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1 INTRODUÇÃO

Desde o final do século XVIII o homem tem se desenvolvido e aperfeiçoado


várias técnicas, nas atividades industriais, consequentemente a utilização dos
recursos naturais foi intensificada à medida que novos produtos e serviços eram
criados.

A utilização do petróleo como matéria prima na segunda metade do século XIX,


sem dúvida impulsionou a industrialização, a criação de novos mercados, e o
desenvolvimento urbano e econômico para países que possuíam em seu território
jazidas do óleo.

No entanto apesar de tratar-se de um recurso natural, e um produto que acabou


se tornando extremamente necessário à sociedade, o petróleo é extremamente
poluidor ao meio ambiente. Para chegar aos consumidores, o petróleo bruto passa
por uma série de etapas de processamento, já que no seu estado inicial possui
pouquíssimas aplicações. Destas ações de processamento, resultam grandes
quantidades de resíduos industriais. Estes resíduos muitas vezes são lançados ao
ambiente de forma inadequada, sem tratamento do mesmo, causando assim grandes
degradações ambientais.

As indústrias petroquímicas produzem enormes quantidades de resíduos


sólidos de difícil tratamento e disposição e com níveis de periculosidade alto em suas
quatro áreas (extração, transporte, refino e venda), constituindo assim um dos
problemas socioambientais mais graves, não só do Brasil como do mundo todo,
gerando grandes desafios para as áreas responsáveis pelas pesquisas, planejamento
e operação do sistema de destino final de resíduos sólidos.

Partindo dessa premissa, torna-se extremamente necessário conhecer quais


os resíduos sólidos produzidos nas diversas etapas do refino do petróleo, sua
composição fisioquímica, sua fonte geradora e principais soluções e tratamento do
mesmo, para assim contribuir na preservação ambiental, visto que, muitos destes
resíduos possuem características potencialmente perigosas à saúde humana e ao
meio ambiente, além de existir uma tendência mundial para o aumento da demanda
e do consumo de derivados de petróleo nos próximos anos.
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2 REVISÃO DA LITERARURA

Para a elaboração deste trabalho, foi realizada uma revisão bibliográfica, onde
foram consultados livros, páginas da internet, notas de aula, artigos técnicos,
dissertações de mestrado, artigos científicos nacionais e material publicado pelos
próprios órgãos relacionados ao petróleo, como a Agência Nacional do Petróleo –
ANP e a Petrobrás.

Como o objetivo é estudar a geração de resíduos sólidos e suas fontes


geradoras em refinarias de petróleo, partiu-se da premissa de que é necessário
conhecer as etapas do refino do petróleo, a fonte geradora, o resíduo (sua composição
fisioquímica, periculosidade) e seu tratamento.

A NBR 10.004/2004 foi a principal fonte de pesquisa, para conhecer os


diversos tipos de resíduos e sua periculosidade. Após essa pesquisa conseguimos
identificar, caracterizar e classificar os resíduos gerados em cada etapa do processo
de refino do petróleo. Identificado e classificado, os diversos tipos de resíduos
produzidos, partimos para as etapas de minimização, tratamento e disposição final
aos diferentes tipos de resíduos, aplicados atualmente nas refinarias. Foi analisado e
discutido o processo de gerenciamento de resíduos sólidos na refinaria, assim como
suas vantagens e desvantagens.

2.1 Geração de resíduos sólidos nas refinarias de petróleo

O processamento do petróleo, desde a perfuração até a saída de seu


produto final, atravessa inúmeras etapas, onde a geração de resíduos sólidos
acontece em grandes quantidades. Os resíduos sólidos gerados durante as
operações de refino variam muito na sua composição e toxicidade, suas
características dependem do processo produtivo (petróleo utilizado, da tecnologia de
refino adotada e do derivado que irá ser produzido). Vale ressaltar que nem todos os
resíduos gerados apresentam características perigosas ao meio ambiente.

Os resíduos sólidos têm origem, principalmente, nas etapas de produção de


derivados, porém há possibilidades de os resíduos serem gerados enquanto
transportados entre a planta industrial ou durante o funcionamento da estação de
tratamento de efluentes.
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A NBR 10.004/2004 estabelece os tipos de resíduos sólidos gerados nas refinarias


Tabela 1 – Tipos de resíduos gerados nas refinarias de petróleo
FONTE PERICULO
RESÍDUO PERIGOSO CONSTITUINTE PERIGOSO
GERADORA SIDADE
Sobrenadante proveniente de
separadores tipo DAF (Dissolved Air
Cromo hexavalente e chumbo Tóxico
Flotation) empregados na indústria
de refino de petróleo.
Sólidos provenientes da emulsão
residual oleosa gerada na indústria Cromo hexavalente e chumbo Tóxico
de refino do petróleo.
Lodos provenientes da limpeza dos
tubos dos trocadores de calor
Cromo hexavalente Tóxico
empregados na indústria de refino
de petróleo.
Lodos provenientes dos
separadores empregados na Cromo hexavalente e chumbo Tóxico
indústria do refino do petróleo.
Resíduos contendo chumbo
provenientes de fundi de tanques
Chumbo Tóxico
empregados na indústria de refino
de petróleo.
Sedimentos do tanque de
armazenamento de óleo cru, das Benzeno Tóxico
operações de refino de petróleo.
Borra clarificada do resíduo do Benzeno pireno, dibenzeno antraceno, benzeno
tanque de óleo e/ou sólido dos atraceno, benzeno fluoranteno, 3 –
Tóxico
REFINO DO PETRÓLEO

separadores / filtros de linha das metilbenzilciclopentanoantraceno, 7,12 –


separações de refino de petróleo. dimetilbenzeno antraceno
Gasto proveniente do
hidrocarboneto das operações de
refino de petróleo, incluindo leitos Tóxico e
Benzeno, arsênio
usados para dessulfurizar as inflamável
alimentações para outros reatores
catalíticos.

Adaptado da NBR 10.004 Resíduos sólidos - Classificação 2004, p. 25 e 26

Dentre os resíduos industriais mais produzidos, podemos destacar:

a) As borras oleosas (borra de fundo de tanque, lama de dessalgação e o lodo


da estação de tratamento de efluentes industriais)
b) A lama dos separadores de água e óleo, a lama dos flotadores a ar
dissolvido e a ar induzido
c) Materiais contaminados com óleo (barreira de contenção de óleo da lagoa,
materiais resultantes de alguma atividade de limpeza, manutenção, varrição
ou amostragem),
d) Resíduos de unidades catalíticas (esferas cerâmicas, pó de unidades
catalíticas, catalisadores gastos),
e) Resíduos da torre de resfriamento (borra salina, anteparos de madeira e
PVC)
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f) Sedimentos do fundo do tanque de armazenamento de petróleo e seus


derivados

Além de outros resíduos como coque, entulho, aditivos, filtro de carvão


ativado/areia, resinas trocadoras, madeira, tambores e embalagens diversas.

Na tabela abaixo é mostrado com mais detalhes os resíduos gerados nas


unidades de refino de petróleo e suas características.

Tabela 2 - Resíduos perigosos gerados nas unidades de refino de petróleo e suas


características

CARACTERÍSTICAS DO
° ETAPA DO REFINO RESÍDUO
RESÍDUO
Areia, ferrugem, água,
1 Dessalinização Lama do dessalinizador
metais, argila, óleo emul.
2 Coqueamento Resíduo de coque Partículas de carbono e HC
Metais pesados do óleo cru
Catalisador exausto
e HC
3 Craqueamento catalítico
Silicato de alumínio e
Finos do catalisador exausto
metais
4 Hidrocraqueamento catalítico Finos do catalisador exausto Metais pesados e HC
Silicato de alumínio e
5 Hidrotratamento Finos do catalisador exausto
metais
6 Alquilação Lama da alquilação neutralizada Ácido sulfúrico e HC
Cloreto de cálcio
7 Isomerização Lama de isomerização
(Neutralização do HCl)
Silicato de alumínio e
8 Reforma catalítica Finos do catalisador exausto
metais
Areia, ferrugem, água,
9 Tanques de estocagem Lama de fundo (borra oleosa)
metais, argila, óleo emul.

Adaptado de Mariano, 2001, p. 56 a 60

2.2 Descrições dos resíduos sólidos e medidas de minimização de sua geração

A seguir descreveremos com mais detalhes os resíduos sólidos gerados no


refino do petróleo e as principais prevenções adotadas para a minimização de sua
geração.

a) Lama de dessalinização

Como de conhecimento o processo de dessalinização é baseado no


aquecimento e mistura do petróleo cru juntamente com água, para possibilitar
separação do petróleo, com a utilização de desemulsificadores. Com isso, a água
utilizada acaba por removera maior parte dos minerais solúveis e os sólidos em
suspensão presentes no petróleo, formando uma lama, que deve ser gerida.
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Prevenção: Uma solução recomenda para que lama não possa acumular,
sabendo que o processo de dessalinização também forma uma corrente de água
salgada residual, é adiciona-la a outras correntes aquosas residuais para que possam
ser direcionadas para a Estação de Tratamento de Despejos Industriais (E.T.D.I) ou
para um tanque de drenagem.

b) Catalisador exausto do craqueamento catalítico

Após alguns períodos de utilização, o catalisador perde sua atividade,


caracterizando a geração de resíduo que deve ser gerido.

O resíduo gerado é considerado tóxico, devido aos constituintes presentes no


catalisador e na corrente de alimentação do processo, dentre eles estão contidos: os
hidrocarbonetos da corrente de alimentação, os produtos reações de reforma,
inclusive o benzeno e os metais que compõem o catalisador.

Prevenção: para que aja uma melhor eficiência do processo de craqueamento


catalítico, o catalisador deve ser periodicamente substituído por um novo catalisador

c) Sedimentos dos tanques de armazenamento do óleo cru (Borra Oleosa) e


Lodo

É formado uma mistura entre partículas sólidas, petróleo e água, de aspecto


pastoso, cor escura, apresentando-se em estado semi-sólido, que se deposita no
fundo do tanque. Este sedimento inclui benzeno, xileno, enxofre, hidrocarbonetos
aromáticos, tolueno, etilbenzeno e metais.

Prevenção: Uso de misturadores para reduzir o volume do resíduo gerados e


um melhor controle de derramamento.

Tanques de armazenamento de derivados do petróleo, como a gasolina e o


óleo residual também geram sedimentos. Nos tanques de armazenamento de
gasolina, os sedimentos são compostos por ferrugem e crostas oriundas de dutos e
reatores. Uma prevenção seria a lavagem constante destes tanques. Já os tanques
de armazenamento de óleo residual, os sedimentos são compostos de
hidrocarbonetos pesados, ferrugem e crostas, produzidos nas etapas de destilação
atmosférica, coqueamento e hidrocraqueamento. Para a redução destes sedimentos
é utilizado misturadores nos tanques ou este sedimento é reutilizado em outro
processo na refinaria.
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Quanto ao lodo da estação de tratamento de efluentes industriais este é


formado pelo material de fundo das lagoas de aeração.

d) Resíduos da alquilação
No processo de transformação de GLP em nafta, é gerado como resíduo uma
lama, oriundas das águas utilizadas para lavagem caustica do processo e dos tanques
e reatores das unidades de operação. A periculosidade deste lama está associada
aos hidrocarbonetos presentes em sua composição. Neste processo de alquilação é
utilizado um catalisador a base de ácido sulfúrico, onde periodicamente precisa ser
retirado do reator e substituído por um novo catalisador, devido a sua perda gradativa
de reatividade, devendo então ser armazenado e enviado para regeneração. Quando
o mesmo não for regenerado é qualificado como resíduos perigoso devido a
característica corrosiva do ácido sulfúrico.

Prevenção: redução da quantidade de óleo presente no ácido sulfúrico gasto;


utilização de novos processos de alquilação e o uso de agentes de neutralização
solúveis.

2.3 Tratamento e disposição dos resíduos sólidos

Todo modelo de gestão de resíduos deve ser adaptado ao tipo de


resíduo gerado, devendo assim conhecer a origem e as características do mesmo,
para assim elaborar um método de gestão eficiente baseados em critérios éticos,
ambientais, legais, normativos e financeiros.

Caso estes resíduos sejam perigosos (Classe I), estes devem ser
temporariamente armazenado, de acordo com a NBR 12.235/92 - Armazenamento de
resíduos perigosos, dentro da planta de refino, caso não seja possível, estes devem
ser transportados, de acordo com a NBR 13.221 – Transporte terrestre de resíduos,
para a reciclagem, reutilização ou tratamento fora da refinaria, para então ser
encaminhado para os aterros industriais. Caso estes resíduos não sejam perigosos,
estes devem ser armazenados temporariamente de acordo com a NBR 11.174/90 –
Armazenamento de resíduos Classe IIA, não inertes, e IIB Inertes – Procedimentos,
para que então sejam estudadas as possibilidades de reciclagem e reutilização dos
mesmos, caso estes não sejam passiveis de reciclagem e reutilização , estes devem
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ser transportados de acordo com a NBR 13.221, para as unidades de tratamento, para
então ser encaminhado para os aterros industriais, local adequado para a disposição
final dos mesmos

As refinarias devem possuir ou estimular a criação de programas de


minimização de resíduos baseados no conceito dos 3R’s, ou seja, através da redução
na fonte, do reaproveitamento e da reciclagem. A partir daí, se necessário utilizar um
processo de tratamento.

Entre as formas de tratamento de resíduos sólidos mais utilizadas pelas


refinarias, destacam-se o coprocessamento, a incineração e a biorremediação.

a) A incineração é um processo de combustão a altas temperaturas,


durante um tempo pré-determinado, que elimina praticamente todos os
componentes orgânicos e inorgânicos, tendo como subprodutos, cinzas e
gases de combustão. Tem como objetivo a redução do volume a ser descartado
e a diminuição da periculosidade do resíduo.

Tabela 3 – Vantagens e desvantagens da incineração

Fonte: http://www.peamb.eng.uerj.br/trabalhosconclusao/2009/carloseduardoSCanejodacunhaPEAMB_2009.pdf

b) O co-processamento é um processo térmico de destruição de


resíduos, onde estes podem substituir parcialmente as matérias-primas e/ou
combustível, sem prejudicar a qualidade do produto final, possibilitando ainda
a incorporação das cinzas ao produto.

Tabela 4 – Vantagens e desvantagens do co-processamento

Fonte: http://www.peamb.eng.uerj.br/trabalhosconclusao/2009/carloseduardoSCanejodacunhaPEAMB_2009.pdf
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c) Já os processos de biorremediação são aqueles que utilizam


microrganismos capazes de degradar compostos orgânicos, transformando-os
em substâncias menos complexas, podendo chegar à sua mineralização

Tabela 5 – Vantagens e desvantagens da Biorremediação

Fonte: http://www.peamb.eng.uerj.br/trabalhosconclusao/2009/carloseduardoSCanejodacunhaPEAMB_2009.pdf

Nos casos em que não se pode impedir a geração do resíduo ou de nenhum


tratamento ser totalmente eficaz, só resta a alternativa dos aterros industriais.

A maioria dos resíduos classe I é enviada a co-processamento. Já os resíduos


classe II e III se não reaproveitados, são destinados a aterro industrial.

A maioria dos resíduos são tratados em local diferente do de refino do petróleo,


então o acondicionamento e o transporte destes, depende do resíduo gerado,
podendo ser acondicionado em caçambas, tambores ou big-bagg e transportador por
caçambas, carga seca ou a vácuo.

Seria recomendado que todas as refinarias de petróleo realiza-se:

a) Elaboração de um procedimento interno para a gestão de resíduos sólidos;

b) Treinamento de pessoal, de modo a obter uma maior participação e interesse


de todos os profissionais sobre a importância da questão ambiental;

c) Vistorias internas para detecção de vazamentos e eventuais riscos;

d) Construção de uma área adequada de armazenamento temporário de


resíduos;

e) Busca por serviços licenciados no transporte;

f) Análise crítica da gestão de resíduos;


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3 CONCLUSÃO

No presente trabalho foram apresentados os resíduos sólidos gerados nas


refinarias, estes foram, caracterizados e classificados através das diferentes
unidades de refino. As técnicas de tratamento e destinação final dos resíduos foram
apresentadas, tendo sido analisadas suas principais vantagens e desvantagens.

Ficou claro o potencial poluidor de uma refinaria de petróleo, devendo-se,


portanto, identificar, analisar os resíduos sólidos gerados de acordo com a legislação
e normatização vigente no país, em especial a NBR 10.004/2004. Para assim tomar
medidas preventivas e corretivas, para diminuir o impacto ao meio ambiente.
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Referências Bibliográficas

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Norma NBR


10004: Classificação de Resíduos Sólidos, 2004.

PETROBRAS - PETRÓLEO BRASILEIRO SA. N-2622: Classificação,


armazenamento temporário, transporte, tratamento e disposição de resíduos
sólidos oleosos. Rio de Janeiro.1998
ARAÚJO, L.S.A; NICOLAIEWSKY, E.A.; FREIRE, D.D. C. “Gerenciamento de
Resíduos Sólidos em Refinarias de Petróleo”. Anais do IX Congresso Brasileiro
de Energia, v. l I. p. 39-45 2002.
Soares Canejo Pinheiro da Cunha, Carlos Eduardo, Gestão de resíduos perigosos
em refinarias de petróleo. 2009. 134f. Dissertação de Mestrado - Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. 2009
MARIANO, J.B. Impactos Ambientais de uma refinaria de petróleo. Tese de
Mestrado, PPE/COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ. 2000

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SZKLO, A. S.; ULLER, V. C. Fundamentos do Refino do Petróleo. Rio de Janeiro,


Editora Interciência, 2005

MMA (Ministério do Meio Ambiente). Lei nº 12.305 – Política Nacional de


Resíduos Sólidos. 02 ago. 2010. [Internet]. Disponível em: http: // www.mma.gov.br
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