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O quitute tornou-se símbolo da culinária da Bahia e patrimônio cultural

Origem do mundo segundo lenda africana brasileiro. E, assim como ele, diversos elementos da tradição africana
fazem parte do nosso cotidiano. Em sons, movimentos e cores, a arte
encontrou na religião de origem africana seu sentido, sua essência, sua
identidade.
Reza uma história africana, originária de Ketu, que no início de tudo havia
o Orum, o espaço infinito, e lá vivia o deus supremo Olorum. Certo dia,
A porção humana dos orixás
Olorum criou uma imensa massa de água, de onde nasceu o primeiro
orixá: Oxalá, o único capaz de dar vida. Olorum mandou Oxalá partir e
criar o aiyê, o mundo. Só que Oxalá não fez as oferendas necessárias Obá, a orixá guerreira, disputava o amor de Xangô com Iansã e Oxum.
para a viagem e enfrentou sérios problemas no caminho. Obá sentia o corpo arder de ciúme ao ver seu amado tratar Oxum com
gestos de atenção e carinho e passou a imaginar que sua rival colocava
algum tempero especial na comida para enfeitiçar Xangô.
Quem acabou criando o mundo foi Odudua, sua porção feminina. Para
consolar Oxalá, o deus supremo lhe deu outra missão: a de inventar os
seres que habitariam o aiyê. Assim Oxalá usou a água branca e a lama Certo dia, Obá foi à cozinha disposta a descobrir o segredo de Oxum.
marrom para criar peixes azuis, árvores verdes e homens de todas as Percebendo o ciúme de Obá, Oxum resolveu pregar uma peça na
cores. Foram justamente os homens que, mais tarde, imaginaram formas guerreira e mentiu. Disse que seu ingrediente era, na verdade, um pedaço
de adorar e representar a saga de deuses como Oxalá, Odudua, Olorum e de sua orelha. Obá então pôs uma tasca da própria orelha na comida e
tantos outros. serviu para Xangô, que rejeitou o prato. Foi quando Obá se deu conta que
caíra em uma armadilha e desde este dia, cobre as orelhas quando dança
na presença de Oxum.
O sopro sagrado de Olorum

Os sentimentos humanos sempre estiveram presentes na mitologia dos


Quando Olorum, o senhor do infinito, fez o universo com o seu hálito
orixás e na tradição oral africana. Sentimentos que mais tarde viriam
sagrado, criou junto um punhado de seres imateriais com a finalidade de
contar outras histórias, que compõem uma literatura tipicamente feita por
povoá-lo. Estes seres, os orixás, foram dotados de poderes fantásticos,
negros no Brasil.
como o domínio sobre o fogo, a água, a terra, o ar, os animais e as
plantas e também o masculino e o feminino.
A espada justa de Ogum
No princípio, eram muitas as divindades africanas, tantas que a
comparamos às cores da exuberante África. Ainda hoje, os adeptos das Ogum é um orixá benfeitor, capaz de salvar muitas vidas, mas também
religiões afro-brasileiras continuam adorando um pequeno grupo destas destruidor de reinos. Há quem diga que um belo dia Ogum chegou em
divindades, que representam todos os elementos essenciais à natureza e uma aldeia onde ninguém falava com ele. Sempre que se dirigia a um
à vida humana. habitante do lugar, só recebia um grande vazio como resposta.

Os povos africanos produziram uma infinidade de mitos sobre a criação do Pensando que todos estavam zombando dele, Ogum ficou furioso e
mundo e as forças espirituais. Isso porque a necessidade de explicar o destruiu cada pedacinho da aldeia. Logo em seguida, descobriu que
mundo em que vivemos é praticamente tão antiga quanto a própria aqueles moradores permaneceram calados porque faziam voto de silêncio
humanidade. e se arrependeu amargamente por haver empregado as suas forças numa
ação bélica.
Ossaim, o malabarista das folhas
Desde então, o deus da guerra jurou ser mais cauteloso e proteger os
mais fracos, sobretudo aqueles que estiverem sofrendo algum tipo de
Certo dia, Ifá, o senhor das adivinhações veio ao mundo e foi morar em
perseguição arbitrária. Tanto no orum, o universo, como no aiyê, a terra, a
um campo muito verde. Ele pretendia limpar o terreno e, para isso,
luta dos negros contra as injustiças é encarada por corajosos guerreiros
adquiriu um escravo. O que Ifá não esperava era que o servo se
espirituais e de carne e osso.
recusasse a arrancar as ervas, por saber o poder de cura de cada uma
delas. Muito impressionado com o conhecimento do escravo, Ifá leu nos
búzios que o criado era, na verdade, Ossaim, a divindade das plantas Omolu dança só
medicinais. Ifá e Ossaim passaram a trabalhar juntos. Ossaim ensinava a
Ifá como preparar banhos de folhas e remédios para curar doenças e Há muitos e muitos anos, um episódio interessante percorre a África
trazer sorte, sucesso e felicidade. inteira. É sobre uma grande festa, que reunia uma lista de ilustres
convidados - Oxum, Iemanjá, Oxalá, Xangô, Oxossi, Ossaim, Obá,
Os outros orixás ficaram muito enciumados com os poderes da dupla e Logunedé, Iansã, Nanã, Ogum e Oxumaré. Todos os orixás estavam lá.
almejaram, no seu íntimo, possuir as folhas da magia. Um plano Na verdade, quase todos, porque faltava o Omolu.
maquiavélico foi pensado: Iansã, a divindade dos ventos, agitou a saia,
provocando um tremendo vendaval. Ossaim, por sua vez, perdeu o Omolu ficou do lado de fora com vergonha das marcas que a varíola lhe
equilíbrio e deixou cair a cabaça onde guardava suas ervas mágicas. O deixara no rosto. Ao saber disso, Ogum correu até a floresta e teceu uma
vento espalhou a coleção de folhas. roupa de palha, o ofilá, para que o irmão participasse da festa. Omolu
entrou, mas ninguém quis dançar com ele. Mesmo cobertas, suas feridas
Oxalá, o pai de todos os orixás, agarrou as folhas brancas como algodão. causavam repulsa nos orixás. A corajosa Iansã foi a única que o chamou
Já Ogum, o deus da guerra, pegou no ar uma folha em forma de espada. para uma dança. E como Iansã é a orixá dos ventos, sem querer, mandou
Xangô e Iansã se apoderaram das vermelhas: a folha-de-fogo e a a roupa de Omolu pelos ares!
dormideira-vermelha. Oxum preferiu as folhas perfumadas e Iemanjá
escolheu o olho de santa-luzia. Mas Ossaim conseguiu pegar o igbó, a Qual não foi a surpresa quando, livre do ofilá, surgiu um homem lindo,
planta que guarda o segredo de todas as outras e de suas misturas sem defeito algum. Ao ver a beleza de Omolu, os orixás femininos
curativas. Portanto, o mistério e o poder das plantas continuam suspiraram e os masculinos se morderam de inveja. Omolu ofereceu à
preservados para sempre. Iansã uma recompensa, mas, a partir daquele dia, passou a dançar
sempre sozinho nas festividades.

No tabuleiro de Iansã

Orixá das cores vermelha e branca, Iansã é a regente do vento e dos


temporais. Segundo uma antiga história da África, Xangô, marido de
Iansã, certa vez a enviou para uma aventura especial na terra dos baribas.
A missão era buscar um preparado que lhe daria o poder de cuspir fogo.
Só que a guerreira, ousada como ela só, ao invés de obedecer ao marido,
bebeu a alquimia mágica, adquirindo para si a capacidade de soltar
labaredas de fogo pela boca.

Mais tarde, os africanos inventaram cerimônias que saudavam divindades


como Iansã através do fogo. E, para isso, usavam o àkàrà, um algodão
embebido em azeite de dendê, num ritual que lembra muito o preparo de
um alimento bastante conhecido até os dias que correm: o acarajé. Na
verdade, o acarajé que abastece o tabuleiro das baianas é o alimento
sagrado de Iansã, também conhecida como Oyá.
As Lendas do Baobá

A Árvore do Esquecimento

Diz a lenda que antes de serem embarcados nos


navios negreiros, os escravizados africanos, sob
chibatadas eram obrigados a dar dezenas de voltas
em torno de um imenso baobá, enquanto depositam
suas crenças, suas origens, seu território enfim sua
essência, para em seguida serem batizados com uma
identidade cristã-ocidental e enviados para o
cativeiro. Por isso o baobá passou a ser chamado de
árvore do esquecimento, pois os escravos teriam
deixando ali toda sua memória (sabedoria).

A Criação do Baobá
Pela lenda, o Baobá foi a primeira árvore que Deus criou,
Ele fez o Baobá e do lado fez um lago.
Deus então criou outras árvores de outras espécies,
quando o Baobá olhava este lago, que funcionava como um
espelho ele olhava para as outras árvores e perguntava:
- Porque aquela árvore tem as folhas amarelas e eu não
tenho?
E Deus respondia:
- Baobá, você foi o primeiro que eu fiz você é o meu mais
querido, coloquei em você tudo o que eu tinha de bom,
mas depois eu fui me aprimorando.
- Ah, entendi. Mas porque a outra tem flor rosa e eu não
Curiosidades
tenho – Perguntou Baobá.
Toda hora Baobá reclamava porque as outras tinham A árvore do Baobá se originou na África, é árvore sagrada
alguma coisa que ele não tinha. e representa também preservação. O baobá, quando
Deus então foi se enfurecendo e pegou o Baobá e virou ele adulto, é considerada a árvore que tem o tronco mais
de cabeça para baixo. E o que ficou para cima foram as grosso do mundo, chegando em alguns casos, a medir 20
raízes e a cabeça do Baobá ficou enterrada. metros de diâmetro.” É uma das árvores mais antigas da
As pessoas até hoje ficam em baixo da árvore de Baobá na terra.”
África, elas escutam os conselhos da árvore, pois a boca O Baobá pode viver até 6 mil anos e sua semente demora
do Baobá está no chão e eles conseguem conversar com 10 anos para germinar. Precisa de 100 pessoas adultas,
essa árvore, porque ela é a árvore mais antiga e todas as com as mãos dadas para abraçar o Baobá.
histórias do mundo estão contidas no Baobá. Uma característica do Baobá é o tronco oco, no qual a
planta acumula água, podendo atingir até 120.000 litros.
Isso é de extrema importância para os africanos nos
períodos de estiagem, e também para os viajantes que
abrem um buraco no caule, bebem a água, e depois o
tampam com a própria casca da árvore. Quando a água
seca, o interior da planta fica oco e passa a servir como
casa para os bichos e até para pessoas, conforme relatos
contidos na literatura africana.
A árvore dá frutos enormes, sua polpa parece de jaca. Sua
flor nasce de cabeça para baixo e se parece um sininho, é
uma flor grande, mas muito fedida.

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