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Disciplina

Estrutura, Política e Gestão Educacional

Coordenador da Disciplina

Prof.ª Nidia Barone

7ª Edição
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados desta edição ao Instituto UFC Virtual. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida,
transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, dos autores.

Créditos desta disciplina

Realização

Autores

Prof. Dr. Paulo Meireles Barguil


Prof.ª Nidia Barone
Sumário
Aula 01: História da Educação Brasileira. ............................................................................................. 01
Tópico 01: Tipos de Educação: formal, não formal e informal ............................................................. 01
Tópico 02: A Educação Brasileira na Colônia ....................................................................................... 05
Tópico 03: A Educação Brasileira no Império....................................................................................... 12
Tópico 04: A Educação Brasileira na República (1889-1930) .............................................................. 16
Tópico 05: A Educação Brasileira na República (1930-1964) .............................................................. 23
Tópico 06: A Educação Brasileira na República (1964-2011) .............................................................. 29

Aula 02: Legislação, Níveis e modalidades de ensino e profissionais da educação. ............................ 38


Tópico 01: Legislação Educacional ....................................................................................................... 38
Tópico 02: O sistema de ensino brasileiro ............................................................................................. 44
Tópico 03: Os níveis de ensino .............................................................................................................. 49
Tópico 04: As modalidades de ensino.................................................................................................... 54
Tópico 05: Formação dos profissionais da Educação ............................................................................ 58

Aula 03: Políticas públicas, gestão e financiamento da Educação brasileira. Avaliação do sistema
escolar brasileiro ....................................................................................................................................... 66
Tópico 01: Políticas públicas educacionais ............................................................................................ 66
Tópico 02: Gestão educacional .............................................................................................................. 81
Tópico 03: Financiamento da Educação ................................................................................................ 88
Tópico 04: Avaliação do sistema escolar brasileiro ............................................................................... 94
Estrutura, Política e Gestão Educacional
Aula 01: História da Educação Brasileira

Tópico 01: Tipos de Educação: formal, não formal e informal

Palavra do Coordenador da Disciplina de Estrutura, Política e Gestão


Educacional

AJUDA
Objetivando facilitar a aprendizagem do(a)s estudantes, o(a) tutor(a) terá um plantão semanal de
duas horas, cujo dia e horário serão informados previamente, de acordo com a conveniência dele(a) e
da maioria da turma. Esse plantão poderá ser integral (um plantão com duas horas de duração) ou
fracionado (dois plantões com uma hora de duração cada). O dia e o horário do plantão poderão ser
modificados durante a disciplina, sendo necessária a comunicação dessa mudança, por mensagem
no SOLAR, à turma. Durante o plantão, o(a) tutor(a) comentará as participações no Fórum, responderá
as mensagens recebidas, orientará sobre as atividades, e tudo o mais que se fizer necessário,
inclusive abrir um Chat, para propiciar ao corpo discente um clima de efetivo acompanhamento pelo
(a) tutor(a).

Mulheres e homens, somos os únicos seres que, social e historicamente, nos tornamos capazes de aprender. Por
isso, somos os únicos em quem aprender é uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito mais rico do que
meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz
sem abertura ao risco e à aventura do espírito. (FREIRE, 2009, p. 69).
(Itálico no original).

Crianças brincando, 2006


(fotografia de Paulo Barguil)
Cada espécie da natureza, que representa um elo de uma corrente, necessita de algumas
condições para sobreviver. A ausência dessas põe em perigo a perpetuação da própria coletividade,
afinal o ecossistema é uma rede complexa.

A grande maioria dos filhotes das espécies é capaz de interagir razoavelmente com a natureza
logo após o nascimento ou pouco tempo depois. O mesmo não ocorre com o bebê humano, cuja

1
dependência em relação aos seus pais e/ou membros adultos da comunidade é notória, pois ele é
incapaz de sobreviver apenas com o instinto.

A forma como a espécie humana se relaciona com a natureza é totalmente diversa do padrão de
comportamento das outras espécies, pois ela não se limita a repetir as ações, mas é capaz de avaliá-las,
de confrontá-las com a realidade mutante, transformando-as para atingir resultados cada vez mais
satisfatórios, que considerem os seus sonhos, valores, sentimentos e saberes.

Descrição da imagem:
O desenvolvimento das crianças, portanto, não é mera maturação das funções
biológicas, transmitidas hereditariamente, mas resulta da combinação dessas com o meio
ambiente nas quais aquelas vivem e interagem.

Na família (grupo social primário, pois propicia os cuidados básicos de alimentação, higiene e
proteção), os bebês humanos (e, posteriormente, as crianças) aprendem (ou não) as primeiras lições
sobre a importância da coletividade, as quais se somam aos conhecimentos biológicos. Posteriormente,
outros espaços desempenharão esse papel educador: a rua, a escola, a Igreja, o clube...

É no mundo que cada pessoa se realiza, que transforma (ou não) o seu potencial em ação,
expandindo a sua percepção do mistério que é a vida, envolta em suaves e agudas charadas, capazes de
surpreendê-la incessantemente. O Homem, para afirmar e indagar, não pode prescindir do mundo, pois
está intimamente ligado a ele, conforme declara Coreth:

Não há para o homem autorrealização sem realização do mundo,


autoexperiência sem experiência do mundo, nem autocompreensão sem
compreensão do mundo. Faz parte da natureza do homem ser no mundo e ter
um mundo. (CORETH, 1973, p. 62)
(correção ortográfica nossa)

Para que esse processo de autorrealização seja o mais proveitoso possível para todas as gerações,
as mais adultas devem assumir sua missão ontológica – cuidar com zelo das mais novas – e também da
necessidade de propiciar e fomentar o desenvolvimento da autonomia dessas, com o objetivo de propiciar
o acréscimo da sua autoconfiança. Não é fácil para as gerações mais experientes aceitarem essa missão.

2
Mais difícil ainda é vivenciá-la, uma vez que elas precisam decidir o momento e o conteúdo que incentivam
e impulsionam as demais (BARGUIL, 2006, p. 99).

Em decorrência dessa imperiosa necessidade de conviver com seu semelhante, é compreensível que
toda pessoa tenha, diariamente, situações que demandam negociação, uma vez que na maioria das vezes
as partes envolvidas têm interesses diversos. Preocupante é quando elas não conseguem reconhecer o
direito do outro de desejar e de pensar diferente e querem impor a sua opção, tentando controlar a vida
alheia e inibindo a salutar e necessária troca de conhecimento, que enriquece todos os envolvidos.

Encontro-me no meio de uma realidade que me transcende e abrange, com a qual entro em múltiplas relações. De
um lado, experimento-me como este ser individual e finito, distinto de todo outro e limitado em relação a ele; do outro
lado, não posso realizar a mim mesmo e desenvolver-me, sem uma contínua excursão para fora de mim e rumo ao
outro, que me encontra na totalidade de meu mundo.
(CORETH, 1973, p. 96)

EDUCAÇÃO, SEGUNDO O DICIONÁRIO AURÉLIO


1. Ato ou efeito de educar(-se).
2. Processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da
criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e
social: educação da juventude; educação de adultos; educação de excepcionais.
3. Os conhecimentos ou as aptidões resultantes de tal processo; preparo: É um
autodidata: sua educação resultou de sério esforço pessoal.
4. O cabedal científico e os métodos empregados na obtenção de tais resultados;
instrução, ensino: É uma autoridade em educação, sendo seus livros largamente
adotados.
5. Nível ou tipo de ensino: educação primária; educação musical; educação sexual;
educação religiosa; educação física.
6. Aperfeiçoamento integral de todas as faculdades humanas.
7. Conhecimento e prática dos usos de sociedade; civilidade, delicadeza, polidez,
cortesia: Vê-se que é uma pessoa de muita educação.
8. Arte de ensinar e adestrar animais; adestramento adestramento: a educação de
um cão, de uma foca.
9. Arte de cultivar as plantas e as fazer reproduzir nas melhores condições
possíveis para se auferirem bons resultados." (FERREIRA, 1993, p. 619).

O Homem está sempre aprendendo e ensinando, porém, a depender da natureza dessas situações, a
Educação pode ser:

Formal
Ministrada por instituições – colégios, escolas, faculdades, institutos,
universidades públicas e privadas - destinadas à Educação Básica e à Educação
Superior. Sistemática e organizada.

Não formal
Ministrada por instituições – empresas, escolas profissionalizantes, ONGs –
com caráter complementar e suplementar em relação à educação formal.

3
Informal
Ministrada no cotidiano, num processo contínuo, assistemático e não
organizado.

Essa distinção entre os tipos de Educação não significa que eles não se enriquecem mutuamente,
sobretudo quando se assiste, cada vez mais, ao crescimento de fontes (mídias) de informação (jornal,
rádio, tv, computador, smartphone, internet), as quais podem e devem ser potencializadas pela Educação
formal.

O objetivo principal da disciplina Estrutura, Política e Gestão Educacional


é conhecer e analisar a Educação formal no Brasil, identificando as
características de cada momento histórico.

LEITURA COMPLEMENTAR
Educação no Brasil [1]

Função social da escola [2]

Educação não formal: pedagogia social transformadora e motivadora [3]

A questão da Educação Formal /Não Formal (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.)

EXERCITANDO
1. Quais são os tipos de Educação?
2. Explique cada um dos tipos de Educação.
3. Apresente três exemplos de cada um dos tipos de Educação.
4. Você acha que algum desses tipos de Educação é mais importante do que os outros? Justifique.
5. Você acha que o Homem precisa desses diferentes tipos de Educação para ser feliz? Justifique.

REFERÊNCIAS
BARGUIL, Paulo Meireles. Reflexões sobre a relação professor-aluno a partir das pesquisas de Piaget
e Vygotsky. In: PASCUAL, Jesus Garcia; DIAS, Ana Maria Iorio (Orgs.). Construtivismo e Educação
contemporânea. Fortaleza: Brasil Tropical, 2006. p. 93-125.

CORETH, Emerich. Questões fundamentais de Hermenêutica. Tradução Carlos Lopes de Matos. São
Paulo: EPU, 1973.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de
Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1993.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 39. ed. São Paulo:
Paz e Terra, 2009.

4
Estrutura, Política e Gestão Educacional
Aula 01: História da Educação Brasileira

Tópico 02: A Educação Brasileira na Colônia

A Educação formal desenvolvida em qualquer tempo e espaço sempre é influenciada por aspectos
políticos, econômicos, sociais, epistemológicos, filosóficos e psicológicos. Para entender a estrutura
educacional vigente no Brasil é necessário se conhecer a sua História, a qual está intimamente vinculada
com o contexto geral.

Durante estas aulas, vocês serão convidados a responder as seguintes questões:

VERSÃO TEXTUAL
- Que acontecimentos são marcantes na Educação brasileira?
- Qual é o papel da legislação na melhoria da Educação brasileira?
- Como está estruturada a Educação brasileira?
- Que tipo de formação docente é necessária para atender as demandas da sociedade brasileira?
- As políticas educacionais podem modificar o quadro educacional brasileiro? Por quê?
- A gestão do processo educativo tem alguma relação com a sua qualidade?
- Quais são as fontes dos recursos financeiros investidos na Educação?
- Qual é a importância de avaliar o sistema escolar brasileiro? Quais são os instrumentos
utilizados atualmente?

Primeira Missa no Brasil, 1860 (pintura de Victor Meirelles) [4]


Os Jesuítas foram os primeiros a criar uma rede, de alcance mundial, de espaços específicos
com princípios pedagógicos amplamente divulgados e aplicados. Desde que chegaram ao Brasil, em
1549, com Manoel da Nóbrega e seus companheiros, eles contribuíram para a inculcação de valores e
crenças sob a perspectiva do colonizador. Essa característica, infelizmente, parece que ainda
permanece no imaginário da nossa Educação, apesar da nacionalidade daquele ter mudado...

JESUÍTAS

É um membro da Companhia de Jesus, que é uma ordem religiosa, fundada em 1534, por um
grupo de estudantes da Universidade de Paris, liderados pelo basco Inácio de Loyola. É
mundialmente conhecida por seu trabalho missionário e educacional. (Google)

5
OS JESUÍTAS SEGUNDO BARGUIL
Inácio Lopes de Loyola (1491-1556), militar espanhol, preocupado com o avanço das
crenças mulçumanas, criou a Companhia de Jesus em 1534, aprovada pelo papa Paulo III,
em 1540, tendo como ardor missionário divulgar a fé cristã, num momento em que a Igreja
formulava a Contrarreforma. Diante da dificuldade de converter os adultos, os dirigentes da
Congregação se dedicaram à educação das crianças, de modo a renovar o mundo. Com a
“descoberta” de novos mundos por espanhóis e portugueses, os Jesuítas, desde a primeira
hora, acompanharam as missões de colonização.

Em razão do sucesso da primeira escola, aberta em Messina (1548), o próximo destino


foi Roma (em 1551), que serviu de modelo para as que se seguiram. No primeiro momento,
as escolas atendiam somente aqueles que pretendiam seguir a carreira missionária.
Posteriormente, as matrículas foram abertas para todos os que assim pretendessem se
submeter aos rígidos padrões estabelecidos.

Objetivando uniformizar a organização e funcionamento dos colégios, foi elaborada a


Ratio Studiorum, cuja primeira versão data de 1552. Após ter sido submetida a críticas e
sugestões por quase meio século, sua publicação definitiva ocorreu em 1599, contendo
quatrocentas e sessenta e seis (466) regras, que tratam de várias questões: formação dos
professores, plano de estudos, metodologia de trabalho com os alunos, regime de avaliação,
regras administrativas e disciplinares etc.

Após cerca de cento e cinquenta (150) anos de intenso prestígio em inúmeros países
europeus, os Jesuítas começaram a sofrer pesadas críticas, em virtude do intenso poder
econômico que tinham conquistado. Em pouco menos de dez (10) anos, eles são expulsos
de Portugal e das colônias (1759), da França (1764) e Espanha e colônias (1767). O golpe
mais duro, porém, ainda estava por vir: a dissolução da Companhia, em 1773, pelo papa
Clemente XIV em todo o mundo, com exceção da Prússia e parte da Rússia. Somente em
1814, pelas mãos do pontífice Pio VII, ela foi restaurada.

Extraído de Barguil (2006, p. 200-201).

Havia uma acentuada distinção entre a Educação destinada aos descendentes dos colonizadores –
com uma forte influência escolástica, com o fito de seguirem fielmente os preceitos da Igreja e de
formação da elite colonial – e aos nativos – reduzida a dois aspectos:

Para a formação de novos adeptos do


Religioso
catolicismo.

Econômico Para a docilização da mão de obra.

Descrição da tabela:
Religioso:Para a formação de novos adeptos do catolicismo.
Econômico:Para a docilização da mão de obra.

6
Os negros, quando chegaram, não receberam dos educadores qualquer atenção. Freire (1993, p.
32/40) declara que a educação empreendida pelos Jesuítas era permeada por uma ideologia de interdição
do corpo, tanto em virtude das barreiras criadas para que mulheres, índios e negros pudessem participar
da vida social através das dificuldades de terem acesso à educação, como a proibição de que homens e
mulheres manifestassem a sua sexualidade.

A instituição das escolas de ler e escrever possibilitou aos Jesuítas um fácil, prático e eficiente
método de conversão das crianças indígenas para os ideários defendidos por eles. Acrescente-se a isso o
fato de que os colégios eram construídos com a ajuda dos índios (FRANÇA, 1994, p. 65).

Fonte [5]
Após a promulgação, em 1599, da Ratio Studiorum (Ordem dos Estudos) – normas (burocráticas
e pedagógicas) e conteúdos a serem cumpridos por todas as escolas vinculadas à Companhia de
Jesus, visando à formação uniforme dos seus estudantes – que se pautava na tríade estudar, repetir e
competir, a Educação nacional privilegiou os cursos de Filosofia, Teologia e Humanidades,
estruturados sobre o latim e o grego, relegando a 2º plano o ensino elementar, do qual a maioria da
população necessitava. A educação na Colônia era incipiente – em razão da pequena clientela
atendida e do conteúdo lecionado – e isolada do restante do mundo – vários países europeus
procediam a reformas nos seus modelos educacionais, enquanto Portugal se fechava às mudanças
com a defesa dos valores medievais. Acrescente-se, ainda, a distância da Colônia em relação à
Metrópole e a necessidade de se deslocar daqui para lá para concluir os estudos, tendo como destino,
na maioria das vezes, a Universidade de Coimbra, dirigida também pelos Jesuítas.

MULTIMÍDIA
Assista aos vídeos sugeridos abaixo:

Os Primeiros Tempos: A Educação pelos Jesuítas (1/2) [6]

Os Primeiros Tempos: A Educação pelos Jesuítas (2/2) [7]

Marques de Pombal expulsando os Jesuítas, 1766 (pintura de Louis-Michel van Loo e Claude Joseph Vemet [8]

7
Se o quadro já não era muito positivo, imagine o que aconteceu quando, Sebastião José de
Carvalho e Melo (1699-1782), o marquês de Pombal, em 1759, determinou, mediante Alvará, a
expulsão dos Jesuítas de todas as colônias portuguesas. Ele desejava, inspirado pelos ideais
iluministas, "[...] tirar Portugal do atraso cultural e econômico em que este submergia desde o domínio
espanhol, quase há dois séculos, e dar um passo adiante para a modernização." (FREIRE, 1993, p. 46),
formando um Estado forte, independente da Igreja, tendo sob seu controle o poder econômico detido
por aquela e formando estudantes para servir primordialmente aos interesses do País e não aos da
religião.

O Alvará de 28 de junho de 1759 [9]:

i) proibiu o ensino público ou privado que não tivesse a autorização do diretor geral dos estudos;

ii) determinou a inspeção das escolas e dos professores e a necessidade desses prestarem exames, o que
representou um avanço; e

iii) reestruturou o ensino médio em aulas avulsas de Latim, Grego, Filosofia e Retórica, desmontando o curso
regular instituído pelos Jesuítas, o que foi um retrocesso.

A REFORMA EDUCACIONAL EMPREENDIDA POR POMBAL SEGUNDO SECO E


AMARAL
As aulas régias eram autônomas e isoladas, com professor único e uma não se articulava
com as outras. Destarte, o novo sistema não impediu a continuação do oferecimento de
estudos nos seminários e colégios das ordens religiosas que não a dos jesuítas (Oratorianos,
Franciscanos e Carmelitas, principalmente).

Em lugar de um sistema mais ou menos unificado, baseado na seriação dos estudos, o


ensino passou a ser disperso e fragmentado, baseado em aulas isoladas que eram ministradas
por professores leigos e mal preparados.

Com a implantação do subsídio literário, imposto colonial para custear o ensino, houve um
aumento no número de aulas régias, porém ainda muito precário devido à escassez de recursos,
de docentes preparados e da falta de um currículo regular. Ademais, vemos uma continuidade
na escolarização baseada na formação clássica, ornamental e europeizante dos jesuítas, isto
porque a base da pedagogia jesuítica permaneceu a mesma, pois os padres missionários, além
de terem cuidado da manutenção dos colégios destinados à formação dos seus sacerdotes,
criaram seminários para um clero secular, constituído por “tios-padres” e “capelães de
engenho”, ou os chamados “padres-mestres”. Estes, dando continuidade à sua ação
pedagógica, mantiveram sua metodologia e seu programa de estudos, que deixava de fora, além
das ciências naturais, as línguas e literaturas modernas, em oposição ao que acontecia na
Metrópole, onde as principais inovações de Pombal no campo da educação como o ensino das
línguas modernas, o estudo das ciências e a formação profissional já se faziam presentes. Por
isso, se para Portugal as reformas no campo da educação, que levaram a laicização do ensino
representou um avanço, para o Brasil, tais reformas significaram um retrocesso na educação
escolar com o desmantelamento completo da educação brasileira oferecida pelo antigo
sistema de educação jesuítica, melhor estruturado do que as aulas régias puderam oferecer.

8
Extraído de Seco e Amaral (2007).

MULTIMÍDIA
A Reviravolta de Pombal: Nasce a Educação Laica (1/3) [10]

A Reviravolta de Pombal: Nasce a Educação Laica (2/3) [11]

A Reviravolta de Pombal: Nasce a Educação Laica (3/3) [12]

Com a vinda da corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, D. João VI criou a Impressão Régia, a
Biblioteca Pública, o Jardim Botânico e o Museu Nacional, tendo em vista a imperiosa necessidade de
dotar a Colônia de uma infraestrutura mínima.

LIVRO
MUSEU NACIONAL

Descrição da imagem:
Museu Nacional

Fonte [13]

BIBLIOTECA NACIONAL (VISTA AÉREA)

9
Descrição da imagem:
Biblioteca Nacional (Vista aérea)

Fonte [14]

JARDIM BOTÂNICO

Descrição da imagem:
Jardim Botânico

Fonte [15]

Ainda nesse período, foram instaladas algumas instituições educacionais, nos diferentes níveis, em
vários locais do País, para atendimento das exigências dessa nova sociedade. Em razão da defesa do
território, são criadas a Academia Real da Marinha e a Academia Real Militar. A demanda por médicos e
cirurgiões possibilitou a instauração, no Rio de Janeiro, dos cursos de Cirurgia, Anatomia e Medicina
(RIBEIRO, 1989, p. 40). Registre-se, também, a instauração, na Bahia, dos cursos de Cirurgia, Economia,
Agricultura, Química e Desenho Técnico.

10
O ensino primário continuava restrito a ler e escrever,
que possibilitava que o estudante ocupasse pequenos
cargos burocráticos e se preparasse para o ensino
secundário, que, ainda estruturado nas aulas régias, teve a
implantação de outras modalidades: Desenho, Francês,
História, Inglês e Matemática.

DICA
A Educação no Período Jesuítico [16]

A Educação no Período Pombalino [17]

LEITURA COMPLEMENTAR
Ratio Studiorum e a missão no Brasil (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Sistema de aulas régias instituído pela Reforma Pombalina [18]

EXERCITANDO
1. No que se refere à participação dos Jesuítas no cenário educacional brasileiro, responda: i) por que
eles vieram para o Brasil?; ii) que currículo eles adotaram?; iii) que tipo de Educação eles ofereciam a
brancos, índios e negros?; iv) por que eles foram expulsos?
2. O que é a Ratio Studiorum? Explique a sua importância na Educação Jesuítica.
3. Em relação à Reforma Pombalina, responda: i) quando e quem a instituiu?; ii) quais foram as suas
motivações?; iii) como ficou organizado o ensino no Brasil?; iv) como era o seu currículo e o seu corpo
docente?; v) em relação à Educação Jesuítica, ela foi um avanço ou um retrocesso? Justifique.
4. O que aconteceu com a Educação nacional com a vinda da Coroa Portuguesa em 1808?

REFERÊNCIAS
BARGUIL, Paulo Meireles. O Homem e a conquista dos espaços – o que os alunos e os professores
fazem, sentem e aprendem na escola. Fortaleza: Gráfica e Editora LCR, 2006.

FRANÇA, Lilian Cristina Monteiro. Caos – Espaço – Educação. São Paulo: Annablume, 1994.

FREIRE, Ana Maria Araújo. Analfabetismo no Brasil. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1993.

RIBEIRO, Maria Luisa Santos. História da Educação Brasileira – A organização escolar. 9. ed. São
Paulo: Cortez, 1989.

SECO, Ana Paula; AMARAL, Tania Conceição Iglesias do. Marquês de Pombal e a reforma
educacional brasileira. Disponível em:
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/periodo_pombalino_intro.html [19]. Acesso em
21/05/2019.

11
Estrutura, Política e Gestão Educacional
Aula 01: História da Educação Brasileira

Tópico 03: A Educação Brasileira no Império

Clique nos botões abaixo para saber um pouco sobre a educação brasileira no Império:

VERSÃO TEXTUAL
1. Proclamação da Independência do Brasil, em 1822
Não modificou o panorama da Educação Nacional. O que se observa no cenário nacional, desde
então, é a tentativa do Poder Público (federal, estadual e municipal) de transformar a realidade
através da lei, o que, via de regra, não trouxe os resultados esperados em virtude da falta de
suporte financeiro, que evidencia a falta de compromisso político dos governantes para resolver
os problemas educacionais estruturais seculares: falta de professores qualificados, salário
indigno, precariedade das escolas, falta de material didático adequado...

2. Legislação
Deve ser destacado, desse período, o início da legislação nacional: o Decreto, de 1º de março de
1823, que instituiu o Método Lancaster, conhecido como ensino mútuo, no qual os estudantes
com maior aproveitamento (monitores ou decuriões) auxiliavam os demais, cada
monitor/decurião orientava dez colegas; a Constituição Brasileira, outorgada em 1824, no seu art.
179, inciso XXXII, garante “A Instrucção primaria e gratuita a todos os Cidadãos”, e a Lei da
Instrução Pública, de 15 de outubro de 1827, que estabelece, no seu art. 1º: “Em todas as cidades,
vilas e lugares mais populosos haverão as escolas de primeiras letras que forem necessárias.”.

3. Ato Adicional de 1834


Instituiu a Regência Una, no seu art. 10, inciso II, descentralizou o ensino, mantendo a
competência da União para legislar sobre o ensino superior e atribuindo às províncias a
responsabilidade pela escola primária e secundária.

4. Escolas: 1837 - 1846


Em 1837, na cidade do Rio de Janeiro, é fundado o Colégio Pedro II, que, sob as bençãos da
Coroa, deveria ser o padrão de escola secundária. Tal intenção, porém, não se materializou, uma
vez que as suas condições de funcionamento eram bem melhores que as dos colégios das
províncias, que careciam, dentre outras coisas, de professores qualificados. Para diminuir tal
deficiência, foram instaladas as escolas normais em Niterói (1835), Bahia (1836), Ceará (1845) e
São Paulo (1846), o que não atendia a grande demanda. Na República, o Colégio Pedro II
continuou a ser referência educacional a nível secundário para ginásios estaduais e escolas
privadas.

5. Economia do Império
A partir de 1840, a economia do Império, antes baseada na produção açucareira do Nordeste,
encontra no café um novo produto de exportação, estabelecendo uma nova sociedade, pois as
cidades começaram a ocupar um papel de destaque na economia nacional, em substituição ao
campo. A acumulação de capitais deu início à industrialização, exigindo uma mão de obra apta a
lidar com as máquinas, responsabilidade atribuída à educação. A resposta estatal ocorreu,
embora que timidamente: a maior parte das medidas ficou circunscrita ao Município da Corte. A
criação das escolas normais, apesar de algumas dificuldades – os cursos eram noturnos, o que
implicava a realização de poucas aulas práticas, não havia garantia da profissionalização, além
12
da má preparação dos professores – permitiu uma discreta melhoria da qualidade do ensino
primário, ainda restrito às aulas de leitura, escrita e cálculo.

6. Instrução secundária
A instrução secundária, cuja responsabilidade pela organização era das províncias, ainda era
marcada pelas aulas régias, o que contribuía para que fosse vista apenas como um passaporte
para o ensino superior, devendo preparar os estudantes aos exames de admissão. Quanto ao
ensino superior, os cursos se restringiam aos: jurídicos, em Olinda e São Paulo; médicos, na Bahia
e Rio de Janeiro; militares, no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Fortaleza; de minas, em Ouro
Preto; de marinha e ensino artístico, no Rio de Janeiro; e de ensino religioso, em 6 seminários.

Entre 1832 e 1850, vários relatórios foram escritos sobre a educação, tendo em comum os seguintes
pontos:

- quadro caótico da educação primária,

- insuficiência do método lancasteriano,

- preocupação com a qualidade dos prédios escolares,

- necessidade de fiscalização das escolas,

- quadro docente muitas vezes despreparado para desempenhar a contento


a sua função.

Fonte [20]
A Reforma de Couto Ferraz, de 1854 [21], revela a tentativa do Governo Federal de criar normas
que orientassem a educação nacional, ampliadas com o Decreto de Leôncio de Carvalho, de 1878, o
qual precisava da aprovação do Legislativo, motivo pelo qual Rui Barbosa (1849-1923) [22] elaborou
dois pareceres, em 1882: um sobre o ensino secundário e superior e o outro sobre o ensino primário e
instituições complementares. A partir da relação estabelecida entre desenvolvimento econômico,
político e social de algumas nações, com o grau da instrução primária alcançado, o Parecer apontava
a educação como o caminho a ser trilhado na extinção da ignorância que assolava a nossa pátria,
propondo a criação de um Ministério da Instrução Pública. Uma novidade consistia na defesa da
implantação, no Brasil, dos jardins de infância, inspirados nos kindergartens propostos por Friedrich
Fröbel (1782-1852) [23] na década de 1830, destinados às crianças de 3 a 7 anos.

13
LEITURA COMPLEMENTAR
Sugerimos a leitura das indicações abaixo:
• Decreto, de 1º de março de 1823 [24]
• Método Lancaster [25]
• Constituição Brasileira [26]
• Lei da Instrução Pública [27]
• Ato Adicional de 1834 [28]
• Colégio Pedro II [29]
• Friedrich Fröbel: alguns elementos da sua proposta pedagógica (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.)

A 2ª metade do século XIX foi marcada pela implantação de


estabelecimentos de nível secundário dedicados ao público feminino. Até
então, somente uma pequena parcela da população feminina recebia aulas
de primeiras letras, prendas domésticas e boas maneiras, sendo que um
contingente ainda mais reduzido é que tinha acesso ao estudo de línguas
modernas, ciências e disciplinas pedagógicas.

Quanto mais o café gerava riqueza para os fazendeiros paulistas, mais decaía a importância do
açúcar na economia nacional. É interessante lembrar que essa aristocracia tradicional estava
profundamente ligada à Monarquia, enquanto a emergente aristocracia não tinha vínculos tão profundos
com tal regime, o que contribuiu para que paulatinamente essa desejasse maior participação nas decisões
do Governo, o que levou à fundação do Partido Republicano, em 1870.

É nesse contexto de mudança que as novas ideias ganham cada vez mais espaço, notadamente as
relacionadas ao Positivismo [30], cujo maior expoente foi Augusto Comte (1798-1857). Refutando o
pensamento católico conservador, os republicanos defendiam a posição de que a Ciência deveria guiar os
passos da sociedade, imprimindo-lhe o progresso tão almejado em todos os recantos do País.

Estima-se que, em 1867, apenas 10% da população tinha acesso à escola primária. O analfabetismo,
em 1890, atingia a marca de 67,2%, revelando a falta de zelo do Poder Público nesse período pela
Educação (ARANHA, 2002, p. 154-155).

Assistiu-se, portanto, desde o final do século XVIII e boa parte do século XIX até a Proclamação da
República, a uma série de medidas isoladas – instituição das aulas régias, criação das escolas de
primeiras letras e escolas normais, reformas educacionais... – as quais foram insuficientes para elaborar
um sistema educacional nacional.

LEITURA COMPLEMENTAR
O Império e as primeiras tentativas de Organização da Educação Nacional [31]

MULTIMÍDIA
Educação no Império: Educação Secundária (1/3) [32]

Educação no Império: Educação Secundária (2/3) [33]

14
Educação no Império: Educação Secundária (3/3) [34]

OLHANDO DE PERTO
Crianças e escolas na passagem do Império para a República [35]

EXERCITANDO
1. Quais são os primeiros documentos da legislação educacional nacional? Analise as determinações de
cada um desses documentos.
2. Qual é a importância do colégio Pedro II na Educação nacional?
3. Conforme os relatórios, como era a situação da Educação nacional, nos diferentes níveis, em meados
do século XIX? Apresente e comente os pontos contemplados nesses escritos.
4. O que aconteceu no cenário educacional na 2ª metade do século XIX?
5. Explique a influência do Positivismo na Proclamação da República.

REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2002.

BARGUIL, Paulo Meireles. O Homem e a conquista dos espaços – o que os alunos e os professores
fazem, sentem e aprendem na escola. Fortaleza: Gráfica e Editora LCR, 2006.

BATISTA, Maria Aparecida Camargo. O primeiro "kindergarten" na província de São Paulo. 1996.
Dissertação (Mestrado em Educação). USP, São Paulo.

BENITO, Agustín Escolano. Tiempos y espacios para la escuela – Ensayos históricos. Madrid:
Biblioteca Nueva, 2000.

FRAGO, Antonio Viñao. Do Espaço escolar e da escola como lugar: propostas e questões. In: FRAGO,
Antonio Viñao; ESCOLANO, Agustín. Currículo, espaço e subjetividade: a arquitetura como
programa. Tradução Alfredo Veiga-Neto. Rio de Janeiro: DP&A, 1998. p. 59-139.

15
Estrutura, Política e Gestão Educacional
Aula 01: História da Educação Brasileira

Tópico 04: A Educação Brasileira na República (1889-1930)

Proclamação da República, 1893 (pintura de Benedito Calixto) [36]


Com a Proclamação da República, a situação mudou... no discurso e, efetivamente, pouco no
concreto! Conforme Faria Filho (2000, p. 27-28), estima-se que, na primeira década do século passado,
cerca de 5% da população em idade escolar era atendida pela instrução pública, conforme estimativa
do próprio Estado. Isso, porém, não era o pior: a baixa qualidade da escola era denunciada por
inúmeros diagnósticos que relatavam a desorganização do sistema de instrução, o despreparo (para
não dizer incompetência) da maioria dos professores. A produtividade dessa escola era baixíssima: a
frequência estava perto de 50% dos matriculados e o aproveitamento oscilava entre 30 e 40% dos
frequentes, quando muito. Conclui-se, com esses dados, que apenas 1% da população nacional
obtinha sucesso na escola!

MULTIMÍDIA
Educação na República: Alfabetizar... Ou Alfabetizar (1/2) [37]

Educação na República: Alfabetizar... Ou Alfabetizar (2/2) [38]

A escola isolada é uma resposta muito precária, do Estado brasileiro, durante o século XIX, diante da
necessidade de um espaço adequado para fomentar a socialização das crianças. O processo era simples:
um professor, ou quem as suas vezes quisesse fazer, devia encontrar na sua região um número mínimo de
crianças e, assim, requeria a criação de uma cadeira de instrução primária no local. Essa costumava
agregar estudantes de níveis diferentes. A pressão social, manifestada via de regra por abaixo-assinados,
contribuía para que a demanda fosse atendida pelo governo, estabelecendo, dessa forma, uma
proximidade da comunidade com o professor, o qual precisaria, mediante uma conduta moral e
pedagógica, fazer jus à confiança nele depositada. Ao mesmo tempo, o professor vinculava-se ao Estado,
numa relação de mão dupla: esse pagava o salário daquele que se submetia à fiscalização empreendida
pelo poder público, uma vez que as estatísticas escolares efetuadas pelos próprios educadores, por vezes,
eram eivadas de fraudes... (FARIA FILHO, 2000, p. 28-29).

Conforme os relatórios dos inspetores e das autoridades de ensino, esse panorama se perpetuava em
virtude de um precário sistema de inspeção do trabalho escolar e das péssimas condições de trabalho:
além do tradicional baixo salário, os inadequados locais e materiais didáticos, dentre outros. Muitas
dessas escolas funcionavam na casa do próprio professor, não somente nas salas, tendo caixotes
servindo como mesas e cadeiras, desprovidas, ainda, de um mínimo de higiene, ensejando críticas de que
essa educação pública jamais realizaria a tarefa salvacionista, própria do ideário republicano, pois pouco
contribuía para a "[...] integração do povo à nação e ao mercado de trabalho assalariado.". Diante desse
quadro, é que surge um movimento para "[...] refundar a escola pública." (FARIA FILHO, 2000, p. 30).

16
Grupo Escolar Tiradentes (PR), 1895 [39]

É nesse contexto que a concepção do grupo escolar é adotada como a


solução dos crônicos problemas da Educação Nacional, possibilitando a
transição "[...] do arcaico para o moderno, do velho para o novo, dos
pardieiros aos palácios." (FARIA FILHO, 2000, p. 21).

Para tanto, ele deveria propiciar novos ritos e símbolos escolares, elaborar outra identidade para os
profissionais envolvidos na missão, o que ocorreria dentro de uma mudança mais profunda que
contemplava a organização do ensino, das suas metodologias e conteúdos, a construção de espaço e
tempo escolares, uma nova identidade, baseada numa divisão racional do trabalho, além da possibilidade
de maior controle dos agentes pedagógicos (FARIA FILHO, 2000, p. 31/34-35).

PARADA OBRIGATÓRIA
Prédios escolares no início da República (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Os ideais positivistas, que inspiraram a proclamação da República, ganham espaço no cenário


nacional, inclusive na Educação. O governo provisório criou o Ministério da Instrução, Correios e
Telégrafos, sendo Benjamin Constant [40] o seu primeiro titular, que formulou a Reforma da Instrução
Pública Primária e Secundária do Distrito Federal, que foi aprovada pela Assembleia Constituinte: Decreto
nº 981, de 08 de novembro de 1890 [41]. Essa Reforma tinha como princípios a liberdade e a laicidade do
ensino, além da gratuidade do ensino primário.

Freire (1993, p. 184-190) afirma que a Reforma de Benjamim Constant – que parece ter contemplado
algumas propostas do projeto de Rui Barbosa, apesar de conter alguns pontos que sugeriam revelar o
esforço para se descentralizar a Educação, bem como para empreender uma ampla alfabetização no
Território Nacional – está permeada de aspectos em favor da centralização e de uma concepção elitista
de Educação.

A Constituição de 1891 [42] determinava a descentralização do ensino, cabendo à União legislar sobre
o ensino superior na Capital Federal, delegando aos estados a responsabilidade de organizar todo o seu
sistema escolar. A Educação na República é marcada desde o início por três características:

Característica 01
A tendência de se querer modificar a realidade através da implantação de
reformas, de leis – a de Epitácio Pessoa (1901), a de Rivadávia Corrêa (1911), a
de Carlos Maximiliano (1915) e a de Luís Alves/Rocha Vaz (1925), que refletiam
a tendência de ora valorizar mais o lado literário, ora o lado científico;

Característica 02

17
A inconstância política do governo federal em assumi-la, expressa na
oscilização entre centralização x descentralização; e

Característica 03
A preocupação com o analfabetismo.

Quando da Proclamação da República, para os nacionalistas, o Brasil tinha, segundo Freire:

[...] dois grandes 'inimigos': o externo, os estrangeiros que poderiam


nos invadir contaminados pela prática das guerras na Europa; e o interno,
a 'chaga nacional', o analfabetismo.(FREIRE, 1993, p. 180).

Assim, a alfabetização deveria tanto formar os jovens para o serviço à


Pátria, como para eliminar aquela praga que nos assolava.

A EDUCAÇÃO NO INÍCIO DO SÉCULO XX, SEGUNDO BARGUIL


Em 1915, foi criada no Clube Militar do Rio de Janeiro a Liga Brasileira
Contra o Analfabetismo, sendo seu principal objetivo dar de presente ao
País no centenário da sua Independência a erradicação do analfabetismo.
Ela desejava conseguir a obrigatoriedade do ensino primário, encargo a ser
assumido pelo poder central. Através de jargões carregados para designar
o analfabetismo – "muralhas do obscurantismo", "praga negra", "maior
inimigo do Brasil", "vergonha que não pode continuar", "mais funesto de
todos os males”, “cancro social da nossa Pátria" –, seus membros
defendiam uma guerra para tirar da escuridão todos aqueles que se
encontravam presos nas suas garras, pois o País pagava um alto preço.

Havia uma identificação pejorativa entre o analfabeto e o seu valor


como pessoa. Por uma série de razões históricas, durante séculos, o negro
foi considerado como inferior, fosse do ponto de vista moral, fosse devido à
cor da sua pele. Agora, mais um fardo lhe é acrescentado, denegrindo a sua
imagem: o fato de ser analfabeto. O pior de tudo isso é o fato desse
preconceito esconder as verdadeiras raízes do problema: fatores
econômicos e políticos (FREIRE, 1993, p. 201/206).

Um fato relevante desse período é o início da coleta de dados


quantitativos, os quais nos forneceram um quadro vexatório a que a
educação nacional estava submetida, revelando a pouca eficácia das
políticas educacionais dos governos federais empreendidas até então. Por
outro lado, eles instigaram discussões políticas sobre a premência da
alfabetização no Território Nacional, pois permitiram o acompanhamento
da evolução dessa realidade. Eles também denunciaram o progressivo
aumento da clientela escolar, bem como o incremento da quantidade de
alunos aprovados, além da diminuição do analfabetismo. A existência de
classes conjugadas – um professor ensina ao mesmo tempo crianças de
diferentes séries – ainda é uma realidade! Os desafios atuais são a

18
melhoria da qualidade do ensino, para o que devem ser enfrentadas as
seguintes questões: qualificação do corpo docente, currículo, material
didático, dentre outras.

Apesar da maior quantidade de alunos ingressando na faculdade, ainda


em número reduzido, se considerado o universo de pessoas que ingressam
na escola, o título de doutor ainda tem um certo status social, embora não
seja garantia de emprego. Deve-se, ainda, alertar para a existência de uma
forte tendência literária, pois o conteúdo científico apresentado costuma ter
o cunho enciclopédico, despido do caráter investigativo. Há de se observar,
ainda, a existência do ensino profissionalizante, destinado primordialmente
aos membros das camadas menos favorecidas, uma vez que o ensino
literário objetivava a formação das elites.

Extraído de Barguil (2000, p. 258-260).

As décadas de 1910 e 1920 foram marcadas por uma série de acontecimentos sociais:

O Anarquismo – tendo inclusive fundado algumas escolas, que em razão da falta


[43] de apoio oficial não prosperaram. (FREIRE, 1993, p. 207)

– caracteriza-se pela busca de imprimir às diversas manifestações


O Modernismo
culturais um estilo nacional, cuja expressão maior se deu com a
[44]
Semana de Arte Moderna [45] de São Paulo (1922).

– representando a insatisfação de segmentos da classe média e de


militares de patente superior com as decisões políticas do governo
O Tenentismo
central, notadamente no que se refere ao apoio à oligarquia
[46]
cafeeira, cujo marco foi O Levante do Forte de Copacabana,
também conhecido como os 18 do Forte, em 1922.

A Revolta
Paulista de 1924 – que percorreu o interior do País de 1924 a 1927, propagando
[47] e a Coluna ideias contra o governo federal.
Prestes [48]

Descrição da tabela:
Anarquismo: – tendo inclusive fundado algumas escolas, que em razão da falta de
apoio oficial não prosperaram. (FREIRE, 1993, p. 207)
O Modernismo: – caracteriza-se pela busca de imprimir às diversas manifestações culturais
um estilo nacional, cuja expressão maior se deu com a Semana de Arte Moderna de São
Paulo (1922).
O Tenentismo: – representando a insatisfação de segmentos da classe média e de militares
de patente superior com as decisões políticas do governo central, notadamente no que se
refere ao apoio à oligarquia cafeeira, cujo marco foi O Levante do Forte de Copacabana,
também conhecido como os 18 do Forte, em 1922.
A Revolta Paulista de 1924 e a Coluna Prestes: – que percorreu o interior do País de 1924 a
1927, propagando ideias contra o governo federal.

19
Os anos 20 assistiram a um fenômeno semelhante ao que havia ocorrido no final da Monarquia –
quando o poder dos produtores ligados ao açúcar foi transferido aos produtores de café – pois esses,
paulatinamente, em consequência das sucessivas crises do café no cenário internacional, foram perdendo
a sua força econômica, bem como a política, para os emergentes burgueses ligados à nascente indústria
nacional. Para atender a demanda por mão de obra qualificada, reformas educacionais foram
implementadas no nível primário em vários estados – Ceará (1922), Bahia (1925), Minas Gerais (1927) e
Pernambuco (1928) – bem como no Distrito Federal (1928), todas sob a influência da Escola Nova [49].

MULTIMÍDIA
Escola Nova [50].

A Educação na Primeira República é marcada por dois movimentos ideológicos:

- crença no poder da educação para colocar o Brasil entre as


Entusiasmo da grandes nações.
educação - caráter mais quantitativo, enfatizando a expansão da rede
escolar e a alfabetização do povo.

- crença na capacidade da escolarização de formar o Homem


brasileiro.
Otimismo
- com uma perspectiva qualitativa, visava à otimização do
pedagógico
ensino, com a melhora das condições didáticas e pedagógicas
da rede.

Descrição da tabela:
Entusiasmo da educação: crença no poder da educação para colocar o Brasil entre as
grandes nações; caráter mais quantitativo, enfatizando a expansão da rede escolar e a
alfabetização do povo.

Otimismo pedagógico: crença na capacidade da escolarização de formar o Homem


brasileiro; com uma perspectiva qualitativa, visava à otimização do ensino, com a melhora
das condições didáticas e pedagógicas da rede.

Do ponto de vista pedagógico, três correntes/concepções pedagógicas compuseram o cenário da


Educação, cada uma delas associada a um setor social:

Tradicional
Às oligarquias e à Igreja, que queriam a manutenção do sistema.

Nova
À emergente burguesia e classe média, que desejavam a modernização do
Estado e da sociedade.

Libertária
Aos movimentos sociais, que lutavam pela transformação do status quo.

20
Nas décadas seguintes, as ideias das duas primeiras continuaram a polarizar a discussão sobre os
rumos da Educação Nacional.

MULTIMÍDIA
Educação na República: Alfabetizar ... para Votar (1/2) [51]

Educação na República: Alfabetizar ... para Votar (2/2) [52]

DICA
A Educação na 1ª República [53]

OLHANDO DE PERTO
Educação e Sociedade na Primeira República (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.)

Primeira República: Educação e Iluminismo [54]

A Educação Libertária [55] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

A Educação Anarquista no Brasil [56] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

A Educação Anarquista em São Paulo (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

A quem cabe educar? (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

EXERCITANDO
1. Apresente e comente algumas mudanças (legais e factuais) que aconteceram na Educação após a
proclamação da República.
2. Em relação às escolas isoladas, responda: i) o que eram elas?; ii) como elas funcionavam?; iii)
conforme os relatórios, como era a qualidade da Educação nelas oferecida e quais eram as suas
dificuldades?
3. Contextualize e explique a criação do grupo escolar no cenário da Educação Brasileira.
4. Cite e comente alguns movimentos sociais da Primeira República.
5. Que movimentos ideológicos caracterizam a Primeira República? Explique cada um deles.

REFERÊNCIAS
BARGUIL, Paulo Meireles. Há sempre algo novo! – Algumas considerações filosóficas e psicológicas
sobre a Avaliação Educacional. Fortaleza: ABC Fortaleza, 2000.

______. O Homem e a conquista dos espaços – o que os alunos e os professores fazem, sentem e
aprendem na escola. Fortaleza: Gráfica e Editora LCR, 2006.

21
FARIA FILHO, Luciano Mendes de. Dos Pardieiros aos palácios: cultura escolar e urbana em Belo
Horizonte na Primeira República. Passo Fundo: Universidade de Passo Fundo, 2000.

FREIRE, Ana Maria Araújo. Analfabetismo no Brasil. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1993.

WOLFF, Silvia Ferreira Santos. Espaço e Educação: os primeiros passos da arquitetura das escolas
públicas paulistas. 1992. Dissertação (Mestrado em Arquitetura). USP, São Paulo.

22
Estrutura, Política e Gestão Educacional
Aula 01: História da Educação Brasileira

Tópico 05: A Educação Brasileira na República (1930-1964)

Getúlio Vargas, após a Revolução de 1930 [57]


Após a Revolução de 1930, Getúlio Vargas [58] ascende ao poder, representando o setor ligado à
industrialização, voltada principalmente ao consumo interno, daí originando-se a sua ideologia –
nacional-desenvolvimentista – em oposição ao modelo anterior pautado na agricultura voltada ao
mercado externo. Nesse ano, é criado o Ministério da Educação e Saúde Pública. Em 1931, ocorreu a
reforma de Francisco Campos, destinada ao ensino superior, secundário e comercial.

Em 1932, é lançado o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.), cujos educadores, por entenderem que a Educação Tradicional
incentivava o individualismo, próprio de uma concepção burguesa, defendiam uma Escola Nova [59]
com os seguintes princípios:

i) ensino laico, gratuito e obrigatório;

ii) escola única e comum, não atendendo a privilégios de uma


minoria; e

iii) professores com formação universitária.

O Manifesto se constituiu, portanto, num marco da luta por melhores condições de ensino no Brasil,
aprofundando ainda mais a discussão de dois grupos de educadores sobre os rumos da educação
nacional. Por um lado, havia quem defendia a ideia de que a Educação deveria ser subordinada à doutrina
religiosa, em separado (no que se refere ao sexo dos estudantes), diferenciada para os sexos, particular e
atribuindo à família a responsabilidade pela atividade educacional. Do outro, defendia-se a laicidade, a
coeducação, a gratuidade e a responsabilidade pública pela Educação. Todos concordavam com a
extinção do monopólio do Estado sobre a Educação, para que essa ficasse livre das ideologias de
esquerda e de direita.

MULTIMÍDIA
Os Pioneiros da Educação Nova (1/2) [60]

Os Pioneiros da Educação Nova (2/2) [61]

23
PARADA OBRIGATÓRIA
A Educação nos anos 1930 [62].

Gustavo Capanema [63], que foi ministro da Educação e Saúde Pública, no período de 1934 a 1945,
formulou várias Leis Orgânicas do Ensino [64], que foram promulgadas em 1942 e 1943. A Reforma
Capanema estruturou o ensino industrial e o ensino secundário (ciclos ginasial e colegial), reformou o
ensino comercial e criou o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI. Com o fim do Estado
Novo, Raul Leitão assumiu o Ministério da Educação, que implementou, em 1946, novas medidas:
organização do ensino primário do País, do ensino normal e do ensino agrícola, bem como criação do
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC.

As Constituições de 1934 [65], 1937 [66], 1946 [67], 1967 [68] e 1988 [69] dedicaram capítulos inteiros
à Educação, manifestando a crescente preocupação dos legisladores sobre o tema. Conforme veremos na
próxima aula, a Lei não tem força para transformar a realidade, embora permita que se lute pela sua
implementação. É importante, por exemplo, que exista um comando constitucional determinando um
limite mínimo para aplicação dos recursos dos entes federados e da União na Educação. A gratuidade e a
obrigatoriedade da Educação devem ser buscadas paralelamente à sua qualidade.

Um fato importante na Educação Nacional foi que a Constituição de 1946, em seu artigo 5º, inciso XV,
alínea d, determinou a competência da União para elaborar a Lei das Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), inaugurando uma fase de intensos debates sobre os caminhos educacionais. Nesse
sentido, dois anos depois, o Ministro da Educação e Saúde, Clemente Mariani, enviou ao Congresso
Nacional um projeto de lei, o qual só foi aprovado em 1961 (Lei nº 4.024) [70]. Em 1953, Getúlio Vargas
criou o Ministério da Saúde e alterou a denominação de Ministério da Educação e Saúde para Ministério
da Educação e Cultura.

Os temas centrais dos debates que ocorreram  durante a elaboração desta LDB foram:

A centralização ou - concentração de poder na União x delegação de


descentralização da Educação poder para estados e municípios.

Os princípios da escola
- laica e gratuita x confessional e paga.
pública e da particular

- construção e manutenção de escolas públicas x


O financiamento
concessão de bolsas de estudo

Descrição da tabela:
A centralização ou descentralização da Educação: concentração de poder na União x
delegação de poder para estados e municípios.
Os princípios da escola pública e da particular: laica e gratuita x confessional e paga.
O financiamento: construção e manutenção de escolas públicas x concessão de bolsas de
estudo

Dois grupos polarizaram o acirrado debate:


24
Estatista
Defendia que o Estado tem a responsabilidade de educar, formando o
indivíduo (cidadão) para o bem da sociedade, sendo a escola particular uma
concessão do poder público.

Liberalista
Entendia que a Educação é um dever da família (e não do Estado), a qual
deve escolher entre as escolas particulares aquela que lhe agrada, cabendo ao
Estado conceder, a quem necessitasse, bolsas de estudo para permitir o acesso
àquelas.

É importante destacar que esses grupos já vinham lutando pela implantação das suas ideias desde o
início dos anos 1930. Em 1959, um grupo de mais de 150 intelectuais lança um novo documento –
Manifesto dos Educadores: mais uma vez convocados [71] (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.) – no qual, em prol de uma educação democrática, reafirmam os princípios do Manifesto de
1932: a igualdade de oportunidades para todos, a liberdade de pensamento, a escola democrática e
progressista.  

No governo de Juscelino Kubitschek [72], houve uma crescente participação do capital estrangeiro na
economia nacional, o que já havia sido uma das causas que levaram o presidente Getúlio Vargas ao
suicídio – pois ele defendia o fortalecimento da economia brasileira a partir de empresas nacionais. Se por
um lado a maior participação das divisas internacionais permitiu o enriquecimento do País, inspirando um
movimento conhecido como nacional-desenvolvimentismo, por outro manteve e aprofundou certas
estruturas sociais injustas, como, por exemplo, o isolamento da região nordestina e a política agrária.

PARADA OBRIGATÓRIA
Nacional desenvolvimentismo (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

A Lei nº 4.024/61 organizou a Educação nacional da seguinte forma:

Quadro: Organização da educação brasileira

Duração
Grau Ciclo (em anos)

Educação Pré-Primária 7

Primário

Ensino Primário De 4 a 6

Ginasial 4

Médio

Colegial Mínimo de 3

25
Duração
Grau Ciclo (em anos)

Superior Cursos de Graduação, Pós-Graduação e Variável


Especialização

Descrição da tabela:
Grau Primário: o ciclo Educação pré-primária tem duração de 7 anos; o ciclo Ensino
primário tem duração de 4 a 6 anos.
Grau Médio: o ciclo Ginasial tem duração de 4 anos e o ciclo Colegial tem duração de no
mínimo 3 anos.
Grau Superior: o ciclo de Cursos de Graduação, pós-graduação e Especialização tem
duração variável.

Devem ser citadas as seguintes características da primeira LDB nacional:

VERSÃO TEXTUAL
• Apenas o Ensino Primário era obrigatório.
• O ingresso no ciclo Ginasial do Ensino Médio dependia de aprovação no Exame de Admissão (art.
36).
• O Ensino Médio tinha os cursos secundário, técnico (agrícola, comercial e industrial), normal e
outros.
• Os Ensinos Médio e Superior tinham como limites mínimos de duração 180 dias.

Os anos 60 foram marcados por uma profunda inquietação social, merecendo destaque os
movimentos de educação popular: os centros populares de cultura (CPC), os movimentos de cultura
popular (MCP) e o Movimento de Educação de Base (MEB). A contribuição de Paulo Freire [73] para esta
efervescência cultural, com forte preocupação social e política, é intensa, não somente por ter formulado
um método de alfabetização, num país com grande contingente de pessoas iletradas, mas devido à
concepção de conhecimento, de Educação a ela vinculada. No entendimento de Paulo Freire, para
compreender e atuar no mundo, o Homem precisa ler a palavra e ler a realidade. A sua proposta
educacional se contrapõe à educação bancária, a qual não vislumbra os estudantes como sujeitos, que
interpretam e criam significado, mas, tão só, gavetas para guardar informações que poderão ser úteis no
futuro...

MULTIMÍDIA
Centro Popular de Cultura – I [74]

Centro Popular de Cultura – II [75]

Movimento de Educação de Base [76]

26
O sucessor de Juscelino foi Jânio Quadros, que renunciou ao governo em 25 de agosto de 1961. Os
ministros militares impediram a posse do vice de Jânio, João Goulart (Jango) [77], a qual só se efetivou,
após duas semanas, com a implantação do Parlamentarismo. Com a restauração do Presidencialismo, no
início de 1963, Jango propôs realizar as mudanças que julgava necessárias para corrigir a economia
nacional. O embate social a que se assistiu entre os que eram a favor e contrários a essa proposta foi
grande e culminou com o movimento militar de 1964 [78].

DICAS
Era Vargas (1930 - 1945) [79]

A Educação no Estado Novo [80]

A Educação na Nova República [81]

LEITURA COMPLEMENTAR
A Reforma Francisco Campos e a modernização nacionalizada do ensino secundário [82]

O Manifesto dos Educadores (1959) à luz da História [83] (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.)

MULTIMÍDIA
Educação na República: Democratização (1/2) [84]

Educação na República: Democratização (2/2) [85]

OLHANDO DE PERTO
Escolha um assunto de sua preferência:

A Educação e o Nacional-Desenvolvimentismo [86]

A efervescência cultural dos anos 1960 (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

A formação do professor primário [87] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.)

LDB de 1961: disputa entre escola pública e escola privada. [88] (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.)

EXERCITANDO
1. Em relação ao Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, responda: i) em que ano foi lançado?; ii)
que movimento o influenciou?; iii) quais eram os seus princípios?; iv) a que tipo de Educação ele se
opunha?; e v) suas ideias ainda são atuais? Justifique.

27
2. O que foram as Leis Orgânicas do Ensino?
3. Em relação à primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, responda: i) em que ano ela foi
aprovada?; iii) quais eram os temas centrais dos debates que antecederam a sua aprovação?; e iii)
nomeie e explique as ideias dos grupos que polarizam as discussões sobre essa Lei.
4. Por que o Manifesto dos Pioneiros – mais uma vez convocados foi escrito?
5. Tendo em vista a Lei nº 4.024/61, responda: quais eram os grau de Educação, como eles se dividiam e
sua duração?; ii) quais são as suas principais características?

REFERÊNCIAS
ANDREOTTI, Azilde L. O Governo Vargas e o equilíbrio entre a Pedagogia Tradicional e a Pedagogia
Nova. Disponível em:
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NASCIMENTO, Manoel Nelito M. Educação e Nacional-Desenvolvimentismo no Brasil. Disponível


em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/periodo_nacional_desenvolvimentista_intro.html
[90]. Acesso em: 22 maio 2019.

28
Estrutura, Política e Gestão Educacional
Aula 01: História da Educação Brasileira

Tópico 06: A Educação Brasileira na República (1964-2018)

As reformas empreendidas, nos anos 1960 e 1970, no cenário educacional, expressavam o momento
nacional: desenvolvimento. O desafio do ensino, portanto, era formar o capital humano, o que demandava
uma estreita relação entre Educação e mercado de trabalho. Essas duas décadas sofreram grande
influência norte-americana, inclusive nos caminhos da Educação Nacional, explicitada pelos acordos
MEC/USAID, e que fundamentaram a orientação das leis editadas posteriormente.

PARADA OBRIGATÓRIA
Adequação do Brasil às demandas internacionais (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.).

Fonte [91]
O método de alfabetização formulado por Paulo Freire [92], conforme vimos, tinha uma forte
conotação política. Em virtude disso, o Governo Militar para enfrentar o problema do analfabetismo
aprovou, mediante a Lei nº 5.379/67 [93], o Plano de Alfabetização Funcional e Educação Continuada
de Adolescentes e Adultos, cujo Órgão executor era o Movimento Brasileiro de Alfabetização -
MOBRAL.

Embora mantivesse a estrutura das palavras geradoras, a metodologia adotada no MOBRAL não
valorizava a problematização da realidade e utilizava a mesma apostila em todo o Brasil.

Em 1985, o MOBRAL [94] foi extinto e substituído pela Fundação EDUCAR, que durou até 1990,
quando foi extinta sem a proposição de qualquer instituição.

Em 1996, o governo federal apoiou a criação do Programa Alfabetização Solidária - PAS, com atuação
inclusive em países que falam o Português.

O governo militar também modificou a organização da Educação Nacional:

- empreendeu reformas no ensino superior, tendo instituído o


i) a Lei nº
vestibular classificatório, o ciclo básico, os departamentos e a
5.540/68 [95]
matrícula por disciplina; e

- fixou diretrizes para o ensino de 1º e 2º graus.

29
ii) a Lei nº
5.692/71 [96]

Descrição da tabela:
i) a Lei nº 5.540/68: empreendeu reformas no ensino superior, tendo instituído o
vestibular classificatório, o ciclo básico, os departamentos e a matrícula por disciplina; e
ii) a Lei nº 5.692/71: fixou diretrizes para o ensino de 1º e 2º graus

O quadro abaixo expressa a nova configuração da Educação Nacional após essas duas Leis:

Quadro: Organização da educação brasileira

Duração (em
Ensino anos)

1º Grau 8

2º Grau 3-4

Superior Variável

Descrição da tabela:
Ensino 1º grau tem duração de 8 anos; Ensino 2º
grau tem duração de 3 a 4 anos e Ensino Superior
tem duração variável.

São características da Lei no 5.692/71:

- Conforme o § 2º, do art. 19, cada sistema de ensino velaria sobre a educação das
crianças de idade inferior a sete anos em escolas maternais, jardins de infância e
instituições equivalentes.

- Com a fusão do Ensino Primário com o ciclo Ginasial do Ensino Médio, desapareceu o
Exame de Admissão.

- A duração normal do Ensino de 2º grau era de 3 anos. Esse prazo era ultrapassado no
caso de curso profissionalizante.

- Os Ensinos de 1º e 2º Graus tinham como limites mínimos: uma carga horária anual de
720 horas e o ano letivo de 180 dias (ou seja, 4 horas por dia).

30
MULTIMÍDIA
Educação na República: Ditadura (1/2) [97]

Educação na República: Ditadura (2/2) [98]

Os anos 80 assistiram à consolidação da redemocratização, que foi coroada com a Constituição de


1988, que obriga o Poder Público à aplicação de um percentual mínimo para a Educação.

A EDUCAÇÃO NOS ANOS 80, POR MINTO


A derrocada da Ditadura Militar representou uma importante mudança no
cenário político brasileiro na década de 1980. A chamada "transição
democrática" levou a termo o processo de abertura "lenta, gradual e segura"
iniciada pelo Governo Geisel (1974-9) e combatida pela chamada linha dura
do Exército brasileiro. A democratização consistia, de um lado, na destituição
dos militares do poder após 21 anos; de outro lado, marcava a ascensão de
importantes movimentos sociais organizados, que fizeram dos 80, não a
"década perdida", mas um período de intensa mobilização social e de
conquistas importantes na história da educação brasileira. Esta ascensão
inaugurou, também, uma intensa participação social nos processos
decisórios do Poder Legislativo brasileiro, nunca antes testemunhado na
história, cuja culminância ocorreu no processo de elaboração da Constituição
Federal de 1988.

A abertura política do país, entretanto, não ocorreu como movimento


histórico autônomo, ainda que marcado por diversas contradições. Situava-se
dentro de um contexto de mudanças nas relações políticas internacionais,
relacionadas ao processo de reestruturação capitalista que tem início nos
primeiros anos de 1970. A revolução tecnológica de base microeletrônica,
geradora da tecnologia da informática, criou novas bases materiais para a
expansão do capital. O processo da globalização tornava possível a ocupação
de amplos espaços do globo terrestre, bem como de setores da produção e
da reprodução das relações sociais (como as políticas sociais, por exemplo)
até então não determinados inteiramente pela lógica do capital. As forças do
capital encontravam-se progressivamente livres de suas barreiras nacionais
(territoriais) e de seus limites técnicos, o que abria possibilidades inéditas de
expansão/acumulação.

Tratava-se de um novo ciclo de expansão do capital, para o qual o


neoliberalismo – que havia surgido, nos anos 1940, como reação ao Estado
do bem-estar social e a toda e qualquer forma de controle social sobre o
capital – apresentava-se como ideologia ideal. Isso ocorreu na forma de uma
nova onda de "liberalização" da economia e das sociedades capitalistas
concretizada pelas políticas de desconstrução do Estado providência, dito
"interventor", em prol de um Estado máximo para o capital: sem
regulamentação sobre a circulação de capitais (sobretudo o financeiro), sem
políticas sociais, sem sistemas públicos de educação, saúde e previdência
social, com o mínimo de direitos trabalhistas etc.

31
A redução dos gastos sociais como uma das premissas essenciais do
neoliberalismo, abria horizontes sombrios para o futuro da educação. A
política educacional típica do período consistiu em reformar: reformar para
tornar eficiente e eficaz a educação; reformar para adequar a educação aos
ditames do novo paradigma da acumulação capitalista; reformar para
flexibilizar as relações de trabalho entre os trabalhadores da área; reformar
para criar mecanismos de controle (avaliação e autonomia) do ensino e da
produção científica; reformar para tornar a forma de organização e gestão do
ensino apto a converter-se em campo de domínio do capital e da produção de
mercadorias.

As lutas sociais que haviam adquirido força e presença política nos anos
80, conquistando importantes mudanças na Constituinte de 1987-8, passaram
a ser desconstruídas tão logo foi promulgada a Constituição. No campo
educacional, a liberdade concedida ao capital traduzir-se-ia pela ampliação
progressiva de seu campo de ação, dando continuidade e ampliando a
tendência privatizante dos anos da Ditadura Militar. Uma das maiores perdas
para o ensino público, nesse sentido, ocorreu na própria Constituição Federal
de 1988, que não garantiu a exclusividade de recursos públicos para os
estabelecimentos de ensino mantidos pelo Estado, abrindo uma brecha – que,
aliás, ainda não foi fechada – para o setor privado apropriar-se de novas
fatias do fundo público para a educação.

Extraído de Minto (2007).

Os anos 90 foram marcados pela discussão das ideias de Piaget e Vygotsky, que possibilitou uma
reflexão mais intensa sobre o cotidiano escolar, vislumbrando novos horizontes para vários temas
importantes, com destaque para o currículo, que ensejou que o MEC elaborasse os Parâmetros
Curriculares Nacionais PCN. Ocorreu, ainda, a aprovação da nova LDB, a Lei nº 9.394/96 (que será
analisada detalhadamente na próxima aula).

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS PCN

A partir de meados de 1990, o MEC os editou, nas diversas disciplinas dos Ensinos Fundamental e
Médio, na intenção de garantir um currículo mínimo para os estudantes de todo o Brasil. A
homogeneidade pretendida é denunciada por ignorar (e/ou desprezar) as singularidades regionais
(e/ou locais), que são exatamente os saberes que estão vinculados ao sentimento de identidade. A
despeito desta pertinente preocupação, os PCN revelam o esforço do governo federal de fortalecer o
sistema de ensino brasileiro.

32
DICA
PCN do Ensino Fundamental II [99]

PCN do Ensino Médio [100]

A Lei no 9.394/96, posteriormente alterada pela Lei nº 11.274/06 [101] e a Emenda Constitucional nº
59, que será analisada na próxima aula, organizou a Educação Escolar da seguinte forma:

Quadro: Duração dos níveis, etapas e fases da educação escolar brasileira

Nível Etapa Fase Duração (em anos)

Creche 4*
Variável*
Educação (Obrigatório pelo
Infantil Pré- menos 2 anos)***
2***
escola

Anos
5**
Iniciais
Educação Ensino
básica 9**
Fundamental Anos
4
FInais

Ensino médio 3 3

Graduação Variável
Educação
Superior Variável
Pós- Graduação Variável

Descrição da tabela:
Nível Educação Básica é dividida em 3 etapas: Educação infantil que se divide em
creche com duração em 4 anos de forma variável e Pré-escola que tem duração de 2 anos
(tem obrigatoriedade de 2 anos) e Ensino Fundamental que se divide em anos iniciais com
duração de 5 anos e anos finais com duração de 4 anos, totalizando 9 anos.
Nível Educação Superior é dividida em 2 etapas: Graduação e Pós-graduação, ambas com
duração variável.

* A matrícula na creche, destinada a crianças de até 3 anos e 11 meses, é facultativa.


** A lei nº 11.274/06 determinou que, a partir de 2010, a duração é de nove anos e se inicia aos 6 anos de idade.
*** Conforme a EC nº 59, promulgada em 2009, a partir de 2016, a EB obrigatória e gratuita será dos 4 aos 7 anos de idade.
Elaborado a partir da legislação educacional em vigor.
Devem ser citadas as seguintes características:

- Os níveis da Educação Escolar passam a ser dois: Básica e Superior (Art. 21).

33
- A Educação Profissional, a Educação de Jovens e Adultos, a Educação Especial, a
Educação Escolar Indígena e a Educação a Distância são modalidades de ensino.

- A Educação Básica tem como limites mínimos: uma carga horária anual de 800 horas e
o ano letivo de 200 dias (Art. 24, inciso I).

As próximas aulas abordarão algumas mudanças no cenário educacional nos últimos vinte anos, que
precisam ser compreendidas pelo(a) licenciado(a), uma vez que elas têm grande impacto no seu exercício
profissional.

PARADA OBRIGATÓRIA
A Educação nos anos 90 (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

DICA
A Educação no Período Militar [102]

A Educação na Redemocratização [103]

LEITURA COMPLEMENTAR
Beabá dos MEC-USAID (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

OLHANDO DE PERTO
O público e o privado na Educação Brasileira (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.)

Oscilações do público e do privado na História da Educação Brasileira (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.)

A alfabetização de adultos [104]

Concepções pedagógicas na História da Educação Brasileira [105] (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.)

EXERCITANDO
1. Contextualize a criação do MOBRAL, explicando a participação de Paulo Freire nesse acontecimento.
2. Conforme a Lei nº 5.692/71, quais eram: i) os níveis de ensino e a duração dos mesmos?; e ii) os
limites mínimos (carga horária anual e dias letivos) dos ensinos de 1º e 2ª grau?
3. O que são os PCNs? Quais as suas contribuições para a melhoria da Educação Brasileira? Que
cuidados devemos ter quando da sua implementação?

34
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
Realize a pesquisa de campo sobre a História da Educação Brasileira, conforme orientações deste
roteiro (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.), e coloque a sua produção
(Aula1_AP1.doc) no seu Portfólio.

FÓRUM
Analise um acontecimento histórico da Educação Brasileira e relacione-o com o momento atual,
enfatizando as mudanças que já aconteceram e as que ainda precisam se efetivar. Comente, com
argumentos e/ou exemplos, a participação de dois/duas colegas.

REFERÊNCIAS
MINTO, Lalo Watanabe. Globalização, Transição Democrática e Educação (Inter)Nacional
(1984....). Disponível em:
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/periodo_transicao_democratica_intro.html [106].
Acesso em: 22 maio 2019.

SILVA, Romeu Adriano. Golpe Militar e Adequação Nacional à Internacionalização Capitalista


(1964-1984). Disponível em:
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/periodo_militar_intro.html [107]. Acesso em: 22 maio
2019.

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43 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Anarquismo
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91 - https://www.google.com/imgres?imgurl=https://docplayer.com.br/docs-
images/68/58446064/images/237-1.jpg&imgrefurl=https://docplayer.com.br/58446064-Universidade-federal-do-ceara-
faculdade-de-educacao-programa-de-pos-graduacao-em-educacao-brasileira-angela-maria-eugenio-
lopes.html&h=248&w=220&tbnid=f7_C5tdtVZQ-
oM&tbnh=238&tbnw=211&usg=K_sSRCq6X8LoUASjjcEGGS1y5MrCg=&docid=MAs0-OyeDVHkPM
92 - http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_Paulo_Freire
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107 - http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/periodo_militar_intro.html

37
Estrutura, Política e Gestão Educacional
Aula 02: Legislação, níveis e modalidades de ensino e profissionais da educação

Tópico 01: Legislação Educacional

AJUDA
Será apresentada no início de cada tópico uma relação das siglas nele estudadas, objetivando auxiliá-lo(a) na
aprendizagem.

Legislação
CE – Constituição Estadual
CF – Constituição Federal
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

O conhecimento da legislação nacional, estadual e municipal que trata da Educação (Constituição Federal, Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Estatuto da Criança e do Adolescente, Constituição do Estado do Ceará e Lei
Orgânica do Município) é de fundamental importância, pois as determinações legais obrigam o ente público a oferecer
oportunidades educacionais, que devem vir acompanhadas do direito à alimentação, ao material didático, à saúde e ao
transporte. Cabe, portanto, à sociedade civil a fiscalização da qualidade da Educação ministrada, objetivando o fiel
cumprimento dos ditames legais, denunciando, quando necessário for, o desrespeito a estes.

Antes de analisar as determinações vigentes sobre a Educação, é necessário conhecer alguns elementos do universo
das leis.

Lei

VERSÃO TEXTUAL
Uma lei é um instrumento normativo, elaborado pelo poder público, que determina, sob a inspiração da justiça,
normas (deveres e direitos) que devem ser seguidas por todos os cidadãos.

Os três Poderes da União são independentes e harmônicos e exercem funções


diferentes: o Legislativo elabora as leis, o Executivo as cumpre e o Judiciário exerce
o controle jurisdicional, ou seja, zela pelas garantias individuais e sociais, aplicando a
lei aos fatos concretos.

Etapas da elaboração da lei

1. Iniciativa
Alguém (ou um grupo de pessoas) propõe a regulamentação de um tema que deve ser
analisada pelo Poder Legislativo respectivo;

2. Discussão
O Poder Legislativo, composto pelos representantes do povo (senadores, deputados
federais e estaduais, e vereadores, de acordo com a esfera da lei), discute a matéria, que,
muitas vezes, é analisada (e votada) em diversas comissões específicas antes de ser
votada no plenário;

3. Votação

38
O colegiado dos representantes vota pela sua aprovação ou não;

4. Sanção
O Poder Executivo ratifica, confirma (sanciona) a deliberação do Poder Legislativo,
podendo, todavia, apresentar vetos (com as pertinentes justificativas), os quais devem ser
analisados pelo Poder Legislativo;

5. Promulgação
O Poder Executivo determina a publicação da lei;

6. Publicação
A lei torna-se pública, com a veiculação no respectivo meio (Diário Oficial da União, do
Estado ou do Município, de acordo com a esfera da lei), e começa a entrar em vigor nesta
data, salvo expressa determinação em contrário.

Fluxo do Processo Legislativo


Clique sobre a imagem para ampliar.

Fonte [2]

MULTIMÍDIA
Ciclo de criação de uma lei no Congresso Nacional [3].

Texto legal
O texto legal expressa-se em artigos, que são grafados em números ordinais até o art. 9º, empós adota a numeração
cardinal: Art. 10.

Artigo

VERSÃO TEXTUAL
Os artigos têm uma cabeça (caput, em latim) e podem ser subdivididos em:

Parágrafos: (cujo símbolo é §), que são grafados da mesma forma que os artigos.
Incisos: grafados em algarismos romanos. Esses algarismos se leem como ordinais até o décimo. Empós, são lidos
como numerais cardinais.
Alíneas: grafadas em letras alfabéticas minúsculas, seguidas de parêntese.
Itens: grafados em algarismos arábicos.

Os artigos podem ser agrupados em Seções, Capítulos e Títulos.

No que se refere à hierarquia, a Constituição Federal [4] (Texto


atualizado), as suas emendas e as respectivas Leis Complementares
ocupam o topo da pirâmide, devendo todas as demais (Leis Federais –
ordinárias, delegadas, medidas provisórias e decretos legislativos –

39
Constituição Estadual, suas emendas e respectivas Leis Complementares,
Leis Estaduais – ordinárias e decretos legislativos – e Leis Municipais –
ordinárias e decretos legislativos) respeitarem os seus ditames.

Descrição da imagem:
As determinações legais são uníssonas em afirmar que a Educação é um direito inalienável do
cidadão.
Sim, sendo dever do Estado oferecê-lo

O art. 6o, da Constituição Federal (CF), de 1988, inserto no Capítulo II (Dos Direitos Sociais) do Título II (Dos Direitos e
Garantias Individuais), assevera in verbis: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição.”. (grifo nosso)

O art. 205, da CF, inserto no Capítulo III (Da Educação, da Cultura e do Desporto) do Título VIII (Da Ordem Social), afirma
in verbis: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.”. (grifo nosso)

Na mesma direção, é o art. 2o, da Lei nº 9.394 [5] (Texto atualizado), de 20 de dezembro de 1996, conhecida como Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), inserto no Título II (Dos Princípios e Fins da Educação Nacional), in verbis: “A
educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por
finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.”. (grifo nosso)

Por sua vez, a Lei no 8.069 [6] (Texto atualizado), de 13 de julho de 1990, conhecida como o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) [7], declara no art. 4º, in verbis: "É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder
Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária.". (grifo nosso)

Na Constituição Estadual (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) (CE), o art. 15, inserto no Título III
(Da Organização Estadual), afirma que, in verbis, "É competência do Estado, da União e dos Municípios: ... V – proporcionar
os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência". (grifo nosso)

A Educação é tratada em Capítulos específicos nas Constituições Federal – Título VIII (Da Ordem Social), Capítulo III (Da
Educação, da Cultura e do Desporto), Seção I (Da Educação), os arts. 205 a 214 – e Estadual – Título VIII (Das
Responsabilidades Culturais, Sociais e Econômicas), Capítulo II (Da Educação), os arts. 215 a 232, e, em ambos os casos,
também noutros artigos.

LEITURA COMPLEMENTAR
Artigos da CF que tratam da temática educacional (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

LDB na íntegra (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

40
Artigos da CE que tratam da temática educacional (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

O ECA explicado pela Turma da Mônica: ver na internet [8] ou baixar a revistinha. [9]

Na CF, no Título III (Da Organização do Estado), é declarada, no Capítulo I, a competência comum dos entes públicos
dos diferentes níveis, tanto para oferecer Educação, quanto para legislar sobre ela: no art. 23, in verbis, "É competência
comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (...) V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à
educação e à ciência" (grifo nosso), e no art. 24, in verbis, "Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre: (...) IX - educação, cultura, ensino e desporto" (grifo nosso).

O art. 30, por sua vez, no Capítulo II, do mesmo Título, determina, in verbis, que "Compete aos Municípios: (...) VI -
manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino
fundamental" (grifo nosso), que foi transcrita para o art. 28, inciso V, no Título IV (Do Município), no Capítulo I (Disposições
Gerais), da Constituição Estadual.

A Lei no 8.069/90, nos seus artigos 53 a 59, que compõem o Capítulo IV (Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e
ao Lazer), repete alguns dispositivos constitucionais, mas apresenta inovações que merecem a nossa atenção, por
constituírem avanços sociais.

De destacar, inicialmente, é a garantia do direito da criança e do adolescente de ter, in verbis, "acesso a escola pública e
gratuita próxima de sua residência" (inciso V, do art. 53). No artigo seguinte, que trata do dever do Estado de assegurar à
criança e ao adolescente oportunidades educacionais compatíveis com a sua idade, o § 2o dispõe, in verbis, que "O não-
oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade
competente".

No art. 55, fica determinado ser obrigação dos pais e/ou responsáveis a matrícula de seus filhos na rede regular de
ensino. Finalmente, no art. 56, é estabelecido que os dirigentes das escolas de Ensino Fundamental deverão comunicar ao
Conselho Tutelar os casos de, in verbis, "I – maus-tratos envolvendo seus alunos; II – reiteração de faltas injustificadas e de
evasão escolar, esgotados os recursos escolares; III – elevados níveis de repetência".

Na mesma direção, o art. 10o, da Constituição Estadual (CE), inserto no Título II (Da Participação Popular), afirma que, in
verbis, "É direito de todos o ensino de 1o e 2o graus, devendo o Estado e os Municípios dar condições ao setor educacional
para o alcance desse objetivo" (grifo nosso).

Fonte [10]

Como se percebe, em todos esses diplomas legais, está resguardado, de forma clara e límpida, o direito da população
de ter acesso à Educação, bem como a determinação de que os entes públicos se organizem e prestem apoio aos
municípios para que estes ofereçam programas de Educação Infantil e Ensino Fundamental.

O ESTADO E A EDUCAÇÃO NA CF/88


Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

41
I. educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de
idade, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiverem
acesso na idade própria;
II. progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III. atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV. educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
V. acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um;
VI. oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII. atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de
programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde.

§ 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.


§ 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público, ou sua oferta
irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental,
fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à
escola.

Semelhante orientação tem o art. 5o, da LDB, in verbis: "O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo,
podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra
legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo".

Em caso de descumprimento, os parágrafos 3o e 4o, do mesmo artigo, determinam, in verbis, respectivamente, que
"Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, na hipótese
do § 2º do art. 208 da Constituição Federal, sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial correspondente" e "Comprovada
a negligência da autoridade competente para garantir o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por
crime de responsabilidade".

PRINCÍPIOS DO ENSINO NA CF/88


Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;


II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III. pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições
públicas e privadas de ensino;
IV. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V. valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei,
planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e
títulos, aos das redes públicas;
VI. gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII. garantia de padrão de qualidade;
VIII. piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública,
nos termos de lei federal.
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados
profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou
adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.

42
Com a promulgação, em novembro de 2009, da Emenda Constitucional (EC) nº 59 [11], o direito à educação básica
obrigatória e gratuita, antes restrito na faixa de 6 a 14 anos de idade, é ampliado para de 4 aos 17 anos de idade, assegurada
inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria. Esta EC determina que este
dispositivo deverá ser implementado, progressivamente, até 2016, nos termos do Plano Nacional de Educação, com apoio
técnico e financeiro da União.

Percebe-se, portanto, que a legislação garante o direito tanto ao acesso à Educação quanto a qualidade do ensino. O
descaso do poder público em relação à Educação, a despeito desse aparato legal, não deve ser motivo de desalento, mas
inspirar a luta pela reversão do cenário. Para tanto, é necessário compreender como está organizado o Sistema de Ensino no
Brasil, assunto do próximo tópico.

Fonte [12]

LEITURA COMPLEMENTAR
O direito à Educação e a exclusão social (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

O direito à Educação e o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana [13]

Por que a Educação tem tantas leis? [14]

OLHANDO DE PERTO
Direito à Educação: direito à igualdade, direito à diferença [15] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Ensino público gratuito: flexibilidade e desvios [16] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

EXERCITANDO
1. O que é uma lei? Quais são as funções que os Poderes da União exercem em relação às leis?
2. Quais são as etapas da criação de uma lei pelo Congresso Nacional?
3. Conforme a legislação nacional, responda: i) quem tem direito à Educação?; ii) a Educação é dever de quem?; iii) quais
são as finalidades da Educação?
4. Cite algumas inovações do ECA (Lei nº 8.069/90) pertinente aos direitos de crianças e adolescentes e das
responsabilidades dos responsáveis pela Educação.
5. Quais são os princípios do ensino enunciados no art. 206, da CF/88?
6. Conforme o art. 208, da CF/88, o dever do Estado com a Educação se efetiva mediante que garantias?
7. O que determina a Emenda Constitucional nº 59?

43
Estrutura, Política e Gestão Educacional
Aula 02: Legislação, níveis e modalidades de ensino e profissionais da educação

Tópico 02: Sistema de Ensino Brasileiro

AJUDA
Órgãos
Brasil
CNE – Conselho Nacional de Educação
MEC – Ministério da Educação

Estaduais e Municipais
CEE – Conselho Estadual de Educação
CME – Conselho Municipal de Educação
SECITECE – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado do Ceará
SEDUC – Secretaria de Educação Básica do Estado do Ceará
SME – Secretaria Municipal de Educação

Sistema

Fonte [17]

Sistema é um conjunto de elementos interligados.

No caso da Educação, os componentes deste sistema são:

fluxo de entrada (estudantes),

processo de transformação (processo educacional/ação docente),

administração (Secretaria, escola, sala de aula),

objetivos educacionais (saberes, comportamentos, valores) e

fluxo de saída (formandos).

Com abrangências decrescentes, a Educação tem os seguintes sistemas:

Sistema
(todos os agentes sociais que educam),
Educacional

44
Sistema de Ensino (instituições e órgãos educacionais, além das pessoas vinculadas ao ensino
sistemático) e

Sistema Escolar (rede de escolas e sua estrutura).

Descrição da tabela:
Sistema Educacional: todos os agentes sociais que educam, Sistema de Ensino: instituições e órgãos
educacionais, além das pessoas vinculadas ao ensino sistemático e Sistema Escolar: rede de escolas e
sua estrutura.

O Sistema Escolar é um sistema aberto, uma vez que seus elementos não estão isolados, mas interagem com o Sistema
Social. A rede do Sistema Escolar tem duas dimensões: vertical (diferentes níveis de ensino) e horizontal (diversas
modalidades). A estrutura do Sistema Escolar é composta de:

Elementos não
disposições legais, metodologia de ensino e conteúdo,
materiais

Entidades públicas (federal, estadual e municipal) e privadas (particulares,


mantenedoras comunitárias, confessionais e filantrópicas), e

Administração órgãos.

Descrição da tabela:
>Elementos não materiais: disposições legais, metodologia de ensino e conteúdo, Entidades
mantenedoras: públicas (federal, estadual e municipal) e privadas (particulares, comunitárias,
confessionais e filantrópicas), e Administração: órgãos.

REGIME DE COLABORAÇÃO NA CF/88


Regime de colaboração entre União, Estados, Distrito Federal e os Municípios na
CF/88

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime


de colaboração seus sistemas de ensino.

§ 1º - A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará


as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional,
função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades
educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência
técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

§ 2º - Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação


infantil.

§ 3º - Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino


fundamental e médio.

§ 4º - Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito


Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a
universalização do ensino obrigatório.

§ 5º - A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular.

45
A LDB, nos artigos 8º a 20, que compõem o TÍTULO IV (Da Organização da Educação Nacional), detalha esta
determinação.

O art. 8º repete o artigo constitucional supra.

O ART. 8º

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em regime de colaboração, os respectivos


sistemas de ensino.

§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e
exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais.

§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos desta Lei.

As atribuições da União, dos Estados e do Distrito Federal, e dos Municípios estão elencadas, respectivamente, nos
artigos 9º, 10 e 11, merecendo destaque a responsabilidade de “[...] organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições
oficiais [...]” dos respectivos sistemas de ensino, bem como a de, mediante os Conselhos de Educação, autorizar,
reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar os estabelecimentos do seu sistema, e de baixar normas.

As incubências dos estabelecimentos de ensino e dos docentes estão expressas nos artigos 12 e 13. O artigo 14
apresenta os princípios que os sistemas de ensino devem observar quando definirem as normas da gestão democrática do
ensino público. A autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira das unidades escolares públicas é garantida
no artigo 15. Conforme os artigos 16, 17 e 18, da LDB, cada sistema de ensino é composto por instituições e órgãos de
Educação.

Sistemas e suas instituições

Sistema Federal
Instituições de ensino mantidas pela União.
Instituições de Educação Superior criadas e mantidas pela iniciativa privada.

Sistema Estadual
Instituições de ensino mantidas pelo Poder Público estadual.
Instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público municipal.
Instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela iniciativa privada.

Sistema do Distrito Federal


Instituições de ensino mantidas pelo Distrito Federal.
Instituições de educação infantil, ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela
iniciativa privada.

Sistema Municipal
Instituições de ensino fundamental, médio e de educação infantil mantidas pelo Poder
Público municipal.
Instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada.

Sistemas e seus órgãos

Ministério da Educação (MEC)


Sistema Federal
Conselho Nacional de Educação (CNE)

Sistema Estadual Secretaria Estadual de Educação (SEE)


Conselho Estadual de Educação (CEE)

46
Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF)
Sistema do Distrito Federal
Conselho de Educação do Distrito Federal (CEDF)

Secretaria Municipal de Educação (SME)


Sistema Municipal
Conselho Municipal de Educação (CME)

Descrição da tabela:
Sistema Federal: Ministério da Educação (MEC),
Conselho Nacional de Educação (CNE).
Sistema Estadual: Secretaria Estadual de Educação (SEE),
Conselho Estadual de Educação (CEE).
Sistema do Distrito Federal: Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF),
Conselho de Educação do Distrito Federal (CEDF).
Sistema Municipal: Secretaria Municipal de Educação (SME),
Conselho Municipal de Educação (CME).

O artigo 19 divide as instituições de ensino em duas categorias:

Públicas
Criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder Público.

Privadas
Mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.

As instituições privadas de ensino, conforme o artigo 20, podem ser:

– instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito


Particulares
privado que não apresentem as características dos incisos abaixo

– instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas,
Comunitárias inclusive cooperativas de pais, professores e alunos que incluam na sua entidade
mantenedora representantes da comunidade

– instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas
Confessionais que atendem a orientação confessional e ideologia específicas e ao disposto no
inciso anterior, e

Filantrópicas – na forma da lei.

Descrição da tabela:
Particulares: instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado
que não apresentem as características dos incisos abaixo.
Comunitárias: instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive
cooperativas de pais, professores e alunos que incluam na sua entidade mantenedora representantes da
comunidade.
Confessionais: instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que
atendem a orientação confessional e ideologia específicas e ao disposto no inciso anterior, e
Filantrópicas: na forma da lei.

PARADA OBRIGATÓRIA
Artigos 8º a 20, da LDB (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

47
DICAS
Quadro com as instituições das redes e das esferas do sistema escolar brasileiro

OLHANDO DE PERTO
Criação dos sistemas municipais de ensino [18] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

O público e o privado na educação brasileira [19]

Gestão, avaliação e sucesso escolar: recortes da trajetória cearense [20] (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.).

EXERCITANDO
1. Quais são os sistemas de ensino no Brasil? Como eles devem se organizar?
2. Qual é o papel da União na política nacional de educação? Como ele se manifesta?
3. Quais são os órgãos e as instituições que compõem o sistema de ensino federal?
4. Quais são os órgãos e as instituições que compõem o sistema de ensino estadual?
5. Quais são os órgãos e as instituições que compõem o sistema de ensino municipal?
6. Quais são as categorias das instituições de ensino? Explique-as.
7. Quais são as categorias das instituições privadas de ensino? Explique-as.

48
Estrutura, Política e Gestão Educacional
Aula 02: Legislação, níveis e modalidades de ensino e profissionais da educação

Tópico 03: Níveis de Ensino

O Título V, da LDB, com os artigos 21 a 60, refere-se aos Níveis e às Modalidades de Educação e Ensino e divide-se em
cinco capítulos.

Conforme vimos na aula anterior, o art. 21, da Lei 9.394/96, que é abordado no Capítulo I, determina que a educação
escolar é composta da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e educação superior:

Nível Etapa Fase Duração (em anos)

Creche 4*
Variável* (Obrigatório pelo
Educação Infantil menos 2 anos)***
Pré-escola 2***

Anos
5**
Iniciais

Educação Ensino 9**

básica Fundamental Anos


4
FInais

Ensino médio 3 3

Graduação Variável
Educação
Variável
Superior
Pós- Graduação Variável

Descrição da tabela:
Nível Educação Básica é dividida em 3 etapas: Educação infantil que se divide em creche com duração
em 4 anos de forma variável e Pré-escola que tem duração de 2 anos (tem obrigatoriedade de 2 anos),
Ensino Fundamental que se divide em anos iniciais com duração de 5 anos e anos finais com duração de 4
anos, totalizando 9 anos e Ensino médio que tem a duração de 3 anos.
Nível Educação Superior é dividida em 2 etapas: Graduação e Pós-graduação, ambas com duração variável.

* A matrícula na creche, destinada a crianças de até 3 anos e 11 meses, é facultativa.


** A lei nº 11.274/06 determinou que, a partir de 2010, a duração é de nove anos e se inicia aos 6 anos de idade.
*** Conforme a EC nº 59, promulgada em 2009, a partir de 2016, a EB obrigatória e gratuita será dos 4 aos 17 anos de idade.
Elaborado a partir da legislação educacional em vigor.

Educação Básica

Fonte [21]

49
A LDB, nos artigos 22 a 38, detalha no Capítulo II a Educação Básica (EB), a qual, consoante o art. 22, objetiva, in verbis,
“(...) desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe
meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.”

A organização da EB é expressa no artigo 23 (séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos
de estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de
organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar).

O art. 24 apresenta os critérios da organização nos níveis fundamental e médio da EB:

são fixados os limites mínimos (carga horária anual de 800 horas e o ano
Inciso I
letivo de 200 dias),

Inciso II as formas de classificação são explicadas;

Inciso III refere-se à adoção da progressão regular por série;

Inciso IV expõe sobre a organização em classes ou turmas;

Inciso V são expostos os critérios de verificação do rendimento escolar;

Inciso VI trata do controle de frequência; e

Inciso VII aborda a expedição de documentos comprobatórios.

Descrição da tabela:
Inciso I: são fixados os limites mínimos (carga horária anual de 800 horas e o ano letivo de 200 dias);
Inciso II: as formas de classificação são explicadas;
Inciso III: refere-se à adoção da progressão regular por série;
Inciso IV: expõe sobre a organização em classes ou turmas;
Inciso V: são expostos os critérios de verificação do rendimento escolar;
Inciso VI: trata do controle de frequência; e
Inciso VII: aborda a expedição de documentos comprobatórios.

O art. 25 atribui a cada sistema de ensino a responsabilidade de alcançar a, in verbis, “relação adequada entre o número
de alunos e o professor, a carga horária e as condições materiais do estabelecimento.”.

O art. 26 apresenta os conteúdos que devem ser ensinados: língua portuguesa, matemática, o conhecimento do mundo
físico e natural e da realidade social e política, arte (a música é componente obrigatório, mas não exclusivo) e educação
física. A partir do 6o ano, é obrigatório o ensino de uma língua estrangeira moderna, cuja escolha é de competência da
comunidade escolar. No Ensino Fundamental e Médio, é obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.

Os conteúdos curriculares deverão observar as diretrizes elencadas no art. 27.

O art. 28 enfatiza que, na oferta da EB para a população rural, os sistemas de ensino devem promover as adaptações de
acordo com as especificidades, contemplando currículos, metodologias, organização escolar e a natureza do trabalho na
zona rural.

Níveis da Educação Básica

A Educação Infantil (EI)


A Educação Infantil (EI) é a primeira etapa da educação básica e visa ao
desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e
social, complementando a ação da família e da comunidade (art. 29). A EI será oferecida,
para crianças de até três anos, em creches, ou entidades equivalentes, e para crianças de
quatro a seis anos de idade, em pré-escolas (art. 30). A avaliação da criança na EI se

50
pautará no, in verbis, “acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o
objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental” (art. 31).

O Ensino Fundamental (EF)


O Ensino Fundamental (EF) obrigatório tem a duração de nove anos (conforme a Lei
nº 11.274/06), é gratuito na escola pública e inicia-se aos 6 (seis) anos de idade, tendo
como objetivo a formação básica do cidadão (art. 32). O ensino religioso, de matrícula
facultativa, compõe a formação básica do cidadão, devendo respeitar a diversidade
cultural religiosa brasileira (art. 33). A jornada escolar no EF é contemplada no art. 34.

O Ensino Médio (EM)


O Ensino Médio (EM), etapa final da educação básica, tem a duração mínima de três
anos, com finalidades (art. 35) e diretrizes específicas (art. 36).

Educação Profissional Técnica de Ensino Médio


A Lei nº 11.741/08 [22] incluiu a Seção IV-A, que trata da Educação Profissional
Técnica de Ensino Médio. Nos seus artigos, 36-A, 36-B, 36-C e 36-D, são contempladas: a
possibilidade de o educando ser preparado para o exercício de profissões técnicas, as
possibilidades para a sua oferta e a validade nacional dos diplomas, desde que
registrados.

Educação de Jovens e Adultos (EJA)


Os artigos 37 e 38 tratam da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que será
abordada no próximo tópico, em virtude de ser uma modalidade.

PARADA OBRIGATÓRIA
Artigos 21 a 38, da LDB (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

MULTIMÍDIA
LDB – Educação Básica (1/2) [23]

LDB – Educação Básica (2/2) [24]

O Capítulo III, composto dos artigos 39 a 42, dedica-se à Educação Profissional e Tecnológica (EPT), que, por ser uma
modalidade, será estudada no próximo tópico.

Educação Superior

Fonte [25]

A LDB, nos artigos 43 a 57, que compõem o Capítulo IV, aborda a Educação Superior (ES): suas finalidades (art. 43),
seus cursos e programas (art. 44) e as instituições que a ministrará (art. 45).

O artigo 46 trata da autorização e reconhecimento de cursos e do credenciamento de instituições de educação


superior (IES). Consoante o artigo 47, na ES, o ano letivo regular deverá ter, no mínimo, duzentos dias de trabalho
acadêmico efetivo.

51
Os artigos 48, 49, 50 e 51 tratam, respectivamente, da validade dos diplomas de cursos superiores reconhecidos; da
transferência de alunos regulares; da abertura de matrículas a alunos não regulares e da necessidade das universidades, ao
fixar critérios e normas de seleção e admissão de estudantes, levarem em conta as consequências dos critérios sobre a
orientação do ensino médio.

As universidades, conforme o artigo 52, são instituições pluridisciplinares de formação profissional a nível superior,
sendo-lhes garantida a autonomia (art. 53), devendo, as que forem mantidas pelo Poder Público, ter estatuto jurídico especial
de acordo com suas peculiaridades (art. 54). A União deve garantir os recursos suficientes para a manutenção e
desenvolvimento das instituições de ensino superior de seu sistema (art. 55), as quais deverão obedecer o princípio da
gestão democrática (art. 56). Nestas instituições, o professor deve ter pelo menos oito horas semanais de aulas (art. 57).

Os artigos 58 a 60, do Capítulo V, referem-se à Educação Especial, que, por ser uma modalidade, será estudada no
próximo tópico.

PARADA OBRIGATÓRIA
Artigos 43 a 57, da LDB (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

OLHANDO DE PERTO

EDUCAÇÃO BÁSICA
A Educação Básica no Brasil [26] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Um salto para o presente: a educação básica no Brasil [27] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.)

EDUCAÇÃO INFANTIL
As crianças de 0 a 6 anos nas políticas educacionais no Brasil: educação infantil e/é fundamental [28] (Visite
a aula online para realizar download deste arquivo.)

O referencial curricular nacional para a educação infantil no contexto das reformas [29] (Visite a aula online
para realizar download deste arquivo.)

ENSINO FUNDAMENTAL
Ensino Fundamental de 9 anos: estamos preparados para implantá-lo? [30] (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.)

O Ensino Fundamental no Brasil: avanços, perplexidades e tendências [31] (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.)

ENSINO MÉDIO
Ensaios de inovação no Ensino Médio [32] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Ensino Médio: função do estado ou da empresa? [33] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.)

O Ensino Médio agora é para a vida: entre o pretendido, o dito e o feito [34] (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.)

52
Ensino Médio e Ensino Técnico na América Latina: Brasil, Argentina e Chile [35] (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.)

A escola média: um espaço sem consenso [36] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Os jovens do Ensino Médio e suas representações sociais [37] (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.)

A reforma do Ensino Médio: a nova formulação curricular e a realidade da escola pública [38] (Visite a aula
online para realizar download deste arquivo.)

A reforma do Ensino Médio no Ceará e suas contradições [39] (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.)

Refundar o Ensino Médio? Alguns antecedentes e atuais desdobramentos das políticas dos anos de 1990 [40]
(Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

EDUCAÇÃO SUPERIOR
Do acesso à permanência no ensino superior: percursos de estudantes universitários de camadas populares
[41] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Ensino universitário, corporação e profissão: paradoxos e dilemas brasileiros [42] (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.)

O ensino superior brasileiro nos anos 90 [43] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Educação Superior no século XXI e a reforma universitária brasileira [44] (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.)

EXERCITANDO
1. Quais são os níveis, as etapas e as fases da educação escolar brasileira? Qual é a duração deles?
2. Como pode ser organizada a Educação Básica, nos termos da LDB/96?
3. Conforme a LDB/96, quais são os limites mínimos (carga horária anual e dias letivos) da Educação Básica?
4. Que conteúdos devem ser ensinados na Educação Básica?
5. O que a LDB/96 estabelece sobre o ensino religioso?

53
Estrutura, Política e Gestão Educacional
Aula 02: Legislação, níveis e modalidades de ensino e profissionais da educação

Tópico 04: Modalidades de Ensino

AJUDA
Modalidades
EAD – Educação a Distância
EBC – Educação Básica do Campo
EE – Educação Especial
EEI – Educação Escolar Indígena
EEQ – Educação Escolar Quilombola
EJA – Educação de Jovens e Adultos
EPT – Educação Profissional e Tecnológica

Conforme a LDB, são cinco as modalidades do ensino:

A Educação Profissional e Tecnológica (EPT)


A EPT é abordada nos artigos 39, 40, 41 e 42, os quais tratam, respectivamente, do objetivo
de desenvolver aptidões para a vida produtiva; da articulação da EP com o ensino e dos locais
adequados; da avaliação da EP; e do oferecimento de cursos especiais das escolas técnicas e
profissionais à comunidade. Conforme vimos no tópico anterior, a Lei nº 11.741/08 incluiu a
Seção IV-A, com os artigos, 36-A, 36-B, 36-C e 36-D que tratam da Educação Profissional Técnica
de Ensino Médio.

A Educação de Jovens e Adultos (EJA)


A EJA será destinada a quem não teve acesso ou continuidade à Educação Básica na idade
própria (art. 37), devendo os sistemas de ensino manterem cursos e exames supletivos,
permitindo o prosseguimento de estudos (art. 38).

A Educação Especial (EE)


A EE se refere ao atendimento, preferencialmente na rede regular de ensino, de educandos
portadores de necessidades especiais (art. 58), cujos direitos, que deverão ser assegurados
pelos sistemas de ensino, estão descritos no artigo 59. Instituições privadas sem fins lucrativos,
especializadas em educação infantil, se atenderem critérios determinados por órgãos
normativos dos sistemas de ensino, poderão receber apoio técnico e financeiro do Poder Público
(art. 60).

A Educação Escolar Indígena (EEI)


A EEI, que contemplará programas integrados de ensino e pesquisa, será ofertada mediante
educação escolar bilíngue e intercultural, cujo desenvolvimento caberá ao sistema de ensino da
União (art. 78), devendo essa apoiar, técnica e financeiramente, os sistemas de ensino que dela
participarem (art. 79).
De 16 a 20 de novembro de 2009, foi realizada a I Conferência Nacional de Educação Escolar
Indígena [45] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.), que debateu sobre a
oferta da educação intercultural indígena, no fito de aperfeiçoar as bases das políticas e a gestão
de programas e ações para a abordagem adequada da sociodiversidade indígena.

A Educação a Distância (EAD)


A EAD, em todos os níveis e modalidades de ensino, será incentivada pelo Poder Público
(art. 80), sendo permitida a organização de cursos ou instituições de ensino experimentais, se
respeitar esta Lei (art. 81).

54
O art. 80 da LDB foi regulamentado pelo Decreto nº 5.622, [46] de 19 de dezembro de 2005, e Revogado pelo Decreto nº
9.057 [47], de 2017, que caracteriza, em seu artigo 1º, “[...] considera-se educação a distância a modalidade educacional na
qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e
tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com acompanhamento e
avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que
estejam em lugares e tempos diversos."

O capítulo I (arts. 1º ao 7º) contém as disposições gerais.

O capítulo II (arts. 8º ao 10) trata da oferta de cursos na modalidade à distância na educação


básica.

O capítulo III (arts. 11 ao 19) trata da oferta de cursos na modalidade à distância na educação
superior.

O capítulo IV (arts. 20 ao 25) contém as disposições finais e transitórias.

O Parecer nº 07 (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.), da Câmara de Educação Básica, do
Conselho Nacional de Educação, sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, aprovado em 07
de abril de 2010, acrescentou duas modalidades: Educação Básica do Campo (EBC) e Educação Escolar Quilombola.
Posteriormente, a Resolução nº 4 (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.), do CNE/CEB, de 13 de julho de
2010, ratificou o Parecer supra.

Educação Básica do Campo (EBC)


A Educação Básica do Campo (EBC) está prevista no art. 28, da LDB, que foi estudado no
tópico anterior. O Parecer nº 07, do CNE/CBE, enfatiza o princípio da sustentabilidade e destaca a
pedagogia da alternância (sistema dual), no qual o estudante frequenta dois ambientes de
aprendizagem (escolar e laboral) que são corresponsáveis pela sua formação.

Educação Escolar Quilombola (EEQ)


A Educação Escolar Quilombola (EEQ) será desenvolvida em unidades educacionais inscritas
em suas terras e cultura, com uma pedagogia própria que respeite a especificidade etnicocultural
de cada comunidade, bem como formação específica de seus docentes.

A EEI e a EEQ representam um esforço do Estado Brasileiro de proteger e valorizar os


nossos ancestrais, que, apesar de terem contribuído de forma significativa para a
constituição do Brasil, sofrem, há séculos, com práticas sociais que os marginalizam.

PARADA OBRIGATÓRIA
Artigos 28 (EBC), 36-A a D, 39 a 42 (EPT), 37 e 38 (EJA), 58 a 60 (EE), 78 e 79 (EEI) e 80 e 81 (EAD), da LDB (Visite a aula
online para realizar download deste arquivo.).

OLHANDO DE PERTO

EDUCAÇÃO BÁSICA DO CAMPO

55
Educação do Campo [48]
Das políticas ao cotidiano: entraves e possibilidades para a educação do campo alcançar as escolas no rural
[49] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


Educação profissional numa sociedade sem empregos [50] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.)
A divisão de tarefas na educação profissional brasileira [51] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.)

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS


Expansão do Ensino Médio: temores sobre a Educação de Jovens e Adultos [52] (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.)
Reflexões acerca da organização curricular e das práticas pedagógicas na EJA [53] (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.)

EDUCAÇÃO ESPECIAL
A nova LDB e as necessidades educativas especiais [54]
Políticas para a educação especial e as formas organizativas do trabalho pedagógico [55] (Visite a aula online
para realizar download deste arquivo.)

EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA


Educação escolar indígena: um modo próprio de recriar a escola nas aldeias Guarani [56]
Representações da Educação Karajá [57] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)
Projeto pedagógico xavante: tensões e rupturas na intensidade da construção curricular [58] (Visite a aula
online para realizar download deste arquivo.)

EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA


A Educação para quilombolas [59] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)
A Educação Escolar Quilombola, o currículo e a formação de professores (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.)

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Desafios da educação à distância ao sistema de educação superior: novas reflexões sobre o papel da
avaliação [60] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)
Tecnologias na formação de professores [61] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

56
EXERCITANDO
1. Conforme a legislação atual, quais são as modalidades de ensino?
2. Explique os objetivos e a oferta de cada modalidade de ensino.

57
Estrutura, Política e Gestão Educacional
Aula 02: Legislação, níveis e modalidades de ensino e profissionais da educação

Tópico 05: Formação dos Profissionais da Educação

A qualificação dos profissionais da Educação é um dos temas centrais nos debates sobre a melhoria do cotidiano
escolar.

Brasil
No Brasil, durante séculos, a Educação foi um privilégio de poucos, sendo recente o crescente acesso de toda a
população a este direito social básico. Para atender uma clientela cada vez maior, é necessário ampliar e melhorar a
infraestrutura material (escolas, livros, recursos didáticos...) e humana (professores e demais profissionais da área).

Fonte [62]

No século passado, especialmente no Nordeste rural, convivemos com a figura do professor leigo, um profissional que,
muitas vezes, não tinha a formação necessária e recebia uma remuneração indigna. Acrescente-se, ainda, a famigerada
classe multisseriada, onde o docente precisava ministrar conteúdos de várias séries no mesmo espaço-tempo!

Várias iniciativas foram desenvolvidas, nos anos 80 e 90, como o pró-docente rural, pela UFC, no sentido de melhorar a
qualificação destes profissionais, respeitando e valorizando a cultura local.

Ciente da importância da qualificação docente para incrementar os resultados educacionais, a LDB, nos artigos 61 a 67,
que compõem o TÍTULO VI (Dos Profissionais da Educação), aborda o perfil do profissional da Educação, que, conforme os
artigos:

Artigo deve ter uma formação que contemple a associação entre teoria e prática,
61 além de aproveitar as experiências na área.

o docente para atuar na Educação Básica deve ter nível superior, mas se
Artigo admite que o profissional que atue na Educação Infantil e no Fundamental
62 I (os cinco primeiros anos) tenha apenas o nível médio, na modalidade
Normal.

Artigo
trata da competência dos institutos superiores.
63

é determinado que a formação de profissionais de educação para as funções


Artigo além da docência (administração, planejamento, inspeção, supervisão e
64 orientação educacional para a educação básica) seja feita em cursos de
graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação.

Artigo a formação docente, exceto para a Educação Superior, terá prática de


65 ensino com, pelo menos, trezentas horas.

58
Artigo a qualificação do docente que leciona no Ensino Superior requer nível de
66 Pós-Graduação, prioritariamente Mestrado e Doutorado.

os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da


Artigo
educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos
67
planos de carreira do magistério público

Descrição da tabela:
Artigo 61: deve ter uma formação que contemple a associação entre teoria e prática, além de
aproveitar as experiências na área.
Artigo 62: o docente para atuar na Educação Básica deve ter nível superior, mas se admite que o
profissional que atue na Educação Infantil e no Fundamental I (os cinco primeiros anos) tenha apenas o
nível médio, na modalidade Normal.
Artigo 63: trata da competência dos institutos superiores.
Artigo 64: é determinado que a formação de profissionais de educação para as funções além da docência
(administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica) seja
feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação.
Artigo 65: a formação docente, exceto para a Educação Superior, terá prática de ensino com, pelo menos,
trezentas horas.
Artigo 66: a qualificação do docente que leciona no Ensino Superior requer nível de Pós-Graduação,
prioritariamente Mestrado e Doutorado.
Artigo 67: os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-
lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público.

VALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO NA LDB


Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação,
assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do
magistério público:

I. ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;


II. aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico
remunerado para esse fim;
III. piso salarial profissional;
IV. progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do
desempenho;
V. período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de
trabalho;
VI. condições adequadas de trabalho.
§ 1º A experiência docente é pré-requisito para o exercício profissional de quaisquer
outras funções de magistério, nos termos das normas de cada sistema de ensino.
§ 2º Para os efeitos do disposto no § 5o do art. 40 e no § 8o do art. 201 da
Constituição Federal, são consideradas funções de magistério as exercidas por
professores e especialistas em educação no desempenho de atividades educativas,
quando exercidas em estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis e
modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção de unidade
escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico.

PARADA OBRIGATÓRIA
Artigos 61 a 67, da LDB (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

Conforme o Censo Escolar da Educação Básica de 2018 – realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP) [63] com a colaboração das secretarias estaduais e municipais de educação e com a
participação de todas as escolas públicas e privadas do País – no Ensino Fundamental, o contingente de professores é de

59
1.400.716, sendo que a formação deles é: 2.717 (0,19%) com apenas o fundamental, 244.650 com nível médio (17,47%) e
1.153.349 com nível superior (82,34%). No Ensino Médio, o contingente de professores é de 513.403, sendo que a formação
deles é: 243 (0,04 %) com apenas o fundamental, 30.891 (6,02%)  têm o nível médio e 482.269 (93,94%).com nível superior.

Em ambos os níveis, proporcionalmente, o cenário na zona rural é pior do que na zona urbana.

Ensino Fundamental
No Ensino Fundamental, o contingente de professores na zona urbana é de 1.179.900.
Na zona rural, o contingente de professores é de 254.458.

Ensino Médio
No Ensino Médio, o contingente de professores na zona urbana é de 484.025. Na zona
rural, o contingente de professores é de 36.624.

O Censo Escolar de 2018 revela que existem 2.226.423 professores na Educação Básica, sendo que a formação deles é:
5.760 (0,26%) apenas com o fundamental, 441.764 com nível médio (19,84%) e 1.778.899 com nível superior (79,9%).

Notem que cerca de 447 mil (20,1%) deles não têm formação
universitária. Em 2009, esse contingente era de 636 mil.

Em 2018, no Ceará, o contingente de professores do ensino básico foi de 97.080, sendo que 73.055 (75,25%) com
formação universitária, 23.889 (24,60%) com nível médio e 136 (0,14%) com o fundamental.

Programas do MEC para valorização dos trabalhadores em Educação


Ciente destes números, o MEC desenvolve vários programas que visam à qualificação e valorização dos trabalhadores
em Educação:

Rede Nacional de Formação Continuada de Professores [64]

Pró-Letramento [65]

Pró-Licenciatura [66]

Proinfantil [67]

Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas [68]

Profuncionário – Curso Técnico de Formação para os Funcionários da Educação [69]

O Decreto nº 7.415, de 30 de dezembro de 2010, revogado pelo Decreto nº 8.752, de 2016 [70], instituiu a Política
Nacional de Formação dos Profissionais da Educação Básica, que, conforme os artigos:

Fixa seus princípios e objetivos, e organiza seus programas e ações, em regime de


Artigo 1º colaboração entre os sistemas de ensino e em consonância com o Plano Nacional de
Educação – PNE.

Artigos 2º
Listados, respectivamente, os princípios e os objetivos dessa Política.
e 3º

60
Artigo 4º Formula Planos Estratégicos em cada unidade federativa e implementação das ações e
dos programas integrados e complementares.

Artigos 5º Contará com Comitê Gestor Nacional e com Fóruns Estaduais Permanentes de Apoio à
ao 7º Formação dos Profissionais da Educação Básica.

Artigos 8º Define duração quadrienal e revisões anuais, ouvidos os Fóruns Estaduais Permanentes
e 9º de Apoio à Formação dos Profissionais da Educação Básica.

Diagnóstico, planejamento e organização do atendimento das necessidades de


Artigo 10
formação inicial e continuada de profissionais.

Artigo 11 Apoia técnica ou financeiramente, conforme o casos listados.

Artigo 12 Prevê programas e ações integrados e complementares.

Cursos de formação inicial e continuada deverão privilegiar a formação geral, a


Artigo 13
formação na área do saber e a formação pedagógica específica.

Artigo 14 Apoia programas e cursos de segunda licenciatura e complementação pedagógica.

Fortalece as funções de avaliação, regulação e supervisão da educação profissional e


Artigo 15
superior.

Artigo 16 Pesquisa aplicada nas licenciaturas e nos programas de pós-graduação.

Artigo 17 Coordena a realização de prova nacional para docentes.

Descrição da tabela:
Artigo 1º: Fixa seus princípios e objetivos, e organiza seus programas e ações, em regime de
colaboração entre os sistemas de ensino e em consonância com o Plano Nacional de Educação – PNE.
Artigos 2º e 3º: Listados, respectivamente, os princípios e os objetivos dessa Política.
Artigo 4º: Formula  Planos Estratégicos em cada unidade federativa e implementação das ações e dos
programas integrados e complementares.
Artigos 5º ao 7º: Contará com Comitê Gestor Nacional e com Fóruns Estaduais Permanentes de Apoio à
Formação dos Profissionais da Educação Básica.
Artigos 8º e 9º: Define duração quadrienal e revisões anuais, ouvidos os Fóruns Estaduais Permanentes de
Apoio à Formação dos Profissionais da Educação Básica.
Artigo 10: Diagnóstico, planejamento e organização do atendimento das necessidades de formação inicial e
continuada de profissionais.
Artigo 11: Apoia técnica ou financeiramente, conforme o casos listados.
Artigo 12: Prevê programas e ações integrados e complementares.
Artigo 13: Cursos de formação inicial e continuada deverão privilegiar a formação geral, a formação na área
do saber e a formação pedagógica específica.
Artigo 14: Apoia programas e cursos de segunda licenciatura e complementação pedagógica.
Artigo 15: Fortalece as funções de avaliação, regulação e supervisão da educação profissional e superior.
Artigo 16: Pesquisa aplicada nas licenciaturas e nos programas de pós-graduação.
Artigo 17: Coordena a realização de prova nacional para docentes.

Conforme estudaremos na próxima aula, o capítulo IV do PNE trata do Magistério da Educação Básica é dividido em três
tópicos (Diagnóstico, Diretrizes e Objetivos e Metas) e enfatiza a valorização do magistério, a qual contempla a formação
profissional inicial, as condições de trabalho, salário e carreira e a formação continuada.

LEITURA COMPLEMENTAR
Capítulo IV da Lei nº 10.172/01.

61
O MEC elaborou vários mapas com os números da Educação Básica, do Ensino Superior, da Pós-Graduação e do Ensino
Profissional, permitindo-nos conhecer melhor o complexo cenário educacional brasileiro e a formulação de diversos
programas/ações, os quais devem ser acompanhados e fiscalizados pela população.

No caso da Educação Básica, são apresentados dados referentes a financiamento (Fundeb, salário-educação,
orçamento, Fundescola...), acesso e permanência (merenda escolar e transporte escolar), qualidade (livros e equipamentos
didáticos, formação de professores e ensino fundamental em nove anos), gestão democrática (conselhos escolares,
fortalecimento das secretarias municipais ...) e avaliação (ENEM, SAEB e Prova Brasil).

Em maio de 2009, o MEC lançou o primeiro Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica [71], que
tem como objetivo formar na graduação em que atuam, nos próximos cinco anos, 330 mil professores, sem a qualificação
respectiva (professores sem graduação, professores com licenciatura em área diversa e bacharéis). Também serão
ofertados cursos de formação continuada.

No 2° semestre de 2009, através da Plataforma Paulo Freire [72], as Universidades cadastradas ofertaram, em vários
municípios, cursos de formação inicial e continuada, presencial ou a distância, e os professores interessados manifestaram
sua preferência.

Ceará
No Ceará, as seguintes instituições estão cadastradas: IFCE, UECE, UFC, URCA e UVA. A Secretaria de Educação Básica
do Ceará (SEDUC) [73] está ofertando vários cursos de formação continuada, na modalidade a distância, relacionados à
inclusão digital e ao uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).

Apesar do avanço verificado na qualificação docente, a rede municipal continua com os piores índices, o que torna
necessárias e urgentes políticas públicas para a mudança deste quadro. Neste sentido, a APEOC consultou o Conselho
Estadual de Educação do Ceará (CEE) [74] sobre o uso de recursos do FUNDEF para habilitar os professores leigos, o que
ensejou o Parecer nº 867/98. O CEE, conforme o art. 230, da Constituição Estadual, é um órgão normativo, deliberativo e
consultivo do Sistema de Ensino do Estado. O CEE é dividido em duas Câmaras – da Educação Básica e da Educação
Superior e Profissional – e tem como competências:

i) definir normas para o Sistema Estadual;

ii) interpretar a legislação do ensino;

iii) aplicar sanções;

iv) aprovar o Plano Estadual de Educação e Planos de Aplicação de recursos destinados à Educação; e

v) autorizar o funcionamento de escolas e avaliar o seu ensino.

NÍVEL DE FORMAÇÃO DOS DOCENTES DO ESTADO DO CEARÁ


Conforme dados da SEDUC, de 2018, a rede estadual tinha 17.951 profissionais em
exercício, sendo que 15.979 (89,01%) destes tinham diploma universitário. Na rede
municipal, dos 62.871 profissionais em exercício, 48. 622 (77,33%) tinham nível superior.
Dos 21.259 profissionais em exercício da rede particular, 12.799 (60,20%) tinham diploma
universitário.

Fontes:
INEP/Censo Escolar 2007-2018 - Elaborado por SEDUC/COAVE/CEGDA
SEDUC - Secretaria da Educação do Estado do Ceará - Estatística da Educação no Ceará -
Ano Base 2018 [75]
Sinopse Estatística da Educação Básica 2018. [76] 2.4 - Número de Docentes por Nível
Formação

62
OLHANDO DE PERTO
A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico [77] (Visite a aula
online para realizar download deste arquivo.).

A Qualidade da Educação Infantil Brasileira: alguns resultados de pesquisa [78] (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.).

Como e Onde Formar Professores: espaços em confronto [79] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.).

Docência: formação e prática (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Gestão pública, formação e identidade de profissionais de educação infantil [80] (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.).

Política de formação profissional para a educação infantil: Pedagogia e Normal Superior [81] (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.).

EXERCITANDO
À luz dos artigos 61 a 67, da LDB/96, que abordam os Profissionais da Educação, responda:

1. Qual é a formação necessária do docente para atuar na Educação Básica e na Educação Superior?
2. Como deve ser feita a formação dos profissionais da Educação Básica que atuam em funções além da docência? Que
funções são essas?
3. Apresente quatro determinações legais que valorizam o profissional da Educação.

ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
Realize a pesquisa de campo sobre formação docente continuada, conforme orientações deste roteiro (Visite a aula
online para realizar download deste arquivo.), e coloque a sua produção (Aula2_AP1.doc) no seu Portfólio.

FÓRUM
1. Analise um artigo da legislação educacional vigente e explicite as transformações que ele proporcionou e as que ainda
precisa proporcionar para transformar a Educação Brasileira. Comente, com argumentos e/ou exemplos, a participação
de um(a) colega.

2. Conforme organização do(a) tutor(a), cada grupo escolherá, dentre as 7 modalidades de ensino, um dos textos
disponíveis na seção Olhando de Perto do tópico 4, e postará, na primeira metade da duração do Fórum, uma síntese do
texto com as seguintes informações: i) O título e o(a) autor(a); ii) As principais ideias do documento; e iii) Sua opinião
(concorda ou discorda), com argumentos, sobre as ideias citadas no item anterior e o que aprendeu (e/ou as dúvidas que
surgiram) com esta atividade. Na segunda metade da duração do Fórum, conforme orientações do(a) tutor(a), cada
estudante comentará, com reflexões e exemplos do cotidiano, a síntese de dois grupos.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível aqui [82]. Acesso em: 26 abr.
2016.

______. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível aqui [83].
Acesso em: 26 abr. 2016.

63
______. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível aqui
[84]. Acesso em: 26 abr. 2016.

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65
Estrutura, Política e Gestão Educacional
Aula 03: Políticas Públicas, Gestão e Financiamento da Educação Brasileira e Avaliação do
Sistema Escolar Brasileiro

Tópico 01: Políticas Públicas Educacionais

AJUDA

Órgãos do MEC
CNE – Conselho Nacional de Educação.
SASE – Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino.
SEB – Secretaria de Educação Básica.
SECADI – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão.
SERES – Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior.
SETEC – Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica.
SESU– Secretaria de Educação Superior.

Entidades
Vinculadas ao MEC
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.
FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.

Educacionais
CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação.
CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação.
UBES – União Brasileira de Estudantes Secundaristas.
UNDIME – União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação.
UNE – União Nacional dos Estudantes.

Políticas Educacionais
Brasil
CONAE – Conferência Nacional da Educação .
IES – Instituições de Educação Superioro.
PAR – Plano Ações Articuladaso.
PCN – Parâmetros Curriculares Nacionaiso.
PDE – Plano de Desenvolvimento da Educaçãoo.
PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolaro.
PNATE – Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolaro.
PNE – Plano Nacional de Educaçãoo.
PNLD – Programa Nacional do Livro Didáticoo.
PPA – Plano Plurianualo.
PROJOVEM – Programa Nacional de Inclusão de Jovenso
PROLIND – Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Indígenas
PROUNI – Programa Universidade para Todoso
REUNI – Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais

66
Ceará
EMI – Ensino Médio Integrado
PAIC – Programa Alfabetização na Idade Certa

Conforme vimos na aula passada, é obrigação do Estado atender a clientela que requer Educação,
para tanto os governos federal, estadual e municipal devem desenvolver políticas que, articulando
esforços e recursos (humanos, físicos, financeiros, didáticos...), cumpram essa determinação legal.

Brasil
O Ministério da Educação (MEC), órgão da administração direta do governo federal, é o maior
responsável pela proposição de políticas públicas, bem como de promover o fortalecimento dos diversos
órgãos encarregados pela Educação nos sistemas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

i) política nacional de educação;

ii) educação infantil;

iii) educação em geral, compreendendo ensino fundamental, ensino médio, educação


superior, ensino supletivo, educação tecnológica, educação de jovens e adultos, educação
profissional, educação especial e educação a distância, exceto ensino militar;

iv) avaliação, informação e pesquisa educacional;

v) pesquisa e extensão universitárias;

vi) magistério; e

vii) coordenação de programas de atenção integral a crianças e adolescentes.

O MEC, em virtude do Decreto nº 9665, de 2019, [1] no Anexo I, em seu Capítulo II, Art. 2º, estabelece a
seguinte estrutura organizacional:

a) Secretaria de Educação Básica (SEB)


A Secretaria de Educação Básica [2] zela pela educação infantil, pelo ensino fundamental e pelo
ensino médio. A educação básica é o caminho para assegurar a todos os brasileiros a formação
comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes os meios para progredir no
trabalho e em estudos posteriores. Atualmente, os documentos que norteiam a educação básica são a
Lei nº 9.394, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Básica e o Plano Nacional de Educação, aprovado pelo
Congresso Nacional em 26 de junho de 2014.

67
Fonte: Portal MEC

b) Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC)


A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica [3] do Ministério da Educação (Setec/MEC) é
a coordenadora nacional da política de educação profissional e tecnológica (EPT) do país.

Sua atribuição é formular, implementar, monitorar, avaliar e induzir políticas, programas e ações
de EPT. Para isso, atua em regime de colaboração com os demais sistemas de ensino e os diversos
agentes sociais envolvidos na área.

Nesse contexto, é responsável, entre outros, pela proposição de ações com vistas à qualidade e
organização da oferta da educação profissional e tecnológica. Isso inclui, entre outros: o fomento de
atualizações nos referenciais e nas diretrizes nacionais para os cursos de EPT alinhadas às demandas
sociais e aos arranjos produtivos locais; ações para certificação profissional de trabalhadores;
desenvolvimento de modelos de ensino, avaliação e gestão da EPT adequados aos diferentes
públicos.

Fonte: Portal MEC

c) Secretaria de Educação Superior (SESu)


A Secretaria de Educação Superior (SESu) [4] é a unidade do Ministério da Educação responsável
por planejar, orientar, coordenar e supervisionar o processo de formulação e implementação da
Política Nacional de Educação Superior. A manutenção, a supervisão e o desenvolvimento das
instituições públicas federais de ensino superior (Ifes) e a supervisão das instituições privadas de
educação superior, conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), também são de
responsabilidade da SESu.

Fonte: Portal MEC

d) Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES)


A Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior [5] (Seres) é a unidade do
Ministério da Educação responsável pela regulação e supervisão de Instituições de Educação Superior
(IES), públicas e privadas, pertencentes ao Sistema Federal de Educação Superior; e cursos superiores
de graduação do tipo bacharelado, licenciatura e tecnológico, e de pós-graduação lato sensu, todos na
modalidade presencial ou a distância. A Seres também é responsável pela Certificação de Entidades
Beneficentes de Assistência Social na Área de Educação (Cebas-Educação).

A Seres foi criada em 17/4/2011 pelo Decreto nº 7.480/2011, absorvendo competências antes da
SESu, da Setec e da extinta Seed do Ministério da Educação.

Esta secretaria deve zelar para que a legislação educacional seja cumprida. Suas ações buscam
induzir a elevação da qualidade do ensino por meio do estabelecimento de diretrizes para a expansão
de cursos e instituições, de conformidade às diretrizes curriculares nacionais e de parâmetros de
qualidade de cursos e instituições. As atribuições da Seres estão previstas nos Arts. 26 a 29 do
Decreto nº 7.690/2012, com as alterações do Decreto nº 8.066/2013.

Fonte: Portal MEC

e) Secretaria de Alfabetização (SEALF)


A Secretaria de Alfabetização [6] (Sealf), criada por meio do Decreto Nº 9.665, de 2 de janeiro de
2019, é uma das secretarias que fazem parte da estrutura organizacional do Ministério da Educação
(MEC), integrando os seus órgãos específicos singulares. A Sealf é composta por três diretorias: a
Diretoria de Alfabetização Baseada em Evidência (Dabe), a Diretoria de Suporte Estratégico à
Alfabetização (DSEA) e a Diretoria de Desenvolvimento Curricular e Formação de Professores
Alfabetizadores (DCFP).

68
Entre as suas competências, encontram-se o planejamento, a orientação e a coordenação da
implementação de políticas para a alfabetização de crianças, jovens e adultos; a viabilização de ações
de cooperação técnica e financeira entre os entes da Federação voltadas à alfabetização; a
coordenação da elaboração de currículos e de materiais relativos à alfabetização que tenham eficácia
comprovada; a elaboração e a fomentação de programas de formação de professores
alfabetizadores; a promoção e o apoio de programas e de ações que incentivem a leitura e a escrita; e
a aplicação de mecanismos que permitam avaliar as competências e habilidades, com base em
evidências científicas, relacionadas à alfabetização.

Fonte: Portal MEC

f) Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (SEMESP)


Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação [7], tem como missão, planejar, coordenar
e orientar a formulação e a implementação de programas e políticas educacionais, por meio de apoio
técnico e financeiro aos entes federados, que promovam o direito à educação das pessoas com
deficiência, das pessoas surdas, das populações do campo, dos povos indígenas, das remanescentes
de quilombos, das populações em situação de itinerância, dos povos e comunidades tradicionais, bem
como estudantes beneficiários de programa de transferência de renda, em todos os níveis, etapas e
modalidades de ensino.

No âmbito do Regime de Colaboração entre governo federal e estados, municípios e Distrito


Federal, a Semesp apoia os estados e municípios na implementação das Diretrizes Curriculares
Nacionais normatizadas pelo CNE que tratam de:

• Educação Especial (modalidade) Educação do Campo (modalidade)


• Educação Escolar Indígena (modalidade)
• Educação Escolar Quilombola (modalidade)
• Educação para as Relações Étnico-Raciais (temática)
Fonte: Portal MEC

g) Instituto Benjamin Constant (IBC)


O Instituto Benjamin Constant [8] é um órgão singular, dotado de autonomia administrativa
limitada, ligado diretamente ao Gabinete do Ministro de Estado da Educação.

Atualmente, o Instituto Benjamin Constant é mais do que uma escola que atende crianças e
adolescentes cegos, surdocegos, com baixa visão e deficiência múltipla; é também um centro de
referência, a nível nacional, para questões da deficiência visual, capacitando profissionais e
assessorando instituições públicas e privadas nessa área, além de reabilitar pessoas que perderam ou
estão em processo de perda da visão.

Ao longo dos anos, o IBC tornou-se também um centro de pesquisas médicas no campo da
Oftalmologia, possuindo um dos programas de residência médica mais respeitados do País. Através
desse programa, presta serviços de atendimento médico à população, realizando consultas, exames e
cirurgias oftalmológicas.

O Instituto é comprometido também com a produção e difusão da pesquisa acadêmica no campo


da Educação Especial. Através da Imprensa Braille, edita e imprime livros e revistas em Braille, além de
contar com um farto acervo eletrônico de publicações científicas.

Fonte: IBC MEC

h) Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES)


O Instituto Nacional de Educação de Surdos [9] (Ines), órgão do Ministério da Educação, tem
como missão institucional a produção, o desenvolvimento e a divulgação de conhecimentos
científicos e tecnológicos na área da surdez em todo o território nacional, bem como subsidiar a

69
Política Nacional de Educação, na perspectiva de promover e assegurar o desenvolvimento global da
pessoa surda, sua plena socialização e o respeito às suas diferenças.

Fonte: Portal MEC

O Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) foi criado pelo Decreto nº 5.800, de 8 de junho de
2006, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no
País. Dentre os sete objetivos listados no seu artigo 1º, destaca-se o do inciso I:

“(...) oferecer, prioritariamente, cursos de licenciatura e de formação inicial


e continuada de professores da educação básica”.

O Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) foi criado pelo Decreto nº 5.800 [10], de 8 de junho de
2006, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no
País. Dentre os sete objetivos listados no seu artigo 1º, destaca-se o do inciso I:

Com a reformulação do MEC, a UAB [11] passou a ser gerida pela Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (CAPES) [12]. A CAPES é uma fundação pública, vinculada ao Ministério da
Educação. Quando da sua fundação, em 1951, tinha como foco a expansão e consolidação da pós-
graduação no Brasil. Desde 2007, ela incorporou a missão de formar os professores da educação básica.
É sua responsabilidade o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica, que foi
estudado no tópico 5 da aula anterior.

A Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica foi criada pelo
Decreto nº 6.755, de 29 de janeiro de 2009, revogado pelo Decreto nº 8.752 [13], de 9 de maio de 2016,
com a finalidade de organizar, em regime com colaboração, a formação dos profissionais do magistério
das redes públicas da Educação Básica. Os princípios e os objetivos dessa Política estão listados,
respectivamente, nos artigos 2º e 3º. Os demais artigos (4º ao 17) tratam da organização dessa Política.

Educação Básica
No Brasil, em 2014, a Educação Básica tinha 49.771.371 estudantes, sendo 40.680.590 (81,73%) na
rede pública e 9.090.781 (18,27%) na rede privada. Esses dados revelam quão grande é a rede pública no
Brasil e a importância que as políticas desenvolvidas pelo MEC têm na melhoria da Educação nacional.

Conforme o Censo Escolar 2018, divulgado em janeiro de 2019, a Educação Básica tinha 48.455.867
estudantes, sendo 39.460.618 (81,44%) na rede pública e 8.995.249 (18,56%) na rede privada. No período
de 2014-2018, aconteceu uma diminuição de 1.315.504 (2,64%) das matrículas nesse nível, tendo a rede
pública diminuído 1.219.972 (92,74%) das matrículas e a rede privada 95.532 (7,26%).

70
Descrição da imagem:
Gráfico 1 Total de matrículas na educação básica segundo
a rede de ensino - Brasil - 2014 a 2018

Fonte: Censo 2018 (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)
Dos 48.455.867 estudantes matriculados na Educação Básica (2018), percebeu-se uma maior
dominância da rede municipal, com 23.113.449 ( 47,7%) matrículas, seguida da rede estadual, responsável
por 15.941.980 (32,9%) matrículas, na sequência, a rede privada com 9.012.791 (18,6%) e a federal com
387.647 (inferior a 1%) de matrículas na educação básica (Gráfico 2).

Descrição da imagem:
Gráfico 2 Percentual de matrículas na educação básica,
segundo a dependência administrativa – Brasil – 2018

Fonte: Censo 2018 - Resumo técnico (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

71
LEITURA COMPLEMENTAR
Censo da Educação Básica 2018 (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) (Resumo
Técnico)

O Plano Nacional de Educação (PNE) foi aprovado mediante a Lei nº 10.172/01 [14], constituindo-se
em importante instrumento de política educacional, uma vez que orienta as ações (políticas) do Poder
Público nos três níveis (Federal, Estadual e Municipal). Sua vigência é de dez anos. Conforme o Plano
Nacional de Educação (PNE) de 2014 [15], as conferências nacionais de educação  (CONAE) serão
realizadas em intervalos de até quatro anos e terão como objetivo avaliar a execução do PNE e subsidiar a
elaboração do plano nacional de educação para o decênio subsequente.

CONAE

Conferência Nacional de Educação


Conferência Nacional de Educação é um espaço democrático instituído pelo Poder Público em
articulação com a sociedade para que todos possam participar do desenvolvimento da educação
nacional.

O PNE está amparado na Constituição de 1988 e na LDB ( arts. 9º, inciso I, e 87, § 1º), tendo sido
aprovado após três anos de tramitação no Congresso Nacional. Infelizmente, a Lei não contemplou muitas
das expectativas da sociedade civil, notadamente no que se refere à ampliação da obrigação do Estado
com a oferta da Educação Básica e do Ensino Superior, as quais só podem ocorrer se houver a respectiva
dotação orçamentária, fruto de determinação política da União, a qual se fez ausente, conforme os vetos
[16] apresentados pelo então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.

ARTS. 9º, INCISO I, E 87, § 1º

Art. 9º A União incumbir-se-á de:


I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios;
...

Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um ano a partir da publicação desta Lei.
§ 1º A União, no prazo de um ano a partir da publicação desta Lei, encaminhará, ao Congresso
Nacional, o Plano Nacional de Educação, com diretrizes e metas para os dez anos seguintes, em
sintonia com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos.

Este documento legal é divido em seis capítulos:

I – Introdução;

II – Níveis de Ensino;

72
III – Modalidades de Ensino;

IV – Magistério da Educação Básica;

V – Financiamento e Gestão e Acompanhamento e;

VI – Avaliação do Plano.

O Capítulo I é divido em dois tópicos: Histórico e Objetivos e Prioridades. No Histórico, são relatados
alguns acontecimentos no cenário educacional na República, de modo a contextualizar a elaboração do
Plano Nacional de Educação.

Em Objetivos e Prioridades, são apresentados os quatro objetivos e as cinco prioridades a seguir:

Objetivos
1. A elevação global do nível de escolaridade da população;
2. A melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis;
3. A redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à
permanência, com sucesso, na educação pública;
4. Democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais,
obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na
elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades
escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

Prioridades
1. Garantia de ensino fundamental obrigatório de oito anos a todas as crianças de
7 a 14 anos, assegurando o seu ingresso e permanência na escola e a conclusão
desse ensino;
2. Garantia de ensino fundamental a todos os que a ele não tiveram acesso na
idade própria ou que não o concluíram;
3. Ampliação do atendimento nos demais níveis de ensino;
4. Valorização dos profissionais da educação;
5. Desenvolvimento de sistemas de informação e de avaliação em todos os níveis
e modalidades de ensino.

À luz destes objetivos e prioridades, o Plano estabelece: diretrizes para a gestão e o financiamento da
Educação (Capítulo V); diretrizes e metas para cada nível e modalidade de ensino (Capítulos II e III); e,
ainda, diretrizes e metas para a formação e valorização do magistério e demais profissionais da educação
(Capítulo IV).

LEITURA COMPLEMENTAR
Capítulo I da Lei nº 10.172/01 (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

Avaliação do Plano Nacional de Educação [17].

73
O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.) é uma política do governo federal lançada no ano de 2007. Tem como objetivo de promover
mudanças na estrutura educacional brasileira, que padece de problemas de rendimento, frequência e
permanência do estudante na escola.

LEITURA COMPLEMENTAR
PDE: análise do projeto do MEC [18] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

Plano de Desenvolvimento da Educação (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

Tendo em vista a realização, em abril de 2008, da Conferência Nacional de Educação Básica [19], os
Estados promoveram Conferências Estaduais.

No Ceará, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação e do Conselho de Educação, a


Assembleia Legislativa e a UNDIME/APRECE (UNDIME: União Nacional dos Dirigentes Municipais de
Educação; APRECE: Associação dos Municípios e Prefeitos do Estado do Ceará) promoveram a
Conferência Estadual da Educação (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.), que
contemplou Audiências Públicas, Conferências Regionais, Encontros Temáticos e outras atividades, as
quais culminaram na etapa final que ocorreu em agosto de 2018.

Fonte [20]

Em 16 de julho de 2008, mediante a Lei nº 11.738 [21], foi instituído o piso nacional do professor
do ensino básico. É importante ressaltar que essa lei regulamenta a alínea “e”, do inciso III, do caput
do art. 60, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, da Constituição Federal de 1988.
Somente após quase 20 anos, os professores foram contemplados por um direito previsto na Lei
maior nacional. Em 2008, o piso para o professor de nível médio, com jornada de 40 horas semanais,
era R$ 950,00. Em janeiro de 2010, ele passou a ser R$ 1.024,67. Em 24 de fevereiro de 2011, o piso foi
reajustado para R$ 1.187,08. Em janeiro de 2019, o valor foi alterado para R$ 2.557,74.

Outra conquista importante oriunda dessa Lei é a garantia de que o professor deve ter no máximo
2/3 da sua carga horária em sala de aula (§ 4º, do art. 2º), reservando pelo menos 1/3 para o
planejamento.

Destaca-se, ainda, o art. 6º, in verbis: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão
elaborar ou adequar seus Planos de Carreira e Remuneração do Magistério até 31 de dezembro de 2009,
tendo em vista o cumprimento do piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério

74
público da educação básica, conforme disposto no parágrafo único do art. 206 da Constituição Federal
[22].“

No período de fevereiro a abril de 2009, o MEC promoveu encontros com os secretários municipais de
educação, visando à divulgação dos programas, projetos e ações da Educação Básica, troca de
informações e esclarecimento de dúvidas, ampliando, desta forma, o diálogo entre o MEC e os municípios,
tão necessário para o melhoramento da colaboração entre estas esferas, que se expressa na proposição
de políticas públicas.

Fonte [23]

De 28 de março a 1º de abril de 2010, foi realizada a Conferência Nacional de Educação (CONAE),


com tema “Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação: O Plano Nacional de Educação,
Diretrizes e Estratégias de Ação”. Para tanto, o MEC organizou, em 2009, conferências preparatórias:
nos municípios (no 1° semestre) e nos Estados e no Distrito Federal (no 2° semestre). As conferências
estaduais tinham como objetivo consolidar e aprofundar o documento formado a partir das
conferências municipais.

A CONAE [24] é um espaço democrático, instituído pelo Poder Público, para que a sociedade
participe do desenvolvimento da educação nacional. Nas conferências estaduais, foram eleitos
representantes – gestores das diversas esferas, trabalhadores de escolas públicas e particulares,
membros dos conselhos de Educação, estudantes e pais de estudantes – da Educação Básica, da
Educação Profissional e da Educação Superior, conforme o seguinte quadro (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.).

LEITURA COMPLEMENTAR
Documento-Referência da CONAE (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

Fonte [25]

75
Em 25 de junho de 2014, o Presidente da República e o Ministro da Educação enviaram ao
Congresso Nacional a Lei do Plano Nacional de Educação (PNE) para o decênio 2014-2024 (Visite a
aula online para realizar download deste arquivo.) na qual estabelece diretrizes, metas e estratégias
para todos os níveis, modalidades e etapas educacionais, além de estabelecer diretrizes para a
profissão docente, a implantação da gestão democrática e o financiamento do ensino. Estabelece,
também, estratégias específicas para a redução da desigualdade e inclusão de minorias.

CF
1988

Estabelecido na Constituição Federal de 1988, o País tem a obrigação de planejar o futuro do


ensino, com o objetivo de oferecer uma Educação com mais qualidade para toda população
brasileira. Os municípios, estados e o Distrito Federal devem aprovar planos que compreendam as
suas realidades, mas que sejam orientados ao PNE.

A Lei nº 13.005/14 [26] , apresenta dez (10) diretrizes , as quais se expressam em vinte (20) metas,
com suas respectivas estratégias.

Durante  o novo PNE – Lei nº 13.005/2014 [27],  6,0% do Produto Interno Bruto (PIB) foi investido em
educação. A meta do Plano Nacional é que o país passe a investir o equivalente a 10% do PIB até 2024.
Isso deverá representar cerca de 50 bilhões de reais destinados anualmente à educação. Lembrando que
esse aumento deve ser progressivo, atingindo 7% até 2019 para chegar a 10% nos 5 anos seguintes.

DICA
• Observatório do PNE [28].

Educação Superior
No que se refere às Instituições de Educação Superior (IES), destacam-se como políticas públicas
federais o PROUNI e o REUNI. Antes de apresentá-los, é importante destacar o incremento de matrículas
que ocorreu, nas últimas duas décadas, neste nível. Em 1991, havia quase 1 milhão e 600 mil estudantes
matriculados em cursos de graduação. Em 2017, o montante saltou para um pouco mais de 8 milhões e
200 mil estudantes.

Abaixo, relação de matrículas em IES públicas e privadas:

• em 1995, do total de 1.759.703 estudantes matriculados nas IES, as instituições públicas tinham
700.540 estudantes (39,81%) e as instituições privadas 1.059.163 estudantes (60,19%);

• em 2008, do total de 5.808.017 estudantes matriculados nas IES, as instituições públicas tinham
1.552.953 estudantes (26,74%) e as instituições privadas 4.255.064 estudantes (73,26%).

• Em 2017, do total de 8.286.663 estudantes matriculados nas IES, as instituições públicas tinham
2.045.356 estudantes (24,68%) e as instituições privadas 6.241.307 (75,32%).
Em 2008, o ensino presencial tinha 5.080.056 estudantes (87,47%) e a educação a distância tinha
727.961 estudantes (12,53%). Já em 2017, o ensino presencial tinha 6.690.566 estudantes (78,8%) e a

76
educação a distância quase 1,8 milhão, o equivalente a 21,2% do total de matrículas em todo o ensino
superior.

É interessante mencionar que a Educação a distância cresceu 17,6% em


2017; maior salto desde 2008.

A Lei nº 11.096/05 [29] institucionalizou o Programa Universidade para Todos (PROUNI), que concede
bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em
instituições privadas de educação superior, as quais recebem, em contrapartida, isenção de alguns
tributos.

O PROUNI [30] contempla estudantes egressos do ensino médio da rede pública ou da rede particular
na condição de bolsistas integrais, com renda per capita familiar máxima de três salários mínimos. A
seleção é feita por um sistema informatizado e impessoal, utilizando como critério a nota obtida no Exame
Nacional do Ensino Médio (ENEM).

MULTIMÍDIA
Propaganda ProUni [31] - Aluno de Medicina 2008/2009.

77
No âmbito das universidades públicas federais, em 2007 foi instituído, mediante o Decreto nº
6.096/07 [32], o Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais
(REUNI) [33], objetivando expandir as vagas destas instituições, dotando-as de recursos para ampliar o
acesso e a permanência dos estudantes.

Embora o PROUNI e o REUNI possibilitem a  democratização de acesso às IES, os estudiosos


questionam notadamente: i) o fato de o governo federal utilizar, no PROUNI, o dinheiro público em
instituições privadas, quando deveria alocá-lo nas instituições públicas; e ii) a precarização do trabalho
docente, no REUNI, com o aumento de matrículas em cursos antigos e novos, sem a compatível
contratação de docentes e servidores técnico-administrativos, e o compromisso de melhorar o índice de
concluintes, que, em 2008, era 67% (a meta é 90%), o que pode ensejar a diminuição da qualidade do
ensino, uma vez que fatores externos à Universidade também influenciam a trajetória discente nela.

LEITURA COMPLEMENTAR
PROUNI: democratização de acesso às IES? (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.).

Ceará
A Secretaria de Educação Básica do Estado do Ceará (SEDUC), criada em 15 de setembro de 1916,
está localizada no bairro Cambeba, em Fortaleza, responsável por 32 escolas de ensino pré-escolar, 356
de ensino fundamental e 538 do ensino médio.

A SEDUC tem como missão garantir educação básica com equidade e


foco no sucesso do aluno e por “finalidade definir diretrizes e prioridades
educacionais e coordenar o sistema de educação básica em nível estadual,
garantindo a oferta de um ensino de qualidade e assegurando a
concretização das políticas educacionais adotadas, bem como, a
manutenção e o funcionamento dos Estabelecimentos Oficiais de Ensino
Público do Estado”. (CEARÁ, slide 02)

A SEDUC é composta de vinte (20) Coordenadorias Regionais de Desenvolvimento da Educação


(CREDE) e uma Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza (SEFOR), as quais têm a
responsabilidade de coordenar as políticas educacionais junto às escolas estaduais e às Secretarias
Municipais de Educação, de acordo com a jurisdição.

DICA
As sedes das CREDEs da SEDUC-CE.

Em relação às Políticas Educacionais implantadas pela SEDUC-CE, devem ser citados: o Programa
Alfabetização na Idade Certa (PAIC) [34], que objetiva melhorar os índices de leitura e escrita dos
estudantes cearenses, uma vez que, na Prova Brasil de 2005, os nossos estudantes obtiveram o 8° pior
índice de proficiência em Português e o Ensino Médio Integrado (EMI), no qual o estudante, no contraturno
do Ensino Médio, faz um curso técnico (Enfermagem, Informática, Segurança no Trabalho ou Turismo.

78
PROVA BRASIL

O Saeb 2017, desde sua aplicação, deixou de usar esses nomes que identificavam a avaliação
dos estudantes de anos finais do Ensino Fundamental e Médio. A partir de 2019, com a reestruturação
e ampliação do Saeb, todas as avaliações do Sistema passarão a ser identificadas pelo nome Saeb
acompanhado das etapas de ensino.

MAIS
PAIC

O Programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC) foi transformado em política pública prioritária
do Governo do Estado em 2007. Visa oferecer aos municípios formação continuada aos professores,
apoio à gestão escolar, entre outros aspectos. Iniciou suas atividades com a meta de garantir a
alfabetização dos alunos matriculados no 2º ano do Ensino Fundamental da rede pública cearense.
Juntamente com outras experiências, o PAIC contribuiu para a estruturação por parte Ministério da
Educação do Pacto Nacional Alfabetização na Idade Certa (PNAIC).

É um programa de cooperação entre Governo do Estado e municípios cearenses com a finalidade


de apoiar os municípios para alfabetizar os alunos da rede pública de ensino até o final do segundo
ano do ensino fundamental.

Em 2015, o governo do Estado lançou o MAIS PAIC – Programa de Aprendizagem na Idade Certa.
A medida teve como finalidade ampliar o trabalho de cooperação já existente com os 184 municípios,
que além da Educação Infantil e do 1º ao 5º ano, passou a atender também do 6º ao 9º ano nas
escolas públicas cearenses.

Fonte [35]

Conforme dados do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (Spaece) 2015:

2º ano
Em 2015, 86% das crianças encontram-se alfabetizadas ao término do 2º ano. Em 2007, esse
percentual era de apenas 39,9%.

5º ano
Em 2015, a aprendizagem dos alunos do 5º ano, nas disciplinas de Língua Portuguesa e
Matemática, melhorou em relação ao ano de 2008. Em Língua Portuguesa, o percentual de alunos no
nível adequado subiu para 37,2%, enquanto, em 2008, o nível era de 6,8%. Em Matemática, era de 3,6%
e passou para 32,1%.

6ª ao 9º ano
O Ensino Fundamental II, que inclui as crianças do 6ª ao 9º ano, teve seu acompanhamento pelo
SPAECE, a partir de 2012. Neste ano, o percentual de alunos no nível adequado em Língua Portuguesa
era de 8,6%, subindo, em 2015, para 12,1%. Já em Matemática, o percentual de alunos no nível
adequado passou de 3,9%, em 2012, para 5,9%, em 2015.

79
Fonte [36]
Previsto no Plano Nacional de Educação de 2014, o Novo Ensino Médio surgiu a partir de mudanças
recentes na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para
o Ensino Médio (DCNEM) e da elaboração da parte para o Ensino Médio da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC).

O Novo Ensino Médio [37] possibilita que o próprio estudante escolha em quais áreas do
conhecimento quer se aprofundar, garantindo também a opção por uma formação técnica e profissional
que lhe auxilie na inclusão no mercado de trabalho.

PARADA OBRIGATÓRIA
Historicamente, o Ceará sempre ficou abaixo da (péssima) média nacional nos índices que
medem a qualidade da educação. Mas, na última década, as coisas começaram a mudar no Estado.
Mudaram tão rápido que se tornaram o principal caso de sucesso de políticas educacionais no país."

"Os números mostram que algo diferente aconteceu no Ceará. Por exemplo: todas as 24 melhores
escolas públicas do 1º ao 5º ano do Brasil são cearenses, de acordo com o Índice da Educação Básica
(Ideb) calculado pelo Ministério da Educação (MEC).

Nota: Das 100 escolas públicas com as melhores notas do Brasil no Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica (Ideb), 77 são do Ceará. Uma década atrás, a realidade era diferente.”

Fonte [38]

O desafio, portanto, é continuarmos lutando pela melhoria da Educação, em todos os níveis,


notadamente aquele que acontece nas instituições públicas, com práticas que valorizem a participação da
comunidade, que se manifesta, na sala de aula, no cuidado e no respeito com os saberes discentes e as
relações interpessoais.

OLHANDO DE PERTO
Informações Educacionais do Estado do Ceará (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.).

A Reforma da Educação Básica no Ceará [39] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.).

EXERCITANDO
1. Cite duas políticas educacionais para cada uma das modalidades de ensino.
2. 2. O que é o PNE? Quais são as diretrizes do projeto do PNE 2014/2024?
3. O que é o PDE? Quando ele foi lançado?
4. Em relação às conferências educacionais, responda: i) o que são elas?; ii) qual é a sua finalidade?; e iii)
quem pode participar delas?
5. Cite algumas determinações da Lei nº 11.738/08 e comente a importância dessas para a
transformação da Educação Brasileira.
6. Cite e explique duas políticas educacionais destinadas à Educação Superior.
7. Apresente duas políticas educacionais desenvolvidas pela SEDUC/CE.

80
Estrutura, Política e Gestão Educacional
Aula 03: Políticas Públicas, Gestão e Financiamento da Educação Brasileira e Avaliação do
Sistema Escolar Brasileiro

Tópico 02: Gestão Educacional

AJUDA
Gestão
GIDE – Gestão Integrada da Escola.
PDE – Plano de Desenvolvimento da Escola.
PMMEB – Programa de Modernização e Melhoria da Educação Básica.
PPP – Projeto Político-Pedagógico

Fonte [40]

No art. 206, inciso VI, da CF, está resguardada, in verbis, "[...] gestão democrática do ensino
público, na forma desta Lei;", a qual se constitui num dos princípios que devem orientar o ensino. A
LDB, no seu art. 3º, inciso VIII, ampliou esta determinação, quando afirmou que o ensino será
ministrado com base na, in verbis: "[...] gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da
legislação dos sistemas de ensino;".

Estudamos na aula 2 que os artigos 14 e 15, da LDB, respectivamente, tratam da gestão do ensino
e da autonomia das escolas. Enquanto o artigo 14 apresenta os princípios que os sistemas de ensino
devem observar quando definirem as normas da gestão democrática do ensino público, o artigo 15
garante a autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira das unidades escolares
públicas.

ARTIGOS 14 E 15, DA LDB


Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do
ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e
conforme os seguintes princípios:

I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto


pedagógico da escola;

II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou


equivalentes.

81
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de
educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e
administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito
financeiro público.

Brasil
O MEC desenvolve vários programas e ações [41] que visam ao fortalecimento da gestão democrática
na Educação Básica:

Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação - Pradime [42]

Programa Nacional de Capacitação dos Conselheiros Municipais de Educação - Pró-


Conselho [43]

Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares [44]

Programa de Fortalecimento Institucional das Secretarias Municipais de Educação do


Semiárido - Proforti [45]

Escola de Gestores da Educação Básica [46]

Plano de Desenvolvimento da Escola - PDE - Escola [47]

Fonte [48]

Conforme o Censo Escolar de 2004, cerca de 30% dos gestores escolares têm apenas o nível
médio, motivo pelo qual o Governo Federal tem envidado esforços no sentido de melhorar a sua
qualificação, o que se percebe na Escola de Gestores da Educação Básica [49], que objetiva formar
gestores escolares das escolas públicas da Educação Básica numa perspectiva de gestão
democrática e de efetivação do direito à Educação.

O Conselho Escolar é composto por representantes da comunidade – escolar (direção, representação


dos professores, dos trabalhadores em educação não docentes, dos estudantes e pais/responsáveis
pelos estudantes) e local – os quais têm a responsabilidade de deliberar sobre questões político-
pedagógicas, administrativas e financeiras da escola. Para tanto, o Conselho Escolar precisa determinar
as ações e os meios necessários para alcançar as finalidades desejadas, as quais deverão constar do
respectivo projeto político-pedagógico (PPP).

82
O PPP, cuja elaboração compete ao Conselho Escolar, deve expressar os anseios da comunidade –
escolar e local – enunciando as prioridades e os objetivos de cada unidade acadêmica, bem como os
problemas que precisam ser superados e as estratégias (práticas) coletivas necessárias para alcançar as
metas estabelecidas. Na redação deste documento, devem ser considerados as experiências dos
profissionais, a cultura e o currículo locais, as peculiaridades do sistema de ensino e, ainda, as Diretrizes
Curriculares Nacionais, de modo que ele contemple as demandas e os desafios de uma sociedade cada
vez mais complexa.

LEITURA COMPLEMENTAR
O que é o projeto político-pedagógico (PPP) [50]

PPP e a construção da autonomia e da democracia na escola [51] (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.)

Fonte [52]

Percebe-se, portanto, o quanto o Conselho Escolar constitui-se num importante e indispensável


instrumento para a transformação do cenário escolar, uma vez que ele propicia a participação da
comunidade em todos os momentos do cotidiano educacional (planejamento, execução e avaliação),
favorecendo o desenvolvimento de uma cultura democrática, cidadã, que contempla a maioria, e
afastando a cultura patrimonialista, segregacionista, que favorece apenas alguns, notadamente os
próximos dos "detentores" do poder escolar.

As funções do Conselho Escolar são:

Deliberativas
a) Deliberativas: quando decidem sobre o projeto político-pedagógico e outros
assuntos da escola, aprovam encaminhamentos de problemas, garantem a
elaboração de normas internas e o cumprimento das normas dos sistemas de
ensino e decidem sobre a organização e o funcionamento geral das escolas,
propondo à direção as ações a serem desenvolvidas. Elaboram normas internas
da escola sobre questões referentes ao seu funcionamento nos aspectos
pedagógico, administrativo ou financeiro.

Consultivas
b) Consultivas: quando têm um caráter de assessoramento, analisando as
questões encaminhadas pelos diversos segmentos da escola e apresentando

83
sugestões ou soluções, que poderão ou não ser acatadas pelas direções das
unidades escolares.

Fiscais
c) Fiscais (acompanhamento e avaliação): quando acompanham a execução
das ações pedagógicas, administrativas e financeiras, avaliando e garantindo o
cumprimento das normas das escolas e a qualidade social do cotidiano
escolar.

Mobilizadoras
d) Mobilizadoras: quando promovem a participação, de forma integrada, dos
segmentos representativos da escola e da comunidade local em diversas
atividades, contribuindo assim para a efetivação da democracia participativa e
para a melhoria da qualidade social da educação.

Extraído de: Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

DICA
Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares [53].

Cadernos publicados pelo MEC sobre os Conselhos Escolares [54].

Ceará
É importante destacar as políticas desenvolvidas pela SEDUC no sentido de propiciar a gestão
democrática da educação, com a valorização da participação da comunidade, como se depreende, nas
eleições diretas para diretor, na constituição dos núcleos gestores – Diretor, Coordenador Pedagógico,
Coordenador Administrativo-Financeiro, Coordenador Escolar (Gestão) e Secretário (composição no caso
da escola ser de nível A) – e dos conselhos escolares.

É claro que isso não basta para se ter uma gestão democrática no ambiente escolar, nem é a garantia
de que as decisões emanarão do coletivo, mas representa um avanço, tendo em vista o clientelismo que
campeou, durante décadas, em terras alencarinas (não somente!).

A SEDUC desenvolveu a Gestão Integrada da Escola (GIDE), com o intuito de integrar os documentos
de gestão – Projeto Político Pedagógico (PPP), Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE) e Programa de
Modernização e Melhoria da Educação Básica (PMMEB) – e incrementar os resultados obtidos por eles.

LEITURA COMPLEMENTAR
Parecer do Conselho Estadual de Educação sobre a GIDE.

A DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA
(...) a efetivação de uma lógica de gestão democrática é sempre processual e,
portanto, permanente vivência e aprendizado. É um processo eminentemente

84
pedagógico, que envolve, entre outros, o conhecimento da legislação, a discussão e
a participação nas modalidades de provimento ao cargo de dirigente escolar, a
implantação e consolidação de mecanismos de participação, tais como Conselho
Escolar.

Em uma unidade escolar, normalmente, o diretor assume o papel de


coordenador das atividades gerais da escola e, nesse sentido, assume um conjunto
de responsabilidades a serem partilhadas com os diferentes segmentos da escola.
Há alguns anos, o diretor centralizava em suas mãos a tomada de decisões e
pouco partilhava com as comunidades local e escolar. A complexidade das tarefas
de gestão e organização da escola, o avanço teórico-prático da educação e de sua
gestão, a democratização das relações escolares e a rediscussão das formas de
escolha dos diretores começam a interferir nessa lógica tradicional de gestão. Isso
quer dizer que a organização e a gestão da escola passam a ser assunto dos
diferentes segmentos que compõem as comunidades local e escolar. Nesse
cenário, questões como avaliação educacional, planejamento escolar, calendário,
projeto político-pedagógico, eleições, festas e muitas outras atividades e decisões
contam com a participação cada vez maior dos pais, dos estudantes, dos
professores, dos funcionários, entre outros.

Essas mudanças acarretam a necessidade de se pensar o processo de


organização e os mecanismos de participação na escola e, ainda, de estruturar a
gestão com a participação de outros membros além do diretor. Nessa direção,
algumas escolas passam a ter uma equipe gestora, contando com coordenadores,
supervisores, vice-diretor(es), professores etc., que trabalham coletivamente com o
diretor, buscando soluções e alternativas para melhorar o funcionamento das
escolas.

Mas não é só isso. Muitas escolas têm experimentado o fortalecimento do


Conselho Escolar como espaço de decisão e deliberação das questões
pedagógicas, administrativas, financeiras e políticas da escola. Ou seja, essas
escolas veem o Conselho Escolar como um grande aliado na luta pelo
fortalecimento da unidade escolar e pela democratização das relações escolares.

O processo de democratização da escolha de diretores tem contribuído para


se repensar a gestão escolar e o papel do diretor. Há uma tendência crescente de
entender o diretor como líder da comunidade e como gestor público da educação e
não como mero representante ou preposto de um determinado governo. Refletindo
sobre os diretores eleitos, Paro afirma que

parece que o diretor consegue perceber melhor, agora, sua situação contraditória,
pelo fato de ser mais cobrado pelos que o elegeram. Esse é um fato novo que não
pode ser menosprezado. À sua condição de responsável último pela escola e de
preposto do Estado no que tange ao cumprimento da lei e da ordem na instituição
escolar, soma-se agora seu novo papel de líder da escola, legitimado
democraticamente pelo voto de seus comandados, que exige dele maior apego aos
interesses do pessoal escolar e dos usuários, em contraposição ao poder do Estado.
Isto serviu para introduzir mudanças na conduta dos diretores eleitos, que passaram
a ver com as solicitações de professores, funcionários, estudantes e pais (PARO,
2001, p. 69).

Esse processo de mudança, que amplia o estabelecimento de ações


compartilhadas na escola e fortalece a forma de organização coletiva, com a
estrutura de equipe gestora, e a criação e atuação dos Conselhos Escolares têm se

85
mostrado um dos caminhos para se avançar na democratização da gestão escolar.
Nessa direção, definir claramente as atribuições e o papel político da equipe
gestora e do Conselho Escolar é fundamental. De igual modo, é necessário
destacar as atribuições comuns das duas instâncias e suas formas de articulação
político-pedagógica.

A esse respeito, Paro (2001, p. 81-82) afirma que,

inteirado o conselho numa política mais ampla da gestão escolar, parece que outra
importante questão a ser enfrentada refere-se à necessidade de uma definição mais
precisa de suas funções, dotando-o de atribuições e competências que o tornem
coresponsável pela direção da escola, sem provocar choque de competências com o
diretor [...]. Uma solução que se poderia imaginar para essa questão é a de dotar o
conselho de escola de funções diretivas, semelhantes às que tem hoje o diretor.
Dessa forma, o responsável último pela escola deixaria de ser o diretor, passando a
ser o próprio conselho, em co-responsabilidade com o diretor, que dele também faz
parte. A vantagem desse tipo de solução é que o conselho, na condição de entidade
coletiva, fica menos vulnerável, podendo tomar medidas mais ousadas, sem que
uma pessoa, sozinha, corra o risco de ser punida pelos escalões superiores. Supõe-
se que, assim, o dirigente da escola (o conselho) detenha maior legitimidade e maior
força política, posto que representa todos os setores da escola. Seu poder de
barganha e sua capacidade de pressão, para reivindicar benefícios para a escola,
seriam, também, superiores ao do diretor isolado.

A democratização da gestão por meio do fortalecimento dos mecanismos de


participação na escola, em especial do Conselho Escolar, pode-se apresentar como
uma alternativa criativa para envolver os diferentes segmentos das comunidades
local e escolar nas questões e problemas vivenciados pela escola. Esse processo,
certamente, possibilitaria um aprendizado coletivo, cujo resultado poderia ser o
fortalecimento da gestão democrática na escola.

Nesse processo, o conhecimento e o redimensionamento da legislação,


visando garantir reais possibilidades de participação e organização colegiada, são
fundamentais para a garantia da democratização das relações e do poder na
unidade escolar. Por outro lado, fortalecer instâncias de participação, como o
Conselho Escolar, buscando formas de ampliar a participação ativa de professores,
coordenadores, orientadores educacionais, estudantes, funcionários, pais de
estudantes e comunidade local é muito importante para a efetivação de um
processo de gestão inovador que expresse, a cada dia, as possibilidades de
construção de uma nova cultura escolar.

Extraído de: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad5.pdf [55] (Visite a aula online


para realizar download deste arquivo.)

Como vimos neste tópico, a concepção vigente de gestão educacional rejeita a anterior em que o
poder se concentrava nas mãos apenas do secretário, diretor e/ou professor e privilegia as práticas que
incentivam a ampla participação dos demais agentes. No cenário escolar, o desafio assume tons mais
fortes, tendo em vista que, em virtude do tempo que passamos (profissionais da educação e estudantes)
nesta instituição, podemos (ou não) ter lições proveitosas sobre cidadania, cujo aprendizado nos habilitará
para a vida numa sociedade permeada de injustiça, a qual demanda um esforço coletivo para sua
transformação.

MULTIMÍDIA
LDB – Gestão Democrática e Autonomia Pedagógica (1/2) [56]

86
LDB – Gestão Democrática e Autonomia Pedagógica (2/2) [57]

OLHANDO DE PERTO
Gestão da educação básica e o fortalecimento dos Conselhos Escolares [58] (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.)

Políticas e gestão da educação básica no Brasil: limites e perspectivas [59] (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.)

EXERCITANDO
1. Em relação ao Conselho Escolar, responda: i) como ele é composto?; ii) quais são as suas atribuições?;
iii) qual é a sua importância na democratização da escola, em especial no que se refere ao PPP; e iv)
cite e explique as suas funções.
2. Resolva as seguintes questões sobre o PPP: i) o que significa tal sigla?; ii) quem são as pessoas que
deve elaborá-lo?; iii) o que deve nele constar?; e iv) qual é a sua importância para a transformação da
Educação?
3. O que é a GIDE?

87
Estrutura, Política e Gestão Educacional
Aula 03: Políticas Públicas, Gestão e Financiamento da Educação Brasileira e Avaliação do
Sistema Escolar Brasileiro

Tópico 03: Financiamento da Educação

AJUDA
Financiamento
DRU – Desvinculação de Receitas da União.
FIES– Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior.
FPM – Fundo de Participação do Município.
FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação.
FUNDEF – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério.
FUNDESCOLA – Fundo de Fortalecimento da Escola.
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância.
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Para transformar as políticas públicas em realidade, é necessário, dentre outras coisas, dinheiro ($)!
Nesse tópico, estudaremos as fontes de financiamento da Educação.

Temos assistido, recentemente, a dois fenômenos interessantes. De um lado, uma progressiva


redistribuição de responsabilidades, notadamente no campo educacional, da União para Estados e
Municípios, o que pode permitir ações e gestões mais democráticas. Por outro lado, o incremento dos
percentuais legais dos recursos financeiros destinados à Educação.

PARADA OBRIGATÓRIA
Artigos da CF que tratam do Financimento da Educação (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.).

A LDB, nos artigos 68 a 77, que compõem o TÍTULO VII (Dos Recursos Financeiros), contempla o
financiamento da Educação.

O artigo 68 apresenta as fontes dos recursos públicos destinados à Educação, enquanto o artigo 69
determina os percentuais mínimos de aplicação na manutenção e desenvolvimento do ensino público, da
receita resultante de impostos, da União (18%) e dos Estados, Distrito Federal e Municípios (25%), nos
termos do art. 212 da CF. A fiscalização dos órgãos competentes quanto aos recursos públicos priorizará
os percentuais supra (art. 73).

As despesas consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino são detalhadas no


artigo 70, enquanto o artigo seguinte especifica as que não se enquadram.

88
Objetivando à transparência das origem e destinação destes recursos, o artigo 72 determina que as
receitas e despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino serão apuradas e publicadas nos
balanços do Poder Público.

O regime de colaboração entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios quanto ao padrão mínimo
de oportunidades educacionais para o ensino fundamental é celebrado no artigo 74.

Os artigos 75 e 76 tratam, respectivamente, da ação supletiva e redistributiva da União e dos Estados


com vista a corrigir as disparidades de acesso e garantir o padrão mínimo de qualidade de ensino, sendo
condicionado todavia ao cumprimento, por parte dos entes federados, do disposto nesta Lei.

Recursos públicos podem ser utilizados por escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, que
atenderem os requisitos elencados no artigo 77.

PARADA OBRIGATÓRIA
Artigos 68 a 77, da LDB (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

ORIGEM DOS RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS PARA A EDUCAÇÃO


O sistema de financiamento da educação no Brasil está estruturado em um
conjunto de preceitos constitucionais que regem o gasto das receitas gerais, um
certo número de fontes vinculadas à educação e uma variedade de instituições
criadas para cumprir objetivos educacionais específicos. Em geral, a prioridade
declarada tem sido colocada como sendo a educação básica, mas nem sempre, na
prática, a redistribuição tem refletido essa prioridade (Xavier; Marques, 1994).

No caso da União, os recursos orçamentários provêm de fontes ordinárias e de


recursos orçamentários vinculados, entre os quais se destacam:

a) 1/3 dos recursos do Salário-educação; b) 18%, no mínimo da


receita resultante de impostos; c) operações de créditos, como os
financiamentos do Banco Mundial; e d) créditos internos, como
parte da receita do antigo Fundo de Apoio ao Desenvolvimento
Social (FAZ) e Crédito Educativo.

Os Estados têm obrigação constitucional de alocar para o ensino fundamental:


2/3 dos recursos do Salário-educação arrecadados no próprio Estado; 25%, no
mínimo, dos recursos da receita própria de impostos, decorrentes do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre a Transmissão
de Bens Imóveis e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores e taxas
diversas; 25%, no mínimo, dos recursos transferidos pela União, entre eles os do
Fundo de Participação dos Estados (FPE); e outros recursos, provenientes de cotas
adicionais do Salário-educação sob a responsabilidade da União e outras
transferências.

Nos municípios, a Educação é financiada por 25%, no mínimo, dos recursos da


receita própria de impostos municipais, inclusive o Imposto Predial e Territorial
Urbano, Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza e Imposto sobre Vendas a

89
Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos; por 25%, no mínimo, dos recursos
transferidos pela União, entre eles os do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM); por 25%, no mínimo, dos recursos transferidos pelo Estado; e por outros
recursos provenientes da União os dos Estados, como cotas do Salário-educação
ou transferências.

Extraído de França (2004, p. 71).

Durante a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada, em 1990, na cidade de
Jomtien, na Tailândia, que foi promovida pela Unesco, Unicef, PNUD e Banco Mundial, foi aprovada uma
resolução, assinada pelo Brasil, em defesa da melhoria da educação básica, propiciando a todos o direito
de terem acesso aos conhecimentos básicos necessários à vida digna, marca inalienável de uma
sociedade justa.

Em virtude deste compromisso, o Brasil elaborou, em 1993, o Plano Decenal de Educação para Todos
[60], cuja meta principal era assegurar, no período de 1993 a 2003, a crianças e adolescentes em idade
escolar o acesso aos conteúdos mínimos em matéria de aprendizagem que respondam às necessidades
elementares da vida contemporânea, que se expressaria na universalização da educação fundamental e
na erradicação do analfabetismo.

Estes acontecimentos ensejaram a criação, em 1998, do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do


Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), mediante a Lei nº 9.424/96 [61] (texto
original).

Os estudiosos do FUNDEF reconhecem a importância de garantir o


financiamento do Ensino Fundamental e de propiciar a descentralização
financeira. Destacam, ainda, a determinação legal de destinar pelo menos
60% dos recursos do FUNDEF ao pagamento de todos os profissionais do
magistério em exercício, incluindo os professores em sala de aula, os
profissionais em atividades pedagógicas e a habilitação dos leigos, o que
propiciou o financiamento da educação em regiões mais pobres do País.

Por outro lado, eles criticam o fato de que parte dos recursos alocados neste nível provêm de outros
níveis, ou seja, como se diz popularmente, "cobrindo um santo e descobrindo outro". Outra ressalva refere-
se ao valor aluno-ano pago pela União, uma vez que ele está defasado, obrigando, assim, Estados e
Municípios a arcarem com o déficit contábil.

Nos anos 90, foram aprovadas, pelo Congresso Nacional, duas normas que diminuíram, de forma
substancial, os recursos destinados à Educação: a DRU e a Lei Kandir.

Em 1994, entrou em vigor a Desvinculação de Receitas da União (DRU), que permite que 20% da
receita da União seja aplicada como ela desejar, o que implicava na redução do percentual da Educação
de 18% para 13,4%. Em novembro de 2009, foi promulgada a Emenda Constitucional n° 59, que determina
que as verbas da Educação não sejam mais retidas pela DRU. Em 2009, a retenção será de 12,5%, em

90
2010, o percentual cairá para 5% e em 2011, será zerada, ou seja, a Educação receberá integralmente os
recursos financeiros que têm direito, conforme a Constituição.

Em termos de cifras, o MEC estima que, neste período, a Educação deixou de receber cerca de R$ 100
bilhões. Com o fim da DRU na Educação, o governo liberará ao MEC, já em 2009, cerca de R$ 4 bilhões, e
em 2010, cerca de R$ 7 bilhões.

A Lei Kandir, de 1996, determinou a desoneração das exportações do ICMS, que incide sobre produtos
e serviços. Se por um lado, esta medida incrementa a Economia, por outro lado, reduz o montante
arrecadado deste imposto, o qual é, proporcionalmente, repassado a Estados e Municípios.

Descrição da imagem:

Fonte [62]

Objetivando ampliar a sua atuação no cenário educacional, o governo federal propôs e o Congresso
Nacional aprovou a substituição do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do Magistério (FUNDEF) pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e
de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), mediante a Lei nº 11.494/07 [63].

DICA
FUNDEB (MEC) [64].

FUNDEB (FNDE) [65].

Fundo que financia a Educação Básica no País. [66].

Recursos do FUNDEB: origem, utilização e fiscalização (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.).

MULTIMÍDIA
Políticas públicas - FUNDEB (1/2) [67]

Políticas públicas - FUNDEB (2/2) [68]

Uma contribuição social muito importante para a Educação pública é o salário-educação (art. 212, §
5º, da CF), que é recolhido pelas empresas contribuintes no percentual de 2,5% sobre o total de
remunerações pagas ou creditadas aos segurados e repassado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE) [69].

91
O FNDE é uma autarquia do MEC e tem como missão prestar assistência financeira e técnica e
executar ações que contribuam para uma educação de qualidade a todos.

DICA
Salário-educação [70].

O Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) [71], criado pela Lei nº 10.260 [72],
de 12 de julho de 2001, financia a graduação de estudantes em instituições não gratuitas. A Lei nº 13.530
[73] de 07 de dezembro de 2017, alterou alguns dispositivos originais, por exemplo, beneficiar estudantes
matriculados em cursos da educação profissional, técnica e tecnológica, e em programas de mestrado e
doutorado com avaliação positiva, desde que haja disponibilidade de recursos, nos termos do que for
aprovado pelo Comitê Gestor do Fundo de Financiamento Estudantil (CG-Fies).

São esses os programas implementados, atualmente, pelo FNDE [74]:

• Alimentação escolar (PNAE) [75]


• Bolsas e Auxílios [76]
• Programas do Livro (PNBE e PNLD) [77]
• Brasil Carinhoso [78]
• Caminho da escola [79]
• Dinheiro direto na escola (PDDE) [80]
• Formação pela escola (FPE) [81]
• Plano de ações articuladas (PAR) [82]
• Livro didático [83]
• Plano de ações articuladas (PAR) [84]
• ProInfância [85]
• Transporte do escolar (PNATE) [86]
• Banda Larga nas Escolas (PBLE) [87]
• Tecnologia Educacional (ProInfo) [88]
• Suplementares [89]
Devem ser citadas, também, essas ações que impactaram positivamente na Educação Básica:

• Planejamento Estratégico [90]


• Mais Brasil [91]
• Plano de Logística Sustentável [92]
• Compras Governamentais [93]
• Prestação de Contas [94]

LEITURA COMPLEMENTAR
A Conferência de Jomtien [95]

O Banco Mundial e a Educação [96]

Financiamento da educação infantil (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Financiamento do ensino médio [97] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

92
OLHANDO DE PERTO
Financiamento da Educação e Políticas Públicas [98] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.)

Implicações do Programa Dinheiro Direto na Escola para a gestão democrática da escola pública
(Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Perspectivas e desafios no debate sobre financiamento e gestão da Educação: da CONAE a um novo


PNE (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Política de Fundos e o financiamento da educação [99] (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.)

EXERCITANDO
1. Quais são os percentuais mínimos de aplicação na manutenção e desenvolvimento do ensino público
da receita resultante impostos dos diferentes níveis de poder?
2. Elenque algumas despesas que são consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino.
3. Em que escolas o dinheiro público pode ser utilizado?
4. O que era o FUNDEF? Cite algumas de suas determinações legais.
5. O que é a DRU? Como ela influenciou o financiamento educacional?
6. O que é o FUNDEB? Cite algumas de suas determinações legais.
7. O que é o salário-educação? Como ele é utilizado na melhoria da Educação? Cite alguns programas
financiados pelo FNDE.

93
Estrutura, Política e Gestão Educacional
Aula 03: Políticas Públicas, Gestão e Financiamento da Educação Brasileira e Avaliação do
Sistema Escolar Brasileiro

Tópico 04: Avaliação do Sistema Escolar Brasileiro

AJUDA
Instrumentos, índices e sistemas de avaliação
Brasil
ANEB – Avaliação Nacional da Educação Básica.
ANRESC – Avaliação Nacional do Rendimento Escolar.
ENADE – Exame Nacional de Desempenho de Estudantes.
ENCCEJA – Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos.
ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio.
IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.
PISA – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes.
SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica.
SINAES – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior.
SISU – Sistema de Seleção Unificada.

Ceará
SPAECE – Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará.

No contexto educacional, compreende-se, cada vez mais, que a avaliação não está apenas no final do
processo, mas deve estar presente em todos os momentos. Para planejar uma política o gestor precisa
conhecer a realidade, ou seja: elaborar um diagnóstico.

Brasil
Desde o final dos anos 90, o MEC tem criado diversos instrumentos, índices e sistemas para avaliar a
qualidade da Educação Brasileira. Na sua prática docente, é fundamental que o(a) licenciado(a) os
conheça.

Com as informações colhidas, o MEC e as Secretarias estaduais e municipais de Educação


identificam as áreas que demandam ações para aprimorar a qualidade da Educação e reduzir as
desigualdades.

Educação Básica
O Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) [100] é composto por três avaliações externas:
Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) [101], ,Avaliação Nacional de Rendimento Escolar (ANRESC)
[102] também conhecida como Prova Brasil, e a Avaliação Nacional da Educação Básica (ANEB) [103].

Em junho de 2018, o MEC anunciou que, a partir de 2019, as siglas ANA, Aneb e Anresc, deixarão de
existir e todas as avaliações passarão a ser identificadas pelo nome Saeb, acompanhado das etapas,
áreas de conhecimento e tipos de instrumentos envolvidos.

Sobre cada avaliação:

94
ANA
Na ANA, os estudantes do segundo ano do ensino fundamental serão avaliados como nova etapa
de referência para a alfabetização, adequando-se à BNCC. A Base antecipou a meta de alfabetização
do país para a faixa etária de sete anos, idade em que a criança está matriculada no segundo ano.
Segundo explicou Rossieli Soares, “Teremos em 2019, pela primeira vez, a aplicação da prova da
alfabetização ao final do segundo ano, pegando mais de 70% das crianças com oito anos e alinhado
com a BNCC”.

ANRESC
A ANRESC (Prova Brasil), que é censitária, abrange estudantes do 5º e 9º anos do Ensino
Fundamental, matriculados em escolas públicas urbanas e rurais com pelo menos 20 estudantes.

A partir de 2019, os estudantes do nono ano, além de língua portuguesa e matemática, passarão
por questões de ciências da natureza e ciências humanas.

ANEB
A ANEB, que é amostral, contempla estudantes do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental, das redes
pública (urbano e rural) e privada, e do 3º ano do Ensino Médio das redes pública (urbana e rural) e
privada.

As avaliações do Saeb são facultativas para as escolas particulares, mas o governo federal espera
ampliar e contar com uma participação cada vez maior das instituições privadas.

LEITURA COMPLEMENTAR
SAEB (INEP) [104]

SAEB: Histórico e instrumentos (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) foi criado em 1998 para avaliar o desempenho do
estudante ao final da Educação Básica. Com caráter facultativo, o ENEM era utilizado para selecionar
estudantes interessados em receber bolsa do Programa Universidade para Todos (PROUNI).

Em 2009, o MEC propôs a reformulação do ENEM, com a sua utilização como forma de seleção
unificada nos processos seletivos das universidades públicas federais. Para saber mais sobre o ENEM,
visite o MEC [105] e o INEP [106]. A partir de 2010, o ENEM tornou-se obrigatório para todos os estudantes
do ensino médio público, permitindo, desta forma, a certificação dos cursos. Em virtude da organização de
conteúdos (Linguagens e códigos, Matemática, Ciências da natureza e Ciências humanas) e das
características das questões, o novo formato do ENEM tem propiciado um debate sobre a reforma do
currículo do ensino médio, com a crescente integração entre as disciplinas que compõem cada área.

MULTIMÍDIA
Novo ENEM [107]

O Sistema de Seleção Unificada (SISU) [108] foi instituído e regulamentado pela Portaria Normativa nº
02 [109] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.), de 26 de janeiro de 2010, do Ministério

95
da Educação, com o objetivo de selecionar candidatos a vagas em cursos de graduação ofertados pelas
instituições públicas de educação superior que a ele aderirem. O estudante precisa ter nota no ENEM para
se inscrever no SISU, uma vez que ela é o critério adotado para selecionar os candidatos. No SISU, o
estudante pesquisa as instituições e os seus respectivos cursos participantes, bem como as vagas
disponíveis.

O Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA) [110] foi
instituído através da Portaria nº 2.270 [111] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.), de
14 de agosto de 2002, com a finalidade de avaliar as habilidades e competências básicas de jovens e
adultos, em nível do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, que não tiveram oportunidade de acesso à
escolaridade regular na idade apropriada. Para obter a certificação de conclusão de uma dessas etapas
educacionais, o participante se submete a uma prova e precisa alcançar o mínimo de pontos exigido. O
exame é aplicado anualmente e a adesão das redes de ensino é opcional.

MULTIMÍDIA
O Brasil no PISA [112]

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) [113] foi criado em 2007 e é calculado com
base no desempenho do estudante em avaliações do INEP [114] (ANEB e ANRESC) e em taxas de
aprovação, conforme o Censo Escolar [115]. Para que o IDEB (varia de 0 a 10) cresça é preciso que o aluno
aprenda, não repita o ano e frequente a sala de aula. Para conhecer o IDEB – do Brasil, de um estado, de
um município e de uma escola - clique aqui [116].

Os Os resultados do IDEB em 2005, 2007, 2009, 2011, 2013, 2015, 2017 e projeções para o Brasil,
revelam, dentre outras coisas:

• a melhoria mais significativa ocorreu nos anos iniciais do ensino fundamental;


• nos anos finais do ensino fundamental, o acréscimo foi modesto, embora consistente;
• no ensino médio, houve apenas uma leve mudança positiva;
• a diferença entre a escola pública e a escola privada é muito grande;
• a maioria das metas para 2017 foram atingidas;
• a Educação ainda está muito longe das metas de 2021, embora seja significativa a caminhada
registrada por esses índices.

MULTIMÍDIA
IDEB [117]

A Provinha Brasil [118], criada em 2008, diagnostica o nível da alfabetização e do letramento, no início
e no final do ano letivo, dos estudantes matriculados no segundo ano do ensino fundamental, permitindo
que os professores e os gestores escolares acompanhem, avaliem e melhorem a Educação ofertada a
esta clientela, com vistas a atingir uma das metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE): todas
as crianças devem saber ler e escrever até os oito anos de idade. A partir do 2º semestre de 2011,
também será aplicada a Provinha Brasil de Matemática. Em 2012, as provas de Leitura e Matemática
serão aplicadas duas vezes.

Educação Superior

96
A Educação Superior também tem seus instrumentos de avaliação – das instituições, dos cursos e do
desempenho dos estudantes – que compõem o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
(SINAES) [119], que foi criado pela Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004.

Os dados obtidos no SINAES permitem que as Instituições de Educação Superior (IES) avaliem a sua
qualidade, que os órgãos públicos planejem políticas educacionais e que a sociedade oriente as suas
escolhas considerando a realidade dos cursos e das IES.

A Avaliação Institucional contempla a autoavaliação (coordenada pela Comissão Própria de Avaliação


– CPA – de cada instituição) e a avaliação externa (realizada por comissões designadas pelo INEP).

Conforme o SINAES, os cursos de Graduação precisam ser avaliados periodicamente, passando por 3
momentos: autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento. A Avaliação dos cursos de
Graduação gera, dentre outras informações, o Índice Geral de Cursos (IGC) e o Conceito IDD (Indicador de
Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado).

O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) avalia, com o mesmo instrumento,
estudantes ingressantes dos cursos de áreas definidas pelo ciclo avaliativo (que tenham cumprido até
25% da carga horária mínima) e concluintes (no final do curso – a partir de 80% da carga horária total),
para mensurar o desempenho dos estudantes com relação aos conteúdos previstos nas diretrizes
curriculares dos cursos de graduação, o desenvolvimento de competências e habilidades referentes à
formação geral e profissional, bem como o nível de atualização dos estudantes com relação à realidade
brasileira e mundial. No período de 1996 a 2003, os cursos de graduação eram avaliados apenas pelo
Exame Nacional de Cursos [120], que ficou conhecido como Provão.

DICA
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior [121]

Avaliação dos cursos de Graduação [122]

Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) [123]

OLHANDO DE PERTO
A contribuição da educação infantil de qualidade e seus impactos no início do ensino fundamental
(Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Doze motivos favoráveis à adoção do ENEM pelas IFES (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.)

ENEM: regulação da qualidade do Ensino Médio e o vestibular (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.)

Possíveis impactos das políticas de avaliação no currículo escolar. (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.)

Ceará
A SEDUC implantou, em 1992, o Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará
(SPAECE [124]), que fornece informações da qualidade da Educação disponibilizada na rede pública, as
quais são ponto de partida para a formulação e acompanhamento das políticas educacionais.

97
O SPAECE tem três focos: a alfabetização (2° ano do Ensino Fundamental), o ensino fundamental (5°
e 9° anos) e o ensino médio (1ª, 2ª e 3ª séries). Nestes dois últimos, as provas avaliam as competências e
habilidades nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática.

AVALIAÇÃO DO SISTEMA ESCOLAR BRASILEIRO


Instrumentos avaliativos do sistema escolar brasileiro.

EXERCITANDO
1. Quais são os instrumentos, índices e sistemas de avaliação da Educação Brasileira? Identifique o
público alvo e o conteúdo de cada um desses instrumentos, índices e sistemas avaliativos.
2. O que é o SISU?
3. Explique, detalhadamente, como a Educação Pública no Ceará é avaliada.

ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
1. Leia um artigo das seções Olhando de Perto desta aula e redija um texto com as seguintes
informações: i) O título e o(a) autor(a); ii) As principais ideias do documento; e iii) Sua opinião
(concorda ou discorda), com argumentos, sobre as ideias citadas no item anterior e o que você
aprendeu (e/ou as dúvidas que surgiram) com esta atividade. Coloque a sua produção
(Aula3_AP1.doc) no seu portfólio.

2. Objetivando consolidar o que estudamos ao longo desta disciplina, vocês vão realizar uma pesquisa de
campo numa escola pública, conforme o roteiro anexo (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.). A pesquisa é dividida em duas partes. A primeira parte pode ser feita coletivamente
(até quatro estudantes por grupo), enquanto a segunda parte é individual. Coloque o resultado
(Aula3_AP2.doc) nos Portfólios individual e do grupo.

FÓRUM
Apresente e comente dois aprendizados que você teve ao cursar essa disciplina. A partir deles, o
que você poderá fazer para contribuir para o sucesso das políticas educacionais? Comente, com
argumentos e/ou exemplos, a participação de dois/duas colegas.

REFERÊNCIAS
BRASIL. MEC. Secretaria de Educação Básica. Caderno 1: Conselhos Escolares: democratização da
escola e construção da cidadania. Disponível aqui [125] (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.). Acesso em: 02 jul. 2019.

98
______. MEC. Secretaria de Educação Básica. Caderno 5: Conselho Escolar, gestão democrática de
educação e escolha do diretor. Disponível aqui [126] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.). Acesso em: 02 jul. 2019.

______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação


nacional. Disponível aqui [127]. Acesso em: 02 jul. 2019.

______. Lei no 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação. Disponível aqui
[128]. Acesso em: 02 jul. 2019..

CEARÁ. Estrutura organizacional da SEDUC.

FRANÇA, Magna. Financiamento da educação: política, mobilização de recursos e programas para o


ensino fundamental. In: CABRAL NETO, Antônio (Org.). Política educacional: desafio e tendências.
Porto Alegre: Sulina, 2004. p. 67-96.

Fontes das Imagens

1 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9665.htm#art9
2 - http://portal.mec.gov.br/secretaria-de-educacao-basica/apresentacao
3 - http://portal.mec.gov.br/setec-secretaria-de-educacao-profissional-e-tecnologica
4 - http://portal.mec.gov.br/sesu-secretaria-de-educacao-superior
5 - http://portal.mec.gov.br/secretaria-de-regulacao-e-supervisao-da-educacao-superior-seres/apresentacao
6 - http://portal.mec.gov.br/secretaria-de-alfabetizacao
7 - http://portal.mec.gov.br/secretaria-de-modalidades-especializadas-de-educacao
8 - http://www.ibc.gov.br/o-ibc
9 - http://portal.mec.gov.br/ines
10 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5800.htm
11 - https://www.capes.gov.br/pt/uab
12 - http://www.capes.gov.br/
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