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Curso Diretrizes de Aeronavegabilidade e Dificuldades em Serviço

Unidade 2 - Diretrizes de Aeronavegabilidade

Objetivos

Ao final desta Unidade, você deverá ser capaz de:

 Entender por que a ANAC emite Diretriz de Aeronavegabilidade.

 Concluir que a reponsabilidade pela segurança de voo é compartilhada.

Introdução

A Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) enumera as responsabilidades dos


países (Estados) membros conforme o Anexo 8 da Convenção sobre Aviação Civil
Internacional. Como parte dessas responsabilidades, a Autoridade de Aviação Civil (AAC) do
Estado do Detentor do Projeto emite uma Informação de Aeronavegabilidade Continuada
Mandatória (Mandatory Continuing Airworthiness Information - MCAI) quando identifica uma
condição insegura e ações corretivas. Os Estados membros devem dispor de um sistema para
manter a aeronavegabilidade dos produtos aeronáuticos em seu registro. Como parte deste
sistema, os Estados publicam e trocam MCAI, ou seja, "requisitos obrigatórios para a
modificação, substituição de peças ou inspeção de aeronaves e alteração de limitações e
procedimentos operacionais". As Diretriz de Aeronavegabilidade (DA) emitidas pela ANAC,
assim como as Airworthiness Directives emitidas pela EASA e FAA, são exemplos desse tipo
de informação.

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Luzeli Pinheiro Gomes

1. Autoridade da ANAC

As Diretrizes de Aeronavegabilidade (DAs) são regras legalmente exigíveis, emitidas pela


ANAC de acordo com o Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC) 39, para corrigir uma
condição insegura em um produto aeronáutico (aeronave, motor de aeronave, hélice ou
equipamento).

A ANAC emite uma Diretriz de Aeronavegabilidade (DA) quando a própria ANAC constatar
que exista uma condição insegura em um produto aeronáutico e é provável que esta condição
exista ou se desenvolva em outros produtos do mesmo tipo de projeto. As DAs impõem as
condições e limitações, incluindo inspeção, reparo ou alteração, sob as quais o produto pode
continuar a ser operado.

As DAs são usadas para notificar os proprietários e operadores de aeronaves sobre condições
inseguras e as ações requeridas para resolver tais condições.

Proprietários e operadores de aeronaves importadas registradas no Brasil devem cumprir com


as DAs (Informação de Aeronavegabilidade Continuada Mandatória) emitidas pela Autoridade
de Aviação Civil (AAC) do Estado do Detentor do Projeto. O RBAC 39.5-I considera assas
DAs como se tivessem sido emitidas pela própria ANAC. Dessa forma, por exemplo, para os
aviões Boeing deve-se buscar as DAs emitidas pela FAA e para os aviões Airbus deve-se
buscar as DAs emitidas pela EASA. O cumprimento com as DAs emitidas pela ANAC também
deve ser observado.

2. Categorias de Diretrizes de Aeronavegabilidade

Você sabia que a ANAC publica a proposta da DA para comentários do


público e avalia os comentários recebidos antes da publicação da DA final?

- Diretriz de Aeronavegabilidade com Notificação de Proposta de Regra. Este é o tipo


mais comum de DA. Uma Notificação de Proposta de Regra emitida para Diretriz de
Aeronavegabilidade (NPR-DA) é publicada no site da ANAC para comentários sempre que as
considerações de segurança não exigirem a imposição imediata da ação da ação corretiva.
Todos estão convidados a comentar a NPR-DA enviando comentários escritos para a
Gerência-Geral de Certificação de Produto Aeronáutico. Após o encerramento do período de
comentários, que normalmente é de 30 dias, a regra final é publicada levando em

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consideração os comentários recebidos. Quando a DA final, resultante da NPR-DA, é


adotada, ela é publicada no site da ANAC.

- Diretriz de Aeronavegabilidade sem Notificação de Proposta de Regra. Isso é usado em


certos casos, quando uma condição insegura requer a adoção imediata de uma DA sem aviso
prévio, normalmente quando o prazo para cumprimento é menor que 60 dias.

- Diretriz de Aeronavegabilidade de Emergência (DAE). É a DA que requer cumprimento


dentro de um prazo muito curto (imediato ou quase), por exemplo, antes do próximo voo.

3. Emissão e distribuição das DAs

Após a aprovação, o texto final da DA, incluindo a sua versão para o inglês, no caso de
produtos nacionais exportados ou importados, é publicado no site da ANAC e encaminhado
via correio eletrônico às Autoridades de Aviação Civil (AAC) estrangeiras e demais
interessados. O Grupo de Aeronavegabilidade Continuada (PAC) mantém listas de
distribuição para os diversos tipos de aeronaves para os quais a ANAC é a AAC do Estado
do Detentor do Projeto.

As Diretrizes de Aeronavegabilidade emitidas pela ANAC e as Notificações de Proposta de


Regra para Diretriz de Aeronavegabilidade estão disponíveis para consulta na internet em
http://www.anac.gov.br/assuntos/setor-regulado/aeronaves/aeronavegabilidade/diretrizes-
de-aeronavegabilidade. A Figura 2, a seguir, ilustra um trecho de uma DA emitida pela ANAC

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Figura 2 – Trecho de uma DA emitida pela ANAC.

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4. Aplicabilidade de uma DA

Cada DA especifica o produto (aeronave, motor de aeronave, hélice ou equipamento) para o


qual ela se aplica. O campo “Aplicabilidade” da DA, como ilustrado na Figura 2 acima,
especifica os aviões para os quais a DA 2013-11-01 se aplica.

5. Cumprimento de uma DA

Diretrizes de Aeronavegabilidade são regulamentos emitidos segundo o RBAC 39. Portanto,


nenhuma pessoa pode operar um produto para o qual uma DA se aplica, exceto se de acordo
com os requisitos especificados na DA.

O tempo para o cumprimento é especificado em cada DA e nenhuma pessoa pode operar o


produto afetado após o vencimento do prazo, exceto de acordo com o requerido na DA.

A seguir temos um exemplo de como a DA especifica o prazo, as ações e o documento de


serviço que contém as instruções aprovadas pela ANAC para resolver a DA.

“CUMPRIMENTO

Dentro das próximas 50 horas de voo após a data de efetividade desta DA, execute uma
inspeção visual na articulação superior e inferior do leme quanto trincas de acordo com as
instruções de cumprimento do Boletim de Serviço ABC 1234, revisão 2, datado de 24 de
agosto de 2016.”

O Boletim de Serviço (documento de serviço) especificado na DA, cujas instruções de


cumprimento devem ser necessariamente seguidas, é o documento de conformidade.

Seria possível usar um método diferente daquele


especificado na DA para resolver a condição insegura?

6. Método Alternativo de Cumprimento.

O método necessário para resolver uma condição insegura está especificado na DA. No
entanto, pode existir situações em que o operador não consegue cumprir ou encontra um
caminho diferente para cumprir com as ações especificada na DA. Nesse caso, ele deve

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propor um Método Alternativo de Cumprimento (MAC) que, antes de ser usado, deve ser
aprovado pela ANAC. Um Método Alternativo de Cumprimento é uma maneira diferente
daquela especificada na DA, para resolver a condição insegura descrita na DA.

O termo MAC ou AMOC (Alternative Method of Compliance) é usado para definir um método
aprovado pela ANAC para requisitos específicos de uma DA, incluindo uma alteração no
tempo requerido para realizar a DA.

Um MAC deve garantir que a condição insegura seja resolvida fornecendo um nível aceitável
de segurança e, antes de ser usado, deve ser aprovado. Nos casos de alteração (ex.,
extensão) no tempo requerido, é normal o requerente oferecer uma inspeção ou verificação
adicional de modo a mitigar a condição até que a DA possa ser cumprida.

Quando e porque um Método Alternativo de Cumprimento é necessário ou desejável.

As razões pelas quais um Método Alternativo de Cumprimento pode ser necessário ou


desejável incluem, mas não estão limitados a:

 Para realizar ações da AD de uma maneira que melhor se adapte aos processos e
negócios de um proprietário ou operador;
 Porque um proprietário ou operador encontra uma maneira diferente ou melhor de
abordar a condição insegura tratada pela DA;
 Porque um proprietário ou operador deseja ajustar o tempo para o cumprimento
estabelecido em uma DA;
 Porque as modificações, alterações ou reparos existentes em um produto tornam difícil
ou impossível o cumprimento das ações AD;
 Etc.

Quem aprova um Método Alternativo de Cumprimento?

A reponsabilidade pela aprovação de um Método Alternativo de Cumprimento é da Gerencia-


Geral de Certificação de Produto Aeronáutico. As solicitações podem ser encaminhadas para
o e-mail pac@anac.gov.br

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Os procedimentos aceitáveis, a serem observados por um requerente caso venha a propor


um Método Alternativo de Cumprimento aos requisitos estabelecidos em uma Diretriz de
Aeronavegabilidade, como previsto no RBAC 39.19, estão descritos na Instrução Suplementar
39.19-001.

7. Reponsabilidade pelo Cumprimento e Registros

O proprietário ou o operador de uma aeronave é o principal responsável por manter a


aeronave em condição aeronavegável, incluindo a conformidade com as DAs aplicáveis.

Como você seve saber, o mais alto nível de segurança é exigido daqueles executando
operações aéreas segundo o RBAC 121 e 135. Nesses casos, para cumprir com o RBAC 39,
o operador deve desenvolver um processo de gestão de DA que considere suas
necessidades.

Para assegurar a aeronavegabilidade continuada, as DAs devem ser abordadas de maneira


lógica e abrangente e o processo de gestão de DA deve incluir os seguintes elementos:
planejamento, suporte, aprovisionamento, implementação, registro e auditoria.

Conclusão

O Sistema de Relatórios de Dificuldades em Serviço melhora a segurança do transporte aéreo


coletando dados que identificam falhas, mau funcionamento e defeitos que possam
representar ser um perigo para a operação de uma aeronave. Esses dados podem apontar
para necessidades de ajustes pelo operador a suas práticas de manutenção e operação,
podem apontar para necessidades de alterações no projeto e permitem que a ANAC
determine a necessidade e emita Diretrizes de Aeronavegabilidade mais precisas.

Terminamos esta Unidade conhecendo melhor sobre as Diretrizes de


Aeronavegabilidade, os principais objetivos do Relatório de Dificuldades em Serviço
e, o mais importante, pudemos observar que a responsabilidade pela segurança do
voo deve ser compartilhada entre os vários setores da aviação.

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Referências:

1. Annex 8 to the Convention on International Civil Aviation, “Airworthiness of Aircraft”,


Eleventh Edition, July 2010.
2. ICAO Doc. 9760, Airworthiness Manual, Third Edition – 2013.
3. RBAC 21 – Certificação de produto aeronáutico, emenda 2.
4. RBAC 39 – Diretrizes de aeronavegabilidade, emenda 00.
5. RBAC 121 – Requisitos operacionais: operações domésticas, de bandeira e
suplementares, emenda 03.
6. RBAC 135 - Requisitos operacionais: operações complementares e por demanda,
emenda 03.
7. RBAC 145 - Organizações de manutenção de produto aeronáutico, emenda 01.
8. FAA AC 39-7D, Airworthiness Directives.
9. FAA AC 39-9, Airworthiness Directives Management Process.
10. IS IS 00-001
11. IS 39.19-001

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