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o real e o imaginário”. “Todo o nosso pensamento mantém um jogo dialético entre essas
duas noções”1. Essa espécie de dualismo está presente desde a filosofia clássica, nos
Jung e Bachelard2.
elemento não se confunde com a realidade das palavras e nem com a sua sonoridade.
O simbólico, para Lacan, assim como para outros estruturalistas, “como elemento da
estrutura está no princípio de uma gênese: a estrutura se encarna nas realidades e nas
imagens segundo séries determináveis; mais ainda, ela as constitui encarnando-se, mas
não deriva delas, sendo mais profunda que elas, subsolo para todos os solos do real
1
DELEUZE, G. Em que se pode reconhecer o Estruturalismo In CHATÊLET, François. Ed.
História da Filosofia – Ideias, Doutrinas. Vol. 8 – O século XX. Rio de Janeiro: Zahar Editores,
1974, p. 272.
2
Ibid., cf. 272-273.
3
Ibid., 273.
4
Ibid., 273.
5
Ibid., 274.
“Existe sempre um terceiro a procurar no próprio simbólico; a estrutura é, ao menos,
triádica, sem o que ela não ‘circularia’ – terceiro ao mesmo tempo irreal e, no entanto,
não-imaginável”6.
princípios de sua reunião. O símbolo é a relação entre esses “mundos”. Para Cassirer,
Ele não é o um ou o outro, mas representa o ‘um no outro’, e o ‘outro no um’”7, tendo
por consequência a mútua implicação entre todo e partes que não os permite pensar um
processo de enformação simbólica, em que a unidade não é mais entre sujeito e objeto,
mas entre o processo e seus muitos produtos. Para Lofts, “O simbólico é o elemento que
6
Ibid., 274.
7
CASSIRER, 1957, p. 383 – 447 apud LOFTS, 2000, p. 47.