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Acessoria escolar

A consultoria escolar surge como uma resposta às críticas da utilização do modelo


clínico na escola, no qual eram realizados atendimentos individualizados e centrados na
queixa trazida pelos agentes educativos. A consultoria no contexto educacional
caracteriza-se como um processo colaborativo entre profissionais, professores, diretor e
alunos, que visa reunir métodos para identificar dilemas e selecionar estratégias que
auxiliem na resolução de problemas de forma coletiva. O trabalho ocorre entre um
profissional que oferece ajuda, e outro que pede ajuda para o bem-estar de uma terceira
pessoa sobre a qual possui responsabilidades. As mudanças não são focadas em apenas
uma parcela da escola, e sim no ambiente escolar como um todo.

Um trabalho de consultoria é uma relação de interação que envolve um trabalho


de ajuda para a solução de problemas, pois um dos atributos do consultor é o de formar
outros líderes, portanto, o consultor tem que possuir características de um líder, ter um
papel de inspiração para as pessoas, se envolver no processo e dinâmica do trabalho. O
consultor irá atuar como educar no sentido de formar, desenvolver pessoas para que
caminhem sozinhas depois de um tempo de ajuda. É também papel do consultor
fortalecer e descobrir potencialidades na instituição para solidificar o trabalho em
equipe, sabendo criar uma correlação entre as tarefas que solicita e o objetivo final da
instituição.

Ainda, o consultor pode ser caracterizado como uma pessoa que têm
influência sobre as outras pessoas, grupos e instituições, por sua habilidade,
postura e posição. Porém, ele não têm o poder direto de produzir mudanças
ou programas de implementações. Também numa dimensão educacional, o
papel do consultor é de mostrar caminhos para a decisão do cliente, e não de
oferecer respostas prontas para os problemas. Com esse olhar, o consultor é
alguém que recomenda, orienta e não possui poder de decisão na implantação
de mudanças (BLOCK, 1991, p. 26).
No processo de consultoria é imprescindível criar uma cultura de trabalho em
equipe, que permita a delegação de tarefas e tomada de decisões para não sobrecarregar
a direção. O trabalho que deve ser realizado pela consultoria em relação à avaliação é
superar a idéia e a cultura de que a avaliação é punitiva. O desafio é implementar e
fortificar um sistema de avaliação para um crescimento na qualidade do ensino, com o
objetivo de perceber os pontos fracos para fortificá-los.
A Consultoria em Psicologia Escolar é uma nova modalidade na cidade de
Manaus que se destina a assessorar instituições de ensino, executando intervenções
para o melhor funcionamento de processos que beneficiem e desenvolvam o processo
ensino-aprendizagem.
O Psicólogo Educacional Escolar – PEE tem a possibilidade de poder realizar a
atividade de consultor dentro das instituições, visando encontrar na escola, múltiplas
questões a serem observadas, para que se possam elaborar planos de ação que
possibilitarão futuras intervenções.
A atuação do PEE na consultoria, finda por ser multifuncional, proporcionando,
assim, a possibilidade de fazer com que o sujeito se perceba e se adapte ao seu
ambiente, seja ele o diretor, o professor, o aluno ou funcionário da instituição. O
objetivo é oferecer às instituições que não dispõem do profissional de psicologia,
através da atuação dos estagiários supervisionados por Professores Psicólogos, serviços
gratuitos e de qualidade que visam auxiliar a escola a desempenhar da melhor forma
suas atividades.
ATIVIDADES DA CONSULTORIA ESCOLAR-EDUCACIONAL
No livro Consultoria em Psicologia Escolar-Educacional organizado por Silva
(2009), encontram-se relatos que vislumbram uma Psicologia Escolar/Educacional que
em tempos hodiernos deixa de ser vista como “a ciência que diagnostica e trata doenças
mentais”, assumindo o importante papel de descobrir as causas dos problemas que

interferem no desenvolvimento escolar, onde posteriormente, possa ser aplicada a


devida intervenção, apoiando e implementando novas políticas ou programas de
qualidade e desenvolvimento escolar juntamente com a instituição.
A entrada do profissional de psicologia junto à escola possibilita a integração
psicologia-escola onde ambas poderão adquirir novas e importantes experiências, sendo
que o psicólogo atuando como consultor, tem a possibilidade de prestar serviços
pontuais em várias instituições sem que tenha algum vínculo empregatício com elas. A
oportunidade de se conhecer múltiplas realidades tende a ampliar o leque de questões a
serem observadas e assessoradas pelo consultor.
Segundo Almeida (2006), o psicólogo que atua em organizações educacionais
como consultor, tende buscar as melhores estratégias para sanar as problemáticas da
instituição onde:
[…] consideramos caber ao psicólogo planejar, junto à comunidade escolar,
as ações correspondentes a cada um dos momentos de trabalho, coordenar as
ações em nível global, monitorar a evolução do trabalho, dar feedback ,
promover espaços para resolução de conflitos e a busca continua de soluções,
assim com incentivar a avaliação processual dos resultados que vão sendo
obtidos (p. 118).
A autora relata que as funções do consultor educacional são basicamente
conhecer a Psicologia Educacional para implementação de propostas pedagógicas.
É importante salientar, que a instituição irá ser avaliada como um todo, a
dinâmica que move o grupo, como este grupo de pessoas de uma mesma instituição
reage perante à problemática pontuada.
Quanto à importância da dinâmica grupal, Militão (1999, p. 16), ressaltam que
“Na dinâmica de grupo o comportamento e as atitudes individuais serão mudados num
trabalho de grupo [...], por sentirem e por observarem processos que eles aprenderão a
conceituar.” Neste aspecto, o consultor deve estar sempre atento aos resultados que irão
surgindo em todo o grupo ao longo do processo. Pois em nossa prática dentro da
instituição, percebe-se que existe um grande desejo de todos os que participam direta ou
indiretamente das ações, em conhecer os resultados finais.

Procedimentos realizados no serviço de consultoria escolar/educacional

Silva, Galafassi, Guerra e Wolf (2000, p. 1) relatam a experiência da consultoria em


Psicologia Educacional, sendo seu objetivo oferecer auxílio a instituições de ensino no
diagnóstico de suas dificuldades, e implementação de propostas que facilitem a relação
ensino-aprendizagem.
Andrada (2005, p. 197) afirma que o paradigma da prática do psicólogo está mudando.
Anteriormente, o psicólogo escolar focava-se no “aluno-problema” e na queixa da
escola.
Assim, o Psicólogo Educacional que se baseia no novo paradigma já não pode mais eleger um único
modelo de explicação para as dificuldades de aprendizagem como, por exemplo, o modelo organicista,
pois precisa considerar múltiplas versões de um mesmo fenômeno (...) e trabalha na interdisciplinaridade”
(ANDRADA, 2005, p. 198).

Quem solicita o serviço é denominado de consultado. Durante a primeira visita à


instituição, o estagiário escuta a queixa do consultado, quais são as suas percepções
sobre esta, e o que já foi feito para a resolução do problema. Posteriormente, é explicado
como funciona o serviço da ASSED: inicialmente é elaborado um levantamento de
necessidades, onde há a análise de documentos, realização de entrevistas com
professores, alunos, funcionários e demais agentes educativos e observações
participantes. Esse procedimento é realizado, pois a percepção do consultado pode estar
relacionada a um aspecto do problema, que pode ser melhor compreendido após o
levantamento de dados, e pela possibilidade de realizar um trabalho personalizado para
cada instituição.
Nesse momento, é importante frisar ao consultado que é de grande importância que
todos da instituição conheçam o motivo da presença do consultor na instituição, e que a
colaboração de todos é essencial para a realização de um trabalho com sucesso.
A consultoria escolar deve priorizar o estabelecimento de vínculo profissional-ético entre os profissionais
atuantes no contexto, como direção, coordenação pedagógica, trabalhadores de serviço de apoio,
professores e alunos. É necessário que professores, psicólogos e outros profissionais escolares firmem
parcerias colaborativas, de modo que consigam trabalhar para o bem-estar de todos os alunos

Este plano é apresentado e discutido com o consultado para sua aprovação, sendo que
posteriormente à aprovação é firmado o contrato entre as partes. A partir do
estabelecimento do contrato se inicia a prestação de serviços após o pagamento da
primeira parcela do valor estabelecido.
As atividades são previamente agendadas de acordo com a disponibilidade do
estagiário e da instituição, e podem envolver tanto os alunos, professores, pais, corpo
diretivo e/ou funcionários.
Ao final das atividades, é realizada uma devolutiva com o consultado para que se
discutam os resultados obtidos durante a implementação do plano de ação e como a
instituição pode ela mesma resolver conflitos futuros. Se mostrar-se necessário, são
feitos acompanhamentos periódicos das ações propostas até o desligamento final.
(SILVA, 2009, p. 39)
Aspectos do trabalho de consultoria
Ao iniciar o trabalho de consultoria, pede-se para que o consultado informe todos da
instituição sobre a presença do consultor e qual é a sua função. Na prática, nem sempre
há essa comunicação, sendo necessário que o consultor explique quantas vezes achar
necessário que o seu trabalho envolve toda a instituição, e que ele não está em busca de
culpados por determinada situação. Por esse motivo, mostra-se de grande importância
que o sigilo seja mantido sobre quem é entrevistado, quem respondeu determinado
questionário, para que seja possível a colaboração de todos.
Valore (2003, p. 3) enfatiza que ao se fazer uma leitura institucional, deve-se analisar
os diferentes autores institucionais, o seu fazer, e as relações estabelecidas entre eles.
A intervenção institucional sustenta-se numa aposta – tanto nossa como, e principalmente, da instituição –
no desejo de mudança, na possibilidade de escolher e de implicação pessoal nessa escolha. (VALORE,
2003, p. 5)
Dessa forma, para que um trabalho englobe a todos da escola, deve ser feito
grupalmente e não focalizando apenas no problema. É possível observar que há
professores e alunos que se recusam a responder questionários pelo medo de serem
identificados e serem delatados para a diretoria. Por isso, enfatiza-se que os dados
obtidos serão de uso exclusivo da consultoria.
Bleger (1984, p. 39) afirma que quando psicólogos são contratados para a resolução de
um problema em uma instituição, o profissional psicólogo deve ser um assessor, e não
fazendo parte da hierarquia desta. Por não fazer parte da hierarquia e não ter um vínculo
empregatício com a instituição, o consultor consegue observar aspectos diferenciados
dos sujeitos que estão envolvidos no contexto escolar.

O que acontece quando a escolar não é acessorada?

Muitas vezes, por nem todos os envolvidos na instituição terem o insight de que algo
deve ser feito, o consultor depara-se com a não colaboração de determinados agentes
educacionais. Essa atitude pode atrapalhar ou impedir que determinadas atividades
possam ser realizadas, e os objetivos estabelecidos pelo consultor não conseguirão ser
atingidos. A estagiária vivenciou uma situação na qual o consultado agendou um
horário de realização de atividades, e ao chegar para realizar a atividade, foi
comunicada de que não havia sido feita a divulgação da mesma, e que, portanto, a
mesma não poderia ser realizada. Esta situação ilustra uma forma de resistência a
mudanças, na qual se sabe que há algum problema na instituição, mas não se deseja
mudar e proporcionar soluções alternativas. Porém, é possível encontrar no mesmo
ambiente agentes educativos que desejam que a mudança ocorra e realizava esforços
para que as atividades propostas fossem realizadas. Durante a fase de
aplicação de questionários em alunos, uma professora pediu à estagiária se ela gostaria
de acompanhá-la durante as suas aulas do dia, assistisse uma parte da aula e aplicasse ao
final desta os questionários. Essa situação mostrou que há agentes educativos que se
comprometem com a proposta e mostram-se dispostos a colaborar e mudar a situação
existente.
Ao final do processo, “Espera-se também que o consultado adquira repertório de
conhecimentos e habilidades e que os componentes da díade transfiram sua efetividade
para eventos futuros” (POLONIA e WECHSLER, 1995, p. 44). Por meio das atividades
propostas objetiva-se mudar a forma de pensar e agir da instituição como um todo, para
que novas formas de atuar sejam viáveis, e quando alguma situação similar ocorrer,
eles estejam instrumentalizados a resolvê-la.
Desenvolvendo o trabalho de consultoria, o estagiário começa a construir sua
identidade profissional tanto como psicólogo, quanto como consultor. Ao iniciar os
atendimentos em consultoria, a estagiária apresentou sentimentos de insegurança por
não saber como lidar com determinadas situações ocorridas. A supervisora então
auxiliava e instrumentalizava a estagiária para que esta encontrasse por ela mesma as
respostas de seus questionamentos. Posteriormente, foi possível compreender que
situações de dúvidas existirão, e que há diferentes formas de lidar com elas, e que estas
podem ajudar no estabelecimento do diagnóstico e intervenção institucional.
Ao final do ano de estágio, a estagiária observou um crescimento pessoal e
profissional, que irá acompanhá-la não apenas na prática escolar, e sim na formação
como profissional psicólogo.

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