Vous êtes sur la page 1sur 13

Questão 1 Questão 2

Considere a charge e as afirmações.


Leia o trecho do poema de Ruth do Carmo,
extraído do livro Sobre Vida.

Tio
Meu tio está velho
e não entende
o que se fala
(ouve menos)
mas está aqui,
ali, sentadinho,
sem camisa, (www.acharge.com.br)
magro, I. O advérbio já, indicativo de tempo, atribui
os pelos do peito à frase o sentido de mudança.
esbranquiçados. II. Entende-se pela frase da charge que a po-
O meu velho tio olha ao redor, pulação de idosos atingiu um patamar inédito
às vezes trocamos ideias no país.
(tentamos). III. Observando a imagem, tem-se que a fila
de velhinhos esperando um lugar no banco
É correto afirmar que o eu lírico sugere o aumento de idosos no país.
a) apresenta o tio como um peso à rotina fa- Está correto o que se afirma em
miliar, o que se pode comprovar com os ver- a) I apenas. b) II apenas.
sos Meu tio está velho / e não entende o que se c) I e II apenas. d) II e III apenas.
fala / (ouve menos). e) I, II e III.
b) se reporta à fragilidade do tio e demonstra
afeição por ele, o que se comprova com os ver- alternativa E
sos mas está aqui, / ali, sentadinho.
No texto verbal, o advérbio "já" não só confere ao
c) se distanciou deliberadamente do tio, o que
enunciado o sentido de transformação, mas tam-
se comprova com os versos às vezes trocamos bém aponta o aumento da população de idosos
ideias / (tentamos). para números nunca vistos anteriormente.
d) tem o tio como uma pessoa atenciosa e No texto não verbal, a elevação da quantidade de
cautelosa, o que pode ser comprovado com o idosos está manifesta pela "fila de velhinhos" a
disputar o mesmo banco.
verso O meu velho tio olha ao redor.
e) sente que o tio tem pouco interesse pelas
INSTRUÇÃO: Leia o texto, para responder às
pessoas, o que se comprova com os versos e
questões de números 03 a 06.
não entende / o que se fala.
É fácil errar quando uma empresa ou
seus dirigentes não têm clareza sobre o que
alternativa B de fato significam as bonitas palavras que es-
tão em suas missões e valores ou em seus re-
A fragilidade do tio está expressa pelo sufixo -inho latórios e peças de marketing. Infelizmente,
em “sentadinho”. O mesmo sufixo também denota não passa um dia sem vermos claros sinto-
a afetividade do eu lírico para com o velho se- mas de confusão. O que dizer de uma empre-
nhor. sa que mal começou a praticar coleta seletiva
português/redação

e já sai por aí se intitulando “sustentável”? a) pode prescindir do real sentido do termo


Ou da que anuncia sua “responsabilidade so- “sustentável”.
cial” divulgando em caros anúncios os troca- b) já é sustentável, quando começa a fazer co-
dos que doou a uma creche ou campanha de leta seletiva.
solidariedade? Na melhor das hipóteses, elas c) deve fazer seu marketing desatrelado de
não entenderam o significado desses concei- sua prática.
tos. Ou, se formos um pouco mais críticos, di- d) deve consolidar suas práticas antes de de-
remos tratar-se de oportunismo irresponsá- fini-las.
vel, que não só prejudica a imagem da empre-
e) começa mal, caso se dedique à coleta seleti-
sa mas – principalmente – mina a credibili-
va.
dade de algo muito sério e importante. Bana-
liza conceitos vitais para a humanidade, re-
alternativa D
duzindo-os a expressões efêmeras, vazias.
(Guia Exame – Sustentabilidade, outubro de 2008.) O uso dos advérbios mal e já, indicativos de tem-
po, caracterizam a precipitação das empresas em
alardear seus feitos antes que estes sejam, de
fato, uma prática consolidada.
Questão 3

O texto faz uma crítica ao Questão 5


a) uso inexpressivo de expressões efêmeras e
vazias, o que coíbe a prática do oportunismo
No contexto, as palavras mina e efêmeras as-
irresponsável.
b) trabalho social das empresas, que priori- sumem, respectivamente, o sentido de
zam ações sociais sem utilizarem um a) abala e passageiras.
marketing adequado. b) reduz e mensuráveis.
c) discurso irresponsável das empresas que, c) altera e transitórias.
na verdade, destoa das práticas daqueles que d) atenua e perenes.
o proferem. e) reforça e duradouras.
d) excesso de discursos sobre sustentabilida-
de e responsabilidade em empresas engaja- alternativa A
das em assuntos de natureza social. Em “mina a credibilidade”, o verbo minar assume
e) uso indiscriminado do marketing na divul- o sentido de abalar a firmeza, debilitar, abalar,
gação da responsabilidade social das empre- etc.
Em “expressões efêmeras”, o adjetivo efêmeras
sas.
tem o sentido de fugazes, passageiras, etc.

alternativa C
Conforme o texto: “O que dizer de uma empresa Questão 6
que mal começou a praticar coleta seletiva e já
sai por aí se intitulando ‘sustentável’? Ou da que
anuncia sua 'responsabilidade social' divulgando Nas duas ocorrências, as aspas indicam que
em caros anúncios os trocados que doou a uma as expressões incorporadas ao texto
creche ou campanha de solidariedade?” a) não pertencem ao autor.
b) são coloquialismos.
c) estão livres de ambiguidade.
d) não são de uso corrente.
Questão 4
e) constituem neologismos.

Considerando o ponto de vista do autor, a


frase – O que dizer de uma empresa que mal alternativa A
começou a praticar coleta seletiva e já sai por
As aspas indicam que o autor do texto cita pala-
aí se intitulando “sustentável”? – deixa evi- vras de terceiros, no caso, os discursos das em-
dente que uma empresa presas que ele critica.
português/redação

órgãos com todos os mecanismos inventados


Questão 7 desde Teramenes, criador da roda, se torna
um magnífico Adão quase onipotente, quase
Considere o texto. onisciente, e apto portanto a recolher dentro
de uma sociedade e nos limites do progresso
(tal como ele se comportava em 1875) todos
os gozos e todos os proventos que resultam de
saber e de poder... Pelo menos assim Jacinto
formulava copiosamente a sua ideia, quando
conversávamos de fins e destinos humanos,
sorvendo bocks poeirentos, sob o toldo das cer-
vejarias filosóficas, no Boulevard Saint-Michel.
Este conceito de Jacinto impressionara os
nossos camaradas de cenáculo, que tendo
surgido para a vida intelectual, de 1866 a
1875, entre a Batalha de Sadowa e a Batalha
de Sedan e ouvindo constantemente desde
então, aos técnicos e aos filósofos, que fora a
espingarda de agulha que vencera em Sadowa
e fora o mestre-de-escola quem vencera em
(Veja, 24.06.2009.)
Sedan, estavam largamente preparados a
Conforme as informações apresentadas, um acreditar que a felicidade dos indivíduos,
título adequado ao texto é: como a das nações, se realiza pelo ilimitado
a) Cai a prática de sexo casual. desenvolvimento da mecânica e da erudição.
b) Mais idade, mais sexo consciente. Um desses moços mesmo, o nosso inventivo
c) Mulheres se protegem mais no sexo. Jorge Calande, reduzira a teoria de Jacinto,
d) Muito sexo, pouca proteção. para lhe facilitar a circulação e lhe condensar
e) Sexo em tempos de internet. o brilho, a uma forma algébrica:
suma ciência
alternativa D × = suma felicidade.
Por abranger os diversos pontos ressaltados no suma potência
texto, o título "Muito sexo, pouca proteção" se
adequaria à reportagem.
Questão 8
INSTRUÇÃO: As questões de números 08 a 12
baseiam-se no trecho de A Cidade e as Ser- Conforme o pensamento de Jacinto, que ga-
ras, de Eça de Queirós. nhou a forma algébrica desenvolvida por Jor-
ge Calande, a concepção de um homem supe-
Jacinto e eu, José Fernandes, ambos nos
riormente feliz envolve
encontramos e acamaradamos em Paris, nas
escolas do Bairro Latino – para onde me a) a dissimulação da força e da sabedoria.
mandara meu bom tio Afonso Fernandes Lo- b) a busca pela simplicidade.
rena de Noronha e Sande, quando aqueles c) o conhecimento e o progresso científico.
malvados me riscaram da universidade por d) a dissociação entre progresso e filosofia.
eu ter esborrachado, numa tarde de procis- e) o distanciamento dos preceitos filosóficos.
são, na Sofia, a cara sórdida do Dr. Pais Pita.
Ora nesse tempo Jacinto concebera uma alternativa C
ideia... Este príncipe concebera a ideia de que
Para Jacinto, o homem “superiormente feliz” era
o homem só é “superiormente feliz quando é
aquele capaz de usufruir não só dos bens cria-
superiormente civilizado”. E por homem civi- dos pelo progresso técnico-científico (o telescó-
lizado o meu camarada entendia aquele que, pio, o telégrafo, etc.), como também do conheci-
robustecendo a sua força pensante com todas mento que o tornava superior ao homem mera-
as noções adquiridas desde Aristóteles, e mente preocupado em comer e reproduzir, e
multiplicando a potência corporal dos seus que não ia muito além do animal.
português/redação

Está correto o que se afirma em


Questão 9 a) I apenas. b) II apenas.
c) I e II apenas. d) II e III apenas.
Se a civilização era enaltecida por Jacinto, e) I, II e III.
era de se esperar que, para ele, a vida apar-
tada do progresso
ver comentário
a) ficaria consideravelmente limitada, redu- Trata-se de uma questão mal formulada, pois
zindo-se a prática intelectual. Bentinho não está preocupado com a elevação in-
telectual defendida por Jacinto; ele apenas pensa
b) aguçaria a intelectualidade, ampliando a em escrever para vencer o tédio.
relação do homem com o saber.
c) daria espaço para o real sentido de viver e
de tornar-se uma pessoa feliz. Questão 11
d) equilibraria a relação do homem com o sa-
ber, permitindo-lhe ser pleno e feliz. Leia os versos de Álvaro de Campos, heterô-
e) impediria a felicidade do homem, sem, con- nimo de Fernando Pessoa.
tudo, influenciar a prática intelectual. Eia comboios, eia pontes, eia hotéis à hora do
[jantar
alternativa A Eia aparelhos de todas as espécies, férreos,
Para Jacinto, a vida apartada do progresso ficava [brutos, mínimos,
irremediavelmente comprometida do ponto de vis- Instrumentos de precisão, aparelhos de tritu-
ta intelectual, uma vez que se veria impossibilita- [rar, de cavar.
do de desenvolver plenamente suas potencialida- Engenhos, brocas, máquinas rotativas!
des. Eia! eia! eia!
A leitura dos versos, comparativamente ao
texto de Eça de Queirós, permite afirmar que
Questão 10 a) traduzem a nova ordem social, rechaçando
as modificações advindas do cientificismo,
Considere as afirmações. atitude contrária à dos camaradas de Jacinto,
I. O Realismo surge num momento de grande que se deslumbravam com a modernidade.
efervescência do cientificismo. No texto, isso b) apresentam a modernidade numa ótica po-
se comprova pelas referências à vida intelec- sitivista, fundamentada na observação e ex-
tual e ao desenvolvimento da sociedade do sé- perimentação da realidade, o que contraria a
culo XIX. visão romântica dos camaradas de Jacinto.
II. Um personagem como Fabiano, de Vidas c) expressam, com certa reserva, os adventos
da nova ordem social e tecnológica, ficando
Secas, conforme descrito no trecho – Verme-
implícita a ideia dos camaradas de Jacinto,
lho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e
que eram pouco afeitos ao cientificismo.
os cabelos ruivos; mas como vivia em terra
d) fazem uma apologia da modernidade, de
alheia, cuidava de animais alheios, desco-
forma semelhante ao entusiasmo dos camara-
bria-se, encolhia-se na presença dos brancos e
das de Jacinto, deslumbrados com a nova or-
julgava-se cabra. – seria infeliz na ótica de dem da vida urbana, social e tecnológica.
Jacinto, apresentada no texto. e) trazem uma visão apaixonada da realida-
III. Ora, como tudo cansa, esta monotonia de, portanto, subjetiva e desprovida da obser-
acabou por exaurir-me também. Quis variar, vação e experimentação, atitude comum tam-
e lembrou-me escrever um livro. Jurisprudên- bém aos camaradas de Jacinto.
cia, filosofia e política acudiram-me, mas não
me acudiram as forças necessárias. Essas pa- alternativa D
lavras de Dom Casmurro, na obra homônima Os versos de Álvaro de Campos pertencem à fa-
de Machado de Assis, assinalam uma perso- mosa “Ode triunfal”, em que ele, sob a influência
nagem preocupada com o desenvolvimento da das ideias futuristas, exalta a modernidade, apro-
ximando-se assim do entusiasmo e deslumbra-
erudição, candidata à felicidade postulada mento de Jacinto e amigos ante o estupendo pro-
por Jacinto. gresso que então se verificava.
português/redação

a) assumiu um estilo de vida que diverge da-


Questão 12 quele concebido em Paris. Malgrado algum
senão de Zé Fernandes, o amigo via com bons
O trecho a seguir é o início do penúltimo ca- olhos esse novo Jacinto.
pítulo de A Cidade e as Serras. b) formou uma família e se transformou, sem,
contudo, abandonar seus preceitos filosóficos
E agora, entre roseiras que rebentam, e
tão bem estruturados em Paris, ainda na
vinhas que se vindimam, já cinco anos pas-
companhia de Zé Fernandes.
saram sobre Tormes e a serra. O meu prín-
c) teve seu entusiasmo pela modernidade re-
cipe já não é o último Jacinto, Jacinto ponto
tirada pela família, razão pela qual sofre, o
final – porque naquele solar que decaíra,
que faz com que Zé Fernandes se lamente
correm agora, com soberba vida, uma gorda
pela situação degradante do antigo amigo.
e vermelha Teresinha, minha afilhada, e
d) resolveu dedicar-se à vida junto à nature-
um Jacintinho, senhor muito da minha ami-
za, o que, conforme deixa claro Zé Fernandes,
zade. E, pai de família, principiara a fa-
não entra em choque com os ideais intelec-
zer-se monótono, pela perfeição da beleza
tuais que os jovens conceberam em Paris.
moral, aquele homem tão pitoresco pela in-
e) optou por formar uma família longe da ci-
quietação filosófica, e pelos variados tor-
dade e da modernidade. Fica evidente que Zé
mentos da fantasia insaciada. Quando ele
Fernandes condena com veemência essa op-
agora, bom sabedor das coisas da lavoura,
ção, que afasta a ambos da intelectualidade.
percorria comigo a quinta, em sólidas pales-
tras agrícolas, prudentes e sem quimeras –
alternativa A
eu quase lamentava esse outro Jacinto que
colhia uma teoria em cada ramo de árvore, Em Tormes, Jacinto descobriu os encantos da
e riscando o ar com a bengala, planeava vida bucólica, o que contrastava com a apologia
da vida urbana feita no passado, em Paris. A
queijeiras de cristal e porcelana, para fabri-
ressalva do narrador Zé Fernandes fica bem ca-
car queijinhos que custariam mil réis cada racterizada na passagem: "E, pai de família,
um! principiara a fazer-se monótono (...) – eu quase
lamentava esse outro Jacinto...". Mas, de modo
Pelas considerações de Zé Fernandes apre-
geral, o narrador aprova a mudança do amigo,
sentadas no trecho, é correto afirmar que Ja- que reergueu o solar decadente e formou uma
cinto bela família.

Questão 13

Leia a tira.

(www.custodio.net Adaptado.)
português/redação

A tira dialoga com um poema de Carlos ções curitibanas pela atitude “precipitada” –
Drummond de Andrade, no qual a imagem do depois, acabou cedendo, embora argumentan-
anjo torto está relacionada do que os motivos não são técnicos, e que ade-
a) à aceitação dos desígnios divinos como ver- riu à medida apenas para tranquilizar as fa-
dadeiramente legítimos e importantes para a mílias. Várias vozes qualificadas classifica-
vida do poeta. ram o adiamento como inútil e inócuo.
b) ao modo de o poeta ver e viver sua vida Os especialistas divergem. Uns dizem
próximo ao senso comum, incorporando as re- que a gripe A tem gravidade e letalidade pa-
gras da sociedade. recidas com a da gripe sazonal e que bas-
c) a uma concepção de vida e, por extensão, tam as ações preventivas que estão sendo
de arte, que se pretende livre das convenções tomadas para conter riscos maiores. Outros
sociais. especialistas, por sua vez, afirmam que a situa-
d) a uma visão crítica da arte que, a exemplo ção é mais grave do que se noticia e que
dos preceitos parnasianos, deve buscar a ex- deveriam ser tomadas medidas mais drásticas,
celência da forma. justificando a suspensão das aulas.
e) a um estilo de arte que se pretende livre Quando nem as autoridades da saúde se
das convenções, quanto à forma, mas que se- entendem, como o cidadão pode ter uma orien-
gue os temas tradicionais. tação segura? Se há uma pandemia, trata-se
de um problema de saúde pública – portan-
alternativa C to, cabe ao Poder Público orientar e inclusive
baixar normas a respeito, determinando que
O texto de Drummond, a primeira estrofe do "Poe-
ma de sete faces", diz: atitudes devem ser tomadas. Se não o faz, ou
"Quando nasci, um anjo torto o faz de modo contraditório, continuamos
desses que vivem na sombra nessa situação absurda, com suspensão de al-
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida." gumas atividades e de outras não. A capa da
A ideia de gauche conduz à de inadaptação e, Gazeta do Povo de 30/07 é sintomática: ao
portanto, à de impossibilidade de adequação a mesmo tempo em que noticia em grande
convenções de qualquer natureza.
manchete a suspensão de aulas, apresenta a
chamada: “Férias e chuva lotam shoppings
INSTRUÇÃO: Leia o texto, para responder de Curitiba”. O texto dessa chamada infor-
às questões de números 14 a 19. ma que “julho foi um mês de ouro para os
Gripe: sala de aula vazia, shopping cheio shoppings”, por causa das férias escolares e
do clima frio e chuvoso, capaz de encher lojas
Durante a epidemia de influenza (a “gri-
e cinemas. E o texto completa: “a previsão é
pe espanhola”) que grassou no país em 1918,
de um agosto ainda melhor”. Portanto, a sus-
as autoridades municipais de Curitiba deter-
pensão das aulas provavelmente terá como
minaram o fechamento de todas as casas de
efeito a aglomeração de pessoas em outros
espetáculos e proibiram aglomerações, inclu-
ambientes, com riscos iguais ou maiores que
sive o acompanhamento dos enterros e a fre-
a frequência às aulas.
quência a templos religiosos. Ante os parcos
(Gazeta do Povo, 01.08.2009. Adaptado.)
recursos e conhecimentos médico-científicos
de então, estima-se que a epidemia tenha
matado cerca de 50 milhões de pessoas no
mundo.
Questão 14
Agora, no século 21, nossas autoridades
estão permitindo a desinformação e o caos. De acordo com o texto, as autoridades, no que
Enquanto diversas escolas adiaram o início diz respeito às questões de saúde pública em
das aulas do segundo semestre ou as suspen- Curitiba,
deram, e a Secretaria de Saúde do Estado de a) têm uma visão muito mais clara do proble-
São Paulo determinou a volta às aulas ape- ma e das ações emergenciais a serem toma-
nas no dia 17 de agosto, o secretário de Saúde das, o que se deve à experiência vivida no
do Paraná inicialmente criticou as institui- passado com a gripe espanhola.
português/redação

b) mostram-se pouco familiarizadas com esse b) contradição no comportamento das pessoas,


tipo de problema, o que pode ser comparado pois os alunos não vão à escola, mas acabam
com a negligência vivenciada no passado, ao lotando os shoppings, onde se expõem à gripe
se tratar da gripe espanhola. da mesma forma.
c) têm sido alvo de críticas pelas informações c) falta de políticas públicas mais coercitivas,
contraditórias que veiculam na mídia, mas que deveriam proibir a exploração comercial
agem acertadamente quando se trata das decorrente de um problema de saúde pública.
ações efetivas de combate à gripe A. d) falta de bom senso da população, que não
d) apresentam muita dificuldade para lidar se mobiliza para exigir das autoridades maior
com o problema, uma vez que hoje, assim empenho e agilidade para eliminar os focos
como no passado, a escassez de recursos im- da gripe.
pede a tomada de ações eficazes. e) contradição nas decisões dos governos, que
e) atuaram de forma mais diligente no passa- baixam normas para a população sem levar
do, havendo, no momento atual, atitudes pou- em consideração os riscos a que se expõe a
co consistentes face à gravidade do problema maioria das pessoas.
representado pela gripe A.

alternativa E alternativa B
Se a suspensão das aulas tinha como finalida-
Enquanto em 1918 as autoridades tomaram medi-
das diversas para evitar aglomerações, no mo- de evitar aglomeração, a população agia de
mento atual as autoridades suspenderam as au- modo contraditório ao encher lojas, cinemas e
las, mas mantiveram cinemas e shoppings aber- shoppings.
tos, numa evidente falta de coerência.

Questão 17
Questão 15
No primeiro parágrafo do texto, a palavra
O texto deixa claro que o cidadão de hoje então
a) não é afetado pelas opiniões contraditórias a) indica a causa de uma informação.
dos especialistas. b) expressa circunstância de modo.
b) consegue diferenciar a gripe comum da gri- c) tem valor conclusivo.
pe A. d) pode ser substituída por agora.
c) carece de informações mais claras e pon- e) reporta ao sentido de época.
tuais sobre a gripe A.
d) tem informações suficientes para resguar- alternativa E
dar-se das doenças.
e) age de forma precipitada por qualquer pro- No texto, "então" indica um tempo passado: aque-
blema de saúde. le tempo ou aquela época.

alternativa C
Conforme o texto: “Quando nem as autoridades Questão 18
da saúde se entendem, como o cidadão pode ter
uma orientação segura?”.
No texto, a informação – ... nossas autorida-
des estão permitindo a desinformação e o
Questão 16 caos... – é exemplificada por
a) ... as autoridades municipais de Curitiba
O último parágrafo retoma a ideia contida determinaram o fechamento de todas as ca-
no título do texto, mostrando sas de espetáculos e proibiram aglomera-
a) falta de bom senso das pessoas num mo- ções...
mento de crise da saúde, pois gastam inad- b) ... a Secretaria de Saúde do Estado de São
vertidamente, sem poupar recursos para cui- Paulo determinou a volta às aulas apenas no
dados médicos. dia 17 de agosto...
português/redação

c) Se há uma pandemia, trata-se de um pro-


blema de saúde pública – portanto, cabe ao Questão 20
Poder Público orientar...
d) Se não o faz, ou o faz de modo contraditó- Leia o texto.
rio, continuamos nessa situação absurda,
com suspensão de algumas atividades e de
outras não.
e) O texto dessa chamada informa que “ju-
lho foi um mês de ouro para os shoppings”,
por causa das férias escolares e do clima
frio e chuvoso, capaz de encher lojas e cine-
mas.
(Gazeta do Povo, 13.08.2009.)
alternativa D
No texto, há um erro que se corrige com a
Como as autoridades de saúde não se entendem,
substituição de
avalia-se o fato de modo contraditório, gerando in-
a) voltam por volta.
segurança na população.
b) voltam às aulas por voltam as aulas.
c) Com a decisão por Pela decisão.
Questão 19 d) às aulas de creches por as aulas de creches.
e) próxima semana por semana seguinte.

A frase que reproduz uma ideia do texto de alternativa D


maneira gramaticalmente correta é:
Na expressão "as aulas de creches", tem-se ape-
a) Em 1918, com a gripe espanhola, em Curi-
nas o artigo as. Não havendo preposição, o acen-
tiba, ficou proibidas as aglomerações, inclusi- to grave não se justifica.
ve o acompanhamento dos enterros e a fre-
quência a templos religiosos.
b) Estimam-se que cerca de 50 milhões de Questão 21
pessoas no mundo tenham sido vítima da gri-
pe espanhola no início do século. Leia a tira.
c) Evidentemente cabem ao Poder Público
a orientação e a publicação de normas, de-
terminando que atitudes devem ser to-
madas.
d) Não seria de se espantar se muitos jornais
trouxessem a seguinte manchete: “Férias lota
shoppings de Curitiba”.
e) Existe divergências entre os especialis-
tas: uns dizem que a gripe A têm gravidade
e letalidade parecidas com a da gripe sazo-
nal, outros afirmam que a situação é mais
grave.
(Caco Galhardo, Julio & Gina. Adaptado.)
alternativa C Os espaços da frase devem ser preenchidos,
respectivamente, com
Corrigindo as demais:
a) "... ficaram proibidas as aglomerações..." a) de que ... a ... Por que ... Porque
b) " Estima-se que cerca de (...) tenham sido víti- b) que ... a ... Porque ... Porque
mas..." c) de que ... a ... Por quê ... Por que
d) "Férias lotam shoppings..." d) que ... à ... Por que ... Por quê
e) " Existem divergências (...) tem gravidade..." e) de que ... à ... Por quê ... Porque
português/redação

alternativa A INSTRUÇÃO: As questões de números 23 a 26


Em “Hoje faço questão...”, o substantivo questão baseiam-se na música da dupla sertaneja
rege a preposição de, logo, de que. O verbo as- Alvarenga e Ranchinho.
sistir, no contexto em que está empregado, equi-
Trabalha, trabalha, trabalha
vale a ver, presenciar, e rege, portanto, a preposi-
ção a, daí, “... assista a um DVD...”. Trabalha, trabalha, trabalha
Nos terceiro e quarto quadros, os espaços são Só no fim do mês recebe
preenchidos, respectivamente, por Por que, pois Paga, paga, paga, paga
introduz uma interrogação direta, e Porque, pois Tudo o que deve
apresenta uma justificativa.
No domingo eu vou na missa,
Não posso trabalhar
Questão 22 Segunda-feira preguiça,
Preciso descansar
Terça-feira é dia santo,
Leia o texto de Gil Vicente.
Se eu trabalho é pecado
DIABO — Essa dama, é ela vossa? Quarta-feira eu tô doente,
FRADE — Por minha a tenho eu Quinta-feira é feriado
e sempre a tive de meu. Não trabalho na sexta, que é dia de azar
DIABO — Fizeste bem, que é fermosa! Sábado é fim de semana
E não vos punham lá grosa Tenho que descansar.
nesse convento santo?
FRADE — E eles fazem outro tanto!
DIABO — Que cousa tão preciosa! Questão 23
No trecho da peça de Gil Vicente, fica eviden-
te uma Os cinco versos iniciais da música mostram
a) visão bastante crítica dos hábitos da socie- que o eu nela presente vê a relação entre tra-
dade da época. Está clara a censura à hipo- balhar e pagar como
crisia do religioso, que se aparta daquilo que a) equilibrada, ainda que se precise de muita
prega. dedicação ao trabalho para cumprir os com-
b) concepção de sociedade decadente, mas promissos financeiros.
que ainda guarda alguns valores essenciais, b) compatível com o esforço dedicado ao tra-
como é o caso da relação entre o frade e o ca- balho, o que o torna atraente em razão das
tolicismo. vantagens econômicas.
c) postura de repúdio à imoralidade da mu- c) desigual, não se configurando o trabalho
lher que se põe a tentar o frade, que a ridicu-
como atividade financeiramente vantajosa
lariza em função de sua fé católica inabalá-
nem prazerosa.
vel.
d) paradoxal, decorrente de uma remunera-
d) visão moralista da sociedade. Para ele, os
ção alta em razão do trabalho realizado.
valores deveriam ser resgatados e a presença
e) justa, já que se recebe por aquilo que é
do frade é um indicativo de apego à fé cristã.
trabalhado e se paga pelo que é consumi-
e) crítica ao frade religioso que optou em vida
do.
por ter uma mulher, contrariando a fé cristã,
o que, como ele afirma, não acontecia com os
outros frades do convento. alternativa C
Os primeiros versos da canção mostram que,
alternativa A apesar de trabalhar exaustivamente, o eu lírico
gasta tudo o que recebe para pagar suas dívi-
Gil Vicente critica a decadência dos costumes de das. Com isso, o trabalho torna-se uma ativida-
que o comportamento libidinoso do frade é um de nem vantajosa financeiramente, nem praze-
exemplo. rosa.
português/redação

Questão 24 Questão 26

Na música, para cada dia da semana há uma Considere o trecho da música:


situação impeditiva ao trabalho. Conside-
Não trabalho na sexta, que é dia de azar
rando as frases
Sábado é fim de semana
I. O trabalho enobrece e dignifica o homem. Tenho que descansar.
(dito popular)
II. Pra mim vai ser domingo todo dia, / pois é Sobre a ocorrência da palavra que, é correto
essa alegria de todo trabalhador. afirmar que ela
(Golden Boys) a) poderia ser substituída, no primeiro caso,
por no qual, e por qual, no segundo.
III. Deus ajuda quem cedo madruga.
b) tem valor de conclusão nos dois casos, po-
(dito popular)
dendo ser substituída por então.
IV. Todo mundo gosta de acarajé / O trabalho c) poderia ser substituída por quando no pri-
que dá pra fazer que é / Todo mundo gosta de meiro caso e por logo que, no segundo.
acarajé / Todo mundo gosta de abará / Nin- d) tem valor causal no primeiro caso e equi-
guém quer saber o trabalho que dá. vale a no entanto, no segundo.
(Dorival Caymmi) e) tem valor explicativo no primeiro caso e
é correto afirmar que a relação do homem equivale à preposição de, no segundo.
com o trabalho, conforme apresentada na
música de Alvarenga e Ranchinho, é incom- alternativa E
patível apenas com o sentido expresso por O primeiro "que" equivale a pois, porque, tendo
a) I e II. b) II e III. assim, sentido explicativo. O segundo registra
c) I, II e III. d) I, III e IV. uma marca de oralidade, substituindo a preposi-
e) II, III e IV. ção "de" pelo informal "que".

alternativa D INSTRUÇÃO: Leia o texto de Flávio José


Cardozo para responder às questões de nú-
Apenas em II se observa uma visão depreciati- meros 27 e 28.
va, ao se pretender que todo dia fosse domin-
go, expressando o ideal de uma vida sem tra- Manuel Bandeira, passeando pelo interior
balho. de Pernambuco, pediu água numa casa e ou-
viu a mãe gritar para o filho: “Anacoluto, traz
água pro moço, Anacoluto!” O menino obede-
ceu, Bandeira bebeu a água e saiu dando
Questão 25 pulo: não é todo dia que alguém tem a fortu-
na de dar com um nome desses. Anacoluto é
Dizer “só no fim do mês recebe” é diferente um senhor nome e descobri-lo é quase como
de “no fim do mês recebe”, pois, no primeiro descobrir a América. Feliz Manuel Bandei-
ra.
caso, é flagrante a ideia de
a) intensidade.
b) demora.
c) tempo indefinido.
Questão 27
d) rapidez.
e) probabilidade. Leia os textos.
I. Mas esse astro que fulgente
Das águias brilhara à frente,
alternativa B
Do Capitólio baixou.
Em "só no fim do mês recebe", a expressão só (Soares de Passos)
(somente) equivale a apenas e, por estar em
sentido coloquial, sugere a longa espera pelo II. Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o.
salário. (Mário Quintana)
português/redação

III. No berço, pendente dos ramos floridos,


Em que eu pequenino feliz dormitava: Questão 29
Quem é que esse berço com todo o cuidado
Cantando cantigas alegre embalava?
Leia os versos de Fagundes Varela.
(Casimiro de Abreu)
Roem-me atrozes ideias,
Segundo Celso Cunha & Lindley Cintra, o
A febre me queima as veias,
anacoluto é a mudança de construção sintáti-
A vertigem me tortura!...
ca no meio do enunciado, geralmente depois
Oh! por Deus! quero dormir,
de uma pausa sensível, o que faz uma expres-
são ficar desligada e solta no período. Com Deixem-me os braços abrir
base nesses dados, o nome do menino faz Ao sono da sepultura!
uma alusão a uma figura de sintaxe que está Despem-se as matas frondosas,
exemplificada apenas em Caem as flores mimosas
a) I. Da morte na palidez:
b) II. Tudo, tudo vai passando,
c) III. Mas eu pergunto chorando
d) I e II. — Quando virá minha vez?
e) I e III. Os versos filiam-se ao estilo
a) árcade, flagrado pela alusão à natureza
alternativa C como forma de fugir dos problemas.
Após a pausa, marcada pelos dois-pontos ao final b) ultrarromântico, influenciado pelo Mal do
do segundo verso, o poema muda de direção, ini- Século, e presentificam o pessimismo e a morte.
ciando um questionamento sem conexão sintática c) condoreiro, distanciado da visão egocêntri-
com o início da estrofe. ca, pois estão voltados aos problemas sociais.
d) parnasiano, cuja busca de perfeição formal
é mais relevante que a expressão da emoção.
Questão 28 e) simbolista, em que o pessimismo e a dor
existencial levam o eu lírico à transcendência.
Em discurso indireto, as informações iniciais
do texto assumem a seguinte redação: alternativa B
a) Manuel Bandeira pediu água numa casa e Ao mostrar o desejo do eu lírico pela morte
ouviu a mãe gritar para o filho, cujo nome ("– Quando virá minha vez?"), ressaltando a dor
era Anacoluto, que lhe trouxesse água. e o sofrimento ("A vertigem me tortura!"), o poe-
b) Manuel Bandeira pediu água numa casa e ma exemplifica a segunda geração romântica,
ouviu a mãe gritar para o filho Anacoluto que byroniana ou ultrarromântica.
o traga água.
c) Manuel Bandeira pediu água numa casa e
ouviu a mãe gritar Anacoluto para o filho que
me trouxesse água. Questão 30
d) Manuel Bandeira pediu água numa casa e
ouviu a mãe gritar para o filho traz água a Considere o trecho de O Cortiço, de Aluísio
ele, Anacoluto.
Azevedo.
e) Manuel Bandeira pediu água numa casa e
ouviu a mãe gritar para o filho, que o nome Uma aluvião de cenas, que ela [Pombi-
era Anacoluto, que traga-lhe água. nha] jamais tentara explicar e que até ali ja-
ziam esquecidas nos meandros do seu passa-
alternativa A do, apresentavam-se agora nítidas e transpa-
rentes. Compreendeu como era que certos ve-
Na passagem do discurso direto para o indireto, lhos respeitáveis, cuja fotografia Léonie lhe
os verbos no imperativo devem ser transpostos
mostrou no dia que passaram juntas, deixa-
para o subjuntivo. Nesse caso, "traz" para "trou-
xesse".
vam-se vilmente cavalgar pela loureira, cati-
português/redação

vos e submissos, pagando a escravidão com a alternativa E


honra, os bens, e até com a própria vida, se a
prostituta, depois de os ter esgotado, fecha- A partir do exemplo de Léonie, Pombinha percebe
va-lhes o corpo. E continuou a sorrir, desva- que, pela força de seu sexo, poderia subjugar ho-
necida na sua superioridade sobre esse outro mens (que não resistiriam aos desejos que ela
sexo, vaidoso e fanfarrão, que se julgava se- lhes provocaria) e, desta forma, obteria vanta-
nhor e que, no entanto, fora posto no mundo gens. Assim, impotentes frente ao sexo como ins-
simplesmente para servir ao feminino; escra- tinto primitivo, comprova-se a tese determinista do
Naturalismo.
vo ridículo que, para gozar um pouco, preci-
sava tirar da sua mesma ilusão a substância
do seu gozo; ao passo que a mulher, a senho- REDAÇÃO
ra, a dona dele, ia tranquilamente desfrutan-
Leia os textos seguintes e reflita sobre as
do o seu império, endeusada e querida, prodi-
questões por eles propostas.
galizando martírios, que os miseráveis acei-
tavam contritos, a beijar os pés que os depri- Texto 1
miam e as implacáveis mãos que os estrangu-
lavam.
– Ah! homens! homens! ... sussurrou ela
de envolta com um suspiro.
No texto, os pensamentos da personagem
a) recuperam o princípio da prosa naturalis-
ta, que condena os assuntos repulsivos e bes-
tiais, sem amparo nas teorias científicas, li-
gados ao homem que põe em primeiro plano
seus instintos animalescos.
b) elucidam o princípio do determinismo (www.raulmarinhog.files.
presente na prosa naturalista, revelando wordpress.com/2009/03/novela1.jpg Adaptado.)
os homens e as mulheres conscientes dos
seus instintos em função do meio em que Texto 2
vivem e, sobretudo, capazes de contro- Considerar a telenovela um produto cul-
lá-los. tural alienante é um tremendo preconceito da
c) trazem uma crítica aos aspectos animales- universidade. Quem acha que novela aliena
cos próprios do homem, mas, por outro lado, está na verdade chamando o povo de débil
revelam uma forma de Pombinha submeter a mental. Bobagem imaginar que alguém é in-
muitos deles para obter vantagens: eis aí um duzido a pensar que a vida é um mar de ro-
princípio do Realismo rechaçado no Natura- sas só por causa de um enredo açucarado. A
lismo. telenovela brasileira é um produto cultural
d) constroem uma visão de mundo e do ho- de alta qualidade técnica, e algumas delas
mem idealizada, o que, em certa medida, são verdadeiras obras de arte.
afronta o referencial em que se baseia a pro- Ela é educativa no sentido de levantar
sa naturalista, que define o homem como fru- certas discussões para um público relativa-
to do meio, marcado pelo apelo dos seus sen- mente pouco informado. Na década de 70, os
tidos. autores faziam isso de maneira mais sutil.
e) consubstanciam a concepção naturalista Nos dias atuais, sem a censura, as discussões
de que o homem é um animal, preso aos podem ser mais abertas.
instintos e, no que dizem respeito à sexua- O problema não está no que a novela
lidade, vê-se que Pombinha considera a transmite, mas na maneira como o assunto é
mulher superior ao homem, e esse conheci- debatido. O que precisa mudar com a máxi-
mento é uma forma de se obterem vanta- ma urgência é essa situação em que os educa-
gens. dores ignoram a existência da novela. As no-
português/redação

velas estão aí, fazem um sucesso danado e é permitido na sociedade, ou seja, de acordo
mexem com a cabeça da moçada. Eu diria até com o “comportamento social adequado”.
que alienam menos que os telejornais. Se o drama, segundo ele, assumiu ante-
Como a novela é considerada um subpro- riormente a função social através dos mitos,
duto, as pessoas preferem dizer que foram a dos contos populares e dos rituais, é a teleno-
um concerto de música clássica a dizer que fi- vela que hoje atua como método de controle
caram em casa vendo novela, como na verda- social.
de gostariam. A pessoa pode até ter dormido Diante de uma vida problemática e sem
durante o concerto, mas acha que é mais chi- esperanças, da necessidade de ganhar dinhei-
que. Uma bobagem, porque a telenovela é o ro, de ter uma casa ou um negócio próprio, de
grande produto cultural brasileiro, maior que encontrar um companheiro, diante das exi-
a literatura e a música. gências do trabalho, das contas a pagar e dos
(Trechos adaptados da entrevista da professora compromissos, a esfera emotiva das pessoas
Maria Aparecida Baccega, da USP, retrai-se. A vida que a televisão mostra é en-
à revista Veja, em 24.01.1996.) tão, para o homem e para a mulher, uma ver-
dadeira troca, com vantagens, de sua vida
Texto 3 real. (...) Ela é o alimento espiritual desse
Não vejo novelas. A última que me pren- corpo cansado, sugado e exaurido pelo traba-
deu ao sofá foi escrita pelo Dias Gomes, que lho industrial na linha de montagem, pelo
era um craque. Hoje, 15 segundos de novela trabalho burocrático no banco ou na reparti-
bastam para me matar de tédio. Os mesmos ção, pelo trabalho enfadonho dos escritórios e
personagens, o mesmo enredo, as mesmas ca- das lojas.
retas, as mesmas frases idiotas, as mesmas (Ciro Marcondes Filho,
cenas toscas, a mesma história chata. Televisão: a vida pelo vídeo.)
As novelas são ridículas. Há um provér- Com base nas informações e reflexões apre-
bio – que dizem ser francês – que assegura sentadas nos textos de apoio e em seus pró-
que “o ridículo mata”. prios conhecimentos, elabore uma dissertação
(Roberto Gomes. Gazeta do Povo, 16.08.2009.)
argumentativa, em prosa e em norma pa-
drão, sobre o seguinte tema:
Texto 4
A TELENOVELA BRASILEIRA:
A dramatização e a representação da CONSCIENTIZAÇÃO OU ALIENAÇÃO ?
vida conquistaram – não por acaso – o privi-
légio do melhor horário noturno, pois mexem
com mecanismos mentais muito fortes e deci-
sivos. A telenovela não é uma imposição for- Comentário
çada nem um mecanismo de fuga. Não se
confunde com o sono, com o uso da droga ou Com base em uma charge e em três textos escri-
do álcool nem tenta escapar das obrigações tos, o candidato teve de se posicionar sobre a te-
sociais; ao contrário, o grande público busca, lenovela.
pela telenovela, entrar inteiramente no social, Historicamente, o público sempre se dividiu entre
no conhecimento e no domínio das regras da aqueles fiéis espectadores e aqueles que consi-
deram essa atração televisiva como um gênero
sociedade.
menor, sem importância, supérfluo.
J.S.R. Goodlad, autor dessa tese, afirma O tema se revelou apropriado e interessante por-
que o motivo de se assistir às telenovelas é que a teledramaturgia é, ainda hoje, um veículo
que por meio delas as pessoas podem ordenar que atinge altos índices de audiência – mesmo
e organizar sua vivência social segundo o que depois de ter estreado no Brasil há 58 anos.

Vous aimerez peut-être aussi