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ITERRA – Instituto Técnico de Capacitação e Pesquisa da Reforma Agrária

UFFS – Universidade Federal da Fronteira Sul


Curso de Licenciatura em História – Turma II
Fichamento: Josué de Castro: Vida e Obra
Educanda Flávia Sabrina do Nascimento

Fernandes, Bernardo Mançano, Josué de castro: vida e obra/ Bernardo Mançano


Fernandes, Carlos Walter porto Goncalves – 1 ed.

A fome e a reforma agraria


Josué de castro foi um dos filhos mais nobres e dedicados do povo brasileiro. Foi um
homem completo e totalmente dedicado as causas que afligiam nosso povo. Medico,
estudioso conhecedor profundo de nossa realidade brasileira, colou desde o princípio seus
conhecimentos científicos a serviço da defesa da vida. p.7

E sabia que a única forma de levar adiante as ideias da reforma agrária era se o povo
pobre, se os trabalhadores rurais fossem os primeiros a se organizar. Por isso foi um
grande incentivador da organização camponesa e contribui decisivamente para a
organização das Ligas Camponesas no Nordeste, patrocinando seu primeiro congresso
em recife, na década de 50. p.8

1. O problema da fome no Brasil

Mas olhando com mais detalhe para o “Mapa da Fome do IPEA”, pode-se descobrir outras
características ainda mais nefastas. Dos 65 milhoes de miseráveis, cerca de 4 milhões de
famílias vivem nas capitais, o centro de desenvolvimento do país. Certamente uma das
causas encontrasse também nos dados do governo. Segundo a fundação Getúlio Vargas,
em 1960, da renda nacional total, cerca de 66% fica com rendimento do trabalho, com
salário pago é somente 34% com rendimento para capital. Passados 30 anos, os
trabalhadores ficavam com apenas com apenas 30% de toda renda nacional produzida
anualmente e nada menos do que 70% dos rendimentos se destinava ao capital. Com isso
os 20% mais pobres ficam com apenas 2% da renda nacional e os 20% mais ricos com
63%. p.9
2. O problema agrário brasileiro

[...] Apenas 1%dos proprietários são donos de 46% de todas as terras. E como
resultado dessa concentração é que do outro lado, tem-se 3,9 milhões de
estabelecimentos de pobres do campo explorando áreas insuficiente para seu
progresso e os outros 4,8 milhões de famílias, sem-terra. p.11

[...] segundo o IBGE, de 1970 a 1990, nada menos de 30 milhoes de brasileiros saíram
de seus lacais de moradia no interior e migraram para as capitais, formando grandes
metrópoles, praticamente inabitáveis para os padrões modernos da sociedade. Pois
seu gigantismo leva à ocorrência dos problemas sociais como falta de moradia, esgoto
e água tratada, a indicadores insuportáveis. p.12

3. A reforma agraria: uma luta de todos.

[...] compreendeu-se que diante do problema agrário que persiste no brasil, diante da
politica econômica neoliberal que agrava ainda mais os problemas conjunturais da
agricultura; diante da adoção pelas elites brasileiras de um novo modelo de
desenvolvimento; totalmente subordinado aos interesses do capital estrangeiro e
capital financeiro; do abandono de um projeto de economia brasileira, nacional e a
serviço prioritariamente das necessidades de toda a população. Ante essa situação
criada, a reforma agraria passou a ter um papel estratégico fundamental para as
mudanças sociais no Brasil. p.13

Em sua produção científica, Josué de Castro registrou as causas da fome. A


concentração de renda e as desigualdades sociais estão no princípio da questão. A
concentração da estrutura fundiária, a expropriação dos trabalhadores rurais e a
utilização da terra para uma agricultura de exportação em detrimento da agricultura
familiar também estão entre as principais causas da fome. Igualmente analisou como
os investimentos de enormes somas de recursos financeiros para a produção bélica
poderiam ser canalizados para eliminar a fome no mundo.

Josué de Castro, Fome de Justiça.

Uma das atividades que contribuem para fortalecer as lutas dos movimentos sociais
é, sem dúvida, a mística. Nesses momentos as pessoas reflexões a respeito de seus
princípios, tomando como referencias diversos pensadores lutadores do povo que se
dedicaram a pensar a sociedade a lutares do povo que se dedicaram a pensar sociedade
e a lutar para transforma-la, objetivando torná-la mais justa, generosa e solidaria. p.16

Assim, a mística é a leitura da realidade e da teoria. É poesia declamada e cantada,


quando a vida é pensada e valorizada em todas as suas dimensões. Desse modo se
planta no coração e na mente as raízes da luta popular. Planta-se a rebeldia, a
indignação, as irreverências, a solidariedade, a generosidade, o sentimento de justiça
e de igualdade, bem como a sabedoria entre outras virtudes que vão semear a
consciência, cujos frutos serão colhidos nas vitorias dos movimentos sócias. p.17

A obra de Josué de castro é um marco no processo de compreensão da fome. E neste


sentindo, seu livro Geografia da Fome é um dos principais estudos dessa questão. A
opção pelo método geográfico possibilitou ao autor uma análise mais ampla. p.19

Josué de Castro cunhou conceitos importantes, como fome epidêmica e fome


endêmica. A fome epidêmica compreendida como a fome global, a mais aguda e
violenta, a verdadeira inanição, que se constitui na fome total. A fome endêmica
compreendida como a fome parcial, a fome oculta, pela falta permanente de
determinados elementos nutritivos nos regimes alimentares, em que populações
inteiras morrem lentamente de fome. p. 20-21

Com os esforços do autor, a fome deixou de ser tabu e esses conceitos foram sendo
incorporados nos estudos e políticas de diversas instituições, como a FAO –
Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação –, cujo Conselho,
Josué presidiu nos anos de 1952-1955. Todavia, admitir a fome como questão política
não era suficiente. Os limites da FAO para resolver o problema da fome estavam
representados nos interesses dos países ricos. Assim, Josué se desiludiu com o
trabalho desenvolvido, defendendo ações sobre as instituições internacionais

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