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E no Brasil...
Atualmente muitos países já enfrentam problemas
com a escassez de água. Mas o Brasil tem muita água, podem
pensar alguns. É o Brasil realmente tem. A Amazônia, por
exemplo, é portadora da maior bacia fluvial do mundo. Só que
esses “muitos e maiores” são também aplicados às taxas de
poluição e desperdício. Só para se ter uma idéia, apenas na
região metropolitana de São Paulo, metade da disponibilidade de
água está afetada pela existência de lixões sem qualquer
tratamento sanitário*. A água contaminada é responsável pela
transmissão várias doenças como desinteria e cólera, entre
outras.
Em outras regiões do Brasil a história não é muito
diferente: metais tóxicos, como o mercúrio usado no garimpo,
acumulam-se criminosamente em nossas águas. Para cada 450
gramas de ouro extraídos dos rios da Amazônia, o dobro de
mercúrio é despejado na água resultando num cálculo
assustador: cerca de 100 toneladas anuais desse metal
envenenam a Bacia Amazônica.
No setor rural, lamentavelmente, é onde ocorre a maior
taxa de desperdício por conta de métodos de irrigação não
racionalizados. A grande quantidade de água utilizada no setor
agrícola pode ser sensivelmente reduzida com a implantação de
processos de irrigação bem planejados. O setor também contribui
para o aumento da poluição, despejando nas águas os restos de
pesticidas agrícolas. E o que fazer? Temos de exigir que a
administração do uso da água seja feita com responsabilidade.
Além disso, cada um de nós, não importa nossa
atividade profissional, somos seres humanos
dependentes deste valioso recurso natural. Se em
cada momento do nosso dia-a-dia, tivermos em
mente que somos responsáveis pela nossa água do futuro,
poderemos contribuir para garantir uma límpida e potável
reserva.
A Secretaria de Recursos Hídricos está montando
o Projeto de Conservação e Revitalização de Recursos
Hídricos, tendo como alvo o setor rural. Ainda em fase
experimental, o projeto prevê a expansão para uma
visão de manejo integrado de solo e água. A intenção é
desenvolver campanhas educativas e oferecer
financiamento para atividades que recuperam e melhorem os
mananciais, estimulando os produtores a, por exemplo, recuperar
matas ciliares ou cuidar para que os dejetos de suas propriedades
não contaminemos mananciais. No âmbito urbano, além das
medidas concretas como verificação e eliminação de vazamentos
e ligações clandestinas, alteração das normas de construção de
prédios e residências, entre outras, existe também um grande
desafio que é a mudança no comportamento da população que,
atravessando gerações, vem enraizando cada vez mais a cultura
do desperdício.
A ÁGUA EM NÚMEROS