Vous êtes sur la page 1sur 6

Prova Contemporâneas 1 - Hallana Machado; Matheus Rosa

CASO 1

Baseando-se na vertente Pluralista, os Estados têm total autonomia para lidar


com os seus problemas internos garantindo assim a sobrevivência da sociedade. Os
Estados, entretanto, não podem interferir nos assuntos domésticos de outros Estados,
a menos que a ajuda seja solicitada.

“[...] the view that states, like individuals, can and do have differing interests and
values, and consequently that international society is limited to the creation of
a framework that will allow them to coexist in relative harmony... For pluralists,
one of the features that distinguishes international society from any other form
of social organisation is its procedural and hence non-developmental
character.” (Buzan, 2004 apud Mayall (2000: 14))

Entretanto, quando se trata de um caso como o de Vladimir Herzog, que após


se voluntariar para ser interrogado por militares no Destacamento de Operações de
Informações/Centro de Operações de Defesa Interna (DOI/CODI) de São Paulo, foi
encontrado morto, em 1975, durante o regime militar brasileiro. Os militares disseram
que Vladimir cometeu suicídio. Anos depois, em 1996, descobriu-se que na verdade
o jornalista havia sido torturado e em seguida assassinado, e foi reconhecido como
morto político, com isso a Corte Interamericana de Direitos Humanos, uma jurisdição
da Organização dos Tratados Americanos (OEA) condenou o Brasil a reabrir novas
investigações a respeito da morte do jornalista. A intervenção da OEA se dá devido à
quebra do Tratado de Direitos Humanos, por parte do Brasil, por não providenciar
Vladimir os direitos elementares (à vida, à propriedade e à celebração de contratos)
trazidos no tratado quebrando a Ordem Social e assim, também a Ordem
Internacional.

A Sociedade Internacional parte do pressuposto da garantia de vida protegida,


ou seja, lutar contra a violência, buscam também o cumprimento de promessas feitas
e que acordos firmados sejam colocados em práticas, por fim a sociedade
Internacional busca estabilidade na vida social através de ordem. Como mostrado no
caso Herzog, o Brasil não disponibilizava esses pressupostos durante a ditadura, a
sociedade brasileira não era dotada de proteção a vida, garantia de cumprimentos de
promessas e faltava segurança provocando a desordem na conduta social.

“[...] a ordem que se procura na vida social não é qualquer ordem ou


regularidade nas relações entre indivíduos ou grupos, mas uma estrutura de
conduta que leve a um resultado particular, um arranjo da vida social que
promove determinadas metas ou valores. ” (BULL, 2002, p. 8)

Voltando aos interesses da Ordem Internacional, é necessário preservar as


crenças do próprio Estado, defender a soberania estatal. Sendo assim, o Brasil tem
autonomia para proceder em seus assuntos no âmbito doméstico, entretanto quando
esse assunto passa para o âmbito internacional, o Brasil deve responder perante a
tratados do qual ele faça parte, caso seja necessário.

Quando a OEA interfere no caso brasileiro ela busca uma forma de manter a
Justiça na Política Internacional tentando garantir os direitos individuais da família de
Vladimir. Como Justiça Internacional podemos entender como regras morais que
atribuem direitos e deveres aos Estados e às Nações (BULL, 1997)

“[...] justiça individual ou humana são entendidas as regras morais que atribuem
direitos e deveres individualmente aos seres humanos. Sob a forma da doutrina
do direito natural, as ideias sobre a justiça humana precederam historicamente
o desenvolvimento das noções da justiça entre os estados ou internacional,
proporcionando talvez os principais fundamentos intelectuais sobre os quais as
ideias de justiça entre estados ou internacional se basearam no princípio

A expansão dos Direitos humanos na sociedade internacional coloca a


soberania dos Estados em ameaça, mas isso acaba se tornando necessário para que
se possa manter a paz dentro do sistema. Como pode ser visto no acontecimento
retratado no Brasil, e a sua condenação no caso Herzog, que é utilizada como uma
forma de mostrar aos outros Estados que é necessário que se sigam as regras
acordadas no sistema internacional, é possível perceber a relação com justiça
internacional agindo juntamente com os Direitos Humanos, para a preservação do
indivíduo e da sua relação com o Estado.

A sociedade internacional parte do pressuposto de institucionalização de


interesse mútuo e identidade entre os estados e coloca a criação e manutenção de
normas, regras e instituições compartilhadas no centro (Buzan, 2014). Por meio desse
princípio é possível ver o compartilhamento de ideia entre Estados através de
tratados.

A criação de regras e normas faz com que o Estado tenda a segui-las, porém,
o Estado é soberano, com isso, cabe a ele a decisão de respeitar ou não essas
normas, mas para que se mantenha a ordem no sistema internacional é necessário
que essas regras sejam cumpridas, mas caso ocorra o descumprimento das mesmas,
medidas devem ser tomadas para com os Estados, entretanto, essas medidas não
podem ser tão severas pois devem respeitar a soberania dos estados, por isso
houveram as criações de tratados e organizações que tem como função primordial
fiscalizar os estados. No caso do Brasil vemos essa situação após a condenação pelo
assassinato de Herzog no período do regime militar, ele acata a acusação feita pela
CIDH e resolve reabrir as investigações e punir os verdadeiros culpados, buscando
se retratar após descumprir o tratado.
CASO 2

O Estado tem sua soberania para atuar em casos doméstico, desde que não
infrinja o tratado de direitos humanos. E isso vem acontecendo com os povos
indígenas no Brasil, o atual presidente da república, Jair Messias Bolsonaro, declarou
no início de seu governo que a demarcação das terras indígenas ficará a cargo do
ministério da agricultura, cuja ideologia é contrária a preservação de terras indígenas.
Com isso é possível compreender a falta de fundamentos básicos presentes no
pluralismo no caso indígena brasileiro, o governo brasileiro, há anos, vem adiando o
cumprimento do artigo constitucional que diz respeito à demarcação dos territórios dos
índios. Porem essa situação se agravou com a posse do novo presidente, podendo
levar esse conflito a níveis mais críticos.

“[...]Em primeiro lugar, todas as sociedades procuram garantir que a vida seja
protegida de alguma forma contra a violência que leve os indivíduos à morte
ou produza danos corporais. Em segundo lugar, todas as sociedades procuram
a garantia de que as promessas feitas sejam cumpridas, e que os acordos
ajustados sejam implementados. Em terceiro lugar, todas as sociedades
perseguem a meta de garantir que a posse das coisas seja em certa medida
estável, sem estar sujeita a desafios constantes e ilimitados."

Segundo Bull, toda sociedade parte do pressuposto da garantia de suas


posses, de forma estável sem se submeter a conflitos (Bull, 2002, p.9). A situação
indígena no Brasil mostra que esse princípio da ordem na vida social não estão sendo
seguidos, pois existe a ameaça de retirar a terra de seus donos, caso isso venha
realmente acontecer há também a possibilidade de morte. A constituição de 1988
prevê a marcação territorial indígena em 5 anos, o que não aconteceu, e devido a isso
a CIDH (Corte Interamericana de direitos humanos), em 2016, acusou o Brasil de
violar o direito à propriedade dos povos indígenas.

Através da expansão dos direitos humanos é possível ter um melhor


monitoramento das ações dos Estados em suas relações domésticas. Na situação do
Brasil é compreensível que os direitos humanos ajam contrários à vontade do Estado,
pois o mesmo almeja a não demarcação dos territórios indígenas, o que deixaria
milhares de índios sem terras e poderia acarretar uma guerra dentro do país, entre
indígenas e o agronegócio.

“[...]É bem verdade que a justiça, em qualquer uma das suas formas, se é
realizável dentro de um contexto de ordem. Os objetivos secundários ou
avançados da vida social só podem ser garantidos se os seus objetivos
elementares ou primários estiverem de algum modo realizados. (Bull, 2002)

A Justiça cosmopolita trabalha o que é bom e justo para todos os indivíduos,


olhando para o Brasil e a situação indígena, é perceptível que o Estado está visando
apenas o seu bem estar econômico e com ganhos baseados na exploração das terras
indígenas. Mas o indivíduo em questão ficaria refém de uma sociedade globalizada
da qual ele provavelmente não deseja. “Essa noção de justiça procura definir o que é
certo ou bom para o mundo todo, para uma imaginária civitas maxima ou sociedade
cosmopolita a que pertencem todos os indivíduos e à qual todos os seus interesses
devem estar subordinados.” (Bull, 2002)

A Sociedade Internacional baseia-se em desejos mútuos dos Estados, e


acredita também que o indivíduo molda a sociedade conforme a sua necessidade.

[…] is about the institutionalization of mutual interest and identity among states
and puts the creation and maintenance of shared norms, rules and institutions
at the centre of IR theory. The basic idea of international society is quite simple:
just as human beings as individuals live in societies which they both shape and
are shaped by, so also states live in an international society which they shape
and are shaped by. (Buzzan, 2014)

Segundo Buzan, a sociedade internacional não é análoga a sociedade


doméstica, e devem ser analisados e estudados separadamente. Isso nos leva a crer
que o Brasil tem total autonomia para tomar decisões em âmbito doméstico, que é o
que acontece com o território dos índios, o Estado poderia definir se tais terras
poderiam ser abertas para a agroindústria ou não, pois esse problema diz respeito
apenas à sociedade domestica do país, e com isso a sociedade anárquica
internacional respeitaria a soberania do Estado brasileiro.

Porém o tratado de direitos humanos trabalha acima da soberania estatal e ele


pode condenar e julgar casos que ferem seus códigos, por isso o Brasil foi levado a
corte IDH, mesmo com tal erro o Tratado de direitos humanos só pode intervir no
Estado com a autorização do mesmo.

Vous aimerez peut-être aussi