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ENFERMAGEM EM CENTRO CIRURGICO

O Centro-cirúrgico (CC) pode ser considerado uma das unidades mais complexas do
hospital, pela constante presença de agente estressores, devido às possibilidades de risco à
saúde que os pacientes estão sujeitos ao serem submetidos à intervenção cirúrgica. Trata-se de
um setor de alto custo, tanto pela construção, que deve ser executada de acordo com normas
técnicas e assépticas. Nele são realizadas técnicas estéreis para garantir a segurança do cliente
quanto ao controle de infecção.
O centro cirúrgico é o local onde se realizam procedimentos cirúrgicos e anestésicos, com
o objetivo de prevenir, curar ou aliviar transtornos no sentido de melhorar a qualidade de vida
do paciente.

Conceitos
Ministério da Saúde – É o conjunto de elementos destinados às atividades cirúrgicas, bem
como a recuperação anestésica e pós operatória imediata.

Lamb (2000) – “É o conjunto de ambientes, devidamente localizados, dimensionados, inter-


relacionados e dotados de instalações e equipamentos, com pessoal qualificado e treinado para
a realização de procedimentos cirúrgicos, de forma a oferecer o máximo de segurança aos
pacientes e às melhores condições de trabalho para equipe técnica”.

OBJETIVOS
Sendo um setor de circulação restrita, destacam-se, entre suas finalidades:
➢ Realizar procedimentos cirúrgicos e devolver os pacientes às suas unidades de origem
nas melhores condições possíveis de integridade;
➢ Servir de campo de estágio para a formação, treinamento e desenvolvimento de
recursos humanos;
➢ Servir de local para desenvolver programas e projetos de pesquisa voltados para o
desenvolvimento científico e especialmente para o aprimoramento de novas técnicas
cirúrgicas e assépticas.

Zoneamento do Centro Cirúrgico

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O acesso ao C.C. deve estar interligado de acordo com os profissionais que fazem
parte dele, são eles:
➢ Pacientes: deve ter acesso pela porta/ entrada principal.
➢ Pessoal/equipe: deve ter acesso pela entrada dos vestuários que devem estar
interligadas ao C.C.
➢ Serviço de apoio: devem ter entradas auxiliares para roupas limpas, roupas sujas,
equipamentos, exames, material contaminados.
O acesso no Centro Cirúrgico é divide em áreas, essas áreas são classificadas como:
ÁREA RESTRITA: O profissional deve circular devidamente paramentado: roupa
apropriada, gorro, máscara (Sala de cirurgia e arsenal).
ÁREA SEMI-RESTRITA: O profissional deve estar com a roupa privativa do C.C e é
dispensável a máscara (corredores, copa, secretaria).
ÁREA IRRESTRITA: O profissional circula normalmente com a roupa branca (Vestiário e
corredores externos).

ESTRUTURA FÍSICA E FUNCIONAL DO C.C.


Geralmente o Centro cirúrgico é composto de Secretaria, Sala para os profissionais,
Sala de ensino (hospital escola), Banheiros, Sala para guardar material de consumo, Sala para
guardar equipamentos, Arsenal, Expurgo, Lavabos, Salas cirúrgicas, Copa e Repousos.
Planta Física: Planejamento Físico Deve ser planejada em equipe: arquitetos, engenheiros,
enfermeiros, médicos e administradores Considerar: Número de leitos Número de
cirurgias/dia Horário de utilização Taxa de ocupação especialidades. Um Centro Cirúrgico
deve dispor das seguintes dependências:
Vestiários masculinos e femininos: Devem oferecer acesso externo ( por fora das instalações
do Centro Cirúrgico) e interno ( pelo corredor cirúrgico). É importante que eles disponham de
sanitários e chuveiros ( para uso das equipes) e armários ( para a guarda de uniformes, roupas
e outros pertences).
Posto de enfermagem: Local destinado à chefia e à secretaria, que exercem o controle
administrativo da unidade.
Copa: Área reservada ao pessoal do centro cirúrgico, para lanches rápidos.

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Sala de estar: Deve ficar localizada próximo aos vestiários e à copa, sempre que possível,
servindo de área de descanso para a equipe do centro cirúrgico.
Área de baldeação ou troca-macas: Localizada à entrada do Centro Cirúrgico, onde se dá a
transferência do paciente da maca em que veio para a maca privativa do centro.
Sala de material cirúrgico ou de estocagem de material esterilizado: Destina-se à
recepção, guarda e redistribuição de todo o material limpo e esterilizado a ser usado no Centro
Cirúrgico.
Lavabos: Destinados à lavagem e anti-sepsia das mãos e ante-braços, antes da operação. Por
isso, devem ser equipados com recipientes para Antissépticos e torneiras que possam ser
manobradas sem o uso das mãos.
Sala de expurgo: Local equipado com tanque para o despejo de sangue, secreções e outros
líquidos provenientes da operação. Na sala de expurgo também de depositam, inicialmente,
instrumentos, roupas usadas e outros materiais, para posterior lavagem. É considerada,
portanto, área suja.
Sala de material de limpeza: Área para a reserva de materiais e de utensílios usados na
limpeza do Centro Cirúrgico.
Sala guarde equipamentos: área usada para guardar aparelhos como os de anestesia, bisturi
elétrico, aspiradores, focos portáteis, suportes de soro, mesas auxiliares e materiais que,
eventualmente, não estejam em uso. O aparelho de raio X móvel poderá também ser guardado
nessa sala, caso não haja local específico para ele.
Rouparia: Local destinado à guarda da roupa limpa não-estéril. Muitas vezes é representada
apenas por um armário.
Posto de enfermagem: Local destinado à chefia e à secretaria, que exercem o controle
administrativo da unidade.
Farmácia: A Farmácia Hospitalar é um órgão de abrangência assistencial, técnico-científica e
administrativa, onde se desenvolvem atividades ligadas à produção, armazenamento, controle,
dispensação e distribuição de medicamentos e correlatos às unidades hospitalares.
Sala de guarda de materiais estéreis e descartáveis: Local onde se armazenam materiais
descartáveis como seringas e agulhas, equipos de soro, fios de sutura, frasco de soro, entre
outros. Modelo atualizado de farmácia satélite.
Elementos de apoio técnico ADM.: O Centro-cirúrgico conta com o apoio imprescindível de
alguns setores ligados direta ou indiretamente a ele e que deve estar prontamente preparados
para atendê-lo para seu funcionamento, tais como: banco de sangue, raio-x, laboratório e

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anatomia patológica, serviço de engenharia clínica e de manutenção, farmácia, segurança e
secretaria, e agendamento.
Sala DML: Área para a reserva de materiais e de utensílios usados na limpeza do Centro
Cirúrgico.
Portas: As portas das salas de cirurgia devem ser largas para facilitar a passagem de macas e
equipamentos cirúrgicos. Devem possuir metal na altura da maca para evitar seu estrago, ser
lavável. É indicado o uso de portas do tipo vaivém que impeçam o uso das mãos para abrila.
Que tenha visor de separação dos ambientes.
Piso: Deve ser de superfície lisa, não porosa, resistentes a agentes químicos, sem fendas ou
fissuras, realçar a sujeira, não refletir a luz, impermeável.
Paredes: Devem ser revestidas de material liso, resistente, lavável, antiacústico e não refletor
de luz. É proibido o uso de cimento sem nenhum aditivo antiabsorvente para rejunte de peças
cerâmicas ou similares tanto nas paredes quanto nos pisos. Devem ser utilizados cantos
arredondados nas paredes.
Teto: Deve ser de material resistente, lavável, não deve conter ranhuras e não deve ser
poroso, para facilitar a limpeza e impedir a retenção de microorganismos. Deve ser contínuo,
não sendo permitido a utilização de forro falso-removível. É recomendado um espaço útil de
no mínimo 80 cm de altura livre entre a laje do forro e o piso do pavimento superior,
possibilitando assim a instalação de novos equipamentos e a entrada do pessoal do serviço de
manutenção.
Devido ao grande risco de incêndio, pelo elevado número de materiais de fácil
combustão, a sala cirúrgica, além de contar com os equipamentos de combate a incêndio do
centro-cirúrgico (extintores e mangueiras) a sala de cirurgia deve contar com um sistema de
segurança que, através da elevação da temperatura, produz fortes borrifos de água no
ambiente.

AMBIENTES DO C.C.
➢ SALA DE RECEPÇÃO E TRANSFERÊNCIA DO PACIENTE;
➢ SALA DE GUARDA E PREPARO DE ANESTÉSICO;
➢ SALA PRÉ ANESTÉSICA;
➢ LAVABO (DEGERMAÇÃO DAS MÃOS);
➢ SALAS DE CIRURGIAS (PEQUENA, MÉDIA E GRANDE PORTE);
➢ ÁREA PARA PRESCRIÇÃO MÉDICA;

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➢ POSTO DE ENFERMAGEM;
➢ BANHEIROS E VESTUÁRIOS;
➢ SALA DE REPOUSO DOS PROFISSIONAIS;
➢ SALA DE ESPERA DA FAMÍLIA;
➢ COPA;
➢ SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICO;
➢ SALA PARA GUARDA DE PEÇAS ANATÔMICAS.

LOCALIZAÇÃO

O centro cirúrgico deve estar localizado em área de fácil acesso para pacientes críticos
e próximo às áreas de suporte, (unidades de internação cirúrgica, pronto socorro e UTI).
O local deve ter pouco ruído para reduzir os estímulos sonoros que possam interferir
na concentração da equipe cirúrgica e desencadear estresse do paciente.
O CC deve estar localizado em uma área do hospital que ofereça a segurança
necessária às técnicas assépticas, portanto distante de locais de grande circulação de pessoas,
de ruído e de poeira.
O principal e mais importante aspecto físico a ser considerado na localização do C.C.
não é o seu local, e sim, a circulação geral interna, que deve ser livre para pessoas internas e
totalmente bloqueada para pessoal de fora.
Deve ser independente da circulação geral, com o controle de trânsito de pessoas e
materiais estranhos, pouco de ruído e acesso livre e fácil de pacientes das Unidades de
internação, Pronto Socorro e UTI.

RECURSOS DO C.C.
RECURSOS HUMANOS
O centro cirúrgico é considerado o cume da medicina curativa e seu objetivo principal
é oferecer condições ideais para o perfeito funcionamento técnico e administrativo, para o
atendimento ao paciente.
A operacionalização no C.C. é regida por INSTRUMENTOS
ORGANIZACIONAIS, documentos que norteiam a prática dos profissionais no setor, esses
documentos são O REGIMENTO, O REGULAMENTO, AS NORMAS e AS ROTINAS.
Esses INSTRUMENTOS ORGANIZACIONAIS devem ser pautados nos princípios éticos e
profissionais e devem ter aprovação a nível de gerenciamento do serviço.

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O REGIMENTO: é um ato normativo, de caráter flexível, elaborado pelo coordenador de
enfermagem ou pela coordenação do gerente dos serviços de Enfermagem.
O REGULAMENTO: é um instrumento organizacional embora seja de acesso mais restrito
que os demais, é próprio da direção do serviço e se for um hospital escola ele tem como base
o regimento da universidade.
AS NORMAS: são instrumentos que determinam o que deve ser feito e como deve ser feito
constituindo-se parâmetros para as atividades de enfermagem. As normas do centro cirúrgico
destinam-se ao pessoal que deverá conhecer seu trabalho com detalhes.
AS ROTINAS: são descrições sistemáticas dos passos a serem desenvolvidos para a
realização das ações componentes de uma atividade, ou seja, estabelecem as tarefas de forma
sistemática na seqüência em que devem ser executadas.
Para um bom funcionamento do Centro Cirúrgico, a liderança das chefias é um
requisito indispensável no sentido de dar bom andamento ao funcionamento do setor,
respeitando sempre a hierarquia:
ENFERMEIRO CHEFE – ENFERMEIRO SUPERVISOR – TÉCNICOS DE
ENFERMAGEM – SERVIÇOS GERAIS.
As atividades de Enfermagem estão sujeitas a constantes mudanças pelas novas
descobertas da ciência, a exemplo das cirurgias videolaparoscópicas, em decorrência deste
dinamismo a equipe de enfermagem necessitam constantemente de atualização.
ORGANIZAÇÃO DE PESSOAL
O pessoal que atua na unidade pode ser dividido em 3 equipes: com suas respectivas
funções:
➢ Equipe de anestesia;
➢ Equipe de cirurgia;
➢ Equipe de enfermagem.
Estas três equipes prestam assistência direta através de um trabalho harmonioso, visando a
segurança do paciente e à eficiência do ato cirúrgico.
1º Equipe de anestesia: compõe-se de anestesiologista;
2º Equipe Cirúrgica: formada pelo cirurgião, assistente e instrumentador;
3º Equipe de Enfermagem: composta pelo enfermeiro, técnicos de enfermagem e auxiliares
de enfermagem.
ANESTESISTA: é de sua responsabilidade prescrever a medicação pré anestésica, planejar e
executar a anestesia, bem como controlar o paciente no trans e pós – operatório, até o
restabelecimento de seus reflexos.

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CIRURGIÃO: é da sua competência planejar e executar o ato cirúrgico, comandar e manter a
ordem no campo operatório.
1º ASSISTENTE: é sua função auxiliar no campo operatório e se necessário, substituir o
cirurgião.
INSTRUMENTADOR: é o integrante da equipe que se responsabiliza pelo preparo da mesa,
fornece instrumentais ao cirurgião e assistente, mantém a mesa em ordem desde o inicio até o
termino da cirurgia.
EMFERMEIROS: é o profissional habilitado para coordenar o desenvolvimento do ato
anestésico cirúrgico em todas as suas etapas. Pode ser o chefe do setor, o supervisor
dependendo da organização estrutural adotada.
TECNICO EM ENFERMAGEM: é o profissional habilitado para exercer a maioria das
atividades de enfermagem no Centro Cirúrgico como cuidado direto ao paciente, sendo
subordinado ao enfermeiro. Auxiliar o enfermeiro caso seja necessário;
AUXILIAR DE ENFERMAGEM: Exercer a função de circulante de sala e outras que foram
delegadas pela enfermeira. Revisar e repor diariamente o material da sala cirúrgica.

EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS NO C.C.


Os equipamentos podem ser classificados em: fixos e moveis.
Fixos: são aquelas adaptadas à estrutura da sala cirúrgica. São eles:
➢ Interruptores e tomadas elétricas de 110 e 220V;
➢ Negatoscópio;
➢ Oxigênio e vácuo centralizado;
➢ Foco central fixo ao teto;
➢ Ar condicionado.
Moveis: são os que podem ser deslocados ou acrescidos na sala cirúrgica.
➢ Mesa cirúrgica e acessórios tais como: perneiras, suporte de ombro, estofado de
espuma, porta coxa;
➢ Mesas auxiliares como a mesa de Mayo;
➢ Mesa para instrumental cirúrgico com rodas;
➢ Mesa fixa para lap, ou roupas estéreis;
➢ Suporte de bacia;
➢ Suporte de soro e alças;
➢ Tala de suporte para braço;

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➢ Banco giratório;
➢ Balde para lixo com suporte de rodinhas;
➢ Suporte de hamper;
➢ Foco auxiliar;
➢ Escadinha com dois degraus;
➢ Estrado;
➢ Aparelho de anestesia / monitores;
➢ Aspirador portátil;
➢ Eletrotermocauterio (Bisturi Elétrico);
➢ Coxins;
➢ Extensão.

CIRURGIA
Cirurgia (do grego χειρουργική "cheirourgikē" e latim chirurgiae, trabalho manual) é
quando o cirurgião realiza uma intervenção manual ou instrumental no corpo do paciente para
diagnosticar ou tratar doenças ou traumatismo, ou para melhorar a funcionalidade ou
aparência de parte do corpo.
Cirurgia: ramo da medicina que se propõe curar pelas mãos. Do grego: kheirourgia
(kheiros, mão e ergon, obra). O termo cheirourgos é encontrado em autores gregos clássicos
designando não só o médico que tratava doenças com as mãos, como também cozinheiros ou
tocadores de cítara. Esse termo vem sendo modificado através dos tempos: cirurgien, surgien
em francês arcaico e daí surgeon em inglês.
Cirurgia é ciência e arte. Como ciência, tem renovação dinâmica e constante de
preceitos e conceitos em função da sua própria evolução. Como arte exige um aprendizado
manual paciente e bem conduzido. Será aprendida mais facilmente por aqueles que nascem
com vocação e aptidão específicas, como acontece com todas as artes.
Em épocas passadas a cirurgia era considerada o último recurso aplicável a doentes
para os quais não havia mais remédios que lhe restabelecessem a normalidade. Com a
evolução dos conhecimentos, a cirurgia passou a ter lugar no tratamento de algumas doenças.
Hoje exige dos cirurgiões o conhecimento de anatomia e fisiologia, bioquímica, imunologia,
bacteriologia, metabolismo e, obviamente, de técnica cirúrgica.

HISTÓRIA DAS CIRURGIAS

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Sabe-se que a cirurgia é praticada desde a pré-história, através de procedimentos
de trepanação (operação que consiste em praticar uma abertura em um osso).
No entanto, a cirurgia teve seus primeiros desenvolvimentos científicos no século
XVI, com Ambroise Paré – “o pai da cirurgia moderna”, que, além de esclarecer inúmeras
questões de anatomia, fisiologia e terapêutica, substituiu a cauterização com ferro em brasa
pela ligadura das artérias depois de uma amputação de membro.
Mais tarde, a descoberta da anestesia e a criação da antissepsia marcaram, no final do
século XIX, o início da cirurgia moderna, cuja eficácia aumentou com a transfusão de sangue
e a neurocirurgia, desenvolvidas entre as duas grandes guerras. Nos anos 50, a descoberta dos
antibióticos também garantiu maior eficácia aos procedimentos cirúrgicos.
Atualmente, todos os órgãos são acessíveis à cirurgia e as técnicas recentes (a partir
dos anos 60) de transplantes de órgãos são uma vitória da cirurgia, embora ainda haja
problemas de rejeição.
A incrível aceleração do ciclo moderno nos permite afirmar que 90% dos cientistas
que a espécie humana produziu ainda estão vivos – 90%; dos procedimentos utilizados nas
cirurgias de um modo geral não existiam em 1970, 90% dos remédios de hoje não eram
conhecidos em 1960, ora, é tanta evolução que o homem vivencia que chega a nos angustiar.
E a evolução continua. Já se fala em Nanotecnologia, uso de micro-laparoscopios,
instrumentais do tamanho de 1,75 mm ou menos. A Bioengenharia já tem protótipos de robôs
sendo dirigidos à distancia pelos cirurgiões. O que disto tudo irá ficar só o tempo dirá.

CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS


CLASSIFICAÇÃO QUANTO À URGÊNCIA CIRÚRGICA QUE ENGLOBA:

Cirurgia eletiva: Tratamento cirúrgico proposto, mas cuja realização pode aguardar ocasião
mais propícia, ou seja, pode ser programado. Por exemplo: mamoplastia, gastrectomia.
Cirurgia de urgência: Tratamento cirúrgico que requer pronta atenção e deve ser realizado
dentro de 24 a 48 horas. Por exemplo: apendicectomia, brida intestinal.
Cirurgia de emergência: Tratamento cirúrgico que requer atenção imediata por se tratar de
uma situação crítica. Por exemplo: Ferimento por arma de fogo em região pré- cordial,
hematoma subdural.

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CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A FINALIDADE DO TRATAMENTO
CIRÚRGICO

Cirurgia Curativa: Tem por objetivo extirpar ou corrigir a causa da doença, devolvendo a
saúde ao paciente. Para essa finalidade é necessário as vezes a retirada parcial ou total de um
órgão. Este tipo de cirurgia tem uma significação menos otimista quando se trata de câncer,
neste caso, a operação curativa é aquela que permite uma sobrevida de alguns anos.
Cirurgia Paliativa: Tem a finalidade de atenuar ou buscar uma alternativa para aliviar o mal,
mas não cura a doença.
Cirurgia Diagnóstica: Realizada com o objetivo de ajudar no esclarecimento da doença.
Cirurgia Reparadora: Reconstitui artificialmente uma parte do corpo lesada por
enfermidade ou traumatismo.
Cirurgia Reconstrutora / cosmética / plástica: Realizada com objetivos estéticos ou
reparadores, para fins de embelezamento.

CLASSIFICAÇÃO PELO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO:


Cirurgia limpa: Primariamente fechada, sem a presença de dreno, não traumática. Realizadas
em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso e
inflamatório local. Cirurgias em que não ocorreram penetrações nos tratos digestivo,
respiratório ou urinário.
Cirurgia potencialmente contaminada: Realizada em tecidos colonizados por microbiota
pouco numerosa ou em tecido de difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso
e inflamatório, e com falhas técnicas discretas no transoperatório. Cirurgias com drenagem
aberta enquadram-se nesta categoria. Ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório ou
urinário sem contaminação significativa.
Cirurgia contaminada: Cirurgia realizada em tecidos abertos e recentemente traumatizados,
colonizados por microbiota bacteriana abundante, de descontaminação difícil ou impossível,
bem como todas aquelas em que tenha ocorrido falha técnica grosseira, na ausência de
supuração local; presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda intenção
ou grande contaminação a partir do tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária também se
inclui nesta categoria.
Cirurgia infectada: São todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou
órgão em presença de processo infeccioso (supuração local), tecido necrótico, corpos

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estranhos e feridas de origem suja. Por exemplo: cirurgias de reto e ânus com secreção
purulenta.

PORTES E TEMPOS CIRURGICO


As cirurgias podem ainda ser classificadas quanto ao porte cirúrgico ou risco
cardiológico (pequeno, médio ou grande porte), ou seja, a probabilidade de perda de fluidos e
sangue durante sua realização.
Grande porte: Com grande probabilidade de perda de fluido e sangue. Por exemplo:
cirurgias de emergência, vasculares arteriais.
Médio Porte: Com média probabilidade de perda de fluido e sangue. Por exemplo: cabeça e
pescoço, ressecção de carcinoma, ortopedia prótese de quadril.
Pequeno porte: Com pequena probabilidade de perda de fluido e sangue. Por exemplo:
plástica mamoplastia e endoscopia.

QUANTO AO TEMPO DE DURAÇÃO:


Porte I: com tempo de duração de até 2 horas.
Porte II: cirurgias que duram de 2 a 4 horas.
Porte III: de 4 a 6 horas de duração.
Porte IV: com tempo de duração acima de 6 horas.

NOMENCLATURA DAS CIRURGIAS


NOMENCLATURAS / Terminologia Cirúrgica

São Vocábulos e expressões utilizadas na área médico-Cirúrgica e é de fundamental


importância que os profissionais de saúde conheçam os termos cirúrgicos para que não haja
nenhum problema na interpretação de prontuários e prescrições médicas.
As terminologias facilitam, principalmente, o trabalho dos profissionais de saúde que
trabalham: no centro de materiais esterilizados, e Centro Cirúrgico, pois eles podem preparar
os materiais necessários com mais agilidade e facilidade.
Nos setores, para realizar o preparo cirúrgico adequado, cabe ao pessoal de
enfermagem entender os diversos aspectos que envolvem o procedimento cirúrgico, em
especial a terminologia pertinente.

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Essa terminologia é formada por prefixos, que designam a parte do corpo relacionada
à cirurgia, e por sufixos, que indicam o ato cirúrgico referente. Os principais objetivos da
terminologia cirúrgica são:
➢ Fornecer a definição do termo cirúrgico;
➢ Descrever os tipos de cirurgia;
➢ Facilitar o preparo dos instrumentais e equipamentos cirúrgicos apropriados para cada
tipo de cirurgia.

NOMENCLATURA CIRURGICA
Uma forma de facilitar o atendimento em casos de emergência e proporcionar o acesso
a áreas restritas com maior rapidez e consequentemente diminuir a morbidade e mortalidade
na instituição.
São termos formados por prefixos utilizados no dia-a-dia cirúrgico , indicando o órgão
e o ato cirúrgico a ser realizado.
Algumas palavras já constituem vernáculo técnico, portanto, mais conhecidas,
exemplos:

➢ Adeno – glândula;
➢ Cisto – bexiga;
➢ Cole – vesículas;
➢ Colo – colo;
➢ Colpo – vagina;
➢ Êntero – intestino;
➢ Gastro – estômago;
➢ Hístero – útero;
➢ Nefro – rim;
➢ Oftalmo – olhos;
➢ Oofor – ovários;
➢ Orqui – testículos;
➢ Ósteo – osso;
➢ Oto – ouvido;
➢ Procto – reto;
➢ Rino – nariz;

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➢ Salpinge – trompas;
➢ Tráqueo – traquéia;
➢ Ectomi - remoção de um órgão ou parte dele;
➢ Pexia – fixação de um órgão;
➢ Plastia – alteração de forma de um órgão;
➢ Ráfia – sutura;
➢ Scopia - olhar no interior;
➢ Somia – abertura de uma nova boca;
➢ Tomia – abertura de um órgão;

OPERAÇÕES DE REMOÇÃO DE (ECTOMIA)

➢ Apendicectomia – apêndice;
➢ Cistectomia – bexiga;
➢ Colecistectomia – vesícula biliar;
➢ Esplenomegalia – baço;
➢ Hepatomegalia – fígado;
➢ Histerectomia – útero;
➢ Mastectomia – mama;
➢ Nefrectomia – rim;
➢ Pneumectomia – pulmão.

OPERAÇÕES DE ABERTURA (TOMIA)

➢ Artromia – articulação;
➢ Duodenotomia – duodeno;
➢ Laparotomia – cavidade abdominal;
➢ Toracotomia – parede torácica.

CONSTRUÇÃO CIRURGICA DE NOVAS BOCAS (STOMIA)

➢ Colecistomia – abertura e colocação de drenos;


➢ Colostomia – abertura do colo através da parede abdominal;
➢ Ileostomia – formação de abertura artificial do íleo;

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➢ Nefrostomia – colocação de sonda no rim para drenagem de urina.

OPERAÇÃO DE FIXAÇÃO (PEXIA)

➢ Hísteropexia – suspensão e fixação do útero;


➢ Nefropexia – suspensão e fixação do rim;
➢ Orquiopexia- abaixamento e fixação do testículo em sua bolsa.

OPERAÇÕES PARA ALTERAÇÃO DA FORMA OU FUNÇÃO (PLASTIA)

Blefaroplastia- plástica da pálpebra.


Mamografia- plástica de mama.
Rinoplastia- plástica da trompa para sua recanalização.

OPERAÇÕES DE SUTURA (RAFIA)

➢ Colporrafia – sutura da vagina;


➢ Gastrorrafia – sutura do estômago;
➢ Tonorrafia – sutura do tendão.

PREFIXOS DA TERMINOLOGIA CIRÚRGICA E SEUS SIGNIFICADOS: PREFIXO =


RELATIVO A

➢ Adeno = glândula;
➢ Blefaro = pálpebra;
➢ Cisto = bexiga;
➢ Cole = vesícula;
➢ Colo = colon;
➢ Colpo = vagina
➢ Entero = intestino delgado;
➢ Gastro = estômago;
➢ Histero = útero;
➢ Nefro = rim;
➢ Oftalmo = olho;

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➢ Ooforo = ovário;
➢ Orqui = testículo;
➢ Osteo = osso;
➢ Oto = ouvido;
➢ Proto = reto;
➢ Rino = nariz;
➢ Salpingo = trompa;
➢ Traqueo = traqueia.

SUFIXOS DA TERMINOLOGIA CIRÚRGICA E SEUS SIGNIFICADOS


SUFIXO = SIGNIFICADO

➢ Ectomia = remoção parcial ou total;


➢ Pexia = fixação de um órgão;
➢ Plastia = alteração de forma e / ou função / plástica;
➢ Rafia = sutura;
➢ Scopia = visualização do interior do corpo em geral por meio de aparelhos com lentes;
➢ (s) tomia = abertura de um órgão ou de uma nova boca;
➢ Retossigmoidoscopia - idem para retossigmóide.

ESCOLHA DO MATERIAL DAS CIRURGIAS


A medicina é um dos campos do conhecimento mais dinâmicos, em que as mudanças
e a incorporação de novas tecnologias acontece num ritmo que muitas vezes é difícil até para
especialistas acompanhar.
Os equipamentos cirúrgicos e os diversos instrumentos para cirurgia passam
constantemente por modificações, de acordo com a especialidade a que se destinam e seu uso
mais ou menos constante.
Portanto, a cirurgia médica, e ramificações como cirurgia neurológica, de coluna,
bucomaxilofacial ou mesmo odontológica é uma especialidade complexa, que demanda alto
nível técnico por parte dos médicos que se dedicam a esse ramo da medicina.
Entretanto, o instrumental cirúrgico é categorizado pela utilização com que se emprega
nas cirurgias, que embora tenham cada uma suas particularidades, seguem um roteiro básico,
que deve ser observado por todo médico cirurgião.
Desta forma, temos a seguinte divisão dos instrumentos:

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Diérese: São os instrumentos utlizados para realização de cortes e incisões, como bisturis e
tesouras. São utilizados em diversos tipos de cirugias, tanto gerais como especiais.
Hemostasia: Por hemostasia entende-se o estancamento de sangue em vasos sanguíneos
expostos. Para essa função, são empregadas pinças, com uma infinidade de tamanhos e
nomenclaturas, não raro emprestadas dos seus inventores, como as pinças Rochester e Kelly.
As pinças para hemostasia podem ser classificadas como traumáticas e atraumáticas e pela sua
natureza ou duração, podendo ser temporária ou definitiva; corretiva ou preventiva.
De preensão: Nessa categoria, encontram-se as pinças destinadas a segurar ou manter
suspensos órgãos e vísceras. Como exemplos desse tipo de instrumento temos as pinças de
Allis, para preensão de intestinos; de Backaus ou as de Kocher, para preensão aponeurótica.
De separação: Sua função, como o próprio nome já sugere, é proporcionar melhor
visibilidade às reentrâncias onde se realizam as cirugias. São divididos em dinâmicos e
autoestáticos.
De síntese: Empregados para suturas, são as agulhas destinadas a dar pontos, grampos e
adesivos dermatológicos para recuperação de ferimentos.
De campo: São as pinças utilizadas para delimitar a área em que será realizada uma cirurgia,
compostos por equipamentos para laparoscopia e aspirador ou irrigador para manter “limpa” a
região a ser operada, livre de fluidos orgânicos.

NO FINAL DA CIRURGIA, O CIRCULANTE DEVE:


➢ Avisar o paciente do término do procedimento cirúrgico;
➢ Auxiliar o cirurgião no curativo cirúrgico;
➢ Retirar equipamentos, campos sujos e molhados que estão sobre o paciente;
➢ Colocar o paciente em posição dorsal;
➢ Verificar permeabilidade, fixação e drenagem de sondas, drenos e cateteres;
➢ Remover a placa dispersiva do gerador eletro-cirúrgico;
➢ Cobrir, aquecer e promover o conforto do paciente na mesa cirúrgica;
➢ Ajudar o anestesiologista a manter a permeabilidade das vias aérea superiores;
➢ Controlar a permeabilidade, fixação e gotejamento das infusões e irrigações;
➢ Fazer anotações de enfermagem e ordem no prontuário;
➢ Completar a ficha de débito;
➢ Avisar o enfermeiro da recuperação pós-anestésica (RPA) ou da unidade de terapia
intensiva das condições em que o paciente se encontra;

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➢ Transportar o paciente à RPA ou à sua unidade de origem de acordo com a rotina do
CC.

CUIDADOS COM CAMPOS E ROUPAS


Para pessoas com avental e luvas esterilizadas
➢ Nunca ficar de costas para a mesa cirúrgica;
➢ Sempre virar de frente quando passar por outra pessoa na sala;
➢ Reconhecer e dizer se você ou outra pessoa quebrar a técnica asséptica (tocar com a
luva e objeto não esterilizado, etc...);
➢ Falar somente o necessário.

Para pessoas com pijama, gorro e máscara


➢ Não tocar superfícies contendo material esterilizado;
➢ Não se debruçar sôbre o campo cirúrgico, a não ser se permitido;
➢ Não encostar no campo esterilizado;
➢ Caminhar o mínimo possível ao redor.

DEGERMAÇÃO EM CENTRO CIRÚRGICO


A degermação das mãos é uma conduta de baixo custo e extremamente relevante no
contexto da prevenção da infecção hospitalar. A flora bacteriana pode ser residente ou
transitória.

ASSEPSIA CIRÚRGICA
Todo suprimento cirúrgico, como instrumentos, agulhas, luvas, campos e soluções que
entram em contato com a ferida cirúrgica devem ser esterilizados.
A assepsia cirúrgica previne contra infecção dos sítios cirúrgicos.

Medidas de assepsia cirúrgica e controle ambientais:


Escovação das mãos e antebraços com sabão anti-séptico (medida sendo avaliada);
tem por objetivo promover a eliminação da flora transitória residente e, ainda, o retardamento
da recolonização da flora residente pelo efeito residual.
Estas substâncias, como degermantes e anti-sépticas, devem agir rapidamente, ter
efeito residual e não ser irritantes para a pele.

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No Brasil, as soluções degermantes anti-sépticas usadas para degermação das mãos
são:
➢ Solução detergente de polivinil-pirrolidona - iodo a 10% (PVPI) com 1% de iodo ativo
(possui 4 horas de ação residual);
➢ Solução de detergente de clorexidina a 4%, contendo 4% de álcool etílico (possui ação
residual de 6-8 horas), no caso de alergia ao iodo.
➢ Cabelos e cabeça cobertos com gorro;
➢ Máscara sobre nariz e boca;
➢ Utilizar capotes e luvas esterilizadas.
➢ Os capotes da equipe cirúrgica são considerados estéreis na frente do tórax até o nível
do campo esterilizado.
➢ As mangas são consideradas esterilizadas a partir de 5 cm do cotovelo até a borda
elástica;
➢ Depois de uma embalagem aberta as bordas são consideradas não estéreis;
➢ Pele do paciente deve ser limpa, recebendo a aplicação de um agente antimicrobiano;
➢ Remoção do pêlo imediatamente antes do procedimento para minimizar os riscos de
infecção;
➢ Cobrir o corpo do paciente com campos esterilizados, que devem colocados o mais
próximo possível da sua utilização;
➢ Todo material em contato com a ferida cirúrgica deve se manter esterilizado.
➢ Fluxo de ar laminar é desejado para cirurgias com mais possibilidade de infecção
como a de transplante de órgãos;
Restringir movimentos e pessoas na sala de cirurgia.

MÉTODOS
A escolha do método para eliminação ou inativação dos microrganismos das mãos
depende da flora em que se quer atuar e da situação em particular.
A flora residente não é facilmente removível por lavação e escovação mas pode ser
inativada por anti-sépticos.
A flora transitória por sua vez é facilmente removível pela limpeza com água e sabão ou
destruída pela aplicação de anti-sépticos

LAVAGEM DAS MÃOS

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A lavagem básica das mãos tem seu objetivo, a remoção da maioria da flora transitória
bem como de sujidades de células descamadas, oleosidades, suor, pelos e alguns
microrganismos.

ALGUNS AGENTES ANTISSÉPITCOS


Clorexidine: É um antisséptico fenólico, praticamente atóxico e não alergênico. Tem boa
atividade contra bactérias os Gram-positivos e Gram- negativos.
Hexaclorofeno: É um composto fenólico, com forte ação bacteriostática contra bactérias
Gram-positiva e fungos patogênicos. Sua ação é limitada contra Gram-negativos e esporos.
Proibido no Brasil desde 1983, pela sua alta toxicidade.

TÉCNICA DA LAVAGEM DAS MÃOS


A) abrir a torneira sem encostar na pia para evitar contaminação da roupa;
B) colocar 3 a 5 ml de sabão líquido nas mãos se o sabão for de barra enxaguá-lo antes de
usá-lo;
C) ensaboar mãos por 15 a 30 segundo não esquecendo unhas, polegar, articulações, espaços
interdigitais, extremidades dos dedos, palma da mãos, dorso da mão e punho;
D) enxugar as mãos com papel toalha duas folhas e com esse papel fechar a torneira.

LAVAR AS MÃOS NAS SEGUINTES OCASIÕES


a) Quando estiverem sujas;
b) Antes e após contato com paciente;
c) Antes e após administração de medicamentos;
d) Ao preparar materiais e equipamentos;
e) Na manipulação de cateteres, equipamentos respiratórios e na manipulação do sistema
fechado de drenagem urinária;
f) Antes e após realizar trabalho hospitalar;
g) Antes e após realizar atos e função fisiológica ou pessoais.

ANTI-SEPSIA DAS MÃOS


A anti-sepsia das mãos é feita com substâncias que removem, destroem ou impedem o
crescimento de microorganismos da flora transitória e alguns residente da pele e mucosas,
chamados anti-sépticos.

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A anti-sepsia das mãos é feita em locais apropriado como lavabo que necessita de
técnicas adequada.
Em procedimentos que não precise de efeitos residual de anti-sépticos pode-se optar
pela lavagem das mãos com água e sabão seguida de anti-sépticos, exemplo: no preparo de
dieta, na instalação de diálise, na instrumentação de sondagem de orifício natural, em
punções, após tarefas de laboratórios, antes e após curativos.
A escolha entre lavagem simples das mãos, uso de anti-sépticos e seguida de anti-
séptico deve basear-se no grau de contaminação, no procedimento a ser realizado e na
importância de reduzir-se a flora transitória e/ou residente. O anti-séptico de escolha deve ser
aquele que melhor se adeque aos parâmetros de ação sobre a microbiota em questão,
tolerância do profissional e custo.
Os anti-sépticos mais indicados são: álcool glicerinado a 2%, PVPI e clorexidina.

MÃOS DA EQUIPE CIRÚRGICA


DEGERMAÇÃO
1. LAVAGEM HIGIÊNICA: com sabão (líq.) e degermante antisséptico (enxaguar);
2. ESCOVAÇÃO: com degermante antisséptico (líq.), 20 vezes em cada local e tempo
não inferior a 6 minutos por mão (enxaguar);
3. IMERSÃO EM SOL. ANTISSÉPTICA: com álcool 70% álcool ou iodado de 1 a
2%, manter a solução em contato por 2 minutos antes de secar, depois secar.

PREPARO PRÉ-CIRÚRGICO DA MÃOS


É um procedimento que objetiva reduzir o risco de contaminação da ferida cirúrgica pela
remoção ou destruição dos microrganismos da microbiota transitória e pela redução ou
inativação da flora residente.
Para melhor eficiência do procedimento o profissional deve: remover TODAS as joias e
relógios, ter unhas aparadas e sem esmalte, não podendo ser usada unhas postiças.
As escovas duras e reaproveitáveis devem ser evitadas.

MATERIAL NECESSÁRIO
➢ Água em pia com acionamento de pé, cotovelo ou joelho;
➢ Dispensador de sabão líquido e anti-séptico;
➢ Porta toalha com toalha descartável;
➢ Escova individual e estéreis;

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➢ Compressas estéreis;
➢ Solução alcoólicas (anti-séptico).

PROCEDIMENTO
1. Abra a escova deixando próximo;
2. Abra a torneira e molhe mãos e antebraços e cotovelo;
3. Faça a lavagem simples das mãos, antebraço e cotovelo;
4. Coloque o anti-séptico e espalhe nas mãos e antebraços;
5. Peque a escova esterilizada e escove as unhas, dedos, mãos e antebraços, nesta ordem
sem retorno, por cinco minutos, mantendo as mãos em altura superior aos cotovelos;
6. Use para antebraços o lado da escova não utilizado para as unhas (no caso da escova
ter um só lado, use duas escovas);
7. Detenha-se particularmente, nos sulcos, pregas e espaços interdigitais, articulações e
extremidades dos dedos com movimentos de fricções;
8. Enxágue os dedos, depois as mãos, deixando que a água caia por último nos
antebraços que devem estar afastados do tronco, de forma que a água escorra para os
cotovelos e mantendo as mãos em planos mais elevado;
9. Coloque uma luva química nas mão e antebraços usando a solução adequada;
10. Enxugue as mãos com compressas estéreis, seguindo uma lógica, dedos, mãos, punho,
antebraço e cotovelo, segue o mesmo no outro braço virando o lado da compressa,
logo em seguida despreza a compressa.

PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA:
É o vestuário especifico de acordo com os procedimentos realizado no Centro
Cirúrgico. Tradicionalmente, inclui o uniforme privativo (calça e blusa), propé ou sapato
privativo, gorro, máscara, avental cirúrgico e luva cirúrgica.
Ressalta que a utilização do uniforme privativo deve ser restrita ao ambiente do Centro
Cirúrgico, com o objetivo de proteção dos profissionais envolvidos no cuidado ao paciente em
tal unidade critica. As roupas da rua nunca devem ser usadas em áreas semi-restritas ou
restritas do centro cirúrgico.
Deve haver um ponto de demarcação entre as áreas de circulação sem restrição e semi-
restritas que ninguém pode ir, a menos que esteja adequadamente paramentado, sendo que
este deve incluir gorro ou capuz, propés e máscara facial.

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OBJETIVOS DO UNIFORME:
Uma forma de facilitar o atendimento em casos de emergência e proporcionar o acesso a áreas
restritas com maior rapidez e consequentemente diminuir a morbidade e mortalidade na
instituição.

TEMPOS CIRURGICOS
De modo geral, as intervenções cirúrgicas são realizadas em quatro fases ou tempos
básicos e fundamentais: diérese, hemostasia, exérese e síntese.
1º TEMPO – DIÉRESE: é o rompimento da continuidade dos tecidos, ou planos anatômicos,
para atingir uma região ou órgão. Pode ser classificada em mecânica ou física. A diérese
mecânica possui alguns tipos, dentre eles estão:
Punção: realizada através da introdução de uma agulha ou trocarte nos tecidos, sem, contudo,
seccioná-los, com várias finalidades como drenagem de coleção líquida das cavidades ou do
interior dos órgãos, colheita de fragmentos de tecidos e de líquidos para exame diagnóstico,
injeção de contraste e medicamentos.
Secção: consiste na segmentação dos tecidos com o uso de material cortante, como tesouras,
serras, lâminas ou bisturi elétrico
Divulsão: realizada através do afastamento dos tecidos nos planos anatômicos com tesouras
de bordas rombas, tentacânulas ou afastadores.
Curetagem: consiste na raspagem de superfície de um órgão com auxílio de cureta.
Dilatação: realizada com a finalidade de aumentar a luz de um órgão tubular. Já a diérese
física pode ser classificada em:
Térmica: realizada com o uso de calor, cuja fonte é a energia elétrica, por intermédio do
bisturi elétrico.

2º TEMPO – HEMOSTASIA: É o processo que consiste em impedir, deter ou prevenir o


sangramento, pode ser feito simultâneo ou individualmente por meio de pinçamento e
ligadura de vasos, eletrocoagulação ou compressão. Na realidade a hemostasia começa antes
da cirurgia, quando se realizam, no pré-operatório imediato, os exames de tempo de
coagulação e dosagem de pró-trombina. Pode ser classificada em:
Preventiva: hemostasia que pode ser medicamentosa e cirúrgica. A hemostasia
medicamentosa é baseada nos exames laboratoriais pré- operatórios, enquanto a cirúrgica é
realizada com a finalidade de interromper a circulação durante o ato operatório, temporária ou
definitiva.

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Urgência: hemostasia realizada quase sempre em condições não favoráveis e com material
muitas vezes improvisado, como, por exemplo, compressão digital.
Curativa: consiste na hemostasia realizada durante a intervenção cirúrgica e pode ser
medicamentosa (drogas que diminuem o sangramento por vasoconstrição), mecânica
(compressão e esponjas sintéticas), física (bisturi) ou biológica (absorventes).

3º TEMPO – EXÉRESE: Também denominada cirurgia propriamente dita. Possui caráter


curativo, paliativo, estético/corretivo, diagnóstico.

4º TEMPO – SÍNTESE: É a união de tecidos, que será mais perfeita quanto mais anatômica
for a separação, para facilitar o processo de cicatrização e restabelecer a continuidade tecidual
por primeira intenção. Pode ser realizada da seguinte forma:
Cruenta: a união de tecidos é realizada por meio de instrumentos apropriados com agulhas de
sutura e fios cirúrgicos permanentes ou removíveis.
Incruenta: consiste na aproximação dos tecidos com auxílio de gesso, adesivos
(esparadrapos) ou ataduras.
Completa: a união ou aproximação dos tecidos, realizada em toda a extensa da incisão
cirúrgica.
Incompleta: consiste na aproximação incompleta em toda a extensão da ferida em
conseqüência da colocação de dreno em determinado local da incisão cirúrgica.
Imediata: ocorre imediatamente após a segmentação deles por traumatismos.
Mediata: consiste na união dos tecidos após algum tempo depois do rompimento da
continuidade ou contiguidade deles.

PREPARO DA MESA PARA INSTRUMENTAÇÃO CIRURGICA


A Instrumentação Cirúrgica é o ato de repassar o instrumental cirúrgico para
realização do procedimento.
As etapas cirurgicas são etapas que o cirurgião segue para realizar a técnica cirúrgica.
O instrumentador deve conhecer e acompanhar a evolução dos tempos cirúrgicos, para
agir no momento exato, passando ao cirurgião o material adequado.
1ª Etapa – Preparo da área operatória: realizando a limpeza da área e a antissepsia. O
instrumentador deve passar as mãos do cirurgião o material necessário para tal (Cheron com
gase montada, cuba com antisséptico).

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2ª Etapa – Delimitação da área operatória: para delimitar a área operatória, usa-se campo
esterilizado, preso com pinças Backhaus. Esta pinça é a única que ao encaminhar o CME
permanece fechado.
3ª Etapa- Incisão cirúrgica: usa-se o bisturi com lâmina apoiada com pinça de dissecção com
dente.
4ª Etapa: HEMOSTASIA: após o corte ou incisão, é realizado a hemostasia com auxilio de
pinças (Kelly, Crille, Kocher, Halstead, etc.).
5ª Etapa: ABERTURA DA CAVIDADE: principal tempo, ocorre isolamento, secção e
revisão do órgão. São usados instrumentos especiais de acordo com o tipo de cirurgia e/ou
especialidade.
6ª Etapa – SUTURA DA INCISÃO: é o fechamento da incisão por planos, em ordem:
músculos, tecido subcutâneo e por ultimo a pele, é usado porta-agulha com agulha e fio
montado. Após a sintese da sequência a confecção do curativo.

DIVISÃO DO MATERIAL CIRÚRGICO


Os materiais cirúrgicos estão didaticamente divididos em dois grandes grupos:
(comuns e especiais) com sete subgrupos.
Para a montagem da mesa cirurgica são utilizados utensílios como mesa de Mayo e
mesa auxiliar de Mayo.
Instrumentos da Diérese: são instrumentos de corte representados pelo bisturi de cabo móvel
e tesouras de vários tipos e tamanhos. Deve ocupar na mesa o lugar mais próximo ao
instrumentador.
OS CABOS DE BISTURI nº3 adaptam-se às lâminas de 09 a 19 e os de nº4 às lâminas de 20
em diante.
AS TESOURAS são classificadas em dois tipos: as curvas cortam tecidos e devem
permanecer na mesa com a parte côncava para baixo, as retas cortam os fios pelo assistente.
Instrumentos da Hemostasia: formado por pinças cuja finalidade é promover a hemostasia
dos vasos. Entre elas destaca-se:
HALSTEAD: pinça hemostática pequena que recebe outras denominações. Delicada, ponta
reta ou curva.
MIXTER: Ponta curva acotovelada encontrada nos tamanhos de 17 cm 20 cm ou 24 cm.
ROCHESTER: Ponta grossa reta ou curva com ranhuras com dente ou sem dente.
PEAN: Ponta reta 14 cm a16 cm com ranhuras nas pontas muito usada para as cesáreas.

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Instrumentos da Síntese: São instrumentos utilizados para sutura da ferida operatória e
incluem os porta agulhas, os fios e as agulhas e a tesoura reta para cortar os fios cirúrgicos.
As agulhas: podem ser retas ou curvas.
Fios de sutura: São de natureza variada, classificados em absorvíveis e inabsorvível. Os fios
de sutura têm como finalidade, ligar os vasos sangüíneos para impedir o sangramento e
suturar os tecidos orgânicos, objetivando aproximar abertura da cirurgia.
Fios absorvíveis: São aqueles que sofrem ação enzimática do organismo e são absorvidos
depois de algum tempo.Dividem-se conforme sua origem, em naturais e artificiais.
Naturais: são de origem animal. Temos o categut e o fiagut.
Artificiais: são de origem sintética. Temos os de ácido poligliálico.
Categut - Este tipo de fio é fabricado a partir de fitas de tecido colágeno, extraído da serosa
da primeira porção do intestino delgado do carneiro. Pode ser:
Categut simples – sua absorção total se dá do 15 ° ao 18° dia.
Categut cromado – esse fio é impregnado por sal de cromo e sua absorção depende da
quantidade de sal.
Levemente cromado – absorvido de 10 a 20 dias.
Meio cromado – absorvido de 20 a 30 dias.
Fortemente cromado – absorvido de 30 a 40 dias.
Tanto simples como o cromado pode ser sertix (montado com agulha de ponta) ou
disposto sob forma de rolo.
Fitagut – Este fio tem origem no intestino delgado de animais bovinos sadios. É usado
sempre que se necessita de um suporte para uma grande superfície.
Diâmetro: A numeração varia de 0 a 7 (são os mais finos) e de 1 a 2 (são os mais grossos).

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO CLIENTE CIRURGICO


PROCEDIMENTOS CIRURGICOS
Cirurgia é a parte do processo terapêutico em que o cirurgião realiza uma intervenção
manual ou instrumental no corpo do paciente.

CUIDADOS GERAIS DE PRÉ OPERATÓRIO


➢ Certificar de que o paciente está em jejum;

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➢ Verificar se o paciente trouxe os exames;
➢ Anexar os exames no prontuário;
➢ Aferir SSVV e registrar;
➢ Encaminhar para banho de aspersão sem ou com auxilio;
➢ Colocar camisola, toca e propés;
➢ Retirar próteses dentário, esmalte nas unhas e jóias, e batom;
➢ Medicar pré anestésico CPM;
➢ Observar nível de consciência;
➢ Se prescrito realizar tricotomia;
➢ Transferir o paciente da maca para a cama ou mesa;
➢ Avaliar estado emocional do paciente e tentar diminuir as ansiedades;
➢ Realizar anotação de enfermagem.

CUIDADOS GERAIS DE PÓS OPERATÓRIO


➢ Aferir SSVV e registrar;
➢ Encorajar ou orientar para deambulação precoce;
➢ Avaliar os fatores de risco para a tromboembolia;
➢ Avaliar o estado pulmonar, complicações pulmonares de atelectasia, pneumonia,
pneumotórax;
➢ Estimular a micção mais breve possível;
➢ Realizar evolução da FO e comunicar a presença de: dor, vermelhidão, edema,
sangramento, secreção purulenta, odor, área necrose tecidual;
➢ Monitorar e comunicar sinais e sintomas de embolia como: taquipneia, dispnéia, relato
de dor repentina no peito, taquisfigmia, hipertermia, agitação e confusão mental;
➢ Verificar e anotar sinais e sintomas de neurovascular como: dormência ou
formigamento, pulsos podálicos diminuídos ou ausentes, tempo de enchimento capilar
excedente de três segundos, pele fria e palidez, cianose, incapacidade de flexionar ou
estender a extremidade.

Tipos de Curativos:
O Tipo de curativo a ser realizado varia de acordo com a natureza, a localização e o
tamanho da ferida.
Em alguns casos é necessária uma compressão, em outros lavagem exaustiva com
solução fisiológica e outros exigem imobilização com ataduras.

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Nos curativos em orifícios de drenagem de fístulas entéricas a proteção da pele sã em
torno da lesão é o objetivo principal.
Curativo semi-oclusivo: Este tipo de curativo é absorvente, e comumente utilizado em
feridas cirúrgicas, drenos, feridas exsudativas, absorvendo o exsudato e isolando-o da pele
adjacente saudável.
Curativo oclusivo: não permite a entrada de ar ou fluídos, atua como barreira mecânica,
impede a perda de fluídos, promove isolamento térmico, veda a ferida, a fim de impedir
enfisema, e formação de crosta.
Curativo compressivo: Utilizado para reduzir o fluxo sanguíneo, promover a estase e ajudar
na aproximação das extremidades da lesão.
Curativos abertos: São realizados em ferimentos que não há necessidade de serem ocluídos.
Feridas cirúrgicas limpas após 24 horas, cortes pequenos, suturas, escoriações, etc, são
exemplos deste tipo de curativo.

RETIRADA DE PONTOS CIRÚRGICOS

CONCEITO: Consiste no procedimento de remoção dos pontos cirúrgicos, total ou


alternadamente, com técnica asséptica.

FINALIDADE:
Realizar a limpeza da ferida cirúrgica;
Favorecer a drenagem de exsudato da ferida cirúrgica;
Favorecer a cicatrização da ferida operatória prevenindo a infecção do sítio cirúrgico;
Prevenir complicações como infecção e reações ao fio de sutura.

INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES:

Indicação: Remover os pontos cirúrgicos da ferida operatória sem causar trauma no tecido
recém epitelizado e na pele adjacente.
Contraindicação: Remoção dos pontos cirúrgicos com menos que 7 dias da sutura cirúrgica.
Presença de alterações de coagulação sanguínea (discrasia), que possam oferecer risco de
sangramento ativo.

RESPONSÁVEL PELA PRESCRIÇÃO e RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO

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Médico, Enfermeiro

MATERIAL/EQUIPAMENTOS

Bandeja não estéril


Carro de curativos ou mesa auxiliar ou superfície fixa
Pacote de curativo estéril ou kit de retirada de pontos (01 tesoura cirúrgica romba e curva e
uma pinça anatômica); ou na ausência, utilizar Luva estéril e 01 lâmina de bisturi: nº 21, 22,
23 ou 24 – (selecionar de acordo com o tipo de fio, sutura e local);
Gaze estéril;
Soro Fisiológico a 0,9%;
Equipamentos de proteção individual (se necessário): gorro, máscara cirúrgica, óculos de
proteção, avental ou capote não estéril;
Luva de procedimento;
Lixeira para resíduo infectante;
Biombo, se necessário.

DESCRIÇÃO TÉCNICA

1. Ler a prescrição do paciente;


2. Realizar higienização das mãos com água e sabão;
3. Separar uma bandeja para o procedimento;
4. Fazer desinfecção da bandeja com algodão embebido em álcool a 70%; 2 Versão Revisada:
Profa Helena Megumi Sonobe, Enfas Karina Dal Sasso Mendes e Livia Maria Garbin;
5. Selecionar o material para o procedimento, colocando-o na bandeja;
6. Levar a bandeja até a unidade do paciente e colocá-la no carro de curativos ou mesa
auxiliar ou superfície fixa;
7. Apresentar-se ao paciente e acompanhante;
8. Checar os dados na pulseira de identificação do paciente;
9. Orientar o paciente e/ou acompanhante quanto ao procedimento, pedir sua autorização;
10. Promover privacidade, utilizando biombos, se necessário;
11. Colocar equipamentos de proteção individual, se necessário;
12. Calçar as luvas de procedimentos;

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13. Posicionar o paciente adequadamente, expondo apenas a área da ferida operatória;
14. Abrir o material a ser utilizado no carro de curativos ou superfície fixa com técnica
asséptica;
15. Retirar o curativo anterior (se houver);
16. Observar a ferida operatória, identificando a presença de áreas com afastamento de
bordas, exsudato, sinais flogísticos e pontos inclusos;
17. Realizar limpeza da ferida operatória com auxilio de uma pinça cirúrgica utilizando gaze
estéril embebida com SF0,9% ou clorexidina; ou calçar luva estéril e com a mão dominante
fazer uma trouxa com gaze estéril. Repetir este procedimento quantas vezes for necessário;
18. Retirar com gaze estéril seca o excesso de SF0,9% ou clorexidina da ferida operatória;
19. Manter uma gaze próxima a ferida operatória para a identificação dos pontos cirúrgicos
removidos;
20. Utilizando a pinça anatômica, e em sua ausência, a luva estéril, tracionar firmemente o
local de cruzamento do fio de sutura no primeiro ponto cirúrgico para inserir a ponta distal da
pinça ou da lâmina de bisturi na extensão do fio de sutura acima do nível da pele;
21. Cortar o fio de sutura unilateral com ponta romba da tesoura curva da lâmina de bisturi,
com o corte da lâmina voltado para cima, cortar logo abaixo do cruzamento do fio e tracioná-
lo;
22. Retirar o ponto cirúrgico com o auxílio da pinça;
23. Colocar os pontos cirúrgicos retirados sobre a gaze;
24. Após a remoção dos pontos da ferida operatória, realizar novamente limpeza local com
gaze estéril embebida com soro fisiológico a 0,9% ou clorexidina;
25. Retirar com gaze seca o excesso de soro fisiológico a 0,9% ou clorexidina;
26. Reposicionar e manter o paciente confortável;
27. Manter a organização da unidade do paciente;
28. Desprezar o material utilizado nos locais apropriados;
29. Realizar higienização das mãos com água e sabão;
30. Realizar o registro do procedimento no prontuário do paciente.

OBSERVAÇÕES:

Com relação aos tipos e tamanhos de lâminas cirúrgicas, observar o tipo de fio de
sutura, a incisão e o local.

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Deve-se compreender que as menores lâminas de bisturi apresentam ponta mais
afiladas, recomendadas para pequenas feridas operatórias.
Em geral para uma ferida operatória suficientemente cicatrizada, os fios de suturas são
removidos entre 7 a 10 dias de pós-operatório. Porém não é conveniente fixar prazos exatos,
uma vez que o processo de cicatrização tem influência de vários fatores como nutrição,
obesidade, oxigenação, diabetes, infecção, uso de corticosteroides, quimioterápicos
antineoplásicos e radiação.
Caso, durante a retirada de pontos ocorrer deiscência cirúrgica, recomenda-se
interromper o procedimento, proteger a área com curativo compressivo embebido em soro
fisiológico a 0,9% , fazer um curativo compressivo e contatar imediatamente o médico.

TERMINOLOGIA E EXPRESSÕES UTILIZADAS:

Sutura: É a união ou aproximação de bordas de estruturas teciduais por meio de inúmeros


nós cirúrgicos, podem ser contínuas ou descontínuas Sutura contínua ou chuleio: Quando
existe uma continuidade de um único fio de sutura em toda a extensão da ferida operatória, ou
seja, há um nó, em cada uma das extremidades distais da ferida operatória.

Sutura descontínua ou com pontos separados: Quando cada ponto do fio de sutura
corresponde a um nó, não há continuidade entre os pontos da ferida operatória.

TÉCNICAS USUAIS PARA RETIRADA DE PONTOS CIRÚRGICOS:

Técnica de pontos simples interrompidos (sutura com ponto simples): Após o passo nº
25, alternar a retirada e manutenção do ponto cirúrgico ao longo da extensão da ferida
operatória e seguir os passos de nos. 26 a 30.
Técnica de pontos simples contínuos (sutura contínua tipo chuleio simples): Corte o
lado oposto do nó numa das extremidades distais da ferida operatória.
Em seguida, na outra extremidade da ferida operatória, corte o fio de sutura, logo após
o nó do ponto cirúrgico. Tracionar a o fio de sutura em direção oposta à pele do paciente, até a
saída total do fio de sutura.

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ANESTESIA

Anestesia (do grego antigo -, AN "ausência"; e ESTESIA, "sensação")


tradicionalmente significa a condição de ter a sensibilidade (incluindo a dor) bloqueada ou
temporariamente removida.
Anestesia é um estado farmacologicamente induzido de amnesia, analgesia, perda de
responsividade, perda de reflexos musculares esqueléticos e diminuída resposta a estresse.
Outra definição é uma "ausência de consciência reversível", seja uma ausência total de
consciência (e.g., uma anestesia geral) ou uma ausência de consciência de uma parte do corpo
como causam uma anestesia axial ou outro bloqueio de nervo.
Isso permite que os pacientes passem por cirurgias e outros procedimentos sem a
angústia e a dor que experienciariam de outra maneira

AVALIAÇÃO PRÉ- OPERATÓRIA

Visita pré operatória;


Determinação dos diagnósticos efetivos, riscos e probabilidades;
Entrevista, exame físico, exames diagnósticos, dados laboratoriais, etc.;

O QUE SE AVALIA

➢ Avaliação do estado atual, processos patológicos, estado nutricional, função física,


cognitiva, emocional;
➢ Identificação dos fatores de risco cirúrgico, fatores que aumentem os riscos de
complicações intra e pós-operatórias;
➢ Plano de cuidados que diminua os riscos e aumente as possibilidades de complicações.

FORMAS DE AVALIAÇÃO

ASA é um sistema de avaliação médico do risco anestésico-cirúrgico; É classificação


quanto as condições físicas, desenvolvida pela ASA – American Society of Anesthesiologists
para avaliação da gravidade das disfunções fisiológicas e anormalidades anatômicas é dada
por:

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ASA I – Nenhuma evidencia de distúrbio fisiológico, bioquímico ou psiquiátrico; o processo
patológico que necessita de cirurgia não é sistêmico. Braz e Castiglia (2000, p16) = paciente
sadio.
ASA 2 – presença de distúrbio sistêmico de grau leve ou moderado, resultante ou do
problema que requer a cirurgia ou de outros processos.
ASA 3 - presença de doença sistêmica graves.
ASA 4 – Presença de doenças sistêmicas graves com padrões já instalados de insuficiência e
que constituem ameaça a vida, não sendo, necessariamente, corrigidas com cirurgia.
ASA 5 – classificação para pacientes moribundos com probabilidade mínima de
sobrevivência. Braz e Castiglia (2000, p16).
ASA 6 - paciente com morte cerebral declarada cujos órgãos estão sendo removidos para
doação.

ASPECTOS DA AVALIAÇÃO
➢ Idade;
➢ Estado geral de consciência, nutricional e emocional;
➢ Deformidades ou limitações físicas;
➢ Histórico de doenças ou complicações anteriores;
➢ Obesidade: Obesidade IMC entre 26 e 29 estaria com excesso de peso; maior que 30
seriam obeso; acima obesidade mórbida.
No caso deste últimos tem-se alteração fisiológicas severas: pulmonares, cardíacas,
doenças associadas, acúmulo de tecido adiposo em determinadas regiões dificulta a intubação,
punções, etc.

SISTEMA CARDIOVASCULAR
➢ Angina instável;
➢ Pacientes com Infarto do Miocárdio; não devem ser submetidos a cirurgia eletiva nos
6 meses;
➢ No caso de hipertensão não controlada, aumenta a flutuações da PA e de FC, com
risco de isquemia miocárdica ou acidente vascular cerebral;

SISTEMA RESPIRATÓRIO
➢ Acúmulo de secreções (atelectesias, pneumonias) e por espasmo brônquico e
bronquite podem levar a insuficiência respiratória;

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➢ A anestesia e a cirurgia vão diminuir os mecanismos de defesa orgânica e alterar a
dinâmica pulmonar;
➢ As cirurgias superiores e abdominais induzem mais as alterações;
➢ A posição supina e anestesia geral reduzem a capacidade residual funcional e
contribuem para o fechamento das VA;
➢ Tabagismo;
➢ Asma, doença obstrutiva crônica;
➢ Infecção do trato respiratório alto.

SISTEMA DIGESTIVO

➢ Alterações gastrintestinais predispõem a alterações como desidratação, distúrbios


eletrolíticos, nutricionais e o equilíbrio ácido-base.
➢ Alcoolismo é uma doença crônica que compromete a recuperação anestésica; entre 6 a
8 hs inicia a síndrome de abstinência que de 2 a 5 dias evolui para o delirium tremens.
➢ Mais predispostos idosos, cirurgias com duração superior 180min;

SISTEMA URINÁRIO

➢ Identificar pacientes de alto risco, com função real diminuída;


➢ Implica e dificuldades para excreção de drogas;
➢ Susceptíveis a insuficiência renal no intra operatório.

SISTEMA NERVOSO

➢ Investigar desmaios, convulsões, paralisias, tremores, cefaléias, alterações de


motricidades, uso de medicações;

MEDICAÇÃO PRÉ – OPERATÓRIO

O objetivo da medicação é sedar o paciente para diminuir ansiedade. Pode ser:


sedativos, ansioliticos, tranqüilizantes, analgésicos ou narcóticos, antieméticos.

FUNÇÕES EXERCIDAS PELO ANESTESIOLOGISTA

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➢ Aliviar a dor;
➢ Bloquear a consciência;
➢ Monitorizar o organismo;
➢ Manter as funções vitais principalmente a respiração;
➢ Manter a estabilidade cardíaca e vascular;
➢ Prover reposição de líquidos (soroterapia) e de sangue (transfusão);
➢ Manter a temperatura corporal;
➢ Diagnosticar problemas que podem acontecer durante a realização do procedimento e
tratar sempre que necessário.

ANESTESTESIA LOCAL

Esta anestesia é empregada para procedimentos menores nos quais o local cirúrgico é
infiltrado com um anestésico local como lidocaína ou bupivacaína. Este tipo de anestesia não
envolve perda da consciência e depressão das funções vitais, produzindo perda da
sensibilidade temporária, causada pela inibição da condução nervosa.

ANESTESIA REGIONAL

BLOQUEIOS DE NERVOS PERIFÉRICOS


Através da administração de medicamentos obtemos anestesia de apenas algumas
áreas do corpo.
O anestesiologista administra o anestésico apenas ao redor dos nervos que irão para o
local da cirurgia a ser realizada. Por exemplo, cirurgias sobre a mão podem ser realizadas com
bloqueios dos nervos que inervam a mão, através da administração de anestésicos próximos a
estes, na altura da axila ou do pescoço.
Meninges: Membranas de tecido conjuntivo com função de proteger o encéfalo e a medula
espinha.
Divididas em: Dura-máter, Aracnóide, Pia-máter
Liquido Cefálo Raquidiano: Esse líquido flui continuamente pelo espaço subaracnóide
(entre a aracnóide e a pia-mater), em torno do encéfalo e medula espinhal.
Sendo um meio de proteção, troca de nutrientes e de escórias entre o sangue e o tecido.
ANESTESIA EPIDURAL / RAQUIANESTESIA

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Na epidural o anestésico é administrado no espaço peridural. Neste caso não há
perfuração da duramater e nem perda liquórica. O bloqueio segmentar é produzido nas fibras
sensoriais, espinhais e também nas fibras nervosas, podendo ser parcialmente bloqueadas.
Na raquianestesia é geralmente administrada ao nível da coluna lombar, obtida pelo
bloqueio dos nervos espinhais do espaço subaracnóide. O anestésico é depositado junto ao
líquor, ocorrendo perfuração da duramater.
As diferenças entre raqui e peridural, são as quantidades totais de anestésicos, o local
onde cada anestésico é administrado e o tipo de agulha utilizada.

CATETER EPIDURAL
A analgesia epidural é administração de fármacos, analgésicos / anestésicos, e que tem
por fim o tratamento da dor.

ANESTESIA GERAL
Esse tipo de anestesia é administrado em cirurgias de grande porte.
Cabeça, pescoço abdome superior, entre elas: Gastroplastia, Gastrectomia, Enterectomia,
Abdominoplastia, Mamoplastia, Crianças.
A anestesia geral é obtida pela combinação de quatro elementos: hipnose, analgesia,
relaxamento muscular e bloqueio das respostas reflexas do organismo ao estresse e ao trauma
cirúrgico.
Um dos objetivos fundamentais da anestesia geral é conferir ao paciente um estado de
inconsciência de instalação suave e rápida, de maneira adequada, durante o tempo necessário
e, a seguir, permitir uma recuperação rápida da consciência.

TIPOS DE ANESTESIA GERAL


Venosa: Anestesia obtida pela injeção de anestésicos numa veia do paciente. Atinge
diretamente a corrente sangüínea e em seguida alcança o cérebro, onde o anestésico realiza
sua ação principal.
Inalatória: Anestesia feita pela inalação de gases e vapores anestésicos através das vias
aéreas. Nos pulmões, o anestésico é absorvido pela corrente sangüínea e daí atinge o cérebro.
Balanceada: Anestesia que combina o uso de medicamentos pelas vias inalatória e venosa. A
associação permite reduzir as doses e obter melhores resultados com menos efeitos colaterais.
Antes mesmo de o paciente entrar na sala de cirurgia, o anestesiologista é responsável
pelo preparo de todos os equipamentos e materiais que serão utilizados na anestesia.

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Esse preparo exige tempo. Os equipamentos hoje utilizados para a realização da
anestesia são complexos e sofisticados.
Durante a cirurgia vários monitores e aparelhos eletrônicos são utilizados: o aparelho
de anestesia, máquina de uso específico pelo anestesiologista; monitores como o aparelho de
pressão (mede a pressão arterial); o estetoscópio (serve para auscultar as batidas do coração e
os sons dos pulmões); eletrocardiógrafo (faz eletrocardiograma de forma contínua); oxímetro
de pulso (mede a oxigenação do sangue); capnógrafo (mede a eliminação de gás carbônico
pelos pulmões), termômetros (para verificar a temperatura corporal); analisadores de gases
(para medir a concentração de anestésicos inalados).

Profundidade da anestesia: A profundidade da anestesia é determinada por sinais físicos,


sendo classificado em quatro estágios, cada um dos quais com grupo definido de sinais e
sintomas.
Estágio I: estágio inicial da anestesia até a perda da consciência. No primeiro estágio: no
início da anestesia onde o paciente respira a mistura anestésica no qual pode experimentar
sensação, calor, tontura, formigamento e movimentar-se. O pulso e a respiração são
irregulares.
Estágio II: No segundo estágio, são caracterizados por agitação psicomotora, gritos, falas,
risos, ou mesmo choro, o pulso torna-se rápido e respiração irregular, pode ser
freqüentemente evitado através da administração do anestésico EV. Estágio de delírio e
desaparecimento do reflexo palpebral,pupilas dilatadas e responde ao reflexo da luz.
Estágio III: anestesia cirúrgica, obtida através da administração contínua de vapor ou gás,
onde o cliente encontra-se inconsciente.
Estágio IV: é atingido quando for administrada uma quantidade excessiva de anestésico. Com
necessidade de intubação.
Manejo de via aérea: Intubação traqueal é a passagem de um tubo na traqueia pelo
nariz ou boca.

VANTAGENS DA INTUBAÇÃO
➢ Vias aéreas livres e desobstruídas;
➢ Redução do espaço morto;
➢ Diminuição do esforço respiratório;
➢ Não aspiração de corpos estranhos;
➢ Possibilidade de aspiração;

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➢ Instalação de respiração artificial;
➢ Controle da pressão intrapulmonar;
➢ Prevenção de espasmos laríngeos;
➢ Maior êxito no caso de ressuscitação cardiopulmonar.

EXTUBAÇÃO
➢ Avaliar a respiração espontânea do paciente;
➢ Realizar uma boa oxigenação do paciente;
➢ Antes da extubação aspirar secreções;
➢ Retira-se a fixação do tubo;
➢ Desinsufla o balonete;
➢ Paciente deve respirar profundo;
➢ Tracionar a cânula ao final da inspiração –(favorecer a abertura das cordas vocais
evitando seu trauma).

PROBLEMAS COMUNS RELACIONADOS A ANESTESIA:


➢ Dor Laringite;
➢ Náuseas Vômitos;
➢ Retenção urinária;
➢ Flebite.

COMPLICAÇÕES
Comumente são decorrentes do traumas e pressão:
Manobras da intubação: (traumatismos de dentes, língua, gengiva e lábios); faringite,
laringites, bronquites, etc.
Pressão do balonete sobre a traquéia (isquemia, necrose, estenose traqueal)

ORIENTAÇÕES GERAIS
➢ Não beba ou coma coisa alguma pelo menos oito horas antes da operação. = Jejum;
➢ Diga ao Anestesiologista os nomes de todos os remédios que você toma ou tomou
regularmente; em especial enumere aqueles a que você tem ALERGIA.
➢ Você deve remover de sua boca quaisquer trabalhos dentários como dentaduras, pivôs,
pontes, piercing.
➢ Não use cosméticos ou produtos de beleza no dia da operação, deixe-os em sua casa;

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➢ Não leve para o hospital e muito menos para a Sala de Operações, jóias pessoais como
anéis, pulseiras, relógios de pulso, brincos, como também piercing, grampos de
cabelo, perucas, cílios postiços e outros objetos desnecessários;
➢ Não mastigue chicletes ou goma de mascar antes da cirurgia, porque isso provoca
aumento de ar e de sucos no estômago, possibilitando maior incidência de vômitos
durante e após a anestesia;
➢ Não deixe de tomar os medicamentos que faz uso regularmente, a não ser por
orientação expressa do seu médico assistente ou do médico anestesiologista;
➢ Leve todos os exames, bem como a ficha de seu convênio autorizada.

SALA RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA


A sala de recuperação pós – anestésica destina-se exclusivamente ao paciente no pós –
operatório imediato. A (SRPA) deve fazer parte do mesmo bloco de centro cirurgico, ter fácil
acesso e contar também com equipe preparada na assistência pós – operatória.
A unidade deve ser constituída pelos seguintes elementos:
➢ Área de preparo da medicação;
➢ Secretaria;
➢ Rouparia;
➢ Sala de utilidades;
➢ Área de tratamento do paciente.

A FASE DE RECUPERAÇÃO PÓS – ANESTÉSICA REQUER:


➢ Medicação;
➢ Pessoal especializado;
➢ Equipamentos;
➢ Monitores cardíacos de cabeceira;
➢ Carro de emergência / Desfibrilador;
➢ Maquinas de ECG;
➢ Respiradores;
➢ Bandeja de traqueostomia.

A SALA DEVE CONTER:


➢ Camas com grade;
➢ Colchão térmico;

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➢ Aparelho de PA não invasivo;
➢ Iluminação indireta;
➢ Material básico para higiene e conforto do paciente;
➢ Material de urgência, preferencialmente um “carrinho de emergência”;
➢ Medicamentos como analgésico e antitérmicos;
➢ Materiais descartáveis para uso nos procedimentos de enfermagem;
➢ Bandejas montadas: traqueostomia, dissecção venosa, curativos, passagem de
intracath, drenagens, cateterização e outros.

A SRPA deve ser silenciosa e seguir os mesmos parâmetros das salas de cirurgia, quanto a
paredes e pisos, e a temperatura ideal deve ser em torno de 20 a 22ºC, ter boa ventilação e
possuir luz própria.
Ao receber o paciente na SRPA, o auxiliar ou técnico de enfermagem deve acompanhar e
observar o seguinte:
➢ Diagnósticos médicos e tipo de cirurgia realizada;
➢ Histórico médico pregresso e alergias;
➢ Verificar a cirurgia realizada e a equipe que atuou;
➢ Idade e condição geral do paciente;
➢ Permeabilidade das vias aéreas;
➢ Anestésico e outros medicamentos empregados durante o procedimento;
➢ Quaisquer problemas que tenham ocorrido na sala de cirurgia que poderiam
influenciar o cuidado;
➢ Informações específicas sobre as quais o cirurgião ou anestesiologista desejam ser
notificados;
➢ Patologia encontrada;
➢ Líquidos administrados, perda sangüínea estimada e líquidos de reposição;
➢ Verificar nível de consciência;
➢ SSVV, = Avaliação dos sinais vitais de 15/15 minutos na primeira hora e 30 minutos
nas duas horas subsequentes. Depois disso, caso se mantenham estáveis, serão
verificados a cada 4 horas durante as primeiras 24 horas;
➢ Local de incisão cirúrgica;
➢ Tipo de curativo e aspecto;
➢ Locais de dreno e condições dele;
➢ Acesso venoso e tipo de medicamentos infundido;

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➢ Verificar sondas e drenos;
➢ Controlar diurese;
➢ Anotar as intercorrências;
➢ Seguir a prescrição e orientação do anestesista.
O paciente permanece na SRPA até passar o efeito anestésico, ou parte dele, de acordo
com a evolução de seu quadro e avaliação do anestesiologista. Cada hospital tem sua rotina
própria para liberação do paciente da SRPA, fazendo uso de anotações em impressos próprios
da SRPA ou mesmo na folha de anotação de enfermagem.

Independentemente do local, os critérios de avaliação são os seguintes:


➢ Atividade muscular;
➢ Respiração;
➢ Circulação;
➢ Consciência;
➢ Coloração da pele;
Durante a permanência do paciente na SRPA, estar atento a qualquer intercorrência,
especificamente quanto a:
➢ Queda de PA e pulso – pois pode ser sinais de choque;
➢ Náusea e o Vômito.
A enfermagem deve intervir no primeiro relato de náusea do paciente para controlar o
problema em lugar de aguardar que ela progrida até o vômito. (Smeltzer & Bare, 2005).
➢ Dor intensa;
➢ Desconforto generalizado;
➢ Distensão abdominal;
➢ Alteração no nível de consciência;
➢ Bradicardia : FC< 60 ( severa <45) e taquicardia: FC> 100;
➢ Hipotensão:PA< 90/60 e Hipertensão: PA>140/90;
➢ Dessaturação : satO2 < 90%;
➢ Sinais clássicos de choque: = PEDIR AJUDA;
➢ Palidez;
➢ Pele fria e úmida;
➢ Respiração rápida;

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➢ Cianose dos lábios, gengivas e língua;
➢ Pulso rápido, fraco e filiforme;
➢ Pressão arterial baixa e urina concentrada;
➢ Hipotermia e tremores pós-operatórios;
➢ Sangramentos e drenos;

ATENÇÃO!
Toda e qualquer intercorrência deve estar bem anotada, e comunicar imediatamente ao
anestesista, para avaliar o paciente e tomar as medidas necessárias.
ESCALA DE ALDRETE-KROULIK
A utilização de pontos de uma tabela para avaliar o estado físico do paciente teve sua
origem em 1953, quando Apgar começou a avaliar recém-nascidos e criou a sua sistemática.
Em 1970, Aldrete e Kroulik propuseram um sistema numérico de avaliação pós-
anestésica permitindo uma coleta de dados com critério definido realizada pela enfermeira da
SRPA.
A partir de então, muitas Salas de Recuperação Pós Anestésicas incorporaram esse
sistema de avaliação numérica no exame inicial de admissão do paciente na SRPA e em
intervalos regulares até o momento da alta, sendo o mais utilizado atualmente.
O sistema de Aldrete–Kroulik permite avaliação dos seguintes parâmetros: atividade
do paciente, respiração, circulação, consciência e saturação de oxigênio. Atribui-se uma
pontuação que varia de 0 a 2 para cada parâmetro, na qual o 0 indica condições de maior
gravidade, o 1 corresponde a um nível intermediário e o 2 representa a melhor função.

COMPLICAÇÕES PÓS – OPERATÓRIAS


Realizar cuidados específicos ao paciente de acordo com os sinais e sintomas que vão
surgindo no período de assistência na SRPA, onde cabe a equipe estar atenta e saber realizar
os cuidados sem dificuldade, evitando atrapalho aos demais membros da equipe. Onde temos
que saber algumas prevenções de complicações:
Complicações Respiratórias: Estão entre as mais frequentes e sérias que a equipe de cirurgia
enfrenta, pode ser causada por:
➢ Doença respiratória;
➢ Efeitos anestésico;
➢ Broncoaspiração;
➢ Imobilidade PO prolongada;

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➢ Cânula endotraqueal;
Aumento da secreção na arvore brônquica = AS complicações mais comuns são:
➢ Hipoventilação;
➢ obstruçãoVAS;
➢ broncoespasmo;
➢ pneumotórax;
➢ hemotórax;
➢ hipoxemia.

COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS:
AS ALTERAÇÕES DIGESTIVAS DURANTE A ANESTESIA INCLUEM:

Modificação do volume, conteúdo e motilidade das vísceras, favorecendo o


aparecimento das principais complicações como náuseas e vômitos e distensão abdominal.

Complicações cardiovasculares: Problemas comuns incluem:


➢ Hipotensão;
➢ Hipertensão;
➢ Arritmias;
➢ Bradicardia;
➢ Taquicardias;
➢ Disritmias;
➢ Parada cardíaca;
➢ Hipovolemia.

Complicações urológicas: Alterar a função renal de varias maneiras, a anestesia geral


diminui o fluxo sanguíneo renal, a filtração glomerular e o fluxo urinário. Os efeitos ocorrem
nos bloqueios, principalmente na raqueanestesia, em função da extensão do bloqueio e da
hipotensão resultante. As complicações mais comuns são:
➢ Oligúria;
➢ Retenção urinaria.

Complicações metabólicas: Alterações ácido-básico são provocados por déficit ou excesso


de bicarbonato ou acido carbônico no liquido extracelular. Os tipos de alterações são:

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➢ Acidose Metabólica, / Alcalose Metabólica;
➢ Acidose Respiratória / Alcalose. Respiratória.

Complicações hematológicas: A equipe deve estar preparada para reconhecer as


complicações hematológicas, entre elas:
As reações transfunsionais como reações hemolíticas pós- transfusões( os eritrócitos
hemolisados liberam hemoglobina livre, provocando lesão renal).
Causa: transfusão de sangue incompatível.

Complicações neurológicas: Atingem o SNC são as mais temidas, entre elas:


Anoxia cerebral. = agitação, excitação, delírio e convulsões.

Outras complicações: São inúmeras, desde a interações medicamentosas com os agentes


anestésicos, até aqueles inerentes ao ato cirúrgico. Incluem:
➢ Hipotermia;
➢ Hipertermia;
➢ Dor;
➢ Soluços;
➢ Hipertermia maligna;
➢ Calafrios;
➢ Tremores e alergias.

ALTA DA SRPA:

O paciente permanece na SRPA até passar o efeito anestésico, ou parte dele, de acordo
com a evolução de seu quadro e avaliação do anestesiologista.
Só deve liberar o paciente da SRPA prescrita pelo anestesista; deve ser anotado o
horário de saída do paciente, bem como as condições em que ele se encontra, e também para
quem está sendo entregue.
Cada hospital tem sua rotina própria para liberação do paciente da SRPA, fazendo uso
de anotações em impressos próprios da SRPA ou mesmo na folha de anotação de
enfermagem. Independentemente do local, os critérios de avaliação são os seguintes:
➢ Atividade muscular;
➢ Respiração;

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➢ Circulação;
➢ Consciência;
➢ Coloração da pele.

CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE ALTA

➢ Orientação no tempo e espaço;


➢ Estabilidade dos sinais vitais há mais de 60 minutos;
➢ Ausência de náusea e vômitos;
➢ Ausência de dificuldade respiratória;
➢ Capacidade de ingerir líquidos;
➢ Capacidade de locomoção como antes, se a cirurgia permitir;
➢ Sangramento mínimo ou ausente;
➢ Ausência de dor de grande intensidade;
➢ Ausência de sinais de retenção urinária;
➢ Dar conhecimento ao paciente e ao acompanhante, verbalmente e por escrito, das
instruções relativas aos cuidados pós-anestésicos e no pós-operatório, bem como a
determinação da unidade para atendimento das eventuais ocorrências.

PARTICULARIDADES ESPECÍFICAS DA CRIANÇA QUE DEVEM SER


CONSIDERADAS ANTES DA ALTA
➢ Sinais vitais e nível de consciência normais para a idade e de acordo com as condições
pré-operatórias;
➢ Reflexos protetores das vias aéreas presentes;
➢ Sem ocorrência de complicações perioperatórias;
➢ Sem complicações cirúrgicas;
➢ Deambulação apropriada para a idade;
➢ Locomoção para casa em veículo próprio (com dois acompanhantes ou táxi);

Pontos importantes

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➢ Avaliação do paciente no momento da recepção e comparação com os dados obtidos
no histórico do paciente pré-cirúrgico;
➢ Avaliação do local da incisão quanto a sinais de hemorragia visível;
➢ Aplicação imediata dos índices de Aldrete e Kroulik ou Stward (bromage ou Saraiva);
➢ Atenção para o relato cirúrgico quanto a complicações intra-operatórias;
➢ Controle rigoroso dos sinais vitais e da dor;
➢ Controle rigoroso dos débitos e permeabilidade dos drenos, caso existam;
➢ Controle rigoroso do débito urinário;
➢ Controle da entrada e saída de líquidos no paciente;
➢ Anotar o relato da estada do paciente no prontuário para informação dos profissionais
das unidades.

LIMPEZA DA SALA DE OPERAÇÃO:


É o procedimento de remoção de sujeira, detritos indesejáveis e microorganismos
presentes nas superfícies dos equipamentos e acessórios, mobiliários, pisos, paredes mediante
a aplicação de energia química, mecânica e térmica.
A escolha do procedimento de limpeza deve estar condicionada ao potencial de
contaminação das áreas e artigos e dos riscos inerentes de infecções hospitalares.
São consideradas quatro etapas da limpeza em CC:
Limpeza preparatória: realizada antes do início das cirurgias programadas do dia. Remover as
partículas de poeira nas superfícies dos mobiliários, focos cirúrgicos e equipamentos com
solução de álcool 70%.
Limpeza operatória: realizada durante o procedimento cirúrgico consistindo apenas na
remoção mecânica da sujidade (sangue e secreções) utilizando um pano comum embebido em
agente químico de amplo espectro para que não ocorra secagem da superfície e disseminação
contaminando o ar;
Limpeza concorrente: Executada no término de cada cirurgia. Envolve procedimentos de
retirada dos artigos sujos da sala, limpeza das superfícies horizontais dos móveis e
equipamentos.
O hamper deve ser fechado e levado ao local de acesso à lavanderia.
O instrumental cirúrgico deve ser encaminhado ao expurgo da central de materiais e
esterilização (CME) o mais cedo possível para o reprocessamento.
As conexões do aspirador de secreções devem ser retiradas, desprezadas ou levadas ao
expurgo da CME.

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Artigos em aço inoxidável, de vidro, de borracha, utilizados na cirurgia recebem
cuidados especiais. O conteúdo do frasco deve ser desprezado em local apropriado.
Os frascos devem ser descartados ou trocados e desinfetados, antes
do uso da próxima cirurgia.
As cânulas endotraqueais devem ser desprezadas após o uso.
As superfícies dos mobiliários e dos equipamentos existentes na SO devem ser limpas
com solução desinfetante, geralmente o álcool 70%.
Não usar hipoclorito de sódio em superfícies metálicas devido ao risco de corrosão dos
metais.
O chão deve ser limpo usando máquinas lavadoras e extratoras. Como isso nem
sempre é possível, recomenda-se o uso da um pano de chão seco e limpo a cada sala de
operação e para cada limpeza concorrente, e após isso deve ser mandado à lavanderia para ser
processado.
As paredes devem ser limpas somente se houver contaminação direta com material
orgânico (secreção, muco, sangue, etc.), assim com o teto.
A SO pode ser montada para outra cirurgia.
Limpeza terminal: diária e periódica.
A limpeza diária é realizada após a última cirurgia programada do dia. Envolve todos
os procedimentos da limpeza concorrente, acrescentados à limpeza de todos os equipamentos,
acessórios e mobiliários, pisos e paredes da SO.
As portas devem ser limpas diariamente, especialmente o local próximo maçaneta.
O chão deve ser lavado com água e sabão.
As macas e os carros de transporte também devem ser limpos.
Os lavabos devem ser limpos, trocar a solução anti-séptica.

CENTRAL DE MATERIAL DE ESTERILIZAÇÃO – CME

Trata-se de um setor especifico, com serviço próprio, independente do CC, com o


objetivo de cuidar de todo material inerente à instituição.
Segundo o Ministério da Saúde, “centro de Material Esterilizado é o conjunto de
elementos destinados a lavagem, preparo e esterilização, guarda e distribuição de material
para as unidades do hospital”.

TERMOS:

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Desinfetar: é destruir apenas os germes.
Desinfetante: substância química usada para esterilizar para realizar desinfecção.
Anti-séptico: substância química que impede a proliferação de bactérias.
Anti-sepsia: conjunto de medidas usadas para evitar a atividade e proliferação de
microorganismos.
Bactericidas: agentes que destroem, matam as bactérias.
Bacteriostáticos: agentes que inibem o crescimento das bactérias.
Degermação: é redução ou remoção das bactérias da pele, seja por meio da limpeza química
ou mecânica.
Esterilidade: resultado da esterilização
Viricida: agente que destruí os vírus.

LOCALIZAÇÃO

Pode estar vinculado ou não ao Centro Cirúrgico, respeitando as exigências das


Normas Técnicas.
Centralizado – quando ocupa-se de todo o material do hospital.
Parcialmente centralizado – cada unidade prepara o material e envia ao CME.
Descentralizado – cada unidade cuida do seu material.

VANTAGENS:

➢ Economia de pessoal e material;


➢ Controle de gastos e suprimentos;
➢ Controle adequado de todo material;
➢ Pessoal treinado, possibilitando maior confiabilidade no processo de esterilização.

ÁREAS QUE COMPÕEM A CME.

RECEPÇÃO E EXPURGO: é área que recebe o material “sujo”, vindo do CC e das outras
unidades de interação, com o objetivo de fazer a limpeza, podendo ser por maquinas ou
material. O funcionário deve fazer uso de E.P.I.,bem como touca descartável.

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PREPARO DO MATERIAL: o material, após a lavagem, é passado para essa área para
secagem e preparo do seu acondicionamento, para ser encaminhado à esterilização. Os
pacotes são embalados em material próprio, como: tecido de algodão cru, papel grau cirúrgico
ou caixas metálicas. São identificados por clinica e tipo de procedimento.
ÁREAS DE ESTERILIZAÇÃO: é o local reservado para esterilização propriamente dita do
material, por processo físico ou químico, com o objetivo de destruir todas as formas de vida
microbiana. Esse local conta com equipamentos como as autoclaves a vapor.
ÁREA DE GUARDA E DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS: é a área destinada ao
armazenamento/acondicionamento dos materiais que já sofreram o processo de esterilização,
é também a área responsável pela distribuição do material entre as demais unidades.

CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS

CRÍTICOS: são os materiais que entram em contato direto com a mucosa íntegra do
paciente. Exemplo: termômetro, endoscópio, material de vídeo. Devem ser desinfetados a alto
nível, ocorrendo a destruição dos germes.
NÃO- CRÍTICOS: são os materiais que entram em contato direto com a pele íntegra.
Exemplo: foco, telefone, mesa cirúrgica, pisos, paredes. Devem ser desinfetados a baixo
nível, inativando algumas formas de germes.

LIMPEZA E DESINFECÇÃO ÁREA DE EXPURGO:

PROCESSO MANUAL DE LIMPEZA DOS INSTRUMENTAIS


➢ Colocar as pinças em solução desinfetante / desimática, abertas, por 15 minutos;
➢ lavá-las em água corrente com escova;
➢ Seca-las com compressa.

PROCESSO MECÂNICO
Lavar os materiais em maquinas próprias, de acordo com orientação do fabricante.
Material de vídeo:
➢ Colocar as pinças em solução desinfetante, abertas, por 15 minutos;
➢ Lavá-las em água corrente com escova;
➢ Seca-la com compressa.
Material de borracha:

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➢ Colocar as pinças em solução desinfetante, abertas, por 15 minutos;
➢ Lavá-las em água corrente com escova;
➢ Seca-la com compressa.

ESTERILIZAÇÃO
Esterilizar é a processo de destruição de todos os microorganismos patogênicos e não
patogênicos.

MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO
➢ Calor úmido – vapor saturado sob pressão (autoclave);
➢ Calor Calor seco – ar quente (estufa);
➢ Físico Radiação Raio gama de cobalto 60;
➢ Óxido de etileno;
➢ Físico- Químico: Peróxido de hidrogênio, Glutaraldeido aquoso a 2%;
➢ Químico Líquidos: Formaldeido aquoso a 10%, Formaldeido alcoólico a 8%.

CONTROLE DE ESTERILIZAÇÃO

É a verificação se os materiais estão realmente esterilizados.


Segundo o Ministério da Saúde, são determinados três mecanismos de controle de
qualidade para esterilização: física, química e biológica.
Física: através de termômetro e manômetro, que apontam a temperatura e pressão na
execução da esterilização. Não garante se o processo foi seletivo ou não.
Química: através de tiras reagentes à temperatura, que são colocadas no interior da autoclave,
em locais diferentes.
Biológica: através de indicador biológico: fitas ou ampolas com prazo determinado para
alteração. É a que mais assegura a esterilização.

Fluxo dos Funcionários


Da área de Limpeza (expurgo): O funcionário que estiver alocado neste ambiente deverá
dirigir-se ao vestiário desta mesma área, paramentar-se com EPIs preconizadas para este
ambiente: gorro e máscaras descartáveis, avental impermeável de manga longa, luvas de
borracha antiderrapante de cano longo, óculos protetores, botas ou protetores de perna e pé

50
impermeáveis descartáveis e protetor auditivo, por conta da grande exposição a materiais
biológicos, a produtos químicos e pelo ruído das lavadoras.
Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os EPIs e as vestimentas
utilizadas em suas atividades.
Da área de Preparo e Esterilização (limpa): O funcionário que estiver alocado neste
ambiente deverá dirigir-se ao vestiário desta mesma área, paramentar-se com EPIs
preconizadas para este ambiente: (gorro, máscara, luva de procedimento, sapatos fechados,
luvas de amianto p/ carregamento das autoclaves).
Da área de Armazenamento (arsenal): Por este local ser exclusivo e de acesso restrito, o
funcionário que estiver alocado neste ambiente permanecerá na área de preparo durante sua
jornada de trabalho, somente tendo acesso a esta área nos horário de descarregamento das
autoclaves, guarda e distribuição de materiais. EPIs preconizadas para este ambiente: luvas de
amianto (risco queimaduras), avental de mangas longas e gorro, sapatos fechados.
Observações: A escala dos funcionários será em forma de rodizio de áreas, pré- determinado.
A escolha da utilização de paramentarão restrita ( pijama) será para limitar ou restringir o
acesso livre .

SEQUÊNCIA PARA MONTAR PACOTES DE CAMPOS CIRÚRGICOS =


HOSPITAL
PACOTE CAMPO GRANDE
➢ CAMPOS ALGODÃO CRÚ (INVÓLUCRO);
➢ CAMPOS TIPO OPM;
➢ 1 CAMPO TIPO OPM;
➢ SACO MESA;
➢ AVENTAIS;
➢ 2 COMPRESSAS (P/ SECAR AS MÃOS).

PACOTE CAMPO PEQUENO


➢ 2 CAMPOS ALGODÃO CRÚ (INVÓLUCRO);
➢ 1 CAMPO TIPO FENESTRADO GRANDE;
➢ 1 CAMPO TIPO O;
➢ 1 CAMPO TIPO OPM;
➢ SACO DE MESA;
➢ AVENTAIS;

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➢ 2 COMPRESSAS (P/ SECAR AS MÃOS).

PACOTE CAMPOS AVULSOS


➢ 2 CAMPOS ALGODÃO CRÚ (INVÓLUCRO);
➢ 4 CAMPOS TIPO O;
➢ PACOTE CAMPO CURETAGEM;
➢ 2 CAMPOS ALGODÃO CRÚ (INVÓLUCRO);
➢ 4 CAMPOS TIPO OPM;
➢ 1 AVENTAL;
➢ COMPRESSA (P/ SECAR AS MÃOS).

PACOTE CAMPO SALA DE PARTO


➢ CAMPOS ALGODÃO CRÚ (INVÓLUCRO);
➢ 5 CAMPOS;
➢ 5 COMPRESSAS;
➢ 1 AVENTAL;
➢ 10 GAZES.

INSTRUMENTOS CIRÚRGICO

Sabemos que a palavra cirurgia significa operação manual, pois deriva do grego cheir
(mão) e ergon (trabalho). É evidente que um ato cirúrgico requer também instrumentos para
aumentar a destreza do operador e possibilitar a realização de manobras impossíveis de serem
executadas apenas com as mãos.
Usamos os termos instrumento para denominar cada peça, em particular; e
instrumental para o conjunto destas peças. O número de instrumentos cirúrgicos é incontável;
ao longo dos tempos os cirurgiões vêm criando e modificando novos elementos, que vão são
incorporados aos já existentes.
Quase sempre levam o nome de seus idealizadores, muitas vezes diferindo apenas em
detalhes muito pequenos. No rotina da clínica cirúrgica veterinária utilizamos um universo
relativamente reduzido, destas peças, se comparado com a diversidade estampada nos
catálogos dos fabricantes. Estes instrumentos são divididos em suas diferentes categorias.

CLASSIFICAÇÃO

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Instrumentais de diérese: Constituído pelos bisturis e tesouras, serras, agulhas, trépano,
ruginas e outros, utilizados nas cirurgias gerais, assim como nas especiais.
Bisturi: é um instrumento cirúrgico, usado para fazer incisões, caracterizado por
possuir uma lâmina muito afiada. Há diversos tamanhos de cabo e tipos de lâminas, para
funções específicas.
Cabos: Os tipos mais comumente utilizados na dierése incisional são os de número 3 e
o 7, sendo este último mais longo e fino. São preparados para receber uma variedade de tipos
de lâminas por meio de sua fenda receptora.
Lâminas: Com relação aos tipos de lâminas podemos citar: lâmina no. 15 é pequena e
utilizada para incisões no mucoperiósteo; no. 10 tem formato semelhante á anterior, porém
um pouco mais longa e utilizada para incisões maiores na pele; no. 11 apresenta ponta bem
mais afiada indicada para pequenas incisões como as de abcessos e por último no. 12 a qual
apresenta ponta curva adequada para procedimentos mucogengivais.

Colocação e remoção da lâmina: Para conectar a lâmina ao cabo é necessária a utilização de


um porta-agulha de modo a evitar cortes ao manuseá-la. Segura-se a lâmina em sua
extremidade superior com o porta-agulha que possui uma estrutura metálica que assegura
apreensão. O cabo é segurado pelo corpo de modo que a face cortante da lâmina fique
apontada para cima. A lâmina é deslizada pelo cabo até que haja um estalido. A remoção
obedece aos mesmos procedimentos, entretanto o porta-agulha deverá segurar a lâmina em
sua porção mais distal e superior levantando-a para desconectá- la e deslizando-a em sentido
oposto ao anterior.
As tesouras: as mais utilizadas: reta para o corte de fios, de secção ou curva (Mayo) e
a de dissecção, mais delicada (Metzembaum) tesouras tesouras reta e curva.

Instrumentais para hemostasia: Esse grupo é constituído por todos aqueles destinados ao
pinçamento de vasos sangrantes. Representados por pinças nas formas retas e curvas, por
exemplo, as pinças Kelly, Halstead, Rochester, preferidas pelo cirurgião devido a
proporcionarem um manuseio mais fácil.
As pinças hemostáticas são usadas em situações que exigem instrumentos mais longos.
As pinças atraumáticas são usadas para hemostasia temporária.
A hemostasia pode ser temporária ou definitiva, preventiva ou corretiva. O método de
hemostasia por pinçamento é cruento e temporário, podendo tranformar-se em definitivo por
ligadura, cauterização ou angiotripsia.

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Em cirurgia vascular, utilizam- se pinças hemostáticas atraumáticas para que não se
produzam danos na parede dos vasos quando aplicados, não favorecendo a trombose. As
atraumáticas mais utilizadas são as de Buldogue e Satinsky.
As pinças hemostáticas traumáticas quando aplicadas são substituídas por ligadura ou
eletrocoagulação, sendo as mais utilizadas: Rochester, Kelly e a longa de Mixter.

Instrumentais para preensão: São destinados a segurar e suspender as vísceras e órgãos,


como as pinças elásticas e pinças com anéis e cremalheira.
Pinça de preensão intestinal ou de Allis; pinça de preensão aponeurótica ou de Kocher, pinças
de Foerstes e Ballenger e as chamadas pinças de campo ou Backaus.

Instrumentais para separação: Formados por afastadores é destinado à exposição,


permitindo a melhor visualização da cavidade operatória.
Os afastadores são divididos em dois grupos: auto-estáticos e dinâmicos.
Os afastadores dinâmicos mais conhecidos são os de Farabeuf, as válvulas manuais de
Doyen e a válvula supra-púbica. Os estáticos mais conhecidos são o Gosset e o Balfour.

Instrumentais e material para a síntese: São representados basicamente pelas agulhas de


sutura, porta-agulhas e principalmente pelos fios cirúrgicos, grampos e fitas adesivas de pele.
AGULHAS: São utilizadas para transfixar os tecidos como guia aos fios de sutura, podendo
ser classificadas como retas ou curvas, podendo ser cilíndricas ou cortantes; as que já vem
montadas com o fio, são denominadas agulhas atraumáticas, proporcionando orifícios de
entrada e saída menos traumáticos. As agulhas curvas possuem raio de curvatura variável,
adaptando-se a cada tipo de síntese.
PINÇAS: As utilizadas para a síntese são as pinças de dissecção: anatômica que não possui
dentes na extremidade e portanto são menos traumatizantes ao apreenderem as bordas, e a
pinça dente de rato que possui dentes na sua extremidade e portanto favorecem melhor
apreensão.
PORTA-AGULHAS: São utilizados para a condução de agulhas curvas, sendo os mais
utilizados: MAYO, HEGAR e MATHIEU.

NOMENCLATURAS / TERMINOLOGIA CIRÚRGICA

São Vocábulos e expressões utilizadas na área médico-Cirúrgica.

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É de fundamental importância que os profissionais de saúde conheçam os termos
cirúrgicos para que não haja nenhum problema na interpretação de prontuários e prescrições
médicas.
As terminologias facilitam, principalmente, o trabalho dos profissionais de saúde que
trabalham: no centro de materiais esterilizados, e Centro Cirúrgico, pois eles podem preparar
os materiais necessários com mais agilidade e facilidade.
Nos setores, para realizar o preparo cirúrgico adequado. Cabe ao pessoal de
enfermagem entender os diversos aspectos que envolvem o procedimento cirúrgico, em
especial a terminologia pertinente.
Essa terminologia é formada por prefixos, que designam a parte do corpo relacionada
à cirurgia, e por sufixos, que indicam o ato cirúrgico referente. Os principais objetivos da
terminologia cirúrgica são:
➢ Fornecer a definição do termo cirúrgico;
➢ Descrever os tipos de cirurgia;
➢ Facilitar o preparo dos instrumentais e equipamentos cirúrgicos apropriados para cada
tipo de cirurgia.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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koogan,1994.
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POSSARI,J.F.Assistência de Enfermagem na Recuperação Pós Anestésica (RPA). São
Paulo,Iatria,2003.

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