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Universidade Save - Extensão de Massinga

Curso de Gestão de Recursos Humanos

Docente: MSc.Inordine Khadry Muchanga Estudante: Sandra Pasmino Vilanculos

Cadeira de Antropologia Cultural de Moçambique

Tema: Cultura

Referências bibliográficas:
BERNARDI, Bernardo. Introdução aos Estudos Etno-antropológicos. Lisboa, Perspectivas do Homem,
1978;
MELLO, Luís Gonzaga de. Antropologia Cultural. Iniciação, Teorias e Temas. Petrópolis, Editora
Vozes, 2005;
TITIEV, Mischa. Introdução à Antropologia Cultural. 9ª edição. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian,
2002.
Página Resumo
A cultura é o complexo unitário que inclui o conhecimento, a crença, a arte, a moral, as leis e
todas as outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade
24 (Bernardi, 1978:24).
Pluralidade e diversidade da cultura
A Cultura é universal. Estes traços culturais que existem em todas ou em quase todas as
sociedades denominam-se universais culturais. Os universais culturais têm a particularidade de
distinguirem os seres humanos das outras espécies animais, isto é, são tipicamente manifestas
86 pelo Homem (Mello, 2005:86). Contudo, se num sentido geral a Cultura é universal ao Homem,
no seu sentido mais restrito ela descreve um conjunto de diferenças de um grupo humano
específico em relação aos outros. De facto, a Cultura ao ser partilhada pelas pessoas, é feita em
função dos membros de um grupo que vive num determinado meio. A Cultura converte-se,
assim, num sinal de identidade grupal. Por exemplo, as mesmas práticas anteriormente
indicadas como universais culturais ao serem analisadas em função das diferentes áreas
culturais têm manifestações díspares. Nesse caso falaríamos de diversidade cultural.
A diversidade cultural apareceu a partir do momento em que cada grupo social se adequou a um
ambiente específico, teve uma história particular ou conheceu um certo desenvolvimento
diferenciado em relação aos outros grupos, aparentados ou não.
Origem e desenvolvimento da cultura
Claude Lévi-Strauss considera que a cultura surgiu quando o homem se deparou com a primeira
87 regra, a proibição do incesto, norma presente em todas as sociedades (Mello, 2005:87).
Segundos os conhecimentos científicos atuais, a cultura provém de muito antes dos conceitos
religiosos como a concepção da alma. O Antropólogo norte-americano, Clifford Geertz mostrou
em seu artigo “A transição para a humanidade” que o Australopiteco é uma espécie de homem
que já trazia aspectos culturais, uma vez que ele era capaz de caçar e confeccionar objectos com
este fim, mesmo com um cérebro 1/3 menor da nossa actual capacidade e com cerca de 1,20m
de altura, o que provavelmente elimina a possibilidade de o mesmo possuir uma linguagem.
Pelo animal ser incapaz de adquirir outros aspectos de cultura, há uma dúvida sobre a teoria do
citado “ponto crítico”. Geertz afirma que o mesmo está errado, por acreditar que o
desenvolvimento cultural já se vinha processando bem antes de cessar o desenvolvimento
orgânico, fato que torna o homem não apenas o produtor da cultura, mas também, num sentido
88 biológico, o produto da cultura (Mello, 2005:88).
A cultura então desenvolveu-se juntamente com o equipamento biológico, e é portanto
compreendida como parte das características da espécie, assim como o bipedismo e de um
adequado volume cerebral.
Factores da cultura
De acordo com Mello (2005:89). Existe m quatro factores de cultura, nomeadamente, o próprio
89 Homem (Anthropos), a Sociedade (Ethnos), o Ambiente (Oikos) e o Tempo (Chronos). Tais
factores participam, de formas diferentes, na emergência da cultura.
O Anthropos : o Anthropos, ou o Homem, na sua realidade individual contribui no aspecto
cultural, como ser biológico e social. O carácter natural produz efeitos estruturais na ordenação
social e tem um impacto sobre a personalidade e o comportamento adequados a cada um
daqueles parâmetros. Mas também, no processo de enculturação, o Homem não é um simples
ser passivo, podendo introduzir certas inovações na própria cultura. Um génio, num
determinado meio cultural, é um exemplo da função do simples indivíduo como factor de
cultura e às vezes torna-se herói cultural.
O Ethnos: a Cultura resulta num contexto grupal. As acções dos indivíduos só têm significado
se elas estiverem circunscritas numa colectividade. É a socialização e a padronização de certas
aquisições individuais que torna a cultura como resultado de uma colectividade. É da interacção
dos vários princípios de homens vivendo num determinado meio que resulta um sistema
cultural. Por um processo normativo, o Ethnos (a sociedade), passa a constituir-se como um dos
factores da cultura, por ser através dele que esta é veiculada.
O Oikos: Oikos vem do grego “casa”. Expressa o ambiente onde se insere o Homem. O
ambiente, como factor de cultura, condiciona a actividade exterior e material do homem. É
inegável que o ambiente condiciona, por exemplo, a maneira de vestir, mas ele não pode ser
visto numa vertente determinista. Se o Homem não se pode dissociar completamente do que a
natureza oferece, é lógico que o gráfico só pode espelhar uma evolução ideal, mas nunca
totalmente possível. Seja qual for o nível cultural, a vida do homem vai estar sempre ligada ao
ambiente que o rodeia.
O chronos: A cultura é um processo e, de forma intrínseca, está ligada ao tempo. Ela
desenvolve-se e manifesa-se no tempo. O tempo é assumido nas suas três dimensões: passado,
presente e futuro, mas com mais ênfase para as primeiras duas.
A cultura resulta como um processo em que participam, de forma específica, o Homem, como
indivíduo biológico e cultural, a Sociedade, entanto que reguladora das acções individuais e
colectivas, o Ambiente, pelo facto de ser neste onde se assentam os grupos sociais,
influenciando de certa forma o comportamento dos Homens e o Tempo, necessário para o
desenvolvimento de toda a matriz cultural.
Cultura e sociedade
Toda a concepção cultural emerge do interior de um grupo social deter minado, com um modo
de organização e com portamento. Mas ao mesmo tempo, a sociedade é uma manifestação
87 tipicamente cultural (Titiev, 2002:87).

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