participação em pessoal ocupado e número de estabelecimentos. A indústria metalúrgica é
a segunda em número de pessoal ocupado e valor de produção industrial.
Alimentícias
Abrange diversos ramos, tais como: laticínios, conservas, frigoríficos, bebidas, massas, moinhos, óleo, etc. Está entre as
mais antigas do País. Apesar de estar disseminada por quase todo o País, é em SP que se verifica a sua maior concentração.
Destaques: Carnes (frigoríficos): Araçatuba e Barretos (SP), Rio Grande e Pelotas (RS), Campo Grande (MS). Bebidas: Caxias do Sul,
Bento Gonçalves (RS), Jundiaí, São Roque Ribeirão Preto (SP). Laticínios: Sul de MG, Vale do Paraíba (SP e RJ), grandes centros.
Açúcar: Paraíba (SP), Campos (RT), Maceió (AL).
Automobilística
A produção automobilística sofreu um grande crescimento desde 1958, colocando-se, atualmente, entre as dez maiores
empresas do mundo, sendo superada apenas por Japão, EUA, Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Canadá e Rússia. As principais
empresas automobilísticas são:
a) Volkswagen do Brasil - SP;
b) General Motors do Brasil - SP;
c) Ford Motores do Brasil - SP;
d) Mercedes-Benz do Brasil - SP;
e) Fábrica Nacional de Motores - RJ;
f) Fiat do Brasil - MG; e
g) Volvo do Brasil - PR.
A indústria automobilística foi implantada na segunda metade da década de 1950, durante o governo de Juscelino
Kubitschek. Os principais fatores associados à implementação da indústria automobilística foram:
a) desenvolvimento da metalurgia e siderurgia;
b) as já existentes indústrias de montagem de veículos no Brasil;
c) existência de indústrias de autopeças;
d) mercado consumidor em SE;
e) desenvolvimento do setor rodoviário; e
f) criação do GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística).
A primeira indústria – Vemag – foi instalada em 1956, e em 1958, a Volkswagen.
Com isso desenvolvem-se indústrias ligadas ao setor automobilístico, como: vidros, artefatos de borracha, couro, material
elétrico, metalurgia leve, etc.
A maior concentração ocorre em São Paulo graças a maior disponibilidade de mão-de-obra, indústrias de autopeças,
proximidades da Cosipa e do Porto de Santos, existência de energia elétrica, etc.
Atualmente o Brasil está entre os maiores produtores mundiais, com uma produção anual de cerca de 1 miIhão de veículos.
Siderurgia
Foi somente a partir de 1917 que se instalou no País, por iniciativa da Cia Siderúrgica Belgo-Mineira, localizada inicialmente
em Sabará (MG) e depois em Monlevade (MG). Aproveitando a abundância de minério de ferro existente em Minas Gerais, outras
siderúrgicas foram se instalando na região, e, durante muito tempo, Minas Gerais foi o único centro siderúrgico do País. As causas
que retardaram a implantação da siderurgia foram a escassez de carvão mineral, a falta de mão-de-obra e de capitais, além da
ausência de indústrias capazes de consumir a produção.
A partir de 1942, a siderurgia tomou grande impulso com a instalação da Cia. Siderúrgica Nacional (estatal) na localidade de
Volta Redonda, no Vale do Paraíba fluminense. Sua localização obedecia à situação intermediária entre as jazidas de carvão (SC) e
as áreas produtoras de minério de ferro (MG); ao ponto de encontro entre a Central do Brasil e a Rede Mineira de Viação; à proximi-
dade dos maiores centros industriais e consumidores do País; à abundância de energia elétrica; e, por fim, à maior disponibilidade de
mão-de-obra.
A elevada taxa de crescimento alcançada por este setor deve-se a vários fatores, tais como:
a) desenvolvimento das atividades industriais de base. as quais passaram a consumir a produção siderúrgica;
b) rápido desenvolvimento do setor de construção civil;
c) grande apoio governamental;
d) aumento do consumo de produtos industrializados;
O principal problema que afeta a indústria siderúrgica é o fornecimento de matérias-primas (carvão mineral), sendo por isso,
muito grande o consumo de carvão vegetal.
Observações:
- 94% da produção siderúrgica concentra-se no SE
- As maiores produções siderúrgicas são obtidas pela Usiminas, CSN e Cosipa.
75
A produção atual de aço bruto situa-se perto de 25 bilhões de toneladas, colocando o Brasil entre os 10 maio res produtores
do mundo. Enquanto o consumo per capita de aço dos países desenvolvidos, como EUA, Japão, Rússia, Alemanha, gira em torno de
400 a 500 kg/hab/ano, a produção brasileira é de cerca de 100 kg/hab/ano.
GEOGRAFIA
A Geografia precisa situar com precisão na superfície da Terra aquilo que quer estudar e analisar. A elaboração de
mapas nasceu da necessidade de representar a forma da Terra e dos continentes e medir as distâncias entre lugares.
A cartografia é a ciência e a arte da representação gráfica da superfície terrestre. O seu produto final é o mapa. Os
mapas são fundamentais para a Geografia pois nada mais são do que a representação total ou parcial do espaço
geográfico.
Ciência antiga
Desde a Antiguidade há a preocupação de se elaborar vários tipos de mapas. Até a metade do século XV, os mapas
eram representações de descrições de itinerários para viajantes, mas não representavam fielmente a realidade do espaço
terrestre.
No final da Idade Média começaram a ser desenhados os portulanos, verdadeiros mapas em duas dimensões: indicavam
a posição dos portos e o contorno das costas.
A partir do século XVII desenvolveu-se a ciência geodésica, que permitiu calcular com mais correção a latitude e a
longitude de um determinado ponto e a altitude de um lugar em relação ao mar.
Tecnologias modernas
Atualmente, os meios mais modernos utilizados pela cartografia são as fotografias aéreas, o sensoriamento remoto e
a informática, que auxilia na precisão dos cálculos.
A fotografia aérea, realizada de aviões, proporciona o material básico para a elaboração de mapas. As fotografias são
feitas de maneira que, sobrepondo-se duas imagens do mesmo lugar, obtém-se a impressão de uma só imagem em relevo.
Graças a elas representam-se os detalhes da superfície do solo. Sobre o terreno, o topógrafo completa o trabalho,
revelando os detalhes pouco visíveis nas fotografias.
Outra técnica cartográfica é o sensoriamento remoto. Consiste na transmissão, a partir de um satélite, de informações
sobre a superfície do planeta ou da atmosfera.
Projeções cartográficas
A melhor maneira de representar a Terra como um todo é por meio de um globo. Mas para conhecer melhor a superfície
do planeta são necessários mapas planos. No entanto, converter um corpo esférico como a Terra numa figura de superfície
plana não pode ser feito sem deformar sua representação. Os cartógrafos desenvolveram vários métodos chamados
projeções cartográficas, ou seja, maneiras de representar um corpo esférico sobre uma superfície plana.
Porém, toda projeção resulta em deformações e incorreções. Em cada projeção há concessões: para representar
76
corretamente uma característica, outras são distorcidas. As deformações podem acontecer em relação às distâncias, às
áreas ou aos ângulos. Conforme o sistema de projeção utilizado, as maiores alterações da representação localizam-se em
uma ou outra parte do globo: nas regiões polares, nas equatoriais ou nas latitudes médias. O cartógrafo define qual é a
projeção que vai atender aos objetivos do mapa.
Tipos de projeções
Como as deformações são inevitáveis, cada tipo de projeção é classificado de acordo com a característica que
permanece correta. Assim, as chamadas projeções eqüidistantes mantêm as distâncias corretas; as projeções "conformes"
são as que mantêm a igualdade dos ângulos e das formas dos continentes; e as equivalentes mostram corretamente a
distância e a proporção entre as áreas.
Escalas
Escala é o nome que se dá à relação entre as dimensões reais da área na superfície terrestre e sua representação no
mapa. Em todos os mapas corretamente representados podemos encontrar essa medida, expressa graficamente ou em
números.
A escala numérica pode ser representada por uma fração ordinária (por exemplo, 1/500.000) ou por uma razão, como
1:500.000. Essa escala significa que cada centímetro no mapa representa 500.000 centímetros (ou seja, 5 km) no terreno.
A escala gráfica aparece nos mapas como uma linha reta dividida em partes iguais, como no exemplo:
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Escalas grandes e pequenas
Quanto maior for o denominador, menor será a escala. Imagine que a relação seja a mesma de fatiar uma pizza, cortada
em oito ou em oitenta pedaços. Quanto menor for o número de fatias, maior será cada uma delas. Com as escalas dos
mapas acontece o mesmo. Uma área representada na escala 1:500 foi reduzida 500 vezes para caber no papel. Outra
área, na escala 1:500.000, foi reduzida 500 mil vezes. Portanto, a escala 1:500 é maior. E quanto maior for a escala, maior
será o detalhamento da área representada.
O alfabeto cartográfico
Os mapas, como um meio de comunicação, têm sua linguagem própria, e o seu "alfabeto" é composto de símbolos
arranjados em padrões específicos. Para compreender um mapa é necessário que a informação possa ser entendida com
facilidade.
Os principais símbolos utilizados nos mapas são de três tipos: pontos, linhas e áreas. A maneira de apresentá-los pode
mudar em relação à escala, ao objetivo do mapa, ou de acordo com o fenômeno a ser observado. Se aquilo que se deseja
representar é pouco extenso e bem localizado – os principais núcleos urbanos de um território –, pode-se utilizar pontos
(círculos, quadrados etc.); se, ao contrário, o que se quer representar é extenso – como regiões agrícolas –, é preferível
utilizar áreas (cores, tramas etc.).
Convenções e legendas
Convenções são os sinais ou símbolos, como cores e figuras, usados para representar os fenômenos desejados no
mapa. A maioria das figuras e cores é reconhecida internacionalmente. O conjunto dos símbolos usados no mapa constitui
a sua legenda.
Curvas de nível
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As curvas de nível são linhas que ligam pontos ou cotas de altitude em intervalos iguais. A partir delas pode-se
construir um tipo de gráfico especial, chamado perfil topográfico. Curvas de nível muito juntas indicam um terreno muito
inclinado, e afastadas significam uma inclinação mais suave.
Cores e hachuras
As hachuras e a gradação de cores representam o terreno com uma informação visual imediata e direta. As hachuras
representam o relevo por meio de um conjunto de linhas paralelas ou próximas umas às outras. Quanto mais intensas, mais
inclinado é o terreno.
A gradação de cores faz o mesmo utilizando uma gama de tonalidades em que são atribuídos valores numéricos aos tons
e às cores.
A escala gráfica nada mais é do que a representação gráfica da escala numérica. Esse tipo de escala é bastante utilizado
no desenho de mapas
Para o desenho da escala gráfica (figura 7.5), o primeiro segmento à esquerda é dividido em 10 partes iguais para possibilitar a leitura
de grandezas que possuem um único algarismo decimal (MONTENEGRO, 1978). Este tipo de escala é conhecida como escala
gráfica simples.
Para o desenho da escala gráfica (figura 7.5), o primeiro segmento à esquerda é dividido em 10 partes iguais para possibilitar a leitura
de grandezas que possuem um único algarismo decimal (MONTENEGRO, 1978). Este tipo de escala é conhecida como escala
gráfica simples.
Contudo, caso seja necessária leitura da medida com uma segunda casa decimal, deve-se lançar mão da escala gráfica de
transversais.
Para o desenho da escala gráfica de transversais é necessário, inicialmente, identificar qual a escala numérica que servirá de base
para a construção da escala gráfica (MONTENEGRO, 1978). Para exemplificar tomemos o caso da escala 1:20. Um desenho de um
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objeto representado nessa escala informa ao leitor que suas medidas gráficas foram reduzidas 20 vezes do tamanho natural do
objeto.
Assim, 1/20 = 0,05 m = 5 cm . MONTENEGRO (1978) complementa os passos para o traçado da escala gráfica de transversais:
“Fazemos traços verticais para baixo de cada uma das divisões principais; sobre eles marcamos um segmento qualquer a ser dividido
em dez partes iguais por meio de retas horizontais. Transportamos as divisões do primeiro segmento da escala simples para a
horizontal do extremo inferior. Desenhamos linhas oblíquas, isto é, transversais ligando cada divisão da horizontal superior com a
divisão seguinte na horizontal inferior. Está concluída a escala de transversais”.
A LOCALIZAÇÃO NO ESPAÇO
Pontos cardeais
Coordenadas geográficas
As coordenadas geográficas são linhas imaginárias que permitem localizar qualquer lugar ou acidente geográfico sobre a
superfície do planeta. Essas linhas são os paralelos, que medem as latitudes, e os meridianos, que medem as longitudes.
Cruzando os paralelos e
meridianos pode-se obter com
precisão a localização de qualquer
ponto da Terra.
Latitudes
Como o próprio nome diz, os paralelos são linhas traçadas paralelamente ao Equador e que permitem determinar a
latitude de um lugar. Latitude é a distância, em graus, que vai do Equador a qualquer ponto da Terra. Os locais situados
acima do Equador têm latitude norte e os localizados abaixo têm latitude sul.
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Longitudes
Os meridianos também são linhas imaginárias, mas traçadas de pólo a pólo, cruzando perpendicularmente o Equador, e
que determinam a longitude do lugar. Longitude é a distância, em graus, que vai de qualquer lugar da Terra ao meridiano de
Greenwich. Esse meridiano, que passa pelo subúrbio de Londres, Greenwich, é chamado meridiano principal ou de origem
e divide a Terra em dois hemisférios: o Ocidental e o Oriental. Todos os lugares situados a leste de Greenwich têm longitude
leste e os situados a oeste, longitude oeste.
Os fusos horários
Um sistema criado na conferência de Washington, em 1884, dividiu o globo terrestre em 24 fusos horários, cada um com 15
graus, equivalentes a uma hora. O meridiano de Greenwich é o ponto de partida para medirmos as horas do globo. Dentro
de um mesmo fuso horário, todos os lugares possuem oficialmente a mesma hora. Como a Terra gira de oeste para leste,
no movimento de rotação, as horas aumentam para leste e diminuem para oeste.
Obs: A oeste de Greenwich cada fuso horário representa uma hora a menos que o meridiano de origem, enquanto, em
direção ao leste, cada fuso significa uma hora a mais.
Quando observamos uma fotografia, uma caneta ou qualquer outro objeto, procuramos reconhecer e identificar os elementos contidos
neles. No mapeamento sistemático, cuja classificação se insere a carta topográfica, procederemos de maneira análoga.
Cabe ao usuário, portanto, o reconhecimento e identificação dos elementos, efetuando assim, a tradução dos símbolos contidos na
carta. A incorporação destes elementos estará relacionada ao domínio cognitivo do leitor. Finalmente, para a concretização da leitura
de um produto cartográfico, o usuário deve ser capaz de interpretar os elementos contidos neles. A interpretação, no entanto, depende
do conhecimento e habilidades do usuário em poder correlacionar aspectos físicos e humanos, para a compreeensão dos fatos
representados.
Apoiados em autores que desenvolveram trabalhos através de esquemas e modelos de comunicação cartográfica, podemos fortalecer
estas considerações. Como exemplo, citamos o trabalho de Board (1977) apud Queiroz (1994) - Os Processos da Comunicação
Cartográfica - no qual apresenta a fase da leitura de mapas composta nas seguintes etapas: decodificação, verbalização, visualização
e interpretação.
Portanto, a leitura de um produto cartográfico consiste na concretização das etapas pertinentes a esta fase que, por sua vez, irão
permitir a obtenção de informações através de elementos contidos na carta.
A necessidade da utilização de um produto cartográfico nas atividades profissionais ou de lazer levará o usuário a praticar a fase de
leitura. Segundo Teixeira Neto (1984), em particular, ao geógrafo, isto favorecerá a observação, descrição, correlação e explicação
dos fatos geográficos.
2. Leitura interna e externa
Quando consideramos os elementos contidos na legenda, efetuaremos a leitura interna da carta. A legenda facilita a identificação dos
elementos e permite agrupá-los conforme suas características.
Ao considerarmos os elementos periféricos - título, escala, coordenadas geográficas, sistema de projeção, dentre outros -
efetuaremos a leitura externa da carta.
2.1 Elementos de identificação interna e externa de uma carta topográfica
O estudo do lay-out, ou seja, como as informações serão distribuídas espacialmente na carta topográfica estão de acordo com a folha
modelo publicada pelo DSG (Diretoria de Serviço Geográfico). Entretanto, existem instituições que prestam serviços e/ou elaboram
produtos cartográficos sem a preocupação de seguir o disposto no Decreto-Lei no 243/67, causando com tal atitude um descompasso
com a leitura.
Atualmente, o IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) está procurando adaptar os seus produtos às normas
vigentes e, para tanto, mantém contato com a DSG.
Não obstante, tomaremos a carta produzida pelo IBGE como modelo para exemplificarmos a disposição das informações (Fig. 1).
Então, temos:
1. Órgão responsável
Estabelece o órgão responsável pelo produto cartográfico, não implicando que este esteja envolvido em todas as fases para
construção do mesmo. Além disso, são mencionados na primeira, segunda e terceira linhas o órgão de subordinação ("a quem é
vinculado"), nome da organização ("quem realiza"), região geográfica da área mapeada e a escala correspondente, respectivamente.
2. Título
O título da folha é determinado pela característica topográfica mais relevante da área representada. Pode ser a localidade de maior
81
população, curso d’água mais importante ou algum outro aspecto relevante.
Por outro lado, deveria ser posicionado ao lado esquerdo do título o emblema da organização, entretanto, na maioria das cartas tal
fato não é observado.
3. Índice de nomenclatura
Segundo o IBGE (1993), as especificações da Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo - CIM, foram adotadas na Conferência
Técnica das Nações Unidas, realizada em Bonn (Alemanha, 1962), que tem por finalidade:
a) fornecer, por meio de uma carta de uso geral, um documento que permita uma visão de conjunto do mundo para os estudos
preliminares de investimentos e o planejamento do desenvolvimento econômico e, também, para satisfazer às diversas necessidades
dos especialistas de variadas ciências;
b) oferecer uma carta básica que permita preparar séries de cartas temáticas (população, solo, geologia, vegetação, recursos
diversos, limites administrativos, etc.). Essas cartas constituem elementos fundamentais para a eficaz execução de estudos e
análises.
Destinam-se estas novas especificações a permitir que todas as nações participem do esforço comum, em virtude da flexibilidade e
da simplicidade das regras técnicas fixadas para a publicação da carta.
Séries cartográficas
Séries cartográficas são divisões feitas em folhas de formato uniforme na mesma escala de uma área geográfica, mediante a
impossibilidade de reprodução cartográfica dessa área em uma única folha impressa em tal escala.
Segundo Oliveira (1988), o mapeamento básico tem por objetivo elaborar cartas destinadas à cobertura sistemática de um país das
quais outras cartas podem ser derivadas.
O melhor exemplo de uma série cartográfica é a Carta do Brasil ao Milionésimo (esc. 1:1.000.000). Cada folha da carta deve abranger,
como regra, uma área de 4º em latitude por 6º em longitude. As folhas serão limitadas por meridianos espaçados de 6º em 6º, a partir
do meridiano internacional, e por paralelos espaçados de 4º em 4º, a partir do Equador. Para cobrir o território brasileiro são
necessárias 46 folhas desse formato.
A partir da Carta Internacional ao Milionésimo - CIM- derivam outras séries de cartas, como as discriminadas abaixo com seus
respectivos formatos.
Escala Formato
1:1.000.000 6º x 4º
1: 500.000 3º x 2º
1: 250.000 1º30’ x 1º
1: 100.000 30’ x 30’
1: 50.000 15’ x 15’
1: 25.000 7’30’’ x 7’30’’
Nenhuma folha impressa deverá exceder de 100 centímetros por 80 centímetros.
será 1:500.000. - da folha 1:500.000 serão geradas 4 folhas num formato 1° 30’ x 1°
sendo a escala igual a 1:250.000. - da folha 1:250.000 teremos 6 folhas num formato 30’ x 30’ cuja
escala será 1:100.000.
82
- da folha 1:100.000 serão geradas 4 folhas num formato 15’ x 15’ cuja escala será 1:50.000.
- da folha 1:50.000 serão geradas 4 folhas num formato 7’30’’ x 7’30’’ cuja escala será 1:25.000.
Quando a folha situar-se na zona prevista, porém limitada por meridianos que não são os próprios
do fuso, os meridianos limites este e oeste serão indicados entre parêntesis, após o índice de nomenclatura. Exemplo: NL-21* (60° -
53° ).
Cabe salientar, ainda, que as folhas nas escalas maiores que 1:25.000 não são normatizadas até o momento.
Mapa índice
Segundo o IBGE (1993), além do índice de nomenclatura, dispomos de outro sistema de localização para folhas. Nesse sistema
numeramos as folhas de modo a poder referenciá-las através de um simples número. Assim:
- para as folhas de 1:1.000.000, usamos a numeração de 1 a 46;
- para as folhas de 1:250.000, usamos a numeração de 1 a 550;
- para as folhas de 1:100.000, usamos a numeração de 1 a 3036.
Este último é conhecido como MI, que significa mapa índice, e os dois primeiros como MIR, mapa índice reduzido.
O número MI substitui a configuração do índice de nomenclatura para escalas de 1:100.000. Por exemplo, a folha SD-23-Y-C-IV
corresponderá ao MI 2215.
Para as folhas em escala de 1:50.000, o MI vem acompanhado de um dos algarismos 1,2,3 ou 4, correspondente ao quadrante de
uma folha 1:100.000. Por exemplo, a folha SD-23-Y-C-IV-3 corresponderá ao MI 2215/3, ou seja, terceiro quadrante da folha
1:100.000 (MI 2215).
Para as folhas de 1:25.000, acrescenta-se o indicativo (NO,NE,SO ou SE) conforme a situação da folha em relação à anterior. Por
exemplo, a folha SD-23-Y-C-IV-3-NO corresponderá ao MI 2215/3-NO, ou seja, o quadrante noroeste da folha 1:50.000 (MI 2215/3).
O número MI deve ser indicado no canto superior direito das cartas topográficas nas escalas 1:100.000, 1:50.000 e 1:25.000,
obedecendo à norma cartográfica hoje em vigor, conforme recomendam as folhas-modelo publicadas pela DSG, órgão responsável
pelas normas técnicas referentes às séries de cartas gerais.
4. Localidades, limites, vias de circulação, pontos de controle e altitude
Estes elementos constituem parte da legenda na qual fornecem informações para a leitura interna. Devem ser apresentados no canto
inferior esquerdo da carta.
A legenda, segundo Santos & Le Sann(1985), compreende a tradução dos símbolos utilizados na representação das informações.
Para tanto, é necessário que a mesma esteja organizada. Entende-se por organização da legenda a apresentação segundo os
componentes seletivo, ordenado e quantitativo. No caso da carta apresentar elementos com características diferentes (ex.: localidades
e vias de circulação) a legenda deve ser organizada de modo a agrupá-los conforme suas peculiaridades. Dessa forma, devemos criar
uma classificação da legenda de acordo com os componentes citados anteriormente. Logo, isto permitirá uma leitura mais rápida e
eficaz da mesma, facilitando, assim, a compreensão de um produto cartográfico.
5. Articulação e localização da folha
A articulação da folha nos mostra a disposição entre a área mapeada e as que circunvizinham, indicando as referências daquelas que
são contíguas, além da localização desta no Estado-Membro.
6. Sistema de projeção e informações adicionais
Quanto ao sistema de projeção, a natureza da superfície de representação é cilíndrica; a forma de contato entre as superfícies de
representação e referência é secante e a posição relativa entre as superfícies de referência e de projeção é transversa.
Quanto às propriedades (deformações), é apresentado na projeção conforme - conservação dos ângulos - e quanto ao método de
construção o sistema de projeção é analítico. Estas informações acentuam a projeção Universal Transversa de Mercator.
As escalas gráfica e numérica são representadas para permitir ao usuário efetuar avaliações de áreas, distâncias e outras pertinentes
ao interesse do mesmo. A primeira nos possibilita, com a utilização de instrumentos, efetuar medidas diretamente sobre a carta,
83
enquanto a segunda se vale da relação de proporcionalidade para a determinação das mesmas.
O processo mais empregado na representação das formas do terreno é o das curvas de nível (SBC, 1996). Estas são apresentadas
segundo uma eqüidistância previamente determinada a partir da escala da carta.
Para a representação da superfície terrestre no plano, é necessária a definição da forma e dimensão da Terra, bem como o datum
horizontal e vertical. Como datum entende-se o ponto origem, isto é, datum horizontal pode ser considerado como a origem das
coordenadas geodésicas. Antigamente, este datum localizava-se em CÓRREGO ALEGRE e, portanto, levava esta denominação;
atualmente é o CHUÁ, localizado no Triângulo Mineiro. O datum vertical, por sua vez, determina a origem das altitudes, ou seja, o
nível de referência ao qual as altitudes são referidas em geral. A este denominamos de IMBITUBA.
Ainda com relação aos elementos externos são apresentadas as fases principais de execução da carta: obtenção das fotografias
aéreas (onde se faz necessário um planejamento de vôo); apoio de campo (fundamental para a construção do produto cartográfico);
reambulação (trabalho de campo em que consiste esclarecer detalhes não identificados nas fotografias aéreas, tais como: nome de
rios, estradas, etc., além da demarcação dos limites de área, seja esta municipal, estadual ou internacional); aerotriangulação (uma
técnica fotogramétrica para obtenção de pontos, que se vale do apoio de campo e da reambulação, além de instrumentos e
processamentos de dados); restituição (produção "preliminar" da carta, que se dá através de instrumentos restituidores) e impressão
do produto.
7. Hidrografia e vegetação
Fazem parte da legenda e como os demais elementos são divididos em classes, de modo a facilitar a identificação e interpretação dos
mesmos.
8. Divisão administrativa
A divisão político-administrativa será representada através dos limites internacionais e/ou estaduais e/ou municipais contidos na área
mapeada, permitindo ao usuário a localização de elementos como também de problemas estruturados na região.
9. Declinação Magnética e convergência meridiana
Segundo Ernesto (1983) e Leinz & Amaral (1985), a causa e a sede do magnetismo terrestre são discutidas. As teorias mais
modernas sugerem um campo elétrico formado pela defasagem, ocasionada pela rotação da Terra, entre a parte interna líquida (Ni e
Fe) e o manto inferior sólido.
A Terra, de acordo com SBC (1996), se comporta como um imã, possuindo um campo magnético e dois pólos magnéticos de
polaridades opostas. Os pólos magnéticos se localizam relativamente próximos (mas não coincidem) aos pólos geográficos
(extremidades do eixo de rotação da Terra). A não coincidência entre os pólos geográficos e magnéticos se deve à desigual
distribuição do material magnético da Terra, havendo, portanto, um ângulo formado entre eles cujo valor é 11° 30’.
Na prática, segundo Ernesto (1983), isto significa que a agulha da bússola desvia do norte geográfico para leste ou oeste segundo um
ângulo, que dependerá do local onde se encontra o observador. Portanto, de acordo com Leinz & Amaral (1985), a agulha é
submetida a duas forças: a vertical, que determina a inclinação, e a horizontal, que orienta a agulha rumo ao pólo magnético . Dá-se o
nome de declinação magnética a esse desvio que a agulha magnética sofre em relação à linha NS "verdadeira".
A convergência meridiana é a diferença angular entre as linhas do quadriculado, sistema de coordenadas plano-retangulares usando
medidas de distâncias sobre uma projeção escolhida, e dos meridianos, que convergem para os pólos geográficos (Maling, 1980).
A urbanização é um fenômeno mundial que propõe numerosos desafios aos governantes e aos próprios urbanistas. O
espetacular crescimento das cidades, especialmente nos países subdesenvolvidos, costuma ser caótico, complicando
ainda mais a organização do espaço urbano. Entre os problemas mais graves destacam-se os de transportes, de serviços
sociais, de moradia e de violência urbana.
O conceito de cidade
O conceito do que é uma cidade varia de país para país. A maioria adota o
critério demográfico-quantitativo, isto é, uma localidade é considerada
cidade quando atinge determinado número de habitantes. Por exemplo, no
Canadá e na Escócia, esse número é de 100 moradores, enquanto na
Holanda são necessários 5.000 habitantes para caracterizar uma cidade.
No Brasil, Equador e Nicarágua, só as sedes de município são
consideradas cidades.
A expansão urbana
O crescimento das cidades trouxe, como conseqüência, novas formas de aglomerações urbanas:
Conurbação é a fusão espontânea de duas ou mais cidades próximas por meio da expansão de seus sítios urbanos.
Metrópole designa grandes cidades que oferecem uma enorme quantidade de serviços ou funções (comércio, saúde,
educação, lazer etc.).
Região metropolitana é uma região influenciada por uma metrópole integrada a uma série de municípios vizinhos.
Megalópole pode ser definida como uma conurbação de metrópoles (áreas urbanizadas).
As cidades crescem, se modificam, são destruídas, reconstruídas, planejadas. Já uniram povos e serviram de palco para
muitas guerras. Para viver nas cidades, o homem teve de aprender a seguir regras e respeitar o espaço público. Hoje o
grande desafio é encontrar soluções para problemas urbanos cada vez mais graves.
Crescimento. Pela primeira vez na história da humanidade, o mundo está prestes a ter mais pessoas vivendo em áreas
urbanas do que no campo. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), se for mantido o crescimento atual,
as cidades terão, em 2006, mais habitantes do que a zona rural. Em 50 anos, a população mundial cresceu 2,5 vezes – são
6 bilhões de habitantes atualmente – e passou a morar mais em cidades. Hoje a proporção entre indivíduos no campo e na
cidade está praticamente igual. O crescimento urbano da África e da Ásia estimado para as próximas décadas tende a
acentuar ainda mais a urbanização mundial.
Progresso. O Brasil segue a tendência mundial: a população urbana é quatro vezes maior do que a rural. Pesquisa do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 125.910 milhões de brasileiros moram em cidades,
enquanto apenas 32.321 milhões residem em áreas rurais. Isso poderia até soar como sinônimo de modernidade, mas não
é bem assim. Quando os centros urbanos crescem desordenadamente, sem planejamento, a qualidade de vida piora. O
ambiente e o ser humano se tornam as grandes vítimas desse progresso.
Planejamento urbano
Desordem. As cidades precisam de planejamento para crescer com harmonia. O crescimento ordenado inclui cuidados
básicos, como a ocupação planejada do solo, a exploração racional da água, asfaltamento de ruas, construção de creches,
escolas e hospitais, pólos de trabalho, lazer e cultura. Tudo isso serve para garantir o bem-estar das pessoas e adequar a
expansão urbana ao meio ambiente. Porém, em muitos casos, a regra é deixada de lado pelos governos. Assim, o espaço
urbano é ampliado de qualquer jeito: casas são construídas em morros e nas margens de represas ou córregos; o lixo
contamina o solo e a água e o saneamento básico não chega a todas as casas.
Carência. Em países não-desenvolvidos ou em desenvolvimento, como o Brasil, muitas cidades crescem de forma
desordenada, sob pressão da população que chega. Mas não pense que os países ricos estão a salvo. Cidades do Primeiro
Mundo também enfrentam problemas desse tipo. A diferença é que, por serem mais ricas, têm condições de adotar
medidas para melhorar a qualidade de vida da população. Mesmo assim, as áreas periféricas de cidades como Paris
(França), Nova York, Los Angeles (EUA) e Tóquio (Japão) deixam muito a desejar.
Ecossociedade. A cidade pode ser considerada um ecossistema que integra a sociedade e o ambiente. Para que
sobreviva em boas condições é necessário que exista uma boa relação entre a comunidade urbana e o meio em que ela
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vive. Mas há poucas cidades no planeta que conseguiram harmonia perfeita nessa relação. Tanto as pequenas quanto as
grandes cidades continuam enfrentando vários problemas ambientais. Veja a seguir quais são eles
Solo contaminado. O principal poluente do solo é o lixo, sobretudo os resíduos sólidos, como metal e plástico, e os
produtos tóxicos, como pesticidas e fertilizantes. A incineração do lixo ou sua deposição em aterros também gera poluição.
O primeiro polui o ar e o segundo produz substâncias tóxicas que contaminam a água e o solo.
Água poluída. As grandes vítimas da poluição são os cursos d'água que cruzam os centros urbanos. A situação piora em
locais onde o saneamento básico é precário e o tratamento dos lixos industriais não é adequado. Quando esse tipo de
esgoto não recebe tratamento, ele segue para os rios, deteriorando a qualidade da água que abastece a população e
destruindo a vida aquática. Isso aconteceu em rios como o Tietê (São Paulo), Capibaribe (Recife), Reno (Alemanha) e
Tâmisa (Londres).
Ar sujo. Os principais vilões da poluição atmosférica são as indústrias e os veículos que liberam gases poluentes. Além de
piorar a qualidade do ar, pode causar o efeito estufa – o aquecimento global do planeta – e a chuva ácida, processo no qual
os gases tóxicos retornam à terra sob forma de chuva, causando danos à cidade. A chuva danifica a vegetação e corrói
monumentos históricos.
Falta de água. O Brasil detém 12% da água doce da Terra. Mas toda essa água não está distribuída igualmente pelo
território brasileiro. Por isso é necessário que as cidades planejem o uso da água para garantir o seu abastecimento.
Quando isso não é bem planejado, pode haver racionamento de água em períodos de estiagem.
Boas iniciativas. Algumas cidades já solucionaram problemas ambientais causados pelo crescimento urbano. Tóquio já
teve um dos ares mais poluídos do mundo. Com rígido controle da emissão de poluentes, o ar ficou bem mais limpo. Por
isso, em 1998, a capital japonesa foi escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como modelo para a busca da
chamada ecossociedade.
Quando observamos uma fotografia, uma caneta ou qualquer outro objeto, procuramos reconhecer e identificar os elementos contidos
neles. No mapeamento sistemático, cuja classificação se insere a carta topográfica, procederemos de maneira análoga.
Cabe ao usuário, portanto, o reconhecimento e identificação dos elementos, efetuando assim, a tradução dos símbolos contidos na
carta. A incorporação destes elementos estará relacionada ao domínio cognitivo do leitor. Finalmente, para a concretização da leitura
de um produto cartográfico, o usuário deve ser capaz de interpretar os elementos contidos neles. A interpretação, no entanto, depende
do conhecimento e habilidades do usuário em poder correlacionar aspectos físicos e humanos, para a compreeensão dos fatos
representados.
Apoiados em autores que desenvolveram trabalhos através de esquemas e modelos de comunicação cartográfica, podemos fortalecer
estas considerações. Como exemplo, citamos o trabalho de Board (1977) apud Queiroz (1994) - Os Processos da Comunicação
Cartográfica - no qual apresenta a fase da leitura de mapas composta nas seguintes etapas: decodificação, verbalização, visualização
e interpretação.
Portanto, a leitura de um produto cartográfico consiste na concretização das etapas pertinentes a esta fase que, por sua vez, irão
permitir a obtenção de informações através de elementos contidos na carta.
A necessidade da utilização de um produto cartográfico nas atividades profissionais ou de lazer levará o usuário a praticar a fase de
leitura. Segundo Teixeira Neto (1984), em particular, ao geógrafo, isto favorecerá a observação, descrição, correlação e explicação
dos fatos geográficos.
Séries cartográficas
Séries cartográficas são divisões feitas em folhas de formato uniforme na mesma escala de uma área geográfica, mediante a
impossibilidade de reprodução cartográfica dessa área em uma única folha impressa em tal escala.
Segundo Oliveira (1988), o mapeamento básico tem por objetivo elaborar cartas destinadas à cobertura sistemática de um país das
quais outras cartas podem ser derivadas.
O melhor exemplo de uma série cartográfica é a Carta do Brasil ao Milionésimo (esc. 1:1.000.000). Cada folha da carta deve abranger,
como regra, uma área de 4º em latitude por 6º em longitude. As folhas serão limitadas por meridianos espaçados de 6º em 6º, a partir
do meridiano internacional, e por paralelos espaçados de 4º em 4º, a partir do Equador. Para cobrir o território brasileiro são
necessárias 46 folhas desse formato.
A partir da Carta Internacional ao Milionésimo - CIM- derivam outras séries de cartas, como as discriminadas abaixo com seus
respectivos formatos.
Escala Formato
1:1.000.000 6º x 4º
1: 500.000 3º x 2º
1: 250.000 1º30’ x 1º
1: 100.000 30’ x 30’
1: 50.000 15’ x 15’
1: 25.000 7’30’’ x 7’30’’
Nenhuma folha impressa deverá exceder de 100 centímetros por 80 centímetros.
será 1:500.000. - da folha 1:500.000 serão geradas 4 folhas num formato 1° 30’ x 1°
sendo a escala igual a 1:250.000. - da folha 1:250.000 teremos 6 folhas num formato 30’ x 30’ cuja
escala será 1:100.000.
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- da folha 1:100.000 serão geradas 4 folhas num formato 15’ x 15’ cuja escala será 1:50.000.
- da folha 1:50.000 serão geradas 4 folhas num formato 7’30’’ x 7’30’’ cuja escala será 1:25.000.
Quando a folha situar-se na zona prevista, porém limitada por meridianos que não são os próprios
do fuso, os meridianos limites este e oeste serão indicados entre parêntesis, após o índice de nomenclatura. Exemplo: NL-21* (60° -
53° ).
Cabe salientar, ainda, que as folhas nas escalas maiores que 1:25.000 não são normatizadas até o momento.
Mapa índice
Segundo o IBGE (1993), além do índice de nomenclatura, dispomos de outro sistema de localização para folhas. Nesse sistema
numeramos as folhas de modo a poder referenciá-las através de um simples número. Assim:
- para as folhas de 1:1.000.000, usamos a numeração de 1 a 46;
- para as folhas de 1:250.000, usamos a numeração de 1 a 550;
- para as folhas de 1:100.000, usamos a numeração de 1 a 3036.
Este último é conhecido como MI, que significa mapa índice, e os dois primeiros como MIR, mapa índice reduzido.
O número MI substitui a configuração do índice de nomenclatura para escalas de 1:100.000. Por exemplo, a folha SD-23-Y-C-IV
corresponderá ao MI 2215.
Para as folhas em escala de 1:50.000, o MI vem acompanhado de um dos algarismos 1,2,3 ou 4, correspondente ao quadrante de
uma folha 1:100.000. Por exemplo, a folha SD-23-Y-C-IV-3 corresponderá ao MI 2215/3, ou seja, terceiro quadrante da folha
1:100.000 (MI 2215).
Para as folhas de 1:25.000, acrescenta-se o indicativo (NO,NE,SO ou SE) conforme a situação da folha em relação à anterior. Por
exemplo, a folha SD-23-Y-C-IV-3-NO corresponderá ao MI 2215/3-NO, ou seja, o quadrante noroeste da folha 1:50.000 (MI 2215/3).
O número MI deve ser indicado no canto superior direito das cartas topográficas nas escalas 1:100.000, 1:50.000 e 1:25.000,
obedecendo à norma cartográfica hoje em vigor, conforme recomendam as folhas-modelo publicadas pela DSG, órgão responsável
pelas normas técnicas referentes às séries de cartas gerais.
4. Localidades, limites, vias de circulação, pontos de controle e altitude
Estes elementos constituem parte da legenda na qual fornecem informações para a leitura interna. Devem ser apresentados no canto
inferior esquerdo da carta.
A legenda, segundo Santos & Le Sann(1985), compreende a tradução dos símbolos utilizados na representação das informações.
Para tanto, é necessário que a mesma esteja organizada. Entende-se por organização da legenda a apresentação segundo os
componentes seletivo, ordenado e quantitativo. No caso da carta apresentar elementos com características diferentes (ex.: localidades
e vias de circulação) a legenda deve ser organizada de modo a agrupá-los conforme suas peculiaridades. Dessa forma, devemos criar
uma classificação da legenda de acordo com os componentes citados anteriormente. Logo, isto permitirá uma leitura mais rápida e
eficaz da mesma, facilitando, assim, a compreensão de um produto cartográfico.
5. Articulação e localização da folha
A articulação da folha nos mostra a disposição entre a área mapeada e as que circunvizinham, indicando as referências daquelas que
são contíguas, além da localização desta no Estado-Membro.
6. Sistema de projeção e informações adicionais
Quanto ao sistema de projeção, a natureza da superfície de representação é cilíndrica; a forma de contato entre as superfícies de
representação e referência é secante e a posição relativa entre as superfícies de referência e de projeção é transversa.
Quanto às propriedades (deformações), é apresentado na projeção conforme - conservação dos ângulos - e quanto ao método de
construção o sistema de projeção é analítico. Estas informações acentuam a projeção Universal Transversa de Mercator.
As escalas gráfica e numérica são representadas para permitir ao usuário efetuar avaliações de áreas, distâncias e outras pertinentes
ao interesse do mesmo. A primeira nos possibilita, com a utilização de instrumentos, efetuar medidas diretamente sobre a carta,
88
enquanto a segunda se vale da relação de proporcionalidade para a determinação das mesmas.
O processo mais empregado na representação das formas do terreno é o das curvas de nível (SBC, 1996). Estas são apresentadas
segundo uma eqüidistância previamente determinada a partir da escala da carta.
Para a representação da superfície terrestre no plano, é necessária a definição da forma e dimensão da Terra, bem como o datum
horizontal e vertical. Como datum entende-se o ponto origem, isto é, datum horizontal pode ser considerado como a origem das
coordenadas geodésicas. Antigamente, este datum localizava-se em CÓRREGO ALEGRE e, portanto, levava esta denominação;
atualmente é o CHUÁ, localizado no Triângulo Mineiro. O datum vertical, por sua vez, determina a origem das altitudes, ou seja, o
nível de referência ao qual as altitudes são referidas em geral. A este denominamos de IMBITUBA.
Ainda com relação aos elementos externos são apresentadas as fases principais de execução da carta: obtenção das fotografias
aéreas (onde se faz necessário um planejamento de vôo); apoio de campo (fundamental para a construção do produto cartográfico);
reambulação (trabalho de campo em que consiste esclarecer detalhes não identificados nas fotografias aéreas, tais como: nome de
rios, estradas, etc., além da demarcação dos limites de área, seja esta municipal, estadual ou internacional); aerotriangulação (uma
técnica fotogramétrica para obtenção de pontos, que se vale do apoio de campo e da reambulação, além de instrumentos e
processamentos de dados); restituição (produção "preliminar" da carta, que se dá através de instrumentos restituidores) e impressão
do produto.
7. Hidrografia e vegetação
Fazem parte da legenda e como os demais elementos são divididos em classes, de modo a facilitar a identificação e interpretação dos
mesmos.
8. Divisão administrativa
A divisão político-administrativa será representada através dos limites internacionais e/ou estaduais e/ou municipais contidos na área
mapeada, permitindo ao usuário a localização de elementos como também de problemas estruturados na região.
9. Declinação Magnética e convergência meridiana
Segundo Ernesto (1983) e Leinz & Amaral (1985), a causa e a sede do magnetismo terrestre são discutidas. As teorias mais
modernas sugerem um campo elétrico formado pela defasagem, ocasionada pela rotação da Terra, entre a parte interna líquida (Ni e
Fe) e o manto inferior sólido.
A Terra, de acordo com SBC (1996), se comporta como um imã, possuindo um campo magnético e dois pólos magnéticos de
polaridades opostas. Os pólos magnéticos se localizam relativamente próximos (mas não coincidem) aos pólos geográficos
(extremidades do eixo de rotação da Terra). A não coincidência entre os pólos geográficos e magnéticos se deve à desigual
distribuição do material magnético da Terra, havendo, portanto, um ângulo formado entre eles cujo valor é 11° 30’.
Na prática, segundo Ernesto (1983), isto significa que a agulha da bússola desvia do norte geográfico para leste ou oeste segundo um
ângulo, que dependerá do local onde se encontra o observador. Portanto, de acordo com Leinz & Amaral (1985), a agulha é
submetida a duas forças: a vertical, que determina a inclinação, e a horizontal, que orienta a agulha rumo ao pólo magnético . Dá-se o
nome de declinação magnética a esse desvio que a agulha magnética sofre em relação à linha NS "verdadeira".
A convergência meridiana é a diferença angular entre as linhas do quadriculado, sistema de coordenadas plano-retangulares usando
medidas de distâncias sobre uma projeção escolhida, e dos meridianos, que convergem para os pólos geográficos (Maling, 1980).
I - Introdução
Nosso país é conhecido por suas proporções continentais, uma enorme variedade climática, um gigantesco patrimônio ambiental e a
maior diversidade biológica do planeta. A conservação de tais recursos às portas do novo milênio é, todavia, cada vez mais
desafiadora. À medida que se consolidam demandas direcionadas ao resgate da enorme dívida social existente em nosso país,
cresce proporcionalmente a pressão sobre a utilização dos recursos naturais disponíveis, tais como a expansão da fronteira agrícola e
o extrativismo. Garantir, pois, que a utilização dos recursos naturais seja feita de forma apropriada, de acordo com os pressupostos
fundamentais do desenvolvimento sustentável, é nossa missão e desafio. Em um país que se destaca pela marcada interação com o
meio ambiente e mais de 16% do território correspondem a áreas de proteção ambiental, o Ministério do Meio Ambiente luta para
garantir que o uso desta herança natural seja feito de forma racional, em atenção às gerações atual e futura, visando à completa
realização das potencialidades do homem, seu bem-estar e harmonia com a natureza.
II - Contexto Institucional
A gestão apropriada do patrimônio ambiental brasileiro constitui tarefa complexa, havendo, a rigor, maiores perspectivas de êxito à
medida que existem organizações voltadas à consecução eficiente dos objetivos propostos. O primeiro passo concreto nessa direção
ocorre no Brasil em 1973, com a criação da Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), ligada diretamente à Presidência da
República. Oito anos depois, em 1981, é promulgada a Lei n° 6.938, que institui a Política Nacional do Meio Ambiente, marco para a
gestão do meio ambiente brasileiro. Subseqüentemente, o processo de incremento na capacidade de gestão ambiental do Estado
Brasileiro testemunha a criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em 1989, e,
três anos mais tarde, a do Ministério do Meio Ambiente.
Paralelamente, a Constituição de 1988 fornece revigorado respaldo jurídico para o reconhecimento da problemática ambiental e das
questões derivadas de sua gestão. Destina, pela primeira vez na história do País, um capítulo específico ao meio ambiente,
considerado como um bem público essencial à qualidade de vida. Com efeito, o capítulo constitucional prescreve, ao Estado Brasileiro
e à coletividade, o dever de defender e preservar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras.
Os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil na área de Meio Ambiente têm, similarmente, representado estímulos positivos
para uma gestão ambiental eficiente. A exemplo, tem-se a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento
(Rio 92), da qual se desdobra a criação da Comissão Interministerial sobre Desenvolvimento Sustentável (CIDES), em 1994.
Essa Comissão tem como objetivo assessorar o Presidente da República na tomada de decisões sobre as estratégias e políticas
nacionais necessárias ao desenvolvimento sustentável, conforme as diretrizes estabelecidas pela Agenda 21. Em 1997, com o intuito
de complementar os trabalhos da Comissão Interministerial, tornando a política de meio ambiente mais representativa, cria-se a
Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional, da qual participam representantes do governo
e da sociedade civil, sob a presidência do MMA. À Comissão cabe propor e avaliar estratégias e instrumentos voltados para o
desenvolvimento sustentável do País e elaborar a Agenda 21 Nacional.
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É nesse ambiente de amadurecimento institucional e participação da sociedade civil que o MMA vem buscando novas alternativas
para a conservação ambiental aliada ao ideal de desenvolvimento sustentável. De particular importância, destacam-se as recentes
modificações na estrutura regimental do Ministério e de entidades a ele vinculadas.
Secretaria de Biodiversidade e Florestas: Esta Secretaria está organizada para propor políticas e normas, definir estratégias e
implementar programas e projetos nos temas relacionados à biodiversidade e recursos genéticos, conservação e gestão dos
ecossistemas, florestas e agroflorestas, prevenção e combate a queimadas e incêndios florestais e uso sustentável dos recursos
florestais e pesqueiros. São cinco os grandes biomas brasileiros para os quais a secretaria volta suas ações: Amazônia, Mata Atlântica
e Campos Meridionais, Cerrado e Pantanal, Caatinga e Zona Marinha e Costeira.
Secretaria de Coordenação da Amazônia: Esta Secretaria está voltada para a implantação de alternativas econômicas à destruição
da floresta, em parceria com os governos dos Estados, o setor produtivo, as instituições de pesquisa e as organizações não
governamentais. A Secretaria tem como objetivo estimular os investimentos na comercialização de produtos não-madeireiros,
racionalização ambiental da indústria madeireira, incentivo à bio-indústria, ecoturismo, recuperação das áreas alteradas e qualidade
ambiental urbana.
Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos: Está voltada para o seguinte conjunto de atividades: definição
de diretrizes para a política ambiental urbana e rural; identificação de diferentes formas de poluição, degradação ambiental e riscos
ambientais; identificação de resíduos danosos à saúde e ao meio ambiente; aplicação de instrumentos de gestão, entre eles, a
avaliação de impactos ambientais, o licenciamento ambiental, a normatização e o monitoramento da qualidade do meio ambiente.
Secretaria de Recursos Hídricos: O desenvolvimento de uma Política Nacional de Recursos Hídricos que integre o uso da água à
preservação do meio ambiente pauta todas as ações desta Secretaria. Dentre outras atribuições, a Secretaria outorga direitos de uso
de recursos hídricos de domínio da União, atua em problemas específicos como a seca no Nordeste e em casos de inundações e da
poluição de cursos de água e exerce atividades de secretaria-executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável: Melhorar a relação entre o setor produtivo e o meio ambiente é a
principal atribuição da Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável. Para isso, propõe normas, estratégias e
desenvolve estudos, contribuindo na formação da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável. A Secretaria está voltada,
ainda, para o desenvolvimento de instrumentos econômicos que não agridam o ambiente; a contabilidade e a valoração econômica
dos recursos naturais; os incentivos econômicos, fiscais e creditícios; o apoio ao desenvolvimento das tecnologias de proteção e de
recuperação do meio ambiente e de redução dos impactos ambientais; o estímulo à adoção pelas empresas de códigos voluntários de
conduta, tecnologias ambientalmente adequadas e oportunidades de investimentos visando ao desenvolvimento sustentável e à
promoção do ecoturismo.
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA): Com a reestruturação aprovada em maio
de 1999, o IBAMA passou a ter uma nova estrutura que reforçou o seu papel de órgão responsável pela execução e fiscalização da
política ambiental. Cabe ao IBAMA executar as políticas nacionais de meio ambiente relativas à preservação, conservação,
fiscalização e de controle do uso sustentável dos recursos ambientais. O IBAMA também apóia o MMA na execução da Política
Nacional de Recursos Hídricos e desenvolve ações supletivas de competência da União, na área ambiental.
Instituto de Pesquisa Jardim Botânico (Rio de Janeiro): Fundado em 13 de junho de 1808, o Jardim Botânico destinava-se a
aclimatar no Brasil espécies de outros continentes. Após quase dois séculos, o Instituto é reconhecido como centro de referência na
área de pesquisa técnico-científica sobre os recursos florísticos brasileiros.
V - Estratégias Governamentais
Nos últimos anos, consolidou-se no Brasil a tese de que conservação ambiental e desenvolvimento podem e devem caminhar juntos,
de modo a redimir a ausência de políticas ambientais do passado e resgatar as dívidas socioeconômicas do Brasil de forma
sustentável. Essa constante luta do MMA no sentido de inserir a dimensão ambiental nas decisões de políticas públicas tem dado
alguns resultados.
O primeiro deles é o Protocolo Verde, entendido como um conjunto de requisitos mínimos para a conservação ambiental por meio
dos quais se restringe o crédito oficial e os benefícios fiscais a atividades prejudiciais ao meio ambiente. Em termos práticos, este
conjunto de diretrizes faz da variável ambiental um critério relevante na tomada de decisões na área de política econômica e no
financiamento de projetos pelas agências oficiais de desenvolvimento. Com a consolidação do sistema proposto, espera-se que
agentes de financiamento privado também venham a participar do Protocolo na avaliação dos projetos.
Em segundo lugar, destaca-se o envolvimento do setor produtivo e demais atores da sociedade civil no esforço de conservação
ambiental através da negociação e do diálogo orientado para a prática do uso sustentável dos recursos naturais. Nessa direção, o
Governo tem estimulado e orientado a adoção de uma política de co-responsabilidade e parceria através da conscientização da
sociedade para a prática de uma gestão otimizada de seus recursos naturais. Como exemplos desta postura destacam-se a criação
do Conselho Empresarial de Desenvolvimento Sustentável, em 1997, e a participação do Brasil nos debates sobre as pautas da
ISO 14.000 e sua adoção gradual por parte da indústria no Brasil.
No que se refere à descentralização de suas ações, o Ministério tem adotado um conjunto de medidas buscando transferir o
planejamento e a execução de políticas ambientais a Estados, Municípios, organizações não-governamentais e outras entidades
públicas e privadas. Exemplos são os projetos financiados pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), executados de forma
inteiramente descentralizada.
Na mesma linha, o Programa Nacional do Meio Ambiente (PNMA) aprofunda o sentido da parceria entre Governo Federal, Estados
e Municípios, por meio de Projetos de Execução Descentralizada (PED). Os Estados selecionam, dentre os projetos apresentados
pelos Municípios, aqueles que se adequam aos parâmetros de desenvolvimento sustentável. Tais projetos são financiados pelo
Ministério do Meio Ambiente. O PED pressupõe, na sua primeira fase, que esses Estados se habilitem através da criação de
mecanismos institucionais e técnico-administrativos voltados para a gestão ambiental. Dezenove Estados da Federação foram
credenciados desta forma e 90 projetos estão se desenvolvendo sob a liderança de Prefeituras Municipais.
No que concerne aos recursos hídricos, tendo em vista particularmente a necessidade de reorganizar e modernizar a gestão de
recursos hídricos, o Governo brasileiro sancionou uma nova Lei das Águas (Lei N° 9.433, de 8 de janeiro de 1997) que definiu a
Política Nacional de Recursos Hídricos e instituiu o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. De acordo com
a nova lei, a água é considerada um recurso limitado dotado de valor econômico, cuja gestão deve ser descentralizada e combinada
com a gestão ambiental. Nesse sentido, a Secretaria de Recursos Hídricos tem conduzido o processo de criação dos Comitês de
Bacia Hidrográfica e da Agência Nacional de Água (ANA). Esta última ficará responsável pela execução da Política Nacional de
Recursos Hídricos.
Finalmente, em 1998, foi instituída a Lei de Crimes Ambientais (no. 9605, de 12/02/98) que dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Somada às estratégias acima descritas, a Lei de Crimes
Ambientais é um importante mecanismo na luta pela conservação ambiental.
VIII - Conclusão
O Brasil, não obstante sua condição de país em desenvolvimento, pratica e investe em políticas ambientais sintonizadas com o
paradigma do desenvolvimento sustentável. Tal paradigma compreende em seis pontos o essencial das ações do Governo na área do
Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos:
- introdução da questão ambiental nos programas e políticas econômicas do Governo, cujo exemplo mais significativo é o
Protocolo Verde;
- implementação da Política Nacional Integrada para a Amazônia Legal, que visa à reorientação do crescimento econômico na
região, sua maior integração e à valorização do homem amazônico;
- implantação de um modelo de gestão descentralizada e compartilhada dos recursos hídricos;
- aceleração da disponibilização e aplicação dos recursos externos
- execução do Programa Especial de Retomadas de Obras Inacabadas, destinadas tanto ao aproveitamento hidro-agrícola quanto ao
aumento da oferta de água no semi-árido nordestino
- implantação de modelos e de iniciativas para gestão integrada dos ambientes costeiro e marinho.
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