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INFOGRÁFICOS
Coletânea de infografia temática
Organizadora Autores
Nadja Cristiane Lappann Botti Daniela da Silva Veríssimo
Érica Domingues de Souza
Guilherme Nogueira de Souza
Ieda Aparecida Diniz
Lorena Gonçalves Campos
Maristela Expedita Godoi Terrezza
Nadja Cristiane Lappann Botti
Natália Milagre Brezolini
Vanessa Ayres Tibiriçá
Organizadora
Nadja Cristiane Lappann Botti
SUICÍDIO EM
INFOGRÁFICOS
Coletânea de infografia temática
1ª edição
Divinópolis
UFSJ
2019
Projeto e diagramação: Nadja Cristiane Lappann Botti
Capa: Piktochart
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................... 6
Apresentação ...................................................................................................... 10
Capítulo 1
Iniciação à infografia ........................................................................................ 13
Capítulo 2
Infografia da história do suicídio .............................................................. 26
Capítulo 3
Infografia do suicídio no mundo e nas Américas ............................. 47
Capítulo 4
Infografia do suicídio no Brasil e em Minas Gerais ......................... 69
Capítulo 5
Infografia do suicídio no ciclo vital ......................................................... 93
6
O livro coloca informação de valor e de relevância
científica ao alcance de gestores, trabalhadores,
educadores, famílias, jovens, idosos, enfim a todos
aqueles a quem a temática interessa, ou seja, a todos e
a cada um de nós.
7
Em resumo, traz esta mensagem simples e amorosa: a
vida precisa de cuidado. Não recuar diante de um tema
cercado de julgamentos, silêncios, temores e tratá-lo à
luz do dia com muitas cores e uma quantidade enorme
de saber e de conhecimento agregado é motivo para se
celebrar.
8
APRESENTAÇÃO
Teia Vita
Grupo de Trabalho de Valorização da Vida e Suicidologia
APRESENTAÇÃO
O livro digital, “Suicídio em infográficos: Coletânea de
infografia temática”, foi produzido pelo Teia Vita-Grupo
de Trabalho de Valorização da Vida e Suicidologia da
Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ).
10
“Infografia do suicídio no mundo e nas Américas”, 3º
capítulo, apresenta infográficos da epidemiologia do
suicídio e políticas públicas de prevenção.
Teia Vita
Grupo de Trabalho de Valorização da Vida e Suicidologia
INFOGRAFIA PARA DIVULGAÇÃO DA CIÊNCIA
Reconhecemos o letramento Socialmente, a divulgação
como uso da escrita em científica objetiva tornar
práticas sociais, assim, o acessível a maior número de
letramento científico abraça pessoas os resultados de
além do estudo da ciência e pesquisas, ou seja, divulgar
tecnologia também sua e difundir a ciência. Logo, a
relação com a sociedade. divulgação científica não se
destina a tornar as pessoas
Portanto, a ciência pode ser . especialistas, mas permitir
abordada na divulgação de acesso ao conhecimento e
sua própria(1)*: debate dos fenômenos
- natureza (teorias, fórmulas mundiais. Desse modo,
ou métodos) concordamos com sua dupla
- relação com a sociedade finalidade, a educativa e a
cidadã(4).
É importante frisar que não
se trata de uma abordagem Então perguntamos:
excludente, ao contrário, de - Por que divulgarmos a
complementar(1). ciência?
13
* Nesse livro digital os números entre parenteses se referem as bibliografias utilizadas e
listadas respectivamente ao final de cada capítulo.
Logo, perguntamos:
- Como podemos comunicar a ciência?
Encontramos duas formas: a comunicação científica e a
divulgação cientifica. A 1ª é restrita à comunidade de
especialistas em determinada área, e a 2ª, é indicada
ao público, isto é, a comunidade em geral.
(Infog. 1).
INFOGRÁFICO 1
14
No contexto da divulgação - Realiza ação demonstrativo
da ciência consideramos e argumentativa
diferentes linguagens para - Divulga fatos e fenômenos
apresentar e significar científicos midiaticamente
melhor a informação, sendo -Integra ações de letramento
o infográfico uma dessas científico formal e informal
formas de textualização.
Então perguntamos:
- O que é um infográfico?
Na infografia, reconhecemos
que recursos plásticos e
verbais potencializam as
informações da ciência.
Assim, o infográfico, na
divulgação científica(8):
15
Então: Como fizemos os infográficos?
(Infog. 2)
INFOGRÁFICO 2
16
1ª etapa-Coleta de dados ou 3ª etapa – Execução:
informações: Consideramos que quando a
O infográfico é elaborado a 2ª etapa é bem detalhada
partir de objetivos claros e facilita muito a execução
perguntas formuladas sobre infográfica.
a temática a ser tratada.
Nesse momento, tanto
Nesse livro digital definimos elementos visuais quanto
o suicídio como temática, verbais serão utilizados de
sendo desenvolvido em forma indissociável, assim,
particular os aspectos formando uma narrativa
históricos, epidemiológicos coerente. Destacamos que
.
e do ciclo vital. tais elementos podem estar
dispostos de maneira a
Nessa etapa é importante construir infografias com
pesquisarmos (livros, fotos, maior ou menor elaboração
documentos etc.), para que estética(9).
os dados achados possam
ser organizados e, então, a Mas, o objetivo principal de
infografia seja, planejada e um infográfico é sua
produzida(9). funcionalidade, portanto,
produzir informação de
2ª etapa - Planejamento: qualidade e compreensível
Nessa fase, a organização na sua totalidade(10).
das informações ou dados
são essenciais, garantindo Compartilhamos, nesse livro
que eles possam ser digital, a ideia que estética
entendidos e transformados e conteúdo não brigam,
em conhecimento. O uso de assim é possível utilizarmos
um esboço auxilia esse bem ambos elementos.
passo, podendo inclusive
apontar algumas lacunas de Destacamos que a estética
informação. deve servir para atrair a
curiosidade do leitor e
Nesse caso, é necessário contribuir com o processo
voltar à etapa de coleta de de memorização(10)
dados, mostrando que não
há linearidade no processo
de produção infográfica(9).
17
Descobrimos na internet Pensando nisso, no Brasil
várias ferramentas gratuitas temos uma campanha
para construção de chamada Setembro Amarelo
infográficos. Nesse livro iniciada, em 2015, pelo
digital utilizamos: Canva, Centro de Valorização da
Easel, Piktochart e Visme. Vida (CVV) que pretende dar
maior visibilidade do
Orientamos que estas problema do suicídio e
ferramentas se encontram orientar maior número
disponíveis nos endereços: possível de pessoas sobre a
importância de falar sobre o
https://www.canva.com/ assunto(12).
.
https://www.easel.ly/
https://piktochart.com/
https://my.visme.co
18
Mundialmente, temos a Associação Internacional de
Prevenção do Suicídio que estimula a divulgação da
causa, vinculado ao dia 10 de setembro, data que se
comemora o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio(13).
Então, perguntamos:
Por que falar é a melhor solução?
(Infog. 3)
INFOGRÁFICO 3
19
Porque é preciso romper Ressaltamos que enfrentar a
este silêncio e invisibilidade invisibilidade do fenômeno
para que a prevenção seja do suicídio possibilita o
possível (Infog. 4). Visto que: desenvolvimento de novas
perspectivas de cuidado,
- Maior visibilidade do acolhimento, compreensão
fenômeno do suicídio como e valorização da vida(14).
problema de saúde pública
possibilita abertura para
que todos possam contribuir
para seu enfrentamento(14),
pois como trata-se ainda, de
um tabu social, vemos como
intervenção de profissionais
da saúde, ainda que falar
sobre prevenção do suicídio
devesse ser abordado de
forma mais ampla(15).
20
Sabemos que falar é a Como os tabus precisam ser
melhor opção mas, também quebrados, concordamos
reconhecemos que não se que partilhar informações
trata de uma tarefa fácil e sobre o tema é a solução, já
comum. que a morte por suicídio
(Infog. 4). pode ser prevenida(12).
Consideramos que a
exposição de temáticas
considerados tabus sociais
oportuniza significativo
saber, e assim, favorece o
enfrentamento de questões
dilemáticas que rodeiam a
vida humana, em sociedade,
como por ex., a morte por "NO BRASIL,
suicídio(20). O CVV É O PRINCIPAL
No nosso país, o CVV é o MOBILIZADOR
principal mobilizador da
campanha do Setembro
DO SETEMBRO AMARELO"
Amarelo, porque acredita
que quanto mais se falar
sobre o assunto, melhor
será o entendimento das
causas que levam ao
suicídio, e, assim, quanto
mais se entender, melhor
será a prevenção(12).
21
Ressaltamos a importância de se interrogar:
- Por que falar é a melhor solução?
Porque para a prevenção do suicídio ser possível torna-
se imperativo romper o silêncio e invisibilidade em
torno desse modo de se morrer.
(Infog. 4).
INFOGRÁFICO 4
22
REFERÊNCIAS
(1) Cunha RB. Alfabetização científica ou letramento
científico? Interesses envolvidos nas interpretações da
noção de scientific literacy. Rev Bras Educ. 2017; 22(68)
:169-186.
23
(11) Moutinho AC. Do défice à coesão – econometria de
bolso sobre a comunicação da ciência. Coleção
Públicos, 2007;5:19-26.
24
CAPÍTULO 2
Infografia da história
do suicídio
Teia Vita
Grupo de Trabalho de Valorização da Vida e Suicidologia
INFOGRAFIA DA HISTÓRIA DO SUICÍDIO
A morte, por mais estudada É difícil definirmos a data
que seja, continua sendo quando ocorreu o primeiro
um mistério. Em geral lidar suicídio, mas descobrimos
com ela, ainda, não é fácil e que ele sempre esteve
por essa razão pode assustar presente na história da
tanto(1). E, assim, podemos humanidade por isso não é
considerar que se trata do o “mal do século XXI”.
tabu da morte(1).
Constatamos o suicídio,
Se a morte é um tabu social, como um fenômeno humano
o suicídio, é o maior deles e universal, presente em
na nossa sociedade. Dessa todos os períodos históricos
maneira, quando falamos sendo tão antigo quanto a
sobre suicídio lidamos com própria existência da
um tabu - o tabu da morte humanidade.
violenta(2).
Na história da humanidade,
Vemos maior aceitação no encontramos múltiplos
país da "morte morrida" do entendimentos acerca do
que da “morte matada”. Por suicídio, a depender dos
isso, o suicídio, também princípios sociais, religiosos,
para os brasileiros, é uma intelectuais, filosóficos e
das formas de morrer menos econômicos de cada época
aceita, uma vez que implica histórica(4).
na escolha voluntária de
uma pessoa por ceifar sua
vida(3).
A compreensão do suicídio
como fenômeno social, para
além do aspecto biológico,
familiar, psicológico ou
"MORTE POR SUICÍDIO:
psiquiátrico, configura-se UM TABU QUE MATA"
imperativo para o alcance
da prevenção dessa morte
matada.
26
INFOGRAFIA DO SUICÍDIO NA IDADE ANTIGA
O suicídio foi aceito na maioria das culturas antigas
como na civilização mesopotâmica, viking, esquimó,
maia, egípcia e greco-romana.
(Infog. 5)
INFOGRÁFICO 5
27
Na Mesopotâmia vemos o A civilização maia adorava
mito que o primeiro homem Ixtab, deusa do suicídio e
foi modelado com barro e consorte Chamer, deus da
sangue do suicídio do deus morte. O suicídio, para os
Bêl. Esse mito conta que o maias, era uma forma
deus decapitou a si mesmo honrosa de morrer sendo
e o seu sangue foi coletado protegidos pela deusa e
por mais deuses, misturado conduzidos a um paraíso
com terra, e então com a especial(6).
massa deram forma ao
homem. Assim, a civilização Na civilização egípcia temos
mesopotâmica acreditava . o poema “Diálogo de um
que daí resultava sua desesperado com seu ‘ba’”.
sabedoria, pois o barro dos Esse poema conta o debate
mortais estava misturado entre um homem cansado
com sangue divino(5). da vida e sua alma. No meio
do diálogo encontramos a
Os vikings acreditavam no argumentação do homem
Valhalla, paraíso onde havia querendo deixar sua vida e
o palácio daqueles que da alma na tentativa de
morriam de forma violenta. convencê-lo ao contrário(7).
Somente esses mortos
poderiam entrar no paraíso Entre os povos gregos e os
e participar do banquete romanos descobrimos vários
presidido pelo deus Odin. motivos e formas utilizadas
Nessa festa, sentavam-se para tirar a própria vida,
próximos ao deus Odin, os sendo que muitas vezes,
guerreiros mortos em uma questão estava ligada
campos de batalha e os diretamente à outra(6).
suicidas(6).
28
A civilização antiga greco -
romana apresentava uma
variedade de motivos para o
suicídio:
29
INFOGRAFIA DO SUICÍDIO NA IDADE MÉDIA
Na Idade Média vemos uma mudança da perspectiva
histórica, social e cultural sobre o suicídio marcando
clara ruptura com a antiguidade clássica quando era
compreendido como prova de coragem.
(Infog. 6)
INFOGRÁFICO 6
30
Santo Agostinho, contando - Conselho de Auxerre (578)
com o V Mandamento "Não encontramos a deliberação
matarás”, considera a morte de calúnia da memória de
por suicídio um ato quem suicida, o enterro do
pecaminoso. Surgindo então seu corpo no cruzamento de
a proibição absoluta (com a estradas e o confisco de suas
punição social e religiosa), e propriedades
assim, a condenação cristã
durante séculos(8). - Concílio de Toledo (693) no
qual vemos a excomunhão
Historicamente observamos de quem tenta o suicídio
.
a condenação do suicídio
em vários concílios(8). Na - Direito Canônico (1140-42),
igreja, o concílio refere-se a (Novo Catecismo) também o
reuniões de autoridades suicídio é considerado como
eclesiásticas com o objetivo pecado:
de discutir e deliberar sobre "Somos administradores e
questões pastorais (como fé, não proprietários da vida
doutrina, costume e moral). que Deus nos confiou - não
Encontramos como decisões podemos dispor dela"
importantes:
- Sínodo de Nimes (1284) no
- Concílio de Arles (452) no qual constatamos reforços
qual o suicídio é dito como: das restrições de funerais de
maior dos pecados, crime e pessoas que suicidam
trabalho do diabo
- O Papa Bento XV (1918)
- Concílio de Orleans (533) autorizou o rito funerário de
vemos a proibição de rito pessoas tidas como louca ou
funeral religioso para todas arrependida no momento da
pessoas que suicidam morte por suicídio
31
INFOGRAFIA DO SUICÍDIO NA IDADE MODERNA
A secularização da sociedade, que começou durante o
Iluminismo questionou as atitudes religiosas tradicionais
em relação ao suicídio. Entendemos como secularização
o processo no qual a religião perde sua influência sobre
a vida social. Assim, observamos na produção intelectual
a discussão sobre o suicídio (entre sec. XII e XVIII)(9).
(Infog. 7)
INFOGRÁFICO 7 32
Destacamos entre as várias Assim, o suicídio aparece
produções intelectuais como uma possibilidade
sobre o suicídio na Idade utópica para abreviar os
Moderna(9): sofrimentos da vida(11).
34
INFOGRAFIA DO SUICÍDIO NA IDADE CONTEMPORÂNEA
Suicídio, escrito por Emile Durkheim, em 1897, é um livro
considerado, até hoje, inovador no campo da sociologia.
Nesse livro vemos o suicídio como Fato Social, assim suas
taxas são afetadas pelos diferentes contextos sociais nos
quais acontecem(17).
(Infog. 8)
INFOGRÁFICO 8
35
Na perspectiva de Durkheim Suicídio Egoísta
encontramos a ideia de que Morte decorrente da baixa
existe uma disposição social integração social, quando
para o suicídio, isto é, uma as pessoas em função do
tendência de grupos sociais, excessivo individualismo ou
em razão de manifestações egoísmo dependem menos
individuais. Assim, vemos dos grupos sociais (e mais
duas grandes dimensões: de si próprias). Assim, para
- Integração Durkheim, vemos o suicídio
- Regulação acontecer quando o projeto
individual de vida, não mais
Encontramos que o termo integrado no grupo social e
integração refere-se às inerentemente frágil, acaba
relações sociais que ligam se desintegrando. Como ex.
pessoas aos grupos sociais; temos o suicídio de idosos,
e como regulação vemos os cujos laços sociais foram
preceitos morais e a função fragilizados por perdas na
normativa dos grupos. Logo, vida (perda de familiares ou
a vulnerabilidade ao gesto amigos; aposentadoria etc),
suicida ocorreria em função
do posicionamento de uma Suicídio Altruísta
pessoa em relação aos eixos Morte resultado de excesso
integração e regulação(17). de integração social, em
geral à custa de pequena
Portanto, nessa perspectiva individualidade. Assim, para
sociológica descobrimos Durkheim, esse suicídio
quatro tipos de suicídio(17): encontra-se dedicado, em
geral, a uma causa (política
- Egoísta ou religiosa) que, a vida, lhe
é superior. Como ex. temos
- Altruísta os pilotos kamikaze e ainda
os terroristas, como aqueles
- Anômico sequestradores dos aviões
americanos que colidiram
- Fatalista com o World Trade Center
em 11 de setembro de 2001.
36
Suicídio Anômico Reconhecemos também a
Durkheim define como importância de se entender
anômico todo o suicídio que a construção social do
sucede de uma quebra na termo suicídio. Entendido
ordem social, ou seja, em como fenômeno construído
função de baixa regulação a partir das relações sociais
social. A anomia refere-se a e históricas definidas ao
perda de relação entre uma longo da vida das pessoas.
pessoa e a sociedade. Assim, Assim, o significado pessoal
esse tipo de morte acontece dessa morte depende da
quando na sociedade forças objetivação e apropriação
desagregadoras fazem com material e simbólica dos
que as pessoas se sintam saberes e experiências,
perdidas ou sozinhas como acumuladas historicamente
em contextos de graves pelas gerações anteriores(2).
mudanças de distribuição
de renda, alienação cultural Sabemos que a linguagem é
ou isolamento geográfico. aquilo através do qual se
Como ex. temos os suicídios generaliza e se transmite a
decorrentes de várias crises experiência sócio-histórica
financeira ou econômica, e da humanidade. Assim, ela é
ainda dos casos de divórcio um meio de comunicação, e
ou viuvez. também uma condição de
apropriação pelas pessoas
Suicídio Fatalista dessa experiência e ainda a
Decorrente da regulação forma da sua existência na
excessiva pelo grupo social consciência(18).
(oposição a anomia). Assim,
essa morte resulta quando a
pessoa não vê possibilidade
de futuro, pois vive num
contexto de despotismo, no
qual seus desejos, medos e
objetivos são tutelados pela
sociedade. Assim, como ex.
temos o suicídio de escravos
e minorias em conjunturas
totalitárias.
37
Ao longo da história descobrimos múltiplas formas de
designação do suicídio.
(Infog. 9)
INFOGRÁFICO 9
38
Nas línguas antigas, por não Encontramos a expressão
haver palavras específicas ‘ibbedh asmo ledha’ath - de
para nomear o suicídio, era origem talmúdica – como
comum que a referência “destruir a si mesmo
ocorresse pela descrição do intencionalmente”.
ocorrido ou ainda pelo uso
de perífrases(19). Perífrases O discurso proferido pelo
são expressões idiomáticas comandante zelota Eleazar
que substituem um termo ben Ya’ir às centenas de
ou palavra. Assim, temos judeus que mataram a si
como perífrases de suicídio: próprios no episódio de
- Ocisão (ato de matar) Massada não contava com
- Morte voluntária qualquer palavra específica
- Homicídio de si mesmo para definir a morte
- Matar-se voluntária. Historicamente
- Assassinar-se no cerco de Massada, um
dos últimos eventos da
Na história, vemos que o Primeira guerra romano-
hebraico não possuía a judaica, ocorrido entre 73 e
palavra suicídio sendo 74 (século I d.C), ocorreu o
sempre que necessário, o suicídio em massa de
ato era descrito claramente. sicários rebeldes e famílias
Assim, encontramos na judaicas que viviam na
Bíblia os casos de fortaleza(22).
suicídio(20,21).
Descobrimos a palavra Hfty
O Antigo Testamento tem a entre os egípcios, que
descrição de seis suicídios: significa “inimigo”, como a
- Abimelec - Juízes 9,54 mais antiga associada à
- Saul e o seu escudeiro - I morte de si(23). Encontrada
Samuel 31,4 e 31,5 no poema "Diálogo de um
- Aitofel - II Samuel 17,23 desesperado com seu ‘ba’”
- Rei Zinri - Reis 16,18 apresentado no início deste
- Sansão - Juízes 16,29-30 capítulo na infografia do
suicídio na idade antiga.
No Novo Testamento vemos
a descrição do suicídio de A língua grega, em
Judas Iscariotes em Mateus contraste com o hebraico,
27,5. contava com inúmeras
descrições para o suicídio.
39
Na época de Homero vemos, - autocheir
em geral, expressões verbais αὐτόχειρ
designando essa morte(22): “agir com as próprias mãos”
- biaiothánatos
- pheugo to zen “morrer por violência”
φεύγω το ζεῖν
“fugir da vida” - autothanatos
usada por Aristóteles no “morrer por de si mesmo”
livro Ética a Nicômaco
- autoktonos
- hekousios apothneisko “morte de si”
ἑκουσίως ἀποθνήσκω
“morte voluntária” - autophonos
usada por Tucídides “assassinato de si”
40
Há várias controvérsias em “...Tem partes para se haver
relação a primeira vez que o de ordenar de missa, mas
termo suicídio foi usado, e tem impedimentos que não
assim, vemos entre os que podem ser sem dispensa, e
se referem como prima: os nossos poderes não se
estendem aos casos que são
- Contra os quatro labirintos morte voluntária de alguns
da França escrito, em 1178, índios gentios desta terra”.
na França por Walter Saint -
Victor, teólogo, filósofo e Apesar da polêmica questão
cônego francês(23) de onde, quando e/ou quem
empregou o termo suicídio
- A religião de um doutor pela primeira vez, notamos
publicado, em 1643, pelo que por séculos essa morte
escritor e médico inglês foi nomeada de múltiplas
Thomas Browne(24) formas revelando, assim, a
construção da invisibilidade
- Tratado de Teologia Moral e silêncio social da temática
Fundamental, publicado, em na história da humanidade.
1656, por Juan Caramuel y
Lobkowitz, matemático e A inserção no dicionário de
filósofo espanhol(23) uma palavra revela-se como
principal termômetro da sua
- O prefácio, publicado em inclusão e aceitação numa
1692, do livro de Ezra Pierce, língua. Assim, encontramos
intitulado Um discurso de que termo suicídio, em 1661,
um auto assassinato(25) foi registrado por Thomas
Blount, lexicográfico inglês,
- nos escritos, em 1734, dos na Glossografia (24).
abades franceses Prévost e
Desfontaines(26).
41
Apesar dessas controvérsias históricas, atualmente temos
a palavra suicídio em vários idiomas.
(Infog, 10)
INFOGRÁFICO 10
42
REFERÊNCIAS
(1) Pereira JC. Procedimentos para lidar com o tabu da
morte. Ciênc. saúde coletiva. 2013;18(9):2699-2709.
(7) Faulkner RO. The man who was tired of life. Journal
of Egyptian Archaeology. 1956;42:21-40.
43
(13) Shakespeare W. Romeu e Julieta; Macbeth; Hamlet,
príncipe da Dinamarca; Otelo, o Mouro de Veneza.
Medeiros CAC, Mendes O, tradutores. 1. ed. São Paulo:
Abril Cultural; 1981.
44
(25) Barraclough B, Shepherd D. A necessary neologism:
The origin and uses of suicide. Suicide Life Threat
Behav. 1994;24(2):113-137.
IMAGEM
Imagem de Durkheim no infográfico 4 de Kevinwmoore
(2013). Caricature, Cartoons. [acesso em 15 set de 2018].
Disponível em http://mooretoons.com/durkheim-vs-
weber/
45
CAPÍTULO 3
Infografia do suicídio
no mundo e nas Américas
Teia Vita
Grupo de Trabalho de Valorização da Vida e Suicidologia
INFOGRAFIA DO SUICÍDIO NO MUNDO
Em 2016, registraram-se 55
milhões mortes no mundo, e
essa mortalidade pode ser
dividida em dois grupos: as
mortes naturais e as mortes
violentas.
47
De fato, constatamos que o
número de suicídios é maior
do que o número de mortes
por todas as formas de
violência, incluindo conflito,
homicídios, terrorismo e
execuções(1).
INFOGRÁFICO 11
48
De uma maneira matemática
encontramos que o registro
de 804 mil suicídios em 2012
(morte/ano) equivale:
- 15.400 mortes/semana
- 2.200 mortes/dia
- 92 mortes/hora
- uma morte/40 segundos
(Infog.12)
"O SUICÍDIO
É GRAVE PROBLEMA
DE SAÚDE PÚBLICA MUNDIAL"
INFOGRÁFICO 12
49
Nessa analogia encontramos
que o número de mortes por
ano (804 mil/ano) equivale:
- 10 Estádios do Maracanã
lotados de torcedores
- 4 terremotos ocorridos no
Haiti em 2010 de magnitude
7,0 na escala Richter
INFOGRÁFICO 13
50
SUICIDÔMETRO
- Média
entre 5 e 14 mortes/100 mil
habitantes
- Alta
entre 15 e 29 mortes/100 mil
habitantes
51
Assim, encontramos a taxa*
de suicídio no mundo, em
2012, de 11,4, sendo 15 para
homens e 8 para mulheres,
portanto uma razão de 1,9:1
(2 homens para 1 mulher).
"SUICÍDIO:
15ª PRINCIPAL CAUSA
DE MORTE
REGISTRADA NO MUNDO"
52
Em relação ao suicidômetro
temos as maiores taxas:
- Países africanos:
Serra Leoa (15,3)
Rep. Centro-Africana (17,4)
Costa do Marfim (18,1)
Angola (20)
Guiné Equatorial (22,6)
- Países americanos:
Trinidade e Tobago (14,5)
Uruguai (17)
Bolívia (18,7)
Suriname (26,6)
Guiana (29)
- Países do sudeste asiático:
Butão (11,7)
Índia (15,7)
Rep. Popular Democrática
da Coréia (15,8)
Tailândia (16,0)
Sri Lanka (35,3)
- Países europeus:
Letônia (21,7)
Polônia (22,3)
Belarus (22,8)
Cazaquistão (27,5)
Lituânia (32,7)
- Países do Mediterrâneo
Oriental:
Catar (6,4)
Bahrain (6,5)
Iémen (8,2)
Djibouti (8,6)
Sudão (10,2)
- Países do Pacífico
Ocidental:
Nova Zelândia (12,6)
Kiribati (14,3)
Japão (19,6)
Mongólia (28,3)
Rep. da Coreia (28,4)
Essas taxas referem-se aos
dados de suicídio de 2015(2).
(Infog. 15). INFOGRÁFICO 15
53
A OMS afirma que temos na
Europa, as taxas maiores de
mortalidade por suicídio e,
nos países das repúblicas do
leste do Mediterrâneo e da
Ásia Central, as menores. E,
destacamos que cerca de
30% das mortes por suicídio
registradas no mundo, em
2012, ocorreram na Índia e
China(2).
"OS SUICÍDIOS
RESPONDEM POR 56%
DO TOTAL DE MORTES
VIOLENTAS"
INFOGRÁFICO 16
54
Outra maneira de mostrar o
suicídio como problema de
saúde pública é avaliarmos
sua contribuição relativa no
total de mortes intencionais
que incluem todas mortes
violentas(2).
"ANUALMENTE OCORREM
804 MIL
MORTES POR SUICÍDIO
NO MUNDO"
INFOGRÁFICO 17
55
No mundo, temos dentre os
suicídios registrados, no ano
de 2012, que(2):
- 197.200 mortes (24,5%) em
países com alta renda
- 606.700 mortes (75,5%) em
países com renda baixa ou
média.
"75% DOS SUICÍDIOS
OCORREM EM
PAÍSES
DE MÉDIA E BAIXA RENDA"
INFOGRÁFICO 18
56
Ressaltamos a importância
de se considerar a avaliação
dos registros de mortes por
suicídio.
INFOGRÁFICO 19
57
INFOGRAFIA DO SUICÍDIO NAS AMÉRICAS
O suicídio também é um
problema de saúde pública
de extrema importância na
Região das Américas, sendo
registrado, em 2009, 65.000
mortes, representando 12,4%
da mortalidade por causas
externas(5).
(Infog. 20)
"ANUALMENTE OCORREM
65.000 MORTES POR SUICÍDIO
NAS AMÉRICAS"
INFOGRÁFICO 20
58
De uma maneira matemática
encontramos que o registro
de 65 mil suicídios em 2012
(morte/ano) equivale:
- 1.246 mortes/semana
- 178 mortes/dia
- 7 mortes/hora
- uma morte/8,5
minutos(Infog.21)
"O SUICÍDIO É UM GRAVE
PROBLEMA
DE SAÚDE PÚBLICA
DOS PAÍSES DAS AMÉRICAS"
INFOGRÁFICO 21
59
A maioria dos suicídios nos
países das Américas, entre
2005-2009, foi de adultos(5):
- entre 25 e 44 anos (36,8%)
- entre 45 e 59 anos (25,6%)
"SUICÍDIO :
3ª CAUSA DE MORTE
DE JOVENS
DE 20 E 24 ANOS NAS
AMÉRICAS"
INFOGRÁFICO 22
60
Verificamos no período 2005-
2009, nas Américas, taxa de
suicídio de 7,3, sendo de 11,5
para homem e 3 para mulher.
Também nessa Região, como
em outras partes do mundo,a
taxa de suicídio de homens
continuam mais altas que as
observadas para as mulheres.
Portanto, destacamos que o
suicídio representa a(5):
-razão de 3,8:1 (3,8 homens
para 1 mulher)
-36ª principal causa de morte
dos americanos
-21ª principal causa de morte
dos homens
-46ª principal causa de morte
das mulheres
(Infog. 23).
"NAS AMÉRICAS,
A CADA 10 SUICÍDIOS,
8 FORAM DE HOMENS"
INFOGRÁFICO 23
61
Observamos em relação ao
suicidômetro nos países das
Américas, em 2015(5):
- Menores taxas
Barbados (0,4)
Granada (0,5)
Jamaica (1,4)
Bahamas (1,8)
Guatemala (2,5)
São Vicente (3,5)
Granadinas (3,5)
- Taxas médias
México (5)
Panamá (5,5)
Peru (5,8)
Colômbia (6,1)
Brasil (6,3)
Rep. Dominicana (6,8)
Santa Lúcia (6,8)
Belize (7,3)
Equador (7,5)
Costa Rica (7,7)
Nicarágua (9,5)
Chile (9,9)
Paraguai (10,2)
El Salvador (11,1)
Haiti (11,2)
Canadá (12,3)
Cuba (14)
Argentina (14,2)
Estados Unidos (14,3)
Trinidad e Tobago (14,5)
- Maiores taxas
Uruguai (17)
Bolívia (18,7)
Suriname (26,6)
Guiana (29)
(Infog. 24)
INFOGRÁFICO 24
62
POLÍTICA PÚBLICA INTERNACIONAL
DE PREVENÇÃO DO SUICÍDIO
63
Assim, o relatório Prevenção
do suicídio: um imperativo
global incentiva cada país a
desenvolver e ainda reforçar
estratégias de prevenção de
abordagem multisetorial,
INFOGRÁFICO 25
64
Nessa perspectiva também Assim, vemos a produção de
enfatizamos como valioso os manuais de treinamento para
Programas de Ação da OMS. a implementação do mhGAP
Desde a primeira versão, em -versão 2.0, pela OMS, como
2008, o mhGAP - Programa acordo do Programa de Ação
Mundial de Ação em Saúde em Saúde Mental(17).
Mental apresenta o suicídio
como condição prioritária.O
mhGAP visa ampliar serviços
para os transtornos mentais,
neurológicos e uso drogas,
em países, em especial, com
renda baixa e média - baixa,
apresentando intervenções
para prevenção e gestão de
condições prioritárias(14).
65
REFERÊNCIAS
(1) Institute for Health Metrics and Evaluation. Global
Burden of Disease Collaborative Network. Global
Burden of Disease Study, 2016. Washington: IHME; 2016.
66
(11) Organização Mundial da Saúde. Prevenção do
suicídio: Um recurso para conselheiros. Genebra: OMS;
2006.
67
CAPÍTULO 4
Infografia do suicídio
no Brasil e em Minas Gerais
Teia Vita
Grupo de Trabalho de Valorização da Vida e Suicidologia
NOTIFICAÇÃO DO SUICÍDIO
Sistema de Informação em Verificamos no Capítulo XX
Saúde (SIS) é definido pela (CID-10) as causas externas
OMS como mecanismo de: de mortalidade.Temos como
1) coleta, 2) processamento, causas externas toda morte
3) análise e 4) transmissão decorrente de(4):
da informação necessários - Acidentes
para planejar, organizar e por ex. acidente de trânsito,
avaliar serviços de saúde(1). quedas, envenenamentos,
queimaduras, afogamentos
O SIS, no Brasil, é composto
por diferentes subsistemas, - Violências
que em conjunto, produzem por ex. agressões, suicídios,
expressiva quantidade de homicídios, abusos físicos,
dados (registros) de saúde, sexuais ou psicológicos
responsável pela criação do
banco de dados nacional(2). Na CID-10, as categorias do
X60 - X84 correspondem aos
No país, temos o Sistema de suicídios com o título(4):
Informações de Mortalidade
(SIM), criado pelo DATASUS,
para a obtenção regular de
dados sobre mortalidade de "Lesões Autoprovocadas
forma abrangente, visando Intencionalmente"
subsidiar diversas esferas de
gestão na saúde pública(3).
69
Na CID-10, os suicídios encontram-se nas categorias X60-X84.
(Infog. 26 e 27)
INFOGRÁFICO 26 INFOGRÁFICO 27
70
INFOGRAFIA DO SUICÍDIO NO BRASIL
No Brasil, o suicídio também
configura-se como problema
de saúde pública. Nosso país
é formado pela união de 26
estados, 5.570 municípios e
pelo Distrito Federal.
INFOGRÁFICO 28
71
Como citado no capítulo 3,
a classificação, da OMS, da
taxa de mortalidade pode,
por analogia, ser entendida
como suicidomêtro. Assim,
consideramos taxa(6):
- Baixa
menos de 5 mortes/100 mil
habitantes
- Média
entre 5 e 14 mortes/100 mil
habitantes
- Alta
entre 15 e 29 mortes/100 mil
habitantes
INFOGRÁFICO 29
* Nesse livro digital sempre que nos referirmos a taxa de mortalidade por suicídio será o
valor do cálculo e apresentação do número de morte por 100 mil habitantes. 72
Encontramos no país (2011-
2015) as maiores taxas de
suicídio registradas no(5):
- Rio Grande do Sul (10,3)
- Santa Catarina (8,8)
- Mato Grosso do Sul (8,5)
(Infog. 30)
INFOGRÁFICO 30
73
Quando analisamos as faixas
etárias temos como taxas de
mortalidade por suicídio de
brasileiros(5):
- Crianças e adolescentes
5 e 19 anos - 1,7
- Adultos
20 e 29 anos - 6,8
30 e 39 anos - 7,4
40 e 49 anos - 7,9
50 e 59 anos - 8,0
- Idosos
60 e 69 anos - 7,7
mais de 70 anos - 8,9
(Infog. 31)
"OS SUICÍDIOS
CORRESPONDEM ÀS CATEGORIAS
X60 A X84
DA CID-10"
INFOGRÁFICO 31
74
Ressaltamos que o suicídio,
no Brasil, refere-se como(5):
- 4ª principal causa de morte
de pessoas de 15 e 29 anos
- 3ª principal causa de morte
de homens de 15 e 29 anos
- 8ª principal causa de morte
de mulheres de 15 e 29 anos
(Infog. 32)
"SUICÍDIO:
4ª CAUSA DE MORTE
DE BRASILEIROS
DE 15 E 29 ANOS"
INFOGRÁFICO 32
75
No país, de 2011-2016, temos
registrados 62.804 suicídios,
com o enforcamento como
principal meio (62%)(5).
"NO BRASIL,
A CADA 10 SUICÍDIOS,
6 FORAM POR ENFORCAMENTO"
INFOGRÁFICO 33
76
No Brasil temos registrados
11.433 suicídios, em 2016*. E
sua distribuição nas regiões
do país equivale(5):
- Sudeste (12 mortes/dia)
- Nordeste (7 mortes/dia)
- Sul (7 mortes/dia)
- Centro-Oeste(3 mortes/dia)
- Norte (2 mortes/dia)
"AS MAIORES
TAXAS DE SUICÍDIO
ENCONTRAM-SE
NO SUL DO PAÍS"
INFOGRÁFICO 34
* Ano que localizamos o último registro de mortalidade por suicídio disponibilizados para
acesso público pelo SIM no DATASUS na data da busca em junho de 2018. 77
Em 2016, o Brasil apresentou taxa de mortalidade por
suicídio de 5,5; com as maiores taxas localizadas no Sul
(8,8), seguida do Centro-Oeste (6,6), Sudeste (4,9) e
Nordeste (4,8). Em compensação menores taxas foram
dos estados nortistas (4,7)(3).
(Infog. 35)
INFOGRÁFICO 35
78
O número de suicídios varia
também ao longo do ciclo
vital.
Em contrapartida, temos as
menores taxas em(3):
- adolescentes entre 10 e 19
anos (2,65)
- crianças entre 5 e 9 anos
(0,03)
(Infog. 36)
INFOGRÁFICO 36
79
Encontramos registradas, em 2016, 9.053* suicídios de
homens e 2.378 de mulheres, assim temos uma taxa de
mortalidade de 5,5, sendo 8,9 para homens e 2,3 para
mulheres. No Brasil, como outras partes do mundo, as
taxas de suicídio de homens continuam mais altas que
as registradas para mulheres(3).
(Infog. 37)
INFOGRÁFICO 37
Assim, constatamos razão
de 4:1 no país, em 2016
(4 homens para 1 mulher).
(Infog. 38)
"NO BRASIL,
A CADA 10 SUICÍDIOS,
8 FORAM DE HOMENS"
INFOGRÁFICO 38
81
INFOGRAFIA DO SUICÍDIO EM MINAS GERAIS
O Brasil, maior país da América Latina, é dividido em 5
regiões com 26 estados e um Distrito Federal. Na Região
Sudeste localizamos o estado de Minas Gerais, com 853
cidades. Em especial, conhecemos as inúmeras Minas na
leitura de Guimarães Rosa e, dentre as cidades mineiras
encontramos Divinópolis, na região centro-oeste, com a
descrição poética de Adélia Prado, poetisa da cidade do
Divino.
(Infog. 39)
INFOGRÁFICO 39
- Pequeno porte I
até 20 mil habitantes
- Pequeno porte II
20.001 - 50 mil habitantes
- Médio porte
50.001 - 100 mil habitantes
- Grande porte
100.001 - 900
mil habitantes
- Metrópole
mais de 900 mil habitantes
"MINAS GERAIS
É O ESTADO BRASILEIRO
COM MAIOR NÚMERO
DE CIDADES
NO TERRITÓRIO NACIONAL"
- Pequeno porte II
89 cidades (22,1%)
- Médio porte
34 cidades (8,5%)
- Grande porte
31 cidades (7,7%)
- Metrópole
Belo Horizonte (0,2%)
INFOGRÁFICO 40
84
Em Minas Gerais, em 2015,as
cidades com maior registro
de suicídios foram(3):
- Belo Horizonte
143 mortes
- Contagem
41 mortes
- Uberlândia
39 mortes
- Juiz de Fora
31 mortes
- Divinópolis
23 mortes
(Infog. 41)
Considerando essa divisão,
em 2015, tivemos a maioria
dos suicídios registrados na
macrorregião(3):
- Central
353 mortes (27%)
- Sul
228 mortes (17%)
- Oeste
151 morte (11%)
(Infog. 41)
"MINAS GERAIS
APRESENTA
13 MACRORREGIÕES DE SAÚDE"
INFOGRÁFICO 41
85
De uma maneira matemática
encontramos que o registro
de 1.303 suicídios, em Minas
Gerais, em 2015 (morte/ano)
equivale:
- 25 mortes/semana
- 3,5 mortes/dia
(Infog.42)
INFOGRÁFICO 42
86
Em Minas Gerais, em 2015,
também constatamos que o
suicídio entre homens (77%)
foi maior que de mulheres
(23%). Assim, tivemos 1.007
mortes de homens e 296 de
mulheres(3).
INFOGRÁFICO 43
87
POLÍTICA PÚBLICA NACIONAL
DE PREVENÇÃO DO SUICÍDIO
No Brasil, a Portaria nº 2.542 Após 11 anos, encontramos,
de 22 de dezembro de 2005 a publicação da Agenda(11):
instituiu Grupo de Trabalho de Ações Estratégicas para
com objetivos de elaborar e a Vigilância e Prevenção do
implantar uma Estratégia de Suicídio e Promoção Saúde
Prevenção do Suicídio(9). E, (2017-2020).
assim, historicamente,temos
as Diretrizes Nacionais para Dentre as Ações apresentam-
Prevenção do Suicídio,como se planos preventivos para
1ª determinação pública de serem implantados no país
prevenção instituída no país (pelos municípios, estados e
pela Portaria nº 1.876, de 14 União) de meios cautelares
de agosto de 2006. Na qual eficazes para a redução da
vemos o desenvolvimento e mortalidade por suicídio. E,
fortalecimento de ações de assim, promoção da saúde,
prevenção e assistência com vigilância e prevenção do
medidas sistematizadas em suicídio fortalecendo, então,
prazos de execução (curto, o anteriormente previsto na
médio e longo)(10). Portaria nº 1.876, e também
ratificando o compromisso
Sua implantação aconteceu do Estado com a vida(11).
em 2005-2006 com gestão e
articulação do Ministério da Nessa Agenda encontramos
Saúde, apoio e cooperação o plano nacional da criação
de vários setores(10): de ações em 3 eixos(11):
-Anvisa-Agência Nacional de 1) Vigilância e melhoria das
Vigilância Sanitária informações
- Faculdade de Medicina da 2) Prevenção do suicídio e
UNICAMP promoção da saúde
- Instituto de Psicologia da 3) Gestão e cuidados
PUC-RS e da UnB
- Núcleo Estudos de Saúde Assim, visando melhorar(11):
Coletiva da UFRJ - Registro de tentativas e de
- Núcleo Epidemiologia do mortes por suicídio
Instituto Phillipe Pinel - Divulgação de informação
- CVV-Centro de Valorização - Integração da atenção nos
da Vida serviços de saúde
- Treinamento profissional
88
As ações sistematizadas na
a Agenda estão relacionadas
com as Diretrizes Nacionais
para Prevenção do Suicídio.
Importante ressaltar que o
Brasil é signatário do Plano
de Ação em Saúde Mental,
lançado em 2013 pela OMS,
no qual apresenta meta de
redução em 10% o número
de suicídios até 2020(12). E,
do Plano de Ação 2015-2020
lançado pela OPAS em 2014,
que tem objetivo de(13):
- Acompanhar anualmente o
número de suicídios
- Desenvolver programas de
prevenção
89
REFERÊNCIAS
(1) Brasil. Análise de situação de saúde. Brasília:
Ministério da Saúde; 2015.
91
CAPÍTULO 5
Infografia do suicídio
ao longo do ciclo vital
Teia Vita
Grupo de Trabalho de Valorização da Vida e Suicidologia
INFOGRAFIA DO SUICÍDIO AO LONGO DO CICLO VITAL
Como ciclo de vida ou vital
entendemos o conjunto de
fases pelas quais as pessoas
passam, desde a concepção
até a morte. Cada fase com
peculiaridades passíveis de
serem observadas(1).
93
Ressaltamos a relevância de
se considerar o suicídio no
ciclo vital, assim a realidade
do suicídio infantil, isto é,
as mortes intencionais de
crianças até 9 anos.
- Mito
crianças menores de 6 anos
não suicidam
- Mito
não há suicídio de crianças
com mais de 6 anos
- Mito
crianças não entendem que
a morte é algo que não se
pode voltar atrás
- Mito
crianças não sentem desejo
de morrer
- Mito
crianças não tem sintomas
depressivos
(Infog. 45)
"SUICÍDIO INFANTIL
É A MORTE INTENCIONAL
DE CRIANÇAS ATÉ 9 ANOS"
INFOGRÁFICO 45 94
No Brasil, entre 1980 a 2014,
encontramos 94 mortes por
suicídio de crianças de 5 e 9
anos, Sendo que o número
de mortes foi maior entre os
meninos (80 mortes) quando
comparado com as meninas
(14 mortes)(3).
"NO BRASIL,
A CADA 10 SUICÍDIOS DE
CRIANÇAS, 8 FORAM
DE MENINOS"
INFOGRÁFICO 46
95
Em relação aos meios de perpetração registrados no SIM
do DATASUS* vemos que metade das mortes infantis por
suicídio foram por enforcamento (54,3%). Em 2º lugar, as
armas de fogo (18,1%), em 3º lugar, os envenenamentos
(10,6%), e em 4º lugar, os afogamentos (5,3%)(3).
(Infog. 47)
INFOGRÁFICO 47
* 6,4% dos casos tiveram meio de perpetração ignorado registrado no SIM do DATASUS 96
Em relação ao suicidômetro
encontramos taxa* de 0,1 em
crianças norte-americanas
de 5 e 11 anos(2008-2012)(4).
As maiores taxas de suicídio
(2005-2009) nos países das
Américas, de crianças de 5 e
9 anos, foram no Chile (0,95)
Costa Rica (0,81),Cuba (0,63),
Guadalupe (0,57) e Suriname
(0,38)(5).
(Infog. 48)
INFOGRÁFICO 48
* Nesse livro digital sempre que nos referirmos a taxa de mortalidade por suicídio será o
valor do cálculo e apresentação do número de morte por 100 mil habitantes.
97
Como no suicídio infantil
ressaltamos a importância
de também considerar essa
realidade na adolescência.
Assim, vemos 5 mitos sobre
o suicídio juvenil(6):
- Mito
adolescente não se mata
- Mito
quem ameaça se matar faz
isto somente para chamar a
atenção
- Mito
sobre suicídio não devemos
falar
- Mito
o suicídio sempre apresenta
única causa
- Mito
ideias de morte são coisas
de adolescente
(Infog. 49)
INFOGRÁFICO 49
98
Mundialmente, em 2015, as 5
principais causas de morte
de adolescentes, de ambos
sexos foram(7):
"SUICÍDIO:
3ª PRINCIPAL CAUSA
DE MORTE DE ADOLESCENTES"
INFOGRÁFICO 50
99
* Segundo definições da OMS, a adolescência compreende a faixa etária de 10 e 19 anos
No mundo, a mortalidade de
adolescentes por suicídios
foram a(7):
- 2ª causa entre as meninas
com 32.194 suicídios
- 5ª causa entre os meninos
com 34.650 suicídios
Matematicamente notamos
que o registro de mortes por
suicídios/sexo, equivale que
a cada 10 suicídios(7):
-5 mortes foram de meninos
-5 mortes foram de meninas
Portanto, constatamos uma
razão de 1:1 (1 menino para
1 menina adolescente) (7).
(Infog. 51)
"SUICÍDIO:
2ª PRINCIPAL CAUSA DE MORTE
DE MENINAS DE 10 E 19 ANOS"
INFOGRÁFICO 51
100
Em 2015, 1,2 milhões de
adolescentes morreram no
mundo, sendo 3 mil mortes
por dia por causas evitáveis.
No entanto, consideramos
que tal situação poderia ser
evitada com investimento
dos países em(7):
- Educação
- Serviços de saúde
- Apoio social
"NO MUNDO,
A CADA 24 HORAS
OCORREM 183 SUICÍDIOS DE
ADOLESCENTES"
INFOGRÁFICO 52
101
Em relação ao suicidômetro
juvenil dentre os países das
Américas encontramos com
as maiores taxas(5):
- Guiana (14,6)
- Equador (7,5)
- Argentina (6,4)
- El Salvador (5,8)
- Canadá (5,20)
"A GUIANA
É O PAÍS DAS AMÉRICAS COM AS
MAIORES TAXAS
DE SUICÍDIO JUVENIL"
INFOGRÁFICO 53
102
Ressaltamos que reconhecer
os mitos acerca do suicídio
como importante pilar para
sua prevenção.
INFOGRÁFICO 54
103
O suicídio é grave problema
de saúde pública no país. E,
de 2010 a 2015,encontramos
registrados 60.440 suicídios
de adultos com mais de 20
anos(9).
INFOGRÁFICO 55
104
Ainda constatamos durante
o dia a maioria das mortes
por suicídio de adultos(9).
Na comparação dos horários
dos suicídios de brasileiros
encontramos*(9):
- Madrugada
8.001 mortes (13,2%)
- Manhã
13.572 mortes (22,5%)
- Tarde
13.013 mortes (21,5%)
- Noite ocorreram
10.299 mortes (17,0%)
INFOGRÁFICO 56
* 15.555 suicídios (25,7%) tiveram horário de morte ignorado registrado no SIM do DATASUS
105
Em relação ao suicidômetro de adultos jovens (20 e
24 anos) nos países das Américas (2005 - 2009) vemos
maiores taxas na Nicarágua (15,43),Uruguai (18,52),Chile
(16,22),Guiana (31,79) e Suriname (33,78). Ainda no Chile
(15,83),Trindade e Tobago(16,51),Uruguai(17,77),Suriname
(31,66) e Guiana (39,36) observamos maiores taxas entre
adultos de 25 e 44 anos. E, nos EUA (17,16), Cuba (17,74),
Uruguai (22,02),Guiana (33,42) e Suriname (36,25) temos
as maiores taxas de adultos de 45 e 59 anos(5).
(Infog. 57)
INFOGRÁFICO 57
106
Observamos diferença de acordo com o ciclo de vida
entre número de tentativas de suicídio e morte. Assim,
na população em geral (incluindo todas as idades) há 1
morte para cada 25 tentativas. Para os jovens achamos
para cada morte, em geral, de 100 a 200 tentativas e,
ao contrário, entre os idosos, temos 1 morte para cada
4 tentativas de suicídio(10).
(Infog. 58)
INFOGRÁFICO 58
107
No Brasil, de 1997–2000 e
2003–2006, observamos que
3.039 cidades registraram
suicídio de idosos com mais
de 60 anos (54,6%). E, vemos
que morrem, principalmente
em suas próprias residências
(51%)(11).
INFOGRÁFICO 59
108
Em relação ao suicidômetro
de idosos (60 e 69 anos) nos
países das Américas (2005 -
2009) temos maiores taxas
registradas no(5):
- Chile (14,71)
- Uruguai (23,08)
- Cuba (23,73)
- Suriname(25,76)
- Guiana (44,07)
INFOGRÁFICO 60
109
Os dados da mortalidade
por suicídio nas Américas
nos mostram que o suicídio
é um problema de saúde
relevante e, ainda uma das
principais causas de morte
que podem ser prevenidas
no continente.
Encontramos, independente
da região, as Américas têm
taxa menor (7,3) do que a
mundial (11,4) e, menor que
outras regiões da OMS. Mas,
observamos que as taxas
variam muito: em diferentes
países, idade e sexo(5):
Em relação ao suicidômetro
de idosos de 60 e 69 anos
encontramos no Chile (14,71)
a maior taxa de mortalidade
por suicídio e de idosos com
mais de 70 anos na Guiana
Francesa (20,71)(5).
(Infog. 61)
INFOGRÁFICO 61
110
O suicídio é multideterminado por conjunto de fatores de
diferentes naturezas (externos e internos) que se combinam
de modo complexo e variável. Assim, encontramos como
protetivos: fatores pessoais, familiares e socioculturais(13).
(Infog. 62)
INFOGRÁFICO 61
INFOGRÁFICO 62
111
Tanto resiliência emocional - Boa integração e relação
como algumas habilidades em grupos sociais (colegas,
sociais melhoram a nossa amigos, vizinhos)
capacidade para resolução - Prática religiosa
de problemas e, dessa forma - Práticas coletivas (clubes
podem diminuir o impacto esportivos, grupos culturais)
das adversidades e, assim, - Rede social que propicia
contrabalançar o peso dos apoio emocional
fatores de risco(13). - Emprego
- Acesso a serviços de saúde
Ressaltamos como fatores
de proteção do suicídio(13): Segundo a OMS, a prevenção
do suicídio é um imperativo
1) Fatores pessoais: global(14). Sabemos que o
- Flexibilidade cognitiva suicídio representa um forte
- Disposição para pedido de desafio para a saúde pública
conselhos em situação de por se caracterizar como um
decisões importantes fenômeno:
- Disposição para busca de - Complexo
ajuda - Multifacetado
- Abertura à experiência de - Múltiplas determinações
outrem
- Habilidade para comunicar Assim, no nosso país, sua
- Capacidade para fazer boa prevenção, é referida como
avaliação da realidade uma das prioridades do MS -
- Habilidade para solucionar Ministério da Saúde(15). Por
problemas da vida isso, foi publicada a Agenda
de Ações Estratégicas, que
2) Fatores familiares: visa melhoria da notificação,
- Boa relação interpessoal ampliação e qualificação da
- Senso de responsabilidade assistência(15). Essa Agenda
em relação à família é composta por 3 eixos.
- Criança pequena em casa
- Pais atenciosos
- Apoio em situações de
necessidade
3) Fatores socioculturais:
- Adesão a valores e normas
sociais
112
Eixo I:
Vigilância e Qualificação da
Informação
-Qualificação da notificação
de tentativas de suicídio e
registro de mortes
- Estudos e divulgação de
informações
Eixo II:
Prevenção do Suicídio e
Promoção da Saúde
- Comunicação social
- Articulação intersetorial
(e intra) de promoção de
saúde
Eixo III:
Gestão e Cuidado
- Educação Permanente de
dos profissionais de saúde
na prevenção do suicídio
(Infog. 63)
INFOGRÁFICO 63
113
Reconhecemos, no Eixo I, a
notificação como uma ação
estratégica de prevenção do
suicídio. No Brasil, temos a
Portaria nº 1.271 (6 de junho
de 2014) que define a Lista
de Notificação Compulsória
tanto de doenças, agravos e
eventos de saúde pública
em estabelecimentos de
saúde (públicos e privados)
do território nacional(15).
114
REFERÊNCIAS
(1) Alarcão M. (Des)equilíbrios familiares - Uma visão
sistêmica. 3. ed. Coimbra: Quarteto; 2006.
115
(10) Sociedade Americana de Suicidologia. Elderly
Suicide. [acesso em 18 de abr de 2018]. Disponível em
http://www.suicidology.org
116
SOBRE OS AUTORES
Teia Vita
Grupo de Trabalho de Valorização da Vida e Suicidologia
SOBRE OS AUTORES
Daniela da Silva Veríssimo
Graduação em Psicologia (UEMG)
Psicóloga Clínica
Membro do Teia Vita (UFSJ)
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Nadja Cristiane Lappann Botti
Graduação em Psicologia (FUMEC)
Graduação em Enfermagem (UEFS)
Mestre (UFMG)
Doutora (USP)
Professora Associada I (UFSJ)
Membro da Asociación de Suicidología de Latinoamérica
y el Caribe (ASULAC)
Membro-Fundadora da Associação Brasileira de Estudos
e Prevenção do Suicídio (ABEPS)
Coordenadora do Teia Vita (UFSJ)
119