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RESUMO
INTRODUÇÃO
“A violência contra a mulher não é um fato recente” Fonseca et al (2018 p.50), porém,
o tema só começou a ganhar destaque, a partir da década de 60, quando passou a ser
divulgado pelos meios de comunicação de massa como a televisão e a internet através das
redes sociais, se tornando foco de pesquisa na esfera acadêmica.
A violência contra a mulher pode ser de ordem moral, física, sexual, dentre outras,
sendo que na maioria das vezes é “na própria residência que acontecem a maior parte das
agressões” pelo companheiro ou ex-companheiro da vítima (MACIEL, 2018 p.34).
Segundo Mello et al (2014), “a violência contra as mulheres como uma violação aos
direitos humanos foi reconhecida, em 1993, na “Conferência das Nações Unidas sobre
Direitos Humanos”, pois esta fere os direitos fundamentais de dignidade humana violando
seu direito a vida e a integridade física e psicológica. Além disso, é um “fenômeno social”,
porque acontece por meio e no meio das relações sociais.
METODOLOGIA
Nesta pesquisa será utilizado como metodologia a revisão bibliográfica, com a finalidade de
reunir informações e dados a partir da temática da mesma. Em função da natureza qualitativa
do estudo, o método de análise de dados utilizado será: pesquisa bibliográfica e pesquisa
documental em livros, periódicos e artigos científicos que tratem da temática da violência
doméstica contra a mulher e feminicício de forma implicada e separada.
Muchembled (2012) define violência como tendo “surgido no início do século XIII
em francês, do latim vis, designando ‘a força’, ou o ‘vigor’, caracteriza um ser humano com
um caráter colérico e brutal, presente no ser humano e que são usados para subjugar e
constranger o outro” (MUCHEMBLED, 2012 p. 7)
Constata-se que a família dos dias atuais manteve resquícios da família patriarcal,
mesmo que de forma implícita e despercebida, fortalecendo as relações de poder, que
submete a mulher ao domínio e controle dos homens.
De acordo com Santi (2010), a violência contra a mulher acontece de diversas
maneiras e diversas formas, sendo que, dentre elas, uma ocorre “no espaço definido
socialmente para as mulheres: o espaço privado, a família e o domicílio (SANTI, 2010)
É notório que ao longo da história o papel da mulher sempre foi reservado a um lugar
de menor destaque, seus direitos e seus deveres estavam sempre voltados para a criação dos
filhos e os cuidados do lar, portanto, para a vida privada; paradoxalmente é neste lugar que
para Galeano (2000, p. 69) citado por Hoffmeister ET all (2019), os direitos humanos
deveriam começar, em casa.
De acordo com Dahlberg e Krugg (2002, p.5), no Relatório Mundial sobre Saúde e
Violência, a OMS define a violência como “O uso intencional da força física ou do poder,real
ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, [...] que resulte ou tenha grande
possibilidade de resultarem lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento
ou privação.”
Segundo Barsted (2006) citado por Azambuja e Nogueira (2019), uma grande vitória
para os casos de violência contra a mulher foi a promulgação da Lei 11.340 em 2006, a Lei
Maria da Penha como uma política pública de segurança das mulheres que se destina
especificamente à violência doméstica e familiar e a reconhece como uma violação dos
Direitos Humanos. (BARSTED, 2006).
Com base nessa lei, o artigo 7º estabelece as formas de violência que se enquadram
como violência doméstica contra a mulher, as quais sejam:
I – a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade
ou saúde corporal;
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação,
manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto,
chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou
qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à
autodeterminação;
III – a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a
utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer
método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à
prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite
ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV – a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de
trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos,
incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V – a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia,
difamação ou injúria.
Em estudos feitos por Lisboa e Pinheiro (2005), a “violência contra a mulher” possui
diferentes concepções sendo que as mais utilizadas são: violência doméstica, violência
intrafamiliar, violência de gênero, dentre outras. O termo violência contra a mulher surge nos
anos 70, através do movimento feminista, ao denunciar para a sociedade que as mulheres
eram o alvo principal da violência praticada pelos homens e a justificativa para os atos de
violência estaria no fato de a mulher ser historicamente submissa e que deve obediência ao
homem.
O termo feminicídio, na sua origem, começou a ser usado a partir do ano de 1970,
com o nome de femicídio, sendo este termo utilizado pela Diana Russel socióloga anglo-
saxã, para expressar o “assassinato de mulheres nas mãos de homens por serem mulheres“
(PONCE, 2011, p. 108).
Posteriormente, esse termo ganhou destaque, assim, foi sendo analisado por diversos
autores que lapidaram a concepção em questão. De acordo com Ponce (2011) citado por
Filho (2019):
A lei que tipificou o feminicídio (Lei 13.104, de 2005), foi aprovada pelo Congresso e
sancionada em 2015, a fim de
Em 07 de agosto de 2006, era sancionada a Lei 11.340/2006, comumente conhecida como a
Lei Maria da Penha, com o objetivo de aumentar o rigor da Lei para os crimes contra a mulher
nos espaços doméstico e familiar.
O autor acrescenta que “[...] a cada retomada do ciclo a fase da explosão se torna mais violenta,
podendo chegar ao assassinato da mulher pelo agressor.” (WALKER, 2009).
Para Maciel(2014) o fim de muitos casos de agressões físicas podem resultar na morte das
mulheres. O autor reitera que o Brasil tem registrado altíssimos números de homicídios contra as
mulheres ”ocupa a 5ª posição no ranking internacional, entre os 83 países com maiores índices de
feminicídio, segundo o Atlas da Violência (2018)[...]” (MACIEL, 2014 p.35).
Os dados de feminicídio no país são alarmantes, e muitas mortes poderiam ser evitadas se as vítimas
receber uma atenção maior por parte do Estado, por meio de políticas sociais no atendimento a
essas mulheres após sofrerem a violência “uma vez que para se chegar a este desfecho, previamente
muitas delas já tenham sido vítimas de uma série de atos de violência” (MACIEL, 2014 p.35).
Segundo o Atlas da violência (2019) no ano de 2017 houve um crescimento dos homicídios
femininos no Brasil, chegando a 13 assassinatos por dia. No total, 4.936 mulheres foram mortas,
vítimas da violência.
Para tratar da questão de políticas específicas para Mulheres foi criada a Secretaria
Especial de Políticas para as Mulheres em Janeiro de 2003 com a função de elaborar, articular
e executar políticas direcionadas à eqüidade de gênero.
Iamamoto e Carvalho (1983) diz que o objeto de trabalho do Serviço Social compõe-
se das expressões da questão social, entendidas como as conseqüências das desigualdades
originadas pelas relações sociais de produção e reprodução do sistema capitalista.
Contudo, para uma atuação profissional junto ás vítimas da violência doméstica, as teorias vazias de
conhecimento dos fatos implicados dentro do contexto são insuficientes para entender e agir a partir
das necessidades impostas.
Para Mioto(2003):
Referência Bibliográfica
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penal, para inserir o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio.
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