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CEARÁ
PETRO
AUDITORIA GOVERNAMENTAL
AUDITOR DE CONTROLE INTERNO
PROF. TONYVAN CARVALHO
Aula 05
Auditoria Governamental para Auditor de Controle Interno
Introdução
Bem-vindo, Concursante! É com grande satisfação estar iniciando
nossa sexta aula do curso de Auditoria Governamental para Auditor de
Controle Interno da CGE CE. Daremos continuidade com as Normas vigentes
de auditoria independente das demonstrações contábeis emanadas pelo
Conselho Federal de Contabilidade (CFC): NBC TA 200(R1) .
1 CONTEXTUALIZAÇ ÃO ....................................................................... 4
1 Contextualização
Hoje iremos abordar a norma -base da Auditoria, que trata dos objetivos gerais
do auditor independente. Ela é fundamental para que você entenda como são
aplicados os conceitos durante a execução dos trabalhos realizados pelo
Auditor.
Antes de adentramos nas normas, faremos um breve resumo dos conceitos
iniciais inerentes à Auditoria.
Neste caso, o que é Auditoria? Existem diversas definições acerca de
Auditoria, mas todas decidem se por dizer que Auditoria é uma técnica
contábil cujo objetivo precípuo é constatar se as demonstrações contábeis
foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a
estrutura de relatório financeiro aplicável. Em outros termos, o Auditor vai
avaliar se o ente au ditado seguiu as normas que orientam a forma de
apresentar as demonstrações contábeis, uma vez que as mesmas são
importantes no processo de tomadas de decisões.
As auditorias podem estar em conformidade com diversos critérios, como por
exemplo, o objetivo, a periodicidade e o posicionamento do auditor/órgão
fiscalizador. O objetivo de uma auditoria pode estar relacionado à
necessidade de se verificarem falhas em um processo e, assim, poder corrigi -
las. A periodicidade de uma auditoria pode estar relacionada à necessidade,
bem como ao tipo de negócio.
Sendo assim, Neto e Solonca (2007) apresentam um quadro com os tipos de
auditoria, separando -os em 3 classes abrangentes: forma de abordagem;
órgão fiscalizador e área envolvida. Com isso, oferecem uma ampla vi são dos
diversos tipos de auditoria que podem existir.
CLASSIFICAÇÃO DA AUDITORI A
operacionais
Promover
melhorias nos Opinar sobre as demonstrações
Finalidade
controles financeiras
operacionais
Relatório principal Recomendações Relatório
Grau de
Menos amplo Mais amplo
independência
Interessados no
Empresa Empresa e público em geral
trabalho
Responsabilidade Trabalhista Profissional, civil e criminal
Continuidade do
Contínuo Periódico / Pontual
trabalho
Contábil e
Tipo de Auditoria Contábil
operacional
Quem exerce a 2
Contador com registro no CRC
atividades
Documento que
Relatório
produz
Fonte : A ud i tor i a C on t áb i l – T eor i a e Prá t ic a – Cr e pa l d i ( 2 01 2) – A da p ta d o
2
Um ponto polêmico que existe é a formação exigida de auditor
interno. Vejamos o que as normas mencionam sobre a formação
desse profissional:
NB C T 1 2 – D A AU DI T O RI A INT E RN A
12 . 1 – CO N C EI TU AÇ Ã O E DI S PO SI ÇÕ E S G ER AI S
12 . 1. 1 – CO NC EI TU A ÇÃO E O BJ E TI VO S D A AU DITO RI A IN T ER NA
[.. .]
12 . 1. 1. 2 – A a ud i tor i a i n ter n a é d e c o m p et ê nc i a ex c lus iv a d e c on t ad or, r e g is tr a do em
Co ns el h o Re g i on a l d e Co nt a b i li d ad e , nes t a no rm a d en o m in a do a ud i to r i nt ern o . [gr i fo
nos s o ]
Essa norma foi revogada pela NBC TI 01 – Da auditoria interna. Esta, por
sua vez, não faz menção de quem é a competência da execução das
atribuições de auditor interno, ou seja, não traz expresso que formação deve
ter o auditor interno.
Conclusão: o auditor interno pode ter qualquer formação.
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Auditoria Governamental para Auditor de Controle Interno
Se for tomado por base a Resolução nº560/1983, o auditor interno deve ser
Contador.
Nem sempre as questões são bem redigidas ou f azem referência às normas.
Você deve está consciente disso e deve escolher a melhor alternativa, pois
raramente é anulada questão em auditoria. Para não restar dúvidas quanto à
formação do auditor, segue esquema abaixo:
Interno: em regra,
formado em
Contabilidade.
Privado
Auditor
Externo: formado em
Contabilidade.
Ressalta-se que uma das questões mais cobradas na área fiscal quanto à
classificação de auditoria é a da 3 Instrução Normativa da Secretaria Federal
de Controle Interno (atual Controladoria Geral da União) nº 01/2001. Veja:
I. Auditoria de Avaliação da Ges tão: esse tipo de auditoria objetiva emitir
opinião com vistas a certificar a regularidade das contas, verificar a
execução de contratos, acordos, convênios ou ajustes, a probidade na
aplicação dos dinheiros públicos e na guarda ou administração de
valores e outros bens da União ou a ela confiados, compreendendo, entre
outros, os seguintes aspectos: exame das peças que instruem os
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Ressalte -se que a norma supracita da – IN nº01/2001/CGU - encontra-se
revogada pela IN nº 03/2017/Ministério da Transparência e CGU (norma
que aprovou o Referencial Técnico da Atividade de Auditoria Interna
Governamental do Poder Executivo Federal, que estabelece os princípios,
as diretrizes e os requisitos fundamentais para a prática profissional da
atividade de auditoria interna governamental do Poder Executivo Federal).
Essa, por sua vez, aprovou o Manual de Orientações Técnicas da
Atividade de Auditoria Interna Governamental do Poder Ex ecutivo
Federal, estabelecendo os procedimentos para a prática profissional da
atividade de auditoria interna governamental do Poder Executivo Federal.
Essa é a norma equivalente à IN nº01/2001/CGU. Ela não prever os tipos
de auditoria.
Atenção: embora a IN nº01/2001/CGU tenha sido revogada, essa
classificação já foi cobrada pelas bancas nas provas realizadas em 2018.
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Ressalte-se que as NBC TAs exigem que o auditor obtenha segurança razoável
de que estas demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorções
relevantes, independentemente se cau sadas por fraudes ou erro. Veja:
Veja que os objetivos gerais do Auditor estão alinhados com os objetivos gerais
da Auditoria:
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11 . A o c o nd u zi r a a u d i tor i a d e d em o ns tr aç õe s c o nt á be is , os o b je t iv os g era is d o a u di t or s ão :
( a ) o bte r s egu r an ça raz oá v el de qu e as dem on str a çõ es c ont áb ei s com o u m tod o e stã o
li vr e s de d is to rç ão re le v ant e, i nd epe n dent em ent e s e c au s ad as po r f ra ud e ou er ro ,
pos si bi lit and o a ss im que o aud it o r e xp r es s e s ua o pin iã o s o br e s e a s d em on str aç õe s
cont áb ei s f o r am el ab or ad as , e m t odo s o s asp e cto s r e le v ant es , em con fo rmi da de c om a
est ru tu ra d e r el at ó ri o f in an c ei ro a pli c á ve l; e
( b) ap re s ent ar r el at ó rio so br e as de mon s tr açõ e s c ont áb ei s e c om u n ic ar - s e c o mo e x i gi d o
pe l as N BC T As , em c o nf or m id a de c o m as c o ns t at aç ões do a u d it or. [gr i fo n os s o]
Em todas as NBC TAs, existe um item que traz as definições que serão utilizada s
no decorrer da explicação de cada norma. É, sem dúvidas, um dos dispositivos
quase certos em qualquer prova de Auditoria é o item 13 da NBC TA 200 (R1),
conforme exposto a seguir:
das es p ec if ic a me nt e e x i gi d as p el a es tr ut ur a; o u
( i i) rec o nh ec e ex pl ic i t am e nt e q u e po d e s er nec es s ár io qu e a a d m i nis tr aç ã o s e d es v i e d e u ma
ex ig ê nc i a da es tr u tu r a p ar a c o ns eg u ir a a pr es e n taç ã o a d e qu a da d as d e mo ns t r aç õ es
c on t áb e is . Es p er a - s e qu e ta is des v i os s e ja m n ec es s ár i os ap e nas em c irc uns t ânc i as
ex tr e ma m e nt e r ar as .
A ex pr es s ã o “es tr ut u r a d e c o nf or mi d ad e ” (c o mp l i anc e) é u t i l i z ad a p ar a s e re fer ir a u ma
es tr ut ur a d e re l a tór i o fi n anc e ir o q ue ex i ja a c on f orm i d ad e c o m as ex ig ê nc i as des s a es tr ut ur a,
mas nã o rec o nh ec e os as p ec t os c o nt i dos e m (i ) e ( i i) ac i m a.
Ev id ê nc ias d e a u d it or i a s ã o as i nf or m aç õ e s ut i l i za d as p e l o a u di tor p ara fu n da m e nt ar s uas
c onc l us ões e m q u e s e bas e i a a s u a o p in i ã o . As ev i dê nc ias d e a u d it or ia i nc lu e m in fo rm aç õ es
c on t id as n os r eg is tr os c o nt á be is s ub j ac en t es às d e mo ns tra ç ões c on t áb e is e ou tr as
i nf or maç õ es . Par a f ins d as N BC T As :
( i) a s u fic i ê nc i a d as ev i dê nc ias d e a u di t or ia é a m e d id a d a qu a nt i da d e da ev i d ên c i a de
au d it or i a. A q ua n t id a de nec es s ár ia da ev i dê nc i a d e a ud i tor i a é af et ad a p e l a av a li aç ão do
au d it or d os ris c os d e d is t or ç ã o r e l ev an t e e t am b é m pe l a q ua l i d ad e d e t al ev i d ênc i a;
( i i) a a d eq u aç ã o d a e v i dê nc ia d e a ud i t ori a é a me d i da d a q ua l i da de d a ev i dê nc ia d e a u d it or ia ;
is t o é , s ua r el ev ânc i a e c o nf i a bi l i da d e n o f orn ec i me n to d e s u po r te às c o nc l us õ es e m qu e s e
bas e i a a o pi n i ão do a u d it or .
Ris c o d e au d it or i a é o r is c o d e qu e o au d i tor ex pr es s e u m a o p i n iã o d e a u d it or ia i na d eq u ad a
qu a nd o as de m o ns tr a ç ões c o nt á be is c o nt iv ere m d is t orç ã o re l ev a nt e. O r is c o d e au d i t or ia é
um a f unç ã o d os r is c os d e d is t or ç ã o r e lev a nt e e d o r is c o d e d et ec ç ão .
Ris c o de d et ec ç ão é o r is c o d e q u e os pr o c ed i m en t os ex ec ut ad o s pe l o au d it or par a r e du zi r o
r is c o de a u di t or ia a u m nív e l ac e i tav e l me n t e ba ix o nã o d et ec t e m um a d is t orç ã o ex is t en te q ue
pos s a s er r el ev an t e, i nd iv i du a l me n te o u e m c on j u nt o c o m o utr as d i s torç õ es .
De m ons tr aç õ es c o nt á be is s ã o a r epr es e nt aç ão es tru t ura d a de i n for m aç õ es f in a nc e ir as
h is t ór ic as , i nc lu i n do d iv ul g aç õ es , c o m a fi n a li d ad e d e i nf or m ar o s rec urs os ec o n ô mic o s o u as
obr i g aç õ es da en t id a d e e m d e ter m i na d a d at a n o t e mp o o u as m u taç õ es d e t ais r ec urs os o u
obr i g aç õ es d ura n te u m per í od o d e t e m po e m c on f orm i d ad e c o m a es tr ut ur a d e r el at ór io
fi n anc e ir o. O t er mo “ de m ons tr aç õ es c o nt á be is ” re fe re - s e n orm a l me nt e a o c on j un t o c om p l et o
de d e mo ns t raç õ es c on t á b e is c om o de t er m in a do p e la es tru t u ra de r e l at ór io f i na nc e ir o
ap l ic áv e l , mas t am b é m po d e r e f er ir - s e a q ua dr os is o l a dos d as d em o ns tr aç ões c o nt á be is . As
d iv u l gaç õ es c o mpr e e nd e m i nf or maç õ es e x p lic a tiv as o u d es c r i tiv as , el a bo ra d as c o nf or me
r eq u er id as , p erm i t id a s ex pr es s a m en t e o u de outr a f or ma pe l a es tr ut ur a d e re la t óri o f i na nc e ir o
ap l ic áv e l , i nc l u íd as n a s d em o ns tr aç ões c o nt áb e is , o u n as n o tas e x p lic a tiv as , o u i nc orp o rad as
por r ef er ênc i a c r u za d a ( v er it e ns A l e A 2) . [ A lt er ad o p e l a NB C T A 2 00 (R 1) ]
A dm i n is tr aç ão é a p e s s oa c o m r es po ns ab i l i da d e ex ec ut iv a pe l a c on d uç ã o d as op er aç ões d a
en t id a de . Pa ra a lg u m as e n ti d ad es , c o m o n o Bras i l , a ad m i n is tr a ç ão i nc lu i a lg u ns o u t od os os
r es p o ns áv e is pe l a g ov er n a nç a , p or ex e mp l o, m e mbr os ex ec ut iv os d e u m c ons e l ho de
gov er n anç a, ou s óc i o - d ir e to r .
Dis t orç ã o é a d i fe r e nç a e n tr e o v a l or , a c l as s if ic aç ão , a a pr es en ta ç ão o u a d iv u l gaç ã o d e u m a
de m ons tr aç ã o c on tá b i l r el a ta d a e o v a lor , a c l as s i f ic aç ã o, a a pr es en t aç ã o o u a d iv u l g aç ão qu e
é ex i g id a pa ra q ue o i te m es t e ja d e ac or d o c om a es tr u tur a de r e l at ór io f in a nc e ir o ap l ic áv e l .
As d is t orç õ es po d em or ig i n ar - s e de er r o o u fr au d e. Q ua n do o au d it or ex pres s a u m a o p in i ão
s obr e s e as de m ons tr aç õ es c o n tá b e is f or am a pr es e n ta d as a d eq u ad a m en te , em t o dos os
as p ec tos r e lev a nt es , as d is t or ç õ es t am b é m i nc lu e m os a ju s t es d e v al or , c l as s if i c aç ã o ,
apr es e nt aç ã o o u d iv u l gaç ã o qu e , no j u l ga me n to d o a ud i to r, s ã o nec es s ár ios p ar a q ue as
de m ons tr aç õ es c o nt á be is es te j a m a pr es e nt a das a de q ua d a me n te , e m t od os os as pec t os
r e lev a nt es .
Pr em is s a, r e la t iv a à s r es p ons a b i li d ad es da a d m in is traç ã o e, qu a nd o a pr opr i a d o, dos
r es p o ns áv e is p e l a g ov er n a nç a , c o m b as e n a q ua l a au d it o ri a é c o nd u zi d a – Q u e a
ad m i n is tr aç ã o e , q ua n do a pr o pr ia d o, os res po ns áv e is p e l a gov er n anç a , t e nh a m c o nh ec i me n to
e e nt e n di d o q u e e l es tê m as s e g ui n te s r es p ons a b il i d ad es , f un d am en t ais p ara a c on d uç ã o d a
au d it or i a e m c on f or m i da d e c o m as n or mas d e a ud i tor i a. Is t o é, a r es p o ns a b i l id a de :
( i) p e l a e la b oraç ã o das de m ons tr aç õ es c on t áb e is e m c o nf or m i da d e c o m a es tru t u ra d e
r e la tó ri o f i na nc e ir o a p l ic áv e l , i nc l u i nd o q u an do r el ev a nt e s u a ap re s en t aç ã o a de q u ad a;
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( i i) pe l o c on tr ol e i nt er no q u e os a d mi n is t ra d ores e , qu a nd o ap ro pr i ad o, os r es po ns áv eis pe l a
gov er n anç a, d et er mi n am s er nec es s ár io par a per m i ti r a el a b oraç ã o d e de m ons tr aç õ es
c on t áb e is qu e es t e ja m l iv r es d e d is t orç ã o r el ev an t e, i nd e pe n de n te m en t e s e c a us a da p o r
fr a u de o u er ro ;
( i i i) p or for n ec e r ao au d it or :
a. ac es s o às in f or m aç ões q u e os ad m i n is tr a dor es e , qu a nd o a pr o pr ia d o, os res p ons áv e is p el a
gov er n anç a, t en h a m c on h ec im e nt o qu e s e j a m r e lev a nt es par a a e la b o raç ã o e a pr es en taç ã o
das de m ons tr aç õ es c o nt á be is c o m o r e gis tr os , doc u me n taç ã o e o utr os as s un tos ;
b. q ua is qu er i nf or ma ç ões a d ic i o n ais q ue o au d it or p os s a s o l ic it ar da a d mi n is t raç ã o e , qu a nd o
apr o pr ia d o, d os r es p o ns áv e is p e la g ov er na n ç a p ara o pro p ós it o d a a u di t ori a ; e
c . ac es s o i rres tr it o à q ue l es d en tr o d a e nt i d ad e q u e o a ud i to r de t er mi n a s er n ec es s ár i o obt er
ev id ê nc i as d e a u di t or i a.
J u lg a me n to pr of is s io n a l é a a p l ic aç ã o do tre i na m en t o, c on h ec im e n to e ex p er iê nc i a re l ev an t es ,
de n tro d o c o n tex to f o r nec i d o p el a s n or mas d e a ud i to ri a , c on t áb e is e ét ic as , na t o ma da de
dec is õ es i nf or ma d as a r es p e it o d os c ur s os d e aç ã o a pr o pri ad os n as c irc u ns t â nc i as do
tr a b al h o d e a ud i tor i a.
Ce t ic is m o pro f is s io n a l é a p os t ur a qu e i nc lu i u ma m en t e q u es t i on a do ra e a ler t a pa ra
c on d iç ões qu e p os s a m i n d ic ar pos s ív el d i s torç ã o d ev id o a err o ou fr a ud e e u ma av a li aç ão
c r ít ic a das ev i d ê nc i as de au d it or i a.
As s eg ur aç ã o r a zo áv e l é, n o c on t ex t o da a u d it or ia d e de m o ns tr aç ões c o nt á be is , um n ív e l a l to ,
mas nã o a bs ol u to , d e s eg ur a nç a .
Ris c o d e dis t or ç ã o r e lev a nt e é o r is c o de q u e as d e m ons tr aç õ es c o nt áb e is c o nt en h am
d is t orç ã o r e l ev a nt e an tes d a a u d it or ia . C o ns is t e e m d o is c om p on e nt es , d es c r it os a s e g u ir no
nív e l d as af ir m aç õ es :
( i) r is c o in er en t e é a s us c e t ib i l i da d e d e u ma a f irm aç ão a r es pe it o de u m a t r a ns aç ã o, s a ld o
c on t áb i l o u d iv u lg aç ã o, a u ma dis t or ç ã o q ue pos s a s er r e lev a n te , i n div i d ua l m en te o u e m
c on j u nt o c o m o utr as d i s tor ç õ es , a nt es d a c o n s i der aç ão de q u a is q u e r c o nt ro l es r e l ac i o na d os ;
( i i) r is c o de c on tr o le é o r is c o d e q ue u ma dis to rç ã o q u e p os s a oc orr er e m um a a f ir maç ã o
s obr e um a c las s e d e tr a ns aç ã o, s al d o c o nt á bi l ou d iv u l gaç ã o e q ue po s s a s er re l e v an t e,
i nd iv i du a l me nt e ou e m c o n j un to c o m o u tr as d is torç õ es , n ão s e ja pr ev e n i da , d et ec t ad a e
c or r ig i d a te m pes t iv a m en t e pe l o c o ntr o l e i nt e rno da e n t id a de . [gr i fo n os s o]
Ce t ic is m o pr of is s i on a l
A 18 . O c et ic is mo pr o f i s s i on a l i nc lu i es t ar a le rta , p or ex em p l o, a :
• ev id ê nc i as d e a u di t o r i a qu e c o n tr a d ig a m o utr as ev i dê nc i as ob t id as ;
• inf orm aç õ es qu e c o lo q ue m e m d úv i d a a c on f ia b i l id a de dos d oc u m e nt os e r es p os t as a
i nd a gaç õ es a s er e m u s ad as c o m o ev id ê nc ia s d e a ud i to ri a ;
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Auditoria Governamental para Auditor de Controle Interno
• c ond iç ões q u e p os s a m i nd ic ar p os s ív e l fr a ud e ;
• c irc uns t â nc ias q u e s ug ir a m a n ec es s id a de d e pr oc ed i m en t os d e au d it or i a al é m dos ex i g id os
pe l as N BC T As .
A 19 . A m an ut e nç ã o d o c e tic is m o pr of is s i on a l a o l o ng o d e t o da a au d it or ia é n ec es s ár i a, por
ex e m p lo , p ara qu e o a ud i tor r ed u za os ris c o s d e:
• ign or ar c irc u ns t ânc i a s n ã o us u a is ;
• gen er al i za ç ão ex c es s iv a ao t ir ar c o nc lus õ e s d as o bs erv aç õ es de au d it or i a;
• us o in ad e qu a do de pr e m is s as ao d e ter m in ar a na tur e za , a ép oc a e a ex t e ns ã o d os
pr oc e d im e nt os d e a ud i tor i a e a o av a li ar os r es u l ta d os d es t es .
[.. .]
A 21 . O a u d it or p od e a c e it ar r e gis tr os e d oc u me n tos c o m o g en uí n o s , a me n os qu e t en h a ra zã o
par a c re r n o c on tr ár i o. C o nt ud o , ex ig e - s e qu e o a u di t or c o ns i der e a c on f ia b i l id a de das
i nf or maç õ es a s er em us a d as c o m o ev i d ên c i as d e a u d it or ia ( N BC T A 5 0 0 – Ev i dê n c i a d e
A ud i tor i a, i t ens 7 a 9) . Em c as os de d úv id a a r es p e it o d a c o n fi a b i l id a de d as in f orm aç õ es o u
i nd ic aç õ es de p os s ív e l fr au d e ( p or ex e m p l o, s e c o n d iç õ es id e nt if ic a das d ura nt e a a u d it or ia
fi ze r e m o a ud i to r c r er qu e u m d oc um e nt o p o de nã o s er au tê n tic o o u q ue t er m os d e doc u me n to
po d em t er s i d o fa ls i fic ad os ) , as no r m as d e au d it or i a ex ig e m q ue o au d it or f aç a inv es ti g aç õ es
ad ic i on a is e d e ter m i n e q u e m o d if ic aç õ es ou a d iç õ es aos pr oc ed i m en t os d e au d it or i a s ã o
nec es s ár ias par a s o l u c i on ar o as s u nt o (N B C TA 2 40 , i te m 1 3 ; N B C TA 5 00 , i te m 1 1 ; e N BC T A
50 5 – C o nf ir maç õ es E x ter n as , i t ens 1 0 , 1 1 e 1 6). [ gr i fo n os s o]
Ressalte-se que o risco de distorção relevante pode existir em dois níveis: nível
geral da demonstração (se relacionam de forma disseminada às demonstrações
contábeis como um todo) e nível de afirmações para classes de transações,
saldos contábeis e divulgações (são avaliados para que se determine a
natureza, a época e a extensão dos procedimentos adicionais de auditoria),
conforme delineado a seguir:
Ris c o d e d is t orç ã o r e l ev a n te
A 34 . O s r is c os de dis t or ç ã o r e l ev an te po d e m ex is t ir e m d o is n ív e i s :
• no nív e l ge ra l d a d e mo ns tr aç ã o c o nt áb i l ; e
• no nív e l da af ir maç ã o p ar a c las s es d e tr an s aç õ es , s a ld os c o nt á b e is e d iv u l g aç õ es .
A 35 . Ris c os d e d is t or ç ão r e l ev an t e n o n ív e l g era l d a de m o ns tr a ç ão c o n tá b i l r ef er em - s e aos
r is c os d e dis t or ç ã o r e lev a nt e q u e s e r e l a c i on a m d e f or m a d is s em i n ad a às d e mo ns t raç õ es
c on t áb e is c o mo um t o do e qu e a fe t am po te n c i al m e nt e m ui t as af ir m aç õ es .
A 36 . O s r is c os de d i s tor ç ã o r e l ev an t e n o nív e l da af ir m aç ão s ão av a l ia d o s p ar a q ue s e
de t erm i n e a n a tur e za , a é p oc a e a ex te n s ão d os pr oc e d i me n t os ad ic i on a is d e a u d it or i a
nec es s ár ios p ar a a ob t enç ã o d e ev i dê nc i a de a ud i to ri a a pro p ri ad a e s uf ic i en te . [. .][ gr i fo
nos s o ]
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CAIU NA PROVA
Comentário:
Item errado. Evidência de auditoria compreende as informações utilizadas pelo auditor para
chegar às conclusões em que se fundamentam a sua opinião. Ele possui duas características:
uma qualitativa (adequação) e outra quantitativa (suficiência). Veja que o item inverteu as
definições. Segundo a NBC TA 500(R1):
Gabarito: Errado
(FCC - Auditor Fiscal da Receita Municipal (Teresina) - 2016) O risco de
distorção relevante é o risco de que as demonstrações contábeis contenham
distorção relevante antes da auditoria.
Segundo a NBC TA 200, podem ocorrer no nível
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Já os riscos de distorção relevante no nível da afirmação são avaliados para que se determine a
natureza, a época e a extensão dos procedimentos adicionais de auditoria necessários para a
obtenção de evidência de auditoria apropriada e suficiente. Essa evidência possibilita ao auditor
expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis em um nível aceitavelmente baixo de
risco de auditoria.
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Por fim, os riscos de distorção relevante no nível da afirmação que consistem em dois
componentes: risco inerente e risco de controle. O risco inerente e o risco de controle são riscos
da entidade; eles existem independentemente da auditoria das demonstrações contábeis.
Gabarito: A.
(FCC - Analista Judiciário (TST)/Contabilidade / Apoio Especializado -2017)
Evidências de auditoria são as informações utilizadas pelo auditor para
fundamentar suas conclusões em que se baseia sua opinião, devendo ser
suficiente, que é a medida da quantidade des sas evidências. Nos termos da NBC
TA 200, essa quantidade pode ser afetada
a) pela avaliação do auditor dos riscos de distorção.
b) pela complexidade dos riscos de auditoria.
c) pelo percentual dos riscos de detecção.
d) pela estrutura das demonstrações contábeis.
e) pelo histórico da informação contábil.
Comentário:
Questão aborda detalhes de uma das características da evidência de auditoria –
a suficiência. Segundo a NBC TA 200(R1):
13. [...]
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3 Lista de Questões
CONCEITOS INICIAIS DE AUDITORIA
6. (CESPE – Auditor Municipal de Controle Interno (CGM João Pessoa) / Geral / Auditoria,
Fiscalização, Ouvidoria e Transparência – 2018) A respeito dos objetivos e dos
procedimentos do auditor na realização do seu trabalho, julgue o item a seguir.
A auditoria interna e a externa são atividades que presumem independência na execução de
seus trabalhos, independentemente se o auditor é terceiro contratado ou servidor público.
10. (CESPE – Analista Judiciário (TRE BA) / Contabilidade / Administrativa – 2017) Caso
um auditor interno de determinado órgão público esteja interessado em analisar os pagamentos
efetuados pelo órgão, ele deve estar preparado para distinguir as situações caracterizadas como
risco para a entidade, para então escolher determinado procedimento de controle. Considerando
essa informação, assinale a opção que corresponde a uma situação caracterizada como tipo de
controle a ser analisado pela auditoria no ciclo de pagamentos.
a) repasse de cheques a recebedores não autorizados
b) falhas em equipamentos que podem resultar em erros de processamento
c) acesso a equipamentos de tecnologia da informação por usuários não autorizados
d) continuidade de operações que podem ser afetadas ou interrompidas por desastres (incêndio,
inundação etc.)
e) segregação de funções para programação e operação de computadores
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12. (CESPE – Analista Judiciário (TRE BA) / Contabilidade / Administrativa - 2010) Com
relação às normas de auditoria interna, julgue o item a seguir.
A auditoria interna deve assessorar a administração da entidade no trabalho de prevenção de
fraudes e erros.
14. (CESPE – Analista em Ciência e Tecnologia Júnior (CNPq) – 2011) Com base nas
normas aplicáveis à auditoria independente, julgue o item que se segue.
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15. (CESPE – Analista em Ciência e Tecnologia Júnior (CNPq) – 2011) Com base nas
normas aplicáveis à auditoria independente, julgue o item que se segue.
Ao executar uma auditoria, deve o auditor manter o ceticismo profissional, a fim de identificar e
avaliar os riscos de distorções relevantes decorrentes de fraude ou erro.
do auditor, que ele obtenha segurança absoluta de que as demonstrações contábeis como um
todo estão livres de distorção relevante.
e) a maioria das evidências de auditoria em que o auditor baseia suas conclusões e sua opinião
é de natureza conclusiva e não persuasiva.
19. (CESPE – Auditor (FUB) – 2013) Com relação aos conceitos gerais sobre auditoria, julgue o
item subsequente.
A função precípua da auditoria é a detecção de fraudes com base nos registros contábeis e na
documentação existente na entidade. A obtenção de informações de terceiros e o caráter
preventivo das ações realizadas pela auditoria são o efeito residual e aleatório de sua atuação.
22. (CESPE – Perito Criminal (PC PE)/Ciências Contábeis / Área 8 - 2016) Acerca de
auditoria de demonstrações contábeis, assinale a opção correta.
a) O trabalho do auditor deve restringir-se a segmentos específicos e determinados das
demonstrações contábeis.
b) São as normas de contabilidade que estabelecem as responsabilidades de governança da
administração das entidades auditadas.
c) O conceito de materialidade é objetivo, de utilização obrigatória e está expressamente
determinado nas Normas Brasileiras de Contabilidade.
d) Um grau elevado de segurança, ou asseguração razoável, ocorre quando o auditor obtém
evidência de que o risco de auditoria por reduzido a níveis aceitavelmente baixos.
e) A identificação das fraudes cometidas na fase de elaboração dessas demonstrações é o
principal objetivo da auditoria.
25. (FGV – Auditor do Ministério Público (MPE AL) - 2018) O planejamento da auditoria
governamental deve considerar os riscos da auditoria, que representa a possibilidade de o
profissional emitir uma opinião tecnicamente inadequada.
Em relação à classificação do risco de auditoria, assinale a afirmativa correta.
a) O risco de planejamento é a possibilidade de o erro acontecer devido às falhas no
planejamento.
b) O risco inerente é a possibilidade de o erro acontecer em face de não existir controle.
c) O risco de controle é a possibilidade de o erro não ser detectado pelo profissional de auditoria
governamental.
d) O risco de detecção é a possibilidade de o erro acontecer e não ser detectado, em face das
limitações dos controles existentes.
e) O risco de resultado é a possibilidade de não se obter o resultado esperado, devido a fatores
externos.
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GABARITO
1 ERRADO
2 CERTO
3 E
4 E
5 C
6 CERTO
7 ERRADO
8 C
9 B
10 E
11 E
12 CERTO
13 ERRADO
14 CERTO
15 CERTO
16 B
17 B
18 B
19 ERRADO
20 CERTO
21 ERRADO
22 D
23 CERTO
24 A
25 B
4 Questões Comentadas
c. acesso irrestrito àqueles dentro da entidade que o auditor determina ser necessário
obter evidências de auditoria.[grifo nosso]
Ressalte-se que a NBC T 11 foi revogada pela NBC TA 200. É comum, em auditoria, cobrar
dispositivos de normas revogadas. Por isso, nada de querer “brigar” com a banca quanto a essa
prática. Além disso, muitos dispositivos de normas revogadas encontram-se reproduzidos
literalmente nos livros dos melhores doutrinadores da área de auditoria, dependendo da edição
da obra.
2. evidência inconsistente com outras evidências obtidas. Divergências nas evidências precisam
ser analisadas com mais atenção para evitar que as informações sobre o objeto em análise
estejam significativamente corretas.
exigem que ele faça investigações adicionais e determine que modificações ou adições aos
procedimentos de auditoria são necessários para solucionar o assunto.
fraudes e erros relevantes, e comunicar-se como exigido pelas NBC TAs, em conformidade com
as constatações do auditor.
Comentários:
Questão aborda os objetivos gerais do auditor independente (externo), segundo a NBC TA
200(R1). Veja:
11. Ao conduzir a auditoria de demonstrações contábeis, os objetivos gerais do auditor são:
(a) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão
livres de distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro,
possibilitando assim que o auditor expresse sua opinião sobre se as demonstrações
contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a
estrutura de relatório financeiro aplicável; e
(b) apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se como exigido
pelas NBCs TA, em conformidade com as constatações do auditor. [grifo nosso]
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6. (CESPE – Auditor Municipal de Controle Interno (CGM João Pessoa) / Geral / Auditoria,
Fiscalização, Ouvidoria e Transparência – 2018) A respeito dos objetivos e dos
procedimentos do auditor na realização do seu trabalho, julgue o item a seguir.
A auditoria interna e a externa são atividades que presumem independência na execução de
seus trabalhos, independentemente se o auditor é terceiro contratado ou servidor público.
Coment ários:
Item certo. Independência é dos princípios que norteiam a auditoria, sendo a base para a
imparcialidade da auditoria e objetividade das conclusões de auditoria. Dessa forma, tanto o
auditor interno quanto o auditor externo, seja contratado ou servidor público, não podem ficar
subordinados a pessoas que possam ter seus trabalhos por ele examinados. De fato, os
auditores não podem ter sua independência comprometida, já que não está subordinado à
entidade que ele está auditando. Em relação aos auditores internos, este só está subordinado à
alta administração, garantindo-se, dessa forma, a sua autonomia funcional para desempenhar
seu trabalho sem influência do avaliado. O quadro a seguir demonstra que a independência é
inerente aos auditores – interno externo, embora em graus diferentes:
Continuidade do
Contínuo Periódico / Pontual
trabalho
Tipo de Auditoria Contábil e operacional Contábil
Quem exerce a 2
Contador com registro no CRC
atividades
Documento que
Relatório
produz
Fonte: Auditoria Contábil – Teoria e Prática – Crepaldi (2012) – Adaptado
Ante o exposto, a alternativa que apresenta uma situação que caracterizada como tipo de risco
de controle a ser analisado pela auditoria no ciclo de pagamentos é a segregação de funções
para programação e operação de computadores. Nesse caso, deve-se ser analisado se
quem manipula os programas de gerenciamento de pagamentos – programação - é diferente de
quem o opera - operação, para evitar fraudes e burlar as fragilidades do sistema e, com isso,
impedir que haja desfalque de ativos.
Em relação às demais alternativas:
a) repasse de cheques a recebedores não autorizados: risco de controle associado ao princípio
administrativo de controle interno - responsabilidade.
b) falhas em equipamentos que podem resultar em erros de processamento: risco inerente.
c) acesso a equipamentos de tecnologia da informação por usuários não autorizados: risco de
controle associado ao princípio administrativo de controle interno acesso aos ativos.
d) continuidade de operações que podem ser afetadas ou interrompidas por desastres
(incêndio, inundação etc.): risco inerente.
Portanto, alternativa correta é E.
a) Uma vez que é realizado pelo órgão fiscalizador da instituição, o processo de auditoria
interna, ao visar à segurança de que o objetivo esteja sendo alcançado, dispensa a
supervisão. Alternativa errada, pois, embora a auditoria interna seja autônoma, sempre está
sujeita à supervisão por parte do responsável pela governança. Segundo a NBC TA 200(R1):
13. Para fins das NBCs TA, os seguintes termos possuem os significados atribuídos a seguir:
[...]
o) Responsável pela governança é a pessoa ou organização com a responsabilidade de
supervisionar de forma geral a direção estratégica da entidade e obrigações relacionadas
com a responsabilidade da entidade. Isso inclui a supervisão geral do processo de relatório
financeiro. Para algumas entidades, os responsáveis pela governança podem incluir
empregados da administração, por exemplo, membros executivos de conselho de governança
de uma entidade do setor privado ou público, ou sócio-diretor. [grifo nosso]
Em relação aos procedimentos de auditoria, no geral, são os mesmos. Por fim, ressalte-se
que, devido à autonomia da auditoria interna, não há qualquer imposição legal ou normativa que
imponha revisão dos trabalhos da auditoria interna por parte da externa.
d) Quanto à essência dos procedimentos, os conceitos de controle interno e de auditoria interna
são equivalentes. Alternativa errada, pois controle interno (gênero) é mais amplo do que
auditoria interna (espécie). Segundo a doutrina, controle interno consiste no processo de
avaliação e regulamentação dos desempenhos operacionais da entidade, visando sua eficiência
e eficácia através do cumprimento da governança coorporativa, bem como salvaguardando os
seus ativos e controlando os exigíveis por meio de registros contábeis confiáveis, tempestivos e
oportunos. Diferentemente, a auditoria interna assessora a administração com o intuito de
revisar e avaliar a adequação dos sistemas de controles internos agregando valor as operações
da entidade, por intermédio de testes de observância e testes substantivos, dos papéis de
trabalho, embasando-se desta forma suas conclusões e recomendações.
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princípios do Código de Ética do IFAC, cujo cumpr imento é exigido dos auditores.
Esses pr incí pios são: ”
(a) Integridade;
(b) Objetividade;
(c) Competência e zelo pr ofissional;
(d) Conf idencialidade; e
(e) Comportamento ( ou conduta) prof issional.
14. (CESPE – Analista em Ciência e Tecnologia Júnior (CNPq) – 2011) Com base nas
normas aplicáveis à auditoria independente, julgue o item que se segue.
Pareceres sobre demonstrações contábeis emitidos por auditores independentes contribuem
para elevar o grau de confiança dos usuários nas informações auditadas. Ao elaborar parecer, o
auditor busca a asseguração razoável.
Coment ários:
Item certo. Questão aborda os objet ivos gerais da audit oria, segundo a NBC TA
200(R1). Veja:
3. O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis
por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo
auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos
relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável. No caso
da maioria das estruturas conceituais para fins gerais, essa opinião expressa se as
demonstrações contábeis estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos
relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro. [...] [grifo nosso]
Esse, certamente, é um dos dispositivos que mais aparece em provas. Segue mapa mental
para ajudá-los na memorização.
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15. (CESPE – Analista em Ciência e Tecnologia Júnior (CNPq) – 2011) Com base nas
normas aplicáveis à auditoria independente, julgue o item que se segue.
Ao executar uma auditoria, deve o auditor manter o ceticismo profissional, a fim de identificar e
avaliar os riscos de distorções relevantes decorrentes de fraude ou erro.
Coment ários:
Item certo. Ceticismo prof issional é a postura que inclui uma mente quest ionadora e
alerta para condições que possam indicar possível distorção devido a err o ou f raude e
uma avaliação cr ít ica das evidências de audit oria. Adicionalmente, a NBC TA 200(R1)
explicita que:
A21. A manut enção do ceticismo profissional ao longo de toda a audit oria é
necessária, por exemplo, para que o auditor reduza os riscos de :
• ignorar circunst âncias não usuais;
• generali zação excessiva ao tirar conclusões das observações de audit oria;
• uso inadequado de premissas ao det erminar a nature za, a época e a extensão dos
procedimentos de auditor ia e ao avaliar os resultados destes. [grifo nosso]
Portant o, item certo.
b) III, IV e V.
c) I, II, III.
d) I, IV e V.
e) II, III e V.
Coment ários:
Segundo item A15, da NBC TA 200, os princípios fundamentais de ética profissional relevantes
para o auditor quando da condução de auditoria de demonstrações contábeis estão implícitos
no Código de Ética Profissional do Contabilista e na NBC PA 01, que trata do controle de
qualidade. Esses princípios estão em linha com os princípios do Código de Ética do IFAC, cujo
cumprimento é exigido dos auditores. Esses princípios são:
(a) Integridade;
(b) Objetividade;
(d) Confidencialidade; e
Ao realizar o cotejo entre a norma e alternativas, concluímos que são exemplos de princípios:
Integridade, Objetividade, Competência e zelo profissional, Confidencialidade e Comportamento
(ou conduta) profissional.
Esse, certamente, é um dos dispositivos que mais aparece em provas. Segue mapa mental
para ajudá-los na memorização.
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5. Como base para a opinião do auditor, as NBCs TA exigem que ele obtenha segurança
razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção
relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro. Asseguração razoável é um
nível elevado de segurança. [...][grifo nosso] [NBC TA 200(R1)]
Letra E) ERRADA. A opinião do auditor tem natureza persuasiva e não conclusiva. Veja:
Esse, certamente, é um dos dispositivos que mais aparece em provas. Segue mapa
mental para ajudá-los na memorização.
19. (CESPE – Auditor (FUB) – 2013) Com relação aos conceitos gerais sobre auditoria, julgue
o item subsequente.
A função precípua da auditoria é a detecção de fraudes com base nos registros contábeis e na
documentação existente na entidade. A obtenção de informações de terceiros e o caráter
preventivo das ações realizadas pela auditoria são o efeito residual e aleatório de sua atuação.
Comentários:
Item errado. A função, ou simplesmente, objetivo precípuo da auditoria (externa ou
independente) é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos
usuários, segundo a NBC TA 200 (R1). Veja:
3. O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis
por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo
auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos
relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável. No caso
da maioria das estruturas conceituais para fins gerais, essa opinião expressa se as
demonstrações contábeis estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos
relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro. [...] [grifo nosso]
Esse, certamente, é um dos dispositivos que mais aparece em provas. Segue mapa
mental para ajudá-los na memorização.
Por fim, segundo a NBC TA 240, “a principal responsabilidade pela prevenção e detecção da
fraude é dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração”. Percebe-se
que o item misturou a função da auditoria com sua responsabilidade.
(ii) risco de controle é o risco de que uma distorção que possa ocorrer em uma afirmação
sobre uma classe de transação, saldo contábil ou divulgação e que possa ser relevante,
individualmente ou em conjunto com outras distorções, não seja prevenida, detectada e
corrigida tempestivamente pelo controle interno da entidade.[grifo nosso]
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22. (CESPE – Perito Criminal (PC PE)/Ciências Contábeis / Área 8 - 2016) Acerca de
auditoria de demonstrações contábeis, assinale a opção correta.
a) O trabalho do auditor deve restringir-se a segmentos específicos e determinados das
demonstrações contábeis.
b) São as normas de contabilidade que estabelecem as responsabilidades de governança da
administração das entidades auditadas.
c) O conceito de materialidade é objetivo, de utilização obrigatória e está expressamente
determinado nas Normas Brasileiras de Contabilidade.
d) Um grau elevado de segurança, ou asseguração razoável, ocorre quando o auditor obtém
evidência de que o risco de auditoria por reduzido a níveis aceitavelmente baixos.
e) A identificação das fraudes cometidas na fase de elaboração dessas demonstrações é o
principal objetivo da auditoria.
Comentários:
Questão aborda aspectos gerais de auditoria, segundo a NBC TA 200(R1).
Analisando cada alternativa:
a) O trabalho do auditor deve restringir-se a segmentos específicos e determinados das
demonstrações contábeis. Alternativa errada, porque não é obrigatório (“dever”) que o trabalho
do auditor se restrinja a segmentos específicos e determinados das demonstrações contábeis.
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Depende da situação para que isso aconteça. O erro está na palavra “deve”(obrigação) ao invés
de “pode”(opção).
b) São as normas de contabilidade que estabelecem as responsabilidades de governança da
administração das entidades auditadas. Alternativa errada, porque essas normas não impõem
responsabilidades à administração ou aos responsáveis pela governança e não se sobrepõe às
leis e regulamentos que governam as suas responsabilidades, segundo inteligência do item 4,
da NBC TA 200(R1). Veja:
4. As demonstrações contábeis sujeitas à auditoria são as da entidade, elaboradas pela sua
administração, com supervisão geral dos responsáveis pela governança. As NBCs TA não
impõem responsabilidades à administração ou aos responsáveis pela governança e não
se sobrepõe às leis e regulamentos que governam as suas responsabilidades. [...] [grifo
nosso]
c) O conceito de materialidade é objetivo, de utilização obrigatória e está expressamente
determinado nas Normas Brasileiras de Contabilidade. Alternativa errada, porque a
materialidade só será obrigatória se avaliação do efeito de distorções identificadas sobre a
auditoria e de distorções não corrigidas sobre as demonstrações contábeis forem relevantes.
Veja:
6. O conceito de materialidade é aplicado pelo auditor no planejamento e na execução da
auditoria, e na avaliação do efeito de distorções identificadas sobre a auditoria e de
distorções não corrigidas, se houver, sobre as demonstrações contábeis (NBC TA 320 –
Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria, e NBC TA 450 – Avaliação das
Distorções Identificadas durante a Auditoria). Em geral, as distorções, inclusive as omissões,
são consideradas relevantes se for razoável esperar que, individual ou conjuntamente, elas
influenciem as decisões econômicas dos usuários tomadas com base nas demonstrações
contábeis. Julgamentos sobre a materialidade são estabelecidos levando-se em
consideração as circunstâncias envolvidas e são afetadas pela percepção que o auditor
tem das necessidades dos usuários das demonstrações contábeis e pelo tamanho ou
natureza de uma distorção, ou por uma combinação de ambos. [...] [grifo nosso]
d) Um grau elevado de segurança, ou asseguração razoável, ocorre quando o auditor
obtém evidência de que o risco de auditoria por reduzido a níveis aceitavelmente baixos.
Alternativa correta, porque está em conformidade com a inteligência do item 5, da NBC TA
200(R1). Veja:
5. Como base para a opinião do auditor, as NBCs TA exigem que ele obtenha segurança
razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante,
independentemente se causadas por fraude ou erro. Asseguração razoável é um nível
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c) risco de distorção relevante é o risco de que os procedimentos executados pelo auditor para
reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo não detectem uma distorção
existente que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto, com outras distorções.
d) risco de detecção é o risco de que as demonstrações contábeis contenham distorção
relevante antes da auditoria.
e) ceticismo profissional é postura do auditor que reflete a maneira de processar,
cautelosamente, informação expressa em termos financeiros, a respeito de eventos econômicos
positivos ocorridos em períodos passados, relativamente a uma entidade específica.
Comentários:
Questão aborda conceitos expressos no item 13, da NBC TA 200(R1).
Analisando cada alternativa:
Letra A) CORRETO. Ela está alinhada a norma supracitada. Veja:
13. Para fins das NBCs TA, os seguintes termos possuem os significados
atribuídos a seguir:
[...]
(c) Risco de auditoria é o risco de que o auditor expresse uma opinião de
auditoria inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção
relevante. O risco de auditoria é uma função dos riscos de distorção relevante e
do risco de detecção.
[...]
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25. (FGV – Auditor do Ministério Público (MPE AL) - 2018) O planejamento da auditoria
governamental deve considerar os riscos da auditoria, que representa a possibilidade de o
profissional emitir uma opinião tecnicamente inadequada.
Em relação à classificação do risco de auditoria, assinale a afirmativa correta.
a) O risco de planejamento é a possibilidade de o erro acontecer devido às falhas no
planejamento.
b) O risco inerente é a possibilidade de o erro acontecer em face de não existir controle.
c) O risco de controle é a possibilidade de o erro não ser detectado pelo profissional de auditoria
governamental.
d) O risco de detecção é a possibilidade de o erro acontecer e não ser detectado, em face das
limitações dos controles existentes.
e) O risco de resultado é a possibilidade de não se obter o resultado esperado, devido a fatores
externos.
Comentários:
[...]
Risco de auditoria é o risco de que o auditor expresse uma opinião de auditoria
inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante.
O risco de auditoria é uma função dos riscos de distorção relevante e do risco de
detecção.
[...]
Risco de detecção é o risco de que os procedimentos executados pelo auditor
para redu zir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo não detectem
uma distorção existente que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto
com outras distorções.
[...]
Risco de distorção relevante é o risco de que as demonstrações contábeis
contenham distorção relevante antes da auditoria. Consiste em dois
componentes, descritos a seguir no nível das afirmações:
(i) risco inerente é a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma
transação, saldo contábil ou divulgação, a uma distorção que possa ser
relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, antes da
consideração de quaisquer controles relacionados;
(ii) risco de controle é o risco de que uma distorção que possa ocorrer em uma
afirmação sobre uma classe de transação, sa ldo contábil ou divulgação e que
possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, não
seja prevenida, detectada e corrigida tempestivamente pelo controle interno da
entidade. [grifo nosso]
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Os riscos são avaliados em duas dimensõ es, uma antes e outra após a aplicação
de controles, conforme a seguir (BRASIL, 2009):
• Risco inerente: é o risco do negócio, do processo ou da atividade,
independente dos controles internos administrativos adotados .
• Risco residual: é o risco que remane sce após a mitigação por controles
internos.
No mesmo sentido, a NBASP 200/ISSAI 200 define Risco de Auditoria, bem como
os seus componentes da seguinte forma:
51. Em geral, o risco da auditoria depende dos seguintes componentes:
O risco de distorção rele vante, que se compõe do risco inerente e do risco de
controle:
a) Risco inerente – a suscetibilidade da informação do objeto a uma
distorção relevante, pressupondo que não haja controles relacionados ;
b) Risco de controle – o risco de que uma distorção rel evante possa ocorrer e
não ser prevenida ou detectada e corrigida, tempestivamente, pelos controles
relacionados.
Se relevante para o objeto, algum risco de controle sempre existirá em
decorrência das limitações inerentes ao desenho e à operação do control e
interno.
O risco de auditoria é uma função dos riscos de distorção relevante e de
detecção.
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ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 2010.
CREPALDI, Sílvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 10ª edição. São Paulo:
Atlas, 2016.