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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

FERNANDA CARVALHO SANTOS


JOÃO VÍCTOR MAIA LEITE GARRIDO
JOSÉ ODILON MATOS DE JESUS JÚNIOR
SARA OLIVEIRA ANDRADE

ADSORÇÃO EM SISTEMA COMPOSTO POR ÁCIDO ACÉTICO E


CARVÃO ATIVADO

Disciplina: Laboratório de Operações Unitárias


Professor: Marcelo De Souza

São Cristóvão – SE
2019.1
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRIA ......................................................................................... 4
3 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 12
4 METODOLOGIA EXPERIMETAL ................................................................................. 13
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 14
6 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 21
7 REFERÊNCIAS................................................................................................................ 21

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RESUMO:

A adsorção é uma importante operação largamente utilizada nas indústrias químicas, a qual
estuda a habilidade de sólidos se concentrarem na sua superfície certas substâncias de
interesse. O mecanismo cinético está baseado nas diferentes difusividades das diversas
espécies nos poros adsorventes. Dependendo da natureza das forças envolvidas, a adsorção
pode ser classificada quanto a sua intensidade em dois tipos: adsorção física e adsorção
química. Cinética de adsorção é expressa como a taxa de remoção do adsorvato na fase fluida
em relação ao tempo, envolvendo a transferência de massa de um ou mais componentes
contidos em uma massa líquida externa para o interior da partícula do adsorvente, os quais
deverão migrar através dos macroporos até as regiões mais interiores desta partícula. O
objetivo deste trabalho foi o de estudar três aspectos fundamentais do processo de adsorção de
ácido acético em carvão ativado: plotar as curvas de equilíbrio, estudar a cinética de adsorção
e construir a curva de ruptura para uma coluna em leito fixo. Mediante a aplicação da
metodologia proposta foram obtidos resultados satisfatórios, obtendo-se uma curva de
equilíbrio condizente com os dados da literatura, a qual foi ajustada coerentemente pelo
Isoterma de Langmuir. Os valores obtidos no ajuste foram de 105±5 mg.g-1 para XS e
0,41±0,09 L.g-1 para KL com um coeficiente de correlação R2 igual a 0,9997. Com o intuito de
estudar a cinética de adsorção do ácido acética na superfície do carvão ativado foram
colocadas massa pré-determinadas de carvão em um volume fixo de ácido acético, retirou-se
alíquotas deste volume para verificar a concentração do ácido ao longo do tempo de vinte e
cinco minutos. Pôde-se perceber que de acordo com o que mostra a literatura, quanto maior o
tempo de contato, maior será essa adsorção na superfície do sólido. Por fim, ao plotar a curva
de ruptura da coluna de adsorção foi possível obter o tempo de ruptura tb = 100 min e a
concentração no tempo de ruptura Cb = 2,88x10-2 mol/L. Além disso, a partir da curva de
ruptura foram calculados o tempo total (99,96 min), tempo útil (110,85 min) e a altura útil da
coluna (41,44 cm), que representa mais de 90% da altura total da coluna, de 46 cm, mostrando
que a operação de adsorção em leito fixo foi eficiente.

Palavras-chave: Adsorção; Carvão Ativado; Ácido Acético.

1 INTRODUÇÃO
A adsorção é uma operação de transferência de massa, a qual estuda a habilidade de
certos sólidos em concentrar na sua superfície determinadas substâncias existentes em fluidos
líquidos ou gasosos, possibilitando a separação dos componentes desses fluidos. Uma vez que
os componentes adsorvidos, concentram-se sobre a superfície externa, quanto maior for esta
superfície externa por unidade de massa sólida, tanto mais favorável será a adsorção. Por isso,
geralmente os adsorventes são sólidos com partículas porosas (RUTHVEN, 1984). A espécie
que se acumula na interface do material é normalmente denominada de adsorvato ou
adsorbato; e a superfíce sólida na qual o adsorvato se acumula, de adsorvente ou adsorbente
(RUTHVEN, 1984).
Os processos de separação por adsorção estão baseados em três mecanismos distintos:
o mecanismo estérico, os mecanismos de equilíbrio e os mecanismos cinéticos. Para o
mecanismo estérico, os poros do material adsorvente possuem dimensões características, as
quais permitem que determinadas moléculas possam entrar, excluindo as demais. Para os
mecanismos de equilíbrio, têm-se as habilidades dos diferentes sólidos para acomodar
diferentes espécies de adsorvatos, que são adsorvidos, preferencialmente, a outros compostos.

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O mecanismo cinético está baseado nas diferentes difusividades das diversas espécies nos
poros adsorventes( DO,1998).
Dependendo da natureza das forças envolvidas, a adsorção pode ser classificada
quanto a sua intensidade em dois tipos: adsorção física e adsorção química. Os conceitos de
quimissorção e fisissorção são distintos, entretanto os dois mecanismos de adsorção não são
completamente independentes. A distinção quanto à espécie ser física ou quimicamente
adsorvida não é muito clara (ADAMSON; GAST, 1997).
Os fenômenos de adsorção são resultados de uma combinação entre os tipos de forças
envolvidas na adsorção física e química. Desta forma, são vários os fatores que influenciam o
processo de adsorção como a área superficial, as propriedades do adsorvente e do adsorvato, a
temperatura do sistema, natureza do solvente e o pH do meio. É um processo que depende de
vários fatores tais como: natureza do adsorvente, do adsorvato e das condições operacionais.
As características do adsorvente incluem: área superficial, tamanho do poro, densidade,
grupos funcionais presentes na superfície e hidrofobicidade do material. Por outro lado, a
natureza do adsorvato depende da polaridade, do tamanho da molécula, da solubilidade e da
acidez ou basicidade. As condições operacionais incluem, principalmente, temperatura, pH e
natureza do solvente (COONEY, 1999).
Cinética de adsorção é expressa como a taxa de remoção do adsorvato na fase fluida
em relação ao tempo, envolvendo a transferência de massa de um ou mais componentes
contidos em uma massa líquida externa para o interior da partícula do adsorvente, os quais
deverão migrar através dos macroporos até as regiões mais interiores desta partícula. Em
princípio, a cinética de adsorção pode ser conduzida por diferentes processos: a)
Transferência de massa externa: a qual corresponde a transferência de moléculas da fase
fluida para superfície externa da partícula adsorvente, por intermédio de uma camada de
fluido que envolve a partícula. b) Difusão no poro: a qual é ocasionada pela difusão de
moléculas no fluido para o interior dos poros. c) Difusão na superfície: a qual corresponde à
difusão das moléculas totalmente adsorvidas ao longo da superfície do poro.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRIA

Adsorção é uma operação de transferência de massa na qual objetiva-se remover um


ou mais componentes presentes em uma corrente fluida através do contato, desta, com um
sólido. O sólido que adsorve é chamado de adsorvente, e a espécie adsorvida de adsorbato.
Segundo Geankoplis (1993), as principais aplicações da adsorção em fase líquida são:
remoção de compostos orgânicos a partir de água ou de soluções orgânicas, remoção de
impurezas coloridas de substâncias orgânicas e remoção de produtos de fermentação das
descargas de fermentadores. As aplicações em fase gasosa incluem a desumidificação de
hidrocarbonetos gasosos, remoção de componentes de enxofre do gás natural e remoção de
solventes e odor do ar e de outros gases.
O processo de adsorção geralmente é realizado por duas metodologias. Na primeira, o
adsorvente granular é mantido fixo, formando um leito poroso sob o qual flui a solução a ser
tratada (colunas adsorvedoras de leito fixo). O segundo método envolve o contato do
adsorvente finamente dividido com a solução a ser tratada em um vaso sob agitação. Além
disso, a adsorção pode ser classificada quanto ao modo de contato, ocorrendo em estágios de
equilíbrio ou com contatado contínuo entre as fases e, quanto ao fluxo material, podendo
ocorrer de modo contínuo, semicontínuo ou em batelada.
A operação em batelada, muito utilizado em indústrias farmacêuticas, geralmente é
empregada para remover espécies em pequenas quantidades, presentes em soluções líquidas.
O processo basicamente consiste na mistura de uma solução líquida com certa quantidade de
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adsorvente em um recipiente agitado, em condições que garantam que o estado de equilíbrio
seja atingido.

2.1 Características Físico-Químicas da Adsorção

A adsorção é um fenômeno de superfície, que pode ser explicado pelo fato de que o
balanço de forças nos átomos da superfície do sólido, é pobre, de modo que, ao serem
puxados para o centro os átomos da superfície sofrem um desequilíbrio eletrônico, este
desequilíbrio possibilita a estes átomos atrair e interagir com as moléculas do fluido.
Há dois tipos de adsorção, a adsorção física e a adsorção química. Adsorção física ou
fisissorção ocorre através de interações fracas do tipo de Van Der Waals (dipolos permanentes
ou induzidos), essas interações tornam as moléculas fisicamente presas ao sólido. O processo
é reversível e exotérmico e, a energia gerada é da mesma magnitude da entalpia de
condensação.
Já a adsorção química, ou quimissorção, resulta da interação química entre o
adsorvente e o adsorbato, geralmente por ligações covalentes, havendo uma troca de
densidade eletrônica. Ela ocorre em sítios ativos, é altamente seletiva e o calor gerado é da
ordem do calor de reação. A Tabela 1 apresenta outras características da adsorção física e
química.

Tabela 1 - Características da Adsorção .


Parâmetro Adsorção Física Adsorção
Química
Adsorvente Todos os sólidos Alguns sólidos
Todos os gases Alguns gases
Adsorbato abaixo da quimicamente
temperatura crítica ativos
Temperatura Baixa Alta, em geral
Baixo (próximo do
Alto (próximo de
Calor de Adsorção ∆𝐻 de
um ∆𝐻 de reação)
condensação)
Energia de Não ativada: baixa
Baixa
Ativação Ativada: alta
Depende da
Taxa Rápida energia de
ativação
Altamente Muitas vezes
Reversibilidade
reversível irreversível
Cobertura Multicamadas Monocamada
Determinação de
Determinação da
área superficial
área dos centros
Importância total e distribuição
(sítios) ativos e da
de tamanhos de
cinética da reação
poros.

2.2 Mecanismo de Adsorção

5
Como exemplificado na Figura 1, o processo de adsorção ocorre em três etapas. Na
primeira etapa, o soluto difunde do “bulk” fluido para a superfície exterior da partícula. Em
seguida, acontece a migração das moléculas de adsorbato para dentro dos poros do
adsorvente. Por fim, ocorre a adesão das partículas na superfície dos poros.

Figura 1 - Mecanismo de Adsorção. (Fonte: MORITA, p. 7)

2.3 Capacidade de Adsorção

Durante o processo de adsorção, a eficiência de retenção do adsorvente varia com o


passar do tempo. Inicialmente, há uma alta taxa de adsorção e o processo ocorre com uma
eficiência relativamente constante. Após certo tempo, a eficiência de adsorção começa a
diminuir rapidamente até que seja nula e ocorra a saturação do adsorvente. O ponto onde a
eficiência começa a diminuir é chamado de “breaking point” e quantidade adsorvida até esse
ponto é a capacidade de trabalho, quando a eficiência é nula tem-se a capacidade de saturação.
A capacidade de trabalho e a capacidade de saturação definem a capacidade de adsorção do
processo.

2.4 Adsorventes

Adsorventes sólidos são geralmente em forma de grãos, com diâmetros que variam de
50 μm a 12 mm e que possuem propriedades estritamente ligadas às suas aplicações. Por
exemplo, caso sejam usados em um leito fixo com a passagem de fluido, não devem
proporcionar uma grande queda de pressão, nem devem ser carregados facilmente pela
corrente. Além disso, os sólidos devem possuir resistência e dureza adequadas para que não
sejam pulverizados no manuseamento ou ao suportar o próprio peso numa coluna. Outra
propriedade importante é a capacidade de adsorção.
Apesar de a maioria dos sólidos serem capazes de adsorver gases e vapores, somente
alguns deles apresentam especificidade e capacidade suficientes para se tornarem úteis
industrialmente. Tal fator está relacionado não somente à natureza química do material, como
também ao seu método de fabricação. Uma característica essencial para qualquer adsorvente é
a área superficial por unidade de peso. Os adsorventes têm uma estrutura muito porosa com
poros finos e volume de poros de cerca 50% do volume total da partícula. o que gera uma
grande superfície para adsorção. O carvão usado em máscaras de gás, por exemplo, possui
uma superfície efetiva estimada em 1000000 m²/kg (TREYBAL, 1981).
6
Alguns dos principais adsorventes comerciais são: carvão ativado, sílica gel, alumina
ativada, argilas, zeólitas (peneiras moleculares), polímeros e resinas sintéticas. Nesta prática,
utilizou-se o carvão ativado, adsorvente muito aplicado na remoção de compostos orgânicos,
o qual consiste em um material microcristalino oriundo da decomposição térmica da madeira,
do carvão ou de outros tipos de biomassa. Este possui áreas superficiais de 300 a 1200 m²/g e
um diâmetro médio de poro que varia entre 10 e 60 Å (GEANKOPLIS, 1993). Apesar de
possuir alta eficiência, o carbono ativado possui um tempo de vida limitado, logo, assim que
atinge sua capacidade máxima de adsorção, é descartado e substituído por um material novo.
Porém, este método não se mostra muito viável economicamente, além de
possivelmente prejudicial ao meio-ambiente. De tal modo, uma opção mais vantajosa é
regenerar o carvão, removendo os contaminantes acumulados em sua superfície, para que
possa ser usado por mais ciclos de adsorção. Entre as técnicas mais relatadas na indústria e
aplicadas industrialmente para regeneração do carvão ativado, estão os métodos térmicos,
químicos, microbiais e eletroquímicos, este último apresentando, em alguns casos, taxas de
regeneração de 95% e perda de 2% na capacidade adsorvente por ciclo (MCQUILLAN et al,
2018).
Segundo Kehl (2015), carvão ativado são materiais porosos que apresentam forma
microcristalina e que sofreram um processamento para aumentar a porosidade interna.
Quando ativado, o carvão possui porosidade interna semelhante a uma rede de túneis que se
bifurcam em canais menores. A princípio, qualquer material com alto teor de carbono (agente
precursor), pode ser transformado em carvão ativado.

2.5 Equilíbrio de Adsorção

O equilíbrio entre a concentração de um soluto na fase fluida e sua concentração sobre


o sólido é governado pela termodinâmica e possui forte dependência da temperatura,
assemelhando-se ao equilíbrio de solubilidade de um gás em um líquido. A depender das
condições de temperatura, pressão e tipo de adsorvente, os dados de equilíbrio podem ser
descritos por diferentes tipos de isotermas. Na Figura 2, estão representadas as principais
isotermas de adsorção. A concentração na fase sólida q é dada em kg-Adsorbato/kg-
Adsorvente, enquanto na fase fluida - c, é dada em kg-Adsorbato/m³-Fluido.

Figura 2 - Tipos básicos de isotermas de adsorção (GEANKOPLIS, 1993, p. 698).

Para gases e vapores, em geral, quanto maior o peso molecular e menor a temperatura
crítica, mais facilmente eles são adsorvidos, com a ressalva de que, em alguns casos, a
7
extensão da insaturação na molécula pode influenciar no processo. Os gases permanentes ou
de difícil liquefação (como oxigênio, nitrogênio, metano, monóxido de carbono) são
dificilmente adsorvidos (TREYBAL, 1981).
Já para líquidos, quando um adsorvente é imerso num líquido puro, por exemplo, a
adsorção é evidenciada pela liberação de energia, porém não há variação apreciável de
volume. Nem a pesagem do sólido antes e depois da adsorção é útil para medir a quantidade
adsorvida, porque não se pode distinguir entre o líquido adsorvido e o que se encontra retido
mecanicamente. Para soluções diluídas, ocorre a adsorção de ambos soluto e solvente. Porém,
é satisfatório considerar uma adsorção aparente, em que se mede a concentração do soluto no
início e no fim, negligenciando qualquer mudança de volume na solução (TREYBAL, 1981).
Para quase todos os sistemas de adsorção verifica-se que o aumento da temperatura
leva a uma forte diminuição da quantidade adsorvida pelo adsorvente. Tal comportamento
mostra-se bastante útil, pois normalmente se procede à adsorção em temperatura ambiente,
enquanto a dessorção pode ser aplicada posteriormente, por elevação da temperatura
(GEANKOPLIS, 1993).

2.5.1 Isoterma linear

Quando os dados seguem um comportamento linear, a massa de adsorvato retida por


unidade de massa do adsorvente é proporcional à concentração do equilíbrio do adsorvato na
fase líquida (MOREIRA, 2008). Tal comportamento é similar à lei de Henry para a absorção
de gases

2.5.2 Isoterma de Freundlich

Relação empírica, é aplicada na aproximação de dados de adsorção física para muitos


sistemas, especialmente líquidos e para a adsorção de gases hidrocarbonetos em carvão
ativado. Assim como a de Langmuir, é uma isoterma favorável, a qual indica que a massa de
adsorvato retida por unidade de massa do adsorvente é alta para uma baixa concentração de
equilíbrio do adsorvato na fase líquida (MOREIRA, 2008). É representada pela Equação (1):

𝑞𝑒 = 𝐾𝐹 𝐶𝑒 1/𝑛 (1)

Em que K e n são constantes que devem ser determinadas experimentalmente. Em um


gráfico log-log de q X c, n é indicado pela inclinação e é adimensional, enquanto a dimensão
de K depende do valor de n (GEANKOPLIS, 1993).

2.5.3 Isoterma de Langmuir

De base teórica, esta relação parte das seguintes hipóteses: (a) existe somente um
número fixo de sítios ativos disponíveis para adsorção; (b) apenas uma monocamada é
formada; (c) a adsorção é reversível e atinge uma condição de equilíbrio. Pode ser expressa
pela Equação (2):
𝑞max 𝐾𝐿 𝐶𝑒
𝑞= (2)
1+𝐾𝐿𝐶𝑒

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Em que q0 e K são constantes empíricas, expressas respectivamente em kg-adsorbato/kg-
adsorvente e em kg/m3. A partir de um gráfico 1/q X 1/c, a inclinação fornece K/q0 e a
interseção, 1/q0 (GEANKOPLIS, 1993).

2.5.4 Considerações

Mudanças no solvente líquido alteram o equilíbrio de solubilidade do gás, para a


adsorção gasosa, assim como, a mudança de adsorvente também gera curvas isotérmicas
diferentes para mesmas substâncias. A origem e o método de preparação do adsorvente
também influenciam no padrão das curvas, portanto, deve-se atentar ao uso de dados antigos,
visto que as técnicas de fabricação desses materiais avançaram nos últimos anos. Outro fator
de mudança nos adsorventes é a repetição dos ciclos adsorção-dessorção, provavelmente por
modificação da estrutura porosa (TREYBAL, 1981).
Quanto à construção das isotermas, há uma lacuna no tratamento proposto por
Langmuir, o qual supõe constante o calor de adsorção. Tal hipótese não expressa a realidade,
pois os sítios ativos não atuam com a mesma intensidade, ou seja, a superfície não é uniforme.
Inicialmente, a adsorção é mais fácil, pois há poucos sítios ocupados, a energia de ativação é
menor e o calor de adsorção é maior. À medida que os sítios vão sendo ocupados, aumenta a
energia de adsorção para novas espécies se fixarem nos sítios, ocorrendo assim uma
diminuição do calor de adsorção. De forma sucinta, ocorre a ocupação preferencial dos sítios
mais ativos. Apesar dessa simplificação no tratamento dado por Langmuir, sua isoterma é
muito utilizada, por exemplo, na derivação de modelos cinéticos para as reações sólido-
fluido-catalíticas (GOMIDE, 1988).

2.6 Cinética de Adsorção

A cinética de adsorção representa a taxa de remoção do adsorvato na fase fluida em


relação ao tempo, por meio da transferência de massa de um ou mais componentes para o
interior do adsorvente, através dos poros. Três etapas principais governam a cinética do
processo e correspondem às três resistências à transferência de massa:

a) Transferência de massa externa: movimento das moléculas presentes na fase


fluida através da camada de fluido que envolve a partícula adsorvente, em
direção à superfície externa da mesma;
b) Difusão no poro: migração das moléculas para o interior dos poros;
c) Difusão na superfície: movimento das moléculas adsorvidas ao longo da
superfície porosa.

Tanto um aumento da concentração do soluto, quanto da agitação do sistema, tende a


acelerar a primeira etapa. A capacidade máxima de adsorção é obtida da isoterma de adsorção
em equilíbrio. A segunda etapa é determinante, especialmente para adsorventes microporosos.
Para a maioria dos sistemas reais, as resistências à transferência de massa no poro são mais
significantes que a resistência externa à partícula.
Entre os fatores que podem afetar a velocidade de adsorção, estão: temperatura, pH,
força iônica, concentração inicial do adsorvato, agitação, tamanho das partículas e
distribuição do tamanho dos poros.

2.6.1 Mecanismos de difusão do soluto nos poros


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Para uma partícula adsorvente homogênea esférica, imersa num fluido contendo uma
espécie adsorvível, tal soluto difundirá no interior da partícula conforme a Lei de Fick,
representada pela Equação (3):

(3)

Em que: r é o raio do poro, em cm, e De é o coeficiente de difusão efetivo, em m2s-1. Este


último está relacionado com diferentes mecanismos de difusão, cujos principais tipos são:

● Difusão Molecular (Dm): é ocasionada pela difusão de moléculas no fluido para o


interior dos poros e ocorre em poros muito grandes. A difusividade efetiva no poro
(Dm) depende de algumas propriedades da matriz porosa, como porosidade (ɛp) e
fator de tortuosidade (τp), como mostra a Equação (4):

(4)

Em que Dm (cm2s-1) representa o coeficiente de difusão molecular, cujo valor pode ser
estimado pela correlação de Wilke-Chang, vide Equação (5):

(5)

Em que: μ: viscosidade do solvente (cP); M: massa molar do solvente (g mol-1); T:


temperatura em K; Vm: volume molar do soluto na temperatura normal de ebulição
(cm3mol-1).

● Difusão de Knudsen (Dk): ocorre ao haver colisões do soluto com as paredes dos poros
do adsorvente, sendo mais frequentes que as colisões entre as moléculas. Acontece
quando o diâmetro do adsorvato e do poro do adsorvente são próximos. É dado pela
Equação (6):

(6)

Em que: r: raio médio do poro (cm); M: massa molar do adsorvato.

● Difusão superficial (Ds): corresponde ao transporte de moléculas através da camada


adsortiva na superfície do macroporo. Assume valor significativo para espécies
fortemente adsorvidas a temperaturas suficientemente baixas, quando se forma uma
camada adsorvida suficientemente espessa para que haja transporte através dela. É
calculada pela Equação (7):

10
(7)

Em que K é a constante de Henry.

● Fluxo de Poiseuille: situação de fluxo laminar, comum em poros muitos grandes e em


sistemas gasosos, submetidos a gradiente de pressão, em que contribuição significativa
do transporte de massa por convecção. É dado pela Equação (8):

(8)

Em que P é a pressão do sistema.

Como regra geral, em sistemas em fase líquida, a difusão molecular é dominante,


enquanto que, para sistemas em fase gasosa, a difusão de Knudsen e a difusão de superfície
são normalmente mais importantes.

2.6.2 Fatores que influenciam a velocidade de adsorção

São vários os fatores que influenciam o processo de adsorção, tais como a natureza do
adsorvente, do adorvato e as condições operacionais. Dentre as características do adsorvente
pode-se citar a área superficial, tamanho do poro, densidade, grupos funcionais presentes e
hidrofobicidade do material. Em relação ao adsorvato, tem-se: polaridade, tamanho da
molécula, solubilidade e acidez ou basicidade. As condições operacionais incluem,
principalmente, temperatura, pH e natureza do solvente. (COONEY, 1999 apud
NASCIMENTO et al, 2014).
A velocidade de adsorção é bastante influenciada pela temperatura do sistema. Uma
elevação da temperatura pode ocasionar aumento da energia cinética, da mobilidade das
espécies do adsorvato e da taxa de difusão, afetando, principalmente, a constante de
velocidade de adsorção. (NASCIMENTO, 2014).
Além disso, para quase todos os sistemas de adsorção, verifica-se que o aumento da
temperatura leva a uma forte diminuição da quantidade adsorvida pelo adsorvente. Este
aspecto pode ser explorado realizando-se à adsorção em uma dada temperatura, podendo-se
efetuara a dessorção posterior por elevação da temperatura.O pH afeta a adsorção na medida
em que determina o grau de distribuição das espécies químicas. A intensidade desse efeito
pode ser maior ou menor conforme o adsorvente, uma vez que as cargas da superfície do
adsorvente dependem da sua composição e das características da superfície. Um índice
conveniente da tendência de uma superfície se tornar positiva ou negativamente carregada em
função do pH, é o valor do mesmo requerido para que a carga líquida do adsorvente seja nula,
o chamado ponto de carga zero (pHPZC). Para valores de pH inferiores ao pHPZC, a carga
superficial é positiva e a adsorção de ânions é favorecida; e para valores de pH superiores ao
pHPZC, a carga superficial é negativa e a adsorção de cátions é favorecida (APEEL, 2003 aput
NASCIMENTO, 2014).

2.7 Coluna de Adsorção

11
Segundo Silva Neto et al. (2018), para a utilização de uma coluna de adsorção em leito
fixo é necessário que ela apresente um bom desempenho, que é avaliado com os estudos da
curva de ruptura, onde é possível predizer a saturação da coluna de adsorção mediante a razão
de alimentação. A curva de ruptura é função da concentração de saída pela concentração de
alimentação e o tempo, como mostra a Figura 3:

Figura 3 - Curva de Ruptura em coluna de Leito Fixo. Fonte: Adaptada de Geankoplis (


2003).

Os parâmetros analisados em uma curva de ruptura são o tempo total (tempo para
atingir a capacidade máxima da coluna), tempo útil (definido como o instante percorrido até o
tempo de ruptura) e a altura útil, que é a altura utilizada até o ponto de ruptura de leito
(SILVA NETO et al., 2018). Estes parâmetros estão definidos nas equações abaixo:

𝐶
𝑡𝑡 = ∫ (1 − ) 𝑑𝑡 (9)
0 𝐶0

𝑡𝑏
𝐶
𝑡𝑢 = ∫ (1 − ) 𝑑𝑡 (10)
0 𝐶0

𝑡𝑢
𝐻𝑢 = 𝐻 (11)
𝑡𝑡 𝑡

Sendo: 𝑡𝑡 o tempo total; 𝑡𝑢 o tempo útil; 𝑡𝑏 o tempo de ruptura; 𝐻𝑢 a altura útil e 𝐻𝑡 a altura
total do leito.

3 OBJETIVOS
 A prática realizada teve como principal objetivo estudar a adsorção do ácido acético sobre
o carvão vegetal.
 Obter a isoterma de adsorção para a mesma temperatura utilizada na obtenção da curva de
equilíbrio;
 Traçar o gráfico da cinética de adsorção de ácido acético em carvão ativado ao longo do
tempo;
 Traçar a curva de ruptura
12
4 METODOLOGIA EXPERIMETAL

4.1 Materiais
 Banho termostático de bandeja/suporte para agitação;
 Elernmeyers de 125 ml;
 Elernmeyer de 500 ml;
 Pipeta Volumétrica de 100 ml;
 Pipeta volumétrica de 10 ml;
 pipeta graduada de 10 ml;
 Bureta com suporte universal;
 Espátula;
 Funil e Papel filtro;
 Pera de sucção;
 Mini coluna para ensaio de adsorção contínua em leito fixo;
 Reservatório de solução de ácido acético;
 Reservatório para descarte de soluções residuais;
 Bomba peristáltica;
 Provetas;
 Pisceta;
 pHmetro;
 Cronômetro;
 Carvão ativo;
 Solução aquosa de ácido acético;
 Solução aquosa de Hidróxido de sódio;
 Indicador (ácido/base) fenolftaleína;
 Água destilada e reservatório de solução de ácido acético, para alimentação contínua da
mini-coluna de adsorção.
4.2 Procedimento Experimental

4.2.1 Curva de Equilíbrio

Foram pesados aproximadamente 0,5; 2,0; 3,5; 5,0; g de carvão ativado e colocados
em quatro Erlenmeyer diferentes. Após, foi adicionado a cada Erlenmeyer cerca de 50 mL de
ácido acético com auxílio da pipeta volumétrica; após, os Erlenmeyer foram para o para um
agitador para que a solução pudesse ser bem misturada com o adsorvente. Após a agitação de
cada Erlenmeyer; foram retiradas duas alíquotas de 10 mL cada (antes disso a solução foi
filtrada em papel filtro para evitar a presença de carvão a alíquota) e transferidas para outros
Erlenmeyer; após, cada volume de 10 mL foi titulado com uma solução de hidróxido de sódio
0,2M; usando-se como indicador a fenolftaleína. Os volumes gastos foram anotados para
posterior cálculo das concentrações de ácido acético em cada solução.

4.2.2 Cinética de Adsorção

13
Adicionou-se, rapidamente, em cada erlemneryer, 100 mL de solução aquosa de ácido
acético a 0,2N e começar a marcar, logo em seguida, o tempo individual para cada
elernmeyer; Colocou-se os erlemneyers sobre a bandeja, do Banho termostático, e regulou-se
a temperatura e agitação. A cada 5 minutos, tirou-se um erlemneyer do banho e, rapidamente,
filtrou-se e retirou-se duas alíquotas de 10 ml titulando-se cada uma com a solução de NaOH
(0,2N já fatorada) usando-se fenolftaleina como indicador, afim de determinar a fração
residual de ácido acético em solução.

4.2.3 Coluna de Leito Fixo

Pesou-se 134,0673 g de carvão ativado para encher a mini coluna de 46 cm. O volume
total, que correspondeu a 960 mL, foi medido utilizando-se uma proveta de 500 mL. Ácido
acético foi alimentado continuamente pela coluna a 12,63 mL/min através da bomba
peristáltica. Um cronômetro foi acionado e um peagâmetro foi utilizado para analisar a queda
de pH ao longo do tempo, terminando ao atingir o pH 3,58.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Curva de Equilíbrio

Com a finalidade de avaliar a influência da massa de adsorvente no processo de


adsorção do ácido acético em carvão ativado, foram utilizadas quatro diferentes massas para
cada ensaio realizada, conforme mostra a Tabela 2.

Tabela 2 – Massas de carvão ativado utilizadas para cada ensaio.


Solução mcarvão ativado (g)
1 0,5003
2 2,0006
3,5000
3
5,0005
4

Os ensaios foram realizados utilizando 100 mL de soluções de ácido acético 0,206 M,


as quais foram postas em contato com o adsorvente por um período de tempo de 45 minutos
em banho termostático de 27°C.
Após o banho termostático, foram retiradas alíquotas de 10 mL de cada solução. Em
seguida, foram determinados, em triplicata, os volumes de solução de hidróxido de sódio
(titulante) 0,207 M necessários para titular cada réplica, conforme exibido na Tabela 3.

Tabela 3 – Volumes de titulante para cada titulação realizada


Solução Volume de NaOH (mL)
9,6
1 9,6
9,6
8,6
2 8,6
8,6

14
7,6
3 7,6
7,6
6,6
4 6,7
6,8

Os dados da Tabela 3 estão de acordo com o esperado, uma vez que, ao se usar uma
quantidade maior de adsorvente, espera-se que a solução retirada do banho termostático
possua menos soluto (adsorbato), exigindo assim, um menor volume de NaOH na titulação
das mesmas. Este fato é melhor observado na Tabela 4, a qual apresenta as concentrações
residuais e quantidades de matéria de ácido acético obtidas em cada ensaio.

Tabela 4 – Concentração normal e quantidade de matéria em cada solução


Solução CÁc.Acético (g/mol) nÁc.Acético (mols)
1 11,93 0,019872
2 10,69 0,017802
3 9,45 0,015732
4 8,33 0,013869

A concentração inicial de ácido acético em cada solução era de 0,206 M, o que


equivalente a 0,0206 mols de ácido para cada amostra de 100 mL. A partir dos dados da
Tabela 4, pode-se obter as quantidades de mols (e, consequentemente, as massas) de ácido
acético que foram adsorvidos pelo carvão ativado presente em cada solução, através da
Equação (12).
nadsorvido = ninicial – nfinal (12)

A quantidade de CH3COOH adsorvido está exibida na Tabela 5, na qual o Xads é a


quantidade adsorvida em gramas.

Tabela 5 – Quantidade de ácido acético adsorvido no carvão ativado


Solução nCH3COOH,adsorvido (mols) Xads (mg) Xads/W (mg.g-1) C/C0
1 0,0007 43,7164 87,3803 0,9647
2 0,0027 168,0199 83,9847 0,8642
3 0,0049 292,3234 83,5209 0,7636
4 0,0067 404,1966 80,8312 0,6733

Considerando os dados obtidos, pode-se prosseguir a análise da fração mássica de


adsorbato no adsorvente em função da concentração de ácido acético nas soluções através da
construção da curva de isoterma de Langmuir. Como mostrado no gráfico apresentado na
Figura 4.

15
Figura 4 – Isoterma de Langmuir para adsorção de ácido acético em carvão ativado

Pela análise do gráfico ajustado apresentado na Figura 4, é notável a correspondência


dos dados experimentais obtidos com o modelo de isoterma de equilíbrio proposto. Os
parâmetros encontrados através do ajuste não-linear foram XS = 105±5 mg.g-1 e KL =
0,41±0,09 L.g-1 com um R2 = 0,9997. Porém, faz-se necessária uma maior quantidade de
pontos experimentais para descrição da curva.
Observa-se que uma massa maior de material adsorvente faz com mais ácido acético
seja absorvido. Ao mesmo tempo, a relação Xads/W diminui. Segundo Kehl (2015), isso se
justifica pela saturação dos sítios de adsorção, que levam a uma diminuição do número de
sítios por unidade de massa. Pode-se concluir então que mais CH3COOH está sendo
adsorvido quando se tem uma massa maior de carvão, porém a eficiências menores.

Além da análise por meio de ajuste não-linear dos dados, fez-se a regressão linear dos
dados obtidos utilizando a forma linearizada da isoterma de Langmuir, Equação (13). Assim,
foi construída a Tabela 6 com os dados das novas coordenadas e posteriormente o gráfico
exposto na Figura (LINEAR).
1 1 1 1
𝑋𝑎𝑑𝑠⁄ = ∙ + (13)
𝑊 𝑋𝑆 ∙𝐾𝐿 𝐶 𝑋𝑆

Tabela 6 – Dados de adsorção na forma linearizada


1/(Xads/W) (mg.g-1)-1 1/C (g.L-1)-1
0,01144 0,08381
0,01191 0,09354
0,01197 0,10585
0,01237 0,12007

16
Figura 5 – Isoterma de Langmuir experimental na forma linear

Em posse dos dados de ajuste, tem-se que os seguintes valores aproximados de


parâmetros de adsorção: XS = 104 mg.g-1 e KL = 0,4 g.L-1.

5.2 Cinética de Adsorção

A titulação foi realizada com o intuito de determinar a Concentração molar (C)


residual de ácido acético em solução e, portanto, a quantidade em moles de ácido acético
adsorvido (Xads) no carvão.
Os resultados obtidos das massas aferidas do material adsorvente e dos volumes
gastos para a titulação foram coletados e disponibilizados na Tabela 7.

Tabela 7 - Dados de massa de adsorvente e volume da titulação.

Volume gasto de NaOH (ml)


Massa de carvão (w) Tempo Amostra 1 2 Media
(min)
5,0194 5 1 4,7 4,6 4,65
5,0178 10 2 4,6 4,7 4,65
5,0227 15 3 4,5 4,5 4,5
5,0218 20 4 4,3 4,5 4,4
5,0353 25 5 4,3 4,2 4,25

Para determinar a concentração residual de ácido acético após o contato com o


adsorvente utilizou-se a equação (14):

𝑉𝑁𝑎𝑂𝐻
𝐶𝐻𝐴𝑐 = 𝐶𝑁𝑎𝑂𝐻 (14)
𝑉𝐻𝐴𝑐
17
A partir desta equação e do valor de concentração do NaOH de 0,2 N, dos volumes
fixos de 10ml de ácido acético e dos volumes médios de NaOH retirados da tabela 1, pode-se
determinar as concentrações de ácido acético de cada Erlenmeyer. Como pode ser visualizado
na Tabela 8 abaixo.

Tabela 8- Concentração de ácido após adsorção

Tempo(min) Amostra C HAh (mol/l)


5 1 0,093
10 2 0,093
15 3 0,09
20 4 0,088
25 5 0,085

Os resultados mostraram-se satisfatórios já que a concentração foi diminuiu


consideravelmente ao longo do tempo, ao final de 25 minutos a concentração foi reduzida
cerca de 42,5% em relação a concentração incial de ácido. Foi possível determinar o número
de mols de ácido acético através da equação (15):

NHAc,f = 𝐶𝐻𝐴𝑐,𝑓 ∗ 𝑉𝐻𝐴𝑐 (15)

Já a quantidade de matéria adsorvida pode ser determinada com o auxílio da equação (16):

X Ads = NHAc,i − NHAc,f (16)

Os resultados obtidos estão dispostos na Tabela 9.

Tabela 9 - Quantidade de matéria e relação com a massa de carvão ativado.

Tempo (min) Amostra Xads/W (mol/g)

5 1 0,093 0,107 0,021317289


10 2 0,093 0,107 0,021324086
15 3 0,09 0,11 0,021900571
20 4 0,088 0,112 0,02230276
25 5 0,085 0,115 0,022838758

A partir dos dados expostos na Tabela 9 foi possível plotar um gráfico da quantidade
de matéria que foi adsorvida no tempo.

18
0,007

0,006

0,005

Xads (mol) 0,004

0,003

0,002

0,001

0
0 10 20 30 40 50
Tempo (min)

Figura 6 - Gráfico da quantidade de matéria adsorvida no tempo

4.3 Coluna de Leito Fixo

A tabela abaixo apresenta os pHs medidos experimentalmente em função do tempo


após o início da operação:

Tabela 10– pHs da solução de ácido acético ao longo do tempo.


pH t (min)
8,38 0
8,34 26
8,33 30
8,19 40
8,07 50
7,77 60
7,65 70
7,44 80
5,75 90
4,35 100
3,75 110

O pH inicial do ácido acético foi de 3,58, usado para calcular a concentração


C0 = 3,84x10-3 mol/L, a partir da equação:

(10-pH )²
C= (17)
Ka

sendo Ka = 1,8x10-5 a constante de dissociação do ácido acético.

A partir da equação (17) foi possível calcular a concentração de ácido acético para
cada uma das medidas de pH ao longo do tempo. As medidas de C/C0, apresentando cada
concentração ao longo do tempo sobre a concentração inicial, estão da tabela abaixo:

19
Tabela 11 – Valores da concentração de ácido acético sobre a concentração inicial ao
longo do tempo.
t (min) C/C0
0 2,51E-10
26 3,02E-10
30 3,16E-10
40 6,03E-10
50 1,05E-09
60 4,17E-09
70 7,24E-09
80 1,91E-08
90 4,57E-05
100 2,88E-02
110 4,57E-01

A partir da Tabela 11 foi possível construir graficamente a curva de ruptura da


coluna estudada:

5,00E-01
4,50E-01
4,00E-01
3,50E-01
C/C0

3,00E-01
2,50E-01
2,00E-01
1,50E-01
1,00E-01
5,00E-02
0,00E+00
0 20 40 60 80 100 120

t (min)
Figura 7 – Curva de ruptura para a coluna de adsorção estudada.

Considerando a figura 7, calculou-se o tempo de quebra tb = 100 min e a


concentração no tempo de quebra Cb = 2,88x10-2 mol/L.
Sendo assim, a partir das Equações (9-11), foi possível calcular os parâmetros para a
análise da coluna de leito fixo, exibidas na tabela abaixo:

20
Tabela 12 – Parâmetros da coluna de leito fixo calculados.
Parâmetros Valores calculados
Tempo total 99,86 min
Tempo útil 110,85 min
Altura útil 41,44 cm

Pode-se notar que a altura útil da coluna é de 41,44 cm, pouco mais de 90% da altura
total da coluna, mostrando que a coluna adsorvedora foi eficiente.

6 CONCLUSÃO
A partir do desenvolvimento dos ensaios propostos foi possível obter resultados
satisfatórios que corroboraram para a compreensão e aprendizado das técnicas de adsorção,
sendo possível, vislumbrar sua importância e a sua grande aplicabilidade que alcança muitas
outras áreas além da indústria química.
A isoterma de Langmuir revelou-se como uma boa adaptação para os dados
experimentais obtidos, porém, faz-se necessária uma maior quantidade de pontos
experimentais. Conclui-se que massas maiores de carvão ativado vão levar a uma quantidade
maior de
Além disso, na cinética de adsorção, foi notado que concentração do ácido diminuiu
devido a adsorção à superfície do carvão ativado, estudos cinéticos corroboraram com o
encontrado também na literatura que o tempo de contato propicia melhores taxas de adsorção.
Por fim, ao plotar a curva de ruptura da coluna de adsorção foi possível obter o
tempo de ruptura tb = 100 min e a concentração no tempo de ruptura Cb = 2,88x10-2 mol/L.
Além disso, a partir da curva de ruptura foram calculados o tempo total (99,96 min), tempo
útil (110,85 min) e a altura útil da coluna (41,44 cm), que representa mais de 90% da altura
total da coluna, de 46 cm, mostrando que a operação de adsorção em leito fixo foi eficiente.

7 REFERÊNCIAS

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