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UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS – CCET


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

COLETA E ANÁLISE DE SOLO DO BAIRRO BATISTÃO

Relatório apresentado como exigência da


Disciplina de Mecânica dos Solos I para fins de
avaliação.

MARTHA LISE GOMEZ AREVALOS


RENAN JERÔNIMO LOPES
ROGER BRAGA DE MELLO
THIAGO DE SOUZA CORREIA

Campo Grande – MS
2018
SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 3
2- OBJETIVOS ....................................................................................................................................... 4
2.1- OBJETIVO GERAL .......................................................................................................................... 4
2.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................................. 4
3- METODOLOGIA................................................................................................................................ 5
3.1- MATERIAIS.................................................................................................................................... 5
3.2 - PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS .................................................................................................... 6
3.2.1 – LEVANTAMENTO DE DADOS ............................................................................................... 6
3.2.2 – EXECUÇÃO DOS ENSAIOS .................................................................................................... 6
4- ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................................................................................... 15
4.1 – CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SOLO ........................................................................................ 15
4.1.1 – CARTA GEOTÉCNICA .......................................................................................................... 15
4.1.2 – ASPECTOS ESPECÍFICOS DO SOLO ESCOLHIDO.................................................................. 16
4.2 – ENSAIOS EM LABORATÓRIO ..................................................................................................... 19
4.2.2 – ANÁLISE DOS ENSAIOS ...................................................................................................... 19
5- CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 31

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1- INTRODUÇÃO

A humanidade sempre esteve em contato com o solo, sendo um recurso


fundamental para a subsistência humana. É nele que se desenvolvem diversos
ecossistemas, gerando um constante fluxo de matéria e energia. Esse sistema
dinâmico cria uma variedade de solos diferentes, sendo transformado por inúmeros
fatores físicos e químicos, estando em constante evolução.
Os solos são formados pelo intemperismo das rochas, seja por
desintegração mecânica ou decomposição química. Com essa fragmentação formam-
se os pedregulhos, areias, siltes e argilas.
O conhecimento das camadas e componentes do solo e o desenvolvimento
de técnicas para a identificação dos solos se deve a um esforço coletivo. O nome dado
ao estudo dessas características é Pedologia, um ramo da geografia física que
sintetiza o solo como um corpo natural, que foi gerado e sintetizado por intemperismo.
O geógrafo russo Vasily Vasil'evich Dokuchaev é considerado um dos
precursores da Pedologia, ele propôs a ideia de que as variações geográficas nos
tipos de solo podiam ser explicadas, relacionando fatores geológicos com fatores
climatológicos e topográficos. Logo a formação dos solos pode ser descrita como uma
rocha que esteve em função de diversos fatores como organismos vivos, clima e
tempo.
Outro grande nome dos cientistas dos solos foi Karl von Terzaghi, um
engenheiro austríaco que é reconhecido como o pai da Mecânica dos Solos e da
Engenharia Geotécnica. Desenvolveu numerosas investigações e técnicas para a
aplicação do método científico em projetos de fundações e obras de terra.
Vários estudiosos dedicaram suas vidas para engrandecer o estudo dos
solos, e esse conjunto de conhecimentos permitiu criar uma gama de funções para o
terreno. Para a Engenharia Civil, o solo é um corpo apto para ser utilizado como
suporte ou material para construções. A Mecânica dos Solos possibilita o
conhecimento para realizar esses procedimentos com segurança.

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2- OBJETIVOS

2.1- OBJETIVO GERAL

Seguir uma metodologia preestabelecida em norma e realizar diversos


testes com a amostra de solo escolhido.
Após os testes, analisar os resultados obtidos para verificar as
características do solo, acrescentando mais detalhes a carta geotécnica.

2.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Determinar a massa especifica aparente do solo in situ, com emprego de


cilindro de cravação. Também a determinação da massa especifica dos grãos por
meio de ensaios em laboratório.
Preparar amostras de solos para ensaios de caracterização.
Analisar a granulometria, limite de liquidez e plasticidade, umidade e
absorção de água pelos grãos do solo.

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3- METODOLOGIA

3.1- MATERIAIS

- Almofariz de porcelana e mão de borracha.


- Aparelho de Casagrande
- Aparelho de Dispersão, com hélices metálicas substituíveis
- Balança com capacidade 1,5 kg e 10 kg
- Bisnaga de borracha
- Bomba de vácuo
- Cápsulas de alumínio
- Cilindro de compactação
- Cinzéis
- Conta-gotas
- Copo de chicanas metálicas
- Cronômetro
- Densímetro de bulbo simétrico
- Dessecador
- Esfera de aço com 8mm de diâmetro
- Escova com cerdas metálicas
- Espátula
- Estufa capaz de manter a amostra entre 105° e 110°C
- Funil de vidro
- Pá e picareta
- Peneiras de 50, 38, 25, 19, 9,5, 4.8, 2,0, 1.2, 0.6, 0,42, 0,25, 0.15 e 0,075
mm,
- Picnômetro de 500 ou 1000 cm³
- Pinça metálica com 30 cm de comprimento
- Placa de vidro esmerilhada
- Proveta
- Recipiente de porcelana
- Recipiente de vidro

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- Régua de aço biselada de 30 cm
- Soquetes pequenos
- Termômetro graduado em 0,1° C, de 0 a 50° C

3.2 - PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS

3.2.1 – LEVANTAMENTO DE DADOS

Localização e coleta do solo

Para o estudo do solo de Campo Grande - MS, foi escolhido uma região da
cidade para a coleta de material. O Local deveria condizer com os parâmetros
preestabelecidos, contendo região, bairro e loteamento, tudo dentro dos limites da
cidade para a coleta das coordenadas geográficas.
Ao escolher uma região da cidade, as coordenadas foram encontradas
usando sites de busca ou programas especializados como Google Maps ou Google
Earth.
Com auxílio da PLANURB (Agência Municipal de Meio Ambiente e
Planejamento Urbano) foram coletados dados da Carta Geotécnica de Campo
Grande. A carta é dividida em 5 categorias de unidades homogêneas e separadas por
cores, ao localizar as coordenadas da região escolhida, as características gerais são
facilmente encontradas.
No local escolhido, foram coletadas amostras do solo em quantidade
necessária para realizar os experimentos em laboratório.

3.2.2 – EXECUÇÃO DOS ENSAIOS

Análise táctil-visual dos solos

Foi realizada a identificação preliminar do solo, para futuramente ser


confirmada em laboratório.
Foram utilizados equipamentos como bisnaga, proveta, béquer.
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O primeiro teste visual e táctil, foi avaliando a aspereza ao tato quando
misturada em água.
O segundo teste foi o de sujar as mãos, uma quantidade de solo com água
foi esfregada na palma da mão, em seguida levada sob água corrente. O
comportamento do material a esse processo permitiu identificar a diferença entre as
amostras de solo.
O terceiro teste foi o de desagregação do solo submerso. Um torrão foi
colocado em um recipiente com água, sem estar completamente submerso, o
resultado foi observado e anotado.
O quarto teste é de resistência, em que um dos torrões secos foi apertado
entre os dedos, o comportamento foi observado e anotado.
O quinto teste foi o de dispersão de água, em que o solo foi desagregado
em um béquer e agitado, o tempo de deposição das partículas foi cronometrado e os
dados anotados.
O sexto teste foi o de mobilidade da água intersticial, em que foi misturado
água com solo até a obtenção de uma pasta na palma da mão. Com a outra mão, foi
dado golpes para verificar o surgimento de água na superfície, observado a umidade
e o brilho. Depois apertou-se a pasta com o dedo e verificou se a água refluía para o
interior da pasta.
O sétimo teste foi verificar a cor e cheiro do solo, servindo para separar os
horizontes do perfil e observar odores característicos de solos orgânicos.

Coleta do solo para análise da massa especifica aparente

A norma seguida para o ensaio foi a NBR 9813.


Para coleta do solo foi utilizado um cilindro de cravação, colarinho
destacável, haste-guia e soquete de cravação.
Cada material utilizado foi identificado por um número ou símbolo.
A massa, diâmetro e altura do cilindro foram medidas três vezes e anotados
para futuros cálculos.

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Ao chegar no local escolhido para a coleta, o espaço foi limpo e a camada
superior do solo foi retirada com auxílio de uma enxada. Evitando assim contaminação
da amostra por agentes externos.
O cilindro foi lubrificado em seu interior e assentado na superfície do
terreno, sendo necessário nivelar.
O restante do equipamento foi montado e o processo de cravação teve seu
início, por intermédio da queda livre do soquete de cravação. A cravação foi contínua,
tomando cuidado para manter a haste na posição vertical.
A cravação continuou até que o cilindro ficasse com a sua borda superior a
1 cm abaixo da superfície do terreno.
Após esse processo, o conjunto foi desmontado e com auxilio de uma
picareta, o solo que cercava o cilindro foi retirado, tomando cuidado para não
movimentar o cilindro. O cilindro foi retirado com uma sobra e 5 cm de solo abaixo da
sua borda inferior.
O excesso de solo foi removido com a espátula e a face do cilindro foi
rasada do corpo de prova, com auxilio de uma régua biselada.
O cilindro foi embalado com papel filme para não perder umidade e levado
ao laboratório para análise posterior.

Cálculo da Massa especifica aparente do solo

A massa do cilindro contendo o material foi levada ao laboratório para


determinação da massa.
Foi retirado o papel filme do cilindro para a pesagem do material.
Os dados coletados foram anotados e passados para uma tabela.
Uma amostra foi removida para determinação do teor de umidade, de
acordo com a NBR 6457.
Os cálculos foram realizados para obtenção da massa especifica aparente
do solo natural.
A amostra retirada para determinar o teor de umidade também foi pesada
e colocada na estufa por 24 horas.
Os dados coletados foram anotados para uso futuro.

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Preparação de amostras para ensaio

A norma utilizada para a realização do ensaio foi a NBR 6457, utilizando o


processo de preparação com secagem prévia.
A amostra coletada foi colocada em uma bandeja e deixada para secar ao
ar, até próximo da umidade higroscópica.
Após esse processo, uma amostra menor foi coletada para realização do
ensaio. Os torrões de solo foram desmanchados. para passar pelo processo de
homogeneização.
Com auxilio de um almofariz e um pistilo, uma quantidade de material foi
repartida para se obter amostras para a realização dos ensaios subsequentes.
O material coletado foi passado por uma peneira de 4,8 mm, para
verificação da quantidade de material retido. Após o peneiramento, o material retido
foi inferior a 7% do seu peso, logo foi desprezado.
A amostra foi embalada para evitar perda de umidade, e estocada para uso
futuro.

Determinação do teor de umidade de solos

Após a preparação do solo, o material foi colocado, no estado fofo, em três


cápsulas metálicas. Cada capsula foi pesada antes e depois de receber a amostra.
Depois as cápsulas foram colocadas em uma estufa, à temperatura de 105°
C a 110° C, onde permaneceram por um intervalo de 16 a 24 horas.
Após a secagem do material, ele foi transferido para um dessecador, onde
permaneceu até atingir a temperatura ambiente.
As cápsulas foram pesadas novamente e seus valores anotados. Com
esses dados foi possível determinar o teor de umidade da amostra.

Determinação da massa especifica

A norma seguida para o ensaio foi a NBR 6508.

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Para realizar o ensaio, foi necessário coletar 250g de amostra de solo.
Como o solo já havia sido preparado e armazenado antes, não houve necessidade de
fazer peneiramento.
Parte desse solo foi separada para determinação de umidade.
Cerca de 50g desse material foi separada, colocada em uma cápsula e
completamente imersa com água destilada. Esse processo foi realizado durante 12
horas, no mínimo.
A amostra foi transferida para um copo de dispersão, lavando a cápsula
com água destilada até a total remoção do material, tomando cuidado para não
desperdiçar.
Água destilada foi acrescentada ao copo até cerca de metade do volume,
após esse processo, o equipamento foi ligado e o material foi disperso por 15 minutos.
Um picnômetro de 500 cm³ foi utilizado para realização do ensaio.
Todo material foi transferido para o picnômetro com auxilio de um funil,
tomando novamente cuidado para não desperdiçar nada.
O picnômetro foi preenchido com água destilada até preencher metade do
seu volume.
Depois, com ajuda de um equipamento, foi aplicado vácuo durante 15
minutos, agitando o picnômetro em intervalos regulares de tempo.
Passado o tempo, foi acrescendo água destilada até cerca de 1 cm abaixo
da base do gargalo, novamente foi aplicado o mesmo processo com o vácuo durante
30 minutos.
Após esse processo, foi adicionado água destilada até a marca de
referência do picnômetro. Todo excesso de água foi retirado e o equipamento foi
enxugado.
O conjunto água + solo + picnômetro foi pesado e seus dados anotados.
A temperatura do conteúdo do picnômetro foi retirada.
Outra medição foi realizada apenas com o picnômetro + água.
A temperatura do conteúdo do picnômetro foi retirada. Todos os valores
foram utilizados para calcular a massa específica dos grãos do solo.

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Determinação do limite de liquidez

A norma seguida para o ensaio foi a NBR 6459.


Para determinação de liquidez foi utilizado o aparelho de Casagrande.
Como o solo já havia sido preparado e armazenado antes, não houve
necessidade de fazer peneiramento.
A amostra foi colocada em uma placa de vidro esmerilhada, adicionando
água destilada em pequenos incrementos, amassando e revolvendo, continuamente
com auxílio de uma espátula. Com objetivo de obter uma pasta homogênea, com
consistência aproximada para realizar o ensaio.
Uma parcela dessa pasta da mistura foi colocada em uma concha,
moldando de forma que na parte central possua uma espessura de 10 mm.
O excesso de solo foi retirado e colocado de volta com o restante da pasta
homogênea.
A massa foi dividida em duas partes com auxilio de um cinzel, de maneira
que foi aberta uma ranhura perpendicular na parte centra da concha.
A concha foi colocada cuidadosamente no aparelho e o processo
inicializado. Girando a manivela com uma velocidade constante, o numero de golpes
necessários para que as bordas inferiores se unissem foi anotado.
Uma pequena quantidade de material foi retirada das bordas que se
uniram, essa amostra foi colocada em um recipiente para determinação da umidade,
conforme a NBR 6457.
O material restante foi devolvido a placa de vidro, e o dispositivo e o cinzel
foram lavados e enxugados.
Novamente foi adicionada água destilada a amostra e ela foi
homogeneizada por mais três minutos.
O procedimento acima foi repetido mais três vezes, para obtenção dos
dados necessários.
O número de golpes do equipamento ficou entre 17 e 35 golpes. Um gráfico
com esses valores foi elaborado.

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Determinação do limite de plasticidade

A norma seguida para o ensaio foi a NBR 7180.


Como o solo já havia sido preparado e armazenado antes, não houve
necessidade de fazer peneiramento.
A amostra foi colocada em uma placa de vidro com superfície lisa,
adicionando água destilada em pequenos incrementos, amassando e revolvendo,
continuamente com auxílio de uma espátula. Com objetivo de obter uma pasta
homogênea, com consistência aproximada para realizar o ensaio.
O tempo total de homogeneização foi de 15 minutos.
Uma pequena parte desse material foi separada e preparada em forma de
bola, ela foi colocada na placa e moldada com pressão suficiente da palma da mão,
até dar a forma de um cilindro.
A amostra se fragmentou quando a umidade do solo era muito baixa, sendo
necessário adicionar água destilada em pequenas quantidades.
Um gabarito de 10 cm de comprimento foi utilizado para comparar a
dimensão do cilindro de material. Já o diâmetro do cilindro devia atingir 3 mm.
Ao executar os procedimentos de maneira correta, sem se fragmentar, a
amostra foi separada em um recipiente para determinação da sua umidade, conforme
a NBR 6457.
Ao todo foram três amostras coletadas. Os valores não divergiram de 5% e
uma média foi feita com valores obtidos.
Com os dados do limite de liquidez e plasticidade, foi possível obter o índice
de plasticidade do solo.

Análise granulométrica

A norma seguida para o ensaio foi a NBR 7180.


Como o solo já havia sido preparado e armazenado antes, não houve
necessidade de fazer peneiramento.
O material foi passado pela peneira de 2,0 mm, tomando precaução para
que se assegurasse que os grãos maiores ficassem na malha da peneira.

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Não houve material retido na peneira, impossibilitando o peneiramento
grosso.
Parte do solo foi separada para determinação da umidade higroscópica, de
acordo com a NBR 6457.
Do material que passou pela peneira 2,0 mm, 120g foram pesadas e
separadas para sedimentação e peneiramento fino.
Esse material foi transferido para um recipiente e adicionado defloculante.
O material foi imerso e agitado, depois permaneceu em repouso por 12 horas.
Após o período estipulado, a mistura foi vertida em um copo de dispersão,
removendo o material aderido com água destilada. Depois de remover todo material,
foi adicionado água destilada ao copo até que seu nível ficasse 5 cm abaixo das
bordas do copo.
O dispersor foi ligado e permaneceu operante por 15 minutos.
Feito isso, o material foi transferido do dispersor para uma proveta de 1.000
cm³, A proveta foi preenchida de água destilada até atingir o traço correspondente.
Movimentos de rotação manuais foram aplicados a proveta, com uma das
mãos tapando a boca da proveta, impedindo que o material se perdesse. Esse
movimento foi realizado durante 1 minuto.
Imediatamente após terminada a agitação, colocou-se a proveta sobre a
bancada e o horário de início da sedimentação foi anotado.
Um densímetro foi colocado cuidadosamente dentro da proveta para
efetuar as leituras nos tempos predeterminados de 30 segundos, 1 e 2 minutos. Após
essas medições o densímetro foi lentamente retirado e colocado em uma outra
proveta com água destilada, onde permaneceu até a próxima leitura.
Leitura subsequentes foram feitas a 4, 8, 15 e 30 minutos, depois 1, 2, 4, 8
e 24 horas, a contar do início da sedimentação. Após cada medição o densímetro era
colocado em outra proveta com água.
Um cuidado que foi tomado para coletar as medições, foi colocar cerca de
15 a 20 segundos antes o densímetro na proveta, para que ele pudesse estar em
repouso no momento da leitura.
A temperatura foi medida após cada leitura, com exceção das duas
primeiras. Os valores foram coletados e anotados.

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Realizada a última medição, o material da proveta foi vertido em uma
peneira de 0,075 mm. Esse material foi lavado com água potável à baixa pressão, até
a água passar pela peneira com material e permanecer limpa.
Após esse processo, o material retido na peneira foi cuidadosamente
retirado e colocado em um recipiente, essa amostra foi seca em uma estufa, à
temperatura de 105°C a 110°C.
Com o material já seco, foi retirado da estufa e passado pelas peneiras de
1,2, 0,6, 0,42, 0,25, 0,15, e 0,075 mm. As medidas das massas retidas acumuladas
em cada peneira foram coletadas e anotadas.

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4- ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 – CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SOLO

4.1.1 – CARTA GEOTÉCNICA

Um instrumento fundamental para o planejamento urbano, a Carta


Geotécnica é um documento que oferece dados a respeito dos tipos de solo,
morfologia, relevo, drenagem, uso e ocupação do solo, dentre outras informações.
Interpretar as diretrizes desse documento permite avaliar potencialidades e limitações
do solo, sendo uma ferramenta de apoio para o desenvolvimento urbano.
O mapa abaixo representa a Carta Geotécnica para Ocupação Urbana de
Campo Grande – MS, a base cartográfica foi atualizada até 1994.

Figura 1 - Carta Geotécnica de Campo Grande - MS


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O mapa foi setorizado por áreas com características semelhantes, quanto
a padrões específicos e aspectos físicos. Nesse sistema de classificação
hierarquizado, foram delimitadas unidades homogêneas de uso e ocupação do solo
urbano.
Cada unidade homogênea expressa uma expectativa maior de ocorrência
de um dado conjunto de características e problemas. Os dados apresentados na Carta
permitem orientar investigações e ações para a ocupação do solo.

4.1.2 – ASPECTOS ESPECÍFICOS DO SOLO ESCOLHIDO

Localização

A região escolhida corresponde ao polígono formado por: Avenida Dr.


Günter Hans, Rua Pedro Gomes e prolongamento, Córrego Lagoa, Avenida
Dinamarca e prolongamento.

Figura 2 - Fonte: Google Maps, Elaboração: PLANURB

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• Coordenadas Geográficas: (- 20520662, - 54671456)
• Bairro: Batistão
• Loteamento: Jardim Batistão
• Região: Lagoa
• Rua: Pará
• Quadra: 29
• Lote: 04

Figura 3 - Local escolhido. FONTE: SISGRAN

Carta Geotécnica

Com base nos dados coletados, é possível utilizar a Carta Geotécnica para
atribuir características gerais ao solo, como litologia, relevo, tipo de solo, geotecnia,
problemas existenciais ou esperados.

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Figura 4 - Dados da Carta Geotécnica de Campo Grande - MS

Figura 5 - Dados da Carta Geotécnica de Campo Grande – MS

A litologia está relacionada à rocha que irá formar o solo, as variações


litológicas são alterações que as rochas sofrem no decorrer do tempo, resultado no
tipo de um solo. Os solos formados por basalto são ricos em argila, possivelmente
pedregosos e ricos em nutrientes como o ferro e o magnésio, já os solos originários
de arenitos têm textura arenosa.
Os dados coletados em laboratório podem servir de exemplo para
demonstrar e comprovar fatores presentes na carta.
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4.2 – ENSAIOS EM LABORATÓRIO

4.2.2 – ANÁLISE DOS ENSAIOS

Determinação do teor de umidade natural do solo em laboratório

A determinação do teor de umidade natural do solo foi calculada usando a


seguinte formula.

𝑀1 − 𝑀2
𝑤=
𝑀2 − 𝑀𝑐

onde:

w = teor de umidade, em %
M1 = massa da cápsula com solo úmido, em g
M2 = massa da cápsula com solo seco, em g
Mc = massa da cápsula, em g

Os dados coletados foram transferidos para a tabela e calculados os


valores.

Tabela 1 - Teor de umidade do solo analisado

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A umidade do solo é definida como a massa de água contida em uma
amostra de solo dividido pela massa de solo seco, pode ser expresso em quilogramas
de água por quilogramas de solo, ou em porcentagem. O ensaio mostra que no solo
existe um teor de 24,10% de água presente na amostra.

Determinação da massa específica aparente in situ, com emprego de cilindro


de cravação

A determinação da massa especifica aparente do solo, foi realizada com o


emprego de um cilindro de cravação. Os dados coletados dentro do laboratório e em
campo serviram para calcular esse valor.
O cálculo da massa foi realizado utilizando a seguinte equação:

(𝑀𝑡 − 𝑀𝑐)
𝜌=
𝑉𝑐

Onde:

𝜌 = massa específica aparente natural do solo in situ, em g/cm³


Mt = massa do cilindro com a amostra úmida, em g
Mc = massa do cilindro, em g
Vc = volume interno do cilindro, em cm³

Os dados coletados foram colocados na seguinte tabela:

Tabela 2 - Medidas do cilindro e massa especifica do solo

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A massa especifica, quando realizada dessa maneira, não é
necessariamente igual á densidade de um corpo formado totalmente dessa
substância. O solo não é maciço, logo em seu interior existem espaços vazios, que
ocupam volume bem maior do que ocuparia se fosse composto.
O processo de coleta do solo deve ser feito com cuidado, desde as
medições do cilindro até o recolhimento da amostra. Seguir as instruções da norma
permitiu executar com sucesso a coleta. As dificuldades se deram apenas no
manuseio do cilindro quando foi extraído do solo, tomando muito cuidado para não
que houvesse perda.
O teor de umidade do solo foi medido para futuros testes.

Determinação da massa específica real dos grãos

A massa especifica real dos grãos foi determinada com a equação abaixo:

𝑀𝑠 . (𝜌𝑤)𝑇
𝜌=
𝑀1 + 𝑀𝑠 − 𝑀2

onde:

s = massa específica real dos grãos, em g/cm³


(w)T = massa específica da água na temperatura do ensaio, em g/cm³
Ms = massa do solo seco, em g
M1 = massa do picnômetro com água, em g
M2 = massa do picnômetro com água e solo, em g

Os dados obtidos pela medição dos equipamentos foram anotados e


transferidos para a tabela abaixo:

Tabela 3 - Dados do solo e massa especifica real


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É importante ressaltar que a Ms deve ser calculada, não pesada. A norma
estipula 60g de solo, mas é necessário calcular o teor de umidade higroscópica, feito
o ensaio em laboratório, só então calcular a Ms e prosseguir com a fórmula.
Uma das dificuldades encontradas nesse experimento, foi retirar todas as
bolhas de ar que se formam, enquanto o picnômetro está no equipamento de vácuo.

Índices físicos

O solo é composto por um grande número de partículas, sendo um conjunto


de elementos com dimensões e formas variadas. Não sendo uma estrutura maciça, o
solo não ocupa todo o espaço que possui o volume estudado, ele apresenta uma parte
porosa, portanto, possui uma quantidade de vazios.

Figura 6 - A figura (a) mostra o solo em seu estado natural e a figura (b) mostra, de forma esquemática, as três fases que
compõem o solo.

Os principais índices utilizados para indicar o estado do solo são a umidade


do solo, índice de vazios, porosidade do solo, grau de saturação, peso especifico real
dos grãos e peso especifico aparente seco do solo.
A tabela a seguir ilustra os significados e valores de cada índice. Cada valor
foi calculado de acordo com as normas e as amostras foram coletadas do mesmo
material.
22
Índice Valor Significado
Umidade 15,53 % Teor de água contida no solo em função do
peso dos sólidos.
Índice de vazios 0,550 Volume de vazios em relação ao volume dos
sólidos
Porosidade 35,48% Volume de vazios em relação ao volume total
Grau de Saturação 73,13% Teor de vazios preenchidos por água
Peso Esp. Real 26,36 kN/m³ Densidade dos grãos sólidos
Peso Esp. Natural 19,30 kN/m³ Densidade do solo in situ
Peso Esp. Aparente 16,76kN/m³ Densidade do solo in situ excluindo o peso da água
Tabela 4 - Resultados do experimento e descrição dos mesmos

Determinação do limite de liquidez e limite de plasticidade

O limite de liquidez ocorre quando o solo adquire o comportamento de um


líquido, a passagem de um estado para o outro é gradual. É possível determinar o LL
de um solo através dos testes feitos em laboratório.
O limite de plasticidade ocorre quando o solo passa do estado plástico para
o estado semissólido, perdendo a capacidade de ser moldado e passa a ser
quebradiço. A mudança de estado é gradual, logo é possível determinar o LP em
função da variação de umidade.

Tabela 5 - Limite de Plasticidade

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O ensaio permite determinar a umidade do solo quando uma amostra
começa a fraturar ao ser moldada. O limite de plasticidade se deu com as médias dos
dados das três capsulas, correspondendo a 26,78%.

Tabela 6 - Limite de Liquidez

O limite de liquidez é definido como o teor de umidade do solo, o padrão


estabelecido pela norma prevê que requer 25 golpes para fechar a ranhura da concha,
no ensaio de Casagrande.
Um gráfico foi feito com os valores do limite de liquidez, sendo o numero
de golpes em função do teor de umidade.

Figura 7 - Gráfico de Limite de Liquidez

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Por definição, o limite de liquidez do solo é o teor de umidade para qual a
ranhura se fecha com 25 golpes. O gráfico aponta que quando o numero de golpes
atinge esse valor, o teor de umidade é de 0,34.

Tabela 7 - Limites de Consistência

Para avaliar a consistência do solo é muito comum utilizar o índice de


plasticidade (IP). Esse índice procura medir a plasticidade do solo, representando a
quantidade de água necessária a acrescentar ao solo para que este passe do estado
plástico para o líquido.
Esse valor é obtido pela diferença entre o LL e o LP, obtendo assim um
valor e comparado com valores de classificação.

IP = 0 Não Plástico
1 < IP < 7 Pouco Plástico
7 < IP < 15 Plasticidade Média
IP > 15 Muito Plástico

O solo apresenta uma plasticidade média, estando entre o intervalo de 7 e


15.

Análise granulométrica

O ensaio de sedimentação é utilizado para determinar a granulometria de


um solo. É um ensaio de caracterização, que em conjunto com o peneiramento,
permite a Análise Granulométrica do solo.
A umidade higroscópica foi calculada utilizando três cápsulas com
amostras, a média entre as três foi calculada e os dados inseridos na tabela abaixo.

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Tabela 8 - Umidade higroscópica do solo

O peneiramento é utilizado para determinação das frações de solo que se


encontram na amostra, sendo classificados de acordo com o diâmetro da peneira. O
procedimento se deu com o peneiramento grosso, sedimentação e peneiramento fino.
Os dados coletados estão nas tabelas abaixo.

Tabela 9 - Peneiramento grosso

O solo não apresentou partículas retidas no peneiramento grosso, sendo


todo o material passante pelas peneiras.

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Tabela 10 - Peneiramento fino

O ensaio de sedimentação é utilizado para partículas mais finas (< 0,075


mm). O experimento relaciona o tamanho da partícula com a velocidade com que ela
sedimenta em um meio líquido. Quando maior a partícula, mais rapidamente ela irá
se depositar no fundo do recipiente utilizado no ensaio.
Alguns dados precisam ser corrigidos antes do resultado final, como a
leitura do densímetro, altura de queda. A inclinação da reta foi retirada do gráfico
cedido pelo laboratório, a tabela abaixo expõe esses dados.

Tabela 11 Valores de correção para sedimentação

Com os dados em mãos foi possível calcular a altura de queda corrigida,


inclinação da reta, diâmetro de porcentagem dos grãos, a tabela abaixo apresenta
esses valores.
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Tabela 12 - Sedimentação e valores corrigidos

Com os dados adquiridos é possível traçar a curva granulométrica.

Figura 8 - Curva granulométrica

Os solos são classificados por diversos fatores como textura, consistências,


forma dos grãos, cor, cheiro, etc. O limite numérico para a classificação se da também

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pelas escalas granulométricas, que separam os grãos por diâmetro das partículas.
Segundo a ABNT, a imagem abaixo exemplifica essas escalas.

Figura 9 - Escala granulométrica, ABNT

Com o gráfico e as escalas, é possível classificar o solo quando ao seu


tamanho, variando de argila até pedregulho. A tabela abaixo contém os valores de
cada partícula.

Tabela 13 - Distribuição de partículas

A distribuição das partículas de acordo com a classificação do solo indica


uma grande parcela de areia, sendo separada entre fina e média. Com base na
distribuição percentual, é possível nomear o solo como Areia Argilo-Siltosa.
Não foi possível classificar o solo quanto ao Coeficiente de curvatura (Cc)
e Coeficiente de desuniformidade (Cnu).

Análise tátil-visual

Outro método de análise consiste em um sistema baseado no tato e na


visão, essa técnica se baseia em alguns testes de classificação.
Para denominar de forma básica a composição de um determinado solo
sem ensaios em laboratório, são necessárias algumas análises prévias em campo.
Em primeiro lugar verifica-se a ocorrência de material estranho no solo, cor e odor, no
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solo coletado não havia material, a cor era avermelhada e não apresentava odores
estranhos.
O teste visual e tátil apresentou um solo áspero ao tato (grãos finos), sem
incidência de pedregulho, com adição de água tem semelhança com de pasta de
sabão.
No teste de sujar as mãos, a areia saiu facilmente e em placas, uma parte
do solo saiu sem precisar esfregar, o que sobrou precisou ser esfregado com mais
força.
A fragmentação do solo submerso apresentou rápida desagregação.
Já a resistência a seco o solo se rompe com facilidade, usando apenas a
força dos dedos.
Na dispersão em água, em 30 segundos, 70% do solo já estava no fundo
da proveta e em 60 segundos a água estava praticamente limpa.
A água intersticial (Shaking teste) apresentou uma variação entre 13-15
batidas, a água mina do solo e após modelar a amostra novamente a água desaparece
rapidamente.
A partir dos ensaios o solo apresenta grande quantidade de areia,
comprovado pelo teste de resistência seco, tátil e submersão em água; Argila,
verificado no teste de sujar as mãos; silte constatado pelo ensaio de dispersão em
água.
Os testes se complementam, apresentando características semelhantes,
sendo mais preciso o ensaio de análise granulométrica. Mas em campo é possível
utilizar o táctil-visual para uma análise mais pratica.

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5- CONCLUSÃO

A caracterização de um solo leva em consideração fatores como textura,


composição granulométrica, cor, cheiro entre outros aspectos.
O solo coletado, localizado no Bairro Batistão na Cidade de Campo Grande
- MS, de acordo com os dados teóricos e práticos deste trabalho se trata de uma Areia
Argilo-Siltosa. Portanto um solo grosso, onde mais de 50% dos grãos são visíveis a
olho nu. Conclui-se também que já na análise tátil-visual foi possível prever a maior
quantidade de areia se comparados com a argila e o silte.
A grande característica dos solos arenosos é a não coesão entre os grãos
de areia, tornando-os assim mais suscetíveis ao recalque se extrapolados as tensões
admissíveis deste solo. Um exemplo deste fato são os famosos edifícios inclinados na
cidade de Santos-SP.
Comparando os resultados obtidos no trabalho com os dados disponíveis
na Carta Geotécnica sobre o local, onde diz que se trata de um Latossolo vermelho
escuro de textura média, podemos perceber uma breve variação contanto que o solo
analisado possui uma textura argilosa (> 35% de argila).
Por fim este trabalho proporcionou ao grupo construir um grande
conhecimento relacionado a disciplina de mecânica dos solos.

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REFERÊNCIAS

- NBR 7181 – ABNT – “Solo – Análise granulométrica”

- NBR 7180 - ABNT – “Determinação do Limite de Plasticidade”

- NBR 5734 – ABNT – “Peneiras para ensaio –Especificação”

- NBR 6457 – ABNT – “Amostras de Solo – Preparação para Ensaios de Compactação


e Ensaios de Caracterização”.

- NBR 9813 – ABNT – “Determinação da massa específica aparente in situ, com


emprego de cilindro de cravação”.

- NBR 6508 – ABNT – “Massa Específica dos Sólidos.”

ALMEIDA, João Guilherme Rassi. Análise Granulométrica: Goiás: Slide, 2012. Color.

CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos Solos e suas aplicações: Fundamentos. 6. ed.
Rio de Janeiro, Rj: Ltc, 1988.

FORMAÇÃO do Solo. Disponível em:


<https://www.embrapa.br/solos/sibcs/formacao-do-solo>. Acesso em: 08 jun. 2018.

EMBRAPA. SIBICS. Disponível em: <https://www.embrapa.br/solos/sibcs>. Acesso


em: 08 jun. 2018.

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