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SUMÁRIO DA AULA

1. DISPOSIÇÕES GERAIS - DESPACHO ADUANEIRO . 2

1.1. Disposições Gerais - Despacho de Importação 3

1.2. Locais de Realização do Despacho 9

1.3. Modalidades de Despacho 9

1.4. Espécies de Declaração de Importação 13

1.5. Etapas do Despacho de Importação 19

1.6. Registro da DI 20

1.7. Controles Prévios ao Registro da DI 22

1.8. Verificação da Mercadoria pelo Importador 26

1.9. Documentos de Instrução do Despacho 28

1.10. Seleção Parametrizada 38

1.11. Recepção de Documentos 45

1.12. Distribuição para Conferência 45

1.13. Conferência Aduaneira 46

1.14. Verificação da Mercadoria 50

1.15. Retificação da DI 58

1.16. Aplicação de Procedimento Especial de Controle Aduaneiro 61

1.17. Interrupção do Despacho 62

1.18. Locais de Realização da Conferência 66

1.19. Entrega Antecipada 67

1.20. Desembaraço Aduaneiro 70

1.21. Cancelamento da Declaração de Importação 79

1.22. Fluxo do Despacho de Importação (Resumo) 82

2. REVISÃO ADUANEIRA 85

3. LANÇAMENTO DOS IMPOSTOS INCIDENTES NA IMPORTAÇÃO 86

4. DESPACHO ADUANEIRO EXPRESSO - LINHA A Z U L 87

5. LISTA DE Q U E S T Õ E S 89

6. GABARITO 107
1. DISPOSIÇÕES GERAIS - DESPACHO ADUANEIRO

O assunto "Despacho Aduaneiro'' foi contemplado no edital de auditor-


fiscal nas modalidades de importação e de exportação conjuntamente no
tópico 11. Por questões didáticas, trataremos de importação e de
exportação separadamente, um em cada aula.
Mas o que é despacho aduaneiro? A atividade aduaneira dos países,
dependendo da política externa de cada um e de suas estruturas político-
administrativas, pode estar atrelada não somente à arrecadação, como
também à regulação econômica e a proteção da sociedade. Considerando os
acordos comerciais vigentes e a tendência à queda das barreiras tarifárias, a
administração aduaneira passa, cada vez mais, a assumir outros papéis, além
da função arrecadatória, como defesa da concorrência e proteção à sociedade.
Como assim proteção à sociedade? E o tráfico de drogas? A droga não entra
e sai do país e a aduana não está ali para verificar tudo o que entra e sai? E o
que o despacho tem a ver com isso tudo?
Quando um importador quer trazer uma mercadoria do exterior para o
Brasil, ou quando o exportador quer remeter uma mercadoria para fora do
País, os interessados não podem fazer isso sem controle algum, não é mesmo?
Aliás, toda essa matéria de legislação que estamos estudando gira em torno
do controle aduaneiro que o governo (no caso específico a Receita Federal)
faz em cima de mercadorias que entram ou saem do País.
Pois é. Então, para fazer a coisa de forma regular, há necessidade de um
procedimento previsto em norma, uma burocracia, diriam alguns, necessário
para "liberar" (autorizar) a operação pretendida de importação ou de
exportação. Enfim, o despacho é a sequência de atos onde a operação (de
importação ou de exportação) é apresentada (registrada) pelo interessado
(importador ou exportador) à autoridade aduaneira, que então verificará se os
documentos e a mercadoria apresentada estão de acordo com a legislação
específica.
Nesse sentido, vê-se que o despacho aduaneiro exerce papel
fundamental no controle aduaneiro, que não se limita à verificação do
recolhimento de tributos nas transações com o exterior, servindo também em
prol da proteção da sociedade, da defesa da concorrência e da competitividade
da atividade empresarial. A ideia é que, com o trabalho de fiscalização
aduaneira combatendo os ilícitos no comércio exterior, o governo impeça (ou
dificulte) as empresas que procuram se beneficiar indevidamente das
operações de importação ou de exportação, não só declarando imposto a
menor, mas também importando mercadoria falsificada, ou remetendo divisas
ilegalmente para o exterior. É o caráter extrafiscal do controle aduaneiro.
O despacho é processado com base em declaração apresentada pelo
interessado (importador ou exportador), sendo na maioria dos casos
registrada no Siscomex.
1.1. Disposições Gerais - Despacho de Importação

Os dispositivos sobre o despacho de importação estão previstos no


Regulamento Aduaneiro - RA (Decreto 6.759/2009), e mais especificamente,
na Instrução Normativa SRF 680/2006. Quando nos referirmos a um artigo
nessa aula genericamente, estaremos falando do Regulamento Aduaneiro.
Conforme o art. 542 do RA, Despacho de importação é o
procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados
declarados pelo importador em relação à mercadoria importada, aos
documentos apresentados e à legislação específica.
Mas afinal, quais as mercadorias que devem ser submetidas a despacho
de importação? A resposta é, como regra geral: TODAS as procedentes do
exterior.
Veja o que diz o artigo 543 do RA: Toda mercadoria procedente do
exterior, importada a título definitivo ou não, sujeita ou não ao
pagamento do imposto de importação, deverá ser submetida a despacho
de importação, que será realizado com base em declaração apresentada à
unidade aduaneira sob cujo controle estiver a mercadoria.
Vejamos alguns pontos desse artigo em relação à mercadoria que deve
ser submetida a despacho.
- Importada a título definitivo ou não: uma mercadoria pode ser
importada para consumo no país, situação na qual a mercadoria será
incorporada à economia nacional (nacionalizada). Trata-se de importação
definitiva. É o caso, por exemplo, de mercadoria adquirida para revenda ou
para uso da empresa. O despacho de importação é obrigatório. Por outro lado,
temos o caso, por exemplo, de uma importação onde a mercadoria vem ao
País para participação em evento esportivo, devendo retornar ao exterior após
o evento. É o caso de regime especial de uma admissão temporária (a ser
visto em aula própria). Trata-se de importação não definitiva, mas o
despacho de importação é obrigatório da mesma forma. Aparelhos e
equipamentos importados que venham ao país para as Olimpíadas de 2016,
apenas para participar do evento, retornando em seguida, deverão ser
submetidos a despacho na entrada (importação a título não definitivo).
- sujeita ou não ao pagamento do imposto de importação: em um
primeiro momento, poderia se pensar que, se não paga imposto, está
dispensada de despacho. Mas o pensamento deve ser exatamente o oposto!
Se não há imposto a pagar, da mesma forma a mercadoria deve ser
submetida a despacho, até para que a autoridade possa verificar se todas as
condições foram cumpridas para o não pagamento do tributo.
Serão submetidas a despacho de importação ainda mercadorias que, após
terem sido submetidas a despacho de exportação, retornem ao País ou
permaneçam no País em caráter definitivo ou temporário (IN/SRF
680/2006, art 1 o , §1°). Como assim? As mercadorias nacionais que forem
exportadas e saírem do País, ao retornarem, terão de ser submetidas a
despacho. Até aí nenhuma novidade, já que toda mercadoria procedente do
exterior tem que ser submetida a despacho de importação. Aliás, mesmo que
a exportação tenha sido temporária (ex: mercadoria enviada ao exterior
para conserto), no seu retorno, que é conhecido como reimportação (retorno
ao País de mercadoria exportada a título não definitivo), terá de ser submetida
a despacho de importação.
O segundo caso acima é bem interessante. Uma mercadoria pode ser
exportada, mas não sair fisicamente do País. Trata-se de procedimento
previsto pela legislação (art. 233 do RA) e conhecido como "exportação sem
saída do território aduaneiro''. Cuidado para não confundir com exportação
"fictícia", que caracterizaria uma fraude no comércio exterior. Bom, a
mercadoria exportada legalmente que não saiu fisicamente do País pode vir a
ser posteriormente importada, mesmo que em caráter não definitivo. E nesse
caso, terá de ser submetida a despacho de importação, sem que tenha saído
do País.
Imagine uma empresa (A) que deseja importar uma mercadoria,
mediante aluguel, amparada pelo regime de admissão temporária (a ser
visto em detalhes em outra aula). O caso normal é ela procurar, no exterior,
um fornecedor para alugar a mercadoria para ela.
Mas há outra possibilidade: aparece um fabricante nacional (B)
interessado no negócio. Ele quer exportar sua mercadoria para obter
determinado benefício (ex: isenção de tributos na venda). Ele poderia, então,
remeter sua mercadoria ao exterior, vendendo-o a uma empresa estrangeira
(C), que depois mandaria a mercadoria de volta ao Brasil para ser alugada e
admitida temporariamente (importada) pela empresa A.
Aí o governo pensou: ora, que desperdício de dinheiro! Já que você
(empresa B) vai vender essa mercadoria para um estrangeiro (C), que depois
mandará o bem de volta ao País para ser importado por uma empresa
brasileira (A), vamos permitir que você (B), desde que comprove a venda ao
exterior, mantenha a mercadoria fisicamente no País, que no final das contas
será destinada a uma empresa nacional (A), mediante admissão
temporária. Isso é chamado de exportação sem saída do território
nacional. O bem foi vendido a uma empresa estrangeira, mas não saiu do
País fisicamente.
E o que isso tem a ver com despacho de importação? É que a
mercadoria que foi exportada sem saída, para ser importada depois em
admissão temporária, deve ser submetida a despacho (de importação),
mesmo não procedendo do exterior.

Submetem-se ainda a despacho de importação:


- mercadorias que tenham sido exportadas e retornem ao País por
fatores alheios à vontade do exportador, como: enviadas ao exterior e
não vendidas no prazo; devolvidas por defeito técnico; por motivo de guerra
ou de modificação na sistemática de importação no País importador (incisos I
a V do art. 70 do RA). Assim, por exemplo, uma mercadoria foi vendida ao
exterior, embarcou e foi concluída a exportação. Se por motivos alheios à
vontade do exportador essa mercadoria retorne ao País, também terá de ser
submetida a despacho de importação, OK?
- Mercadorias de origem estrangeira que venham a ser submetidas
a outro regime aduaneiro especial ou despachadas para consumo
(IN/SRF 680/2006, art 1o, § 2 o ). Ora, a mercadoria que ingressar no País para
participar de uma feira, por exemplo, será submetida a despacho de
importação para admissão temporária na entrada, certo? Posteriormente, essa
mercadoria pode vir a ser transferida para outro regime especial (ex:
entreposto aduaneiro na importação) ou nacionalizada (despacho para
consumo). O que a norma está dizendo é que, em ambos os casos, terá de ser
submetida a (novo) despacho. Perceberam? A mesma mercadoria foi
submetida a um despacho quando ingressou no País (admissão temporária) e
posteriormente a um novo despacho (para consumo ou para admissão em
outro regime) quando já se encontrava em território nacional.
Afinal de contas, quando é que não há despacho de importação? Vejam a
(única) exceção:
Fica dispensada de despacho de importação a entrada, no País, de
mala diplomática.
O que é isso? Mala diplomática é o volume que contem tão-somente
documentos diplomáticos e objetos destinados a uso oficial. Ela deve
conter sinais exteriores visíveis que indiquem seu caráter e ser entregue
a pessoa formalmente credenciada pela Missão Diplomática, conhecida
como correio diplomático.
Assim, sendo mala diplomática, o tratamento é diferente. Como regra,
não poderá ser aberta. Mas se houver a denúncia, a RFB pede para abrir. Se
o representante do Estado estrangeiro se recusar a abrir, o volume terá que
ser devolvido à origem, devendo ser notificado o MRE (isso está previsto na
IN/SRF 338/2003).
A mala consular, da mesma forma, também está dispensada de
despacho.
Por favor, não confundam a mala diplomática com a "mala do
diplomata"!!! A mala diplomática é a que contém documentos oficiais, e
deve estar identificada externamente como tal. A "mala do diplomata" (olha o
duplo sentido aí) seria a bagagem do diplomata, que também tem
tratamento especial, mas não está dispensada formalmente de despacho. Diz
o art. 567 do RA que a bagagem dos integrantes das missões
diplomáticas e consulares de caráter permanente não está sujeita a
verificação, salvo se existirem fundadas razões para se supor que contenha
bens de importação proibida ou destinados a uso diverso do previsto nas
respectivas Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e Consulares".
Então, como regra, todas as importações estão sujeitas a
despacho, com excecão da mala diplomática e consular.
E também como regra, os despachos devem ser registrados no Siscomex,
com exceções. Uma delas é o despacho de urna funerária (sim, isso tem
que estar previsto). O despacho de importação de urna funerária será
realizado em caráter prioritário e mediante rito sumário, logo após a sua
descarga, com base no respectivo conhecimento de carga (veremos esse
conceito adiante) ou em documento de efeito equivalente, ou seja, há
despacho de importação, mas não com base em declaração de importação
(DI), mas apenas com base no conhecimento de carga e manifestação da
autoridade sanitária. Mas atenção, uma importação de caixões (novos e
vazios) para revenda não será realizada em caráter prioritário coisa nenhuma!
Para que o despacho da urna seja realizado em caráter prioritário, rito
sumário, e com base em conhecimento de carga, é necessário que a urna
contenha restos mortais.
O despacho de importação será processado, como regra, no
Siscomex. Mas há exceções, conforme a natureza da mercadoria ou da
operação, bem como a qualidade do importador, situações especiais onde o
despacho pode ser simplificado, com ou sem registro no sistema.
Veremos as espécies de declaração, com ou sem registro no Siscomex.

Obrigatório para mercadoria que


proceda do exterior e ingresse no
País, incluindo:
Despacho de
Importação - importação definitiva ou não
- com ou sem pagamento do II
- exportada e que retorne ao País
- exportada sem sair do País e que venha
a ser importada
- reimportada
- transferida de um regime aduaneiro
especial para outro
- despachada para consumo após
admissão prévia em regime especial
Regra Geral: Despacho de importação
obrigatório para mercadorias
procedentes do exterior
Não confunda!
Dispensa de despacho: mala
diplomática e consular

Regra Geral: Despacho no Siscomex


Uma das exceções: urna funerária
(com base em conhecimento de carga,
em caráter prioritário e rito sumário)

Praticando ///
Questão 1. (do autor) Estarão sujeita a despacho de importação,
com exceção de:
a. Mercadorias reimportadas
b. Mercadorias admitidas em regime especial de admissão temporária
quando retornarem ao exterior
c. Mercadorias importadas com isenção
d. Mercadorias para reforma do prédio do Consulado Geral dos Estados
Unidos na cidade do Rio de Janeiro
e. Urna funerária contendo restos mortais

Comentário:
Trata-se de uma pegadinha. Se a mercadoria está admitida em regime
especial de admissão temporária, o seu retorno ao exterior deve ser amparado
por despacho de exportação, e não de importação. E mais, a operação de
retorno ao exterior de mercadoria importada a título não definitivo é conhecida
como reexportação. Na letra D ninguém pensou que poderia ser mala
diplomática, não é mesmo? Lembrem-se de que, para ser mala diplomática
teria que conter tão somente documentos diplomáticos e objetos de uso
oficial. Na letra E, o despacho para urna funerária existe (não é dispensado),
só que ocorre em caráter prioritário e mediante rito sumário (com base em
conhecimento de carga).
Resposta: Letra B

Questão 2. (AFRF/2002-1) Estão dispensadas de despacho


aduaneiro de importação:

a) mercadorias que tendo sido exportadas em regime de consignação retornem


ao País.
b) mercadorias que tendo sido exportadas são devolvidas ao País para efeitos
de reparo ou restauração.
c) mercadorias que tendo sido exportadas são devolvidas ao País por motivo
de guerra ou calamidade pública.
d) malas diplomáticas, sempre que contenham sinais exteriores visíveis que
indiquem seu caráter e que sejam entregues a pessoa formalmente
credenciada por Missão Diplomática.
e) mercadorias que tendo sido exportadas são devolvidas ao País por fatores
alheios à vontade do exportador, devidamente comprovados por laudo pericial
firmado por autoridade competente.

Comentário

Mala diplomática é o único caso previsto no RA de dispensa de


despacho de importação, desde que esteja identificada como tal e que seja
entregue a pessoa designada para tal (correio diplomático).

Resposta: Letra D

Questão 3. (CESPE/Correios/2011) Julgue o item a seguir. O


despacho aduaneiro consiste na verificação da exatidão dos dados
declarados pelo importador em relação à mercadoria importada, aos
documentos apresentados e à legislação aplicável; seu objetivo é o
desembaraço aduaneiro da mercadoria:

Comentário:

Vejam. Conforme art. 542 do RA: "Despacho de importação é o procedimento


mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador
em relação à mercadoria importada, aos documentos apresentados e à
legislação específica". Na segunda parte da assertiva, consta que "seu objetivo
é o desembaraço aduaneiro da mercadoria". Isso constava no regulamento
anterior (Decreto 4.543/2002), mas não consta mais na definição de despacho
no Regulamento vigente (Decreto 6.759/2009).

Resposta: Certa, com ressalvas

Questão 4. (AFTN/98) O despacho aduaneiro de importação é


procedimento fiscal ao qual está/estão sujeita(s):
a) apenas as mercadorias que venham a ser redestinadas para outro
regime aduaneiro
b) apenas a mercadoria que, após submetida a despacho aduaneiro de
exportação, retorne ao País
c) apenas as mercadorias importadas a título definitivo
d) apenas as mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus, à Amazônia
Ocidental e à Área de Livre-Comércio
e) todas as mercadorias que ingressem no País, importadas a título
definitivo ou não

Comentário

Pela leitura do art. 542 do RA e do art. 1o da IN/SRF 680/2006,


depreende-se que todas as mercadorias procedentes do exterior estão sujeitas
a despacho, incluindo (mas não apenas):

- as transferidas para outro regime especial ou aplicado em área especial


- o retorno ao País de mercadoria exportada
- mercadorias importadas a título definitivo ou não
- mercadorias destinadas à ZFM, AMO e ALC

Resposta: Letra E

1.2. Locais de Realização do Despacho

O despacho de importação poderá ser efetuado em zona primária


ou em zona secundária. Creio que os conceitos de zona primária e zona
secundária foram vistos em aula própria. Assim, uma carga trazida do exterior
para o Rio de Janeiro pode ter o seu despacho realizado no próprio Porto do
Rio de Janeiro. Nesse caso, o despacho seria realizado junto a uma equipe da
Receita Federal que jurisdicione o Porto do Rio, na zona primária.

Se o importador preferir, pode levar sua carga para o Porto Seco de São
Cristóvão, por exemplo (também já viram esse conceito na aula inaugural,
certo?) e lá apresentá-la para despacho. Nesse caso, o despacho ocorrerá em
zona secundária. E será acompanhado por uma equipe da Receita Federal
que jurisdicione o Porto Seco.

1.3. Modalidades de Despacho

Conforme o art 2 o da IN/SRF 680/2006, o despacho de importação


compreende duas modalidades básicas:

I) Despacho para Consumo: quando as mercadorias ingressadas no


País forem destinadas a uso no país. Esse "uso" pode ser
considerado como consumo próprio, revenda ou mesmo
destinação para produção, como insumos, matérias-primas, bens
de produção e produtos intermediários. A mercadoria a ser
despachada para consumo é aquela nacionalizada (importação
definitiva), ou seja, incorporada à economia nacional (sua
propriedade foi transferida para pessoa sediada no País).

II) Despacho para admissão em regime aduaneiro especial ou


aplicado em áreas especiais: é o caso de bens provenientes do
exterior, que devam permanecer no País por prazo certo, para
cumprir determinada finalidade, e que ficam com tributos suspensos
até a extinção da aplicação do regime. Por exemplo, aplica-se às
mercadorias a serem admitidas temporariamente.

São ainda considerados como despacho para consumo, a


mercadoria (IN/SRF 680/2006, art 2°):

a) ingressada no País sob o regime aduaneiro especial de drawback


(a ser visto em aula própria)

b) destinada à Zona Franca de Manaus (ZFM), Amazônia Ocidental


(AMO) ou Área de Livre Comércio (ALC).

c) contida em remessa postal internacional (RPI) ou expressa ou,


ainda, conduzida por viajante, se aplicado o regime de
importação comum.

d) admitida em regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas


especiais, que venha a ser posteriormente submetida ao regime
comum de importação.

Vejam um exemplo da letra d acima. Um tear é trazido do exterior para


uma feira de tecidos e máquinas em São Paulo. Ao entrar no País, o
equipamento é submetido a despacho na modalidade de despacho de
admissão. A mercadoria é submetida ao regime de admissão temporária,
ficando com tributos suspensos, por prazo certo, para participar da feira. Só
que a mercadoria é vendida na feira para uma empresa brasileira. Assim,
haverá necessidade de um segundo despacho para essa mercadoria. Esse
segundo despacho será de consumo, quando os tributos serão pagos e a
mercadoria será nacionalizada.

Ainda sobre esse assunto, uma consideração importante e delicada. Por


que existem essas modalidades de despacho de admissão e de consumo? O
despacho para consumo é aquele referente à importação definitiva, ou
seja, o importador, como regra, paga os tributos, e após o desembaraço não
precisa cumprir mais condições. E a Receita também não fica controlando o
regime. A exceção clássica, que a ESAF adora cobrar em prova, está na letra a
acima. É o regime de drawback (o drawback, assim como todos os regimes
especiais, são tratados em aula própria), onde a mercadoria é submetida a um
regime especial, mas o despacho é para consumo.

Para as mercadorias que ingressem na Zona Franca de Manaus (ZFM),


Amazônia Ocidental ou Área de Livre Comércio, quando o importador solicitar o
benefício fiscal aplicável nas áreas especiais, é o caso do despacho de
admissão previsto no item II acima. Por outro lado, a mercadoria entrada na
Zona Franca não amparada pelo benefício fiscal pertinente, será submetida a
um despacho para consumo (letra b acima). É o caso, por exemplo, de
importação de armas e munições, mercadorias que não gozam dos benefícios
fiscais previstos para o regime ZFM.

A mercadoria que entra na Zona Franca de Manaus gozando dos


benefícios e posteriormente é destinada ao restante do território nacional
(procedimento esse conhecido como internação) deve ser objeto de controle
especial. Por que isso? Porque os benefícios da ZFM foram criados com o
objetivo de se desenvolver a região. Assim, a ideia é que as mercadorias
importadas com benefício fiscal sejam utilizadas naquela região. Se a
mercadoria entrar por lá somente para auferir benefício fiscal e depois sair
para o restante do País sem nenhum tipo de controle não teria cabimento, não
é mesmo? Seria uma maneira de o importador fraudador utilizar a ZFM para
obter benefício fiscal para suas mercadorias não destinadas àquela região.

E para a nossa aula de despacho o que devemos saber? Na norma


anterior (IN/SRF 206/2002, revogada pela IN/SRF 680/2006), o despacho de
internação era considerado como modalidade de despacho de importação. Na
norma atual (IN/SRF 680/2006, art. 2 o ), só há duas modalidades de
despacho de importação previstas (consumo e admissão). O procedimento
de internação passou a ser regido por outra norma (IN/SRF 242/2002). Assim,
o despacho de internação, pela IN/SRF 680/2006, não é mais considerado
como modalidade de despacho de importação, consistindo de um procedimento
de controle sobre mercadorias que saiam da ZFM para o restante do território
nacional, devido ao benefício fiscal auferido quando da entrada das
mercadorias no País.

Questão 5. (CESPE/Correios/2011) Julgue o item a seguir. O


despacho aduaneiro de importação ocorre sob as modalidades de
despacho para consumo, admissão e internação, sendo a
modalidade definida de acordo com o tipo de regime aduaneiro
aplicado à mercadoria em questão.
Comentário:

Como eu falei na aula, a IN/SRF 680/2006 não coloca mais o despacho


de internação como modalidade de despacho de importação. Havia essa
previsão na revogada IN/SRF 206/2002. Trata-se de despacho de controle
para as mercadorias saídas da ZFM, em função dos tributos que deixaram de
ser recolhidos quando da entrada da mercadoria na ZFM, regido pela IN/SRF
242/2002. O gabarito definitivo foi dado como certo, mas entendo que cabia
recurso.

Vejam o que diz o artigo:

Art. 2o. O despacho aduaneiro de importação compreende:


I - despacho para consumo, inclusive da mercadoria:
a) ingressada no País com o benefício de drawback;
b) destinada à ZFM, à Amazônia Ocidental ou a ALC;
c) contida em remessa postal internacional ou expressa ou, ainda,
conduzida por viajante, se aplicado o regime de importação comum; e
d) admitida em regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais,
na forma do disposto no inciso II, que venha a ser submetida ao regime
comum de importação; e
II - despacho para admissão em regime aduaneiro especial ou aplicado
em áreas especiais, de mercadoria que ingresse no País nessa condição.

Resposta: O Gabarito deu como Certa, mas cabia recurso.

Uma outra classificação de despacho, quanto ao momento do registro e


da entrega da carga ao importador seria a seguinte:

I) Despacho Normal: o registro da declaração de importação deve


ser realizado após a chegada da mercadoria no recinto alfandegado
de zona primária ou secundária onde será processado o despacho de
importação. Essa á a regra geral! Primeiro a carga chega ao País,
dá entrada em recinto alfandegado, e depois é providenciado o
despacho pelo importador. Após o despacho (desembaraço
aduaneiro), a mercadoria é entregue ao importador. Assim, como
regra, o despacho de importação se inicia após a chegada da
carga no País.

II) Despacho antecipado: quando, em situações especiais, o


despacho é iniciado antes da chegada da carga ao País (IN/SRF
680/2006, art. 17). É o caso, por exemplo, de mercadoria
transportada a granel; mercadoria inflamável, corrosiva; papel para
a impressão de livros, jornais e periódicos; plantas, animais vivos
frutas frescas e outros perecíveis; importação de órgãos da
administração pública; mercadoria transportada por via terrestre,
fluvial ou lacustre.

Nos casos acima, vê-se que determinadas situações exigem


celeridade no despacho. Por isso a legislação prevê a hipótese de
início do despacho antes da chegada da carga ao País.

III) Despacho com Entrega Fracionada: é permitido para


mercadorias transportadas por via terrestre quando, em razão do
volume ou peso da mercadoria, o transporte não possa ser realizado
por apenas um veículo. Nesse caso a mercadoria é entregue em
lotes, à medida que forem sendo apresentados, antes de
concluído o despacho (IN/SRF 680/2006, art. 61).

É o caso, por exemplo de uma importação de uma máquina da


Argentina que venha desmontada e tenha que ser alocada em
diversos caminhões, por não caber tudo em um só.

Resumindo:

- Regra geral: Chega a carga, depois registra a DI


- Despacho antecipado (exceção): registra a DI antes
da chegada da carga.

1.4. Espécies de Declaração de Importação

Conforme o art. 551 do RA, a declaração de importação é o


documento base do despacho de importação. Ela deve conter a
identificação do importador, a classificação, o valor aduaneiro e a origem da
mercadoria, além de outras informações, definidas pela RFB. O Regulamento
abriu ainda a possibilidade de que a RFB estabeleça diferentes tipos de
declaração de importação, apropriados à natureza dos despachos, ou a
situações específicas em relação à mercadoria, ou ao seu tratamento
tributário.

A modalidade clássica de declaração é a Declaração de Importação


(DI), registrada no Siscomex. No Siscomex, há diversos tipos de DI, para
que o importador selecione a modalidade adequada no momento do registro,
como é o caso de declaração para consumo; para admissão em regime
especial; para nacionalização de admissão temporária; para nacionalização de
entreposto aduaneiro; e outras, conforme previsto no sistema.

Além da Declaração de Importação (DI), registrada no Siscomex, a


legislação prevê outras espécies de declaração de despacho de importação.
Essas declarações são aplicáveis em casos específicos e têm como objetivo
promover a simplificação do despacho. São elas:

- Declaração Simplificada de Importação (DSI), com registro no


Siscomex, conhecida como DSI eletrônica (IN/SRF 611/2006)

- DSI em formulário, conhecida como DSI papel (IN/SRF 611/2006)

E agora, a pergunta: quando se utiliza DI, DSI-eletrônica ou DSI-


formulário? Ora, garanto para vocês que nenhum auditor ou analista sabe de
cabeça a lista de casos onde é possível o registro de DSI papel ou de DSI
eletrônica (no Siscomex). Os casos onde se pode utilizar DSI, assim como o
fluxo do despacho simplificado, estão previstos em outra norma, a IN/SRF
611/2006. É impossível decorar tudo aquilo. Tal norma acoberta declarações
simplificadas para importação e exportação (DSI e DSE). Vejam:

"Art 1o. Os despachos aduaneiros de importação e de exportação, nas situações


estabelecidas nesta Instrução Normativa, poderão ser processados com base em
declaração simplificada."

Perceberam? Os despachos poderão ser processados em DSI nos casos


relacionados na norma. Isso significa que, pela regra, quem pode o mais pode
o menos. A utilização de DSI é, para a norma, opcional, quando se tratar dos
casos simplificados previstos na norma. E que casos são esses?

Para DSI eletrônica, a norma prevê:

"Art. 3º A DSI apresentada de conformidade com o estabelecido no caput do art. 2º poderá ser
utilizada no despacho aduaneiro de bens:
I - importados por pessoa física, com ou sem cobertura cambial, em quantidade e freqüência
que não caracterize destinação comercial, cujo valor não ultrapasse US$ 3,000.00 (três mil
dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda;
II - importados por pessoa jurídica, com ou sem cobertura cambial, cujo valor não ultrapasse
US$ 3,000.00 (três mil dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra
moeda;
III - recebidos, a título de doação, de governo ou organismo estrangeiro por:
a) órgão ou entidade integrante da administração pública direta, autárquica ou fundacional, de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; ou
b) instituição de assistência social;
IV - submetidos ao regime de admissão temporária, nas hipóteses previstas no art. 4ºdá instrução
Normativa SRF n 0 285. de 14 de janeiro de 2003 .*

V - reimportados no mesmo estado ou após conserto, reparo ou restauração no exterior, em


cumprimento do regime de exportação temporária; e
VI - que retornem ao País em virtude de:
a) não efetivação da venda no prazo autorizado, quando enviados ao exterior em consignação;
b) defeito técnico, para reparo ou substituição;
c) alteração nas normas aplicáveis à importação do país importador; ou
d) guerra ou calamidade pública;
VII - contidos em remessa postal internacional cujo valor não ultrapasse US$ 3,000.00 (três mil
dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda;
VIII - contidos em encomenda aérea internacional cujo valor não ultrapasse US$ 3,000.00 (três
mil dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda, transportada
por empresa de transporte internacional expresso porta a porta, nas seguintes situações:
a) a serem submetidos ao regime de admissão temporária, nas hipóteses de que trata o inciso
IV deste artigo;
b) reimportados, nas hipóteses de que trata o inciso V deste artigo;
c) a serem objeto de reconhecimento de isenção ou de não incidência de impostos; ou
d) destinados a revenda;
IX - integrantes de bagagem desacompanhada;
X - importados para utilização na Zona Franca de Manaus (ZFM) com os benefícios do
Decreto-Lei n-288, de 28 de fevereiro de 1967, quando submetidos a despacho aduaneiro de
internação para o restante do território nacional, até o limite de US$ 3,000.00 (três mil dólares
dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda;
XI - industrializados na ZFM com os benefícios do Decreto-Lei n-288, de 1967, quando
submetidos a despacho aduaneiro de internação para o restante do território nacional, até o
limite de US$ 3,000.00 (três mil dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em
outra moeda;
XII - importados para utilização na ZFM ou industrializados nessa área incentivada, com os
benefícios do Decreto-Lei n-288, de 1967, quando submetidos a despacho aduaneiro de
internação por pessoa física, sem finalidade comercial; ou
XIII - importados com isenção, com ou sem cobertura cambial, pelo Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) ou por cientistas, pesquisadores ou
entidades sem fins lucrativos, devidamente credenciados pelo referido Conselho, em
quantidade ou freqüência que não revele destinação comercial, até o limite de US$ 10.000,00
(dez mil dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda."

Algumas observações.

O inciso IV ainda faz menção à IN/SRF 285/2003, que normatizava o


regime de admissão temporária, mas esta já foi revogada e substituída pela
IN/RFB 1.361/2013.

O conceito de "cobertura cambial" era definido em normas do Bacen. A


última norma do Bacen que continha a definição de "com ou sem cobertura
cambial" basicamente se referia a uma importação com cobertura cambial
quando havia um pagamento da importação mediante uma transferência
para o exterior (Circular Bacen 3.454/2009). Entende-se que esse
pagamento seria referente a uma compra.

Assim, por exemplo, uma admissão temporária (assunto de aula futura)


só pode ser concedida quando a operação é sem cobertura cambial. Isso é o
que o nosso RA prevê. O que significaria isso? Que a mercadoria que está
sendo admitida temporariamente no País não pode estar vindo amparada por
uma compra.

O problema é que a referida norma do Bacen foi revogada, e não houve


nova definição do conceito de cobertura cambial. Nas normas da RFB onde
aparece esse termo, normalmente, a cobertura cambial se refere a uma
compra.

Assim, enquanto não houver nova norma a respeito, interpretamos o


termo "com cobertura cambial" como COMPRA, e o "sem cobertura cambial"
como NÃO COMPRA.

Para DSI fomulário, a norma prevê:

"Art. 4o. Poderão ser utilizados os formulários de Declaração Simplificada de Importação


(DSI), Folha Suplementar e Demonstrativo de Cálculo dos Tributos, nos modelos
constantes respectivamente dos Anexos II a IV desta Instrução Normativa ou, alternativamente,
esses mesmos formulários no formato de planilha eletrônica, disponibilizada no sítio da RFB
na Internet no endereço http://www.receita.fazenda.gov.br, instruídos com os documentos
próprios para cada caso, quando se tratar do despacho aduaneiro de: (Redação dada pela
Instrução Normativa RFB n° 1.456, de 10 de março de 2014):
I - amostras sem valor comercial;
II - livros, jornais, periódicos, documentos, folhetos, catálogos, manuais e publicações
semelhantes, inclusive gravados em meio magnético, importados sem finalidade comercial,
desde que não estejam sujeitos ao pagamento de tributos; (Redação dada oela IN RFB n° 908. de 9 de janeiro de
2009)

III - outros bens importados por pessoa física, sem finalidade comercial, de valor não superior a
US$ 500.00 (quinhentos dólares dos Estados Unidos da América); (Redação dada pela IN RFB N°
646. de 12 de maio de 2008.)

IV - bens importados ou industrializados na ZFM com os benefícios do Decreto-Lei n-288, de


1967, cujo valor não ultrapasse o limite de US$ 500.00 (quinhentos dólares dos Estados
Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda, submetidos a despacho aduaneiro de
internação por pessoa física;
V—veículos, de viajantes residentes no exterior, a serem submetidos ao regime especial de
admissão temporária; (Revogada pela Instrução Normativa RFB n° 1.361. de 21 de maio de 2013)
VI - bens importados por missão diplomática, repartição consular de carreira e de caráter
permanente, representação de organismo internacional de que o Brasil faça parte ou
delegação acreditada junto ao Governo Brasileiro, bem assim por seus respectivos integrantes,
funcionários, peritos ou técnicos;
VII - órgãos e tecidos humanos para transplante;
VIII - animais de vida doméstica, sem cobertura cambial e sem finalidade comercial;
IX - importações previstas no art. 3-, quando não for possível o acesso ao Siscomex, em
virtude de problemas de ordem técnica, por mais de quatro horas consecutivas;
X - doações referidas no inciso III, alínea "a", do art. 3-, e bens importados sob o regime de
admissão temporária, para prestação de ajuda humanitária em decorrência de decretação de
estado de emergência ou de calamidade pública; (Redação dada pela IN RFB n 741. de 3 de maio de 2007 )
0

XI - bens de caráter cultural, nas hipóteses previstas na Instrução Normativa SRF nº 40, de 13
de abril de 1999; ou (Redação dada pela in rfb n 741. de 3 de maio de 2007)
0

XII - bens importados por órgão ou entidade integrante da administração pública direta,
autárquica ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, cujo valor não ultrapasse o limite de US$ 500.00 (quinhentos dólares dos
Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda. (Incluído pela IN RFB n o 741,
de 3 de maio de 2007)
XIII - medicamentos, sob prescrição médica, importados por pessoa física; (Redação dada pela
Instrução Normativa RFB n° 1.357, de 7 de maio de 2013)
XIV - bens trazidos por equipe esportiva estrangeira ou a ela destinados, para seu uso ou
consumo; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB n° 1.357, de 7 de maio de 2013)
XV - bens trazidos por grupo artístico estrangeiro ou a ele destinados, para seu uso ou
consumo; (Incluído pela Instrução Normativa RFB n° 1.357, de 7 de maio de 2013)
XVI - equipamentos de rádio, televisão e para a imprensa em geral, no regime de admissão
temporária; e (Incluído pela Instrução Normativa RFB n° 1.357, de 7 de maio de 2013)
XVII - bens retornando ao País, cujo despacho aduaneiro de exportação tenha sido realizado
por meio da declaração de que trata o art. 31. (Incluído pela Instrução Normativa RFB n° 1.357,
de 7 de maio de 2013)"

Gente, não tem mesmo como decorar isso. Acho muito detalhe para a
prova de auditor ou de analista. Sugiro dar uma lida nos casos, para ter uma
ideia, e seguir em frente. Mesmo assim, na prova para Despachante (que tem
um enfoque completamente diferente) caiu uma questão exatamente sobre
isso. Coloquei ela aí para ilustrar e reforçar o conhecimento geral, mas não
acredito que seja cobrado dessa forma na prova de vocês.

Reparem que, conforme diz no caput do art. 4 o da IN/SRF 611/2006, nos


casos elencados nos incisos poderão ser utilizados os formulários de
Declaração Simplificada de Importação (DSI), Folha Suplementar e
Demonstrativo de Cálculo dos Tributos, ou, alternativamente, esses
mesmos formulários no formato de planilha eletrônica, disponibilizada no
sítio da RFB na internet.

Questão 6. (ESAF/Despachante Aduaneiro/2012 - adaptada)


Marque (1) se a Declaração Simplificada de Importação (DSI) no
Siscomex Importação; ou (2) se Declaração Simplificada de
Importação (DSI) - Formulário poderá ser utilizada para as
hipóteses de utilização no despacho aduaneiro de:

( ) amostras sem valor comercial.


( ) bens integrantes de bagagem desacompanhada.
( ) medicamentos, sob prescrição médica, importados pela pessoa física.
( ) bens importados por pessoa física, com ou sem cobertura cambial, em
quantidade e frequência que não caracterize destinação comercial, cujo
valor não ultrapasse US$ 3,000.00 (três mil dólares dos Estados Unidos da
América) ou o equivalente em outra moeda.
Assinale a opção correta.
a)1/1/1/1
b)2/ 1 / 2 / 1
c) 2 / 1 / 1 / 1
d)2/1/2/1
e) 1 / 2 / 2 / 1

Resposta: Letra D (Basta consultar os dispositivos acima transcritos da


IN/SRF 611/2006). Detalhe: já adaptei essa questão devido às alterações na
IN/SRF 611/2006 promovidas em 2013.
Uma outra hipótese de declaração simplificada é a Nota de Tributação
Simplificada - NTS (IN/DpRF 101/1991). O art. 5º da IN/SRF 611/2006
determina que, no caso de bens integrantes de remessa postal
internacional (RPI) cujo valor não ultrapasse US$ 500,00, submetidos ao
Regime de Tributação Simplificada (RTS), regido pela IN/SRF 96/99, o
despacho aduaneiro será processado mediante o pagamento do imposto de
importação incidente, lançado pela autoridade aduaneira por meio da Nota de
Tributação Simplificada (NTS), sem qualquer outra formalidade aduaneira.
Para valores acima de US$ 500, não serviria mais a NTS. O importador teria
que registrar uma DSI, se o valor for até US$ 3.000,00. Acima disso, tem que
fazer uma DI.

O caso acima (NTS) é aquele onde você importa determinada mercadoria


pelo correio, espera chegar na sua casa, quando na verdade chega um aviso
para você comparecer à agência dos correios mais próxima para pagar o valor
do imposto correspondente.

RTS é regime de tributação - vale para RPI até US$ 3000.


Para valores até US$ 500, o despacho (a cobrança ou o
lançamento) é feito por meio de NTS.
Para RPI de valores entre US$ 500 e US$ 3000 - tem que
fazer DSI para despachar a mercadoria.

Outra espécie de declaração de importação seria a Declaração de


Importação de Remessa Expressa (DIRE), com registro no sistema
REMESSA (IN/RFB 1.073/2010). A remessa expressa é o documento ou
encomenda internacional transportada em um ou mais volumes por empresa
de transporte expresso internacional, por via área, porta a porta.

DI no Siscomex
Espécies de DSI no Siscomex
Declaração DSI formulário
DIRE
NTS
Outras (estabelecidas pela RFB)

Praticando III
Questão 7. (ESAF/Despachante Aduaneiro/2012) As opções
abaixo correspondem a despachos de importação, exceto:

a) Declaração Simplificada de Importação (DSI) em formulário.


b) Declaração de Trânsito Aduaneiro (DTA).
c) Nota de Tributação Simplificada (NTS).
d) Rito Sumário.

e) Declaração de Importação (DI).

Resolução:
A DTA é uma declaração para efetivação do regime especial de trânsito
aduaneiro (a ser visto nas próximas aulas). Todas as demais alternativas se
referem a despacho de importação e foram vistas na aula.

Resposta: Letra B

1.5. Etapas do Despacho de Importação

O despacho de importação é um procedimento dividido em etapas, que


são as seguintes:

1) Registro da declaração de importação


2) Seleção parametrizada
3) Recepção dos documentos de instrução
4) Distribuição do despacho para conferência
5) Conferência aduaneira
6) Desembaraço aduaneiro

Questão 8. (TTN/97) O registro da declaração de importação


no SISCOMEX, a conferência aduaneira e o desembaraço aduaneiro
são etapas

a) da instrução do despacho de importação

b) da conferência final do manifesto

c) do despacho aduaneiro de mercadoria importada

d) do lançamento e cobrança do imposto de importação das mercadorias


submetidas a regimes suspensivos

e) do processo de vistoria aduaneira


Comentários:

Quem tem etapas é o despacho aduaneiro. E o RA prevê que, após o registro


da DI, será realizada a conferência aduaneira, sendo o desembaraço o ato final
do despacho. Por isso são consideradas como etapas do despacho de
importação. E lembrem-se: vistoria aduaneira não existe mais.

Resposta: Letra C

1.6. Registro da DI

Já sabemos que a RFB pode estabelecer (e de fato ela estabeleceu)


diferentes espécies de declaração de importação. Porém, para explicarmos o
despacho de importação de forma completa, com todas as suas etapas e
peculiaridades, tomaremos como base o despacho de importação com base
em DI registrada no Siscomex, nos termos previstos na IN/SRF 680/2006.

O despacho de importação é considerado iniciado na data do registro da


declaração de importação (conhecida como DI). Esse registro é obtido
quando da sua numeração pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, por
meio do SISCOMEX.

Pessoal, o registro da DI é um marco importantíssimo, que configura o


fato gerador do imposto de importação para efeito de cálculo, e exclui a
espontaneidade do sujeito passivo. A partir do momento em que ele registra
a DI, é considerado em procedimento fiscal em relação à mercadoria
declarada. Até o ato final do despacho, que é o desembaraço aduaneiro,
o importador não pode invocar a denúncia espontânea em relação à
operação amparada pela DI.

Como funciona na prática? O importador acessa o Siscomex do seu


computador. Para isso, ele precisa estar habilitado no sistema, nos termos da
IN/RFB 1.288/2012. Quando desejar importar uma mercadoria, ele (o
importador) deve preencher os dados da DI no sistema (em seu computador) e
transmitir a declaração (via internet) à Receita Federal. O sistema procederá a
uma série de verificações, como veremos, e, se tudo estiver OK, efetivará o
registro da DI, retornando o número da DI ao usuário (importador).

A IN/SRF 680/2006 define as informações a serem prestadas pelo


importador na DI, de acordo com o tipo de declaração e com a modalidade de
despacho aduaneiro (art. 4 o ). Uma DI pode ter uma ou mais adições.

Art. 4o A Declaração de Importação (DI) será formulada pelo importador no Siscomex e


consistirá na prestação das informações constantes do Anexo Único, de acordo com o
tipo de declaração e a modalidade de despacho aduaneiro.

§ Io Não será admitido agrupar; numa mesma declaração, mercadoria que proceda
diretamente do exterior e mercadoria que se encontre no País submetida a regime
aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais.

§ 2o Será admitida a formulação de uma única declaração para o despacho de


mercadorias que, procedendo diretamente do exterior, tenha uma parte destinada a
consumo e outra a ser submetida ao regime aduaneiro especial de admissão temporária
ou a ser reimportada.

§ 3o Não será permitido agrupar, numa mesma adição, mercadorias cujos preços
efetivamente pagos ou a pagar devam ser ajustados de forma diversa, em decorrência
das regras estabelecidas pelo Acordo de Valoração Aduaneira.

Lembram-se das modalidades de despacho? Pois é. Há casos em que a


mercadoria procede do exterior (A) e outros em que a mercadoria se encontra
no País amparada por regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas
especiais (B).

Não é permitido agrupar, em uma mesma declaração, mercadorias nas


situações A e B acima. O importador terá de registrar uma DI para cada
situação.

Agora, cuidado com a pegadinha do §3° do art. 4 o da IN/SRF 680/2006.


Se a mercadoria procede diretamente do exterior, mas uma parte será
destinada para consumo e a outra para regime de admissão temporária ou
reimportação, é possível o registro de apenas uma DI.

O que é reimportação mesmo? É o retorno ao País, de mercadoria que


fora exportada a título não definitivo (exportação temporária).

Vamos Praticar !!!

Questão 9. (Curso de Formação / ESAF / 2010) Marca o início do


despacho de importação junto às unidades da RFB onde se encontra
a mercadoria:
A) o deferimento da LI.
B) o registro da DI.
C) a recepção dos documentos.
D) o registro do licenciamento.
E) a dispensa do licenciamento.
Comentário:

Muito fácil, né. O início do despacho de importação é com o registro da DI (RA,


art. 545).

Resposta: Letra B

Questão 10. (AFTN/98) Caracteriza o início do despacho aduaneiro


de importação o (a):

a) licenciamento da importação no SISCOMEX


b) pagamento dos impostos incidentes na importação, comprovado pelo
SISCOMEX por meio de DARF eletrônico
c) registro dos volumes no sistema MANTRA por ocasião do depósito
aduaneiro das mercadorias
d) apresentação das mercadorias ao FISCO para efeito da conferência
aduaneira

e) registro da declaração de importação

Comentário

Mais uma vez... Registro da DI = Início do Despacho de Importação

Resposta: Letra E

1.7. Controles Prévios ao Registro da DI

Após a transmissão da declaração no sistema pelo importador, uma série


de verificações é realizada, e o registro da declaração de importação
somente será efetivado (art. 15 da IN/SRF 680/2006):

1) Se verificada a regularidade cadastral do importador - ora, o


Siscomex verifica o CNPJ do importador no sistema correspondente. Se a
empresa importadora estiver com o seu CNPJ na situação "baixado" no
cadastro, por exemplo, não será possível o registro da DI.
2) após o licenciamento da importação, quando exigível, e a
verificação do atendimento às normas cambiais - a fase de licenciamento
da mercadoria na importação, o controle administrativo, é anterior ao
despacho. Assim, se o importador desejar importar medicamentos, por
exemplo, que estão sujeitos à anuência da ANVISA, deverá, antes de registrar
a DI, conseguir uma LI (licença de importação) deferida pela ANVISA para
seu produto. No momento do registro da DI, ele informará o número da LI
correspondente, e o sistema verificará se a LI encontra-se deferida e válida. É
isso. Se houver alguma norma cambial vigente que implique alguma situação
no momento do registro da DI, esta também será verificada.
3) após a chegada da carga, exceto na modalidade de registro
antecipado da DI - como regra, a DI só pode ser registrada após a
chegada da carga ao País. E como o sistema sabe que a carga já chegou? O
artigo 5 o da IN/SRF 680/2006 determina que, como regra, o depositário
deverá informar à RFB, de forma imediata, sobre a disponibilidade da carga
recolhida sob sua custódia em local ou recinto alfandegado.

O depositário informa no sistema que a carga está presente gerando um


número associado a cada carga. É o Número Identificador da Carga
(NIC). Os sinais de avaria e a constatação de falta ou acréscimo de volume
também devem ser informados pelo depositário à fiscalização aduaneira. Ah! E
o que se faz com esse tal de NIC? Simples, meus amigos.

Quando esse número é gerado, comprova-se que a carga chegou ao País e


que está sob custódia de um depositário. Aí, quando o importador receber
essa informação, ele já pode registrar a sua DI no sistema. E mais, ele (o
importador) utilizará esse número (o NIC) quando preencher a DI. Assim, o
sistema saberá identificar qual é a carga para a qual ele deseja registrar a DI.
Legal, não?

Um detalhe: vimos as modalidades de despacho antecipado (registro da


DI antes da chegada da carga), certo (art. 17 da IN/SRF 680/2006)?
Lembram? Granéis, perecíveis, animais, plantas, inflamáveis, papéis para
livros, mercadoria transportada por via terrestre, fluvial ou lacustre? Nesses
casos, o registro da DI é feito antes da chegada da carga. Então ainda não há
NIC no momento do registro da DI, mas o sistema aceitará o registro de DI
sem NIC, quando informado que se trata de despacho antecipado. Isso é
talvez muito detalhe para a prova, mas muitos alunos ficam confusos e
acabam sempre perguntando sobre isso, então resolvi explicar essa
sistemática na aula.

4) após a confirmação pelo banco do débito em conta (do


importador) dos tributos, contribuições e direitos devidos, inclusive da Taxa de
Utilização do Siscomex - vejam que beleza! Os tributos são recolhidos no
momento do registro da DI. E de forma automática! Os fiscais não têm
que se preocupar com isso. Se a DI estiver registrada, é porque o dinheiro
referente aos tributos indicados na DI foi retirado da conta do importador e
depositado na conta da União. Basta verificar, é claro, se o valor dos tributos
está correto. Isso facilitou muito a análise que se deve fazer da DI.
Mas como isso funciona? O Siscomex calcula o valor dos tributos com base
nos dados que o importador preencheu. Assim, se o importador informou uma
alíquota reduzida de 5% de II para seu produto, o Siscomex calcula os tributos
com base nesses 5%. O AFRFB deverá apurar se a importação do sujeito tem
direito a essa alíquota reduzida.

Um detalhe. São recolhidos, no momento do registro da DI, além do II, do


IPI, do PIS e da Cofins, a Taxa de Utilização do Siscomex e os eventuais
direitos antidumping e compensatórios devidos por ocasião da importação.

5) Se não for constatada qualquer irregularidade impeditiva do


registro - conforme a peculiaridade de cada campo de preenchimento da DI,
o sistema pode executar algum tipo de verificação no momento do registro.

1) Regularidade cadastral do Importador


Verificações 2) Licenciamento, quando exigível
prévias no 3) Ateste da chegada da carga
Siscomex para
4) Débito em conta de tributos, direitos
registro da DI
e taxa do Siscomex
5) Outras irregularidades

Assim, o importador submete (transmite), a DI para registro, e aguarda a


resposta do sistema, para ver se o registro foi efetivado e qual o número da
DI. Se houver algum impedimento, o sistema informará as "caras vermelhas"
com os motivos da não efetivação do registro, caso contrário, o sistema
fornecerá o número da DI, ocasião em que considera-se registrada a DI e
iniciado o despacho de importação.

Vamos Praticar !!!

Questão 11. (ESAF/Despachante Aduaneiro/2012) Sobre o


Despacho de Importação realizado no Siscomex, julgue as
proposições seguintes e assinale a opção correta:

I. Permite-se, numa mesma Declaração de Importação (DI), o registro de


adições de mercadorias vindas do exterior juntamente com adições de
mercadorias que se encontrem no país submetidas a regime aduaneiro
especial.

II. A Declaração de Importação (DI), cujo débito automático dos tributos não
for aceito pelo banco cadastrado, será direcionada para o canal vermelho de
conferência aduaneira.

III. A regularidade cadastral do importador e o deferimento da Licença de


Importação (LI), quando exigível, são requisitos para a efetivação do registro
da Declaração de Importação (DI).

IV. A retificação de Declaração Simplificada de Importação (DSI), antes do


desembaraço aduaneiro, poderá ser realizado pelo importador.

a) Apenas a proposição I está correta.


b) As proposições II e III estão corretas.
c) Apenas a proposição III está correta.
d) As proposições II, III e IV estão corretas.
e) As proposições I e III estão corretas.

Resolução:

I. (Errada) Conforme o § 1o do art. 4 o , esse agrupamento não é permitido.


II. (Errada) Se o débito automático não for aceito, nem mesmo o registro da
DI é efetivado. Ela não recebe um número.
III. (Correta) Conforme vimos nos requisitos para efetivar o registro da DI
IV. (Errada) A retificação de DSI é efetivada pelo AFRFB, e não pelo
importador, conforme art. 26 da IN/SRF 611/2006 (transcrito abaixo).

Art. 26. A alteração ou inclusão de informações prestadas na declaração, decorrentes


de incorreções constatadas no curso do despacho de importação ou em
procedimento de revisão aduaneira, serão formalizadas no Siscomex pelo AFRF
responsável, quando se tratar de DSI registrada no sistema, ou no verso do
formulário da DSI, na hipótese de aplicação do art. 4o.

Resposta: Letra C
Questão 12. (ESAF/Despachante Aduaneiro/2012) O registro da DI
caracteriza o início do despacho aduaneiro de importação, e
somente será efetivado:

I. Se verificada a regularidade cadastral do importador.

II. Após o licenciamento da operação de importação, quando exigível, e a


verificação do atendimento às normas cambiais, conforme estabelecido pelos
órgãos e agências da administração pública federal competentes.

III. Após a chegada da carga, exceto na modalidade de registro antecipado da


DI.

IV. Se não for constatada qualquer irregularidade impeditiva do registro.


V. Após o ICMS incidente sobre as mercadorias ter sido declarado e recolhido.

a) Somente a alternativa I está correta.

b) Somente as alternativas I, II e III estão corretas.

c) Somente as alternativas I, III e IV estão corretas.

d) Todas as alternativas estão corretas.

e) Somente a alternativa V está incorreta.

Comentários:

Conforme visto na aula, para efetivação do registro da DI, há alguns requisitos


a serem cumpridos, e eles estão previstos nos incisos I, II, III e IV do art. 15
da IN/SRF 680/2006. A declaração ou o pagamento relativo ao ICMS (item V)
é condição para entrega da mercadoria ao importador (art. 54, II da
IN/SRF 680/2006), e não condição para registro da DI.

Resposta: Letra E

1.8. Verificação da Mercadoria pelo Importador

Bom, o importador perde a espontaneidade se ele registrar a DI certo? E


se ele registrar a DI com erro, por exemplo, relativo à classificação fiscal da
mercadoria, leva uma multa por erro de classificação. E classificação fiscal
(assunto de Comércio Internacional) é uma atividade difícil pra caramba, que
exige boa dose de conhecimento merceológico. Imagina o coitado do
importador tendo que classificar a mercadoria sem poder vê-la antes. É claro
que muitas vezes é possível o enquadramento na NCM somente com a
descrição do produto, manual, catálogo etc. Mas às vezes não! E tem mais!
Pode ser que o importador peça banana ao exportador, e este envie maçã, por
engano ou mesmo por má fé. O importador só saberá dando uma "chegadinha"
no armazém de carga para conferir. E por isso a legislação possibilita ao
importador essa faculdade de verificar seu produto antes do registro da
DI para sanar essas dúvidas quanto ao tratamento tributário ou aduaneiro,
inclusive no que se refere à sua perfeita identificação com vistas à classificação
fiscal e à descrição detalhada (art. 10 da IN/SRF 680/2006).

O importador deve fazer seu pedido previamente ao registro da DI,


instruído com o conhecimento de carga e dirigido ao chefe do setor de
despacho, que deve indicar um servidor para acompanhar o ato.
Mas cuidado para não confundir!!!! Posteriormente, veremos que a
verificação física da mercadoria é uma das etapas da conferência
aduaneira. Pois é. A verificação prévia que o importador pede (antes do
despacho), quando realizada, não dispensa a verificação física da
mercadoria pela autoridade aduaneira, por ocasião do despacho, quando
ela for necessária.

Verificação Prévia pelo importador


Não confunda! - antes do despacho
- requerimento amparado por
conhecimento de carga
- não dispensa verificação da aduana

Verificação Física da Mercadoria


- Etapa da Conferência Aduaneira
- Durante o despacho
- Realizada pela fiscalização
- Obrigatória em DI de canais vermelho e
cinza (veremos adiante)

Então, lembrem-se. A carga chega ao País, por exemplo, no Porto do Rio


de Janeiro. Dá entrada em recinto alfandegado de zona primária, nesse caso.
Será que a carga pode ficar ali no recinto alfandegado a vida inteira? O
importador não tem que iniciar o despacho? Em quanto tempo? É o que
veremos agora.

O despacho de importação deverá ser iniciado em:

I até noventa dias da descarga, se a mercadoria estiver em recinto


alfandegado de zona primária;

II - até quarenta e cinco dias após esgotar-se o prazo de permanência


da mercadoria em recinto alfandegado de zona secundária; e

III - até noventa dias, contados do recebimento do aviso de chegada da


remessa postal.

Em relação ao item II, o prazo de permanência em recinto alfandegado de


zona secundária (ZS) é de 75 dias. Assim, após esses 75 dias, o importador
tem mais 45 dias com a carga na ZS para registrar uma DI. Esse prazo para
permanência em RA de ZS de 75 dias (art. 642, parágrafo segundo) é um
prazo de abandono. Assim, por exemplo, a mercadoria chega ao País pelo
Porto (zona primária), é transferida para um Porto Seco (zona secundária).
Após a entrada da mercadoria no Porto Seco, em 75 dias, a carga é
considerada abandonada. Mas o próprio RA permite que o importador registre
a DI 45 dias após esse prazo. É como se fosse uma "colher de chá" para
mercadorias levadas até a zona secundária.

Assim, dependendo do local onde a carga se encontra, ou seja, onde será


realizado o despacho, há um prazo específico previsto para que o importador
registre a DI. No nosso exemplo, para a mercadoria descarregada no Porto do
Rio de Janeiro, que é um local de zona primária, o importador tem até 90
dias da descarga da mercadoria no Porto para iniciar o despacho. E se ele não
o fizer? O que acontece? Aí a carga será considerada abandonada (será visto
em aula própria), e a Receita Federal poderá iniciar o processo de perdimento
da mercadoria.

1.9. Documentos de Instrução do Despacho

O documento base do despacho de importação é a declaração de


importação (DI). Tudo no despacho gira em torno da DI. É por meio da DI
que o importador declara à Receita Federal as mercadorias que está trazendo e
já providencia o pagamento dos tributos no momento do seu registro no
Siscomex. Uma comparação grosseira que costumo fazer é com a nossa
declaração de imposto de renda. Nós é que a preenchemos, nós informamos os
nossos bens e pagamos o imposto conforme o que foi declarado. Isso não quer
dizer que a Receita Federal aceitará aquele valor. Na importação é a mesma
coisa. O importador declara, submete sua DI no Siscomex, e a Receita Federal
então decidirá o que fazer com aquela carga, que pode ser liberada sem
nenhuma conferência; pode ser realizada somente conferência documental;
documental e física; a carga pode ser retida por indício de fraude; enfim, todo
um procedimento é iniciado com o registro da DI no Siscomex. É o despacho
de importação.

A declaração de importação deverá conter:

I - a identificação do importador; e

II - a identificação, a classificação, o valor aduaneiro e a origem da


mercadoria.

A declaração de importação pode vir a ser retificada, caso necessário.


Dependendo da situação e do momento em que é efetivada essa retificação,
ela deve ser feita pelo próprio interessado (retificação a pedido) ou pela
autoridade aduaneira (retificação de ofício).

As declarações do importador subsistem para quaisquer efeitos


fiscais, ainda que o despacho de importação seja interrompido e a mercadoria
abandonada. Isso significa o seguinte: o que ele declarou ali pode ser utilizado
contra ele (ou a favor), mesmo que ele já tenha levado a mercadoria, ou ela
esteja retida sob fiscalização no recinto alfandegado.

A declaração de importação será obrigatoriamente instruída com os


seguintes documentos (art. 553 do RA, com redação dada pelo Decreto
8.010/2013):

I - a via original do conhecimento de carga ou documento de efeito


equivalente;

II - a via original da fatura comercial, assinada pelo exportador; e

III - o comprovante de pagamento dos tributos, se exigível.

Prevê o mesmo dispositivo que poderão ser exigidos outros


documentos instrutivos da declaração aduaneira em decorrência de acordos
internacionais ou por força de lei, de regulamento ou de outro ato normativo.

Nesse sentido, a IN/SRF 680/2006 prevê, em seu artigo 18, além dos
documentos mencionados no art. 553 do RA, o romaneio de carga ( P a c k i n g
List), quando aplicável, como documento de instrução da declaração de
importação.

Há previsão normativa de entrega dos documentos de instrução da DI em


meio digital (art. 19 da IN/SRF 680/2006), porém, esse tipo de apresentação de
documentos encontra-se suspensa até que seja implementada função
específica no Siscomex.

1.9.1. Conhecimento de carga

É um documento emitido pelo transportador quando recebe a carga que


ele deve entregar no destino. O conhecimento de carga original comprova a
posse ou a propriedade da mercadoria. O conhecimento possui informações
como o consignatário da mercadoria, o valor do frete, a quantidade de
volumes transportados, o peso bruto.

Quando o transporte for realizado pela via aquaviária, as informações


referentes à carga serão prestadas pela empresa de navegação por meio
eletrônico, no Sistema CARGA (ou Siscomex Carga), nos termos da IN/RFB
800/2007. É o chamado Conhecimento Eletrônico (CE).

O consignatário do conhecimento de carga é a pessoa (física ou jurídica)


que poderá registrar a declaração de importação em seu nome e retirar a
mercadoria junto ao fiel depositário do recinto alfandegado. O embarque da
mercadoria no exterior é considerado como a data de emissão do
conhecimento de carga. Essa data pode trazer importantes efeitos em termos
de infrações aduaneiras.

Os requisitos do conhecimento de carga regem-se pelos dispositivos da


legislação comercial e civil, sem prejuízo da aplicação das normas tributárias,
quanto aos efeitos fiscais. Trata-se de título de crédito endossável.

Conforme o art. 46 do RA, para efeitos fiscais, qualquer correção no


conhecimento de carga deverá ser feita por carta de correção dirigida pelo
emitente do conhecimento à autoridade aduaneira do local de descarga.
Havendo aceitação da carta de correção do conhecimento, considera-se
corrigido o manifesto. Atualmente a sistemática de correção de conhecimento
de carga no transporte marítimo é efetivada no Siscomex Carga.

Como regra, a carta de correção deve ser apresentada antes do início do


despacho aduaneiro, mas se apresentada até o desembaraço pode ser
apreciada, a critério da autoridade aduaneira, e não implica denúncia
espontânea.

O conhecimento de carga também é pode ser referido como conhecimento


de embarque, conhecimento de transporte, conhecimento de frete ou B/L (Bill
of Lading).

Não será exigida a apresentação do conhecimento de carga (art. 18


da IN/SRF 680/2006, com nova redação dada pela IN/RFB 1.356/2013):

a) Nos despachos para consumo de mercadoria desnacionalizada ou


estrangeira, nos casos em que:

1. após ter sido submetida a despacho aduaneiro de exportação,


permaneça no País, em caráter definitivo ou temporário;
2. for despachada para consumo transferida para outro regime
aduaneiro especial, independentemente do despacho a que foi
submetida por ocasião do seu ingresso no País.
b) nos despachos de mercadoria transportada ao país no modal
aquaviário, acobertada por Conhecimento Eletrônico (CE), informado à
autoridade aduaneira na forma prevista na IN/RFB 800/2007.

A cada conhecimento de carga deve corresponder uma única


declaração de importação, salvo exceções estabelecidas pela RFB. A
IN/SRF 680/2006 estabeleceu, como exceção, casos especiais (art. 67 e 68)
onde pode haver o registro de mais de uma declaração para cada
conhecimento de carga, ou, ainda, casos de utilização de uma declaração de
importação para mais de um conhecimento de carga.

1.9.2. Fatura Comercial


A fatura comercial (commercial invoice) é o documento que retrata a
operação de compra e venda entre o importador brasileiro e o exportador
estrangeiro. Ela é emitida pelo exportador, mediante qualquer processo. Não
confundam a fatura comercial com a nota fiscal, que é documento tributário
brasileiro.

Nos casos em que não ocorre uma transação de compra e venda, o


importador geralmente apresenta uma fatura proforma (proforma invoice)
ou outra declaração de valor apenas para fins aduaneiros. A fatura proforma
equivale a uma proposta para celebração de um contrato. É como um
orçamento. Nas importações de mercadoria para admissão temporária, por
exemplo, como a mercadoria não está sendo vendida, o documento de
instrução do despacho é uma fatura proforma. Como regra geral, porém, a
fatura comercial é o documento de instrução do despacho de importação.

A fatura deve conter os elementos que caracterizem a operação comercial,


conforme o art. 557 do RA:

"Art. 557. A fatura comercial deverá conter as seguintes indicações:


I - nome e endereço, completos, do exportador;
II - nome e endereço, completos, do importador e, se for caso, do adquirente ou do
encomendante predeterminado;
III - especificação das mercadorias em português ou em idioma oficial do Acordo Geral
sobre Tarifas e Comércio, ou, se em outro idioma, acompanhada de tradução em língua
portuguesa, a critério da autoridade aduaneira, contendo as denominações próprias e
comerciais, com a indicação dos elementos indispensáveis a sua perfeita identificação;
IV - marca, numeração e, se houver, número de referência dos volumes;
V - quantidade e espécie dos volumes;
VI - peso bruto dos volumes, entendendo-se, como tal, o da mercadoria com todos os
seus recipientes, embalagens e demais envoltórios;
VII - peso líquido, assim considerado o da mercadoria livre de todo e qualquer
envoltório;
VIII - país de origem, como tal entendido aquele onde houver sido produzida a
mercadoria ou onde tiver ocorrido a última transformação substancial;
IX - país de aquisição, assim considerado aquele do qual a mercadoria foi adquirida
para ser exportada para o Brasil, independentemente do país de origem da mercadoria
ou de seus insumos;
X - país de procedência, assim considerado aquele onde se encontrava a mercadoria
no momento de sua aquisição;
XI - preço unitário e total de cada espécie de mercadoria e, se houver, o montante e a
natureza das reduções e dos descontos concedidos;
XII - custo de transporte a que se refere o inciso I do art. 77 e demais despesas relativas
às mercadorias especificadas na fatura;
XIII - condições e moeda de pagamento; e
XIV - termo da condição de venda (INCOTERM).
Parágrafo único. As emendas, ressalvas ou entrelinhas feitas na fatura deverão ser
autenticadas pelo exportador."

Sobre a condição de venda, no inciso XIV, é destacado o INCOTERM


correspondente. O incoterm é uma condição de venda, que rege o momento
em que os custos e as responsabilidades referentes à carga transacionada
passam do exportador para o importador. Porém, cabe ressaltar que a
Resolução Camex 21/2011 define que, nas importações e exportações
brasileiras, serão aceitas quaisquer condições de venda praticadas no
comércio internacional, desde que compatíveis com o ordenamento jurídico
nacional. Assim, o Incoterm (International Commercial Term) é de uso
facultativo no Brasil. Em uma prova de comércio internacional, não podemos
dizer que o uso do Incoterm é obrigatório. Em termos de legislação aduaneira,
o RA indica a condição de venda como obrigatória na fatura, fazendo menção
ao Incoterm. Certamente que, se a transação for amparada por um Incoterm,
ele deve constar na fatura. É isso.

Sobre a indicação de países na fatura, vejam um exemplo: uma


mercadoria de fabricação chinesa, de propriedade de empresa Suíça, estava no
Japão quando uma empresa brasileira a adquiriu.

Assim:

País de origem: China


País de aquisição: Suíça
País de procedência: Japão

Equipara-se à fatura comercial, para todos os efeitos, o conhecimento


de carga aéreo, desde que nele constem as indicações de quantidade,
espécie e valor das mercadorias que lhe correspondam (art. 560).

Conforme os artigos 560 e 561, a RFB poderá estabelecer, à vista de


solicitação da Camex, a exigência de visto consular em fatura comercial.
Esse visto pode ser substituído por declaração de órgão público ou de entidade
representativa de exportadores, no país de procedência ou na comunidade
econômica a que pertencerem. Cá entre nós, há 17 anos trabalhando com isso,
nunca vi um só caso em que a RFB tenha estabelecido essa exigência. Mas,
para efeito de prova de concurso, o que vale é o que está previsto.

Por fim, o Regulamento estabeleceu mais alguns aspectos sobre a fatura


comercial.

Art. 562. A Secretaria da Receita Federal do Brasil poderá dispor; em relação à fatura
comercial, sobre:
I - casos de não-exigência;
II - casos de dispensa de sua apresentação para fins de desembaraço aduaneiro, hipótese em
que deverá o importador conservar o documento em seu poder, pelo prazo decadencial, à
disposição da fiscalização aduaneira;
III - quantidade de vias em que deverá ser emitida e sua destinação;
IV- formas alternativas de assinatura; e
V - dispensa de elementos descritos no art. 557, ou inclusão de outros elementos a serem
indicados. " (NR)

Sobre o item I acima, a RFB estabeleceu, no art. 18 da IN/SRF 680/2006


(com redação dada pela IN/RFB 1.356/2013) que não será exigida a
apresentação de fatura comercial, na hipótese de a mercadoria ingressar
no País:
a) em importação que não corresponda a uma venda internacional da
mercadoria, tal como o retorno de exportação temporária ou a admissão
temporária de bens;
b) no despacho de importação que corresponda a uma parcela da
mercadoria adquirida em uma transação comercial, cuja fatura já tenha sido
apresentada em despacho anterior;
c) em condição ou finalidade para a qual a legislação não obrigue sua
emissão; e
d) em outras hipóteses estabelecidas em ato da Coana.

Vamos Praticar !!!

Questão 13. (AFTN - 89) A fatura comercial:

a) é substituível pelo conhecimento aéreo, se contiver as indicações de


quantidade, espécie e valor das mercadorias que lhe correspondam;

b) deve indicar o país de origem da mercadoria, como tal entendido aquele


em que tiver sido realizado o embarque;

c) não tem valor para instruir o despacho de importação, por ter origem em
convenções particulares.

d) em nenhuma hipótese será aceita, para efeitos fiscais, quando contiver


emendas, ressalvas ou entrelinhas;

e) é substituível pelo conhecimento de carga, quando deste constarem todas


as indicações que devem normalmente estar contidas nela.

Comentário:

a) (Correta) se contiver valor, quantidade e espécie das mercadorias, o


conhecimento aéreo pode ser utilizado no lugar da fatura.

b) (Errada) Isso seria o país de procedência

c) (Errada) Fatura é documento instrutivo do despacho.


d) (Errada) São aceitas as emendas e rasuras, desde que autenticadas pelo
exportador

e) (Errada) Somente é substituível pelo conhecimento aéreo, e não precisa


ter todas as indicações que normalmente a fatura tem.

Resposta: Letra A

1.9.3. Romaneio de Carga (Packing List)

O romaneio de carga, ou packing List, cuja exigência está prevista no


art. 18, inciso III, da IN/SRF 680/2006), é um documento que contém uma
relação das mercadorias que foram entregues pelo exportador ao
transportador no exterior. Essa lista contempla cada volume da carga, com a
respectiva descrição, quantidade, marcas, números e modelos. Não é toda
carga que possui romaneio. Por exemplo, no caso de uma carga de um só
volume ou uma carga a granel (petróleo transportado no porão do navio, por
exemplo) não tem sentido emitir packing list.

Mas, quando se trata de carga geral, com diversas caixas dentro de um


contêiner, e cada caixa "mãe" contendo diversas caixas menores com
mercadorias distintas, o packing list, além de obrigatório, é mesmo muito útil
para facilitar a verificação da mercadoria no armazém. Se, por exemplo,
dentro de um critério de amostragem, a autoridade aduaneira desejar verificar
um produto específico dentro de um universo de 500 caixas, é por meio do
romaneio de carga que se identificará em qual caixa está tal produto. A fatura
comercial não traz essa informação. O packing list é mais ou menos assim:

Caixa 1

- 500 caixas da mercadoria X

Caixa 2

- 200 caixas da mercadoria X

- 300 caixas da mercadoria Y

Caixa 3

- 200 caixas da mercadoria Z

- 100 caixas da mercadoria Y


Atenção !!! Cuidado para não confundir:
Manifesto de Carga
Conhecimento de Carga
Romaneio de Carga

O manifesto de carga foi visto na aula do Rodrigo. É documento emitido


pelo transportador, para cada conjunto de cargas com mesmo local de
embarque e destino. Ele vai mencionar, por exemplo, que os contêineres 1, 2,
3, embarcados em Miami, serão descarregados no Porto do Rio. Se o mesmo
navio tiver pego carga em NY com destino ao Rio também (ex: contêineres 4 e
5), deverá ter outro manifesto com essa informação (art. 43 do RA).

Chegando no Porto do Rio, o importador ABC Ltda, consignatário de uma


dessas cargas (constante do conhecimento de carga) do contêiner 2,
registra uma DI para sua carga. O contêiner tem 2.000 caixas contendo
brinquedos variados. Para instruir a sua DI, ele deve juntar o romaneio de
carga (emitido pelo exportador no exterior), onde constará informação sobre o
conteúdo de cada uma das caixas dentro do contêiner. Por isso o romaneio de
carga também é conhecido como packing list ( = lista de embarque), ou seja,
ele contém uma lista (detalhada) daquilo que foi embarcado no exterior.

1.9.4. Comprovante de pagamento dos tributos

Atualmente, o pagamento dos tributos devidos na importação é efetivado


no momento do registro da declaração de importação no Siscomex (ou
na retificação), por meio de débito automático em conta corrente bancária
do importador. Esse mecanismo vale para II/IPI/PIS/Cofins/Taxa do Siscomex.
Também são recolhidos por meio de débito em conta no registro da DI os
direitos antidumping e compensatórios eventualmente devidos.
Excepcionalmente, nos casos em que não ocorrer, por algum motivo, esse
débito em conta, deverá ser apresentado o comprovante de pagamento por
meio de documento de arrecadação de receitas federais (DARF).

1.9.5. Outros Documentos de Instrução do Despacho

No caso de importações de mercadorias que gozem de tratamento


tributário favorecido em razão de sua origem, esta deve ser comprovada por
qualquer meio julgado idôneo, em conformidade com o estabelecido no
correspondente acordo internacional. Em geral, o documento que comprova a
origem dessas mercadorias é o certificado de origem, que é emitido por
entidade autorizada do país onde a mercadoria foi produzida.
OBRIGATÓRIOS, segundo o RA
Documentos de Conhecimento de Carga
Instrução da DI Fatura Comercial
DARF (quando não debitado)

- Poderão ser exigidos outros por


acordo internacional, lei,
regulamento ou outro ato normativo

Romaneio de Carga (IN 680)


Certificado de Origem

Questão 14. (TTN/97) A posse ou propriedade da mercadoria


importada para efeito do despacho aduaneiro é requisito inerente:

a) ao conhecimento de carga original


b) à fatura comercial
c) ao certificado de origem
d) à declaração de importação
e) ao manifesto de carga

Comentário:

Questão fácil. O conhecimento de carga comprova a posse ou


propriedade da mercadoria (art. 554). A DI terá como importador o
consignatário do conhecimento de carga.

Resposta: Letra A

Questão 15. (TTN/97-adaptada) A DI (declaração de importação)


será instruída no despacho aduaneiro de importação pelo conjunto
constituído pelos seguintes documentos:

a) o conhecimento de carga, o manifesto de carga e a nota fiscal


b) a fatura comercial, o certificado de origem, o conhecimento de carga e a
folha de descarga do veículo transportador
c) o conhecimento de carga, o laudo de vistoria aduaneira, a fatura
comercial e o Termo de Faltas e Avarias
d) o Certificado de Arqueação do veículo, a Folha de Controle de Carga, a
fatura comercial, o conhecimento de carga e o manifesto de carga
e) o conhecimento de carga original, a fatura comercial, o certificado de
origem quando se tratar de mercadoria que goze de tratamento favorecido em
razão da origem, e o romaneio de carga, por se tratar de mercadoria
acondicionada em contêiner.

Comentário:

Adaptei a questão porque era muito antiga, anterior ao Siscomex. E mais,


havia um erro nela, pois se referia à DI como documento de instrução do
despacho. Na verdade a DI é que será instruída pelos documentos
relacionados. As alternativas a, b, c e d contêm um ou mais documentos que
não são instrutivos do despacho, a saber:

a) (Errada) manifesto de carga e nota fiscal


b) (Errada) folha de descarga do veículo
c) (Errada) laudo de vistoria e termo de faltas e avarias
d) (Errada) certificado de arqueação do veículo, folha de controle de carga e
manifesto de carga
e) (Correta) OK.

Resposta: Letra E

Questão 16. (AFTN/98) Sobre a fatura comercial, emitida por


compra e venda internacional, é correto afirmar-se que:

a) tem força contratual e é documento, em regra, obrigatório para instrução


do despacho aduaneiro, possuindo valor para fins de tributação.
c) compõe o processo de despacho aduaneiro para fins exclusivos de
controle administrativo.
d) não possui valor para fins de controle e não instrui o processo de
despacho aduaneiro.
e) tem força contratual, e embora não componha o processo de despacho
aduaneiro, dela se extraem elementos para tributação.

Comentário:

A fatura comercial é documento que instrui a DI no despacho aduaneiro.


Tem força contratual entre importador e exportador. A fatura é tomada como
base para o valor da mercadoria, e consequentemente, para apuração da base
de cálculo do II. Nos casos onde não é efetivada uma compra e venda, não há
fatura comercial. Por exemplo, uma doação. No regime especial de admissão
temporária, uma fatura proforma será elemento de instrução.
Resposta: Letra A

Questão 17. (TRF/2000) No despacho aduaneiro para consumo, no


regime comum de importação, cumulativamente, a prova de posse
ou propriedade de mercadoria, seu peso bruto, despesas atinentes
ao transporte e especificação dos volumes relacionam-se à (ao):

a) declaração de importação
b) conhecimento de carga
c) fatura comercial
d) manifesto de carga
e) certificado de origem de carga

Comentário:

Essa também já cansou. Falou em prova de posse ou propriedade da


mercadoria? Conhecimento de carga.

Resposta: Letra B

Questão 18. (ACE/2002) O documento, com força contratual,


emitido por uma companhia de transporte, que atesta o
recebimento de uma mercadoria a ser exportada, suas
características, as condições de transporte e os compromissos
quanto à entrega da mesma ao destinatário legal, denomina-se:

a) contrato de agente internacional


b) contrato de compra e venda internacional
c) conhecimento de embarque
d) contrato de afretamento
e) certificado de contagem

Comentário

Conhecimento de transporte, de frete, de carga ou de embarque


significam a mesma coisa. Ele regula a relação contratual entre o embarcador
(exportador) e o transportador, que se compromete a entregá-la no destino.

Resposta: Letra C

1.10.Seleção Parametrizada

Nem toda declaração de importação registrada no Siscomex, ou seja,


submetida a despacho, será objeto de conferência por parte da aduana. Para
viabilizar a escolha de quais declarações serão fiscalizadas, há um
procedimento informatizado e alimentado por parâmetros, que se chama
parametrização ou seleção parametrizada.

Essa seleção está prevista no parágrafo único do artigo 564 do RA, que
dispõe que, a fim de determinar o tipo e a amplitude do controle a ser
efetuado na conferência aduaneira, serão adotados canais de seleção. A RFB
então tratou de instituir a tal parametrização. Conforme o art. 21 da IN/SRF
680/2006, após o registro, a DI será submetida a análise fiscal e selecionada
para um dos seguintes canais de conferência aduaneira:

I - verde, pelo qual o sistema registrará o desembaraço automático da


mercadoria, dispensados o exame documental e a verificação da mercadoria;

II - amarelo, pelo qual será realizado o exame documental, e, não


sendo constatada irregularidade, efetuado o desembaraço aduaneiro,
dispensada a verificação da mercadoria;

III - vermelho, pelo qual a mercadoria somente será desembaraçada após


a realização do exame documental e da verificação da mercadoria; e

IV - cinza, pelo qual será realizado o exame documental, a verificação


da mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle
aduaneiro, para verificar elementos indiciários de fraude, inclusive no que
se refere ao preço declarado da mercadoria, conforme estabelecido em norma
específica.

OBS: Quando o despacho for realizado com base em DSI (Declaração


Simplificada de Importação) com registro no Siscomex, não há esses canais de
parametrização. A declaração (DSI) pode ser selecionada para conferência ou
não pelo supervisor. É uma seleção manual.

Questão 19. (ESAF/Ajudante de Despachante/2012 - adaptada)


Indique abaixo a opção incorreta em relação aos canais de
conferência aduaneira, das Declarações de Importação (DI)
selecionadas:

a) Canal Amarelo - é realizado o exame físico e, não sendo constatada


irregularidade, efetua-se o desembaraço aduaneiro da Declaração de
Importação (DI).
b) Canal Verde - o sistema registrará o desembaraço automático da
mercadoria.
c) Canal Vermelho - a mercadoria somente é desembaraçada após a
realização do exame documental e da verificação da mercadoria,
d) Canal Cinza - é realizado o exame documental, a verificação da
mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle
aduaneiro, para verificar elementos indicativos de fraude, inclusive no
que se refere ao preço declarado da mercadoria na Declaração de
Importação (DI).

Resolução:

Eu adaptei essa questão, pois ela tratava conjuntamente os despachos de


importação e de exportação (que não vimos ainda). A letra A está errada
porque, no canal amarelo, o exame físico não é exigido. Todas as demais estão
de acordo com o texto da aula.

Resposta: Letra A

Questão 20. (ESAF/Ajudante de Despachante/2013) Sobre a


conferência aduaneira no despacho de importação é correto afirmar:

I. Após o registro, a DI será submetida a análise fiscal e selecionada para


um dos canais de conferência aduaneira.

II. Quando a DI for submetida ao canal verde de conferência aduaneira, o


sistema registrará o desembaraço automático da mercadoria, dispensados o
exame documental e a verificação física da mercadoria.

III. Quando a DI for submetida ao canal amarelo de conferência


aduaneira, será realizado o exame documental, e, não sendo constatada
irregularidade, efetuado o desembaraço aduaneiro, dispensada a verificação
física da mercadoria.

IV. Quando a DI for submetida ao canal vermelho de conferência


aduaneira, a mercadoria somente será desembaraçada após a realização do
exame documental e da verificação física da mercadoria.

a) Somente a alternativa I está incorreta.

b) Somente as alternativas I, II e III estão corretas.

c) Somente as alternativas I, III e IV estão corretas.

d) Todas as alternativas estão corretas.

e) Nenhuma alternativa está correta.


Comentários:

Reparem que a questão dessa prova de Ajudante de Despachante de 2013


é muito semelhante à de 2012. Ela traz os canais de parametrização do
despacho de importação e os níveis de conferência (canais verde, amarelo,
vermelho e cinza). Todas estão corretas, e isso está previsto no art. 21 da
IN/SRF 680/2006. É claro que a questão traz a regra geral (e não as
exceções), uma vez que, constatados indícios de irregularidade, ou até mesmo
fraude, a declaração pode ser selecionada manualmente para uma verificação
mais rigorosa, não prevista no canal, como se observa no §2° do art. 21 e no
art. 23 da IN/SRF 680/2006.

Resposta: Letra D

No passado, o canal cinza implicava exame de valor aduaneiro.


Atualmente (desde 2002), o canal cinza é muito mais abrangente, e significa
que o auditor deve aplicar procedimento especial de controle aduaneiro,
para verificar elementos indiciários de fraude na importação, como
veremos adiante, com base em norma específica.

Mas atenção! Canal cinza obriga procedimento especial de controle.


Ponto. Mas mesmo que a DI não caia no cinza, ela pode ser encaminhada
(manualmente) para que sejam realizados os procedimentos (é a seleção
manual).

Apesar do direcionamento da DI de canal verde para desembaraço


automático, a legislação (IN/SRF 680/2006, art. 21, §2°), como resguardo,
prevê que essa declaração poderá ser objeto de conferência física ou
documental, quando forem identificados elementos indiciários de
irregularidade na importação, pelo AFRFB responsável por essa atividade.
Pois é pessoal, há um grupo especial de auditores que fica "bisbilhotando" as
declarações de canal verde. E eles podem encaminhar essas declarações para
conferência, caso encontrem algo suspeito.

O artigo 49 da IN/SRF 680/2006, por fim, possibilita que uma declaração


de importação seja submetida à ação fiscal pertinente (exame documental,
físico ou procedimento especial), independentemente do canal. É o famoso:
"Estamos de olho!". O nível de fiscalização sempre pode ser ajustado para um
nível "mais rigoroso".

"Art. 49. A seleção da declaração para quaisquer dos canais de conferência aduaneira
não impede que o chefe do setor responsável pelo despacho, a qualquer tempo,
determine que se proceda à ação fiscal pertinente, se tiver conhecimento de fato ou
da existência de indícios que requeiram a necessidade de verificação da mercadoria, ou
de aplicação de procedimento aduaneiro especial.

Vamos Praticar !!!

Questão 21. (TRF/2000-adaptada) A seleção da declaração de


importação para o canal verde de conferência aduaneira:

a) impede que o chefe do setor responsável pelo despacho da unidade da


Secretaria da Receita Federal de despacho, após o desembaraço, determine
que se proceda à ação fiscal de conferência física e documental da mercadoria,
em qualquer hipótese, porque tal seleção atendeu integralmente os limites e
critérios estabelecidos pela Coordenação-Geral do Sistema Aduaneiro e o
SISCOMEX procedeu ao desembaraço automático da mercadoria

b) impede que o chefe do setor responsável pelo despacho da unidade da SRF


de despacho, após o desembaraço e entrega da mercadoria ao importador,
determine que se proceda ao reexame do despacho aduaneiro, com a
finalidade de verificar a regularidade da importação quanto aos aspectos fiscais
e outros, porque o canal verde, autorizando o desembaraço automático da
mercadoria, implica homologação dos lançamentos tributários

c) não impede que o chefe do setor responsável pelo despacho, a qualquer


tempo, determine que se proceda à ação fiscal pertinente, se tiver
conhecimento de fato ou da existência de indícios que requeiram a necessidade
de verificação da mercadoria, ou de aplicação de procedimento aduaneiro
especial.

d) impede que o chefe do setor responsável pelo despacho da unidade da SRF


de despacho, após o desembaraço, determine que se proceda à verificação
física da mercadoria, em decorrência de fato superveniente que requeira essa
verificação, porque tal procedimento somente é permitido para as mercadorias
relacionadas para o canal amarelo de conferência aduaneira.

e) relativamente à mercadoria que se encontre depositada em Porto Seco,


impede que o chefe da unidade da SRF de despacho, após o desembaraço,
determine que se proceda à ação fiscal pertinente, se tiver conhecimento de
fato ou de existência de indícios que requeiram a necessidade de verificação da
mercadoria, porque tal procedimento somente é cabível para as mercadorias
depositadas em recinto ou local alfandegado de zona primária aduaneira.

Comentário

Vejam o que diz o art. 49 da IN/SRF 680/2006:

"Art. 49. A seleção da declaração para quaisquer dos canais de conferência aduaneira não
impede que o chefe do setor responsável pelo despacho, a qualquer tempo, determine que se
proceda à ação fiscal pertinente, se tiver conhecimento de fato ou da existência de indícios que
requeiram a necessidade de verificação da mercadoria, ou de aplicação de procedimento
aduaneiro especial. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB n° 957, de 15 de julho de
2009)"

Na realidade, a questão ficou fácil porque somente a letra C dizia "não


impede". Detectando indícios de irregularidade, o chefe do despacho pode
determinar, antes, durante ou após o despacho, que se proceda à verificação
física ou ao procedimento especial.

Resposta: Letra C

Voltando à seleção para conferência efetuada pelo Siscomex, ela


recebe o nome de parametrização, e é efetuada com base em análise fiscal
onde se leva em consideração:

I - regularidade fiscal do importador;

II - habitualidade do importador;

III - natureza, volume ou valor da importação;

IV - valor dos impostos incidentes ou que incidiriam na importação;

V - origem, procedência e destinação da mercadoria;

VI - tratamento tributário;

VII - características da mercadoria;

VIII - capacidade operacional e econômico-financeira do importador; e

IX - ocorrências verificadas em outras operações realizadas pelo


importador.

Pessoal, todo importador gostaria de saber exatamente que tipo de


parâmetros a Receita está utilizando para alimentar o sistema. Essas
informações definem quais as declarações serão selecionadas para cada um
dos canais de parametrização. Existe um grupo que faz esse trabalho. Trata-se
de informação que não pode ser divulgada aos importadores.

É certo que há interferência humana nesse processo. Os parâmetros são


cadastrados no sistema por auditores. Por exemplo, decide-se, com base em
denúncia, estudos e pesquisas, colocar todas as importações de veículos no
canal vermelho. Alguém vai lá no Siscomex, coloca a NCM (código de
classificação fiscal) de veículos nos parâmetros, e pronto. A partir daí, todas as
DIs de veículos cairiam no canal vermelho.

Mesmo declarações parametrizadas


Atenção! no canal verde podem ser
encaminhadas para conferência

Questão 22. (Curso de Formação/ESAF/2010 - adaptada) Sobre os


canais de conferência aduaneira é CORRETO afirmar que:

A ) na DI selecionada para o canal verde, o desembaraço ocorre de forma


automática, impedindo que o AFRFB faça qualquer verificação da mercadoria.

B) na DI selecionada para o canal amarelo, após a análise documental a DI


é desembaraçada automaticamente.

C) na DI selecionada para o canal vermelho, após a análise documental e


verificação da mercadoria a DI é desembaraçada automaticamente.

D) na DI selecionada para o canal cinza é realizado o exame documental, a


verificação da mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle
aduaneiro.

E) havendo impossibilidade de verificação, o auditor, mediante elementos


de fundamentação, poderá direcionar a DI de canal vermelho para o amarelo.

Comentário:

a) (Errada) A DI verde poderá ser objeto de conferência física ou


documental, quando forem identificados elementos indiciários de
irregularidade (art. 21, § 2° da IN/SRF 680/2006)
b) (Errada) O desembaraço da DI de canal amarelo não é automático, mas
sim efetivado pelo AFRFB, após conferência documental.
c) (Errada) Mesmo raciocínio da letra B, só que deve ser realizada a
conferência documental e física.
d) (Correta) Perfeita
e) (Errada) A autoridade pode agravar o grau de fiscalização selecionado
pelo Siscomex, mas não há como alterar para um canal de menor nível
de verificação.

Resposta: Letra D

1.11. Recepção de Documentos

Tradicionalmente, os documentos de instrução da DI devem ser


encaminhados à RFB para recepção e análise. Um detalhe. A IN/SRF 680/2006
instituiu o encaminhamento desses documentos em meio digital (art. 19).
Porém, a mesma norma reconhece que, enquanto não implementada função
específica no Siscomex para tal (e ainda não foi implementada mesmo até a
publicação dessa aula), fica suspensa essa apresentação de documentos em
meio digital (Art. 19, §5°).

Então, como é que está funcionando hoje? Vocês viram que algumas
declarações são selecionadas para conferência e outras não. Muito bem. Se a
declaração de importação (DI) registrada pelo importador for selecionada para
conferência, o importador deve (enquanto não implementada a função de
envio digital de documentos) entregar, na unidade da RFB de despacho, em
envelope com o número da DI, o extrato da DI acompanhado dos documentos
de instrução (fatura, conhecimento de carga e outros).

Então, alerta! Somente as declarações selecionadas para conferência


devem ser entregues "fisicamente" na repartição para análise, juntamente com
os documentos de instrução. DI de canal verde, se não selecionada
manualmente para conferência, não precisa ser apresentada pelo importador à
Receita Federal.

1.12. Distribuição para Conferência

As declarações de importação selecionadas para conferência aduaneira


serão distribuídas para os Auditores-Fiscais da Receita Federal (AFRFB)
responsáveis, por meio de função própria no Siscomex (IN/SRF 680/2006, art.
22). E quem faz essa distribuição no sistema? É o AFRFB que tiver perfil de
"Supervisor" no Siscomex Importação. E como ele faz isso? A distribuição pode
ser aleatória (o sistema roda a roleta) ou dirigida (o supervisor escolhe para
quem vai distribuir cada DI).

Pessoal, vou repetir isso porque é muito importante mesmo. Uma DI de


canal verde pode ser objeto de conferência física ou documental, quando
identificados indícios de irregularidade. Há uma equipe especial que analisa
(conforme parâmetros específicos), as declarações de canal verde no sistema.
Esse pessoal pode encaminhar essa DI verde para conferência, mediante
motivação. É como se fosse a "parametrização manual das declarações de
canal verde". Vejam, o sistema já executa a seleção parametrizada e manda
para o verde um conjunto de DIs. A unidade da RFB ainda tem a prerrogativa
de "avermelhar" algumas dessas declarações. Essas declarações eram
conhecidas no passado como "DI melancia" (verde por fora e vermelha por
dentro). Hoje, na prática, o Siscomex permite alterar manualmente o canal da
DI de verde para vermelho.

As declarações selecionadas para conferência (amarelas, vermelhas, cinza


ou "verdes avermelhadas") serão distribuídas para AFRFB, que será o
responsável pelo despacho.

Resumindo, após a parametrização, o supervisor distribui as DIs aos


auditores para conferência, com exceção das verdes, que são desembaraçadas
automaticamente, a menos que selecionadas manualmente para conferência
também.

Na constatação de indício de fraude, independente do canal de


conferência atribuído à DI, o servidor deve encaminhar os elementos
verificados ao setor competente, para avaliação da necessidade de aplicação
dos procedimentos especiais de controle (art. 23).

0 termo "procedimentos especiais de controle" compreende a análise


mais profunda que a RFB faz em DI. É cabível em caso de fraude, certo? Se a
DI cai no canal cinza, o procedimento especial deve ser executado. Mas
mesmo se não cair no cinza, a norma prevê que ele pode ser executado, se
constatado indício de fraude. É o "acinzentamento" da DI.

A coisa toda tem uma lógica. Vejam. O sistema faz a seleção do que será
fiscalizado (parametrização), com base em informações (parâmetros)
alimentadas pela própria RFB. Mesmo após a parametrização, alguma DI
suspeita pode ter escapado do controle realizado pelo sistema e ter caído no
canal verde ou no amarelo. Por isso a norma prevê a possibilidade que a
devida ação fiscal seja executada. O agravamento do grau de fiscalização
é permitido.

1.13.Conferência Aduaneira

De posse de uma DI distribuída para si, o que deve o auditor fazer? Deve
conferi-la, ou seja, verificar se está tudo certo conforme as normas. Se estiver
tudo OK, a DI será desembaraçada pelo AFRFB. Caso contrário, o auditor deve
exigir o que tem que ser exigido.

Conforme o art. 564 do RA, a conferência aduaneira na importação


tem por finalidade identificar o importador, verificar a mercadoria e a correção
das informações relativas a sua natureza, classificação fiscal, quantificação e
valorf e confirmar o cumprimento de todas as obrigações, fiscais e outras,
exigíveis em razão da importação.

Houve um motivo para que a declaração de importação tenha sido


selecionada para conferência, seja no sistema ou de forma manual. A IN/SRF
680/2006, em seu art. 24 e parágrafos, prevê que o AFRFB responsável pelo
despacho aduaneiro poderá limitar a conferência aduaneira às hipóteses
determinantes da seleção. Isso quer dizer que o AFRFB não fica obrigado a
fazer uma "varredura" geral na DI. Se ela caiu no vermelho por motivo de
classificação fiscal, então ele está obrigado a conferir a classificação fiscal, mas
a norma não impede que ele verifique também outros aspectos da importação.
Vejam o que diz o art. 24:

Art. 24. A conferência aduaneira será iniciada após o recebimento do extrato da declaração
selecionada e dos documentos que a instruem. (Redação dada pela IN SRF no 731, de 3 de
abril de 2007)
§ 1o O AFRFB responsável pelo despacho aduaneiro poderá limitar a conferência
aduaneira às hipóteses determinantes da seleção a que se refere o art. 21, nos termos
disciplinados em ato normativo da Coana.
§ 2° O disposto no § 1° não impede a extensão da conferência aduaneira a outras hipóteses
além das determinantes, a critério do AFRFB responsável pelo despacho aduaneiro.

A conferência aduaneira, conforme o canal de parametrização, prevê 3


etapas. São elas:

- exame documental
- verificação da mercadoria
- aplicação de procedimentos especiais de controle aduaneiro.

No exame documental, verifica-se:

-a integridade dos documentos apresentados;


-a exatidão e correspondência das informações prestadas na declaração
em relação àquelas constantes dos documentos que a instruem, inclusive no
que se refere à origem e ao valor aduaneiro da mercadoria;
-o cumprimento dos requisitos de ordem legal ou regulamentar
correspondentes aos regimes aduaneiro e de tributação solicitados;
-o mérito de benefício fiscal pleiteado; e
-a descrição da mercadoria na declaração, com vistas a verificar se estão
presentes os elementos necessários à confirmação de sua correta classificação
fiscal.

No exame documental, o auditor faz aquele "batimento" entre o que o


importador declarou na DI, os documentos e a legislação vigente. É possível
verificar se, conforme a descrição da mercadoria, a classificação fiscal está
correta ou não. Sim, isso é possível mesmo sem ver a mercadoria. Basta saber
suas especificações. E lembrem-se de que as características do produto
também podem ser consultadas nos sites oficiais dos fabricantes.

Outro exemplo. No exame documental, pode ser constatado se a


mercadoria foi embarcada no exterior antes de emitida a licença de importação
(LI), quando esta é exigida. Se for o caso, multa nele! (trata-se de penalidade
prevista no RA).

Dependendo da mercadoria, documentos específicos são exigidos, como é


o caso do Certificado de Adequação de Trânsito (CAT) na importação de
veículos.

Questão 23. (AFTN/1991-adaptada) Despacho de Importação é

a) O procedimento que tem por finalidade identificar o importador, verificar


a mercadoria, determinar seu valor e classificação fiscal, e constatar o
cumprimento de todas as obrigações, fiscais ou não fiscais, para fins de
desembaraço da mercadoria.
b) Despacho de importação é o procedimento mediante o qual é verificada a
exatidão dos dados declarados pelo importador em relação à mercadoria
importada, aos documentos apresentados e à legislação específica,
mesmo que a mercadoria não esteja sujeita ao imposto de importação.
c) O procedimento fiscal que deverá ser instruído com a Declaração de
Importação, substituível apenas pelo conhecimento de carga original ou
pelo conhecimento aéreo original
d) O procedimento dispensado na reentrada de mercadorias que
comprovadamente retornem ao País por defeito técnico que exija sua
devolução para reparo ou substituição.
e) O procedimento fiscal necessariamente efetuado com base na Declaração
de Importação e instruído com o conhecimento de carga original ou
documento equivalente, não podendo ser dispensada nessa instrução a
fatura comercial, contendo todas as indicações especificadas na lei e
assinada pelo exportador, salvo se substituída pelo conhecimento aéreo,
se este contiver as mesmas indicações.

Comentário:
a) (Errada) Essa era a definição antiga de conferência aduaneira.

b) (Correta) Eu adaptei essa questão, pois a alternativa correta se baseava


em Regulamento anterior, de 1985. Pela redação atual (Decreto
6.759/2009), a definição de despacho de importação ficou conforme a
seguir (art. 542), e o despacho é obrigatório, mesmo que a mercadoria
não esteja sujeita ao imposto de importação (art. 543).

Art. 542. Despacho de importação é o procedimento mediante o qual é


verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em relação
à mercadoria importada, aos documentos apresentados e à legislação
específica.

Art. 543. Toda mercadoria procedente do exterior, importada a título


definitivo ou não, sujeita ou não ao pagamento do imposto de
importação, deverá ser submetida a despacho de importação, que
será realizado com base em declaração apresentada à unidade
aduaneira sob cujo controle estiver a mercadoria.

c) (Errada) A DI não é substituível pelo conhecimento de carga, mas sim


deverá ser instruída com ele.

d) (Errada) Na reentrada de mercadoria devolvida por defeito técnico (art.


70) há despacho de importação (art. 543, parágrafo único).

e) (Errada) Despacho de Importação, como regra, é processado no


Siscomex, mas pode ser efetuado com outros tipos de declaração, que
não a DI, em situações específicas, como a DSI, por exemplo.

Resposta: Letra B

Questão 24. (AFTN/1991-adaptada) Conferência aduaneira é

a) o procedimento fiscal que tem por finalidade identificar o importador,


verificar a mercadoria e a correção das informações relativas a sua natureza,
classificação fiscal, quantificação e valor, e confirmar o cumprimento de todas
as obrigações, fiscais e outras, exigíveis em razão da importação
b) o procedimento fiscal mediante o qual se processa o desembaraço
aduaneiro de mercadoria procedente do exterior, estrangeira ou
desnacionalizada, seja ela importada a título definitivo ou não
c) o ato pelo qual a mercadoria é entregue ao importador
d) o procedimento fiscal destinado a verificar a ocorrência de avaria ou falta
de mercadoria estrangeira ou desnacionalizada, entrada no território
aduaneiro, a identificar o responsável e a apurar o crédito tributário dele
exigível
e) o procedimento fiscal destinado a constatar destina-se a constatar
extravio ou acréscimo de volume ou de mercadoria entrada no território
aduaneiro, mediante confronto do manifesto com os registros de descarga

Comentário:

Literal do art. 564 do RA. A letra B era a definição antiga de despacho. A letra
C seria a entrega da mercadoria ao importador. A letra D era a antiga vistoria.
A letra E é a conferência final de manifesto (art. 658).

Resposta: Letra A

Questão 25. (CESPE/Correios/2011) Julgue o item a seguir. A


conferência aduaneira é etapa central do despacho aduaneiro e
envolve o exame da documentação, a verificação da mercadoria e,
se constatadas inconsistências ou fraude, a aplicação de
procedimento especial de controle aduaneiro

Comentário:

Conferência aduaneira é o coração do despacho. Suas etapas: exame


documental, verificação da mercadoria e aplicação do procedimento especial
de controle aduaneiro. A realização de cada uma das etapas depende do canal
de parametrização. Só um detalhe. Os artigos 21, IV e 23 da IN/SRF 680/2006
citam "elementos indiciários de fraude" como requisito para submeter uma
declaração para procedimento especial de controle. Se essas
"inconsistências" (conforme consta no texto da questão) levarem ao
entendimento de que se trata de indício de fraude, então deve ser aplicado o
procedimento especial.

Resposta: Certa

1.14. Verificação da Mercadoria

A verificação física é o procedimento fiscal destinado a identificar e


quantificar a mercadoria submetida a despacho aduaneiro, a obter elementos
para confirmar sua classificação fiscal, origem e seu estado de novo ou usado,
bem assim para verificar sua adequação às normas técnicas aplicáveis (IN/SRF
680/2006, art. 29).

Quem é o responsável pelo procedimento e quem acompanha a


conferência?

Já vimos que o responsável pelo despacho é o AFRFB. Ele pode realizar


diretamente verificação da mercadoria, no curso da conferência ou em
qualquer outra ocasião. Mas a verificação também pode ser realizada, sob
supervisão do AFRFB, por analista tributário (ATRFB), na presença do
viajante, do importador ou de seus representantes.

Vejam o que diz o art. 566 do RA:

Art. 566. A verificação da mercadoria, no curso da conferência aduaneira ou em outra


ocasião, será realizada por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, ou sob a sua
supervisão, por Analista-Tributário, na presença do viajante, do importador ou de seus
representantes (Decreto-Lei n2- 37, de 1966, art. 50, caput, com a redação dada pela Lei nº
12.350, de 2010, art. 40). (Redação dada pelo Decreto n° 8.010. de 2013)

Um ajuste importante que foi feito nesse artigo em 2013 é que o


procedimento de verificação da mercadoria a que se refere a norma pode se
dar no curso da conferência aduaneira (durante o despacho) ou em outra
ocasião. Isso significa que a RFB pode vir a verificar a mercadoria (por
intermédio de AFRFB ou ATRFB) mesmo que a DI não tenha sido registrada ou
já tenha sido desembaraçada, ou seja, antes, durante ou após o desembaraço.

Se a mercadoria estiver depositada em recinto alfandegado, pode ser


dispensada a presença do importador, mas a verificação deve ser sempre na
presença do depositário ou de seus prepostos (fiel depositário).

A carga a ser verificada deve ser posicionada pelo depositário para


verificação. Por esse motivo, a legislação prevê que a verificação será realizada
mediante agendamento, conforme regras estabelecidas pelo chefe do setor
de despacho. Esse agendamento existe para que o depositário possa organizar
sua logística quando há uma grande quantidade de cargas a serem verificadas
pela RFB. Pode ser que falte espaço, pessoal, maquinário, ou tudo ao mesmo
tempo, para posicionar a carga.

A verificação da mercadoria é o momento onde o AFRFB tem que se


levantar da cadeira e ir ao armazém para conferir fisicamente as mercadorias.
Dependendo das mercadorias, essa atividade pode vir a ser muito
interessante, por estarmos sempre em contato com os produtos de ponta na
tecnologia, com marcas famosas, como os automóveis de luxo, roupas,
brinquedos, vinhos, eletrônicos etc. Mas também temos que lidar com
mercadorias importadas não tão atraentes, como produtos químicos, adubos,
cevada, cobre, combustíveis etc.

Enfim, em determinadas situações, pode ficar difícil para a autoridade


identificar ou quantificar as mercadorias importadas. Vejam esse exemplo.
Um produto químico declarado com um "grau de pureza" de 90%, é
enquadrado em um código da NCM onde o imposto de importação é 0%
exatamente por conta desse "grau de pureza". A pergunta que não quer calar:
"como saberei se o grau de pureza declarado pelo importador está correto?".
Sabe como é fiscal... A tendência é achar que o importador está sempre
mentindo para pagar menos tributo.
Calma. O artigo 569 do RA prevê que, na quantificação ou
identificação da mercadoria, a fiscalização poderá solicitar perícia. Veremos
um exemplo completo mais adiante sobre a utilização da perícia como forma
de auxiliar a verificação. A atividade de perícia está prevista no artigo 813 do
RA.

Para auxiliar a verificação da mercadoria, poderão ser utilizados (art. 29,


§3° da IN/SRF 680/2006):

I - relatório ou termo de verificação lavrado pela autoridade aduaneira do


País exportador;
II - relatórios e termos de verificação lavrados por outras autoridades, na
fase de licenciamento das importações; ou
III - registros de imagens das mercadorias, obtidos:
a) por câmeras; ou
b) por meio de equipamentos de inspeção não-invasiva.

Um exemplo do item II acima. Em uma importação de adubo, na fase de


licenciamento, o VIGIAGRO (Min. Agricultura) emite um laudo de identificação
do produto. A fiscalização pode utilizar esse laudo como subsídio para a
verificação da mercadoria. Repare, ele pode utilizar ou não o laudo. A seu
critério (do fiscal), poderá solicitar um novo laudo a um perito credenciado
pela RFB e ignorar o laudo emitido pelo VIGIAGRO. Aliás, todos os itens
previstos na relação acima são opcionais no auxílio à verificação.

Questão 26. (do autor) O auditor JOÃO RIGOROSO DA SILVA teve


distribuída para si uma declaração de importação parametrizada
para o canal amarelo no Siscomex que acobertava a importação de
2.000 unidades de cadeados. Considerando que a descrição da
mercadoria não estava completa, e que havia vigente à época do
fato gerador uma alíquota antidumping aplicável sobre a importação
de cadeados oriundos da China, ele determinou ao analista JOSÉ
CERTINHO que fosse ao armazém para colher elementos para
confirmação da origem da mercadoria. Considerando a legislação
aplicável, pode-se afirmar que

A) Não havia previsão em norma para proceder à verificação da mercadoria,


uma vez que a DI foi parametrizada no canal amarelo.

B) A atitude do auditor foi correta, e o analista deve, ao final da verificação,


emitir RVF (Relatório de Verificação Física)

C) O analista tributário não poderia proceder à verificação da mercadoria, pois


a DI estava distribuída para o auditor no Siscomex.
D) O auditor deveria ter encaminhado a declaração ao chefe para
determinação do procedimento a ser adotado.

E) A atitude do fiscal não procede, pois a DI somente poderia ser objeto de


verificação no caso de dúvida quanto à classificação fiscal.

Comentário

a) (Errada) Conforme o parágrafo único do art. 25 da IN/SRF 680/2006,


durante o exame documental, na hipótese de descrição incompleta da
mercadoria na DI de canal, que exija verificação física para sua perfeita
identificação, com vistas a confirmar a correção da classificação fiscal ou
da origem declarada, o AFRF responsável pelo exame (documental)
poderá condicionar a conclusão da etapa à verificação da mercadoria.

b) (Correta) É um detalhe do detalhe, mas.... No art. 39 da IN/SRF


680/2006, se a verificação física for por amostragem ou realizada por
servidor que não o auditor (analista-tributário), deve ser lavrado
Relatório de Verificação Física (RVF).

c) (Errada) O art. 566 do RA prevê que a verificação da mercadoria pode


ser realizada por auditor ou, sob sua supervisão, por analista-tributário
(ATRFB).

d) (Errada) O chefe do setor de despacho pode determinar a ação fiscal a


qualquer tempo, para qualquer DI. Mas nesse caso, não havia
necessidade de autorização do chefe. O próprio AFRFB poderia realizar a
verificação (art. 25, parágrafo único da IN/SRF 680/2006).

e) (Errada) Pela explicação da letra A, vimos que, para confirmar a origem,


pode ser realizada a verificação da mercadoria.

Resposta: Letra B

Em relação à verificação de bagagem sob responsabilidade do


transportador, o Regulamento dá uma "colher de chá", para facilitar a vida
do viajante, e permite que seja dispensada sua presença ou do importador,
desde que na presença do depositário. Essa dispensa se aplica também para
outro tipo de mercadoria que esteja sob a responsabilidade do transportador.

1.14.1. Bagagem de Diplomatas

Conforme já comentado, a mala diplomática está dispensada de


despacho, certo? Mas cuidado. E a bagagem do diplomata?
Diz o art. 567 que "a bagagem dos integrantes de missões
diplomáticas e de repartições consulares de caráter permanente não está
sujeita a verificação, salvo se existirem fundadas razões para se supor que
contenha bens:

I - destinados a uso diverso do previsto nas respectivas Convenções de


Viena sobre Relações Diplomáticas e Consulares; ou

II - de importação proibida.".

Perceberam a diferença? Então a bagagem de diplomata está sujeita a


despacho? SIM. Mas está sujeita a verificação? NÃO (como regra geral).
Pessoal, o fato de estar sujeita a despacho não quer dizer que haverá DI para
bagagem de diplomata.

Não é registrada DI nesse caso de bagagem. É como o turista que chega


no aeroporto. Passa com sua bagagem, pode ser selecionado ou não para
conferência, cobra-se o que deve ser cobrado, e pronto. Pode ser selecionado
para verificação, mas não há DI. Há o despacho da bagagem, mas não há
DI. O despacho é o procedimento. Tem sempre, menos no caso de mala
diplomática (que é diferente de bagagem dos diplomatas). A DI é o
documento utilizado, em regra, como base para o despacho.

Assim, como regra, não haverá verificação na bagagem dos


integrantes de missões diplomáticas e consulares de caráter
permanente. Como exceção, havendo fundadas razões para supor
irregularidades conforme os itens I e II acima, a verificação da bagagem do
diplomata deve ser realizada na presença do interessado ou de seu
representante formalmente autorizado. Já pensou, você trabalhando no Galeão
nas Olimpíadas de 2016, suspeitando de uma irregularidade na bagagem de
um diplomata americano, que venha assistir a alguma final com participação
dos Estados Unidos? Bom, é claro que essa suspeita deve ser baseada em
denúncias ou documentos que levem a fundadas razões para tal, e não
simplesmente no "achômetro".

Vamos Praticar !!!

Questão 27. (AFRF/2003) A fiscalização aduaneira recebe denúncia


de que a bagagem de integrante de missão diplomática contém 23
kg de cocaína. No caso, deve tomar uma das seguintes providências:

a) reter os volumes e encaminhá-los à Polícia Federal, comunicando a


ocorrência à Administração Central, para informação ao Ministério das Relações
Exteriores.
b) liberar os volumes, pois a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas
impede sua verificação, comunicando os fatos à Administração Central para
informação ao Ministério das Relações Exteriores e à Polícia Federal.
c) verificar os volumes na presença do agente diplomático ou do seu
representante autorizado, apreendendo os bens de importação proibida e
liberando os demais, salvo se o viajante identificar-se como correio diplomático
e o volume estiver identificado como mala diplomática.
d) apreender os volumes, para aplicação da pena de perdimento aos bens de
importação proibida, requisitando a representante do Ministério das Relações
Exteriores a separação dos demais bens, para entrega ao diplomata.
e) verificar os volumes na presença de representante do Ministério das
Relações Exteriores e do agente diplomático ou do seu representante legal,
lavrando Termo de Constatação Fiscal (TCF), a ser encaminhado ao governo
estrangeiro.

Comentário

Pessoal, a mala diplomática não está sujeita a despacho, certo? Mas


a bagagem do diplomata é diferente. Não está sujeita a verificação. Mas....
Diz o art. 567 do RA que a bagagem dos integrantes das missões
diplomáticas e consulares de caráter permanente não está sujeita a
verificação, salvo se existirem fundadas razões para se supor que contenha
bens de importação proibida ou destinados a uso diverso do previsto nas
respectivas Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e Consulares".
Ora, cocaína é bem de importação proibida. Então, o art. 567 manda
verificar. Mas e se o viajante se identificar como correio diplomático e o
volume estiver identificado como mala diplomática? Aí é outro enquadramento:
mala diplomática, que está dispensada de despacho.
E lembrem-se. Como regra, a mala diplomática não poderá ser aberta.
Mas se houver a denúncia, a RFB pede para abrir. Se o representante do
Estado estrangeiro se recusar a abrir, o volume terá que ser devolvido à
origem, devendo ser notificado o MRE (isso está previsto na IN/SRF
338/2003).

Resposta: Letra C

Já vimos os canais de parametrização. Conforme a seleção, as declarações


de canal vermelho e cinza deverão ser submetidas à verificação física. Mas
será que as declarações parametrizadas para os canais vermelho e cinza terão
de ser 100% fiscalizadas? O art. 568 prevê que, na verificação de mercadoria,
poderão ser adotados critérios de seleção e amostragem, conforme o
estabelecido em ato da RFB.

E de fato ela adotou. A seleção foi implementada com os canais de


parametrização. Há previsão de verificação por amostragem nos artigos 28 e
36 da IN/SRF 680/2006:

Art. 28. No caso de mercadorias acondicionadas em mais de um veículo ou unidade de


carga, o servidor designado para a verificação física poderá escolher aleatoriamente
apenas alguns veículos ou unidades de carga para descarga ou retirada da
mercadoria, desde que:

I - os veículos ou unidades de carga contenham arranjos idênticos de mercadorias;

II - o conhecimento de transporte identifique completamente as mercadorias e o seu


consignatário;

III - seja apresentado packing-list detalhado da carga, para cada unidade de carga
relacionada no conhecimento;

IV - não haja discrepância superior a cinco por cento do peso informado no


conhecimento e o apurado em cada unidade de carga ou veículo; e

V - a relação peso/quantidade nas unidades de carga ou veículos seja compatível com


a verificada nas unidades de carga desunitizadas ou veículos descarregados.

Art. 36. A verificação física poderá ser realizada por amostragem de volumes e
embalagens, na forma disciplinada em ato da Coana.

Além disso, a IN/SRF 680/2006 prevê os casos abaixo de dispensa de


conferência física:

"Art. 38. Poderão ser desembaraçados sem conferência física:


I - os bens de caráter cultural submetidos a despacho por:
a) museu, teatro, biblioteca ou cinemateca;
b) entidade promotora de evento apoiado pelo poder público;
c) entidade promotora de evento notoriamente reconhecido; ou
d) missão diplomática ou repartição consular de caráter permanente; e
II - bens destinados ás atividades relacionadas com a intercomparação de padrões
metrológicos.
§ 1o Na hipótese de que trata o inciso I, a dispensa de conferência física será autorizada,
a requerimento do interessado, pelo AFRFB responsável pelo despacho aduaneiro, aplicando-se
especialmente aos bens que, pela natureza, antiguidade, raridade ou fragilidade, exijam
condições especiais de manuseio ou de conservação."

Isso significa que a DI pode cair no canal vermelho, e o importador faria


um pedido para dispensa de conferência física.

Vamos Praticar !!!

Questão 28. (ESAF/ATRFB/2012) Sobre os procedimentos gerais de


importação e de exportação, analise os itens a seguir, classificando-
os como verdadeiros (V) ou falsos (F). Em seguida, escolha a opção
adequada às suas respostas:

I. O despacho aduaneiro de importação poderá ser efetuado apenas em


zona primária.

II. A declaração de importação é o documento base do despacho de


importação e será instruída com a via original do conhecimento de carga ou
documento de efeito equivalente; a via original da fatura comercial, assinada
pelo exportador; o comprovante de pagamento dos tributos, se exigível; e
outros documentos exigidos em decorrência de acordos internacionais ou por
força de lei, de regulamento ou de outro ato normativo.

III. A conferência aduaneira na importação poderá ser realizada na zona


primária ou na zona secundária.

IV. A verificação de mercadoria, na conferência aduaneira ou em outra


ocasião, será realizada por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil ou, sob a
sua supervisão, por Analista-Tributário, na presença do viajante, do
importador, do exportador ou de seus representantes, podendo ser adotados
critérios de seleção e amostragem, de conformidade com o estabelecido pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil. Na hipótese de mercadoria depositada
em recinto alfandegado, a verificação deverá ser realizada na presença do
importador ou do exportador.

a) Estão corretos somente os itens I e III.

b) Estão corretos somente os itens I, II e III.

c) Estão corretos somente os itens II e III.

d) Estão corretos somente os itens II e IV.

e) Todos os itens estão corretos.

Comentário:

I. (Errada) Conforme vimos no art. 544 do RA, o despacho pode ser


realizado em zona primária ou em zona secundária (RA, artigo 544).
II. (Correta) Literal do artigo 553 do RA.
III. (Correta) Literal do artigo 565 do RA.
IV. (Errada) A verificação pode ser realizada por Auditor ou Analista (art.
566, caput), e podem ser adotados critérios de amostragem (art.
568), mas no caso de bens depositados em recinto alfandegado, a
presença do importador pode ser dispensada (art. 566, §1°).
Resposta: Letra C.

1.15. Retificação da DI

No decorrer do despacho (ou mesmo após o seu término), pode ser


necessário retificar (alterar) informações na declaração de importação, no
Siscomex, conforme exigência fiscal. Sobre esse ponto, vale reproduzir (grifei
os pontos mais importantes) alguns artigos pertinentes da IN/SRF 680/2006:

Art. 42. As exigências formalizadas pela fiscalização aduaneira e o seu atendimento


pelo importador, no curso do despacho aduaneiro, deverão ser registrados no
Siscomex.
§ Io Sem prejuízo do disposto no caput, na hipótese de a exigência referir-se a
crédito tributário ou direito comercial, o importador poderá efetuar o pagamento
correspondente, independentemente de formalização de processo administrativo fiscal.
§ 2o Havendo manifestação de inconformidade, por parte do importador; em relação à
exigência de que trata o § 1o, o crédito tributário ou direito comercial será constituído
mediante lançamento em auto de infração.

Art. 43. Interrompido o despacho, para o atendimento de exigência, inicia-se a contagem


do prazo a que se refere o parágrafo único do artigo 574 do Decreto n° 4.543, de 2002,
para caracterização do abandono da mercadoria.
Art. 44. A retificação de informações prestadas na declaração, ou a inclusão de
outras, no curso do despacho aduaneiro, ainda que por exigência da fiscalização
aduaneira, será feita, pelo importador, no Siscomex.
§ Io A retificação da declaração somente será efetivada após a sua aceitação, no
Siscomex, pela fiscalização aduaneira, exceto no que se refere aos dados relativos á
operação cambial
§ 2o Quando da retificação resultar importação sujeita a licenciamento, o despacho ficará
interrompido até a sua obtenção, pelo importador.
§ 3o Em qualquer caso, a retificação da declaração não elide a aplicação das penalidades
fiscais e sanções administrativas cabíveis.
Art. 45. A retificação da declaração após o desembaraço aduaneiro, qualquer que
tenha sido o canal de conferência aduaneira ou o regime tributário pleiteado, será
realizada:
I - de ofício, na unidade da SRF onde for apurada, em ato de procedimento fiscal, a
incorreção; ou
II - mediante solicitação do importador, formalizada em processo e instruída com
provas de suas alegações e, se for o caso, do pagamento dos tributos, direitos
comerciais, acréscimos moratórios e multas, inclusive as relativas a infrações
administrativas ao controle das importações, devidos, e do atendimento de eventuais
controles específicos sobre a mercadoria, de competência de outros órgãos ou agências
da administração pública federal.

Assim, a retificação no curso do despacho é realizada pelo importador,


enquanto a retificação após o desembaraço (após o despacho) é realizada
pela aduana.
Outro detalhe. Na retificação, quando há pagamento devido, este é realizado
mediante débito automático, quando do registro da retificação no sistema.

Vamos Praticar !!!

Questão 29. (ESAF/Ajudante de Despachante/2013) O pagamento


dos tributos e contribuições federais devidos na importação de
mercadorias, bem assim dos demais valores exigidos em
decorrência da aplicação de direitos antidumping, compensatórios
ou de salvaguarda, será efetuado:
a) até o desembaraço da DI, por meio de Documento de Arrecadação de
Receitas Federais (Darf) eletrônico, mediante débito automático em conta
corrente bancária, em agência habilitada de banco integrante da rede
arrecadadora de receitas federais.

b) no ato do registro da DI ou da sua retificação, se efetuada no curso do


despacho aduaneiro, por meio de Documento de Arrecadação de Receitas
Federais (Darf) eletrônico, mediante débito automático em conta corrente
bancária, em agência habilitada de banco integrante da rede arrecadadora de
receitas federais.

c) até o desembaraço da DI, por meio de Documento de Arrecadação de


Receitas Federais (Darf) emitido pelo sistema, e confirmação do pagamento
pelo banco integrante da rede arrecadadora de receitas federais.

d) anteriormente ao registro da DI, por meio de Documento de Arrecadação de


Receitas Federais (Darf) emitido pelo sistema, e confirmação do pagamento
pelo banco integrante da rede arrecadadora de receitas federais.

e) até a entrega da carga, por meio de Documento de Arrecadação de Receitas


Federais (Darf) emitido pelo sistema, e confirmação do pagamento pelo banco
integrante da rede arrecadadora de receitas federais.

Comentário:

O pagamento de tributos e demais direitos incidentes relativamente ao


despacho de importação (antidumping, salvaguarda ou compensatórios) é
efetuado mediante DARF eletrônico, via débito automático em conta-
corrente, tanto no registro da DI quanto na sua retificação (art. 11 da IN/SRF
680/2006).

Resposta: Letra B

Questão 30. (ESAF/Despachante Aduaneiro/2012) Em relação à


verificação física das mercadorias na conferência aduaneira no
despacho de importação, assinale a opção correta:
I. No caso de mercadorias acondicionadas em mais de um veículo ou unidade
de carga, o servidor da Receita Federal do Brasil (RFB) designado para a
verificação física poderá escolher aleatoriamente apenas alguns veículos ou
unidades de carga para descarga ou retirada da mercadoria.
II. A verificação física poderá ser realizada por meio de câmeras ou
equipamentos de inspeção não-invasiva.
III. Na ausência do importador ou de seu representante na data e horário
previstos para a conferência, a mercadoria depositada em recinto
alfandegado poderá ser submetida à verificação física na presença do
depositário ou de seu preposto.
IV. As mercadorias retiradas a título de amostra são dedutíveis da quantidade
declarada na Declaração de Importação (DI).
a) Apenas a proposição I está correta.
b) Apenas as proposições I e III estão corretas.
c) Apenas a proposições I, II e III estão corretas.
d) As proposições I, II e IV estão corretas.
e) Todas as proposições estão corretas.

Resolução:
I. (Correta) Conforme o art. 28 da IN/SRF 680/2006
II. (Correta) Conforme vimos acima (art. 29, §3° da IN/SRF 680/2006)
III. (Correta) Mas atenção. A mercadoria tem que estar depositada em recinto
alfandegado.
IV. (Errada) Se no decorrer do despacho forem retiradas amostras para, por
exemplo, emitir laudo de identificação, essas mercadorias retiradas a
título de amostra não são dedutíveis da quantidade declarada (art. 33).

Resposta: Letra C

Questão 31. (ESAF/Ajudante de Despachante/2013) Assinale a


opção incorreta a respeito das hipóteses de retificação de DI.

a) A retificação de informações prestadas na declaração, ou a inclusão de


outras, no curso do despacho aduaneiro, ainda que por exigência da
fiscalização aduaneira, será feita, pelo importador, no SISCOMEX.

b) A retificação da declaração somente será efetivada após a sua


aceitação, no SISCOMEX, pela fiscalização aduaneira, exceto no que se refere
aos dados relativos à operação cambial.

c) Quando da retificação resultar importação sujeita a licenciamento, o


despacho ficará interrompido até a sua obtenção, pelo importador.

d) A retificação da declaração após o desembaraço aduaneiro será


realizada mediante solicitação do importador, formalizada em processo e
instruída com provas de suas alegações e, se for o caso, do pagamento dos
tributos, direitos comerciais, acréscimos moratórios e multas, inclusive as
relativas a infrações administrativas ao controle das importações, devidos, e
do atendimento de eventuais controles específicos sobre a mercadoria, de
competência de outros órgãos ou agências da administração pública federal.

e) Em qualquer caso, a retificação da declaração afasta a aplicação das


penalidades fiscais e sanções administrativas cabíveis.

Comentários:

As alternativas a a d, que se referem ao procedimento de retificação de


declaração de importação, estão corretas e previstas nos artigos 44 e 45 da
IN/SRF 680/2006. Era uma questão grande para ler, mas a letra E é absurda,
uma vez que não faria sentido algum isentar o importador de penalidade só
porque foi feita a retificação da DI. E isso está previsto no §3° do art. 44 da
IN/SRF 680/2006.

Resposta: Letra E

1.16. Aplicação de Procedimento Especial de Controle Aduaneiro

Vimos que um dos canais de parametrização da DI é o canal cinza.


Basicamente, o sistema direciona a declaração para esse canal quando
detectado indício de fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da
mercadoria. Nesse caso, além do exame documental e verificação da
mercadoria, deve ser realizado pelo auditor-fiscal um procedimento fiscal mais
aprofundado, conforme normas específicas. A declaração de importação pode
ser direcionada pelo sistema para o canal cinza em função da pessoa jurídica
envolvida na operação ou em função da mercadoria.

Quando o motivo da parametrização for a mercadoria, a IN/RFB


1.169/2011 estabelece procedimentos especiais de controle, na
importação ou na exportação de bens e mercadorias, diante de suspeita de
irregularidade punível com a pena de perdimento. Nesse caso, a
mercadoria fica retida até a conclusão do correspondente procedimento de
fiscalização, independente de encontrar-se em despacho aduaneiro de
importação ou desembaraçada. O prazo máximo de retenção é de noventa
dias, prorrogável por igual período, em situações justificadas.

E lembrem-se. O artigo 23 da IN/SRF 680/2006 determina que, na


hipótese de constatação de indícios de fraude na importação,
independentemente do início ou término do despacho aduaneiro ou, ainda, do
canal de conferência atribuído à DI, o servidor deverá encaminhar os
elementos verificados ao setor competente, para avaliação da pertinência de
aplicação de procedimento especial de controle.

Vamos "traduzir" isso? Mesmo que a DI não tenha sido parametrizada


para o canal cinza pelo sistema, ela pode, antes, durante ou após o
despacho, ser encaminhada, pelo servidor que tiver conhecimento dos indícios
de fraude, para que o setor competente avalie se cabe ou não a aplicação de
procedimento especial de controle, como se de canal cinza fosse.

Etapas da - Exame Documental


Conferência - Verificação da Mercadoria
Aduaneira
- Procedimento Especial de Controle

Resumindo, as ações fiscais e controles adotados em cada canal de


parametrização são:

Prévio Documental Verificação Especial

SIM NÃO NÃO NÃO


SIM SIM NÃO NÃO
SIM SIM SIM NÃO
SIM SIM SIM SIM

1.17.Interrupção do Despacho

Analisando o despacho, é possível que o AFRFB constate alguma


ocorrência que impeça o prosseguimento do despacho. Aliás, esse é o nosso
trabalho. Seria muito estranho se nunca constatássemos irregularidades nos
despachos. Será que os importadores declaram tudo certo?

Por exemplo, o AFRFB pode apurar que o importador solicitou uma


redução tributária devido a acordo comercial, mas não juntou à DI o certificado
de origem comprobatório. Não sendo apresentado o certificado de origem,
haveria uma diferença de tributos a pagar, além de juros e multa. Nesse caso,
o fiscal interrompe o despacho (no Siscomex) no momento em que registra

62
a exigência correspondente.

Pode ocorrer, por exemplo, de a autoridade, ao verificar uma mercadoria,


não possuir conhecimento técnico para identificá-la. Imagine só: produtos
químicos, tecidos, máquinas complexas, equipamentos de tecnologia. Não há
como conhecer sobre tudo. Por isso o Regulamento prevê, conforme consta no
artigo 569, que a fiscalização aduaneira poderá solicitar perícia na
quantificação ou identificação da mercadoria.

Cuidado: o perito auxilia o auditor a identificar e quantificar a


mercadoria. Mas quem decide se a classificação fiscal está correta ou não é o
auditor.

Assim, a solicitação de perícia para identificação da mercadoria


caracteriza a interrupção do despacho.

Vejam o que diz o artigo 570:

Art. 570. Constatada, durante a conferência aduaneira, ocorrência que impeça o


prosseguimento do despacho, este terá seu curso interrompido após o registro da
exigência correspondente, pelo Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil responsável.
§ 1Q Caracterizam a interrupção do curso do despacho, entre outras ocorrências:
I-a não-apresentação de documentos exigidos pela autoridade aduaneira, desde que
indispensáveis ao prosseguimento do despacho; e
II - o não-comparecimento do importador para assistir à verificação da mercadoria, quando sua
presença for obrigatória.
§ 1º-A. Quando for constatado extravio ou avaria, a autoridade aduaneira poderá, não
havendo inconveniente, permitir o prosseguimento do despacho da mercadoria avariada ou da
partida com extravio, obsenvado o disposto nos arts. 89 e 660. (Incluído pelo Decreto n° 8.010.
de 2013)
§ 2º Na hipótese de a exigência referir-se a crédito tributário ou a direito antidumping ou
compensatório, o importador poderá efetuar o pagamento correspondente, independente de
processo. (Redação dada pelo Decreto n° 8.010. de 2013)
§ 3º Havendo manifestação de inconformidade, por parte do importador, em relação à
exigência de que trata o § 2a, o Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil deverá efetuar o
respectivo lançamento, na forma prevista no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972.
§ 4º Quando exigível o depósito ou o pagamento de quaisquer ônus financeiros ou cambiais
ou o cumprimento de obrigações semelhantes, o despacho será interrompido até a satisfação
da exigência.

Reparem no §2° do art. 570. Quando a exigência referir-se a crédito


tributário (é o caso do nosso exemplo), ou a direito antidumping ou
compensatório, o importador poderá efetuar o pagamento correspondente,
independentemente de processo. O importador faz uma retificação da DI,
acerta os dados, e informa o pagamento dos tributos e das multas. Quando ele
efetivar a retificação da DI, o pagamento será processado por meio de débito
em sua conta-corrente. Esse é o fluxo quando o importador concorda com a
exigência fiscal e a cumpre.

Mas vejamos outra hipótese. Você (AFRFB) fez a exigência no Siscomex,


mas o importador não concorda com ela. Está instaurado um impasse. Mas
você é autoridade, se lembra? Agora você tem a caneta (ou a senha no
sistema). Se o importador manifestar inconformidade em relação à sua
exigência, você deverá efetuar o respectivo lançamento do crédito
tributário, mediante auto de infração (art. 570, § 3 o ).

Dependendo do tipo de exigência no despacho, pode ser que ela não se


refira a crédito tributário. Pode ser que, por exemplo, o auditor esteja exigindo
a apresentação de algum documento, como um certificado fitossanitário, ou
um certificado de adequação de trânsito (CAT), para prosseguir o despacho. E
se o importador não a cumprir? Nesse caso, não haveria crédito a ser lançado.
Simplesmente o importador não apresenta o documento. E daí? O que
acontece?

Se o despacho tiver seu curso interrompido por 60 dias (contados da


ciência da exigência), por ação ou omissão do importador, a carga
armazenada no recinto alfandegado será considerada abandonada (RA, art.
642, §1°, II), podendo ser objeto de perdimento.

Vamos Praticar !!!

Questão 32. (TTN/97) O conhecimento de carga é documento


indispensável à instrução do despacho aduaneiro de importação.
Nesse sentido, deverá ser objeto de exigência pelo fisco a sua
apresentação ou a de documento equivalente no prazo máximo de
60 dias, após o que

a) a mercadoria será, de imediato, levada a leilão para ressarcimento dos


prejuízos causados à Fazenda Nacional e à empresa depositária
b) será caracterizada a interrupção do despacho, considerando-se então a
mercadoria abandonada acarretando sua apreensão em processo
administrativo para posterior destinação
c) dará novo prazo ao importador para comprovar a posse ou propriedade
da mercadoria
d) a fiscalização considerará que o titular do despacho aduaneiro não é o
proprietário das mercadorias e de imediato a confisca, autorizando a
restituição dos tributos pagos
e) o importador será intimado a pagar a multa pela falta do conhecimento
de carga no prazo de 30 dias, sob pena de a mercadoria ser apreendida e
vendida em concorrência pública ou leilão

Comentário:

Vimos que o conhecimento de carga é documento de instrução do


despacho. A não apresentação de documentos indispensáveis é motivo de
interrupção do despacho. O AFRFB deve efetivar a exigência por meio de
interrupção do despacho no Siscomex. Caso o interessado não se manifeste
em 60 dias da ciência, sua carga será considerada abandonada. Não há novo
prazo, nem multa, e nem a carga é levada a leilão diretamente.

Resposta: Letra B

Questão 33. (AFRFB/2003) - Assinale a opção correta.

a) O importador pode verificar as mercadorias recebidas do exterior,


previamente ao início da conferência aduaneira, para dirimir dúvidas quanto à
sua perfeita identificação, na presença da autoridade aduaneira e do
representante do depositário.
b) A verificação da mercadoria compreende o exame documental e a
conferência física e será realizada por Auditor-Fiscal ou por Técnico da Receita
Federal, sob supervisão do AFRF.
c) A conferência aduaneira é feita de acordo com a seleção da declaração de
importação para os canais verde (desembaraço automático) ou vermelho
(verificação pela fiscalização), sendo feito exame de valor no canal cinza.
d) Havendo indícios de fraude na importação, o despacho será interrompido e
a declaração encaminhada ao setor incumbido das consultas e registros no
RADAR (Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes
Aduaneiros).
e) A verificação prévia da mercadoria efetuada a pedido do importador,
realizada sob acompanhamento da fiscalização aduaneira, não dispensa a
verificação física por ocasião do despacho aduaneiro.

Comentário

a) (Errada) a verificação prévia do importador é anterior ao registro da DI


(art. 10 da IN/SRF 680/2006). O requerimento deverá ser instruído com
o conhecimento de carga correspondente e dirigido ao chefe do setor
responsável pelo despacho aduaneiro, o qual deverá indicar um servidor
para acompanhar o ato.

b) (Errada) Exame documental é uma etapa da conferência aduaneira e a


verificação da mercadoria é outra. Conforme o art. 29 da IN/SRF
680/2006, a verificação física é o procedimento fiscal destinado a
identificar e quantificar a mercadoria submetida a despacho aduaneiro, a
obter elementos para confirmar sua classificação fiscal\ origem e seu
estado de novo ou usado, bem assim para verificar sua adequação às
normas técnicas aplicáveis.

c) (Errada) Após a parametrização, a DI pode ser selecionada para o canal


verde (desembaraço automático), amarelo (exame documental),
vermelho (exame documental e verificação da mercadoria) ou cinza
(aplicação de procedimentos especiais de controle). Até 2002, o canal
cinza se relacionava a exame de valor aduaneiro.

d) (Errada) Havendo indícios de fraude na importação, o servidor deverá


encaminhar os elementos verificados ao setor competente, para
avaliação da pertinência de aplicação de procedimento especial
de controle (art. 23). O Radar é um sistema da RFB onde pode ser
consultada pelo AFRFB a situação das pessoas (físicas e jurídicas) que
operam no comércio exterior. Resumidamente, nele constam dados das
declarações fiscais de renda e consolidadas de importação e exportação.

e) (Correta) O importador não pode alegar que já conferiu a mercadoria


antes do despacho para tentar evitar a realização da verificação da
mercadoria no curso do despacho pelo AFRFB (art. 10, §2°).

Resposta: Letra E

1.18. Locais de Realização da Conferência

Bom, pessoal. Vocês já perceberam que esse item se refere às atividades


onde a autoridade efetivamente faz o seu trabalho no despacho, ou seja,
"fiscaliza" a importação. Vejam o fluxo: a carga chegou ao País, foi
armazenada em recinto alfandegado (de zona primária ou de zona
secundária), o importador registrou a DI no prazo. A declaração de
importação, e consequentemente a carga que está sendo importada, estão,
nesse momento, à disposição da Receita Federal para serem fiscalizadas.

O que acontece daí em diante? Bom, agora há duas "forças contrárias",


sendo a primeira o importador, que deseja ver sua carga liberada "ontem", ou
seja, o mais rápido possível, ainda mais considerando que, como a DI já foi
registrada, significa que ele já pagou os tributos e está pagando a taxa de
armazenagem da carga no depósito alfandegado (possivelmente uma taxa
diária). A segunda força é a autoridade responsável (o auditor-fiscal), que
deseja verificar se a declaração cumpre todos os requisitos legais e normativos
para ser liberada. É a conferência aduaneira. Vejam a responsabilidade que
espera por vocês. Vejamos o que vai acontecer.

Recordando, a conferência aduaneira na importação, conforme reza o


art. 564, tem por finalidade identificar o importador, verificar a mercadoria e a
correção das informações relativas a sua natureza, classificação fiscal
quantificação e valorf e confirmar o cumprimento de todas as obrigações,
fiscais e outras, exigíveis em razão da importação. Podem ter certeza de que
não é simples verificar isso tudo. Mas é o nosso trabalho.

Onde ocorre essa conferência? Pelo fluxo que estamos montando até o
momento, ela ocorre em recinto alfandegado, onde está depositada a
mercadoria importada. Mas há exceções.

Conforme o art. 565, a conferência aduaneira poderá ser realizada na


zona primária ou na zona secundária.

Em zona primária, é tranquilo. A mercadoria está, por exemplo, dentro


de um porto ou aeroporto alfandegado, ou seja, sob controle aduaneiro. O
fiel depositário tem (ou deveria ter) controle total sobre as mercadorias sob
sua custódia.

Se a conferência for em zona secundária, ela pode ser:

I - em recintos alfandegados;
II - no estabelecimento do importador:
a) em ato de fiscalização; ou
b) como complementação da iniciada na zona primária; ou
III - excepcionalmente, em outros locais, mediante prévia anuência da
autoridade aduaneira.

No caso do inciso III acima, trata-se de conferência aduaneira em recinto


não-alfandegado de zona secundária, ou seja, em qualquer lugar que não seja
porto, aeroporto, ponto de fronteira ou recinto alfandegado. Nessa situação, a
RFB estabelece termos e condições para a realização da conferência, mediante
norma própria.

1.19. Entrega Antecipada

Agora vamos ver um exemplo que explica tudo isso. Você acaba de passar
no concurso de AFRFB (Parabéns!), é nomeado e lotado na Alfândega do Porto
de Itaguaí (RJ), designado para atuar na Equipe de despacho de importação.
Muito bem, o chefe do setor distribui para você no Siscomex sua primeira DI
(normalmente a gente leva um susto), torce para ela ser //facim/ facim",
arregaça as mangas e começa a analisar os documentos.

Você torce ainda para ter aprendido tudo direito com aqueles professores.
Então, por exemplo, você se depara com uma fatura de uma máquina no valor
de US$ 1,500,000.00! Beleza. O pior ainda está por vir. O importador solicita
na DI um enquadramento tarifário especial para a mercadoria onde o imposto
de importação é de 2%, sendo que, em uma estudada rápida nas tarifas para
máquinas daquele tipo, você percebe que o imposto "normal" seria de 14%.
Pelo valor da mercadoria, você começa a entender a responsabilidade do
cargo. A sua caneta (ou sua senha no Siscomex) será a diferença para o
sujeito pagar milhares de reais a mais ou a menos na importação. E você tem
que fazer a coisa certa, não é isso?
Então você precisa ver a máquina, para ter certeza de que se trata do
tipo de máquina que tem direito ao enquadramento cujo II é de 2%. Calma. Se
você está preocupado em não entender nada de máquinas, fique tranquilo,
pois, como vimos, a legislação prevê que o auditor poderá solicitar perícia
para elaboração de laudo descritivo sobre a mercadoria, conforme quesitos
elaborados pelo auditor.

Bom, só que, para sua surpresa (desagradável), a máquina está toda


desmontada (?), e você não tem a menor ideia do que aquele monte de peças
esquisitas dentro do contêiner possa vir a formar. E pra piorar, o importador
diz que é impossível providenciar a montagem do equipamento no Porto, pois
somente em seu estabelecimento há as ferramentas, o pessoal e as condições
adequadas para realizar a tal montagem. Que beleza! O que fazer? Pedir
demissão no primeiro dia? Será que me aceitam no emprego anterior? E quem
não tinha emprego antes do concurso?

Muita calma nessa hora. Voltem lá em cima e deem uma lida na


conferência em zona secundária. Você pensa: "Puxa, a Receita Federal se
lembrou de mim! Estou salvo!". Sim, é possível complementar a conferência
em zona secundária, por exemplo, no estabelecimento do importador. Então, o
importador terá que fazer um pedido amparado no art. 47 da IN/SRF
680/2006, onde solicita a entrega da mercadoria antes da conclusão da
conferência aduaneira, procedimento esse conhecido como entrega
antecipada.

Porque entrega antecipada? Porque a regra geral é que a mercadoria só


pode ser entregue após concluída a conferência aduaneira, ocasião em que a
mercadoria será desembaraçada. Vejam o que diz o art. 576:

"Art. 576. Após o desembaraço, será autorizada a entrega da mercadoria ao


importador; mediante a comprovação do pagamento do ICMS, salvo disposição em
contrário.

Então, regra geral, primeiro desembaraça para depois entregar a carga. E


para desembaraçar, tem que estar concluída a conferência.

Mas no seu caso, você ainda não concluiu a conferência. Então, você,
AFRFB, estando de acordo com o pedido, autoriza a entrega antecipada, o
importador leva a mercadoria desmontada para seu depósito particular e
providencia a montagem.

Vejam o que diz a respeito a IN/SRF 680/2006, com as alterações da


IN/RFB 1.356/2013:

"Art. 47. O importador poderá ter; a seu requerimento, autorizada pelo


responsável pelo despacho, a entrega da mercadoria antes da conclusão da
conferência aduaneira, nas seguintes hipóteses:
I - indisponibilidade de estrutura física suficiente para a armazenagem ou
inspeção da mercadoria no recinto do despacho ou em outros recintos
alfandegados próximos;
II - necessidade de montagem complexa da mercadoria para a realização de
sua conferência física;
III - inexistência de meios práticos no recinto do despacho para executar processo
de marcação, etiquetagem ou qualquer outro exigido para a utilização ou
comercialização da mercadoria no País;
IV - mercadoria que está sujeita a confirmação, por exame técnico-laboratorial, de
atendimento a requisito de norma técnica para sua comercialização no País;
V - necessidade imediata de retirada da mercadoria do recinto, para preservar a
salubridade ou segurança do local, ou por motivo de defesa nacional, de acordo
com solicitação do responsável pelo recinto ou recomendação da autoridade
competente;
VI - em situação de calamidade pública ou para garantir o abastecimento da
população, atender a interesse da ordem ou saúde públicas, defesa do meio
ambiente ou outra urgência pública notória; e
VII - em outras hipóteses estabelecidas em ato da Coana.
§ 1o A autorização para entrega antecipada da mercadoria poderá ser
condicionada:
I - à apresentação dos documentos de instrução da DI, se não houver dispensa ou
prazo diferenciado previsto em legislação específica;
II - à verificação física ou à retirada de amostras, se a definição da mercadoria ou
o reconhecimento de suas características não restarem evidentes ou não forem
possíveis a partir de inspeções realizadas em importações idênticas anteriores; e
III - ao compromisso firmado pelo importador de não consumir, comercializar ou
utilizar a mercadoria até o desembaraço aduaneiro, nos casos em que houver
pendência do cumprimento de exigência referida nos incisos III e IV do caput.
Art. 48. Concluída a conferência aduaneira a mercadoria será imediatamente
desembaraçada.

§ 7o Na hipótese prevista no art. 47, decorridos 5 (cinco) dias úteis da realização


da entrega antecipada, ou do fim do prazo para a entrega dos documentos de
instrução da DI, a eventual exigência fiscal não cumprida será formalizada em
termo próprio e, depois da ciência deste pelo importador, a DI será
desembaraçada." (NR)

Enquanto isso, você guarda a DI em sua mesa. Pode ter certeza de que
muitas outras serão distribuídas para você enquanto isso. A IN/RFB
1.356/2013 estabeleceu um prazo de 05 dias úteis para que a mercadoria
seja desembaraçada após a entrega antecipada. Se houver exigência fiscal
não cumprida, esta deve ser lavrada em termo próprio.

Vejam. O prazo é de cinco dias úteis para desembaraçar (alteração


recente na legislação), mas não quer dizer que a máquina será montada nesse
prazo. A DI é desembaraçada, e se depois for constatada divergência, apura-
se e exige-se o que deve ser exigido.

Bom, para concluir o despacho cuja mercadoria dependa de um laudo


técnico, você chama um perito (credenciado pela RFB), vai junto com ele no
local da mercadoria (zona secundária), faz (você) os quesitos, ele faz o laudo,
e finalmente você decide se o equipamento importado tem direito a pagar
apenas 2% de imposto de importação, concluindo a conferência aduaneira
em zona secundária, o motivo de toda essa explicação que eu dei. Ufa!

1.20. Desembaraço Aduaneiro

Desembaraço aduaneiro na importação é o ato pelo qual é registrada a


conclusão da conferência aduaneira (art. 571). Concluída a conferência, a
mercadoria será desembaraçada, passo necessário (mas não suficiente) para
que ela seja entregue ao importador. Mas há impedimentos para o
desembaraço da mercadoria, conforme o § 1o do art. 571:

§ 1o Não será desembaraçada a mercadoria: (Redação dada pelo Decreto n° 8.010, de 2013)
I - cuja exigência de crédito tributário no curso da conferência aduaneira esteja pendente de
atendimento, salvo nas hipóteses autorizadas pelo Ministro de Estado da Fazenda, mediante a
prestação de garantia (Decreto-Lei n° 37, de 1966, art. 51, § 1o, com a redação dada pelo
Decreto-Lei n° 2.472, de 1988, art. 2o; e Decreto-Lei n° 1.455, de 1976, art. 39); e (Redação
dada pelo Decreto n° 8.010, de 2013)
II - enquanto não apresentados os documentos referidos nos incisos I a III do caput do art.
553. (Redação dada pelo Decreto n° 8.010. de 2013)
§ 2o Após o desembaraço aduaneiro de mercadoria cuja declaração tenha sido registrada no
SISCOMEX, será emitido eletronicamente o documento comprobatório da importação.

Se o auditor houver registrado exigência relativa a crédito tributário


durante a conferência, a mercadoria não poderá ser desembaraçada enquanto
não atendida tal exigência. Há, no entanto, previsão em Portaria do MF, de
que, mediante prestação de garantia, o importador possa levar a carga
objeto de auto de infração (inciso I acima).

Na prática, para entender melhor: o auditor interrompe o despacho e


lavra o auto de infração para exigir a diferença de tributos, juros e multa. A
carga não é desembaraçada. O importador não pode levá-la. Mas tem a opção
de impugnar o auto de infração e prestar garantia em relação aos valores
exigidos. Nesse caso o auditor desembaraça a mercadoria e ele (o importador)
pode levar a carga. E o processo relativo ao auto de infração continua
"rolando"...

Outra hipótese impeditiva de desembaraço (inciso II acima) é quando o


importador não apresenta dos documentos obrigatórios de instrução do
despacho previstos no art. 553 (conhecimento de carga, fatura comercial e
comprovante de pagamento de tributos).

Por fim, transcrevo os artigos finais relativos ao desembaraço aduaneiro.

Art. 572. Quando se tratar de mercadoria sujeita a controle especial, a depósito


ou a pagamento de qualquer ônus financeiro ou cambial, o desembaraço
aduaneiro dependerá do prévio cumprimento dessas exigências.
Art. 573. O eventual desembaraço de mercadoria objeto de apreensão anulada
por decisão judicial não transitada em julgado dependerá, sempre, da prestação
prévia de garantia, na forma de depósito ou fiança idônea, do valor das multas e
das despesas de regularização cambial emitidas pela autoridade aduaneira, além
do pagamento dos tributos devidos.
"Art. 574. Não serão desembaraçadas mercadorias que sejam
consideradas, pelos órgãos competentes, nocivas à saúde, ao meio ambiente ou
à segurança
zoossanitários, ainda que em decorrência de avaria, devendo tais
mercadorias ser obrigatoriamente devolvidas ao exterior ou, caso a
legislação permita, destruídas, sob controle aduaneiro, às expensas do
obrigado.

§ 2o A obrigação de devolver ou destruir, nos termos deste artigo, aplica-se


também a mercadorias para as quais não tenha havido registro de declaração de
importação.
§ 3o A obrigação a que se refere o caput é do:
I - importador;
II - transportador, se nâo identificado o importador; ou
III - depositário, se o transportador ou o importador não cumprir a obrigação no
prazo de trinta dias da determinação efetuada pela autoridade aduaneira.
§ 4o Os procedimentos referidos neste artigo não prejudicam a aplicação do
disposto no art. 636-A." (NR)
Art. 575. O desembaraço aduaneiro fica condicionado ainda à informação
do pagamento do adicional ao frete para renovação da marinha
mercante, ou de sua isenção, pelo Ministério dos Transportes.

Pessoal, atenção para um detalhe. Após o desembaraço, a carga já pode


ser entregue ao importador. O depositário, preliminarmente, vai consultar no
Siscomex para verificar se a DI está realmente desembaraçada. Só que o
desembaraço é o ato final do despacho de importação. Portanto a
entrega da mercadoria ocorre, regra geral, após o despacho (lembrem-se de
que o importador pode solicitar a entrega antecipada da mercadoria). Mas o
que é necessário para que o depositário entregue a carga ao importador?

O representante do importador deve apresentar sua identificação e outros


documentos (nota fiscal de entrada em seu nome e comprovação de
recolhimento ou exoneração de ICMS) ao depositário para levar a carga (art.
54 da IN/SRF 680/2006). Além disso, conforme o artigo 51 da IN/SRF
680/2006, a verificação da regularidade do pagamento ou exoneração do
AFRMM, para fins de autorização de entrega ao importador, pela SRF, de
mercadoria importada por via marítima, fluvial ou lacustre, será realizada
mediante consulta eletrônica do Siscomex ao sistema Mercante.

Para tentar entender isso: o desembaraço é condicionado à informação


do pagamento do AFRMM (art. 575). E como isso é verificado? O Siscomex
acessa o sistema Mercante e checa essa informação. Isso significa, na prática,
que a regularidade do pagamento do AFRMM é condição para o desembaraço
da mercadoria.

Conforme o art. 54, II, da IN/SRF 680/2006, o depositário, como


requisito para entregar a carga, deve exigir o comprovante do ICMS ou
verificar se o importador apresentou, por meio de transação própria no
Siscomex, declaração sobre o ICMS devido no desembaraço aduaneiro da
mercadoria submetida a despacho de importação. Essa declaração deve ser
efetivada após o registro da DI, já que o ICMS, como regra, deve ser pago até
o desembaraço.

Entrega da - Não é etapa do despacho


Mercadoria ao - Realizada pelo depositário
Importador
- Tem que estar autorizada a entrega
pela RFB (desembaraçada)
- Verificação do pagamento do AFRMM é
mediante consulta ao Mercante
- Depositário deve confirmar pagamento
ou declaração relativa ao ICMS
-Importador deve apresentar NF de
entrada
- Não há mais necessidade de
apresentação de Cl (Comprovante de
Importação) nem da via original do
conhecimento de carga

Vamos Praticar!!!

Questão 34. (Curso de Formação/ESAF/2010 - adaptada) Acerca


das etapas do despacho de importação, assinale a alternativa
CORRETA

A) Após o registro no SISCOMEX, a Declaração Simplificada de Importação


é parametrizada para um dos seguintes canais de conferência aduaneira:
verde, amarelo, vermelho ou cinza.
B) No caso de exigência no curso de despacho referente a crédito tributário,
o importador poderá, independentemente de processo, efetuar o pagamento
correspondente.
C) O registro de exigência pelo AFRFB responsável pelo despacho dá início à
contagem do prazo para devolução da mercadoria ao exterior.
D) Apenas nas importações de produtos perecíveis ou explosivos poderá ser
autorizada a entrega da mercadoria ao importador antes de totalmente
realizada a conferência aduaneira.
E) Se a fiscalização entender necessário, pode designar perito credenciado
para proceder à identificação e quantificação da mercadoria, às expensas da
RFB.

Comentário:

a) (Errada) DSI no Siscomex só pode ser selecionada pelo supervisor para


desembaraço "com conferência" (equivale ao canal vermelho) ou "sem
conferência" (equivale ao canal verde). Não há a parametrização da
forma como ocorre com a DI.

b) (Correta) Se o auditor exigir uma retificação com pagamento de crédito


tributário, há 2 possibilidades: na primeira (menos trabalho pra nós), o
importador concorda, e faz um pagamento por meio de retificação de DI
com débito automático, sem processo; na segunda (mais trabalho pra
nós), o importador não concorda com a exigência, e o auditor tem que
lavrar o auto de infração para constituir o crédito tributário pelo
lançamento. Isso está no art. 570 do RA.

c) (Errada) Não existe prazo para devolução ao exterior. Existe prazo para
abandono da mercadoria.

d) (Errada) O art. 47 da IN/SRF 680/2006 prevê que pode haver a entrega


antecipada em diversas situações, conforme consta nos seus incisos I a
VII.

e) (Errada) A RFB indica o perito, mas quem paga pelo serviço é o


interessado (a norma que regula a perícia é a IN/RFB 1.020/2010)

Resposta: Letra B

Questão 35. (Codesp/2011) Na importação de mercadorias, o


procedimento pelo qual é verificada a exatidão dos dados
declarados pelo importador na declaração de importação em relação
às mercadorias importadas aos documentos apresentados e à
legislação específica, com vistas ao seu desembaraço aduaneiro, é
designado de despacho aduaneiro de importação. Sobre despacho
aduaneiro de importação, é correto afirmar que

(A) não será admitido agrupar, numa mesma declaração, mercadorias que,
procedendo diretamente do exterior, tenha uma parte destinada a consumo e
outra a ser submetida ao regime aduaneiro especial de admissão temporária.

(B) no caso de mercadorias sujeitas a licenciamento, o registro da declaração


de importação no Siscomex poderá ser efetuado antes do licenciamento, mas
sempre após a chegada da carga.

(C) previamente ao registro da declaração de importação, o importador poderá


requerer a verificação das mercadorias efetivamente recebidas do exterior.

(D) o registro da declaração de importação (DI) ocorrerá sempre após a


descarga da mercadoria na unidade da Secretaria da Receita Federal de
despacho.

(E) para fins de autorização de entrega ao importador, pela SRF, de


mercadoria importada por via marítima, deverá o importador exibir guia de
recolhimento, ou comprovante de exoneração de pagamento, do Adicional ao
Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM).

Comentário:

a) (Errada) Será admitida a formulação de uma única declaração para o


despacho de mercadorias que, procedendo diretamente do exterior, tenha uma
parte destinada a consumo e outra a ser submetida ao regime aduaneiro
especial de admissão temporária ou a ser reimportada (IN/SRF 680/2006 art.
4º, § 2º)

b) (Errada) A fase de licenciamento é anterior ao despacho, portanto, primeiro


vem o registro da LI, depois o registro da DI. Mas atenção, uma exigência
durante o despacho pode resultar em registro de nova LI pelo importador. Mas
a regra continua sendo: primeiro registra a LI e depois a DI.

c) (Certa) O importador poderá ver (verificar) sua carga, mediante


requerimento, para dirimir dúvidas em relação ao preenchimento da DI
(IN/SRF 680/2006, art. 10).

d) (Errada) A regra é o registro da DI após a descarga. Mas o art. 17 da


IN/SRF 680/2006 prevê os casos de registro antecipado da DI, ou seja,
antes da descarga (ex: granel).

e) (Errada) A verificação da regularidade do pagamento ou exoneração do


AFRMM, para fins de autorização de entrega ao importador, pela SRF, de
mercadoria importada por via marítima, fluvial ou lacustre, será realizada
mediante consulta eletrônica do Siscomex ao sistema Mercante (IN/SRF
680/2006, art. 51). Portanto, não há exigência de apresentação de guia de
recolhimento pelo importador.

Resposta: Letra C

Questão 36. (ACE/97) O desembaraço aduaneiro ocorre


a) antes da conferência aduaneira
b) no ato de registro da Declaração de Importação no SISCOMEX
c) quando da chegada da mercadoria a URF-Unidade da Receita Federal
d) apenas no caso de despacho aduaneiro antecipado
e) com a autorização da entrega da mercadoria ao importador

Comentário

O gabarito foi letra E. Mas veja. Segundo o art. 575 do RA, o


desembaraço fica condicionado à informação do AFRMM, que pode ser
prestada eletronicamente. Muito bem. Já o art. 576 determina que, após o
desembaraço, será autorizada a entrega da mercadoria ao importador,
mediante a comprovação do pagamento do ICMS, salvo disposição em
contrário. Assim, na verdade, o desembaraço é requisito para autorização de
entrega, e não "ocorre" com a autorização de entrega.

Sem o desembaraço, não há entrega (com exceção da entrega


antecipada), ou seja, após o desembaraço, será autorizada a entrega.
Mas lembrem-se: a entrega não é etapa do despacho de importação. O
desembaraço é o ato final do despacho de importação. Mesmo assim, as
outras alternativas estavam erradas.

Resposta: Letra E (mas caberia recurso)

Questão 37. (do autor) Em conferência aduaneira de uma


declaração de importação de pranchas de surfe, o auditor BOA
PRAÇA solicitou verificação da mercadoria pelo analista JOSÉ
MANOEL, que emitiu Relatório de Verificação Física (RVF), onde
constavam divergências em relação à descrição do produto. Essas
divergências levaram a uma nova classificação fiscal, que gerou um
crédito tributário no valor de R$ 150.000,00. O auditor registrou
exigência no Siscomex contemplando apenas essa situação. Nesse
caso,

A) A DI poderia ser desembaraçada após a aceitação, pela aduana, da


retificação da DI efetivada pelo importador, ocasião em que haveria o
recolhimento dos tributos e multas exigidos, mediante débito automático.

B) O analista deveria lavrar auto de infração para constituição do crédito, caso


houvesse manifestação de inconformidade por parte do importador em relação
à exigência.

C) Considerando o valor do crédito acima de R$ 100.000,00 havia


obrigatoriedade de lavratura de auto de infração.
D) A mercadoria deveria ser considerada abandonada e submetida a processo
de perdimento.

E) Para registrar exigência relativa à classificação fiscal do produto, o auditor


deveria, obrigatoriamente, ter solicitado perícia técnica no decorrer do
despacho.

Comentário

a) (Correta) Conforme o art. 570, §2°, se for o caso de exigência de crédito


tributário (tributos + multas), o importador pode efetuar o pagamento
correspondente, independentemente de processo.

b) (Errada) lançamento é atividade privativa da autoridade administrativa


(art. 142 do CTN), no caso o auditor-fiscal da Receita Federal.

c) (Errada) Não há esse patamar de valor previsto na legislação.

d) (Errada) Se a exigência não se referisse a crédito tributário, de fato em


60 dias da exigência, sem ação do importador, a mercadoria seria
considerada abandonada.

e) (Errada) A solicitação de perícia para auxiliar a verificação não é


obrigatória.

Resposta: Letra A

Questão 38. (ESAF/Ajudante de Despachante/2013) Analise as


assertivas sobre o despacho aduaneiro de importação e assinale a
opção correta.
a) A DI selecionada para canal verde, no Siscomex, nunca poderá ser objeto
de conferência física ou documental.

b) A Declaração de Importação selecionada para o canal cinza será submetida


a exame documental, dispensada a verificação da mercadoria, e a aplicação de
procedimento especial de controle aduaneiro, para verificar elementos
indiciários de fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da
mercadoria.

c) As exigências formalizadas pela fiscalização aduaneira e o seu atendimento


pelo importador, no curso do despacho aduaneiro, deverão ser registrados no
Siscomex, sendo que, havendo exigência relativa a crédito tributário, este será
sempre constituído mediante lançamento em auto de infração.

d) O importador poderá ter, a seu requerimento, autorizada pelo responsável


pelo despacho, a entrega da mercadoria antes da conclusão da conferência
aduaneira, sendo que esta, inclusive em cumprimento de decisão judicial, deve
ser informada no Siscomex, em todos os casos.

e) Quando houver necessidade de conferência física da mercadoria, a


verificação física deverá ser sempre realizada na presença do importador ou de
seu representante.

Comentários:

a) (Errada) A DI selecionada para canal verde, no Siscomex, poderá ser


objeto de conferência física ou documental, quando forem identificados
elementos indiciários de irregularidade na importação, pelo AFRFB
responsável por essa atividade (Art. 21, §2° da IN/SRF 680/2006).

b) (Errada) Na declaração de canal cinza, a verificação física também é


realizada (art. 21, IV da IN/SRF 680/2006).

c) (Errada) O lançamento do tributo para constituir o crédito somente


ocorre quando houver manifestação de inconformidade por parte do
importador. Se o importador efetuar o pagamento correspondente, não
há auto de infração (RA, art. 570, §§ 2 o e 3 o ).

d) (Correta) Trata-se do instituto da entrega antecipada, ou seja, antes


de concluída a conferência aduaneira, e portanto, antes do desembaraço,
sendo que deve ser efetuado o correspondente registro no Siscomex
(IN/SRF 680/2006, art. 47, caput e §3°).

e) (Errada) A presença do importador na verificação da mercadoria poderá


ser dispensada, no caso de mercadoria depositada em recinto
alfandegado, quando na presença do depositário ou de seus prepostos
(RA, art. 566, §1°).

Resposta: Letra D

Questão 39. (ESAF/Ajudante de Despachante 2013) Após o


despacho de importação ter sido concluído e a declaração de
importação encontrar-se desembaraçada, são condições para a
entrega da mercadoria ao importador:

a) em qualquer caso, a autorização expressa da autoridade aduaneira


local.

b) a verificação da regularidade do pagamento ou exoneração do Adicional


ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) e a declaração de
pagamento ou exoneração de ICMS.
c) no caso de declarações parametrizadas para o canal verde de
conferência aduaneira, a assinatura de termo de responsabilidade pelo
importador ou seu representante.

d) a apresentação de declaração de trânsito aduaneiro para amparar o


percurso da mercadoria até o estabelecimento do importador.

e) a apresentação de Darf emitido pelo sistema com a comprovação


bancária do pagamento dos tributos e contribuições federais devidos na
importação de mercadorias, bem assim dos demais valores exigidos em
decorrência da aplicação de direitos antidumping, compensatórios ou de
salvaguarda.

Comentários:

As condições e documentos necessários para a entrega da mercadoria


pelo depositário ao importador estão previstos nos artigos 51 a 55 da IN/SRF
680/2006.

a) (Errada) Como regra, não há necessidade de autorização expressa da


autoridade. Essa "autorização" é conferida pelo desembaraço da DI no
Siscomex

b) (Errada) De fato, a verificação da regularidade do pagamento ou


exoneração do AFRMM e a declaração de pagamento ou exoneração de
ICMS são requisitos para a entrega (arts. 51 e 52). Mas a questão teve
de ser anulada, porque o AFRMM só é exigido nos casos de transporte
por via marítima, fluvial ou lacustre.

c) (Errada) Não há essa exigência de Termo de Responsabilidade para


entrega de mercadoria de canal verde. Se a DI estiver desembaraçada,
as exigências para entrega são as mesmas, qualquer que seja o canal.

d) (Errada) O assunto "Trânsito Aduaneiro", que é um regime aduaneiro


especial, é visto em outra aula. Muito resumidamente, o importador pode
retirar a mercadoria da zona primária para a zona secundária (e não
para o estabelecimento do importador) mediante trânsito aduaneiro.
Nesse caso ele apresenta uma declaração de trânsito aduaneiro (DTA),
mas a DI somente é registrada no recinto de destino em zona
secundária. De fato o depositário libera a mercadoria com a DTA, mas
ela tem que estar desembaraçada (não somente apresentada), e o
percurso é até outro recinto de zona secundária, e não para o
estabelecimento do importador.

e) (Errada) O DARF (eletrônico) é requisito para registro da DI e


retificação onde há pagamento, momentos esses anteriores à entrega
da mercadoria ao importador.

Resposta: Letra B, posteriormente anulada

1.21.Cancelamento da Declaração de Importação

A autoridade aduaneira poderá cancelar declaração de importação já


registrada, de ofício ou a pedido do importador. O cancelamento da
declaração não exime o importador da responsabilidade por eventuais delitos
ou infrações que venham a ser apurados pela fiscalização, inclusive após a
efetivação do cancelamento. Isso porque, conforme já mencionado, a
declaração de importação registrada pelo importador subsiste para efeitos
fiscais.

As condições para a efetivação do cancelamento da DI estão previstas


no art. 63 da IN/SRF 680/2006, que determina que este poderá ser
autorizado pelo chefe do setor responsável pelo despacho aduaneiro
com base em requerimento fundamentado do importador.

Na referida norma, está previsto que o cancelamento da DI pode ser


autorizado quando:

I - ficar comprovado que a mercadoria declarada não ingressou no País;


II - no caso de despacho antecipado, a mercadoria não ingressou no País
ou tenha sido descarregada em recinto alfandegado diverso daquele indicado
na DI;
III - for determinada a devolução da mercadoria ao exterior ou a sua
destruição, por não atender à legislação de proteção ao meio ambiente, saúde
ou segurança pública e controles sanitários, fitossanitários e zoossanitários;
IV - a importação não atender aos requisitos para a utilização do tipo de
declaração registrada e não for possível a sua retificação;
V - ficar comprovado erro de expedição;
VI - a declaração for registrada com erro relativamente:
a) ao número de inscrição do importador no CPF ou no CNPJ, exceto
quando se tratar de erro de identificação de estabelecimentos da mesma
empresa, passível de retificação no sistema; ou
b) à unidade da SRF responsável pelo despacho aduaneiro.
VII - for registrada, equivocadamente, mais de uma DI, para a mesma
carga, ou
VIII - for indeferido o requerimento de concessão do regime de admissão
temporária. (Incluído pela Instrução Normativa RFB n° 1.443, de 6 de fevereiro de 2014)

Nos casos III, IV, V e VI acima, a mercadoria deve ser apresentada à


fiscalização.

O cancelamento de DI poderá também ser procedido de ofício pelo chefe


do setor responsável pelo despacho aduaneiro ou pelo AFRFB que presidir o
procedimento fiscal, nas mesmas hipóteses previstas acima.

Mas atenção!

Não será autorizado o cancelamento de declaração, quando:

I - houver indícios de infração aduaneira, enquanto não for concluída a


respectiva apuração;

II - se tratar de mercadoria objeto de pena de perdimento.

O cancelamento da declaração, conforme vimos acima, não exime o


importador da responsabilidade por eventuais delitos ou infrações que
venham a ser apurados pela fiscalização, inclusive após a efetivação do
cancelamento.

Vamos Praticar !!!

Questão 40. (Curso de Formação/AFRFB/ESAF/2010-adaptada)


Assinale a alternativa INCORRETA:

A) A mercadoria introduzida no País sob fundada suspeita de irregularidade


punível com a pena de será submetida a procedimentos especiais de controle
aduaneiro.

B) Na situação descrita na alternativa "a", a mercadoria ficará retida até a


conclusão do correspondente procedimento de fiscalização, independente de
encontrar-se em despacho aduaneiro de importação ou desembaraçada. O
prazo máximo de retenção é de noventa dias, prorrogável por igual período,
em situações justificadas.

C) A retificação de informações prestadas na DI, ou a inclusão de outras,


até o desembaraço aduaneiro, ainda que por exigência da fiscalização
aduaneira, é realizada pelo importador no SISCOMEX. Cabe à fiscalização
aceitar ou não a retificação.

D) A retificação da Declaração de Importação (DI) é realizada pela


fiscalização, após o desembaraço aduaneiro, mediante solicitação do
importador, formalizada em processo, ou de ofício.

E) A legislação não prevê hipóteses de cancelamento de DI após o seu


desembaraço, mas permite sua retificação, de ofício ou mediante pedido, nos
casos estabelecidos em ato normativo expedido pela RFB.
Comentário:

a) (Correta) Se o sistema detectar o indício de fraude, a DI vai para o canal


cinza. Se o sistema não detectar, mas o AFRFB constatar, deve submeter
para avaliar a aplicação dos procedimentos especiais, conforme art. 1o
da IN/RFB 1.169/2011.

b) (Correta) É o prazo para a realização do procedimento especial, previsto


no art. 9° da IN/RFB 1.169/2011.

c) (Correta) Durante o despacho, o importador é quem retifica a DI, e a


aduana analisa se está correta ou não a sua retificação.

d) (Correta) Após o desembaraço, o importador não consegue mais retificar


a DI, a menos que se trate de dados cambiais. Assim, ele tem que
solicitar essa retificação via processo administrativo. A aduana também
pode retificar a DI de ofício após o desembaraço.

e) (Errada) A IN/SRF 680/2006 prevê casos de cancelamento de DI, mesmo


após o desembaraço.

Resposta: Letra E

Questão 41. (AFRFB/2014-parte) De acordo com a legislação


aduaneira, indique certo ou errado:
a) segundo o Regulamento Aduaneiro, são dois os documentos que
devem obrigatoriamente instruir a declaração de importação: a via
original do conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente e
a via original da fatura comercial, assinada pelo exportador. Não poderão
ser exigidos outros documentos instrutivos em razão de que tal exigência
ofenderia o princípio da legalidade estrita.
b) a fim de determinar o tipo e a amplitude do controle a ser efetuado na
conferência aduaneira, a legislação determina que serão adotados canais
de seleção. Pelo canal de conferência cinza, será realizado o exame
documental, a verificação da mercadoria e a aplicação de procedimento
especial de controle aduaneiro, para verificar elementos indiciários de
fraude.
c) o cancelamento da declaração de importação exime o importador da
responsabilidade por eventuais infrações.

Comentários:

a) (Errada) Poderão ser exigidos outros documentos além da fatura e do


conhecimento de carga. Art. 553, parágrafo único do RA
b) (Correta) Art. 21, IV da IN/SRF 680/2006. Está certo, porém, não foi
especificado se se tratava de despacho de importação ou de
exportação. Como na exportação não existe o canal cinza, poderia ter
sido solicitado um recurso nesse sentido,
c) (Errada) O cancelamento da declaração de importação não exime o
importador da responsabilidade por eventuais delitos ou infrações
que venham a ser apurados pela fiscalização, inclusive após a
efetivação do cancelamento. Art. 63 , §4° da IN/SRF 680/2006.

1.22.Fluxo do Despacho de Importação (Resumo)

Pessoal, há um grupo de trabalho na RFB responsável pela elaboração dos


Manuais Aduaneiros (de Importação e de Exportação). Tive o prazer de
colaborar com alguns trabalhos para essa equipe permanente. Bom, esse
pessoal colocou no site oficial da RFB um fluxograma muito legal do despacho
de importação (por meio de DI), o qual reproduzo aqui. Ele vale como um
excelente resumo. Mas lembrem-se de que o despacho de importação no
Siscomex pode ser por meio de DI ou DSI eletrônica. Vamos nos concentrar no
despacho por meio de DI (fonte: site da RFB).
Despacho de Importação - Dl

DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO - DI

Importador/Órgãos Anuentes

Transportador/Operador Portuc

Depositário*

Importador

Sistema

AFRFB/ATRFB

Supervisor

AFRFB

AFRFB

Entrega de Mercadoria
Depositário*

* Obs.: Ern fronteira sem depositário: RFB

Então, vamos lá. A empresa TRAMBIQUE S/A deseja importar barras de


cereal. Por se tratar de produto sujeito a anuência, é exigível licenciamento.
O importador registra uma LI (licença de importação) no Siscomex. Sendo
deferida a LI, beleza. É o controle administrativo. O transportador da
carga deve prestar as devidas informações sobre a mesma no sistema
correspondente (MANTRA para carga aérea e CARGA para transporte
marítimo). Enquanto isso, nosso pessoal já está monitorando as cargas (via
sistema), mesmo antes do registro da DI.

Chegando ao País, a carga deve ser recebida pelo depositário, no


sistema correspondente. Ele deve informar no sistema, a disponibilidade da
carga (não se esqueçam de acompanhar pelo fluxo acima). Por que isso
mesmo? Para que o importador possa registrar sua DI com base nessa
informação gerada pelo depositário. Aliás, não se esqueçam de que, nesse
momento, o despacho ainda nem começou, já que a DI não foi nem registrada.

O importador, consultando os sistemas de controle de carga aérea


(MANTRA) ou aquaviária (CARGA), verifica a situação da sua carga. De posse
do número que identifica sua carga, o importador registra sua DI no
Siscomex. Se o registro da DI foi bem sucedido, é porque todos aqueles
controles prévios foram realizados pelo Siscomex e os tributos foram pagos
mediante débito em conta. Inicia-se o despacho de importação.

Ao registrar uma DI o Siscomex pode direcionar (parametrizar) para os


diferentes canais de conferência. Conforme o canal, haverá diferentes níveis de
conferência aduaneira (no canal verde não há, em regra, nem exame
documental nem verificação da mercadoria). Quando exigida a conferência, o
importador deve entregar os documentos que instruem a DI à RFB (recepção
de documentos).

Após a parametrização, a DI pode ser selecionada para conferência ou


não, dependendo do canal. Se o canal foi verde, só há possibilidade de
conferência da DI mediante intervenção fiscal, conforme visto na aula. Mas de
fato existe essa possibilidade. Sem intervenção da autoridade no sistema, a DI
verde é desembaraçada; as demais seguem para conferência: a amarela segue
para exame documental; a vermelha para exame documental e verificação, e a
cinza para todas as análises (documental, verificação física e procedimento
especial de controle).

Na fase de conferência, o AFRFB pode fazer exigências no Siscomex. Se


o importador não concordar com alguma exigência relativa a crédito
tributário, o AFRFB deverá lavrar o auto de infração, constituindo o crédito
tributário mediante lançamento.

Se os exames forem realizados e não houver exigências pendentes (não


cumpridas), o AFRFB procederá ao desembaraço da mercadoria, que é a
conclusão da conferência e o ato final do despacho de importação.

A entrega da mercadoria pelo depositário ao importador é, como regra,


posterior ao desembaraço, portanto posterior ao despacho. A entrega não é
etapa do despacho de importação. Para entregar a mercadoria, o
depositário exige documentos do importador (identificação, NF de entrada) e
verifica, via sistema (quando há convênio), o recolhimento do ICMS.
2. REVISÃO ADUANEIRA

Vocês viram que as declarações de importação podem ser


desembaraçadas sem conferência, não é mesmo? É o caso das declarações
de canal verde. E mesmo nas declarações selecionadas para conferência
(canais amarelo, vermelho e cinza), pode ser que alguma irregularidade tenha
escapado aos olhos da Receita Federal. Mas tudo bem, mesmo após o
despacho, a Receita pode lançar os tributos devidos na importação. É a
revisão aduaneira. Ainda bem, pois pode ocorrer de você desembaraçar uma
mercadoria, e depois, em conversa com algum colega, perceber que "fez
cacaca". Vejamos.

O art. 638 do RA determina que revisão aduaneira é o ato pelo qual é


apurada, após o desembaraço aduaneiro, a regularidade do pagamento dos
impostos e dos demais gravames devidos à Fazenda Nacional, da aplicação de
benefício fiscal e da exatidão das informações prestadas pelo importador na
declaração de importação, ou pelo exportador na declaração de exportação.

Mas há um detalhe. O prazo. Para a constituição do crédito tributário,


apurado na revisão, a autoridade aduaneira deverá observar o prazo
decadencial (cinco anos), previsto nos arts. 752 e 753.

No caso do imposto de importação, o importador calcula o valor do


tributo e recolhe no momento do registro da DI conforme seus cálculos,
caracterizando o lançamento por homologação.

No RA consta o prazo de revisão para importação e para exportação


(veremos o despacho de exportação na aula seguinte).

Assim, a revisão aduaneira deverá estar concluída no prazo de cinco


anos, contados da data do registro da declaração de importação
correspondente (importação), ou, no caso de exportação, do registro de
exportação (RE). Considera-se concluída a revisão aduaneira na data da
ciência, ao interessado, da exigência do crédito tributário apurado.

Percebam. Não confundam a homologação do lançamento com a


revisão aduaneira. A homologação do lançamento do II não ocorre com a
revisão aduaneira. Ocorre após 5 anos do registro da DI. É uma homologação
tácita.

Outro detalhe. Somente um pequeno percentual de declarações de


importação é selecionado para revisão aduaneira. Alguma incorreção
(intencional ou não) pode ser verificada em determinado despacho, e isso pode
levar à revisão aduaneira de outros casos semelhantes, por exemplo.
3. LANÇAMENTO DOS IMPOSTOS INCIDENTES NA IMPORTAÇÃO

Conforme o CTN, o lançamento é atividade privativa do auditor-fiscal. O


assunto "Lançamento" é estudado em Direito Tributário. Na legislação
aduaneira, faremos referência ao lançamento dos impostos incidentes na
importação (II, IPI). Apesar de o tópico se referir a "lançamento dos
impostos", claro que tudo escrito neste tópico vai valer para as contribuições
PIS/PASEP-Importação e Cofins-Importação. A competência do AFRFB é para
exigir os tributos federais.

O CTN, em seu art. 142, define que compete privativamente à


autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar
a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito
passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Essa atividade é vinculada e obrigatória, certo?

Na importação, vejamos o que diz o RA:

"CAPÍTULO I

DO LANÇAMENTO DE OFÍCIO

Art. 744. Sempre que for apurada infração às disposições deste Decreto, que implique
exigência de tributo ou aplicação de penalidade pecuniária, o Auditor-Fiscal da
Receita Federal do Brasil deverá efetuar o correspondente lançamento para fins de
constituição do crédito tributário.".

Então, constatada alguma irregularidade relativa à legislação


aduaneira, a autoridade competente para proceder ao lançamento dos
impostos incidentes na importação é o Auditor-Fiscal da Receita Federal
do Brasil (AFRFB).

Na importação, o lançamento pode ocorrer em diversos momentos:

- Antes do registro da DI (antes do despacho): quando a autoridade


apura, por exemplo, o extravio (falta) de mercadorias em relação aos
documentos (lançamento de ofício). É o caso, por exemplo, dos tributos
lançados em face do transportador em virtude do artigo 661 do RA:

"Art. 661. Para efeitos fiscais, é responsável o transportador quando:


I - constatado que houve, após o embarque, substituição de mercadoria;
II - houver extravio de mercadoria em volume descarregado com indícios de violação;
ou
III - o volume for descarregado com peso ou dimensão inferior ao constante no
conhecimento de carga, no manifesto ou em documento de efeito equivalente."
- No momento do registro da DI: o importador calcula e recolhe
espontaneamente os impostos incidentes na importação (lançamento por
homologação).

- Durante o despacho: vimos que, quando o AFRFB registra uma


exigência de crédito tributário com a qual o importador não concorda (art. 570,
§ 3 o ), deve ser constituído o crédito tributário mediante auto de infração
(lançamento de ofício).

- Após o despacho: em ato de revisão aduaneira da Declaração de


Importação. Para complementar o estudo do presente tópico, cabe mencionar
que ela é prevista no artigo 638 do RA, podendo ser realizada enquanto não
decair o direito de a Fazenda Nacional constituir o crédito tributário. Neste
caso, o lançamento também é de ofício.

Art. 638. Revisão aduaneira é o ato pelo qual é apurada, após o desembaraço
aduaneiro, a regularidade do pagamento dos impostos e dos demais gravames devidos à
Fazenda Nacional, da aplicação de benefício fiscal e da exatidão das informações
prestadas pelo importador na declaração de importação, ou pelo exportador na
declaração de exportação.
§ lo Para a constituição do crédito tributário, apurado na revisão, a autoridade
aduaneira deverá observar os prazos referidos nos arts. 752 e 753.
§ 2o A revisão aduaneira deverá estar concluída no prazo de cinco anos, contados da
data:
I - do registro da declaração de importação correspondente; e
II - do registro de exportação.
§ 3o Considera-se concluída a revisão aduaneira na data da ciência, ao interessado, da
exigência do crédito tributário apurado.

Por fim, cabe ainda mencionar o caso específico da bagagem. Os livros


de Direito Tributário mencionam que o lançamento, nesse caso, é por
declaração. Mesmo com a sistemática de declaração eletrônica de bens de
viajante (e-DBV), onde o viajante pode preencher a e-DBV e até mesmo pagar
antecipadamente o tributo no exterior, não há obrigação do viajante em
antecipar o pagamento (art. 150 do CTN). Assim, o lançamento do II no caso
de bagagem é por declaração, e não por homologação. Mas o assunto
Bagagem é objeto de aula específica nesse curso, onde será profundamente
analisado.

4. DESPACHO ADUANEIRO EXPRESSO - LINHA AZUL


Há algumas empresas industriais que são tão grandes e importam e/ou
exportam tanto, que o governo entende que vale a pena criar um
procedimento supersimplificado para elas na importação e na exportação. Até
porque, em princípio, elas pensariam várias vezes antes de cometer grandes
fraudes aduaneiras, para não colocar em risco suas reputações.
É o despacho aduaneiro expresso, conhecido como Linha Azul.
Apesar do nome, nesse mecanismo as importações e exportações são
preferencialmente direcionadas para o canal verde de conferência, ficando
resguardada a possibilidade de a aduana realizar a conferência, caso entenda
necessário. Nessa situação, os desembaraços devem ser realizados em
caráter prioritário.
Para se habilitar ao procedimento de despacho expresso, a empresa
deve demonstrar qualidade em seus controles internos, e cumprir uma
série de requisitos, tais como, possuir patrimônio líquido igual ou superior a
R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais), como regra; ter realizado, no
exercício fiscal anterior ao pedido de habilitação, no mínimo cem operações de
comércio exterior (conjunto de importações e exportações efetivas), que
totalizem, no mínimo, US$ 10,000,000.00 (dez milhões de dólares dos Estados
Unidos da América).
A IN/SRF 476/2004 regulamenta os procedimentos relativos à Linha Azul.
5. LISTA DE QUESTÕES

Questão 1. (do autor) Estarão sujeita a despacho de importação,


com exceção de:
a) Mercadorias reimportadas
b) Mercadorias admitidas em regime especial de admissão temporária
quando retornarem ao exterior
c) Mercadorias importadas com isenção
d) Mercadorias para reforma do prédio do Consulado Geral dos Estados
Unidos na cidade do Rio de Janeiro
e) Urna funerária contendo restos mortais

Questão 2. (AFRF/2002-1) Estão dispensadas de despacho


aduaneiro de importação:

a) mercadorias que tendo sido exportadas em regime de consignação retornem


ao País.
b) mercadorias que tendo sido exportadas são devolvidas ao País para efeitos
de reparo ou restauração.
c) mercadorias que tendo sido exportadas são devolvidas ao País por motivo
de guerra ou calamidade pública.
d) malas diplomáticas, sempre que contenham sinais exteriores visíveis que
indiquem seu caráter e que sejam entregues a pessoa formalmente
credenciada por Missão Diplomática.
e) mercadorias que tendo sido exportadas são devolvidas ao País por fatores
alheios à vontade do exportador, devidamente comprovados por laudo pericial
firmado por autoridade competente.

Questão 3. (CESPE/Correios/2011) Julgue o item a seguir. O


despacho aduaneiro consiste na verificação da exatidão dos dados
declarados pelo importador em relação à mercadoria importada, aos
documentos apresentados e à legislação aplicável; seu objetivo é o
desembaraço aduaneiro da mercadoria:

Questão 4. (AFTN/98) O despacho aduaneiro de importação é


procedimento fiscal ao qual está/estão sujeita(s):

a) apenas as mercadorias que venham a ser redestinadas para outro


regime aduaneiro
b) apenas a mercadoria que, após submetida a despacho aduaneiro de
exportação, retorne ao País
c) apenas as mercadorias importadas a título definitivo
d) apenas as mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus, à Amazônia
Ocidental e à Área de Livre-Comércio
e) todas as mercadorias que ingressem no País, importadas a título
definitivo ou não

Questão 5. (CESPE/Correios/2011) Julgue o item a seguir. O


despacho aduaneiro de importação ocorre sob as modalidades de
despacho para consumo, admissão e internação, sendo a modalidade
definida de acordo com o tipo de regime aduaneiro aplicado à
mercadoria em questão.

Questão 6. (ESAF/Despachante Aduaneiro/2012) Marque (1) se a


Declaração Simplificada de Importação (DSI) no Siscomex
Importação; ou (2) se Declaração Simplificada de Importação (DSI) -
Formulário poderá ser utilizada para as hipóteses de utilização no
despacho aduaneiro de:

( ) amostras sem valor comercial.


( ) bens integrantes de bagagem desacompanhada.
( ) medicamentos, sob prescrição médica, importados pela pessoa física.
( ) bens importados por pessoa física, com ou sem cobertura cambial, em
quantidade e frequência que não caracterize destinação comercial, cujo
valor não ultrapasse US$ 3,000.00 (três mil dólares dos Estados Unidos da
América) ou o equivalente em outra moeda.
Assinale a opção correta.
a)1/1/1/1
b)2/1/2/1
c) 2 / 1 / 1 / 1
d)2/1/2/1
e)1/2/2 / 1

Questão 7. (ESAF/Despachante Aduaneiro/2012) As opções


abaixo correspondem a despachos de importação, exceto:

a) Declaração Simplificada de Importação (DSI) em formulário.


b) Declaração de Trânsito Aduaneiro (DTA).
c) Nota de Tributação Simplificada (NTS).
d) Rito Sumário.
e) Declaração de Importação (DI).

Questão 8. (TTN/97) O registro da declaração de importação


no SISCOMEX, a conferência aduaneira e o desembaraço aduaneiro são
etapas

a) da instrução do despacho de importação


b) da conferência final do manifesto
c) do despacho aduaneiro de mercadoria importada
d) do lançamento e cobrança do imposto de importação das mercadorias
submetidas a regimes suspensivos
e) do processo de vistoria aduaneira

Questão 9. (Curso de Formação / ESAF / 2010) Marca o


início do despacho de importação junto às unidades da RFB onde se
encontra a mercadoria:
A) o deferimento da LI.
B) o registro da DI.
C) a recepção dos documentos.
D) o registro do licenciamento.
E) a dispensa do licenciamento.

Questão 10. (AFTN/98) Caracteriza o início do despacho aduaneiro


de importação o (a):

a) licenciamento da importação no SISCOMEX


b) pagamento dos impostos incidentes na importação, comprovado pelo
SISCOMEX por meio de DARF eletrônico
c) registro dos volumes no sistema MANTRA por ocasião do depósito
aduaneiro das mercadorias
d) apresentação das mercadorias ao FISCO para efeito da conferência
aduaneira
e) registro da declaração de importação

Questão 11. (ESAF/Despachante Aduaneiro/2012) Sobre o


Despacho de Importação realizado no Siscomex, julgue as proposições
seguintes e assinale a opção correta:

I. Permite-se, numa mesma Declaração de Importação (DI), o registro de


adições de mercadorias vindas do exterior juntamente com adições de
mercadorias que se encontrem no país submetidas a regime aduaneiro
especial.

II. A Declaração de Importação (DI), cujo débito automático dos tributos não
for aceito pelo banco cadastrado, será direcionada para o canal vermelho de
conferência aduaneira.

III. A regularidade cadastral do importador e o deferimento da Licença de


Importação (LI), quando exigível, são requisitos para a efetivação do registro
da Declaração de Importação (DI).

IV. A retificação de Declaração Simplificada de Importação (DSI), antes do


desembaraço aduaneiro, poderá ser realizado pelo importador.

a) Apenas a proposição I está correta.


b) As proposições II e III estão corretas.
c) Apenas a proposição III está correta.
d) As proposições II, III e IV estão corretas.
e) As proposições I e III estão corretas.

Questão 12. (ESAF/Despachante Aduaneiro/2012) O registro da DI


caracteriza o início do despacho aduaneiro de importação, e somente
será efetivado:

I. Se verificada a regularidade cadastral do importador.

II. Após o licenciamento da operação de importação, quando exigível, e a


verificação do atendimento às normas cambiais, conforme estabelecido pelos
órgãos e agências da administração pública federal competentes.

III. Após a chegada da carga, exceto na modalidade de registro antecipado da


DI.

IV. Se não for constatada qualquer irregularidade impeditiva do registro.

V. Após o ICMS incidente sobre as mercadorias ter sido declarado e recolhido.

a) Somente a alternativa I está correta.

b) Somente as alternativas I, II e III estão corretas.

c) Somente as alternativas I, III e IV estão corretas.

d) Todas as alternativas estão corretas.

e) Somente a alternativa V está incorreta.

Questão 13. (AFTN - 89) A fatura comercial:


a) é substituível pelo conhecimento aéreo, se contiver as indicações de
quantidade, espécie e valor das mercadorias que lhe correspondam;

b) deve indicar o país de origem da mercadoria, como tal entendido aquele


em que tiver sido realizado o embarque;

c) não tem valor para instruir o despacho de importação, por ter origem em
convenções particulares.

d) em nenhuma hipótese será aceita, para efeitos fiscais, quando contiver


emendas, ressalvas ou entrelinhas;

e) é substituível pelo conhecimento de carga, quando deste constarem todas


as indicações que devem normalmente estar contidas nela.

Questão 14. (TTN/97) A posse ou propriedade da mercadoria


importada para efeito do despacho aduaneiro é requisito inerente:

a) ao conhecimento de carga original


b) à fatura comercial
c) ao certificado de origem
d) à declaração de importação
e) ao manifesto de carga

Questão 15. (TTN/97-adaptada) A DI (declaração de importação)


será instruída no despacho aduaneiro de importação pelo conjunto
constituído pelos seguintes documentos:
a) o conhecimento de carga, o manifesto de carga e a nota fiscal
b) a fatura comercial, o certificado de origem, o conhecimento de carga e a
folha de descarga do veículo transportador
c) o conhecimento de carga, o laudo de vistoria aduaneira, a fatura
comercial e o Termo de Faltas e Avarias
d) o Certificado de Arqueação do veículo, a Folha de Controle de Carga, a
fatura comercial, o conhecimento de carga e o manifesto de carga
e) o conhecimento de carga original, a fatura comercial, o certificado de
origem quando se tratar de mercadoria que goze de tratamento favorecido em
razão da origem, e o romaneio de carga, por se tratar de mercadoria
acondicionada em contêiner.

Questão 16. (AFTN/98) Sobre a fatura comercial, emitida por


compra e venda internacional, é correto afirmar-se que:

a) tem força contratual e é documento, em regra, obrigatório para instrução


do despacho aduaneiro, possuindo valor para fins de tributação.
c) compõe o processo de despacho aduaneiro para fins exclusivos de
controle administrativo.
d) não possui valor para fins de controle e não instrui o processo de
despacho aduaneiro.
e) tem força contratual, e embora não componha o processo de despacho
aduaneiro, dela se extraem elementos para tributação.

Questão 17. (TRF/2000) No despacho aduaneiro para consumo, no


regime comum de importação, cumulativamente, a prova de posse ou
propriedade de mercadoria, seu peso bruto, despesas atinentes ao
transporte e especificação dos volumes relacionam-se à (ao):

a) declaração de importação
b) conhecimento de carga
c) fatura comercial
d) manifesto de carga
e) certificado de origem de carga

Questão 18. (ACE/2002) O documento, com força contratual,


emitido por uma companhia de transporte, que atesta o recebimento
de uma mercadoria a ser exportada, suas características, as condições
de transporte e os compromissos quanto à entrega da mesma ao
destinatário legal, denomina-se:

a) contrato de agente internacional


b) contrato de compra e venda internacional
c) conhecimento de embarque
d) contrato de afretamento
e) certificado de contagem

Questão 19. (ESAF/Ajudante de Despachante Aduaneiro/2012 -


adaptada) Indique abaixo a opção incorreta em relação aos canais de
conferência aduaneira, das Declarações de Importação (DI)
selecionadas:

a) Canal Amarelo - é realizado o exame físico e, não sendo constatada


irregularidade, efetua-se o desembaraço aduaneiro da Declaração de
Importação (DI).
b) Canal Verde - o sistema registrará o desembaraço automático da
mercadoria.
c) Canal Vermelho - a mercadoria somente é desembaraçada após a
realização do exame documental e da verificação da mercadoria.
d) Canal Cinza - é realizado o exame documental, a verificação da
mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle
aduaneiro, para verificar elementos indicativos de fraude, inclusive no
que se refere ao preço declarado da mercadoria na Declaração de
Importação (DI).

Questão 20. (ESAF/Ajudante de Despachante Aduaneiro/2013)


Sobre a conferência aduaneira no despacho de importação é correto
afirmar:

I. Após o registro, a DI será submetida a análise fiscal e selecionada para


um dos canais de conferência aduaneira.

II. Quando a DI for submetida ao canal verde de conferência aduaneira, o


sistema registrará o desembaraço automático da mercadoria, dispensados o
exame documental e a verificação física da mercadoria.

III. Quando a DI for submetida ao canal amarelo de conferência


aduaneira, será realizado o exame documental, e, não sendo constatada
irregularidade, efetuado o desembaraço aduaneiro, dispensada a verificação
física da mercadoria.

IV. Quando a DI for submetida ao canal vermelho de conferência


aduaneira, a mercadoria somente será desembaraçada após a realização do
exame documental e da verificação física da mercadoria.

a) Somente a alternativa I está incorreta.

b) Somente as alternativas I, II e III estão corretas.

c) Somente as alternativas I, III e IV estão corretas.

d) Todas as alternativas estão corretas.

e) Nenhuma alternativa está correta.

Questão 21. (TRF/2000-adaptada) A seleção da declaração de


importação para o canal verde de conferência aduaneira:

a) impede que o chefe do setor responsável pelo despacho da unidade da


Secretaria da Receita Federal de despacho, após o desembaraço, determine
que se proceda à ação fiscal de conferência física e documental da mercadoria,
em qualquer hipótese, porque tal seleção atendeu integralmente os limites e
critérios estabelecidos pela Coordenação-Geral do Sistema Aduaneiro e o
SISCOMEX procedeu ao desembaraço automático da mercadoria
b) impede que o chefe do setor responsável pelo despacho da unidade da SRF
de despacho, após o desembaraço e entrega da mercadoria ao importador,
determine que se proceda ao reexame do despacho aduaneiro, com a
finalidade de verificar a regularidade da importação quanto aos aspectos fiscais
e outros, porque o canal verde, autorizando o desembaraço automático da
mercadoria, implica homologação dos lançamentos tributários

c) não impede que o chefe do setor responsável pelo despacho, a qualquer


tempo, determine que se proceda à ação fiscal pertinente, se tiver
conhecimento de fato ou da existência de indícios que requeiram a necessidade
de verificação da mercadoria, ou de aplicação de procedimento aduaneiro
especial.

d) impede que o chefe do setor responsável pelo despacho da unidade da SRF


de despacho, após o desembaraço, determine que se proceda à verificação
física da mercadoria, em decorrência de fato superveniente que requeira essa
verificação, porque tal procedimento somente é permitido para as mercadorias
relacionadas para o canal amarelo de conferência aduaneira.

e) relativamente à mercadoria que se encontre depositada em Porto Seco,


impede que o chefe da unidade da SRF de despacho, após o desembaraço,
determine que se proceda à ação fiscal pertinente, se tiver conhecimento de
fato ou de existência de indícios que requeiram a necessidade de verificação da
mercadoria, porque tal procedimento somente é cabível para as mercadorias
depositadas em recinto ou local alfandegado de zona primária aduaneira.

Questão 22. (Curso de Formação/ESAF/2010 - adaptada) Sobre os


canais de conferência aduaneira é CORRETO afirmar que:

A ) na DI selecionada para o canal verde, o desembaraço ocorre de forma


automática, impedindo que o AFRFB faça qualquer verificação da mercadoria.

B) na DI selecionada para o canal amarelo, após a análise documental a DI


é desembaraçada automaticamente.

C) na DI selecionada para o canal vermelho, após a análise documental e


verificação da mercadoria a DI é desembaraçada automaticamente.

D) na DI selecionada para o canal cinza é realizado o exame documental, a


verificação da mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle
aduaneiro.

E) havendo impossibilidade de verificação, o auditor, mediante elementos


de fundamentação, poderá direcionar a DI de canal vermelho para o amarelo.
Questão 23. (AFTN/1991-adaptada) Despacho de Importação é

a) O procedimento que tem por finalidade identificar o importador, verificar


a mercadoria, determinar seu valor e classificação fiscal, e constatar o
cumprimento de todas as obrigações, fiscais ou não fiscais, para fins de
desembaraço da mercadoria.
b) Despacho de importação é o procedimento mediante o qual é verificada a
exatidão dos dados declarados pelo importador em relação à mercadoria
importada, aos documentos apresentados e à legislação específica,
mesmo que a mercadoria não esteja sujeita ao imposto de importação.
c) O procedimento fiscal que deverá ser instruído com a Declaração de
Importação, substituível apenas pelo conhecimento de carga original ou
pelo conhecimento aéreo original
d) O procedimento dispensado na reentrada de mercadorias que
comprovadamente retornem ao País por defeito técnico que exija sua
devolução para reparo ou substituição.
e) O procedimento fiscal necessariamente efetuado com base na Declaração
de Importação e instruído com o conhecimento de carga original ou
documento equivalente, não podendo ser dispensada nessa instrução a
fatura comercial, contendo todas as indicações especificadas na lei e
assinada pelo exportador, salvo se substituída pelo conhecimento aéreo,
se este contiver as mesmas indicações.

Questão 24. (AFTN/1991-adaptada) Conferência aduaneira é

a) o procedimento fiscal que tem por finalidade identificar o importador,


verificar a mercadoria e a correção das informações relativas a sua natureza,
classificação fiscal, quantificação e valor, e confirmar o cumprimento de todas
as obrigações, fiscais e outras, exigíveis em razão da importação

b) o procedimento fiscal mediante o qual se processa o desembaraço


aduaneiro de mercadoria procedente do exterior, estrangeira ou
desnacionalizada, seja ela importada a título definitivo ou não
c) o ato pelo qual a mercadoria é entregue ao importador
d) o procedimento fiscal destinado a verificar a ocorrência de avaria ou falta
de mercadoria estrangeira ou desnacionalizada, entrada no território
aduaneiro, a identificar o responsável e a apurar o crédito tributário dele
exigível
e) o procedimento fiscal destinado a constatar destina-se a constatar
extravio ou acréscimo de volume ou de mercadoria entrada no território
aduaneiro, mediante confronto do manifesto com os registros de descarga

Questão 25. (CESPE/Correios/2011) Julgue o item a seguir. A


conferência aduaneira é etapa central do despacho aduaneiro e
envolve o exame da documentação, a verificação da mercadoria e, se
constatadas inconsistências ou fraude, a aplicação de procedimento
especial de controle aduaneiro

Questão 26. (do autor) O auditor JOÃO RIGOROSO DA SILVA teve


distribuída para si uma declaração de importação parametrizada para
o canal amarelo no Siscomex que acobertava a importação de 2.000
unidades de cadeados. Considerando que a descrição da mercadoria
não estava completa, e que havia vigente à época do fato gerador uma
alíquota antidumping aplicável sobre a importação de cadeados
oriundos da China, ele determinou ao analista JOSÉ CERTINHO que
fosse ao armazém para colher elementos para confirmação da origem
da mercadoria. Considerando a legislação aplicável, pode-se afirmar
que

A) Não havia previsão em norma para proceder à verificação da mercadoria,


uma vez que a DI foi parametrizada no canal amarelo.

B) A atitude do auditor foi correta, e o analista deve, ao final da verificação,


emitir RVF (Relatório de Verificação Física)

C) O analista tributário não poderia proceder à verificação da mercadoria, pois


a DI estava distribuída para o auditor no Siscomex.

D) O auditor deveria ter encaminhado a declaração ao chefe para


determinação do procedimento a ser adotado.

E) A atitude do fiscal não procede, pois a DI somente poderia ser objeto de


verificação no caso de dúvida quanto à classificação fiscal.

Questão 27. (AFRF/2003) A fiscalização aduaneira recebe denúncia


de que a bagagem de integrante de missão diplomática contém 23 kg
de cocaína. No caso, deve tomar uma das seguintes providências:

a) reter os volumes e encaminhá-los à Polícia Federal, comunicando a


ocorrência à Administração Central, para informação ao Ministério das Relações
Exteriores.
b) liberar os volumes, pois a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas
impede sua verificação, comunicando os fatos à Administração Central para
informação ao Ministério das Relações Exteriores e à Polícia Federal.
c) verificar os volumes na presença do agente diplomático ou do seu
representante autorizado, apreendendo os bens de importação proibida e
liberando os demais, salvo se o viajante identificar-se como correio diplomático
e o volume estiver identificado como mala diplomática.
d) apreender os volumes, para aplicação da pena de perdimento aos bens de
importação proibida, requisitando a representante do Ministério das Relações
Exteriores a separação dos demais bens, para entrega ao diplomata.
e) verificar os volumes na presença de representante do Ministério das
Relações Exteriores e do agente diplomático ou do seu representante legal,
lavrando Termo de Constatação Fiscal (TCF), a ser encaminhado ao governo
estrangeiro.

Questão 28. (ESAF/ATRFB/2012) Sobre os procedimentos gerais de


importação e de exportação, analise os itens a seguir, classificando-os
como verdadeiros (V) ou falsos (F). Em seguida, escolha a opção
adequada às suas respostas:

I. O despacho aduaneiro de importação poderá ser efetuado apenas em


zona primária.

II. A declaração de importação é o documento base do despacho de


importação e será instruída com a via original do conhecimento de carga ou
documento de efeito equivalente; a via original da fatura comercial, assinada
pelo exportador; o comprovante de pagamento dos tributos, se exigível; e
outros documentos exigidos em decorrência de acordos internacionais ou por
força de lei, de regulamento ou de outro ato normativo.

III. A conferência aduaneira na importação poderá ser realizada na zona


primária ou na zona secundária.

IV. A verificação de mercadoria, na conferência aduaneira ou em outra


ocasião, será realizada por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil ou, sob a
sua supervisão, por Analista-Tributário, na presença do viajante, do
importador, do exportador ou de seus representantes, podendo ser adotados
critérios de seleção e amostragem, de conformidade com o estabelecido pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil. Na hipótese de mercadoria depositada
em recinto alfandegado, a verificação deverá ser realizada na presença do
importador ou do exportador.

a) Estão corretos somente os itens I e III.

b) Estão corretos somente os itens I, II e III.

c) Estão corretos somente os itens II e III.

d) Estão corretos somente os itens II e IV.

e) Todos os itens estão corretos.

Questão 29. (ESAF/Ajudante de Despachante/2013) O pagamento


dos tributos e contribuições federais devidos na importação de
mercadorias, bem assim dos demais valores exigidos em decorrência
da aplicação de direitos antidumping, compensatórios ou de
salvaguarda, será efetuado:

a) até o desembaraço da DI, por meio de Documento de Arrecadação de


Receitas Federais (Darf) eletrônico, mediante débito automático em conta
corrente bancária, em agência habilitada de banco integrante da rede
arrecadadora de receitas federais.

b) no ato do registro da DI ou da sua retificação, se efetuada no curso do


despacho aduaneiro, por meio de Documento de Arrecadação de Receitas
Federais (Darf) eletrônico, mediante débito automático em conta corrente
bancária, em agência habilitada de banco integrante da rede arrecadadora de
receitas federais.

c) até o desembaraço da DI, por meio de Documento de Arrecadação de


Receitas Federais (Darf) emitido pelo sistema, e confirmação do pagamento
pelo banco integrante da rede arrecadadora de receitas federais.

d) anteriormente ao registro da DI, por meio de Documento de


Arrecadação de Receitas Federais (Darf) emitido pelo sistema, e confirmação
do pagamento pelo banco integrante da rede arrecadadora de receitas
federais.

e) até a entrega da carga, por meio de Documento de Arrecadação de


Receitas Federais (Darf) emitido pelo sistema, e confirmação do pagamento
pelo banco integrante da rede arrecadadora de receitas federais.

Questão 30. (ESAF/Despachante Aduaneiro/2012) Em relação à


verificação física das mercadorias na conferência aduaneira no
despacho de importação, assinale a opção correta.

I. No caso de mercadorias acondicionadas em mais de um veículo ou unidade


de carga, o servidor da Receita Federal do Brasil (RFB) designado para a
verificação física poderá escolher aleatoriamente apenas alguns veículos ou
unidades de carga para descarga ou retirada da mercadoria.
II. A verificação física poderá ser realizada por meio de câmeras ou
equipamentos de inspeção não-invasiva.
III. Na ausência do importador ou de seu representante na data e horário
previstos para a conferência, a mercadoria depositada em recinto
alfandegado poderá ser submetida à verificação física na presença do
depositário ou de seu preposto.
IV. As mercadorias retiradas a título de amostra são dedutíveis da quantidade
declarada na Declaração de Importação (DI).
a) Apenas a proposição I está correta.
b) Apenas as proposições I e III estão corretas.
c) Apenas a proposições I, II e III estão corretas.
d) As proposições I, II e IV estão corretas.
e) Todas as proposições estão corretas.

Questão 31. (ESAF/Ajudante de Despachante/2013) Assinale a


opção incorreta a respeito das hipóteses de retificação de DI.
a) A retificação de informações prestadas na declaração, ou a inclusão de
outras, no curso do despacho aduaneiro, ainda que por exigência da
fiscalização aduaneira, será feita, pelo importador, no SISCOMEX.
b) A retificação da declaração somente será efetivada após a sua aceitação, no
SISCOMEX, pela fiscalização aduaneira, exceto no que se refere aos dados
relativos à operação cambial.
c) Quando da retificação resultar importação sujeita a licenciamento, o
despacho ficará interrompido até a sua obtenção, pelo importador.
d) A retificação da declaração após o desembaraço aduaneiro será realizada
mediante solicitação do importador, formalizada em processo e instruída
com provas de suas alegações e, se for o caso, do pagamento dos tributos,
direitos comerciais, acréscimos moratórios e multas, inclusive as relativas a
infrações administrativas ao controle das importações, devidos, e do
atendimento de eventuais controles específicos sobre a mercadoria, de
competência de outros órgãos ou agências da administração pública
federal.
e) Em qualquer caso, a retificação da declaração afasta a aplicação das
penalidades fiscais e sanções administrativas cabíveis.

Questão 32. (TTN/97) O conhecimento de carga é documento


indispensável à instrução do despacho aduaneiro de importação. Nesse
sentido, deverá ser objeto de exigência pelo fisco a sua apresentação
ou a de documento equivalente no prazo máximo de 60 dias, após o
que

a) a mercadoria será, de imediato, levada a leilão para ressarcimento dos


prejuízos causados à Fazenda Nacional e à empresa depositária
b) será caracterizada a interrupção do despacho, considerando-se então a
mercadoria abandonada acarretando sua apreensão em processo
administrativo para posterior destinação
c) dará novo prazo ao importador para comprovar a posse ou propriedade
da mercadoria
d) a fiscalização considerará que o titular do despacho aduaneiro não é o
proprietário das mercadorias e de imediato a confisca, autorizando a
restituição dos tributos pagos
e) o importador será intimado a pagar a multa pela falta do conhecimento
de carga no prazo de 30 dias, sob pena de a mercadoria ser apreendida e
vendida em concorrência pública ou leilão

Questão 33. (AFRFB/2003) - Assinale a opção correta.

a) O importador pode verificar as mercadorias recebidas do exterior,


previamente ao início da conferência aduaneira, para dirimir dúvidas quanto à
sua perfeita identificação, na presença da autoridade aduaneira e do
representante do depositário.
b) A verificação da mercadoria compreende o exame documental e a
conferência física e será realizada por Auditor-Fiscal ou por Técnico da Receita
Federal, sob supervisão do AFRF.
c) A conferência aduaneira é feita de acordo com a seleção da declaração de
importação para os canais verde (desembaraço automático) ou vermelho
(verificação pela fiscalização), sendo feito exame de valor no canal cinza.
d) Havendo indícios de fraude na importação, o despacho será interrompido e
a declaração encaminhada ao setor incumbido das consultas e registros no
RADAR (Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes
Aduaneiros).
e) A verificação prévia da mercadoria efetuada a pedido do importador,
realizada sob acompanhamento da fiscalização aduaneira, não dispensa a
verificação física por ocasião do despacho aduaneiro.

Questão 34. (Curso de Formação/ESAF/2010 - adaptada) Acerca


das etapas do despacho de importação, assinale a alternativa
CORRETA
A) Após o registro no SISCOMEX, a Declaração Simplificada de Importação
é parametrizada para um dos seguintes canais de conferência aduaneira:
verde, amarelo, vermelho ou cinza.
B) No caso de exigência no curso de despacho referente a crédito tributário,
o importador poderá, independentemente de processo, efetuar o pagamento
correspondente.
C) O registro de exigência pelo AFRFB responsável pelo despacho dá início à
contagem do prazo para devolução da mercadoria ao exterior.
D) Apenas nas importações de produtos perecíveis ou explosivos poderá ser
autorizada a entrega da mercadoria ao importador antes de totalmente
realizada a conferência aduaneira.
E) Se a fiscalização entender necessário, pode designar perito credenciado
para proceder à identificação e quantificação da mercadoria, às expensas da
RFB.
Questão 35. (Codesp/2011) Na importação de mercadorias, o
procedimento pelo qual é verificada a exatidão dos dados declarados
pelo importador na declaração de importação em relação às
mercadorias importadas aos documentos apresentados e à legislação
específica, com vistas ao seu desembaraço aduaneiro, é designado de
despacho aduaneiro de importação. Sobre despacho aduaneiro de
importação, é correto afirmar que

(A) não será admitido agrupar, numa mesma declaração, mercadorias que,
procedendo diretamente do exterior, tenha uma parte destinada a consumo e
outra a ser submetida ao regime aduaneiro especial de admissão temporária.

(B) no caso de mercadorias sujeitas a licenciamento, o registro da declaração


de importação no Siscomex poderá ser efetuado antes do licenciamento, mas
sempre após a chegada da carga.

(C) previamente ao registro da declaração de importação, o importador poderá


requerer a verificação das mercadorias efetivamente recebidas do exterior.

(D) o registro da declaração de importação (DI) ocorrerá sempre após a


descarga da mercadoria na unidade da Secretaria da Receita Federal de
despacho.

(E) para fins de autorização de entrega ao importador, pela SRF, de


mercadoria importada por via marítima, deverá o importador exibir guia de
recolhimento, ou comprovante de exoneração de pagamento, do Adicional ao
Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM).

Questão 36. (ACE/97) O desembaraço aduaneiro ocorre

a) antes da conferência aduaneira


b) no ato de registro da Declaração de Importação no SISCOMEX
c) quando da chegada da mercadoria a URF-Unidade da Receita Federal
d) apenas no caso de despacho aduaneiro antecipado
e) com a autorização da entrega da mercadoria ao importador

Questão 37. (do autor) Em conferência aduaneira de uma


declaração de importação de pranchas de surfe, o auditor BOA PRAÇA
solicitou verificação da mercadoria pelo analista JOSÉ MANOEL, que
emitiu Relatório de Verificação Física (RVF), onde constavam
divergências em relação à descrição do produto. Essas divergências
levaram a uma nova classificação fiscal, que gerou um crédito
tributário no valor de R$ 150.000,00. O auditor registrou exigência no
Siscomex contemplando apenas essa situação. Nesse caso,

A) A DI poderia ser desembaraçada após a aceitação, pela aduana, da


retificação da DI efetivada pelo importador, ocasião em que haveria o
recolhimento dos tributos e multas exigidos, mediante débito automático.

B) O analista deveria lavrar auto de infração para constituição do crédito, caso


houvesse manifestação de inconformidade por parte do importador em relação
à exigência.

C) Considerando o valor do crédito acima de R$ 100.000,00 havia


obrigatoriedade de lavratura de auto de infração.

D) A mercadoria deveria ser considerada abandonada e submetida a processo


de perdimento.

E) Para registrar exigência relativa à classificação fiscal do produto, o auditor


deveria, obrigatoriamente, ter solicitado perícia técnica no decorrer do
despacho.

Questão 38. Questão 34. (ESAF/Ajudante de


Despachante/2013) Analise as assertivas sobre o despacho aduaneiro
de importação e assinale a opção correta.

a) A DI selecionada para canal verde, no Siscomex, nunca poderá ser objeto


de conferência física ou documental.

b) A Declaração de Importação selecionada para o canal cinza, será submetida


a exame documental, dispensada a verificação da mercadoria, e a aplicação de
procedimento especial de controle aduaneiro, para verificar elementos
indiciários de fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da
mercadoria.

c) As exigências formalizadas pela fiscalização aduaneira e o seu atendimento


pelo importador, no curso do despacho aduaneiro, deverão ser registrados no
Siscomex, sendo que, havendo exigência relativa a crédito tributário, este será
sempre constituído mediante lançamento em auto de infração.

d) O importador poderá ter, a seu requerimento, autorizada pelo responsável


pelo despacho, a entrega da mercadoria antes da conclusão da conferência
aduaneira, sendo que esta, inclusive em cumprimento de decisão judicial, deve
ser informada no Siscomex, em todos os casos.

e) Quando houver necessidade de conferência física da mercadoria, a


verificação física deverá ser sempre realizada na presença do importador ou de
seu representante.

Questão 39. (ESAF/Ajudante de Despachante 2013) Após o


despacho de importação ter sido concluído e a declaração de
importação encontrar-se desembaraçada, são condições para a
entrega da mercadoria ao importador:
a) em qualquer caso, a autorização expressa da autoridade aduaneira local.

b) a verificação da regularidade do pagamento ou exoneração do Adicional ao


Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) e a declaração de
pagamento ou exoneração de ICMS.

c) no caso de declarações parametrizadas para o canal verde de conferência


aduaneira, a assinatura de termo de responsabilidade pelo importador ou seu
representante.

d) a apresentação de declaração de trânsito aduaneiro para amparar o


percurso da mercadoria até o estabelecimento do importador.

e) a apresentação de Darf emitido pelo sistema com a comprovação bancária


do pagamento dos tributos e contribuições federais devidos na importação de
mercadorias, bem assim dos demais valores exigidos em decorrência da
aplicação de direitos antidumping, compensatórios ou de salvaguarda.

Questão 40. (Curso de Formação/AFRFB/ESAF/2010-adaptada)


Assinale a alternativa INCORRETA:

A) A mercadoria introduzida no País sob fundada suspeita de irregularidade


punível com a pena de será submetida a procedimentos especiais de controle
aduaneiro.

B) Na situação descrita na alternativa "a", a mercadoria ficará retida até a


conclusão do correspondente procedimento de fiscalização, independente de
encontrar-se em despacho aduaneiro de importação ou desembaraçada. O
prazo máximo de retenção é de noventa dias, prorrogável por igual período,
em situações justificadas.

C) A retificação de informações prestadas na DI, ou a inclusão de outras,


até o desembaraço aduaneiro, ainda que por exigência da fiscalização
aduaneira, é realizada pelo importador no SISCOMEX. Cabe à fiscalização
aceitar ou não a retificação.

D) A retificação da Declaração de Importação (DI) é realizada pela


fiscalização, após o desembaraço aduaneiro, mediante solicitação do
importador, formalizada em processo, ou de ofício.
E) A legislação não prevê hipóteses de cancelamento de DI após o seu
desembaraço, mas permite sua retificação, de ofício ou mediante pedido, nos
casos estabelecidos em ato normativo expedido pela RFB.

Questão 41. (AFRFB/2014-parte) De acordo com a legislação


aduaneira, indique certo ou errado:
a) segundo o Regulamento Aduaneiro, são dois os documentos que devem
obrigatoriamente instruir a declaração de importação: a via original do
conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente e a via original da
fatura comercial, assinada pelo exportador. Não poderão ser exigidos outros
documentos instrutivos em razão de que tal exigência ofenderia o princípio da
legalidade estrita.

b) a fim de determinar o tipo e a amplitude do controle a ser efetuado na


conferência aduaneira, a legislação determina que serão adotados canais de
seleção. Pelo canal de conferência cinza, será realizado o exame documental, a
verificação da mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle
aduaneiro, para verificar elementos indiciários de fraude.

c) o cancelamento da declaração de importação exime o importador da


responsabilidade por eventuais infrações.
GABARITO

1) B 12) E 23) B 34) B


2) D 13) A 24) A 35) C
3) C 14) A 25) C 36) E
4) E 15) E 26) B 37) A
5) C 16) A 27) C 38) D
6) D 17) B 28) C 39) X
7) B 18) C 29) B 40) E
8) C 19) A 30) C 41) ECE
9) B 20) D 31) E
10) E 21) C 32) B
11) C 22) D 33) E

Um abraço.

Missagia

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