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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL


LABORATÓRIO DE MATERIAIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

EDUARDA OSCHOSKI
GABRIELA SITTON
LUIZA GRAZZIOTIN

AGLOMERANTES PARA ARGAMASSAS E CONCRETOS

CAXIAS DO SUL
2018
1

EDUARDA OSCHOSKI
GABRIELA SITTON
LUIZA GRAZZIOTIN

AGLOMERANTES PARA ARGAMASSAS E CONCRETOS

Relatório referente aos ensaios das


propriedades dos aglomerantes para
argamassas e concretos.

Orientador: Prof. Muriel Scopel Froener

CAXIAS DO SUL
2018
2

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura1 – Valores normativos para finura.........................................................10


Figura 2 - Frasco de Le Chatelier ao final do ensaio........................................13
Figura 3 - Moldagem dos corpos de prova Cimento Branco............................17
Figura 4 - Máquina de resistência à compressão.............................................19
3

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resultados da finura................................................................................. 9


Tabela 2 – Resultados obtidos para massa específica...............................................14
Tabela 3 – Quantidades de massa..............................................................................16
Tabela 4 – Tolerância de tempo para ruptura............................................................. 18
Tabela 5 – Comparação das resistências à compressão........................................... 20
Tabela 6 – Resistência média individual............................. ........................................21
4

SUMÁRIO

1 Introdução................................................................................................................5
2 Objetivo....................................................................................................................7
3 Finura........................................................................................................................8
3.1 Materiais Utilizados....................................................................................8

3.2 Procedimento.............................................................................................8

3.3 Resultado e análises..................................................................................9

4 Massa específica....................................................................................................11
4.1 Materiais Utilizados..................................................................................11

4.2 Procedimento...........................................................................................12

4.3 Resultado e análises................................................................................13

5 Ensaios de Resistência.........................................................................................15
5.1 Materiais Utilizados..................................................................................15

5.2 Aparelhos..................................................................................................16

5.3 Procedimento...........................................................................................16

5.4 Resultado e análises................................................................................20

6 Considerações finais.............................................................................................23
Referências bibliográficas......................................................................................24
5

1 INTRODUÇÃO

Para definição do que é o cimento Portland, Bauer (2008) e Mehta e Monteiro


(2014) dizem que é um produto que pode ser obtido pela pulverização de clínquer.
Petrucci (1998) define o cimento Portland de mesma maneira, apenas em outras
palavras, definindo-o como sendo um produto obtido pela moagem do clínquer. No
entanto, para Bauer (2008) neste produto ainda pode ser adicionado outras
substancias que possam facilitar o seu uso bem como melhorar suas propriedades.
Cimento Portland: aglomerante hidráulico obtido pela moagem de clínquer Portland,
ao qual se adiciona, durante essa operação, a quantidade necessária de uma ou mais
formas de sulfato de cálcio. Durante a moagem é permitido adicionar a essa mistura
materiais pozolânicos, escórias granuladas de alto-forno e/ou materiais carbonáticos,
nos teores indicados nas normas específicas (NBR 12655, ABNT, 2015). O cimento,
na acepção geral da palavra, pode ser considerado todo o material com propriedades
adesivas e coesivas capaz de unir fragmentos e minerais entre si de modo a formar
um todo compacto

Na composição do cimento tem-se vazios de ar, que são responsáveis pelo


volume aparente do material. Através de cálculo e experimentos que serão
demonstrados a seguir, veremos que o volume real e o aparente influenciam
demasiadamente na propriedade de massa específica do cimento.

Devido à variação da massa específica, não existe norma que defina os valores
da massa específica. Portanto, a análise é comparativa e a variação dos valores é de
2,85 g/cm a 3,20 g/cm. Tal variação se deve aos componentes do clínquer obtido na
região onde o cimento é fabricado.

A dosagem de água no traço do cimento deve ser adequada e medida


cuidadosamente, pois seu excesso pode causar alterações na resistência do concreto,
pois: Quando o cimento Portland é misturado com água suficiente para formar uma
pasta, os seus componentes reagem, formando produtos cristalinos e outros de
aparência gelatinosa, que aderem aos grãos de areia, tornando-se muito duros.
Quando a pasta é conservada úmida, as reações podem persistir por anos; assim, o
produto continua cada vez mais resistente, durante um longo período de tempo
(TARTUCE, GIOVANNETTI, 1990, p. 28). Realizado esses procedimentos
6

corretamente, o cimento Portland transforma-se em um componente resistente e


durável.

O cimento Portland possui quatro compostos e demonstram reações diferentes


no seu processo de hidratação: o C3S refere-se ao Silicato tricálcico; o C2S ao Silicato
dicálcico; o C3A ao Aluminato Dicálcico e o C4AF: “No C3S a hidratação começa
dentro de poucas horas, desprende-se calor; o composto anidro vai passando para a
solução, aparecendo cristais de Ca (OH)2, enquanto uma massa gelatinosa de silicato
hidratado se Forma em torno dos grãos originais”. (PETRUCCI, 1998, p.13). Portanto,
esse processo se diferencia dos outros por ser o responsável da resistência nas
primeiras idades. “O C2S é atacado lentamente pela água; depois de semanas os
cristais se cobrem de silicato hidratado. Formando também Ca (OH)2, porém em
menor quantidade que na hidratação de C3S”.(PETRUCCI, 1998, p.13 “Já nesse
processo o C2S é o responsável no processo de endurecimento em idades mais
avançadas.“ O C3A reage rapidamente com a água e cristaliza em poucos minutos.
Não se produz hidróxido, mas aluminato hidratado. O calor de hidratação é tanto que
quase seca a massa”. (PETRUCCI, 1998, P.13). Dessa forma, o C3A contribui para a
resistência especificamente no primeiro dia. “O C4AF reage menos rapidamente que
o C3A. Não libera cal e forma também um aluminato hidratado”. (PETRUCCI, 1998,
p.14).

Conhecer as propriedades e adequá-las aos padrões e métodos especificados


nas normas regentes, serve de propósito para oferecer qualidade aos traços de
concreto, bem como em outras utilizações. Considera-se relevante o conhecimento
dos aglomerantes em termos de suas propriedades físicas, químicas e tecnológicas,
as quais determinam a utilização adequada destes, e o desempenho favorável dentro
de suas aplicações. (Racena , Fernando Antonio Piazza).
7

2 OBJETIVOS

Este relatório tem como objetivo realizar procedimentos em laboratório referentes


à finura do cimento, resistência à compressão do cimento Portland e determinar as
massas específicas dos diferentes cimentos encontrados no mercado. Todos os
ensaios e procedimentos serão realizados de acordo com as normas técnicas, sendo,
respectivamente: NBR 11579, NBR NM 23 e NBR 7215.
8

3 FINURA

O ensaio da finura de um cimento, realizado em laboratório, foi baseado na


NBR 11579. Segundo essa norma, a finura é a porcentagem de grãos que
passam pela peneira de 75 µm (nº 200). Essa propriedade possui grande
importância para a determinação do cimento mais adequado, visto que influencia
diretamente na velocidade das reações de hidratação. Além disso, quanto maior
a finura, melhor a resistência, especialmente em idades menores. Ainda, há o
aumento da impermeabilidade e da trabalhabilidade; e a diminuição da
exsudação do concreto.

3.1 Materiais utilizados

- Balança com precisão de 0,01g;

- Conjunto de peneiramento: peneira de 75 µm (nº 200), fundo e tampa;

- Recipiente de alumínio;

- Pincel de tamanho médio;

- Amostra de 50g de cimento branco.

3.2 Procedimento

Inicialmente, pesou-se 50g de cimento branco na balança devidamente


calibrada. Na sequência, colocamos a amostra sobre a tela da peneira e
realizamos movimentos manuais suaves no sentido horizontal, a fim de evitar a
perda de material. Seguimos com o movimento até os grãos mais finos
começarem a passar pela peneira. A norma afirma que esse processo leva entre
3 e 5 minutos; porém, o tempo do ensaio não foi cronometrado.

Com a tampa e o fundo acoplados à peneira, seguimos com os


movimentos, de modo que o material fique uniformemente espalhado sobre toda
a superfície da tela. Em intervalos regulares, com o auxílio do pincel para retirar
9

os resíduos da peneira, o material passante foi pesado: se sua massa fosse


maior do que 0,05g (0,1% da massa inicial), era desprezado. Seguimos com o
processo até obter a massa de material passante indicada. Por fim, pesamos o
material retido na peneira. Para o cálculo do índice de finura, utilizamos a
seguinte fórmula:

(1)

Onde:

F = índice de finura do cimento, em porcentagem;

R = resíduo de cimento na peneira 75 μm, em gramas;

M = massa inicial do cimento, em gramas;

C = fator de correção da peneira utilizada no ensaio = 0,95.

3.3 Resultados e análises

a) Cimento branco

A massa retida na peneira foi de 0,27g. Assim, aplicando na fórmula, temos:

0,27. 0,95
F= . 100 = 0,513%
50

b) Análise dos resultados dos cimentos CPIV-32, CPII Z-32 e CPV

Tabela 1 – Resultados Finura Continua


RESULTADOS OBTIDOS EM LABORATÓRIO – ÍNDICE DE FINURA

AMOSTRA MASSA RETIDA CÁLCULO FINURA

CP II Z - 32 38g 38. 0,95 72,2%


F= . 100
50

CP IV - 32 16,28g 16,28. 0,95 30,93%


F= . 100
50
10

Continuação

AMOSTRA MASSA RETIDA CÁLCULO FINURA

17,52. 0,95
CP V 17,52g F= . 100 33,25%
50,05

Fonte: Autoras do trabalho (2018)

Com os resultados expostos, podemos perceber que os resultados obtidos


possuem grande discrepância: enquanto o cimento branco apresentou um índice
baixo de finura, os demais cimentos estudados apresentaram um valor alto.
Abaixo estão apresentados os valores de referência para alguns cimentos:

Imagem 1 – Valores normativos para finura

Fonte: Vinício Cecconello (2018)

Os cimentos CP II, CP IV e CP V apresentaram valores muito maiores do


que os de referência mostrados na tabela. Essa diferença se deve ao fato de
que, provavelmente, os cimentos estavam aventados. Como a finura e a
hidratação são diretamente relacionadas, se o cimento estiver aventado,
prejudica a determinação da sua finura.
11

4 MASSA ESPECÍFICA

Com o intuito de determinar a massa específica dos diversos tipos de cimento


encontrados no mercado realizamos o ensaio segundo a norma NBR NM
23:2001 utilizando os cimentos CPIV-32, CPII Z-32, Cimento Branco e CPV. Ao
conhecer a massa específica do material, podemos determinar a dosagem
correta do concreto e evitar erros de traços e posteriormente patologias na
construção. A massa específica do cimento deve ser calculada pela fórmula
seguinte:

𝑚𝑓−𝑚𝑖
𝜌= (2)
(𝑣2−𝑣1)

Onde:

𝜌 = Massa especifica em g/cm³

mf = Massa final da amostra em g

mi = Massa inicial da amostra em g

V2 = volume final

V1= volume inicial

4.1 Materiais utilizados

-Frasco volumétrico de Le Chatelier;

-Balança com precisão de 0,01g;

- Líquido (usou-se queroene);

- Funis de haste longa e curta;

- Haste metálica;

- Papel absorvente;

- Amostra de cimento (60 g).


12

4.2 Procedimento

Inicialmente foi feita a pesagem da massa (60g) de amostra a ser


ensaiada, no nosso caso, cimento branco; segundo a norma, essa massa deve
ser suficiente para causar um deslocamento do líquido entre as marcas 18cm³ e
24cm³.Deve-se observar que a amostra de cimento deve ser ensaiada como
recebida, porém, caso existam corpos estranhos, deve-se peneirá-la através da
peneira 150mm.

Encheu-se o frasco de Le Chatelier cuidadosamente com Querosene,


seguindo a norma, a qual aconselha a utilização de um líquido que não reaja
quimicamente com o material e que tenha densidade igual ou superior a 0,731
g/cm³ a 15°C, e inferior à dos materiais a serem ensaiados. Em seguida secamos
o interior do frasco volumétrico na parte acima do nível do líquido com papel;
pela norma, após esse passo dever-se-ia submeter o frasco de Le Chatelier ao
banho termorregulador até que seja obtido o equilíbrio térmico (mín. 30 min),
porém não realizamos por falta do equipamento.

Após, pesou-se o frasco com o líquido. O valor obtido foi 356g.Enchemos


o frasco cuidadosamente com o funil longo até o menisco do querosene atingir
a marca 0 ml; efetuamos a leitura inicial V1, obtendo 0 cm³.

Com o auxílio de outro funil seco, colocamos a amostra de cimento


branco dentro do frasco aos poucos com auxílio de uma haste metálica, cuidando
para não ocorrer aderência do cimento às paredes do frasco e nem de
entupimento no gargalo. Enchemos até marcar 19,1 cm³; pela norma, deve-se
encher até um volume compreendido entre as marcas de 18 cm3 e 24 cm3.

Submetemos o frasco a movimentos, girando-o em posição inclinada e


em círculos horizontais; encerramos esse procedimento assim que não houve
mais desprendimento de bolhas de ar do cimento no interior do frasco. Em
seguida, efetuamos a leitura final V2, obtendo 19,1 cm³. Por fim, pesou-se a
amostra total final. O peso da amostra final foi de 413,55g.
13

Imagem 2 – Frasco de Le Chatelier ao final do ensaio

Fonte: Autoras do trabalho (2018)

Observações

A NM 23 impõe que o resultado deve ser a média de pelo menos duas


determinações que não difiram entre si mais que 0,01 g/cm³; caso a diferença
entre dois resultados de uma mesma amostra ultrapassar 0,02g/cm³, o ensaio
deve ser repetido. Se for encontrada uma diferença maior que 0,03 g/cm³ entre
dois resultados individuais e independentes, obtidos por dois operadores,
operando em laboratórios diferentes a partir de uma mesma amostra submetida
ao ensaio, o ensaio todo deve ser reproduzido novamente.

4.3 Resultados e análises

a) Cimento branco

Encontramos como massa do recipiente (inicial) somente com o líquido igual


a 356 g (mi). A massa final (mf), com o cimento branco e o líquido foi de 413,55
g. O volume inicial (v1) do líquido era de 0 cm³; o volume final (v2), após a
deposição do cimento branco, foi de 19,1 cm³. O cimento branco, analisado por
nós, possui massa específica dada pela fórmula (3) igual a 3,013g/cm³.

413,55−356
𝜌= = 3,013 g/cm³ (3)
(19,1−0)
14

b) Análise dos resultados dos cimentos CPIV-32, CPII Z-32 e CPV

Tabela 2 – Resultados obtidos nos experimentos para massa específica

RESULTADOS OBTIDOS NOS EXPERIMENTOS FEITOS EM LABORATÓRIO


PESO DA MASSA
TIPO DE LEITURA DE
AMOSTRA CÁLCULO ESPECÍFICA
AMOSTRA VOLUMES (cm³)
(g) (g/cm³)
Inicial Final
61
CP II Z-32 61 0,3 20,2 𝜌= 3,06
(20,2 − 0,3)
52,97
CP IV-32 52,97 0,4 27 𝜌= 1,99
(27 − 0,4)
54,2
CPV 54,2 0 19,6 𝜌= 2,765
(19,2 − 0)
Fonte: Autoras do trabalho (2018)

Devido à variação da massa específica, não existe norma que defina os


valores da mesma. Portanto, a análise é comparativa e a variação dos valores é
de 2,85 g/cm a 3,20 g/cm. Tal variação se deve aos componentes do clínquer
obtido na região onde o cimento é fabricado. Logo, todos os cimentos estudados
atingiram valores aceitáveis e dentro do intervalo definido pela norma.
15

5 ENSAIOS DE RESISTÊNCIA

Sendo o cimento um dos materiais mais utilizados da construção civil, ter


o conhecimento de suas características físico-químicas é de fundamental
importância, pois estas direcionam a qualidade que ele apresentará. A
resistência à compressão é uma das propriedades mais essenciais, pois além
de ser muito sensível por ser capaz de indicar eventuais mudanças na qualidade
do concreto, ela também é adotada por ocasião do dimensionamento da
estrutura em si, portanto está diretamente associada à estabilidade estrutural.
O cimento branco se diferencia dos demais pela sua coloração. Ele pode
ser classificado em dois subtipos: estrutural e não estrutural. Para ser
considerado um cimento branco estrutural, o índice de brancura deve ser maior
que 78%, e superior ou igual a 82% caso seja não estrutural. A sua coloração
se dá a partir de matérias-primas com baixo teor de óxido de ferro e manganês
e a utilização do caulim no lugar da argila.

Objetivo: Este ensaio tem por objetivo realizar, segundo a norma NBR
7215 (ABNT, 1997) – Cimento Portland - Determinação da resistência à
compressão, o método de determinação a resistência de compressão do
Cimento Branco, relacionando com a classe deste aglomerante.

5.1 Materiais utilizados

- Óleo
- Material para capeamento
- Material para vedação
- Componentes da argamassa (Tabela 3):
a) Areia normal;
b) Cimento;
c) Água;
16

Tabela 3 – Quantidades de massa

Material Massa para a mistura (g)

Cimento Portland 624 ± 0,4

Água 300 ± 0,2

Areia normal

- fração grossa 468 ± 0,3

- fração média grossa 468 ± 0,3

- fração média fina 468 ± 0,3

- fração fina 468 ± 0,3

Fonte: Adaptado da NBR 7215 (ABNT, 1997)

5.2 Aparelhos

- Balança
- Misturador mecânico
- Molde cilíndrico
a) na aquisição: - diâmetro interno: (50 + 0,1) mm; - altura: (100 + 0,2) mm;
b) em uso: - diâmetro interno: (50 + 0,2) mm; - altura: (100 ± 0,5) mm.
- Soquete
- Máquina de ensaio de compressão
- Acessórios diversos

5.3 Procedimento do ensaio

Primeiramente, começamos o ensaio pesando 624g do Cimento Branco,


300g de água e 1872g de areia normal divida em 4 frações. As frações foram:
fração grossa; fração média grossa; fração média fina e fração fina, com 468g
cada, como estabelece a norma NBR 7215 (ABNT, 1997).
17

Em seguida, com o auxílio do Carlos, iniciamos a mistura mecânica


colocando na cuba toda quantidade de água e cimento. A mistura desses
materiais foi realizada em velocidade baixa por aproximadamente 30s. Após
esse tempo foi adicionado gradualmente durante 30s a areia normal (quatro
frações de 468g cada, já misturadas entre si) e misturando todos esses materiais
por 30 segundos em velocidade alta. Acabado esses 30s, o misturador foi
desligado para que com a ajuda de uma espátula fosse possível retirar a
argamassa que ficou aderida às paredes da cuba, inserindo-a no interior da cuba
para que aderisse a mistura. Durante aproximadamente 1 minuto a argamassa
ficou em repouso na cuba, porém ela não ficou coberta com um pano limpo e
úmido como é especificado na NBR 7215:1997. Passado esse tempo, ligamos
novamente o misturador na velocidade alta por mais 1 minuto.
Depois de preparar a argamassa, partimos para a preparação dos moldes,
onde para garantir a estanqueidade passamos uma leve camada do material
para vedação. A realização da moldagem dos corpos de prova ocorreu o mais
rápido possível após o amassamento. A colocação da argamassa nos corpos de
prova se deu em 4 camadas, de alturas aproximadamente iguais, e a cada
camada foi realizado 30 golpes homogeneamente distribuídos com o soquete
normal. Finalizando esta etapa com a rasadura do topo dos corpos-de-prova, por
meio da régua.

Imagem 3– Moldagem dos corpos de prova Cimento Branco

Fonte: Autoras do trabalho (2018)


18

Após a moldagem, a Norma determina que os corpos de prova ainda nos


moldes, devem ser colocados em câmara úmida com sua face superior protegida
por uma placa de vidro, permanecendo nesta câmara de 20h a 24h. Terminado
esse processo de cura inicial, os corpos de prova são retirados das formas e
identificados. Entretanto, caso haja algum corpo de prova que precisa ser
rompido com 24h de idade, é necessário que o corpo de prova seja imerso, no
tanque de água (não corrente) saturada de cal da câmara úmida, onde deve
permanecer até o momento do ensaio. Aconselha-se renovar a água
quinzenalmente.
Depois de ter realizado o processo de cura inicial no ar e final na água
ocorre o capeamento dos topos e bases dos corpos de prova. Para a realização
deste procedimento o material deve ser preparado fundindo-se enxofre com
caulim, pozolanas, quartzo em pó ou outras substâncias, como é indicado pela
norma NBR 7215:1997 de modo que as proporções não interfiram no resultado.
A temperatura de aplicação do material de capeamento fundido deve ser de (136
± 7) ºC. De maneira que cada camada formada satisfaça às condições
geométricas estabelecida pela Norma e que apresente espessura máxima de 2
mm.
Para a determinação da carga de ruptura os corpos de prova devem ser
rompidos à compressão de acordo com as idades especificadas. Devendo
obedecer às tolerâncias indicadas na tabela a seguir:

Tabela 4 – Tolerância de tempo para a ruptura


Idade da ruptura Tolerância

24 h ± 30 min

3 dias ±1h

7 dias ±2h

28 dias ± 4h

91 dias ± 1 dia

Fonte: Adaptado da NBR 7215 (ABNT, 1997)


19

A idade de cada corpo de prova é contada somente a partir do instante


em que o cimento é posto em contato com a água de mistura. É necessário
realizar a preparação da máquina de ensaio para que ocorra a ruptura dos
corpos. Para isso é designado a limpeza completa dos pratos da prensa e
colocá-los em escala que satisfaça a seguinte condição: ser utilizada com escala
dinamométrica, tal que a carga de ruptura prevista seja maior que 10% e menor
que 90% da leitura máxima da escala.
Devido ao tempo, realizamos o rompimento à compressão aos 21 dias, ao
invés dos 28 dias como é descrito na norma NBR 7215:1997. Com a máquina
devidamente limpa e ajustada, iniciamos o processo de determinação de
resistência à compressão de 4 tipos de cimento. Colocamos os corpos de prova
diretamente sobre o prato inferior da prensa. A máquina possui uma velocidade
de acabamento equivalente a (0,25 ± 0,05) MPa/s. Após o rompimento dos 8
corpos de prova (dois corpos de prova para cada tipo de cimento) obtivemos os
valores de resistência à compressão aos 21 dias.

Imagem 4 – Máquina de resistência à compressão

Fonte: Autoras do trabalho (2018)


20

5.4 Resultados e Análises

Realizamos o rompimento aos 21 dias, uma semana antes do que o


estabelecido pela norma NBR 7215 (ABNT, 1997) – Cimento Portland -
Determinação da resistência à compressão. Analisando os resultados dos 4 tipos
de cimentos diferentes, foi possível comparar por meio da tabela a seguir os
valores entre si, levando em consideração a resistência de compressão mais alta
de cada cimento comparando com o que é especificado em cada norma.

Tabela 5 – Comparação das resistências à compressão


Resistência à compressão

Cimento Corpo de prova 1 (MPa) Corpo de prova 2 (MPa)

CP IV - 32 22,2 23,2

CP II Z - 32 31,1 31,7

Cimento Branco 31,2 32,6

CPV 32,1 33,3

Fonte: Autoras do trabalho (2018)

A resistência mais alta foi de 33,3 MPa do CPV, o que já era esperado por
sabermos que este cimento possui uma alta resistência inicial. Isto se deve ao
fato de possuir teores elevados de C3S que acaba desenvolvendo a resistência
mais rapidamente, garantindo um crescimento acelerado da mesma nos
primeiros dias. Entretanto a resistência obtida não foi satisfatória, pois se
analisarmos a norma NBR 5733:1991 do CP V, ela estabelece que em 7 dias o
limite inferior da resistência à compressão deveria ser 34 MPa. Ou seja, mesmo
realizando o rompimento em 21 dias a resistência deste cimento não chegou ao
esperado.
Percebemos que tanto o CP IV - 32 quanto o CP II Z - 32 possuem a
mesma classe, mas as suas resistências não foram tão próximas, possuindo
uma diferença de aproximadamente 10MPa. O cimento pozolânico CP IV- 32
21

apresentou 23,2 MPa de resistência, mesmo sendo o resultado mais baixo este
valor está nos parâmetros estabelecidos pela norma NBR 5736:1991. Isso se
deve ao fato deste tipo de cimento possuir uma porcentagem considerável de
pozolanas (15 a 50%), ocasionando em um menor calor de hidratação que por
consequência causa um endurecimento mais lento. Outra explicação para os
resultados obtidos é em relação ao misturador mecânico, pois ao ser utilizado
algumas partículas de cimento (aglomerantes) saltaram para fora, resultando na
perde de resistência. Já o cimento CP II Z – 32 apresentou 31,7 MPa, valor
coerente ao que é estabelecido pela norma NBR 11578:1991 – Cimento Portland
Composto. A explicação deste cimento apresentar quase 10MPa a mais do que
o CP IV possuindo as mesmas classes está relacionado a composição. Neste
caso o CP II Z apresenta menores porcentagens de material pozolânico ao
comparado com o CP IV, e pode possuir até 10% de material carbonático.
O cimento branco por sua vez, é considerado um produto versátil, por
possibilitar a associação de pigmentos coloridos e por possuir uma alta
resistência, deste modo acaba por garantir um melhor desempenho estrutural.
Informação que pode ser comprovada pelo resultado do nosso ensaio à
compressão, onde obtivemos o valor da resistência igual a 32,6 MPa. Sendo um
valor satisfatório por estar dentro dos resultados indicados pela norma NBR
12989:1993. Após estabelecer a resistência individual de cada concreto, a norma
NBR 7215:1996 determina a realização da resistência média dos 4 corpos de
prova por meio de operações matemáticas simples:

Tabela 6 – Resistência média individual


Cimento Resistência média individual (MPa)

CP IV – 32 22, 7

CP II Z – 32 31,4

Cimento Branco 31,9

CPV 32,7

Resistência média total 29,675

Fonte: Autoras do trabalho (2018)


22

É estabelecido também o desvio relativo máximo. Entretanto não temos


amostra suficiente para conseguir determinar o desvio relativo máximo, neste
caso usamos apenas o maior valor de resistência à compressão obtido de cada
cimento. Mas caso tivéssemos como calcular o desvio relativo máximo pela
Norma, iríamos dividir o valor absoluto da diferença entre a resistência média e
a resistência individual que mais se afaste desta média, para mais ou para
menos, pela resistência média e multiplicando este quociente por 100.
Em relação à repetibilidade a diferença entre dois resultados finais
referentes à mesma idade, obtidos pelo mesmo operador a partir de uma mesma
amostra submetida ao ensaio, utilizando o mesmo equipamento em curto
intervalo de tempo, não deve ultrapassar 10% da média entre eles. E em questão
à reprodutibilidade, a diferença entre os dois resultados finais não devem
ultrapassar 15% da média entre eles.
23

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O controle da qualidade do concreto requer a realização de vários


ensaios. Através das normas NBR 11579 (Cimento Portland - Determinação do
índice de finura por meio da peneira 75 µm), NBR 7215 (Cimento Portland –
Determinação da resistência à compressão) e NBR NM 23 (Cimento Portland e
outros materiais em pó - Determinação da massa específica) realizamos os
ensaios e conseguimos determinar algumas propriedades e características
referentes ao cimento escolhido.
Ao determinar a finura, podemos obter um indicativo da qualidade e
validade do cimento. Essa é uma propriedade de grande importância, visto que
atua diretamente nas reações de hidratação. Sabendo que pode influenciar até
mesmo na resistência do concreto, o cuidado e análise com essa propriedade é
indispensável e pode ser definitivo na escolha do concreto.
A massa específica, por sua vez, é essencial para os cálculos de consumo
nos traços do concreto, para a correta dosagem dos componentes do concreto
e assim, evitar erros e patologias. O ensaio da resistência à compressão é
indispensável, pois esta propriedade está diretamente ligada à segurança e à
estabilidade estrutural. Através deste ensaio é possível indicar eventuais
variações da qualidade do concreto, seja em relação à dosagem, seja quanto a
seus insumos, garantindo a vida útil e a segurança da estrutura.
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REFERÊNCIAS

Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 11578:1991 – Cimento


Portland Composto.

_____. NBR 5733:1991– Cimento Portland com Alta Resistência Inicial.

_____. NBR 5736:1991 – Cimento Portland Pozolânico.

_____. NBR 7215: 1996 – Cimento Portland – Determinação da resistência à


compressão.

_____. NBR 12989:1993 – Cimento Portland Branco.

_____. NBR 11579: 2012 - Determinação do índice de finura por meio da


peneira 75 µm (nº200).

_____. NBR 6474 : 2001 – NM 23 - Cimento portland e outros materiais em


pó - Determinação de massa específica

CECCONELLO, Vinício. Material de aula: Aglomerantes. 2018.

PETRUCCI, E. G. R. Concreto de cimento portland. 2. ed.. Porto Alegre, Ed. Globo,


1973, 277 p.

RECENA, Fernando Antonio Piazza. Conhecendo Argamassa. Porto Alegre:


EDIPUCRS, 2008. 192 p.

TARTUCE, R. GIOVANETTI, E. Princípios Básicos sobre Concreto de Cimento


Portland. São Paulo. Pini/IBRACON, 1990

VIEIRA, Fernanda P. et al. Durabilidade e resistência mecânica de concretos


e argamassas com adição de sílica ativa. 2004.

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