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CURSO MEGE

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Turma: TJ-MA (Pós-edital: Analista Judiciário e Oficial de Justiça)
Material: 1ª Prova Discursiva (Estudo de Caso - Espelho)

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1ª PROVA DISCURSIVA
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1
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(Estudo de Caso - Espelho)

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1ª PROVA DISCURSIVA
(Estudo de Caso - Enunciado)

Maria Eugênia ingressou com determinada ação constitucional no

intuito de obter direito líquido e certo de nomeação no concurso para o
cargo X da Instituição Y. No edital do concurso informava que seriam
preenchidas 27 vagas. Ocorre que por um erro de contagem em sua
pontuação final, Maria Eugênia, aprovada em todas as fases do concurso,
terminou na 26ª posição da lista final, o que certamente acarretaria uma
maior demora em sua nomeação, visto que a Administração Pública
nomeou apenas 10 aprovados 15 dias após a divulgação do resultado do 5
4
concurso (sem maiores novidades sobre outras nomeações). Aflita com a
3-

2
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situação, Maria Eugênia passou a temer não ser nomeada, uma vez que o
9.

prazo do concurso era de apenas 1 (um) ano prorrogável por mais 1 (um).
29

Ciente da situação de contagem errada de sua pontuação final, por

9.

conta de 5ª questão dissertativa de sua prova (com resultado final de

03

correção divulgado há 94 dias), a parte ingressou com o remédio

constitucional pertinente para defender seu direito de recontagem de
pontuação, o que a colocaria na 9ª posição do concurso.
O seu pedido foi julgado procedente pelo Poder Judiciário.
Diante do caso narrado, responda de forma fundamentada:
a) Qual ação constitucional que assistiu aos interesses de Maria
Eugênia?
b) Qual o seu objeto, nos termos da CF/88, e como se dão os efeitos
da decisão em relação aos demais candidatos que também poderiam ter

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sido afetados por erro na contagem da pontuação da 5ª questão

dissertativa?
c) Foi respeitado o prazo decadencial para ingresso em juízo?
d) O poder judiciário pode reavaliar a resposta apresentada em
prova e atribuir diretamente nota na questão dissertativa por perceber
claramente o erro na apuração da pontuação?
e) Por consequência do erro da Administração Pública seria devida
alguma indenização à Maria Eugênia quanto aos meses que deixou de
receber vencimentos por não ter sido nomeada no momento correto em
relação à real posição (9º lugar) no concurso?

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1ª PROVA DISCURSIVA (Espelho)1

QUESITOS AVALIADOS NOTA BASE

Inicialmente, o candidato deveria identificar o mandado de segurança

como remédio constitucional aplicável ao caso, além de reconhecer a
sua base na CF/88 (art. 5º, LXIX) e destacar que o tema é disciplinado 2,00
pela Lei nº 12.016/2009, no intuito de esclarecer seu conhecimento
básico sobre a disciplina jurídica do tema.
O objeto do mandado de segurança vem representado na CF/88, art. 5º,
LXIX: “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data,
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
2,50
Público”. 5
4
Em síntese, o candidato deve retratar minimamente como objeto a
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correção de ato administrativo ilegal e ofensivo a direito líquido e certo

4
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do impetrante, não amparado por habeas corpus e habeas data

9.

(portanto, residual).
29

Quanto aos efeitos, neste caso, devem ser entendidos como “inter
9.

partes”. A decisão beneficiará apenas Maria Eugênia. 0,50

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A Lei 12.016/2009 aponta em seu art. 23: “O direito de requerer

mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte)
1,00
dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado”. Como
no caso contabilizamos apenas 94 dias, o prazo foi devidamente
respeitado.
Impossibilidade de revisão do mérito administrativo pelo Poder
Judiciário.
2,00
Não compete ao Poder Judiciário, no controle de legalidade, substituir
banca examinadora para avaliar respostas dadas pelos candidatos e

1Por não contarmos com correções personalizadas para esta turma, o que possibilitaria
uma análise sobre o desempenho do aluno em sua redação, uso adequado de linguagem
e aplicação das normas ortográficas em vigor, o espelho de pontuação será restrito ao
conteúdo jurídico esperado em resposta (no total de 10,00 pontos).

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notas a elas atribuídas. Excepcionalmente, é permitido ao Judiciário

juízo de compatibilidade do conteúdo das questões do concurso com o
previsto no edital do certame (o que não foi o caso aplicado em prova).

RE 632853, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em 23/04/2015.

Não será devida indenização à Maria Eugênia.

Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial,

o servidor não faz jus à indenização, sob fundamento de que deveria ter
sido investido em momento anterior, salvo situação de arbitrariedade
flagrante. STF. Plenário. RE 724347/DF, julgado em 26/2/2015 (Info 775). 2,00

A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público não

gera direito à indenização, ainda que a demora tenha origem em erro
reconhecido pela própria Administração Pública. STJ. 1ª Turma. REsp
1.238.344-MG, julgado em 30/11/2017 (Info 617). 4 5
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