Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
ADORNO, Theodor W. 1903-1969 Industria cultural e sociedade, seleção de textos por Jorge
Mattos Brito de Almeida, traduzido por Juba Elizabeth Levy. São Paulo, Paz e terra, 2002
Estudou música com sua tia (por parte de mãe), Agathe, uma pianista. Frequentou o Kaiser-
Wilhelm-Gymnasium, onde se destacou como estudante. Além disso, ainda durante a
adolescência, teve aulas particulares de composição com Bernhard Sekles, e leu, nas tardes de
sábado, Immanuel Kant com seu amigo Siegfried Kracauer - 14 anos mais velho e especialista
em Sociologia do conhecimento. Mais tarde, Adorno diria que devia mais a estas leituras do
que a qualquer de seus professores universitários.
Entre 1921 e 1932, publicou cerca de cem artigos sobre crítica e estética musical e conheceria
Vilma, com quem se casaria pouco tempo depois. Sua carreira filosófica começa em 1933 com
a publicação de sua tese sobre Kierkegaard. Em 1925, conhece pessoalmente um dos filósofos
que mais o influenciaram até então - o jovem Lukács. Crítico de Kierkegaard, Lukács
decepcionará o jovem Adorno ao renegar sua obra de juventude (A Teoria do Romance por
completo, e a História e Consciência de Classe em sua maior parte). Essas obras são pilares do
pensamento de Adorno, que travará inúmeras polêmicas com Lukács pelo que entende serem
seus "desvios" de pensamento em prol do partido.
Outro filósofo que influenciará Adorno de forma crucial é Walter Benjamin, a ponto de Adorno
afirmar que, em determinado momento de sua produção filosófica, sua intenção era apenas a
de traduzir Benjamin para termos acadêmicos.
Com o fim da Segunda Guerra, Adorno é um dos que mais desejam o retorno do Instituto para
Pesquisa Social a Frankfurt, tornando-se seu diretor-adjunto e seu co-diretor em 1955. Com a
aposentadoria de Horkheimer, Adorno torna-se o novo diretor. Adorno faleceu, por problemas
cardíacos, no dia 6 de agosto de 1969.
A indústria cultural provem da técnica que foi pré estabelecida pelas classes dominantes. Com
isso em mente, podemos fazer uma relação lógica de hierarquização entre a indústria cultural,
que entraria como a dominada dessa história, e as classes dominantes que por sua vez
usufruirão da indústria cultural para instrumentalizar seu poder. Isso pode ser observado no
próprio ambiente de uma cidade, onde os macrocosmos trabalham de maneira que ao
primeiro olhar, parecem ser harmoniosos mas que ao serem jogados em holofote poderíamos
perceber a divisão social imposta fisicamente. Em um exemplo rápido, as favelas são
macrocosmos delimitados geograficamente e culturalmente onde as regras culturais só podem
(e devem) ser aplicadas àquele ambiente. Podemos observar que para impor as regras
culturais as classes dominantes se apropriam da arte, a transformando em uma idustria.