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Hepatites virais

A, B e C

Caracterizada como um problema de saúde pública no Brasil e no mundo, a


hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus ou pelo uso de
alguns remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes,
metabólicas e genéticas. São doenças silenciosas que nem sempre
apresentam sintomas, mas, quando estes aparecem, podem ser cansaço,
febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos
amarelados, urina escura e fezes claras.
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e
C.
HEPATITE A
Hepatite A é uma doença infecciosa aguda causada pelo vírus VHA que é
transmitido por via oral-fecal, de uma pessoa infectada para outra saudável, ou
através de alimentos (especialmente os frutos do mar, recheios cremosos de
doces e alguns vegetais) ou da água contaminada.
Esse vírus pode sobreviver por até quatro horas na pele das mãos e dos
dedos. Ele é também extremamente resistente à degradação provocada por
mudanças ambientais, o que facilita sua disseminação, e chega a resistir
durante anos a temperaturas de até 20ºC negativos.
A incidência da hepatite A é maior nos locais em que o saneamento básico é
deficiente ou não existe. Uma vez infectada, a pessoa desenvolve imunidade
contra VHA por toda a vida.
Diagnóstico
Além de levar em conta os sintomas, o diagnóstico da hepatite A é feito por
meio da detecção de anticorpos contra o vírus VHA no sangue ou pela
presença de seus fragmentos nas fezes.
Sintomas
A hepatite A pode ser sintomática ou assintomática. Durante o período de
incubação, que leva em média de duas a seis semanas, os sintomas não se
manifestam, mas a pessoa infectada já é capaz de transmitir o vírus.
Apenas uma minoria apresenta os sintomas clássicos da infecção: febre, dores
musculares, cansaço, mal-estar, inapetência, náuseas e vômito. Icterícia, fezes
amarelo-esbranquiçadas e urina com cor semelhante à da coca-cola são outros
sinais possíveis da enfermidade.
No entanto, muitas vezes, os sintomas são tão vagos que podem ser
confundidos com os de uma virose qualquer. O paciente continua levando vida
normal e nem percebe que teve hepatite A.
Grupo de Risco
Geralmente, é na infância que se entra em contato com o vírus. Por isso, as
crianças constituem grupo de risco importante, assim como os adultos que
interagem com elas e os profissionais de saúde.
Evolução
Em geral, o quadro de hepatite A se resolve espontaneamente em um ou dois
meses. Em alguns casos, porém, pode demorar seis meses para o vírus ser
eliminado totalmente do organismo.
A hepatite A é uma doença de curso benigno, mas potencialmente grave.
Embora não sejam frequentes, complicações podem surgir. Uma delas, a
hepatite fulminante, é um quadro que se caracteriza pela necrose maciça e
morte das células hepáticas nas primeiras seis a oito semanas da infecção.
São raros os casos de pacientes com mais de 50 anos que sobrevivem a essa
forma da doença.
Tratamento
Não existe tratamento especifico contra a hepatite A, nem embasamento
terapêutico para recomendar repouso absoluto. Na vigência dos sintomas,
porém, o próprio paciente se impõe repouso relativo.
Pessoas que vivem no mesmo domicílio que o paciente infectado ou que estão
em más condições de saúde podem receber imunoglobulina policlonal para
protegê-las contra a infecção.
É absolutamente fundamental que o consumo de álcool seja abolido até pelo
menos três meses depois que as enzimas hepáticas voltaram ao normal.
Vacinas
Há duas vacinas contra a hepatite A. Uma deve ser aplicada em duas doses
com intervalo de seis meses; a outra, em três doses distribuídas também
nesses seis meses.
A vacina contra a hepatite A não faz parte do Programa Oficial de Vacinação
oferecido pelo Ministério da Saúde, mas deve ser administrada a partir do
primeiro ano de vida, porque sua eficácia é menor abaixo dessa faixa etária.
Pessoas que pertencem ao grupo de risco ou que residem na mesma casa que
o paciente infectado também devem ser vacinadas.
Recomendações
* Não coma frutos do mar crus ou mal cozidos. Moluscos, especialmente,
filtram grande volume de água e retêm os vírus, se ela estiver contaminada.
* Saiba que ostras que se comem cruas e mariscos são transmissores
importantes do vírus da hepatite A;
* Evite o consumo de alimentos e bebidas dos quais não conheça a
procedência nem saiba como foram preparados;
* Procure beber só água clorada ou fervida, especialmente nas regiões em que
o saneamento básico possa ser inadequado ou inexistente;
* Lave as mãos cuidadosamente antes das refeições e depois de usar o
banheiro. A lavagem criteriosa das mãos é suficiente para impedir o
contágio de pessoa para pessoa;
* Não ingira bebidas alcoólicas durante a fase aguda da doença e nos três
meses seguintes à volta das enzimas hepáticas aos níveis normais;
* Verifique se os instrumentos usados para fazer as unhas foram devidamente
esterilizados ou leve consigo os que vai usar no salão de beleza
HEPATITE B

A hepatite B é uma doença transmitida pelo vírus VHB, que tem predileção por
infectar os hepatócitos, as células do fígado. Essas células podem ser
agredidas pelo VHB diretamente, ou pelas células do sistema de defesa que,
empenhadas em combater a infecção, acabam causando um processo
inflamatório crônico.
O vírus da hepatite B pode sobreviver ativo no ambiente externo por vários
dias. O período de incubação dura, em média, de um a quatro meses. Uma
pessoa infectada por ele pode desenvolver as seguintes formas da doença:
hepatite aguda, hepatite crônica (ou ambas) e hepatite fulminante, uma forma
rara da doença que pode ser fatal.
Transmissão do VHB
O vírus da hepatite B está presente no sangue, na saliva, no sêmen e nas
secreções vaginais da pessoa infectada. A transmissão pode ocorrer por via
perinatal, isto é, da mãe para o feto na gravidez, durante e após o parto; por via
horizontal, através de pequenos ferimentos na pele e nas mucosas; pelo uso
de drogas injetáveis e por transfusões de sangue (risco que praticamente
desapareceu desde que o sangue dos doadores passou a ser rotineiramente
analisado).
As relações sexuais constituem outra via importante de transmissão da hepatite
B, considerada uma doença sexualmente transmissível (DST), porque o vírus
atinge concentrações altas nas secreções sexuais.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito com base nos exames físico e de sangue para determinar
o valor das transaminases (aminotransferases, segundo a nova nomenclatura
médica), e a presença de antígenos do vírus na detecção do DNA viral. Em
alguns casos, pode ser necessário realizar biópsia de fígado.
Sintomas
De modo geral, os principais sintomas da infecção aguda pelo vírus VHB são
semelhantes aos da hepatite A: náuseas, vômitos, mal-estar, febre, fadiga,
perda de apetite, dores abdominais, urina escura, fezes claras, icterícia (cor
amarelada na pele e conjuntivas).
A hepatite aguda pode passar despercebida, porque a doença ou é
assintomática, ou os sintomas não chamam a atenção. Outra particularidade é
que a maioria dos pacientes elimina o vírus e evolui para a cura definitiva. Em
menos de 5% dos casos, porém, o VHB persiste no organismo e a doença
torna-se crônica.
A hepatite B crônica também pode evoluir sem apresentar sintomas que
chamem a atenção durante muitos anos. Isso não indica que parte dos
infectados possa desenvolver cirrose hepática e câncer de fígado no futuro. Na
maioria das vezes, porém, quando os pacientes procuram o médico, já há
sinais de insuficiência hepática crônica: icterícia, aumento do baço, acúmulo de
líquido na cavidade abdominal (ascite), distúrbios de atenção e de
comportamento (encefalopatia hepática). A evolução dessa forma da doença
depende de fatores, como a replicação do vírus, a resposta imunológica, o
consumo de álcool e a eventual infecção por outros vírus.
Prevenção
A maneira mais segura e eficaz de prevenir a infecção pelo VHB é tomar as
três doses da vacina contra a hepatite B, assim distribuídas: a segunda 30 dias
depois da primeira e a terceira, seis meses depois da primeira.
Devem receber essa vacina: recém-nascidos, crianças que não foram
vacinadas ao nascer, pessoas com vida sexual ativa, aquelas que convivem
com pacientes com a enfermidade ou necessitam de transfusões de sangue
com frequencia, as submetidas à hemodiálise. Também devem ser vacinados
os usuários de drogas injetáveis, os profissionais na área de saúde, os
doadores de órgãos sólidos e de medula óssea, policiais, manicures,
podólogos, portadores de HIV e de imunodeficiências, vítimas de abuso sexual,
a população indígena, entre outros grupos.
Tratamento
Na maioria dos casos, o tratamento da hepatite B aguda tem como objetivo
aliviar os sintomas e afastar o risco de complicações. Nessa fase, não há
consenso sobre a indicação de medicamentos antivirais. Também, ao contrário
do que se preconizava no passado, o paciente não precisa permanecer em
repouso, mas deve moderar a atividade física.
Nem todos os portadores de hepatite B crônica com diagnóstico recente
precisam de tratamento imediato. Quando ele se faz necessário, existem
remédios que inibem a replicação do vírus e atuam no controle da resposta
inflamatória.
Recomendações
*Saiba que a hepatite B crônica é uma doença que exige cuidados, porque
pode evoluir para cirrose hepática e câncer de fígado (carcinoma
hepatocelular);
*Vale a pena consultar um médico sobre a importância de tomar a vacina
contra hepatite B, mesmo que você não pertença aos grupos de risco. Essa
vacina protege também contra a infecção pelo vírus da hepatite D, que só se
manifesta quando ocorre dupla infecção;
HEPATITE C

A hepatite C é causada pelo vírus C (HCV), já tendo sido chamada de “hepatite


não A não B”. O vírus C, assim como o vírus causador da hepatite B, está
presente no sangue. Entre as causas de transmissão estão:

 Transfusão de sangue;
 Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas,
cachimbos, entre outros), para higiene pessoal (lâminas de barbear e
depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou
cortam) ou para confecção de tatuagem e colocação de piercings;
 Da mãe infectada para o filho durante a gravidez (mais rara);
 Sexo sem camisinha com uma pessoa infectada (mais rara).

A transmissão sexual do HCV entre parceiros heterossexuais é muito pouco


frequente, principalmente nos casais monogâmicos; sendo assim, a hepatite C
não é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Porém, entre homens
que fazem sexo com homens (HSH) e na presença da infecção pelo HIV, a via
sexual deve ser considerada para a transmissão do HCV.
O surgimento de sintomas em pessoas com hepatite C aguda é muito raro.
Entretanto, os que mais aparecem são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos,
febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Por
se tratar de uma doença silenciosa, é importante consultar-se com um médico
regularmente e fazer os exames de rotina que detectam todas as formas de
hepatite. O diagnóstico precoce da hepatite amplia a eficácia do tratamento.
Existem centros de assistência do SUS que disponibilizam tratamento para a
hepatite C em todos os estados do país. Verifique qual o centro de saúde mais
perto de você aqui.
Quando a infecção pelo HCV persiste por mais de seis meses, o que é comum
em até 80% dos casos, caracteriza-se a evolução para a forma crônica. Cerca
de 20% dos infectados cronicamente pelo HCV podem evoluir para cirrose
hepática e cerca de 1% a 5% para câncer de fígado. O tratamento da hepatite
C depende do tipo do vírus (genótipo) e do comprometimento do fígado
(fibrose). Para isso, é necessária a realização de exames específicos, como
biópsia hepática nos pacientes sem evidências clínicas de cirrose e exames de
biologia molecular.
Previna-se
Não existe vacina contra a hepatite C, mas evitar a doença é muito fácil. Basta
não compartilhar com outras pessoas nada que possa ter entrado em contato
com sangue, como seringas, agulhas e objetos cortantes. Entre as
vulnerabilidades individuais e sociais, devem ser considerados o uso de álcool
e outras drogas e a falta de acesso à informação e aos insumos de prevenção,
como preservativos, cachimbos, seringas e agulhas descartáveis. Caso você
não saiba onde ter acesso aos insumos de prevenção, ligue para o Disque
Saúde (136).
Além disso, toda mulher grávida precisa fazer no pré-natal os exames para
detectar as hepatites B e C, a aids e a sífilis. Esse cuidado é fundamental para
evitar a transmissão de mãe para filho. Em caso de resultado positivo, é
necessário seguir todas as recomendações médicas, inclusive sobre o tipo de
parto e amamentação (fissuras no seio da mãe podem permitir a passagem de
sangue).
Biologia
O vírus da hepatite C é constituído por RNA de fita simples e pertence à
família Flaviviridae. Sua detecção se dá por meio de exames de biologia
molecular (HCV-RNA) que também são capazes de identificar o seu tipo
(genótipo) e quantidade no sangue (carga viral).

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