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Capítulo

17

Participações Societárias

1. Conceito
São as ações de sociedades anônimas ou quotas de sociedades limitadas que uma sociedade
denominada INVESTIDORA adquire de outra sociedade denominada INVESTIDA.

2. Classificação
PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS TEMPORÁRIAS: Quando adquiridas com a intenção
de venda (aplicações disponíveis para a venda), ou seja, adquiridas com a intenção de
ESPECULAÇÃO.
Tais participações são classificadas no Ativo Circulante ou no Ativo Realizável a Longo Prazo,
dependendo do prazo em que se pretende especular.
PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS PERMANENTES: Quando adquiridas com a intenção
de permanência, ou seja, sem a intenção de venda, representando uma extensão da atividade
econômica da investidora. São classificadas no Ativo Não Circulante Investimentos.
Normalmente, são:
– Ações de Coligadas
– Ações de Controladas
– Ações de Não Coligadas e Não Controladas

Obs.: No caso de aquisição de QUOTAS de outras sociedades, não há porque se pensar em


participações temporárias, visto que não se negociam quotas no mercado de valores
mobiliários e sim ações e outros títulos emitidos por companhias. Desta forma, se
determinada sociedade adquire quotas de uma sociedade limitada, automaticamente, há
PRESUNÇÃO DE PERMANÊNCIA e, portanto, automaticamente são classificadas
no Ativo Não Circulante Investimentos, entendimento este apoiado pela legislação
do IR.
2  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

3. Sociedades Coligadas
De acordo com o § 1o do art. 243 da Lei no 6.404/76, são coligadas as sociedades nas quais
a investidora tenha influência significativa.
Segundo o § 4o do mesmo artigo, considera-se que há influência significativa quando a
investidora detém ou exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou
operacional da investida, sem controlá-la. No entanto, com base no § 5o, é PRESUMIDA
influência significativa quando a investidora for titular de 20% ou mais do capital votante
(ações ordinárias) da investida, sem controlá-la.
Conceito semelhante encontramos no item 2 do CPC 18: COLIGADA é uma entidade,
incluindo aquela não constituída sob a forma de sociedade tal como uma parceria, sobre a qual
o investidor tem influência significativa e que não se configura como controlada ou participação
em empreendimento sob controle conjunto (joint venture).

Ex. 1: A Cia. X possui 9% do total das ações da Cia. Y. Supondo que aquela tenha influência
significativa nesta, então X e Y são coligadas.
9% ações (ordinárias ou não)
Cia X Cia Y
com influência X e Y SÃO coligadas

Ex. 2: A Beta S/A possui 17% do total das ações da Gama S/A. Supondo que aquela NÃO tenha
influência significativa nesta, então Beta e Gama NÃO são coligadas.
17% ações (ordinárias ou não)
Beta Gama
sem influência Beta e Gama
NÃO SÃO coligadas

Ex. 3: A Cia. T possui 23% do total das ações da Cia. R, sendo todas essas ações com direito a
voto nas assembléias de acionistas (ações ordinárias). Assim, T e R são coligadas, independente-
mente de qualquer outro fato, pois há presunção de influência significativa.
23% ações ordinárias
Cia T Cia R
T e R SÃO coligadas

Obs. 1: De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 18 – Investimentos em Coligadas


e em Controladas, a existência de influência significativa por investidor geralmente é
evidenciada por um ou mais das seguintes formas:
(a) representação no conselho de administração ou na diretoria da investida;
(b) participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões sobre
dividendos e outras distribuições;
(c) operações materiais entre o investidor e a investida;
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  3

(d) intercâmbio de diretores ou gerentes; ou


(e) fornecimento de informação técnica essencial.

Obs. 2: Com base no CPC 18, para efeitos de se caracterizar influência significativa, o di-
reito de voto potencial, ou seja, quando a investidora possuir valores mobiliários que
podem ser facilmente convertidos em ações com direito a voto, tais como debêntures
conversíveis em ações, opções de compra de ações, bônus de subscrição, etc., deve
ser considerado na análise da presunção dessa influência. Assim, por exemplo, se
uma investidora X possui diretamente 8% das ações com direito a voto da investida
Y, debêntures que podem ser prontamente convertidos em mais 11% de ações com
direito a voto da mesma investida, e ainda, opções de compra de ações da mesma
investida, as quais exercidas são capazes de gerar mais 5% de ações com direito a
voto, para efeitos de análise de influência significativa, isso é equivalente a possuir
24% do capital votante da investida e, como há presunção de influência significativa
em função de esse percentual ser igual ou maior que 20% do capital votante, X e Y
também SÃO COLIGADAS.

4. Sociedades Controladas
De acordo com o § 2o do art. 243 da Lei 6.404/76, consideram-se controlada a sociedade
na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de
sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o
poder de eleger a maioria dos administradores.
Doutrinariamente, entendemos que para que isso ocorra é necessário que a investidora tenha
direta ou indiretamente mais de 50% do capital votante da investida (ações com direito ao
voto nas assembléias de acionistas), ou seja, mais de 50% das ações ordinárias.

Ex.: A Cia. M possui 70% do capital da Cia. N e esta, por sua vez, possui 60% do capital da
Cia. P. Todas as ações do capital social das investidas são ordinárias.
70% 60%
Cia M Cia N Cia P

Assim, temos as seguintes conclusões:


• A controladora M controla diretamente a controlada N com 70%.
• A controladora N controla diretamente a controlada P com 60%.
• A controladora M controla indiretamente, através de N, a controlada P com 60%.
• A participação indireta de M em P é de 70% × 60%, ou seja, 42%.

Obs.: Ao afirmarmos que a controladora M controla indiretamente P com 60%, não esta-
mos utilizando uma relação matemática e sim uma relação de controle, ou seja, se M
4  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

controla N e esta controla P diretamente com 60%, então, indiretamente, M tem o


poder dos 60% de P, através de N. Se utilizássemos uma relação matemática, diríamos
que a participação indireta de M em P é de 70% × 60%, isto é, 42%. Se assim fosse
para avaliar o controle, M não controlaria P, pois teria menos de 50%. Então, para
ficar mais claro, no exemplo dado podemos fazer dois tipos diferentes de perguntas:
se a pergunta for com quantos por cento M controla indiretamente P, a resposta será
60% (relação de controle e não matemática); no entanto, se for perguntado qual a
participação indireta de M em P, a resposta será 42% (relação matemática e não de
controle). Assim, cabe ressaltar que se deve prestar muita atenção no tipo de pergunta
para não haver interpretações equivocadas.

5. Formas de Avaliação
5.1. Participações Societárias Temporárias
São avaliadas pelo VALOR JUSTO (Lei no. 6.404/76, art. 183, I).

Obs.: De acordo com o art. 183, § 1o, alínea d, da referida lei, considera-se VALOR JUS-
TO dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo,
decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes. Em
outras palavras, valor justo de um instrumento financeiro (ações, por exemplo) é o
valor pelo qual esse instrumento é negociado no mercado em condições normais,
isto é, na ausência de fatores que forcem os preços subirem ou descerem em relação
à normalidade no mercado.

Exemplo: A Cia. Alfa adquiriu na bolsa e valores em 7 de outubro de 20X8 com a intenção de
venda para 20X9 (especulação) 5.000 ações da Cia. Beta por R$ 2,00 cada. Em 31/12/20X8,
a cotação dessas ações na bolsa foi de R$ 2,60. Assim, teremos na investidora as seguintes
contabilizações:

Aquisição das ações (07/10/20X8):


D – Valores Mobiliários ......................................................................................... 10.000,00
C – Caixa/Bancos .................................................................................................. 10.000,00

Avaliação a valor justo na data do balanço (31/12/20X8):


D – Valores Mobiliários ........................................................................................... 3.000,00
C – Ajustes de Avaliação Patrimonial ....................................................................... 3.000,00

Supondo que o valor das ações na data do balanço tivessem caído em vez de aumentado e
a cotação fosse, por exemplo, R$ 1,50 por ação, a contabilização seria da seguinte forma:
D – Ajustes de Avaliação Patrimonial ...................................................................... 2.500,00
C – Valores Mobiliários .......................................................................................... 2.500,00
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  5

Nota: As participações temporárias são consideradas instrumentos financeiros, assunto esse


regulado pela CPC 14, que equivale à Deliberação da CVM no 566/2008 ou Resolução do CFC
no 1.153/2009.

5.2. Participações Societárias Temporárias


Regra geral, são avaliadas pelo CUSTO DE AQUISIÇÃO deduzido da provisão para perdas
prováveis na realização do seu valor, somente quando essa perda for considerada permanente,
isto é, de difícil recuperação (Lei no 6.404/76, art. 183, III).

Exemplo: Em 13 de abril de 20X1, a Cia. Rio adquiriu sem a intenção de venda 3% das
ações ordinárias da Indústria Pérola S/A por R$ 90.000,00, não sendo comprovada nenhuma
influência significativa da investidora na investida. Em 31/12/20X1, o valor de mercado dessas
ações foi estimado em R$ 72.000,00, tendo em vista que em setembro do mesmo ano um
incêndio destruiu parte de uma fábrica da Indústria Pérola S/A, sendo tal perda considerada
permanente. Assim, teremos na investidora as seguintes contabilizações:

Aquisição das ações (13/04/20X1):


D – Investimentos – Indústria Pérola S/A ................................................. 90.000,00
C – Caixa/Bancos ...................................................................................... 90.000,00

Constituição da provisão para perdas prováveis (31/12/20X1):


D – Outras Despesas ................................................................................ 18.000,00
C – Provisão p/ Perdas Prováveis ............................................................. 18.000,00

Obs.: Conforme visto, a regra geral é que as participações permanentes em não coligadas e
não controladas sejam avaliadas pelo custo de aquisição. No entanto, há casos espe-
cíficos em que tais participações não são avaliadas pelo custo e sim pelo método da
equivalência patrimonial que será estudado no item 7. É o caso citado no artigo 248
da Lei no 6.404/76, ou seja, o caso das sociedades que, apesar de não coligadas e não
controladas, fazem parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum. Como
exemplo, suponhamos o grupo empresarial abaixo formado pelas companhias X, Y, Z e
S, onde o capital de todas as sociedades é formado exclusivamente por ações ordinárias:

Cia X
90%
76%

Cia Z 87%
Cia Y
9%
4% Cia S
6  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

No esquema acima, mesmo que as companhias Y e Z não sejam coligadas à companhia S,


NÃO avaliarão seus investimentos nesta (4% e 9%) pelo custo de aquisição e sim pelo mé-
todo da equivalência patrimonial, tendo em vista que todas fazem parte do mesmo grupo
empresarial e estão sobre controle comum de X.

5.3. Participações Societárias em Coligadas e Controladas


Com base no artigo 248 da Lei no 6.404/76, podemos inferir que tais investimentos são
avaliados pelo MEP (Método da Equivalência Patrimonial), também chamado de Método
do Patrimônio Líquido, o qual, como o nome já sugere, faz com que a investidora avalie o
valor de seus investimentos em coligadas e controladas com base no valor do Patrimônio
Líquido (PL) dessas investidas.
Assim, se o PL das coligadas e controladas aumenta ou diminui de valor, o valor do investi-
mento aumentará ou diminuirá proporcionalmente com base no percentual de participação
da investidora no capital social de tais investidas.
No entanto, com base no item 13 do CPC 18, há algumas exceções em que investimentos em
coligadas e controladas deixam em algumas situações específicas de ser avaliados pelo MEP,
como, por exemplo, o caso em que tais investimentos são mantidos para venda, de acordo
com os requisitos do Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido
para Venda e Operação Descontinuada e no caso em que for aplicável a exceção contida no
item 10 do Pronunciamento Técnico CPC 36 – Demonstrações Consolidadas ao permitir
que a controladora que também tenha participação em entidade controlada conjuntamente
não apresente demonstrações contábeis consolidadas.

Exemplo: Em 1o de janeiro de 20X1, a Cia. Pedra adquiriu por R$ 40.000,00, sem a inten-
ção de venda, 20% das ações ordinárias da Cia. Cristal, tornando-se sua coligada. O capital
da investida é formado apenas por ações ordinárias e, na data da aquisição, seu patrimônio
líquido era de R$ 150.000,00. Em 31/12/20X1 a investida apurou um lucro líquido de R$
60.000,00. Assim, teremos na investidora as seguintes contabilizações:

Aquisição das ações (01/01/20X1):


D – Ações de Coligadas (20% 150.000,00) ........................................................... 30.000,00
D – Ágio na Aquisição de Ações (40.000,00 – 30.000,00) ..................................... 10.000,00
C – Caixa/Bancos .................................................................................................. 40.000,00

Avaliação das ações por equivalência patrimonial (31/12/20X1):


D – Ações de Coligadas .......................................................................................... 12.000,00
C – Receita de Equivalência Patrimonial (20% 60.000,00) ..................................... 12.000,00
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  7

Caso a investida distribuísse dividendos no valor, por exemplo, de 25% do seu lucro líquido,
de tal forma que os mesmos só serão pagos 60 dias após essa distribuição, a investidora faria
a seguinte contabilização:

Contabilização dos dividendos a receber (31/12/20X1):


D – Dividendos a Receber (20% de 25% 60.000,00) .............................................. 3.000,00
C – Ações de Coligadas ........................................................................................... 3.000,00

6. Relevância dos Investimentos em Coligadas e Controladas


Apesar das alterações impostas à Lei no 6.404/76 pela Lei no 11.941/09 não excluírem o cri-
tério da determinação da relevância dos investimentos em coligadas e controladas, conforme
indicado no parágrafo único do artigo 247 daquela lei, ESSE CRITÉRIO DEIXOU DE SER
ÚTIL, pois, independentemente de serem relevantes ou não, os investimentos em coligadas
e controladas serão SEMPRE avaliados pelo MEP (Método da Equivalência Patrimonial),
com o advento desta última lei. Antes das referidas alterações, havia necessidade da compro-
vação da relevância dos investimentos em coligadas e controladas para a aplicação do MEP.

7. Avaliação pelo Método de Equivalência Patrimonial


Em outros tempos, a sistemática de aplicação do MEP (Método da Equivalência Patrimo-
nial) para avaliação de investimentos em coligadas e controladas era regulada pela Instrução
CVM 247/96, a qual tinha prioridade de observância sobre a “antiga” Lei no 6.404/76, no
caso das companhias abertas.
Atualmente, tal sistemática é regulada pelo Pronunciamento Técnico do Comitê de Pronun-
cimentos Contábeis no 18 (CPC 18 – “Investimento em Coligada e em Controlada”), o qual
equivale à Debiberação da CVM no 605/09 ou à Resolução do CFC no 1.241/09, auxiliado
pela Interpretação Técnica ICPC 09 (Demonstrações Contábeis Individuais, Demonstrações
Separadas, Demonstrações Consolidadas e Aplicação do Método da Equivalência Patrimo-
nial). Há também outros pronunciamentos técnicos que auxiliam o referido acima, os quais
são o CPC 15 (Combinação de Negócios), CPC 19 (Investimento em Empreendimento
Controlado em Conjunto), CPC 35 (Demonstrações Separadas) e o CPC 36 (Demons-
trações Consolidadas), além de outros que possam ainda vir a ser lançados pelo Comitê de
Pronunciamentos Contábeis.
Apesar da “nova” Lei 6.404/76 também fazer referência à sistemática de aplicação do MEP
no seu artigo 248, é recomendável que se sigam apenas as normas do CPC, visto que a
referida lei já alterada pelas leis 11.638/07 e 11.941/09 é “ainda” INSUFICIENTE para
que se possa aplicar corretamente a sistemática do MEP à luz das novas normas contábeis
estabelecidas pelo Comitê de Pronuncimentos Contábeis.
Veremos a seguir que a forma de aplicar o MEP nos investimentos em coligadas NÃO é
exatamente a mesma no caso dos investimentos em controladas, no caso em que há lucros
8  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

não realizados entre negócios da investida e investidora, ou seja, lucros de uma para outra,
os quais estão no ativo de uma e no resultado de outra.

7.1. Aplicação do MEP em Investimentos em Coligadas


De acordo com item 22 do CPC 18, os resultados decorrentes de transações ascendentes
(upstream) e descendentes (downstream) entre o investidor (incluindo suas controladas con-
solidadas) e a COLIGADA são reconhecidos nas demonstrações contábeis do investidor so-
mente na extensão da participação de outros investidores sobre essa coligada que sejam partes
independentes do grupo econômico a que pertence a investidora. As transações ascendentes
são, por exemplo, vendas de ativos da coligada para o investidor. As transações descendentes
são, por exemplo, vendas de ativos do investidor para a coligada. A parte do investidor nos
lucros e prejuízos resultantes dessas transações deve ser eliminada.
Em outras palavras, independentemente se foi a coligada que vendeu para a investidora ou se
foi esta que vendeu para a coligada, deve-se eliminar o resultado não realizado (normalmente,
lucro não realizado) do resultado da coligada para a aplicação do MEP.
É claro, no entanto, que existem outras operações entre investidora e investida que não sejam
necessariamente de compra e venda, como, por exemplo, a integralização de capital mediante
a entrega de ativos, operação esta que pode gerar resultados não realizados, os quais também
devem ter o mesmo tratamento que nas operações de compra e venda.
Assim, suponhamos, por exemplo, que o lucro líquido da coligada Alfa apurado ao fim do
exercício social de 20X1 fosse de R$ 43.000,00. Suponhamos também que no decorrer desse
exercício a coligada tenha vendido mercadorias para a investidora Beta, a qual possui 40% de
suas ações, com lucro de R$ 6.000,00 e, no mesmo exercício, a investidora Beta tenha vendido
um terreno para a coligada Alfa obtendo lucro de R$ 4.000,00. Admitindo que Beta tenha
vendido a terceiros (independentes do seu grupo econômico) no mesmo exercício 43% dos
estoques adquiridos de Alfa, teremos os seguintes cálculos na contabilidade da investidora,
desconsiderando a existência dos tributos sobre o lucro:

• Lucro não realizado no resultado da investidora = 4.000,00


––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
• Lucro não realizado no resultado da coligada = 6.000,00 × 57% = 3.420,00 (visto que 43%
dos estoques adquiridos foram realizados)
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
• Lucro líquido da coligada ajustado = 43.000,00 – 4.000,00 – 3.420,00 = 35.580,00
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
• Receita (ou Resultado) de Equivalência Patrimonial = 40% 35.580,00 = 14.232,00
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  9

A explicação lógica para o procedimento acima é a seguinte: Se a coligada Alfa vende merca-
dorias para a investidora Beta com lucro e esta não revende esses estoques para terceiros, esse
lucro estará dentro do resultado de Alfa e dos estoques de Beta. Assim, ao aplicar o MEP,
Beta não poderá considerar no cálculo do resultado na equivalência patrimonial um lucro
que ainda está nos seus próprios estoques. Da mesma forma, Beta também terá de excluir
no cálculo do resultado da equivalência patrimonial o seu lucro ainda não realizado contra
a coligada, pois este permanece no terreno adquirido pela coligada.
Observemos que a Receita de Equivalência Patrimonial calculada no valor de 40% 35.580,00
é equivalente a 40% 43.000,00 – 40% 4.000,00 – 40% 3.420,00, confirmando o que foi
determinado pelo CPC 18, ou seja, essa receita foi reconhecida somente na extensão da par-
ticipação de outros investidores sobre essa coligada que sejam partes independentes do grupo
econômico a que pertence a investidora. Em outras palavras, ao excluirmos do cálculo acima
40% de 4.000,00 e 40% de 3.420,00, foram considerados integrantes da referida receita
apenas 60% de 4.000,00 e 60% de 3.420,00, tendo em vista que 60% é a participação dos
outros investidores sobre a coligada.

Obs. 1: Nos cálculos acima, conforme já mencionado, foram desconsiderados os tributos


incidentes sobre o lucro (IR e CSLL). Na prática, há incidência desses tributos e na
aplicação do MEP os tais devem ser considerados. Assim, supondo ainda o exemplo
acima, vamos admitir a incidência de IR a 15% e CSLL a 9% (alíquota conjunta dos
dois igual a 24%). Desta forma, os cálculos “mais reais” seriam os seguintes:

• Lucro não realizado no resultado da investidora = 4.000,00 – 24% 4.000,00 = 3.040,00


––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
• Lucro não realizado no resultado da coligada = 3.420,00 – 24% 3.420,00 = 2.599,20
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
• Lucro líquido da coligada ajustado = 43.000,00 – 3.040,00 – 2.599,20 = 37.360,80
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
• Receita de Equivalência Patrimonial = 40% 37.360,80 = 14.944,32

Obs. 2: No caso de prejuízos líquidos da coligada, a investidora irá apurar “Despesa de Equi-
valênica Patrimonial”. No entanto, com base no item 29 do Pronunciamento Técnico
CPC 18, quando a parte do investidor nos prejuízos do período da coligada se igualar
ou exceder o saldo contábil de sua participação na coligada, o investidor suspende
o reconhecimento de sua parte em perdas futuras. A participação na coligada é o
valor contábil do investimento nessa coligada, avaliado pelo método de equivalência
patrimonial, juntamente com alguma participação de longo prazo que, em essência,
constitui parte do investimento líquido total do investidor na coligada. Por exemplo,
um componente cuja liquidação não está planejada ou nem é provável que ocorra no
10  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

futuro previsível é, em essência, uma extensão do investimento da entidade naquela


coligada. Tais componentes podem incluir ações preferenciais, bem como recebíveis
ou empréstimos de longo prazo, porêm não incluem componentes como recebíveis
ou exigíveis de natureza comercial ou algum recebível de longo prazo para os quais
existam garantias adequadas, tais como empréstimos garantidos. O prejuízo reconhe-
cido pelo método de equivalência patrimonial que exceda o investimento em ações
ordinárias do investidor deve ser aplicado aos demais componentes que constituem
a participação do investidor na coligada em ordem inversa de sua antiguidade (isto é
prioridade de liquidação).
Assim, de acordo com o item 30 do mesmo CPC, após reduzir a ZERO o saldo con-
tábil da participação do investidor, perdas adicionais são consideradas, e um passivo é
reconhecido somente na extensão em que o investidor tenha incorrido em obrigações
legais ou construtivas (não formalizadas) de fazer pagamentos por conta da coligada.
Se a coligada subsequentemente apurar lucros, o investidore retoma o reconhecimento
de sua parte nesses lucros somente após o ponto em que a parte que lhe cabe nesses
lucros posteriores se igualar à sua parte nas perdas não reconhecidas.
No caso dos investimentos em controladas, com base no item 30A do CPC 18, o
disposto nos itens 29 e 30 não se aplica a tais investimentos no balanço individual da
controladora, devendo ser observada a prática contábil que produzir o mesmo resultado
líquido e o mesmo patrimônio líquido para a controladora que são obtidos a partir
das demonstrações contábeis consolidadas do grupo econômico para atendimento
ao requerido quanto aos atributos de relevância, representação adequada, primazia
da essência sobre a forma e outros conforme o Pronunciamento Conceitual Básico
Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis
e o Pronunciamento Técnico CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis.

7.2. Aplicação do MEP em Investimentos em Controladas


No caso da aplicação do MEP em investimentos em CONTROLADAS, com base no item
22A do CPC 18, os resultados decorrentes de transações ascendentes (upstream) e descen-
dentes (downstream) entre CONTROLADORA e CONTROLADA não são reconhecidos
nas demonstrações contábeis individuais da vendedora enquanto os ativos transacionados
estiverem no balanço da adquirente pertencente ao grupo econômico. O mesmo ocorre com
transações entre as controladoras do mesmo grupo econômico.
Ainda, com base no item 55 da ICPC 09, nas operações com controladas os lucros não
realizados são TOTALMENTE eliminados tanto nas operações de venda da controladora
para a controlada (= transações descendentes – downstream), quanto da controlada para a
controladora (= transações ascendentes – upstream) ou entre as controladas.
De acordo com o item 56 da referida Interpretação Técnica, nas DEMONSTRAÇÕES
INDIVIDUAIS, quando de operações de vendas de ativos da controlada para a controladora
ou entre controladas, a eliminação do lucro não realizado se faz no cálculo da equivalência
patrimonial, deduzindo-se, do percentual de participação da controlada sobre o resultado
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  11

da controladora, CEM POR CENTO do lucro contido no ativo ainda em poder do grupo
econômico. Em outras palavras, mesmo que a participação da controladora não seja de 100%
(80%, por exemplo), deve-se eliminar 100% dos lucros não realizados.
Aí é que reside a PRINCIPAL DIFERENÇA entre o MEP a ser aplicado em investimentos
em COLIGADAS e aquele que deve ser aplicado em investimentos em CONTROLADAS,
pois, conforme já comentado item 7.1., os resultados decorrentes de transações ascendentes
(upstream) e descendentes (downstream) entre o investidor (incluindo suas controladas
consolidadas) e a COLIGADA são reconhecidos nas demonstrações contábeis do investidor
somente na extensão da participação de outros investidores sobre essa coligada que sejam
partes independentes do grupo econômico a que pertence a investidora. Assim, suponhamos,
por exemplo, que o lucro não realizado entre investida e investidora, a qual possui 40% do
capital da investida, fosse de R$ 3.000,00. Se a investida fosse uma COLIGADA, o lucro a ser
subtraído do PL desta para aplicação do MEP seria de 40% de R$ 3.000,00 = R$ 1.200,00.
Já, se a investida fosse uma CONTROLADA, o lucro a ser subtraído seria de 100% de R$
3.000,00, mesmo sendo a participação da controladora de apenas 40%.
A lógica de se eliminar 100% dos lucros não realizados, mesmo que a participação da con-
troladora não seja de 100% sobre o capital da controlada é que se uma empresa controladora
vende para outra a qual controla ou esta vende para a controladora é como se a controladora
tivesse vendido para si mesma, de forma que os eventuais lucros ainda incluídos nos ativos
da compradora, em função de tais ativos não terem sido vendidos a terceiros estranhos ao
grupo ou não terem sido realizados por uso ou perda, não existe economicamente para o
grupo. Já, no caso da COLIGADA é diferente, visto que num caso de venda da investidora
para a coligada ou vice-versa, não se pode considerar que vendeu para si mesma em função
do fato de não haver controle.

Obs.: Pela “falecida” Instrução CVM 247/96, só se eliminavam no cálculo da equivalência


patrimonial os lucros não realizados apenas no sentido da coligada ou controlada para
a investidora. No sentido inverso, ou seja, da investidora para a coligada ou controlada,
tais lucros não eram eliminados no cálculo da equivalência patrimonial. Também, de
acordo com a referida instrução, os prejuízos não realizados não eram eliminados. No
entanto, pelas normas atuais impostas pelo CPC, eliminam-se todos os “resultados”
não realizados, isto é, tanto os lucros quanto os prejuízos não realizados e em qual-
quer sentido, isto é, tanto da coligada ou controlada para a investidora quanto desta
para as investidas. No entanto, na prática é muito pouco provável que haja venda de
mercadorias entre investidora e investida com prejuízo. Também, no caso da venda de
bens do ativo imobilizado, por exemplo, com base no item 53 da ICPC 09, quando
há prejuízos não realizados entre negócios da investida e investidora, a REGRA GE-
RAL é que houve a necessidade de reconhecimento de impairment conforme CPC
01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, o que leva à NÃO ELIMINAÇÃO da
figura desse prejuízo. Assim, por exemplo, se a controlada X tem um equipamento
contabilizado pelo valor líquido contábil de R$ 70.000,00 e no mercado tem um valor
líquido de venda de R$ 58.000,00 e, ao mesmo tempo, se ainda continuasse utilizando
12  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

esse equipamento o mesmo teria condições de produzir um fluxo de caixa que trazido
a valor presente seja, por exemplo, de R$ 43.000,00 (= valor em uso), com base no
CPC 01, o valor recuperável é o maior entre o valor líquido de venda (R$ 58.000,00)
e o valor em uso (R$ 43.000,00), que, no caso, são os R$ 58.000,00. Desta forma, se
a controlada vendesse por este valor o equipamento para a controladora reconheceria
contabilmente um “aparente” prejuízo de R$ 12.000,00, valor este que já deveria ter
sido reconhecido antes se tivesse feito a provisão para perdas (ou provisão para ajuste
ao valor recuperável). Assim, não há prejuízo não realizado nesse valor, visto que
ele é, de fato, contabilmente realizado.

Exemplo 1 (lucros não realizados em vendas da controlada para a controladora – UPS-


TREAM): A controlada, Cia. M, vendeu no exercício social de X1 para a controladora, Cia.
P, mercadorias no total de R$ 30.000,00 ao custo de R$ 10.000,00 (desconsidere os tributos
sobre vendas). Admitindo que a controladora tenha 83% do capital da controlada e que
no mesmo exercício aquela vendeu a terceiros 3/4 dos estoques adquiridos da controlada,
então esta teria que eliminar de seu resultado e, consequentemente, nas suas demonstrações
individuais os lucros não realizados contra a controladora, ou seja, os lucros que estão nos
estoques desta e no resultado da investida. Assim, o valor lucro bruto não realizado seria
igual a 1/4 de (R$ 30.000,00 – R$ 10.000,00), isto é, 1/4 de R$ 20.000,00 = R$ 5.000,00.
Considerando somente a incidência dos tributos sobre lucros (IR de 15% e CSLL de 9%,
alíquota conjunta de 24%), o lucro não realizado líquido desses tributos, seria de R$
5.000,00 – 24% R$ 5.000,00 = R$ 3.800,00.

Desta forma, a INVESTIDA faria as seguintes contabilizações:


D – Lucros Não Realizados (conta de despesa) .......................................................... 5.000,00
C – Lucros a Apropriar (ou Lucro Diferido – Passivo Não Circulante) ....................... 5.000,00
D – IR e CSLL Diferidos (ou IR e CSLL a Apropriar = 24% 5.000,00) ..................... 1.200,00
C – IR e CSLL (reduz o saldo da despesa com IR e CSLL) ......................................... 1.200,00

A contibilização dos tributos diferidos (IR e CSLL diferidos) tem por base, o Princípio Con-
tábil da Competência, o qual determina que as despesas devem ser reconhecidas em função
das ocorrências de seus fatos geradores, que, no caso, é a revenda a terceiros das mercadorias
adquiridas pela controladora da controlada.
Enquanto essas vendas não ocorrerem, as despesas com os referidos tributos devem ser diferidas
e classificadas no ativo circulante, em se tratando de vendas ou consumos de estoques com
lucros não realizados, ou no ativo realizável a longo prazo, no caso de lucros não realizados
na venda de bens do ativo investimentos ou imobilizado.
Além da observância do Princípio da Competência, a contabilização acima também tem por
base o disposto no item 21 do CPC 36 – Demonstrações Consolidadas, o qual determina
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  13

que os resultados decorrentes das transações intragrupo que estiverem reconhecidos nos
ativos, tais como um estoque ou um ativo imobilizado, devem ser totalmente eliminados
e os impostos e contribuições decorrentes das diferenças temporárias pela eliminação de
lucros ou prejuízos nas transações intragrupo devem ser reconhecidos no ativo (quando o
resultado não realizado é de lucro) ou passivo (quando o resultado não realizado é de prejuízo)
como tributos diferidos.
No entanto, visto que a CPC 36 se refere a Demonstrações Consolidadas, é possível que alguns
contabilistas interpretem de forma equivocada o referido item 21 no sentido de entenderem
que esses tributos só são diferidos extracontabilmente nas demonstrações consolidadas da
controladora com as da controlada e não contabilmente nas demonstrações individuais da
vendedora (controlada ou controladora).
Se assim fosse, então os referidos resultados decorrentes das transações intragrupo só se-
riam eliminados também extracontabilmente no processo da consolidação, conclusão esta
explicitamente contrariada pelo item 22A do CPC 18, o qual determina que os resultados
decorrentes de transações ascendentes (upstream) e descendentes (downstream) entre con-
troladora e a controlada não são reconhecidos (contabilmente) nas DEMONSTRAÇÕES
INDIVIDUAIS da vendedora enquanto os ativos transacionados estiverem no balanço da
adquirente pertencente ao grupo econômico.
Assim, ainda considerando o exemplo da Cia. M, suponhamos que a DRE dessa investida
em 31/12/X1 sem considerar as contabilização do Lucro Diferido e dos Tributos Diferidos
fosse a seguinte:

Receita de Vendas ............................................................................................. 58.000,00


(–) CMV ......................................................................................................... (21.000,00)
(=) Lucro Bruto ................................................................................................. 37.000,00
(–) Despesas Comerciais .................................................................................. (7.000,00)
(–) Despesas Administrativas ........................................................................... (16.000,00)
(=) Lucro antes do IR e CSLL ........................................................................... 14.000,00
(–) IR e CSLL [24% de 14.000,00] ................................................................... (3.360,00)
(=) Lucro Líquido ............................................................................................. 10.640,00

Desta forma, para a determinação do Resultado da Equivalência Patrimonial da controladora,


o Lucro Líquido da controlada (R$ 10.640,00) teria que ser ajustado pelo lucro não realizado
líquido dos tributos, no caso, R$ 5.000,00 – R$ 1.200,00, ou seja, R$ 3.800,00. Sendo
assim, o Resultado da Equivalência Patrimonial da investidora seria de 83%R$ 10.640,00
– 100%R$ 3.800,00, ou seja, R$ 5.031,20.
Supondo que o valor do invetimento na controlada (Cia. M) no balanço de 31/12/X0 fosse
de R$ 78.020,00, e desconsiderando a distribuição de dividendos por parte da investida, o
14  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

valor desse investimento no balanço de 31/12/X1 seria de R$ 78.020,00 + R$ 5.031,20, ou


seja, R$ 83.051,20.
No entanto, em obediência ao item 22A do CPC 18, a referida contabilização deve ser con-
siderada na elaboração da DRE individual da investida, a qual seria a seguinte:

Receita de Vendas ............................................................................................. 58.000,00


(–) CMV ........................................................................................................ (21.000,00)
(–) Lucros Não Realizados .......................................................................... (5.000,00)
(=) Lucro Bruto ................................................................................................ 32.000,00
(–) Despesas Comerciais ................................................................................... (7.000,00)
(–) Despesas Administrativas ........................................................................... (16.000,00)
(=) Lucro antes do IR e CSLL .............................................................................. 9.000,00
(–) IR e CSLL [3.360,00 – 1.200,00 ou 24% de 9.000,00] ............................... (2.160,00)
(=) Lucro Líquido ............................................................................................... 6.840,00

No entanto, se aplicarmos 83% sobre o Lucro Líquido da controlada (R$ 6.840,00) encon-
traremos R$ 5.677,20 e não R$ 5.031,20, visto que estamos eliminando apenas 83% dos
lucros não realizados líquido dos tributos (83% R$ 3.800,00).
Desta forma, com base no item 56 do ICPC 09, deve-se eliminar 100% desses lucros não
realizados.
Para corrigirmos o problema, devemos subtrair do resultado obtido pela aplicação do per-
centual da controladora sobre o Lucro Líquido da controlada o percentual determinado
pelo excedente dos 100% sobre o percentual de participação da controladora, que, no caso,
será de 100% – 83% = 17% aplicados sobre os lucros não realizados líquidos dos tributos.
Assim, o cálculo correto será de 83% R$ 6.840,00 – 17% R$ 3.800,00 = R$ 5.031,20, valor
este igual ao “verdadeiro” Resultado da Equivalência Patrimonial.

Comentário Extra: Há quem interprete que a eliminação dos lucros não realizados líquidos dos
tributos deve ser feita num único lançamento contábil, ou seja, a conta Lucros Não Realizados
e a conta Lucros a Apropriar já seriam, respectivamente, debitada e creditada do referido valor
líquido dos tributos, que, no exemplo acima, daria a seguinte contabilização:

D – Lucros Não Realizados (conta de despesa) .......................................... 3.800,00


C – Lucros a Apropriar (ou Lucro Diferido – Passivo Não Circulante) ..... 3.800,00

Sendo assim, a DRE de investida seria a seguinte:


Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  15

Receita de Vendas ............................................................................................. 58.000,00


(–) CMV ......................................................................................................... (21.000,00)
(–) Lucros Não Realizados .......................................................................... (3.800,00)
(=) Lucro Bruto ................................................................................................ 33.200,00
(–) Despesas Comerciais ................................................................................... (7.000,00)
(–) Despesas Administrativas ........................................................................... (16.000,00)
(=) Lucro antes do IR e CSLL ............................................................................ 10.200,00
(–) IR e CSLL [24% de 14.000,00 e não de 10.200,00] .................................... (3.360,00)
(=) Lucro Líquido ............................................................................................. 6.840,00

Obsermemos nessa opção de contabilização que na DRE acima, apesar do valor do Lucro
Líquido da controlada estar correto (R$ 6.840,00), há TRÊS ERROS GRAVES:
1o) O Lucro Bruto da controlada foi afetado pela despesa com IR e CSLL sobre os lucros
não realizados, o que sabemos contrariar sua definição, visto que o mesmo não pode ser
afetado por esses tributos.
2o) Não foi observado o PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA, visto que o fato gerador da
despesa com IR e CSLL sobre os lucros não realizados, que é a realização desses lucros me-
diante a venda para terceiros, NÃO ocorreu, mas, mesmo assim a despesa foi impropriamente
considerada incorrida, fazendo com que o valor da despesa total com esses tributos indicada
na DRE fosse de R$ 3.360,00, quando deveria ser de apenas R$ 2.160,00, visto que os R$
1.200,00 deveriam ser diferidos contabilmente na controlada e NÃO extracontabilmente
como muitos equivocadamente interpretam, isto é, só diferem esses tributos nos laçamentos
extracontábeis para a consolidação das demonstrações contábeis, de forma que impropria-
mente debitam a conta Tributos Diferidos e creditam a conta Lucros Retidos (Reservas de
Lucros), havendo aí uma CLARA CONFUSÃO, ou seja, estão sendo misturandos lança-
mentos contábeis com lançamentos extracontábeis, através da eliminação contábil dos lucros
não realizados e da eliminação extracontábil da despesa com os tributos a serem diferidos.
3o) Em função de não ter escriturado contabilmente os Tributos Diferidos (IR e CSLL Dife-
ridos) debitando esta conta e creditando a despesa com IR e CSLL, então, obrigatoriamente,
a contabilização desses tributos será feita extracontabilmente, debitando impropriamente a
conta Tributos Diferidos e creditando impropriamente a conta Lucros Retidos (Reservas de
Lucros), havendo aí um evidente erro de duplicidade, visto que esta conta já estava líquida
da despesa com os tributos diferidos quando incorporou o Lucro Líquido indicado na DRE
da controlada (R$ 6.840,00), o qual já estava contabilmente líquido da despesa com os tri-
butos diferidos. Em outras palavras, excluiu-se duas vezes a despesa de R$ 1.200,00 da conta
Lucros Retidos (uma contabilmente e outra extracontabilmente), o que, evidentemente, é
um absurdo contábil.
16  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

Como já comentado antes, essa forma INCORRETA de se contabilizar os lucros não rea-
lizados na controlada tem como origem a interpretação equivocada do item 21 do CPC 36
– Demonstrações Consolidadas, em função de se entender indevidamente que o diferimento
do IR e da CSLL só poderá ser feito na demonstração consolidada da controlada com a
controladora e não nas demonstrações individuais da vendedora, tendo em vista que a CPC
36 regula a consolidação das demonstrações contábeis e, desta forma, entender de forma
equivocada que o que aparece nas demonstrações consolidadas então não pode aparecer nas
demonstrações individuais, coisa esta que contraria o item 22A do CPC 18 e o Princípio
Contábil da Competência.

Exemplo 2 (lucros não realizados em vendas da controladora para a controlada – DO-


WNSTREAM): Supondo no exemplo anterior que fosse a controladara, Cia. P, que tivesse
vendido para a controlada, Cia. M, as mercadorias no total de R$ 30.000,00 ao custo de
R$ 10.000,00, e esta tivesse vendido a terceiros 3/4 dos estoques adquiridos da investidora.
Neste caso, a controladora é que faria as seguintes contabilizações:
D – Lucros Não Realizados (aparece na DRE como despesa) .................... 5.000,00
C – Lucros a Apropriar (conta retificadora de INVESTIMENTOS) ...... 5.000,00
D – IR e CSLL Diferidos (ou IR e CSLL a Apropriar = 24% 5.000,00) .... 1.200,00
C – IR e CSLL (reduz na DRE o saldo da despesa com IR e CSLL) .......... 1.200,00

Neste caso, a investida não faria NENHUMA contabilização e sua DRE seria aquela já
apresentada no exemplo anterior sem a indicação do lucro bruto não realizado, na qual foi
apurado lucro líquido de R$ 10.640,00.
Desta forma, ao utilizar a equivalência patrimonial, a controladora aplicaria os 83% sobre o
lucro líquido integral da investidora ajustado pelo lucro não realizado líquido dos tributos,
apurando assim um Resultado na Equivalência Patrimonial de 83% R$ 10.640,00 – 100%
R$ 3.800 = R$ 5.031,20, o mesmo encontrado no caso do exemplo anterior, onde a con-
trolada é que havia vendido para a controladora, fazendo com que o valor do investimento
no balanço de 31/12/X1 fosse de R$ 78.020,00 + R$ 5.031,20, ou seja, R$ 83.051,20.
Em princípio, pode parecer estranho reduzir os lucros não realizados auferidos pelo pró-
prio controlador do lucro líquido da controlada em transações entre essas sociedades. No
entanto, a razão para esse procedimento está baseada no fato de que, ao vender mercadorias
(ou qualquer outro ativo) para a controlada com lucro, e esta não revender a terceiros essas
mercadorias, seria equivalente à controlada estar DEVOLVENDO para a controladora parte
do investimento feito pela controladora.
No balanço da INVESTIDORA, teríamos:
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  17

Ativo Não Circulante


Investimentos ........................................................................................................ 83.051,20
(–) Lucros a Apropriar ........................................................................................... (5.000,00)
78.697,20
No entanto, não estaria incorreto a controladora também indicar os Lucros a Apropriar (ou
Lucros Diferidos) no Passivo Não Circulante, como no caso “upstream”.
Porém, a PREFERÊNCIA das normas internacionais de contabilidade é de indicar tais lucros
em conta retificadora dos investimentos.
A razão dessa preferência é semelhante àquela já comentada acima no cálculo do valor do
Resultado da Equivalência Patrimonial, ou seja, ao vender com lucro para a controlada e esta
ainda não hover vendido para terceiros, seria o equivalente a controladora estar recuperando
uma parte do investimento na controlada.

8. Momentos de Avaliação pelo MEP


 QUALQUER DATA: Por ocasião da AQUISIÇÃO ou SUBSCRIÇÃO do investimento
em coligada ou controlada, a fim de determinar a existência do ágio ou deságio, caso o custo
de aquisição não coincida com o valor do investimento avaliado pelo MEP.
 DATA DO BALANÇO PATRIMONIAL: Por ocasição do encerramento do exercício

social, antes da apuração do resultado do exercício, a fim de determinar o Resultado da


Equivalência Patrimonial.

Nota: AQUISIÇÃO de ações não é o mesmo que SUBSCRIÇÃO de ações. Na primeira modalida-
de, a investidora compra as ações de acionistas da investida, não alterando o valor do capital social
desta. Na segunda, a investidora compra as ações diretamente da própria investida, acarretando
assim a mudança do capital social da mesma.

9. Contabilização dos Dividendos


9.1. Investimentos em Não Coligadas e Não Controladas
Temos dois casos:
1o CASO (é exceção à regra) – Os dividendos recebidos até 6 meses após a aquisição do
investimento serão considerados como redução do valor do mesmo. Esse tratamento contábil
é determinado pela Legislação do IR, tendo em vista que o Fisco presume que o vendedor
do investimento já previa a existência desses dividendos, embutido tais dividendos no valor
de venda do investimento.
18  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

D – Dividendos a Receber/Caixa/Bancos
C – Investimentos

2o CASO (é a regra geral) – Os dividendos recebidos após 6 meses da data de aquisição irão
gerar uma RECEITA OPERACIONAL (Receita de Dividendos).
D – Dividendos a Receber/Caixa/Bancos
C – Receita de Dividendos

9.2. Investimentos Avaliados pelo MEP


Os dividendos de investimentos em coligadas e controladas serão SEMPRE contabilizados
como redução do valor do investimento.

Exemplo: A investidora, Cia. U, possui 30% das ações da coligada, Cia. V. No exercício
social de 20X1, a investida apurou um lucro de R$ 80.000,00, distribuindo 25% desse valor
a título de dividendos, os quais só serão pagos 60 dias após a data dessa distribuição. Logo,
os seguintes lançamentos serão feitos na investida e na investidora:
Investida (Cia. V) Investidora (Cia. U)
D – Apuração do Resultado 80.000 D – Investimentos (30% 80.000) 24.000
C – Lucros Acumulados 80.000 C – Receita de Equivalência Pat. 24.000

D – Lucros Acumulados 20.000 D – Dividendos a Receber 6.000


C – Dividendos a Pagar 20.000 C – Investimentos (30% 20.000) 6.000

10. Recebimento de Bonificações


O recebimentos, pela investidora, de ações em bonificação, em função da investida incorporar
reservas e/ou lucros ao seu capital social, no caso de investimentos avaliados pelo MEP, não
gera nenhuma contabilização na investidora, tendo em vista que o PL da investida permane-
cerá o mesmo. No entanto, no caso dos investimentos em não coligadas e não controladas,
ou seja, investimentos avaliados pelo Custo de Aquisição, a contabilização dessas bonifica-
ções será registrada tomando-se como custo o valor dos lucros ou reservas capitalizados que
corresponder ao sócio ou acionista.
Assim, por exemplo, se a investidora X possuísse 8% do capital da investida Y, a qual não é
coligada e nem controlada, e esta aumentasse o seu capital social com reservas de capital no
valor de R$ 25.000,00, a investidora, em função do recebimento das ações em bonificação,
faria a seguinte contabilização:
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  19

D – Investimentos – Cia. Y 2.000,00


C – Receita de Participação Societária 2.000,00

11. Ágio de Investimentos em Coligadas ou Controladas


Em consonância com as novas normas reguladas pelos Pronunciamentos Técnicos dos CPC’s,
existem dois tipos de ágio quando uma investidora adquire ou subscrive ações de coligadas
ou controladas:
u Ágio por Mais-Valia de Ativos Líquidos
u Ágio por Expectativa de Rentabilidade Futura (Goodwiil)

Resumidamente, o Ágio por Mais-Valia de Ativos Líquidos, é obtido aplicando-se a per-


centagem de participação da investidora sobre a diferença entre o PL da investida avaliado a
valor justo e o PL da investida contabilizado pela mesma (valor contábil do PL).
Assim, por exemplo, se uma investidora adquire 40% das ações de uma Cia. X, cujo PL está
contabilizado no valor de R$ 50.000,00, mas caso fosse contabilizado pelo valor justo este
seria de R$ 60.000,00, então o ágio por mais-valia de ativos líquidos seria de 40% de R$
10.000,00, ou seja, R$ 4.000,00.
No caso do Ágio por Expectativa de Rentabilidade Futura (Goodwiil), este é obtido pela
diferença positiva entre o custo do investimento e o valor justo dos ativos líquidos da investida.
Desta forma, considerando ainda o exemplo acima da Cia. X, se a investidora ao adquirir
40% das ações da investida tivesse desembolsado R$ 29.000,00, o ágio por goodwill seria
de R$ 29.000,00 – 40% R$ 60.000,00, ou seja, R$ 5.000,00.
Finalmente, a investidora faria a seguinte contabilização:
D – Investimentos em Coligadas (40% 50.000,00) ................................... 20.000,00
D – Ágio por Mais-Valia de Ativos Líquidos ........................................... 4.000,00
D – Ágio por Rentabilidade Futura (Goodwill) ........................................ 5.000,00
C – Caixa/Bancos ...................................................................................... 29.000,00

Ágio por Mais-Valia de Ativos = % PL (justo) – % PL (contábil)


Ágio por Rentabilidade Futura = Custo de Aquisição – %PL (justo)

Nota: PL (justo) significa o PL da investida avaliado a valores justos, que é a mesma coisa que
“valor justo dos ativos líquidos” da investida.
20  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

Obs. 1.: AQUISIÇÃO de ações não é o mesmo que SUBSCRIÇÃO de ações. Na aquisição,
a investidora compra as ações, já existentes no capital social, de antigos acionistas. Na
subscrição, a investidora compras ações novas diretamente da investida, aumentanto
assim o capital da investida e, consequentemente, o seu PL (Patrimônio Líquido).

Obs. 2: Visto que expressão ATIVOS LÍQUIDOS se refere a “ativos líquidos dos passivos”,
ou seja, “ativos menos passivos”, ao utilizarmos a expressão “valor justo dos ativos
líquidos da investida” é exatamente a mesma coisa que “valor justo do PL (Patrimônio
Líquido) da investida”.

Obs. 3: Há um certo “receio” generalizado entre estudiosos e contabilistas em se tratar a


“mais-valia de ativos” como equivalente à ÁGIO POR MAIS-VALIA DE ATIVOS,
pelo fato de que os CPC’s 15, 18 e 36 e a ICPC 09 quando utilizam a palavra “ágio”
se referem “aparentemente” somente a “goodwill”. No entanto, no sentido original
da palavra, ÁGIO é qualquer excesso, independentemente se foi por mais-valia de
ativos líquidos ou se foi por expectativa de rentabilidade futura (goodwill). Em outras
palavras, a utilização da expressão “ágio por mais-valia de ativos líquidos” está “implí-
cita” no próprio texto dos CPC’s quando se referem à “mais-valia de ativos líquidos”,
apesar dos mesmos só explicitarem a expressão “ágio fundamentado em rentabilidade
futura” (goodwill).

Obs. 4: Daqui para frente temos que nos habituar com as variações dos sinônimos das expres-
sões referidas anteriormente, as quais podem aparecer em diversas provas de concursos
públicos de formas diferentes, mas que são a mesma coisa. Assim, por exemplo, “ágio
por mais-valia de ativos” é o mesmo que “ágio por mais-valia de ativos líquidos” (a
palavra “líquidos” pode aparecer ou não), que é o mesmo que “ágio por diferença de
valor de ativos”, que é o mesmo que “mais-valia de ativos”, que é o mesmo que “mais-
valia de ativos líquidos”, ... etc.

Obs. 5: No exemplo dado acima, analisamos a forma de se determinar o ágio por mais-valia
e o ágio por expectativa de rentabilidde futura (goodwill) no caso de aquisição de ações
de investimento avaliado por equivalência patrimonial. No entanto, veremos no item
12.5 um exemplo de ágio por mais-valia e por expectativa de rentabilidade futura
no caso de SUBSCRIÇÃO de ações, onde vamos constatar de forma prática que a
determinação desses ágios neste caso é “bem mais complexa” que a determinação do
valor do ágio na AQUISIÇÃO de ações, visto que na aquisição não há alteração do
capital e do PL da investida, mas na subscrição há alteração tanto do capital quanto
do PL da investida.
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  21

De acordo com o item 2 do CPC 18, MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL


é o método de contabilização por meio do qual o investimento é inicialmente reconhecido
pelo custo e posteriormente ajustado pelo reconhecimento da participação atribuída ao in-
vestidor nas alterações dos ativos líquidos da investida. O resultado do período do investidor
deve incluir a parte que lhe cabe nos resultados gerados pela investida.
No entanto, quando o item 2 do CPC 18 determina que o investimento em coligada ou
controlada é inicialmente reconhecido pelo custo, não devemos interpretar que no ato da
aquisição do investimento não se aplica a equivalência patrimonial.
Muito pelo contrário, devemos aplicar a equivalência patrimonial, a fim de sabermos se há
ágio (ou deságio) em tal aquisição.
Em outras palavras, quando o referido CPC afirma que o investimento é inicialmente re-
conhecido pelo custo deixa implícito que o seu “valor global” é reconhecido por quanto se
pagou na aquisição, mas deverá haver a segregação desse valor global pago para efeitos de se
determinar o valor exato da 1a equivalência patrimonial, o valor do ágio por mais-valia de
ativos líquidos da investida e o valor do ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill
= fundo de comércio).

INVESTIMENTO
(Custo de Aquisição)
=
Valor Patrimonial do Investimento
(1a Equivalência Patrimonial)
+
Ágio por Diferença de Valor de Ativos
(ou Ágio por Mais-Valia de Ativos Líquidos) ÁGIO
+ TOTAL
Ágio por Rentabilidade Futura
(ou Ágio por Fundo de Comércio - Goodwill)

11.1. Investimentos Avaliados pelo MEP


Exemplo: A investidora, Cia. T, adquiriu em 1o de julho de X1 por R$ 700.000,00 30% das
ações da investida, Cia. U, cujo PL contábil era de R$ 1.680.000,00.
Desta forma, o ÁGIO “TOTAL” nessa aquisição foi de R$ 700.000,00 – 30% R$
1.680.000,00 = R$ 196.000,00.
Os valores contábeis e os valores justos dos ativos e passivos da investida são apresentados
nos balanços abaixo (valores em R$ 1,00):
22  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

ATIVO Valor contábil Valor Justo


Circulante
Caixa e equivalentes de caixa 418.000 418.000
Clientes 304.000 304.000
Estoques 240.000 250.000

Não Circulante
Investimentos
Terreno 739.000 739.000
Imobilizado
Equipamento 400.000 575.000
Depreciação Acumulada (80.000) (115.000)
Intangível
Patente - 70.000,00
Total do Ativo 2.021.000 2.241.000
PASSIVO Valor contábil Valor Justo
Circulante
Salários e Encargos a Pagar 62.000 62.000
Fornecedores 194.000 194.000
IR e CSLL a Pagar 85.000 85.000

Patrimônio Líquido
Capital Social 1.020.000 1.020.000
Ajustes de Avaliação Patrimonial - 220.000
Reservas de Lucros 660.000 660.000
Total do Passivo 2.021.000 2.241.000

Analisando os VALORES JUSTOS dos ativos e passivos da investida, constatou-se que os


estoques estavam contabilizados R$ 10.000,00 a menos do que seu valor justo, que um
equipamento do imobilizado vale R$ 140.000,00 a mais do que o seu valor líquido contábil.
Além disso, há uma patente não contabilizada pela Cia U em função de ter sido criada pela
mesma, a qual pode ser negociada no mercado por R$ 70.000,00.
Logo, desconsiderando a existência de quaisquer passivos fiscais diferidos, o PL da investida
avaliado a valores justos (ou valor justo dos ativos líquidos adquiridos) é de R$ 1.680.000,00
+ R$ 10.000,00 + R$ 140.000,00 + R$ 70.000,00, ou seja, R$ 1.900.000,00.
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  23

Finalmente, podemos calcular os seguintes valores:


• 1a Equivalência Patrimonial = 30% R$ 1.680.000,00 = R$ 504.000,00
• Ágio por Mais-Valia de Ativos Líquidos = 30% PL a valores justos – 30% PL contábil =
30% R$ 1.900.000,00 – 30% R$ 1.680.000,00 = R$ 66.000,00
• Ágio de Expectativa de Rentabilidade Futura (Goodwill) = Custo de Aquisição do Inves-
timento – 1a Equivalência Patrimonial – Ágio por Mais-Valia de Ativos Líquidos = R$
700.000,00 – R$ 504.000,00 – R$ 66.000,00 = R$ 130.000,00

O lançamento contábil seria o seguinte:


D – Investimentos (valor patrimonial) .................................................................. 504.000,00
D – Ágio por Mais-Valia de Ativos
Estoques (30% 10.000,00) ................................................................................ 3.000,00
Equipamento (30% 140.000,00 ....................................................................... 42.000,00
Patente (30% 70.000,00) ...................... 21.000,00 ........................................ 66.000,00
D – Ágio por Rentabilidade Futura (Goodwill) ..................................................... 130.000,00
C – Caixa/Bancos ................................................................................................ 700.000,00

Obs. 1: Na publicação das demonstrações contábeis individuais da investidora, a conta


“Investimentos” é publicada com o valor global, ou seja, R$ 700.000,00. A segrega-
ção em subcontas é feita somente na escrituração contábil. Também, para efeitos de
consolidação das demonstrações contábeis, é recomendável a referida segregação nas
três subcontas, a fim de facilitar a técnica da consolidação.
Obs. 2: Tanto o ágio justificado por mais-valia quanto o justificado por “goodwill” são parte
integrante do Ativo Não Circulante Investimentos, juntamente com o valor patrimo-
nial dos investimentos em coligadas e controladas. No entanto, na consolidação das
demonstrações contábeis da controladora com as demonstrações da controlada, o ágio
justificado irá ser incorporado aos ativos da investida que o justificaram e somente o
ágio justificado por rentabilidade futura (“goodwill”) será reclassificado no balanço
consolidado como Ativo Não Circulante Intangível.
Obs. 3: Os detalhes sobre os critérios de avaliação dos valores justos dos ativos líquidos da
investida para fins de determinação do valor do ágio são regulados pelo Pronuncia-
mento Técnico CPC 15 – Combinação de Negócios.
Obs. 4: Uma outra forma da investidora de realizar o ágio por mais-valia de imobilizados na investida
é quando esta reconhece perdas por redução ao valor recuperável sobre esses ativos (CPC 01).
Neste caso, o ágio a eles correspondentes será também amortizado de forma proporcional.
A AMORTIZAÇÃO (= REALIZAÇÃO) do ágio por mais-valia se dará em função da reali-
zação dos ativos da investida que lhe deram origem, podendo tal realização ser total através
de baixa por perecimento ou alienação dos respectivos ativos, ou parcial proporcionalmente
à depreciação, amortização ou exaustão desses ativos.
24  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

Supondo no exemplo que no exercício social de X1 a investida tenha vendido a metade de


seus estoques que justificaram parte do ágio por mais-valia e que o imobilizado que deu ori-
gem ao ágio por mais-valia seja depreciado a uma taxa de 20% ao ano, então a amortização
desse ágio será PROPORCIONAL à realização desses ativos.
Assim em X1, com relação à parte da mais-valia justificada pelos estoques (R$ 3.000,00),
serão amortizados 50% do seu valor (50% R$ 3.000,00), visto que foram vendidos 50%
desses estoques pela investida. Com relação à parte da mais-valia justificada pelo equipamento,
serão amortizados 10% do seu valor, tendo em vista que de julho até dezembro de X1 foram
depreciados 10% do equipamento.
Desta forma, ao final do exercíco de X1, a investidora fará a amortização do referido ágio
DIRETAMENTE a débito do Resultado da Equivalência Patrimonial da seguinte forma:
D – Resultado da Equivalência Pat. (50% 3.000,00 + 10% 42.000,00) .................... 5.700,00
C – Ágio por Mais-Valia de Ativos
Estoques (50% 3.000,00) ................................................................................... 1.500,00
Equipamento (10% 42.000,00) ..................................... 4.200,00 ..................... 5.700,00

Essa forma de contabilização é justificada em função do fato de que a referida amortização (ou
realização) representa, essencialmente, uma espécie de ajuste no resultado líquido da investida.
No exercício social de X2, por exemplo, a amortização do ágio por mais-valia será apenas
em função do equipamento, o qual será depreciado em 20%, fazendo com que a amorti-
zação do ágio seja proporcional, ou seja, 20% do seu valor total justificado pela mais-valia
do equipamento:
D – Resultado da Equivalência Patrimonial (20% 42.000,00) .................... 8.400,00
C – Ágio por Mais-Valia de Ativos ............................................................. 8.400,00

Obs. 5: REGRA GERAL, com base no item 23 do CPC 18, presumi-se que o ÁGIO POR
EXPECTATIVA DE RENTABILIDADE FUTURA (goodwill) relativo a uma coligada
ou controlada (neste caso no balanço individual da controladora) tem vida útil indefi-
nida e deve ser incluído no valor contábil do investimento, sendo que SUA AMORTI-
ZAÇÃO NÃO É PERMITIDA, devendo ser avaliado apenas para fins de recuperação,
pelo menos, uma vez por ano ao fim do ano (se necessário, mais vezes), conforme o
Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável. No entanto, há
exceção à regra geral no caso em que o referido ágio tenha vida útil definida, ou seja,
esse tipo de ágio tenha seu benefício econômico limitado ao tempo. De acordo com o
item 41 da ICPC 09, isso pode ocorrer em situações onde o valor pago excedente ao
valor justo dos ativos líquidos adquiridos decorra não só, por exemplo, de um direito
de concessão com vida útil definida, mas também de efeitos sinergéticos que se espera
venham a produzir aumento de rentabilidade. Normalmente, nessas situações o direito
de concessão é obtido a partir do valor descontado da projeção do fluxo de caixa das
operações da entidade adquirida, e o goodwill surge pela parcela paga relativa às reduções
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  25

de despesas na investidora e também na investida por efeitos de sinergia entre ambas.


Nesse caso, se possível obter de forma objetiva e confiável a parte do valor do preço pago
não alocável aos demais ativos e passivos e nem ao direito de concessão, deve esse ágio
(goodwill) também ser amortizado pelo prazo remanescente do direito à concessão.
Esse ativo, como qualquer outro, também está sujeito à análise periódica quanto ao
seu valor recuperável, conforme requerido pelo Pronunciamento Técnico CPC 01. No
entanto, cabe ressaltar que, de acordo com o item 42 da ICPC 09, o CPC entente que
NÃO se caracteriza como ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill)
o valor pago que se refira especificamente a direito de concessão, direito de exploração
e assemelhados, inclusive quando adquirida em uma combinação de negócios onde a
entidade adquirida seja uma concessionária, cujo direito à concessão tenha um prazo
conhecido e definido. O goodwill apenas existe na medida em que não haja condição
de reconhecimento de ativo intangível específico, individualizado, conforme Pronun-
ciamento Técnico CPC 04 – Ativo Intangível.

Obs. 6: No exemplo anterior, quando determinamos o valor justo dos ativos líquidos da investida
(R$ 1.900.000,00) desconsideramos a existência de passivo fiscal diferido (Provisão p/ IR
e CSLL Diferido). No entanto, com base no anexo do Pronunciamento Técnico CPC
15, deve-se reconhecer esse passivo diferido que, no caso da Cia.U, e supondo IR e CSLL
com alíquotas, respectivamente, de 25% e 9% (alíquota conjunta de 34%), será de 34%
da diferença entre o PL justo antes do passivo fiscal diferido (R$ 1.900.000,00) e o PL
contábil (R$ 1.680.000,00), isto é, 34% de R$ 220.000,00 = R$ 74.800,00, fazendo
com que o “novo” PL avaliado a valores justos seja de R$ 1.900.000,00 – R$ 74.800,00
= R$ 1.825.200,00. Assim, a comparação “mais precisa” (ou “realmente” correta) entre
os valores contábeis e os valores justos do patrimônio da investida seria a seguinte:
ATIVO Valor contábil Valor Justo
Circulante
Caixa e equivalentes de caixa 418.000 418.000
Clientes 304.000 304.000
Estoques 240.000 250.000

Não Circulante
Investimentos
Terreno 739.000 739.000
Imobilizado
Equipamento 400.000 575.000
Depreciação Acumulada (80.000) (115.000)
Intangível
Patente - 70.000,00
26  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

Total do Ativo 2.021.000 2.241.000


PASSIVO Valor contábil Valor Justo
Circulante
Salários e Encargos a Pagar 62.000 62.000
Fornecedores 194.000 194.000
IR e CSLL a Pagar 85.000 85.000
Provisão p/ IR e CSLL Diferido - 74.800

Patrimônio Líquido
Capital Social 1.020.000 1.020.000
Ajustes de Avaliação Patrimonial - 145.200
Reservas de Lucros 660.000 660.000
Total do Passivo 2.021.000 2.241.000

Assim, novos valores e contabilizações seriam os seguintes:


• 1a Equivalência Patrimonial = 30% R$ 1.680.000,00 = R$ 504.000,00
• Ágio por Mais-Valia de Ativos Líquidos = 30% PL a valores justos – 30% PL contábil =
30% R$ 1.825.200,00 – 30% R$ 1.680.000,00 = R$ 43.560,00
• Ágio de Expectativa de Rentabilidade Futura (Goodwill) = Custo de Aquisição do Inves-
timento – 1a Equivalência Patrimonial – Ágio por Mais-Valia de Ativos Líquidos = R$
700.000,00 – R$ 504.000,00 – R$ 43.560,00 = R$ 152.440,00

Aquisição do investimento (1a equivalência patrimonial:


D – Investimentos (valor patrimonial) .................................................... 504.000,00
D – Ágio por Mais-Valia de Ativos
Estoques [30% (10.000,00 – 34% 10.000)] .................... 1.980,00
Equipamento [(30% (140.000,00 – 34% 140.000,00)] .. 27.720,00
Patente [30% (70.000,00 – 34% 70.000,00)] ................. 13.860,00 ... 43.560,00
D – Ágio por Rentabilidade Futura (Goodwill) ...................................... 152.440,00
C – Caixa/Bancos .................................................................................... 700.000,00

Amortização do ágio por mais-valia de ativos líquidos ao final de X1:


D – Resultado da Equiv. Pat. (50% 1.980,00 + 10% 27.720,00) ............... 3.762,00
C – Ágio por Mais-Valia de Ativos
Estoques (50% 1.980,00) ................................................. 990,00
Equipamento (10% 27.720,00) ....................................... 2.772,00 ..... 3.762,00
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  27

Amortização do ágio por mais-valia de ativos líquidos ao final de X2:


D – Resultado da Equivalência Patrimonial (20% 27.720,00) .................... 5.544,00
C – Ágio por Mais-Valia de Ativos ............................................................. 5.544,00

Obs. 7: A razão de uma investidora considerar a existência de passivo fiscal diferido quando
da avaliação do valor justo dos ativos líquidos da investida na aquisição de investimento
em coligada ou controlada prevista no Pronunciamento Técnico CPC 15 – Combi-
nação de Negócios, pode ser explicada pelo seguinte exemplo: Se uma empresa, Cia.
Y, possuisse, por exemplo, um terreno contabilizado por R$ 12.000,00 e o vendesse
por R$ 22.000,00, admitido o IR e CSLL com alíquota conjunta de 34%, o valor
desses tributos a pagar ao Fisco seria de 34% de R$ 10.000,00, ou seja, R$ 3.400,00.

No entanto, se, antes de vender o terreno, fizesse uma reavaliação do mesmo a valor justo
de R$ 20.000,00, teríamos a seguinte contabilização na investida:
D – Terrenos ................................................................................................ 8.000,00
C – Ajustes de Avaliação Patrimonial ........................................................ 8.000,00

Se após essa reavaliação o terreno fosse vendido pelo mesmo valor anterior (R$ 22.000,00),
o lucro cairia para R$ 2.000,00 e o IR e a CSLL a pagar cairiam para 34% de R$ 2.000,00,
ou seja, R$ 680,00, prejudicando o Fisco em R$ 3.400,00 – R$ 680,00 = R$ 2.720,00.
No entanto, de acordo com o § 3o  do artigo 182 da Lei 6.404/76, serão classificadas como
ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em
obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de
valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a “valor
justo”, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177.
Assim, ao vender o terreno, o ajuste de avaliação patrimonial acima seria computado como
“receita” no resultado do exercício, em função da ocorrência de seu fato gerador, que é a
realização do terreno por venda, mediante a seguinte contabilização:
D – Ajustes de Avaliação Patrimonial ........................................................ 8.000,00
C – Receita de Ajustes de Avaliação Patrimonial ...................................... 8.000,00

E o lucro tributável que era de R$ 2.000,00 subiria para R$ 10.000,00 (= R$ 2.000,00 +


R$ 8.000,00), fazendo com que o IR e CSLL a Pagar retornassem ao valor de R$ 3.400,00,
de forma que a reavaliação não prejudicasse o Fisco.
Desta forma, se uma investidora adquire parte ou totalidade das ações da Cia. Y antes da
mesma avaliar e vender o referido terreno, supondo que o PL “contábil” da investida na data
da aquisição fosse, por exemplo, de R$ 133.000,00, o valor justo do PL da investida, seria,
“em princípio”,de R$ 133.000,00 + R$ 8.000,00, ou seja, R$ 141.000,00.
28  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

No entanto, conforme visto anteriormente, se a investida posteriormente vendesse o terreno


obtendo um lucro de R$ 2.000,00, o IR e a CSLL não seriam apenas de 34% de R$ 2.000,00
e sim de 34% de R$ 2.000,00 + 34% de R$ 8.000,00.
Em outras palavras, os R$ 8.000,00 “um dia” (pode demorar muitos anos) gerarão IR e CSLL
a pagar de 34% desse valor, fazendo com que, em consonância com o Princípio da Prudên-
cia, a investidora também reconheça na avaliação do PL justo da investida uma “Provisão”
para IR e CSLL Diferido de 34% de R$ 8.000,00, ou seja, R$ 2.720,00, de forma que o
valor justo “mais correto” do PL da investida na aquisição do investimento não seja de R$
141.000,00 e sim de R$ 141.000,00 – 34% R$ 8.000,00, isto é, R$ 138.280,00, valor este
também chamado de “valor justo dos ativos líquidos da investida”.

11.2. Ágio na Aquisição de Controlada


Esse tipo de ágio segue as mesmas regras de contabilização vistas no item anterior (Ágio na
Aquisição de Coligada).
Assim, considerando ainda as informações do exemplo do item 11.1, suponhamos que a Cia
Ómega adquira do antigo controlador da Cia. U por R$ 1.500.000,00 os 70% do seu capital
na mesma data em que a Cia. T adquiriu os 30% (1o de julho), tornando-se a Cia. Ómega
o novo controlador da Cia. U. Assim, “desconsiderando” (na prática “o certo” é considerar,
mas é muito provável que em concuros públicos se desconsidere tal fato) quaisquer passivos
fiscais diferidos (IR e CSLL diferido), teríamos os seguintes cálculos e contabilizações na
nova controladora:
• 1a Equivalência Patrimonial = 70% R$ 1.680.000,00 = R$ 1.176.000,00
• Ágio por Mais-Valia de Ativos Líquidos = 70% PL a valores justos – 70% PL contábil =
70% R$ 1.900.000,00 – 70% R$ 1.680.000,00 = R$ 154.000,00
• Ágio de Expectativa de Rentabilidade Futura (Goodwill) = Custo de Aquisição do Inves-
timento – 1a Equivalência Patrimonial – Ágio por Mais-Valia de Ativos Líquidos = R$
1.500.000,00 – R$ 1.176.000,00 – R$ 154.000,00 = R$ 170.000,00

Lançamento contábil da aquisição do controle (1o de julho de X1):


D – Investimentos (valor patrimonial) .................................................. 1.176.000,00
D – Ágio por Mais-Valia de Ativos
Estoques (70% 10.000,00) .............. 7.000,00
Equipamento (70% 140.000,00 ....... 98.000,00
Patente (70% 70.000,00) ................. 49.000,00 ............................. 154.000,00
D – Ágio por Rentabilidade Futura (Goodwill) .................................... 170.000,00
C – Caixa/Bancos .................................................................................. 1.500.000,00
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  29

Amortização do ágio por mais-valia de ativos líquidos ao final de X1:


D – Resultado da Equiv. Pat. (50% 7.000,00 + 10% 98.000,00) ............... 13.300,00
C – Ágio por Mais-Valia de Ativos
Estoques (50% 7.000,00) ................................................. 3.500,00
Equipamento (10% 98.000,00) ....................................... 9.800,00 ... 13.300,00

Amortização do ágio por mais-valia de ativos líquidos ao final de X2:


D – Resultado da Equivalência Patrimonial (20% 98.000,00) ...................19.600,00
C – Ágio por Mais-Valia de Ativos ........................................................... 19.600,00

11.3. Ágio apurado por controladora na aquisição de mais ações de investida a


qual já controlava
De acordo com o item 67 da ICPC 09, se a controladora adquirir mais ações ou outros
instrumentos patrimoniais de uma entidade que já controla, considerará esse valor como
redução do seu patrimônio líquido (individual e consolidado). Semelhantemente, por
exemplo, a uma compra de ações próprias (em tesouraria), inclusive com a característica de
que eventual ágio (goodwill) nessa aquisição também é considerado como parte da redução
do patrimônio líquido. No caso de alienação, a não ser que por meio dela seja perdido o
controle da controlada, o resultado também é alocado diretamente ao patrimônio líquido,
e não ao resultado.

Exemplo: A Cia. Alfa adquire, por $ 26.000, 80% das ações da Cia. Beta. Na data dessa
aquisição, constatou-se que o patrimônio líquido contábil da investida no valor de $ 25.000
é igual àquele apurado pelos seus valores justos, não havendo, portanto, mais-valia de ativos
líquidos. Assim, teremos:

Ágio por expectativa de rentabilidade futura = $ 26.000 – 80% $ 25.000 = $ 6.000

Supondo que o balanço da investidora imediatamente antes da aquisição fosse o seguinte:

Capital 30.000
Ativos diversos 46.000
Reservas 16.000

O balanço da investidora imediatamente após a aquisição seria o seguinte:


30  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

Ativos diversos
20.000
Investimento em controlada Capital
Valor justo ativos líquidos 20.000 30.000
Goodwill 6.000 Reservas
26.000 16.000

46.000 46.000

Suponhamos agora que a investidora adquira 5% das ações do seu próprio capital por $
4.000,00. Admitindo que o seu próprio balanço já esteja avaliado a valores justos, então o
ágio na aquisição de ações em tesouraria será de $ 4.000 – 5% $ 46.000, ou seja, $ 1.700.
No entanto, esse ágio não é segregado do valor dessas ações em tesouraria, ficando tal ágio
inserido implicitamente no saldo da conta Ações em Tesouraria, que é retificadora do seu
PL. Assim, o novo balanço da investidora será o seguinte:

Ativos diversos 16.000


Investimento em controlada Capital 30.000
Valor justo ativos líquidos 20.000 Reservas 16.000
Goodwill 6.000 26.000 Ações em tesouraria (4.000)
42.000 42.000

Agora, suponhamos que a controladora, Cia. Alfa, adquira dos sócios não controladores da
controlada, Cia. Beta, mais 10% do capital dessa sua controlada por $ 3.000. Assim, teremos:
Ágio por expectativa de rentabilidade futura = $ 3.000 – 10% $ 25.000 = $ 500

No entanto, com base no Pronunciamento Técnico CPC 36, a contabilização desses $ 500
deverá ser posto como retificadora do PL no balanço consolidado da controladora Alfa com
controlada Beta. Desta forma, como coerência, e para que o balanço individual da contro-
ladora tenha o mesmo PL do balanço consolidado, esse ágio também entrará como conta
retificadora do PL no balanço individual da investidora. Assim, o novo balaço da controladora
após essa aquisição será o seguinte:

Ativos diversos 13.000


Capital 30.000
Investimento em controlada
Reservas 16.000
Valor justo ativos líquidos 22.500
Ações em tesouraria (4.000)
Goodwill 6.000 28.500
Ágio em transações de capital (500)
41.500
41.500
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  31

A lógica para o exposto no balanço acima é que o ágio sobre o PL de uma sociedade que já
era antes sua controlada é como se fosse ágio sobre o seu próprio PL também. Assim, tanto
o ágio embutido nas ações em tesouraria quanto o ágio em transações de capital devem ser
postos como redutores do seu PL.

11.4. Ágio na aquisição de investimento em passivo a descoberto


Exemplo: Em 1o de janeiro de X1, a Cia. Toda Cor adquiriu à vista de um acionista da Cia.
Azul 20% do capital social desta (7.000 ações), pagando R$ 6,00 por ação.
Na data dessa aquisição, o Passivo a Descoberto da empresa avaliado a valores justos era de
R$ 52.000,00, tendo em vista que havia mais-valia de ativos líquidos em relação aos res-
pectivos ativos contabilizados. O capital da Cia. Azul composto exclusivamente por 35.000
ações ordinárias de valor nominal R$ 5,00 cada, sendo o seu PL o seguinte: (valores em R$):

Capital Social (35.000 ações ordinárias) ............................................................. 175.000,00


Reservas de Capital – Álienação de Bônus de Subscrição...................................... 55.000,00
Prejuízos Acumulados (31/12/X0) ................................................................... (290.000,00)
Passivo a Descoberto ......................................................................................... (60.000,00)

Os prejuízos acumulados anteriores (R$ 290.000,00) surgiram em função de uma fato ex-
traordinário ocorrido no ano de X0 decorrente de uma inundação de uma filial da Cia. Azul
localizada em Santa Catarina, a qual foi desativada.
No entanto, há uma grande expectativa de lucro na investida no ano de X1 e nos próximos
anos em função de uma nova filial aberta em São Paulo, justificando assim a referida aqui-
sição pela investidora.

Assim, teremos os seguintes cáculos:

Ágio por Mais-Valia de Ativos Líquidos = % PL (justo) – % PL (contábil)

= 20% (– 52.000,00) – 20% (– 60.000,00) = – 10.400,00 + 12.000,00 = 1.600,00


---------------------------------------------------------
Ágio de Rentabilidade Futura (Goodwill) = Custo de Aquisição – %PL (justo)
= 42.000,00 – 20% (– 52.000,00) = 42.000,00 + 10.400,00 = 52.400,00

Com isso, a investidora fará a seguinte contabilização na aquisição:


32  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

D – Ágio por Mais-Valia de Ativos ........................................................... 1.600,00


D – Ágio por Rentabilidade Futura (Goodwill) ........................................ 52.400,00
C – Investimentos em Coligadas (valor patrimonial = 20% 60.000,00).... 12.000,00
C – Caixa/Bancos ...................................................................................... 42.000,00

Inicialmente, parece estranho a conta “Investimentos em Coligadas” apresentar saldo “cre-


dor”, visto que é conta do ativo.
No entanto, a segregação acima é feita somente para controle interno da empresa, a fim de
determinar o verdadeiro valor do ágio por expectativa de rentabilidade futura, pois no ba-
lanço patrimonial da investidora o Goodwill integrará o saldo contábil dos Investimentos em
Coligadas, de forma que este saldo será devedor de R$ 42.000,00, com base no disposto no
item 2 do Pronunciamento Técnico CPC 18, o qual determina que método da equivalência
patrimonial é método de contabilização por meio do qual o investimento é inicialmente
reconhecido pelo custo e posteriormente ajustado pelo reconhecimento da participação
atribuída ao investidor nas alterações dos ativos líquidos da investida. O resultado do período
do investidor deve incluir a parte que lhe cabe nos resultados gerados pela investida.

Assim, no balanço da Cia. Toda Cor ficaria da seguinte forma:

ATIVO NÃO CIRCULANTE


INVESTIMENTOS
Investimentos em Coligadas ................................................................................... 42.000,00

11.5. Ágio na subscrição de ações


Exemplo 1: A Cia. Esmeralda possui 100% do capital da Cia. Verde. cujo capital é formado
exclusivamente por 7.000 ações ordinárias de valor nominal $ 150 cada. Em 31/12/X1, a
controladora decide admitir a Cia. Rosa como novo acionista da Cia. Verde, mediante a subs-
crição de 3.000 novas ações emitidas com ágio de $ 110 por ação (valor emissão de $ 260).

PL da investida antes da subscrição:


Capital Social (7.000 ações × $ 150) ................................................................ $ 1.050.000
Reservas de Lucros ........................................................................................... $ 350.000
Total do PL ..................................................................................................... $ 1.400.000
----------------------------------------------------------------
Valor patrimonial por ação = $ 1.400.000 ÷ 7.000 ações = $ 200
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  33

Balanço Patrimonial (resumido) da Controladora antes da subscrição:


ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante ............................ 480.000
Passivo Circulante ............................ 310.000
Passivo Não Circulante .................... 190.000
Investimento em Controlada:
Valor patrimonial na aquisição .... 1.400.000
Capital Social ................................. 1.000.000
Ágio por Mais-Valia .................... 100.000
Reservas de Lucros ........................ 500.000
Ágio por Goodwill ...................... 20.000
Total do Ativo ............................ 2.000.000 Total do Passivo ........................... 2.000.000

Nota: Os valores de ágio por mais-valia de ativos líquidos da investida no valor de $ 100.000
e de ágio por rentabilidade futura (goodwill) no valor de $ 30.000 foram pagos pela Cia.
Esmeralda quando adquiriu 100% das ações da Cia. Verde no exercício social de X0, visto
que o valor justo dos ativos líquidos da investida na época da aquisição de 100% do capital
era de $ 1.500.000 e o custo dessa aquisição foi de $ 1.520.000.

PL da investida após da subscrição:


Capital Social (10.000 ações × $ 150) .............................................................. $ 1.500.000
Reservas de Ágio na Emissão de Ações (3.000 × $ 110) ..................................... $ 330.000
Reservas de Lucros ........................................................................................... $ 350.000
Total do PL ..................................................................................................... $ 2.180.000
----------------------------------------------------------------
Valor patrimonial por ação = $ 2.180.000 ÷ 10.000 ações = $ 218

Desta forma, a participação da Cia. Esmeralda na Cia. Verde irá cair para 70%, visto que
agora possui 7.000 ações num total de 10.000 ações, de forma que a nova investidora (Cia.
Rosa) terá uma participação de 30% no capital da investida.
Assim, o novo valor patrimonial do Investimento apurado pela Cia. Esmeralda será de 70%
de $ 2.180.000, ou seja, $ 1.526.000, fazendo com que a investidora apure ,“em princípio”,
um ganho por variação na participação relativa de $ 1.526.000 - $ 1.400.000, ou seja, $
126.000, valor este que, em princípio, será creditado diretamente no seu PL à conta “Ajustes
de Avaliação Patrimonial”, lembrando com base no CPC 18 que somente lucros ou prejuízos
na investida gerariam Resultado na Equivalência Patrimonial na investidora, coisa esta que
não ocorreu, visto que houve somente transação entre os sócios.
34  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

No entanto, com base nos itens 30 e 31 do Pronunciamento Técnico CPC 36 – Demons-


trações Consolidadas, a controladora deverá fazer os ajustes de forma a atribuir aos não-
controladores (no caso, Cia. Rosa) a parte que lhes cabe no ágio por mais-valia de ativos
líquidos da investida.
No caso do ágio por goodwiil, nenhum ajuste será feito em relação à Cia. Rosa, pois esse
ágio foi originário de valor pago em excesso pela controladora em relação ao valor dos ativos
líquidos da investida, não tendo, portanto, nenhuma relação com a nova investidora.
Assim, para o referido ajuste, a controladora deverá atribuir à Cia. Rosa 30% do ágio que
pagou por mais-valia de ativos quando adquiriu 100% do capital da investida, ou seja, 30%
de $ 100.000 = $ 30.000, fazendo com que os $ 126.000 apurados anteriormente como
Ajustes de Avaliação Patrimonial caiam para $ 96.000 e a controladora fique agora apenas
com 70% do ágio que pagou por mais-valia de ativos quando adquiriu 100% das ações da
Cia. Verde (não seria razoável que a controladora continuasse com 100% desse ágio, visto
que agora só tem 70% das ações da investida).
A controladora Cia. Esmeralda irá contabilizar os efeitos da entrada do novo acionista (Cia.
Rosa) da seguinte forma:
D – Investimentos em Controladas (aumenta apenas o valor patrimonial)..........................126.000
C – Ágio por Mais-Valia de Ativos .............................................................................. 30.000
C – Ajustes de Avaliação Patrimonial .......................................................................... 96.000

Balanço Patrimonial (resumido) da Controladora após a subscrição:


ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante ............................ 480.000 Passivo Circulante ............................ 310.000
Passivo Não Circulante .................... 190.000
Investimento em Controlada:
Valor patrimonial na aquisição .... 1.526.000 Capital Social ................................. 1.000.000
Ágio por Mais-Valia .................... 70.000 Ajustes de Avaliação Patrimonial.. 96.000
Ágio por Goodwill ...................... 20.000 Reservas de Lucros ........................ 500.000
Total do Ativo ............................ 2.960.000 Total do Passivo ........................... 2.960.000

Supondo que na data da subscrição das ações o valor justo dos ativos líquidos da investida
após a subscrição fosse, por exemplo, de $ 2.400.000 (ou PL da investida avaliado a valores
justos), então 30% desse valor seria de $ 720.000,00.
Visto que o custo da subscrição dos 30% do capital da investida foi de 3.000 × $ 260, ou
seja, $ 780.000, com base no CPC 18, a diferença positiva entre o custo do investimento e
o valor justo dos ativos líquidos, ou seja, $ 780.000 – $ 720.000 = $ 60.000,00 constitui o
ágio por rentabilidade futura (goodwill).
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  35

Finalmente, a nova investidora (Cia. Rosa) fará a seguinte contabilização pela subscrição das
3.000 ações na Cia. Verde:
D – Investimentos em Coligadas (30% 2.180.000) ..................................... 654.000
D – Ágio por Mais-Valia de Ativos [30% (2.400.000 – 2.180.000)] ........ 66.000
D – Ágio por Goodwill ............................................................................. 60.000
C – Caixa/Bancos ........................................................................................ 780.000

Observemos que o ágio atribuído pela controladora, Cia. Esmeralda, à investidora, Cia.
Rosa, por mais-valia de ativos líquidos no valor de $ 30.000 é apenas “uma parte” do ágio
total por mais-valia contabilizado pela Cia. Rosa no valor de $ 66.000.
Em outras palavras, os $ 66.000 são compostos, “em essência”, por duas partes:
1ª parte: $ 30.000, os quais foram atribuídos pela controladora que antes possuía 100% do
capital e, portanto tinha 100% do ágio total por mais-valia (100% de $ 100.000) e agora,
após a subscrição pela outra empresa, só possuí 70% de $ 100.000, isto é, $ 70.000;
2ª parte: $ 36.000, que podem ser obtidos aplicando-se a participação da nova investidora no
capital da Cia. Verde (30%) sobre o “acréscimo” de valor ao valor justo dos ativos líquidos da
investida, que é equivalente à diferença entre PL justo da investida na data da subscrição da
novas ações, excluindo-se o custo da subscrição ($ 2.400.000 – $ 780.000 = $ 1.620.000) e
o valor justo do PL da investida quando a Cia. Esmeralda adquiriu pela 1ª vez os 100% das
ações ($ 1.500.000), encontrando assim 30% de $ 120.000 = 36.000.

Exemplo 2 (ágio na subscrição de ações de subsidiária integral): A investidora Cia. P possui


100% do capital da investida Cia. Q, cujo capital é formado por 10.000 ações ordinárias de
valor nominal R$ 4 cada. Em 31/12/20X1, os balanços da investida e da investidora eram
os seguintes:

Investida (Cia. Q):


ATIVO PASSIVO
Contas a Pagar .......................... 12.000
Caixa ..................................... 30.000
Capital Social (10.000 ações).....40.000
Terreno ................................. 38.000
Reservas de Lucros ................... 16.000
Total ...................................... 68.000 Total ......................................... 68.000

Investidora (Cia. P):


ATIVO PASSIVO
Caixa ..................................... 37.000 Contas a Pagar .......................... 41.000
Investimentos – Cia. P .......... 56.000 Capital Social ............................52.000
Total ...................................... 93.000 Total ......................................... 93.000
36  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

Em 01/01/20X2, a Cia. P subscreve na Cia. Q 2.500 novas ações de valor nominal R$ 4,00
cada, pagando R$ 5,80 por ação. Assim:

Balanço após a subscrição das ações (01/01/20X2):


ATIVO PASSIVO
Contas a Pagar .......................... 12.000
Caixa ..................................... 44.500 Capital Social (12.500 ações).....50.000
Terreno .................................. 38.000 Reservas de Capital (AEA) ...... 4.500
Reservas de Lucros ................... 16.000
Total ...................................... 82.500 Total .......................................... 82.500
* AEA (Ágio na Emissão de Ações “na investida”)= 1,80 X 2.500 = 4.500

Valores apurados na contabilidade da Cia. P:


Investimento anterior (100% R$ 56.000) ............................................................. R$ 56.000
(+) Custo de subscrição das ações (2.500 x R$ 5,80) .............................................. R$ 14.500
(–) Investimento atual (100% R$ 70.500) ........................................................... (R$ 70.500)
(=) Ágio na subscrição das ações.......................................................................... ZERO

CONCLUSÃO: O ágio na emissão de ações de subsidiária integral só existe na escrituração


da investida (R$ 5,80 – R$ 4,00 = R$ 1,80 por ação). Na escrituração da investidora integral
NÃO EXISTE a figura do ágio, tendo em vista que 100% do valor do PL da investida antes da
subscrição das ações mais o valor integralizado, matematicamente, sempre será igual a 100% do
novo PL da investida após essa subscrição, dando sempre diferença igual a zero. Cabe ressaltar
que não se há de confundir o ágio cobrado pela investida quando emitiu as ações com o ágio
apurado pela investidora quando o investimento é avaliado por equivalência patrimonial.

O mesmo NÃO aconteceria se, em vez de subscrição de ações, fosse aquisição de 100% de
ações, ou seja, se determinada investidora adquirisse de outra investidora 100% das ações de
sua subsidiária integral. Assim, suponhamos, no mesmo exemplo, que a investidora, Cia. P,
em vez de subscrever 2.500 novas ações da Cia. Q, vendesse todas as suas 10.000 ações dessa
investida para uma nova investidora, Cia. S, por R$ 58.000,00. Logo, na contabilidade da
nova investidora (Cia. S), teríamos os seguintes valores:

Investimento anterior na Cia. Q (não havia, pois era 100% da Cia. P) .......................... ZERO
(+) Custo de aquisição das ações (10.000 x R$ 5,80) ............................................... R$ 58.000
(–) Investimento atual (= 100% R$ 56.000) .........................................................(R$ 56.000)
(=) Ágio na aquisição das ações..................................................................... R$ 2.000
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  37

Nota: Esse ágio no valor de R$ 2.000,00 é o “total”, ou seja, é o somatório do ágio por
mais-valia de ativos com o ágio por expectativa de rentabilidade futura. Para sabermos o
valor individual de cada tipo de ágio, precisaríamos ainda saber qual o valor justo dos ativos
líquidos da investida.

Exemplo 3 (ágio na subscrição de ações por investidora que já possuía participação


no capital da investida): As investidoras Cia. A e Cia. B possuem, respectivamente, 30%
e 70% do capital social da investida Cia. K, o qual é formado exclusivamente por 10.000
ações ordinárias de valor nominal R$ 4,00 cada. Em 31/12/X0, os balanços patrimoniais das
referidas empresas, antes da emissão das novas ações da Cia. K, eram os seguintes:

Investida (Cia. K):


ATIVO PASSIVO
Contas a Pagar ............................... 12.000
Caixa ......................................... 35.000
Terreno ...................................... 37.000 Capital Social (10.000 ações)......... 40.000
Reservas de Lucros ...................... 20.000

Total .......................................... 72.000 Total ............................................. 72.000

Investidora (Cia. A):


ATIVO PASSIVO
Contas a Pagar ........................... 13.000
Caixa ........................................ 47.000
Investimentos – Cia. K ............ 18.000
Capital Social ............................. 52.000
Total ....................................... 65.000 Total ........................................... 65.000

Investidora (Cia. B):


ATIVO PASSIVO

Contas a Pagar ........................... 31.000


Caixa ....................................... 33.000
Investimentos – Cia. K ........... 42.000
Capital Social ............................ 44.000

Total ........................................ 75.000 Total ........................................... 75.000


38  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

Em 01/01/X1, a Cia. A subscreve na Cia. K 2.500 novas ações de valor nominal R$ 4,00
cada, pagando R$ 6,50 por ação. O ágio na subscrição das ações foi justificado em função
do valor do terreno no mercado ser de R$ 42.000. Assim:

Balanço da Cia. K (investida) logo após a subscrição:


ATIVO PASSIVO
Contas a Pagar ........................... 12.000

Caixa ....................................... 51.250


Capital Social (12.500 ações)......50.000
Terreno ................................... 37.000
Reservas de Capital (AEA) ......... 6.250
Reseservas de Lucros ................ 20.000
Total ......................................... 88.250 Total .......................................... 88.250
*AEA – Ágio na Emissão de Ações

Valores apurados na Cia. A:


Novo percentual na Cia. K = 3.000 ações + 2.500 ações = 44%
10.000 ações + 2.500 ações
---------------------------------------------------------

Conforme já visto nos tópicos anteriores, na aquisição de ações de coligadas ou controla-


das, o ágio por mais-valia de ativos líquidos é obtido pela diferença entre a percentagem de
participação da investidora sobre o PL da investida avaliado a valores justos e percentagem
da investidora sobre o PL da investida avaliado pelo valor contábil, ou seja, o PL que está
contabilizado:

No entanto, na caso de subscrição de ações de coligadas ou controladas, onde a investidora


“já possuía” anteriormente participação no capital da investida, o ágio por mais-valia de ativos
líquidos não é obtido pela aplicação do percentual da nova participação (44%) e nem pela
aplicação do percentual da antiga participação (30%), mas sim pela DIFERENÇA (14%),
considerando os valores do PL da investida (justo e contábil) após a subscrição, conforme
já calculado anteriormente.

Assim, desconsiderando a existência de passivo fiscal diferido (IR e CSLL) diferido na apu-
ração do valor justo dos ativos líquidos da investida (ou PL da investida avaliado a valores
justos), teremos:

PL (justo) = PL (contábil) + Diferença a maior do valor justo do terreno e o valor contábil


= R$ 76.250,00 + (R$ 42.000,00 – R$ 37.000,00) = R$ 81.250,00
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  39

---------------------------------------------------------
Ágio por mais-valia de ativos = 14% R$ 81.250,00 – 14% 76.250,00 = 14% 5.000,00 =
R$ 700,00

No caso do ágio por expectativa de rentabilidade futura, caso haja, este pode ser calculado
da seguinte forma:

Custo da subscrição – Aumento do Investimento – Ágio por mais-valia = R$ 16.250,00 – R$


15.550,00 – R$ 700,00 = ZERO

Com este último resultado, concluímos que, de fato, a única coisa que justificou o ágio na
subscrição nesse exemplo foi a mais-valia do terreno da investida do seu valor justo em
relação ao seu valor contábil.
Finalmente, a investidora, Cia. A, irá contabilizar a subscrição da seguinte forma:

D – Investimentos (44% 76.250,00 – 30% 60.000,00) ............................. 15.550,00


D – Ágio por Mais-Valia de Ativos .......................................................... 700,00
C – Caixa/Bancos ...................................................................................... 16.250,00

Nota: Não se há de confundir o ágio cobrado pela investida Cia. K na emissão das ações (R$
6.250,00), o qual é contabilizado no PL da investida como reserva de capital, com o ágio
pago pela investidora Cia. A (R$ 700,00), ágio este contabilizado como parte integrante do
investimento no balanço patrimonial da investidora no ativo não circulante investimentos.

Balanço da investidora Cia. A após a subscrição das ações:


ATIVO PASSIVO

Contas a Pagar ........................... 13.000


Caixa ........................................ 30.750
Investimentos – Cia. K ............ 34.250
Capital Social ............................. 52.000

Total ....................................... 65.000 Total ........................................... 65.000

Observemos que o saldo da conta Investimentos “fora do balanço” seria de R$ 18.000,00


+ R$ 15.500,00, ou seja, R$ 33.500,00, valor este exatamente igual à percentagem de par-
ticipação da investidora Cia. A sobre o PL da investida Cia. K (44% R$ 76.250,00). No
entanto, com base no item 2 do CPC 18, “dentro do balanço” o saldo da conta Investi-
mentos é composto também pelo valor pago do ágio na aquisição ou na subscrição de ações
40  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

da investida. A segregação é feita na escrituração da empresa a fim de facilitar o controle do


tratamento contábil do ágio caso o mesmo deva ser amortizado em função da realização dos
ativos de investida que justificaram a sua origem.

---------------------------------------------------------
Valores apurados na investidora Cia. B, a qual nada subscreveu:

Novo percentual na Cia. K = 7.000 ações = 56%


12.500 ações
---------------------------------------------------------
Investimento atual (56% R$ 76.250,00) ............................................. R$ 42.700,00
(–) Investimento anterior (= 70% R$ 60.000,00) .............................. (R$ 42.000,00)
(=) Ganho por Variação de Participação de Controlada .................... R$ 700,00

Contabilização na Cia. B:
D – Investimentos – Cia. K ........................................................................... 700,00
C – Ajustes de Avaliação Patrimonial ........................................................... 700,00

Obs.: A conta “Ganho por Variação de Participação de Controlada” pode ser considerada como
uma “subconta” de “Ajustes de Avaliação Patrimonial” (a não ser que “futuramente” venha
um novo CPC deixando “explícito” que não se pode considerar aquela conta como sub-
conta desta), que já sabemos ser uma conta do PL e não de resultado, pois, com base no
CPC 18, somente a parte do investidor nos lucros ou prejuízos da coligada ou controlada
gera Resultado da Equivalência Patrimonial no resultado do investidor. Aquela conta
somente integrará o resultado da investidora como receita nas hipóteses da alienação do
investimento ou de algum fato que obrigue o investimento a deixar de ser avaliado por
equivalência patrimonial, o qual passará então a ser avaliado pelo valor justo.

Balanço da controladora Cia. B após a subscrição pela Cia. A:


ATIVO PASSIVO
Contas a Pagar ........................... 31.000
Caixa ....................................... 33.000
Investimentos – Cia. K ........... 42.700 Capital Social ............................ 44.000
Ajustes de Avaliação Pat. .......... 700
Total ........................................ 75.700 Total ........................................... 75.700
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  41

Comentário extra 1: A fim de COMPROVARMOS que todo o raciocínio acima está correto,
vamos supor que imediatamente antes da subscrição o terreno já estivesse contabilizado pelo
seu valor justo (R$ 42.000,00) mediante reavaliação. Desta forma, os balanços da investida
Cia. K e da investidora Cia. A imediatamente antes da subscrição seriam os seguintes:

Investida (Cia. K):


ATIVO PASSIVO
Contas a Pagar .......................... 12.000

Caixa .................................... 35.000


Capital Social (10.000 ações)..... 40.000
Terreno .................................. 42.000
Ajustes de Avaliação Pat. ....... . 5.000
Reservas de Lucros .................. 20.000
Total ........................................ 77.000 Total .......................................... 77.000

Investidora (Cia. A):


ATIVO PASSIVO
Contas a Pagar ........................... 13.000
Caixa ........................................ 47.000
Investimentos – Cia. K ............ 19.500 Capital Social ............................. 52.000
Ajustes de Avaliação Pat............ 1.500
Total ....................................... 66.500 Total ........................................... 66.500

Após a subscrição das 2.500 ações a R$ 6,50 cada, teríamos na Cia. A:


Investimento anterior (30% R$ 65.000,00) ...................................................... R$ 19.500,00
(+) Custo da subscrição (2.500 × R$ 6,50) ....................................................... R$ 16.250,00
(–) Investimento atual (= 44% R$ 81.250,00) ................................................. (R$ 35.750,00)
(=) Ágio (total) na subscrição ................................................................................. ZERO
Comentário extra 2: Se em vez de emitir por R$ 6,50 a investida, por exemplo, emitisse as
novas ações por R$ 6,90, além do ágio por mais-valia de ativos, haveria também ágio por
expectativa de rentabilidade futura na subscrição e teríamos o seguinte:
42  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

Balanço da Cia. K (investida) logo após a subscrição:


ATIVO PASSIVO
Contas a Pagar ........................... 12.000

Caixa ....................................... 52.250


Capital Social (12.500 ações)......50.000
Terreno ................................... 37.000
Reservas de Capital (AEA) ......... 7.250
Reseservas de Lucros ................ 20.000
Total ......................................... 89.250 Total .......................................... 89.250
*AEA – Ágio na Emissão de Ações

Assim, desconsiderando a existência de passivo fiscal diferido (IR e CSLL) diferido na apu-
ração do valor justo dos ativos líquidos da investida (ou PL da investida avaliado a valores
justos), teremos:

PL (justo) = PL (contábil) + Diferença a maior do valor justo do terreno e o valor contábil


= R$ 77.250,00 + (R$ 42.000,00 – R$ 37.000,00) = R$ 82.250,00
---------------------------------------------------------
Ágio por mais-valia de ativos = 14% R$ 82.250,00 – 14% 77.250,00 = 14% 5.000,00 = R$
700,00 (o mesmo resultado anterior).
---------------------------------------------------------
Ágio por rentabilidade futura = Custo da subscrição – Aumento do Investimento – Ágio por
mais-valia = R$ 17.250,00 – R$ 15.990,00 – R$ 700,00 = R$ 560,00

D – Investimentos (44% 77.250,00 – 30% 60.000,00) ............................. 15.990,00


D – Ágio por Mais-Valia de Ativos .......................................................... 700,00
D – Ágio por Rentabilidade Futura (Goodwill) ........................................ 560,00
C – Caixa/Bancos (2.500 × R$ 6,90) ........................................................ 17.250,00

12. Deságio de Investimentos em Coligadas ou Controladas


Se o valor pago na aquisição ou subscrição de investimentos em coligadas ou controladas for
MENOR que o valor patrimonial, isto é, for inferior ao valor do investimento apurado por
equivalência patrimonial, à essa diferença de valor chamamos de GANHO POR COMPRA
VANTAJOSA ou DESÁGIO.
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  43

Analogamente ao ágio por mais-valia de ativos líquidos na investida e ao ágio por expectativa
de rentabilidade futura, temos também dois tipos de deságio:
Deságio por Menos-Valia de Ativos Líquidos
Deságio por Expectativa de Rentabilidade Negativa Futura (ou Goodwill negativo)
Assim, suponhamos, por exemplo, que uma empresa investidora adquira 40% das ações de
uma Cia. Y, cujo PL está contabilizado no valor de R$ 50.000,00, mas caso fosse contabili-
zado pelo valor justo este seria de R$ 40.000,00.
Sendo assim, o deságio por menos-valia de ativos líquidos seria de 40% R$ 50.000,00 – 40%
40.000,00 = R$ 4.000,00.
No caso do Deságio por Expectativa de Rentabilidade Negativa (Goodwiil negativo),
este será obtido pela diferença positiva entre o valor justo dos ativos líquidos da investida e
o custo do investimento.
Desta forma, considerando ainda o exemplo acima da Cia. Y, se a investidora ao adquirir 40%
das ações da investida tivesse desembolsado R$ 11.000,00, o deságio por goodwill negativo
seria de 40% R$ 40.000,00 – R$ 11.000,00, ou seja, R$ 5.000,00.
Finalmente, a investidora faria a seguinte contabilização:
D – Investimentos em Coligadas (40% 50.000,00) ................................... 20.000,00
C – Deságio por Menos-Valia de Ativos Líquidos .................................... 4.000,00
C – Deságio por Rentabilidade Negativa (Goodwill negativo) ................ 5.000,00
C – Caixa/Bancos ...................................................................................... 11.000,00

No entanto, de forma diferente do ágio, no caso do DESÁGIO, que é tratato por este pron-
cunciamento técnico como “GANHO POR COMPRA VANTAJA”, independentemente
da causa que lhe deu origem, o mesmo deve ser reconhecido como receita imediatamente
no resultado do exercício em que surgiu, contrariando o Princípio Contábil do Registro pelo
Valor Original, através do qual entendemos que os bens e direitos devem ser contabilizados
pelos valores originais das transações com terceiros, ou seja, se um bem no mercado tem
um valor justo de R$ 12.000,00 e uma empresa na sua compra pagou, por exemplo, R$
9.000,00, tendo, portanto, uma “vantagem” de R$ 3.000,00, o bem deve ser contabilizado
por R$ 9.000,00, não cabendo contabilizar os R$ 3.000,00 como receita.
Além disso, o Princípio da Competência também está sendo contrariado, pois uma receita
deve ser reconhecida em funação da ocorrência de seu fato gerador e o fator básico determi-
nante de ocorrência desse fato é a “passagem do tempo”, isto é, para que uma receita ocorra,
é necessário que o “tempo transcorra”, não cabendo assim o reconhecimento imediato de
uma receita no ato da compra de qualquer bem que seja.
Infelizmente, devemos obedecer “cegamente” as determinações dos Comitês de Pronuncia-
mentos Contábeis por mais estranhos e polêmicos que sejam alguns pontos, visto que são
normas contábeis de aplicação compulsória.
44  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

Finalmente, considerando tudo isso, o lançamento feito acima ficaria SIMPLIFICADA-


MENTE da seguinte forma:
D – Investimentos em Coligadas (40% 50.000,00) ................................... 20.000,00
C – Receita de Ganho por Compra Vantajosa ........................................... 9.000,00
C – Caixa/Bancos ...................................................................................... 11.000,00

13. Variação na Particular Relativa


Exemplo 1: As investidora Cia. Alfa e Cia. Beta possuem, respectivamente, 20% e 80% do
capital da Cia. Ouro, o qual é formado exclusivamente por 10.000 ações ordinárias de valor
nominal R$ 5,00 cada. Na constituição da investida não houve ágio por mais-valia de ativos
líquidos nem ágio por goodwill.
Em 31/12/X1, a investida decide aumentar seu capital com a emissão de 2.500 novas ações
ordinárias emitidas a R$ 5,00 cada, sendo todas subscritas somente pela Cia. Alfa, tendo em
vista que a Cia. Beta não exerceu seus direitos de preferência.
Imediatamente antes da referida subscrição, o PL da investida Cia. Ouro era o seguinte:

Capital Social (10.000 ações × 5,00) .................................................................. 50.000,00


Reservas de Lucros ............................................................................................ 30.000,00
80.000,00

Imediatamente após a referida subscrição, o novo PL da investida era o seguinte:


Capital Social (12.500 ações × 5,00) .................................................................. 62.500,00
Reservas de Lucros ............................................................................................ 30.000,00
92.500,00

Apesar do valor de emissão ter sido feito sem ágio sob a ótica da investida, visto que o valor
de emissão foi exatamente igual ao valor nominal (R$ 5,00), sob a ótica da investidora Cia.
Alfa o valor de emissão é inferior ao valor patrimonial dessas ações após essa emissão, ou
seja, inferior a R$ 7,40 (valor patrimonil da ação = PL ÷ total de ações = R$ 92.500,00 ÷
12.500 ações = R$ 7,40).
A investida justificou o referido valor de emissão (R$ 5,00) em função da superavaliação
em R$ 30.000,00 do valor contábil de um terreno em relação ao seu valor justo, tendo em
vista que esse bem estava contabilizado por R$ 90.000,00, mas seu valor justo foi estimado
em R$ 60.000,00.
Antes da subscrição, a participação da Cia. Alfa no capital na Cia. Ouro era de 20%, pois
possuía 2.000 ações num total de 10.000 ações.
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  45

Após a subscrição das 2.500 ações, passou a ter um total de 4.500 ações num total de 12.500
ações, ou seja:
Novo % de participação de Alfa = 2.000 ações + 2.500 ações = 36%
10.000 ações + 2.500 ações
------------------------------------------------------------------
Investimentos (saldo anterior = 20% R$ 80.000,00) .......................................... R$ 16.000,00
(+) Custo da subscrição (2.500 × R$ 5,00) ........................................................ R$ 12.500,00
(–) Investimentos (valor atual = 36% R$ 92.500) ............................................ (R$ 33.300,00)
(=) Deságio na subscrição ................................................................................. (R$ 4.800,00)

Finalmente, será feita na Cia. Alfa a seguinte contabilização referente à subscrição:


D – Investimentos em Coligadas (33.300,00 – 16.000,00) ...................... 17.300,00
C – Deságio por Menos-Valia de Ativos ................................................ 4.800,00
C – Caixa/Bancos ..................................................................................... 12.500,00

No entanto, alguns entendem que os R$ 4.800,00 devem ser contabilizados como “Outros
Resultados Abrangentes – Ganho por Variação de Participação no Capital de Coligada”, coisa
esta que provaremos que não é verdade da seguinte forma: Suponhamos que a revaliação do
referido terreno a valor justo fosse permitida legalmente e o mesmo, imediatamente antes
da subscrição, fosse reavaliado de R$ 90.000,00 para R$ 60.000,00. Desta forma, os Patri-
mônios Líquidos da investida Cia. Outro antes e depois da subscrição seriam os seguintes:

ANTES:
Capital Social (10.000 ações × 5,00) .................................................... 50.000,00
Ajustes de Avaliação Patrimonial ........................................................ (30.000,00)
Reservas de Lucros ............................................................................... 30.000,00
50.000,00

APÓS:
Capital Social (12.500 ações × 5,00) .................................................... 62.500,00
Ajustes de Avaliação Patrimonial ........................................................ (30.000,00)
Reservas de Lucros ............................................................................... 30.000,00
62.500,00
46  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

Assim, teríamos os seguintes cálculos na investidora:


Investimentos (saldo anterior = 20% R$ 50.000,00) .......................................... R$ 10.000,00
(+) Custo da subscrição (2.500 × R$ 5,00) ........................................................ R$ 12.500,00
(–) Investimentos (valor atual = 36% R$ 62.500) ............................................ (R$ 22.500,00)
(=) DIFERENÇA ................................................................................................. ZERO

Com isso, PROVAMOS que a referida diferença se deu em função da mais-valia do terreno
de seu valor contábil em relação a seu valor justo, ou seja, da menos-valia do terreno de seu
valor justo em relação a seu valor contábil.

Esse fato também poderia ser comprovado caso a referida reavaliação fosse feita após a
subscrição das ações.
O racicínio “aparentemente” correto, no entanto errado é o seguinte: Ao aumentar o per-
centual de participação de 20% para 36%, a investidora Cia. Alfa passaria a “ganhar” em
relação à investidora Cia. Beta 16% das Reservas de Lucros, ou seja, 16% de R$ 30.000,00
= R$ 4.800,00.
Cabe ressaltar que, apesar desse cálculo estar correto, visto que a diferença é realmente 16%
de R$ 30.000,00, a “caracterização” dessa diferença como “Outros Resultados Abrangentes
– Ganho por Variação de Participação no Capital de Coligada” é que está errada.
Em relação à controladora, Cia. Beta, a qual não exerceu seus direitos de preferência, visto
que nada subscreveu, ela continuará a ter 8.000 ações, mas agora num total de 12.500
ações, ou seja:

Novo % de participação de Beta = 8.000 ações = 64%


10.000 ações + 2.500 ações
------------------------------------------------------------------

Participação da Cia. Beta na controlada Cia. Outro e valor do Investimento:

Anterior (80%) Atual (64%)


No Capital Social No Capital Social
80% 50.000,00 = 40.000,00 64% 62.500,00 = 40.000,00
--------------------------- ---------------------------
Nas Reservas de Lucros: Nas Reservas de Lucros:
80% 30.000,00 = 24.000,00 64% 30.000,00 = 19.200,00
Valor do Investimento = 64.000,00 Valor do Investimento = 59.200,00
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  47

Na tabela acima notemos que a redução da participação de Beta em 16% gerou para a mes-
ma uma perda sobre as reservas de lucros de 16% de R$ 30.000,00, ou seja, R$ 4.800,00.
No caso da participação no capital, já era de se esperar que 80% de R$ 50.000,00 fossem
exatamente iguais a 64% de R$ 62.500,00, tendo em vista que Beta nada subscreveu.
Finalmente, a controladora Beta fará a seguinte contabilização em função de sua perda de
valor do investimento na controlada Ouro:
D – Ajustes de Avaliação Patrimonial – PVPCC* .................................. 4.800,00
C – Investimentos em Controladas ......................................................... 4.800,00
*PVPCC – Perda de Variação de Participação no Capital de Controlada

Desta forma, havendo aumento ou redução do valor do investimento em função da alteração


da participação relativa, essas variações devem ser reconhecidos diretamente no patrimônio
líquido da investidora “somente” no investidor (ou investidores) que nada subscreveram e
não como resultado, tendo em vista o Pronunciamento Técnico do CPC 18, pois, com base
no item 11 desse pronunciamento, “somente” a parte do investidor no lucro ou prejuízo do
período da investida é reconhecida no lucro ou prejuízo do período do investidor, ou seja,
irá gerar Resultado na Equivalência Patrimonial no investidor.
Em outras palavras, qualquer outra alteração no PL da investida que não advenha de lucro
ou prejuízo será reconhecida proporcionalmente pelo investidor que “nada subscreveu”
diretamente no PL do investidor.

Exemplo 2: Suponhamos no exemplo anterior que a investida Cia. Ouro emitisse as 2.500
novas ações de valor nominal R$ 5,00 cada com ágio de R$ 2,00 (valor de emissão R$ 7,00),
sendo ainda todas subscritas pela Cia. Alfa.
Assim, o novo PL da investida imediatamente após a essa subscrição seria o seguinte:

Capital Social (12.500 ações × 5,00) .................................................... 62.500,00


Reservas de Capital – Ágio na emissão de ações (2.500 × 2,00) ......... 5.000,00
Reservas de Lucros ............................................................................... 30.000,00
97.500,00

Apesar do valor nominal de cada ação ser de R$ 5,00, o valor de emissão no valor de R$ 7,00
continua menor que o valor patrimonial após a subscrição valor de R$ 7,80 (R$ 97.500,00
÷ 12.500 ações = R$ 7,80).
Em outras palavras, apesar da investida ter emitido as ações com ágio, na ótica contábil da
investidora continuará havendo uma diferença negativa, “NÃO NECESSARIAMENTE”
toda contabilizada como deságio na subscrição:
48  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

Investimentos (saldo anterior = 20% R$ 80.000,00) .......................................... R$ 16.000,00


(+) Custo da subscrição (2.500 × R$ 7,00) ........................................................ R$ 17.500,00
(–) Investimentos (valor atual = 36% R$ 97.500) ............................................ (R$ 35.100,00)
(=) DIFERENÇA ............................................................................................ (R$ 1.600,00)

Para entendermos melhor como contabilizar corretamente essa diferença, vamos admitir
ainda que parte do deságio continue sendo justificada pela mais-valia do terreno de seu valor
contábil em relação à seu valor justo no valor de R$ 30.000,00.
Desta forma, o deságio por menos-valia “continuará” sendo de 16% de R$ 30.000,00, ou
seja, R$ 4.800,00.
Assim, para que esta diferença negativa caia para R$ 1.600,00, também negativa, é nessário
que se somem R$ 3.200,00 positivos, valor este que deve ser contabilizado como “ÁGIO” (na
subscrição) por expectativa de rentabilidade futura (Goodwill), como base na interpretação
“generalizada” do Pronunciamento Técnico CPC 18, visto que este pronunciamento não
trata de forma específica este caso.
Sendo assim, a investidora Cia. Alfa faria a seguinte contabilização:
D – Investimentos em Coligadas (36% 97.500,00 – 20% 80.000,00) ..... 19.100,00
D – Ágio por Rentabilidade Futura (Goodwill) ....................................... 3.200,00
C – Deságio por Menos-Valia de Ativos ................................................. 4.800,00
C – Caixa/Bancos (7,00 × 2.500) ............................................................. 17.500,00

No caso da controladora Cia. Beta, teríamos:


Anterior (80%) Atual (64%)
No Capital Social
64% 62.500,00 = 40.000,00
No Capital Social
---------------------------
80% 50.000,00 = 40.000,00
No ágio na emissão das ações:
---------------------------
64% 5.000,00 = 3.200,00
Nas Reservas de Lucros:
---------------------------
80% 30.000,00 = 24.000,00
Nas Reservas de Lucros:
64% 30.000,00 = 19.200,00
Valor do Investimento = 64.000,00 Valor do Investimento = 62.400,00
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  49

Na tabela acima notemos que a redução da participação de Beta em 16% geraria para a mes-
ma uma perda sobre as reservas de lucros de 16% de R$ 30.000,00, ou seja, R$ 4.800,00.
No caso do ágio cobrado pela investida na emissão das ações, haveria um ganho de 64%
sobre R$ 5.000,00, ou seja, R$ 3.200,00.
Desta forma, a perda líquida seria de R$ 1.600,00.
Finalmente, a controladora Beta faria a seguinte contabilização em função de sua perda de
valor do investimento na controlada Ouro:
D – Ajustes de Avaliação Patrimonial – PVPCC* .................................. 1.600,00
C – Investimentos em Controladas ......................................................... 1.600,00

*PVPCC – Perda de Variação de Participação no Capital de Controlada


14. Diferença Resultante de Avaliação pelo MEP
Com base no Pronunciamento Técnico CPC 18, somente os lucros ou prejuízos na investiva
geram na investidora RESULTADO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL no ajuste de
valor dos investimentos em coligadas ou controladas. Quaisquer outras alterações de valor
no PL (Patrimônio Líquido) da investida coligada ou controlada que não sejam originários
des seus resultados (lucros ou prejuízos) deverão ser contabilizados diretamente no PL da
investidora, ou seja, não geram resultados na investidora.
A seguir, iremos analisar os possíveis casos de alteração no valor do PL de investimento em
coligada ou controlada e os respectivos efeitos contábeis na investidora.

14.1. Lucro Líquido na Coligada ou Controlada


Gera Resultado (positivo) da Equivalência Patrimonial (ou Receita de Equivalência Patri-
monial) na investidora.
Ex.: A controladora, Cia. A, possui 60% do capital de sua controlada, Cia. B. Em 31/12/
X1, a investida apurou lucro líquido de R$ 20.000,00.
Lançamento na controlada Lançamento na controladora
D – Apuração do Resultado ............... 20.000 D – Investimentos (60% 20.000) ...... 12.000
C – Lucros Acumulados .................... 20.000 C – Resultado da Eq. Patrimonial ...... 12.000

14.2. Prejuízo Líquido na Coligada ou Controlada


Gera Resultado (negativo) da Equivalência Patrimonial (ou Despesa de Equivalência Patri-
monial) na investidora.
Ex.: A controladora, Cia. C, possui 70% do capital de sua controlada, Cia. D. Em 31/12/
X1, a investida apurou prejuízo líquido de R$ 30.000,00.
50  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

Lançamento na controlada Lançamento na controladora


D – Prejuízos Acumulados ................ 30.000 D – Resultado da Eq. Patrimonial ...... 21.000
C – Apuração do Resultado .............. 30.000 C – Investimentos (70% 30.000) ........ 21.000

14.3. Reserva de Capital na Coligada ou Controlada


Aumenta proporcionalmente e diretamente o PL da investidora. Apesar do conteúdo dos
Pronunciamentos Técnicos dos CPC’s não mencionarem de forma clara e explícita o nome
de conta do PL que a investidora irá utilizar neste caso, utilizaremos aqui a conta “Ajustes
de Avaliação Patrimonial” (alguns utilizam uma conta com o nome de “Outros Resultados
Abrangentes”, a qual, na realidade, seria uma espécie de “subconta” de Ajustes de Avaliação
Patrimonial).
Ex.: A investidora, Cia. E, possui 20% do capital de sua coligada, Cia. F. Em 15/08/X1, a
investida alienou partes beneficiárias no total de R$ 40.000,00.
Lançamento na coligada Lançamento na investidora
D – Caixa/Bancos ............................. 40.000 D – Investimentos (20% 40.000) ........... 8.000
C – Reservas de Capital .................... 40.000 C – Ajustes de Avaliação Patrimonial ... 8.000

14.4. Perda de Reserva de Capital na Coligada ou Controlada


Diminui proporcionalmente e diretamente o PL da investidora. Apesar do conteúdo dos
Pronunciamentos Técnicos dos CPC’s não mencionarem de forma clara e explícita o nome
de conta do PL que a investidora irá utilizar neste caso, utilizaremos aqui a conta “Ajustes
de Avaliação Patrimonial” (alguns utilizam uma conta com o nome de “Outros Resultados
Abrangentes”, a qual, na realidade, seria uma espécie de “subconta” de Ajustes de Avaliação
Patrimonial).
Ex.: A investidora, Cia. G, possui 30% do capital de sua coligada, Cia. H. Em 30/06/X1, a
investida resgatou partes beneficiárias no total de R$ 50.000,00.
Lançamento na coligada Lançamento na investidora
D – Reservas de Capital .................... 50.000 D – Ajustes de Avaliação Patrimonial . 15.000
C – Caixa/Bancos .............................. 50.000 C – Investimentos (30% 50.000) ......... 15.000

14.5. Ajustes (Positivos) de Exercícios Anteriores


Ajustes positivos no PL da coligada ou controlada que sejam decorrentes de erros cometidos
em exercícios anteriores ou da mudança de critério contábil, com base no disposto no § 1o
do art. 186 da Lei 6.404/76, deverão ser feitos diretamente na conta Lucros (ou Prejuízos)
Acumulados da investida.
Da mesma forma, entendemos que a investidora deverá fazer proporcionalmente ao seu
percentual de participação ajustes também na conta “Lucros (ou Prejuízos) Acumulados”
e não na conta “Ajustes de Avaliação Patrimonial” como Outros Resultados Abrangentes,
Capítulo 17 (Atualizado)  —  Participações Societárias  ■  51

tendo em vista que tais ajustes na investida, em geral, são decorrentes de resultados apurados
nesta de forma “distorcida”, isto é, receitas e despesas ou lucros e prejuízos que não foram
devidamente contabilizados em exercícios anteriores. Assim, se tivessem sido contabilizados
no passado pela coligada ou controlada de forma correta, gerariam proporcinalmente na
investidora “Resultado da Equivalência Patrimonial”, mas como não foram, não geraram
esse resultado na investidora. Desta forma, nada mais justo e coerente do que a investidora
reconhecer diretamente esse ajuste no seu PL na mesma conta utilizada pela investida, ou
seja, a conta “Lucros ou Prejuízos Acumulados”.
Ex.: A controladora, Cia. I, possui 90% do capital de sua controlada, Cia. J. No exercício
social de X1, a investida superavaliou a depreciação de seus veículos em R$ 5.000,00. No
exercício social de X1 o erro foi descoberto, sendo feito o devido ajuste.
Lançamento na controlada Lançamento na controladora
D – Depreciação Acumulada ............... 5.000 D – Investimentos (90% 5.000) ............ 4.500
C – Lucros Acumulados ...................... 5.000 C – Lucros Acumulados ........................ 4.500

14.6. Ajustes (Negativos) de Exercícios Anteriores


Analogamente a tudo que foi visto no item anterior, ajustes negativos no PL da coligada ou
controlada que sejam decorrentes de erros cometidos em exercícios anteriores ou da mudança
de critério contábil, com base no disposto no § 1o do art. 186 da Lei 6.404/76, deverão ser
feitos diretamente na conta Lucros (ou Prejuízos) Acumulados da investida.
Ex.: A controladora, Cia. K, possui 70% do capital de sua controlada, Cia. L. No exercício
social de X1, a investida subavaliou a depreciação de seus veículos em R$ 4.000,00. No
exercício social de X1 o erro foi descoberto, sendo feito o devido ajuste.
Lançamento na controlada Lançamento na controladora
D – Lucros Acumulados ...................... 4.000 D – Lucros Acumulados ........................ 2.800
C – Depreciação Acumulada ............... 4.000 C – Investimentos (70% 4.000) ............ 2.800

14.7. Variação Cambial Decorrente de Investimento em Coligadas e Controladas


no Exterior
De acordo com o item 24 da Resolução CFC 1.157/2009,������������������������������
as variações cambiais dos in-
vestimentos em controladas (aquelas que não possuem a característica de filial, sucursal ou
extensão das atividades da controladora) e coligadas em outra moeda funcional que não o real
(R$) não podem, a partir de 2008, em função dessa Norma, afetar o resultado do exercício,
sendo registradas diretamente em conta transitória do patrimônio líquido, sob o título de
Ajuste Acumulado de Conversão ou equivalente, que será reconhecida no resultado apenas
quando da baixa do investimento. Essa conta não é uma Reserva, pode ter saldo negativo e
pode ser apresentada logo a seguir à de Ajustes de Avaliação Patrimonial, não se confundindo,
entretanto, com esta.
Ex.: A investidora localizada no Brasil, Cia. M, possui 70% do capital de sua controlada
localizada nos E.U.A, Cia. N. Em 01/12/X1, o PL da controlada foi avaliado em 100.000
52  ■  Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrarri

dólares, ao câmbio de R$ 2,00 o dólar. Ao longo de dezembro de X1, não houve nenhuma
alteração do PL da investida. No entanto, em 31/12/X1 o dólar foi cotado a R$ 1,60. Assim,
o cálculo do ajuste do PL da investida pela variação cambial será o seguinte: 70%(R$ 2,00
– R$ 1,60) × 100.000 = R$ 28.000,00.
Lançamento na controlada Lançamento na controladora
NÃO HÁ LANÇAMENTO, pois não houve altera- D – Ajuste Acumulado de Conversão... 28.000
ção de valor no PL da investida. C – Investimentos ................................ 28.000

14.8. Reavaliação de Ativos da Investida


Caso a coligada ou controlada, desde que permitido por lei, reavalie ativos a valores justos, a
investidora irá ajustar seu investimento em contrapartida com a conta “Ajustes de Avaliação
Patrimonial”, supondo que na aquisição ou subscrição do investimento não houve ágio por
mais-valia de ativos líquidos.
Ex.: A investidora, Cia. O, possui 25% do capital de sua coligada, Cia. P. No exercício social
de X1 a investida reavaliou um terreno contabilizado por R$ 20.000,00 a valor justo de R$
30.000,00.
Lançamento na coligada Lançamento na investidora
D – Terrenos ...................................... 10.000 D – Investimentos (25% 10.000) .......... 2.500
C – Ajustes de Avaliação Pat. .......... 10.000 C – Ajustes e Avaliação Pat. ................. 2.500

14.9. Reavaliação de Ativos da Investida Quando Há Ágio Por Mais-valia de Ati-


vos Líquidos Não Amortizado na Investidora
Caso a coligada ou controlada, desde que permitido por lei, reavalie ativos a valores justos,
e a investidora tenha pago ágio por mais-valia de ativos líquidos da investida quando da
aquisição ou subscrição das ações da mesma, o ajuste do investimento será feito em contra-
partida com a amortização do respectivo ágio.
Ex.: A investidora, Cia. Q, possui 25% do capital de sua coligada, Cia. R. No exercício
social de X1 a investida reavaliou um terreno contabilizado por R$ 20.000,00 a valor justo
de R$ 30.000,00.
Lançamento na coligada Lançamento na investidora
D – Terrenos ...................................... 10.000 D – Investimentos (25% 10.000) .......... 2.500
C – Ajustes de Avaliação Pat. .......... 10.000 C – Ágio por Mais-Valia de Ativos ...... 2.500

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