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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES


DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
Profª Elaine Aparecida Fernandes

ECO 672 – Microeconomia I

RESUMO CAPÍTULO 1 DO LIVRO “VALUE AND CAPITAL” – J. R. HICKS

Capítulo 1 – Utilidade e Preferência

Hicks considera a teoria da demanda de Marshall admirável, entretanto,


compartilha da ideia de que vários pontos da análise de Marshall são contestáveis. O
primeiro esboço do argumento principal de Marshall consiste na seguinte questão: Se
um consumidor com uma dada quantidade de dinheiro é confrontado com um mercado
de bens de consumo, sobre o qual os preços desses produtos já estão determinados,
como ele dividirá seus gastos entre os diferentes bens disponíveis?
É suposto, por conveniência, que os produtos estão disponíveis em unidades
muito pequenas: Infere-se que o consumidor obtém muita utilidade dos bens que
compra (utilidade é uma função das quantidades de bens adquiridos) e que ele vai gastar
sua renda de modo a maximizar a sua utilidade. A utilidade é maximizada quando a
unidade marginal do dispêndio em cada direção trouxer o mesmo incremento de
utilidade.
Dessa forma, o argumento de Marshall é baseado na ideia de maximização da
utilidade total, estando de acordo com a lei da utilidade marginal decrescente e
interpreta que as utilidades marginais de várias mercadorias compradas devem ser
proporcionais a seus preços. Entretanto, Hicks sustenta que Marshall não esclarece de
forma satisfatória as bases da lei da utilidade marginal decrescente, não detalhando o
próprio conceito de utilidade e sua maximização.
Prosseguindo, Hicks (1939) reconsidera o trabalho desenvolvido por Pareto,
descrevendo este como o divisor de águas entre o princípio da utilidade marginal
(consolidada por Marshall) e o princípio da utilidade ordinal. Ao tratar da teoria do
equilíbrio geral, Pareto em seu Manual de Economia Política contribui trazendo o
problema dos bens relacionados (complementares ou substitutos), ampliando a análise
Marshalliana. Nesse caso Pareto usou um artificio geométrico de Edgeworth, o que
podemos equivaler à famosa curva de indiferença.
Marshall utiliza apenas uma mercadoria em duas análises, medindo as
quantidades dessa mercadoria ao longo de um eixo, e as quantidades totais de utilidade
derivadas das diversas quantidades de mercadorias ao longo do outro eixo. Pareto, ao
medir a quantidade de dois bens X e Y ao longo de dois eixos horizontais, obtém um
diagrama em que um ponto P representa o conjunto de determinadas quantidades. A
partir daí obtém-se um diagrama tridimensional, que leva novamente para um diagrama
bidimensional com as curvas de indiferença.
Um simples movimento para cima deve levar a uma maior indiferença da curva.
Só é possível permanecer na curva de indiferença se os movimentos forem
compensados (↑ 𝑋 ↓ 𝑌 𝑜𝑢 ↓ 𝑋 ↑ 𝑌). Portanto, as curvas devem se inclinar para baixo
com direção à direita. A inclinação da curva que passa por qualquer ponto P é a
quantidade de Y necessária para o indivíduo, compensando-o da perda de uma pequena
quantidade de X.
À medida que há movimento ao longo de uma curva de indiferença, obtém-se
mais X e menos Y. O aumento em X diminui a utilidade marginal de X, já uma
diminuição em Y aumenta a utilidade marginal de Y, dessa forma a inclinação da curva
deve diminuir. Quedas nas curvas cuja inclinação diminui à medida que se move para a
direita, se configura como curvas convexas a origem, como podemos observar nos
diagramas abaixo:

Figura 1
Vamos agora analisar a curva de indiferença para que seja visivel a diferença
entre a teoria paretiana e a Marshalliana. No modelo:

i) A Renda do consumidor é dada


ii) Ele consome toda sua renda em dois bens (x,y)
iii) Os preços dos dois bens são dados pelo mercado.

Considerando a Figura 2 abaixo, ao longo da curva LM, qualquer ponto


representa o par de bens que ele pode comprar a partir da sua renda.

Se começar do ponto L (onde ele gasta toda sua renda com x), o consumidor que
queira comprar o bem y deve abrir mão de parte de x na proporção indicado pela razão
do seu preço. Esta razão é indicada pela inclinação LM.

Ao se mover entre o segmento LM, o consumidor será capaz de atingir curvas de


indiferenças mais altas, que lhe trarão maior utilidade. Entretanto, nem todas trará o
ponto de maximização.

O ponto máximo só ocorre naquele que tangencia a curva de indiferença. Na


figura, no ponto P, tal tangência é a expressão em termos da curva de indiferença da
proporcionalidade entre utilidades marginais e preço.

Figura 2

Para determinar a quantidade de bens que o indivíduo deve comprar dado o


preço, a teoria de Marshall implica que se deve saber suas utilidades, já para Pareto só
seria necessário o mapa de indiferença. Neste contexto, isto nos mostra as preferências
dos indivíduos em relação às cestas de bens distintos, não nos mostra o quanto de uma
cesta é preferível à outra.

Os números das curvas de indiferença são dados arbitrariamente, sendo


conveniente que cresça quanto mais alta for a curva de indiferença. Para Pareto, os
gostos podem ser definidos como escalas de preferências, na qual só é preciso supor que
o consumidor prefere uma cesta de bens à outras, sem necessariamente implicar um
valor a esta preferência.

Pareto, em seu trabalho, continuou a usar conceitos derivados do trabalho de


Marshall, que não foi construído levando em consideração a escala de preferência. O
método matemático de Slutsky mudou essa concepção.

Assim, é necessário rejeitar todos os conceitos que são limitados pela utilidade
quantitativa, e substituí-los por conceitos que não tenham tal implicação. Se a utilidade
total é arbitrária, assim também ocorre com a utilidade marginal. Pode-se dar um
significado preciso à razão de duas utilidades marginais, quando as quantidades
possuídas de ambas as mercadorias são dadas. Pois essa razão é representada pela
inclinação de uma curva de indiferença.

A essa razão chamamos taxa marginal de substituição entre quaisquer duas


mercadorias. Podemos definir a taxa marginal de substituição de x por y como a
quantidade de y que compensaria o consumidor pela perda de uma unidade marginal de
x. Essa definição é inteiramente isenta de qualquer dependência de uma medida
quantitativa de utilidade.

Se um indivíduo está em equilíbrio em relação a um sistema de preços de


mercado, sua taxa marginal de substituição entre quaisquer dois bens deve ser igual à
razão de seus preços. Caso contrário haveria uma vantagem em substituir um bem pelo
outro. Assim podemos descrever a condição de equilíbrio no mercado. O preço de uma
mercadoria iguala a taxa marginal de substituição dessa mercadoria por dinheiro.

A definição de Utilidade Marginal Decrescente, assim como a Utilidade


Marginal (UMa) não possui uma definição exata. Utilizando-se a regra das curvas de
indiferença, iguala-se o princípio da Taxa Marginal de Substituição Decrescente
(TMSD) e a Taxa Marginal Decrescente, onde é suposto que há convexidade entre os
eixos. Assim, é preciso haver uma relação de equilíbrio entre os preços, para que a taxa
marginal de substituição deva ser decrescente. Está é uma das razões pelas quais a UMa
é substituída pela TMSD. Ela é considerada como uma mudança positiva na explicação
da teoria aplicada e necessita de uma fundamentação mais incisiva. Esta relação não se
aplica quando a TmgS não é crescente, pois o equilíbrio se torna instável.

Contudo, se a TmgS é crescente, quando são adquiridos certos produtos em


quantidade considerável, tem-se vantagens. Para qualquer ponto ser uma possível
relação de equilíbrio aos preços apropriados, a taxa marginal de substituição naquele
ponto deve ser decrescente. Entretanto, Hicks procura um fundamento mais sólido para
esse princípio, pois acredita que o embasamento do princípio da utilidade marginal
decrescente é composto por dúvidas, uma vez que se baseia em fatos sem comprovação
científica impossibilitando um estudo mais exato.
Abordando a reação do consumidor a mudanças nas condições de mercado
quando a mesma ocorre, há uma tendência de que o consumidor se desloque entre dois
pontos de equilíbrio, nos quais a taxa marginal de substituição deve permanecer
decrescente. Nesse contexto, esta é uma pressuposição necessária. É importante assumir
que esta condição também ocorra nos pontos intermediários de forma que não existam
pontos não diferenciáveis entre duas posições de equilibro. Na existência de tais pontos
o consumidor não será capaz de escolher entre duas formas diferentes de gastar sua
renda, risco que é eliminado por meio deste princípio.

O autor levanta duas pressuposições importantes:

i) na resolução de determinado problema prático, deve-se considerar


apenas os fatores importantes para tal finalidade; todos os demais não
devem ter influência;
ii) existe um grau suficiente de regularidade no sistema de preferências.
Ambas as pressuposições podem estar equivocadas, mas representam
bons pontos de partida.

Neste momento, abandona-se a simplificação de que o consumidor pode apenas


gastar sua renda em dois bens. Dessa forma, o diagrama de indiferença torna-se mais
complexo; entretanto, os princípios supracitados não são substancialmente afetados.
Com reação a taxa marginal de substituição, sua definição pode ocorrer como
anteriormente, exceto pelo fato de que as quantidades consumidas dos outros produtos
não devem se alterar. O completo equilíbrio ocorre quando a taxa marginal de
substituição entre quaisquer dois bens se iguala a sua razão de preço.

Por outro lado, o princípio da taxa marginal de substituição decrescente também


apresenta algumas diferenças. Além da necessidade de que ela seja decrescente entre
cada par de produtos, as substituições mais complicadas devem ser desconsideradas.
Isto equivale a dizer que a taxa marginal de substituição deve diminuir em cada direção,
o que é uma pressuposição complicada, porém conduz a conclusões de grande
importância.

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