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CAPÍTULO PRIMEIRO
1
Ano da Verdadeira Luz, correspondendo a 1782 na contagem de anos da Era Cristã(DC). (N. do T.)
‒ Seu extrato batismal a fim de provar que ele tem a idade competente para ser
recebido sem dispensa ou para determinar aquela da qual ele tem necessidade.
‒ Um certificado da Comandaria, para atestar que, na qualidade de Noviço, ele
teve boa conduta, que ele continuou a frequentar a Loja e que ele demonstrou zelo
pela Ordem e um desejo sincero e constante de nela ingressar com vista a empegar
os meios que ele espera adquirir ao bem comum.
Este certificado deverá ser assinado pelo Comandante titular ou pelo seu repre-
sentante, pelo Sênior e pelo instrutor dos Noviços da Comandaria.
O Procurador da Comandaria ligada à Prefeitura deve servir de Padrinho ao can-
didato e fazer, na sua qualidade de Procurador, todas as ações necessárias para
facilitar a sua recepção.
À chegada do Irmão Noviço, o Procurador da Comandaria fará as diligências ne-
cessárias caso ele não tenha a idade exigida para ser criado e armado Cavaleiro.
Ele fará entregar à Chancelaria as cartas de dispensa de idade ou de aprovação
que tenham sido solicitadas ao Mestre Provincial, após o que conduzirá o Noviço
ao Prefeito, ao qual apresentará a sua petição. Este responderá sujeitando o No-
viço a informar o consentimento do Prior Clerical e a quitação do tesoureiro.
O Prefeito designará o Irmão Cavaleiro que deverá servir de segundo padrinho ao
Noviço e lhe determinará o dia no qual será procedida a sua recepção.; antes, ele
deverá fazer uma visita ao Padrinho que lhe foi nomeado, para lhe agradecer por
lhe ter dado esta boa função.
Esta formalidade poderá, em casos específicos, ser realizada pelo Procurador da
Comandaria à qual o Noviço cuidará de enviar todas as peças, pedindo-lhe para
agir em seu nome, mas isso não será feito a não ser em circunstâncias nas quais
um Irmão não possa se deslocar por longo tempo para agir por si mesmo.
Todas as peças abaixo serão produzidas no original, no Capítulo da Prefeitura pelo
Procurador da Comandaria e deverão ser relatadas pelo Chanceler antes de ser
procedida a cerimônia do armamento. Elas serão arquivadas na Chancelaria.
Nº 2 ‒ fórmula do certificado da comandaria da qual depende o Irmão no-
viço.
2
Preencher esses espaços com os dados de localização da Prefeitura. (N. do T.)
3
o nome e estado civil do Noviço. (Idem)
4
o endereço residencial completo do Noviço. (N. do T.)
5
o nome simbólico do Noviço. (N. do T.)
situada no departamento da Prefeitura de ... ... ... 6 deu, durante todo o tempo de
seu noviciado, provas de seu zelo pela Ordem que lhe foi mostrada, nas relações
as mais interessantes para o homem; certificamos, pela nossa fé e nossa consci-
ência, o dito Irmão ... ... ... 7pareceu sentir toda a importância das coisas que lhe
foram designadas e que nós o cremos digno de ser criado e armado Cavaleiro da
Cidade Santa, tendo-lhe reconhecidas as qualidades essenciais que são exigidas
num Cavaleiro Cristão; atestamos que seus costumes nos pareceram muito re-
grados, seu caráter, doce, afável e modesto, seu coração orientado à beneficência
e seu espírito próprio a conceber a necessidade de empregar todas as suas facul-
dades ns ótica beneficente da Ordem e à glória da santa religião cristã; certifi-
camos, ainda, que, depois da sua admissão ao noviciado, ele não cessou de fre-
quentar assiduamente a Loja ... ... ... 8, na qual se distinguiu pela sua boa conduta
e se tornou útil aos seus Irmão pelos bons exemplos que lhes deu, o que nos fez
recomendar a todos o seu avançamento. Em consequência, nós, Comandante do
lugar, suplicamos e, se necessário, requeremos, ao Mui respeitável Capítulo da
Prefeitura de ... ... ... 9, armar Cavaleiro nosso Bem Amado Irmão ... ... ...10 e
admiti-lo na nossa milícia, persuadido de que ele nela se tornará útil e trabalhará
conosco para a prosperidade da nossa Ordem.
Em fé do que, nós lhe fornecemos os presentes, assinados com a nossa mão e com
os nossos Irmãos aqui nominados e aqui apusemos o selo das nossas armas.
Dado em ... ... ... 11, aos ... ... ... 12 ...... ....... ...... Assinaturas
Sobre o exposto que foi feito a sua Eminência Reverendíssima, o mui ilustre e mui
respeitável Mestre Provincial desta jurisdição, que o Irmão Escudeiro ... ... ...13,
terminou o tempo de seu noviciado e atingiu a idade competente para ser criado
e armado cavaleiro; depois, que o dito Irmão ... ... ... 14 foi proposto ao Capítulo
da Prefeitura e que ele foi aceito, por meio de escrutínio, sua Eminência o Mestre
Provincial pediu para dar o seu consentimento, concedido como aparece sua
carta de ... ... ...15 ou não tendo formado oposição durante os meses de acordo
com o ato de sua captação, o dito consentimento é concedido. O que visto, ne-
nhum impedimento deve ser colocado para o avanço do dito Irmão Noviço.
6
Localização da Prefeitura. (N. do T.)
7
Nome simbólico do Noviço. (N. do T.)
8
Nome da Loja frequentada pelo Noviço. (N. do T.)
9
Localização da Prefeitura. (N. do T.)
10
Nome do Noviço. (N. do T.)
11
Localização da Comandaria. (N. do T.)
12
Data do documento. (N. do T.)
13
Nome simbólico do Noviço. (N. do T.)
14
Idem
15
Data da Carta de Consentimento. (N. do T.)
Expedido na Chancelaria da Prefeitura de ... ... ... 16 em ... ... ... 17 Assinatura ......
...... .....
Sobre o bom testemunho que foi dado à sua grandeza, o muito ilustre e respeitável
Mestre Provincial da jurisdição do Irmão ..., que o Irmão Escudeiro ... ... ..., e à
solicitação do Respeitável Capítulo da Prefeitura de ... ... ... 18, dispensa foi con-
cedida ao chamado Irmão, com idade de ... ... ...19 e o Capítulo foi autorizado a o
criar e armar Cavaleiro ainda que ele não tenha a idade exigida pelas leis e es-
tatutos da Ordem e regulamento desta Província, consentindo e querendo que
suas qualidades pessoais supram a idade que lhe falta, que são consideradas im-
portantes, remetendo-o ao tempo de seu noviciado, mesmo que tenha sido apenas
... ... ...20, como parece pela carta do Mui Ilustre e Mui Respeitável Mestre Pro-
vincial, datada de ... ... ... 21.A quem ver, nenhum impedimento deve ser colocado
a seu armamento.
16
Localização da Prefeitura. (N. do T.)
17
Data do documento. (N. do T.)
18
Localização da Prefeitura. (N. do T.)
19
Idade do Irmão. (N. do T.)
20
Idem. (N. do T.)
21
Data da carta do Mestre Provincial. (N. do T.)
22
Localização da Prefeitura. (N. do T.)
23
Data da Carta da Chancelaria. (N. do T.)
24
Nome e cargo do signatário. (N. do T.).
25
Localização da Prefeitura. (N. do T.)
26
Idem. (N. do T.)
27
Nome do Escudeiro Noviço. (N. do T.)
nada tendo chegado ao nosso conhecimento que pudesse ser um obstáculo a isso.
Em consequência, nós lhe concedemos o nosso visto.
Eu abaixo assinado, Tesoureiro da Prefeitura de ... ... ... 30 reconheço haver re-
cebido do Irmão Escudeiro Noviço da Ordem a quantia de ... ... ... (especificada
em dinheiro ou cheques) para o seu donativo como Cavaleiro, cuja soma recolhi
ao caixa e empreguei como receita para ser empregada em conformidade às Leis
da ordem e às deliberações particulares do Capítulo da Prefeitura, dando recibo.
Em ... ... ... 31 aos ... ... ... 32 Assinatura...... ...... ......
Nota: Será conveniente imprimir todas estas fórmulas e o Chanceler terá o cui-
dado de enviar aos Comandantes os certificados que devam entregar. O Tesou-
reiro também terá também à sua frente esta precaução pouco dispendiosa, e ga-
rantirá a exatidão da formalidade, evitando uma perda de tempo que impediria de
fazer o que é necessário.
CAPÍTULO SEGUNDO
Concernente às disposições locais da casa e da decoração
28
Idem Nº 25. (N. do T.)
29
Data da assinatura. (N. do T.)
30
Localização da Prefeitura. (N. do T.)
31
Idem. (N. do T.)
32
Data do documento. (N. do T.)
33
Parte da capela-mor por trás do altar-mor, onde se reúnem os integrantes do coro e autoridades. (N. do T.)
Nº 2 ‒ disposições locais da sala do grande coro.
34
Refere-se aos dignitários e grandes oficiais do Priorado. (N. do T.)
Essas cruzes devem ser móveis para poder evitar surpresas.
Os lugares dos membros capitulares devem ser sempre e invariavelmente os mes-
mos; eles serão marcados com as armas da Ordem, encimadas por uma cruz, as
quais serão pintadas sobre um escudo que será colocado sobre o lugar que será
destinado a cada um e que será amovível, para o caso de mudança de dignidade
ou de cargo; esses escudos de armas serão colocados seguidos das dignidades ou
cargos capitulares, de acordo com o quadro do capítulo que fixará, invariavel-
mente, o posto35 e o lugar de cada um.
A parte alta do grande coro será distinguida das outras partes por uma decoração
de uma diferente ordem, a saber: par duas cruzes bem grandes de ordem de gran-
deza proporcional ao local, as quais serão de cetim cor de fogo e polido sobre um
painel em tecido branco.
Elas serão colocadas na parede oriental no centro dos espaços que ficaram entre
os dois lados do tablado do Prefeito; e duas outras grandes cruzes iguais aplicadas
nas partes laterais, uma na parede meridional, acima do altar clerical e a outra
diretamente oposta, na parede setentrional, acima da mesa capitula, o que fará, ao
todo, quatro grandes cruzes semelhantes.
O tablado do Prefeito será coberto por um tapete; à direita do Prefeito, será colo-
cada uma mesinha, para uso do Prefeito; à esquerda, haverá uma mesa para sus-
tentar e iluminar o ritual.
Abaixo do dossel, estará, contra a parede oriental, o escudo representando as ar-
mas e divisas da província e, abaixo dela, o brasão de armas particulares do Pre-
feito.
Sobre a frente desse tablado e próximo do ângulo à direita do Prefeito, será colo-
cado um troféu de armas de Cavaleiro formado por uma couraça, atravessada por
uma lança encimada por um elmo, um escudo uma espada antiga e um lenço
branco, com franja de seda lisa, encimada por uma roseta de fita de seda na cor
adotada pela Província.
O lenço será colocado diagonalmente sobre a couraça; sobre o peitoral da couraça,
haverá uma cruz de ordem gravada ou em relevo.
No outro lado do tablado, próximo do ângulo oposto ao precedente, haverá um
tamborete coberto em tecido vermelho para receber o vaso de oferendas.
O altar clerical será coberto com um tecido branco com franjas douradas que des-
cerá à frente até o chão e no meio da parte da frente será aplicada uma grande cruz
da Ordem, em cetim polido.
Sobre o dito altar, colocar-se-á um candelabro de três braços, o regimento do ca-
pítulo, o ritual do Prior Clerical e, no centro, estará o livro do evangelho aberto
no primeiro capítulo de São João, colocado numa almofada coberta com tecido de
seda branca, atravessado com uma grande cruz de cetim polido.
35
Grau hierárquico. (N. do T.)
A mesa capitular que está colocada defronte ao altar clerical será coberta com um
tapete em tecido de lã de cor escarlate, tendo, na frente, uma cruz da ordem em
cetim polido num cartucho branco.
Será colocado sobre esta mesa o candelabro de nove braços, o livro contendo os
deveres gerais, as obrigações particulares e a instrução dos Cavaleiros.
Nos dias de recepção, os dois Padrinhos, entram com o postulante e colocam as
duas bacias contendo suas vestimentas e decoração da ordem.
Quando houver recepção, as duas bacias devem conter tudo oq eu é necessário
antes da abertura do capítulo e serem colocadas no vestíbulo sobre uma mesa à
entrada do capítulo.
O dossel do Prefeito será guarnecido com tecido de lã de cor escarlate com listras
e franjas douradas. O fundo será de um tecido branco tendo uma grande cruz em
cetim polido no meio.
Todas as poltronas, assentos, banquetas, bancos e tamboretes, assim como todas
as mesas utilizadas na decoração do capítulo serão, também cobertas com um
pano de lã escarlate e adornados com trança e franjas douradas.
A sala do capítulo bem como o lugar do Prefeito serão iluminadas com as neces-
sárias velas acesas em número indeterminado e proporcional ao local.
As únicas luzes de ordem são as do candelabro de nove braços sobre a mesa ca-
pitular e as do candelabro de três braços sobre o altar clerical.
Nº 4 ‒ Disposição da Câmara de preparação
Dentro da câmara de preparação para a recepção dos Cavaleiros haverá uma mesa
coberta com um tapete em cima do qual haverá, em forma de mesa, uma grande
cruz de ordem em tecido ou pintura em vermelho sobre um fundo branco.
Sobre esta mesa, que será iluminada por duas velas acesas e mobiliada com uma
escrivaninha e um sino, será colocado o livro do evangelho e três cartolinas emol-
duradas em vermelho.
Sobre a primeira, serão escritas as três perguntas preparatórias que são propostas
àqueles que se apresentem para serem recebidos Aprendiz Maçom; sobre a se-
gunda, as três perguntas preparatórias do noviciado e, por fim, sobre a terceira,
será transcrita a fórmula da profissão de fé dos Cavaleiros.
Sobre uma outra mesa haverá uma longa túnica de linho branco aberta de alto a
baixo na frente e presa no colarinho por uma fita branca, o brasão de armas e o
cordão de ordem do noviciado, um par de botas para o postulante e uma lança
para a sua vigília de armas.
Além disso, uma tigela, um jarro cheio dágua com um guardanapo em cima, para
servir à ablução preparatória e três ou quatro cadeiras.
Nº 5 ‒ ordem dos lugares no grande Coro
O Prefeito fica colocado sozinho no centro da parede oriental da sala, sobre o
tablado de três degraus, na poltrona que lhe é destinada, tendo, atrás de si, sobre
os primeiros degraus, à sua direita o porta-espada e, à sua esquerda, o porta-ban-
deira, sentados os pequenos tamboretes um pouco elevados.
Os Grandes Priores, Grandes Oficiais Provinciais e os Prefeitos que se encontrem
presentes ocuparão as poltronas sobre o degrau elevado do tablado oriental, à di-
reita e à esquerda do Prefeito.
Os Oficiais dos Grandes Priorados ou Diretores Escoceses formam uma segunda
linha à frente dos precedentes e ocupam as poltronas do primeiro degrau do
mesmo tablado.
O Prior Clerical ou aquele que o substitua ocupa a poltrona que está colocada
sobre o primeiro degrau no lado esquerdo do Prefeito, contra a parede meridional,
ao lado do altar clerical.
Se o Mestre Provincial estiver presente, será colocado no lado direito do Prefeito
numa poltrona que será elevada num tablado de três degraus, coberto com um
tapete vermelho.
Ele ficará colocado sozinho sobre esta linha, os Oficiais Provinciais e Prefeitos
ocuparão o lado esquerdo, descendo, conforme necessário, na fileira a partir de
baixo e assim por diante.
Se, entretanto, também esteja presente um Grande Prior, este, em virtude de sua
dignidade, ocupará uma poltrona ao lado do Mestre Provincial e sobre a mesma
linha, mas num degrau mais baixo, que dizer, sobre o segundo degrau do tablado
oriental.
Se o Grão-Mestre Geral da Ordem e encontrar presente, será acrescentado um
dossel acima da sua poltrona, à direita do Prefeito, sobre um tablado de três de-
graus e o assento do Mestre Provincial será, neste caso, transportado para a es-
querda do Prefeito.
O Decano do Capítulo ocupa a poltrona inicial da linha lateral da sala, à direita do
Prefeito; o Sênior ocupa a que começa a linha lateral à sua esquerda, de sorte que
estes dois dignitários do Capítulo ocupem os primeiros lugares da porção mediana
do grande Coro ou interior.
Depois do Decano e do Sênior do Capítulo, colocam-se, alternadamente, de um
lado e de outro, os membros capitulares segundo a sua antiguidade.
1- Os comandantes da Prefeitura, segundo o seu grau de antiguidade da sua Co-
mandaria, os quais, com o Prefeito, o Decano, o Sênior e o Prior Clerical são os
únicos Dignitários do Capítulo.
2- Os conselheiros honorários da Prefeitura, aos quais serão prestadas as honras
de antiguidade, concorrentemente com o Comissário Provincial.
3- Os Oficiais da Prefeitura, segundo a ordem hierárquica do quadro.
4- Os conselheiros ordinários do Capítulo, aos quais, pelos acordos da Convenção
Nacional das Gálias, conservaram, vitaliciamente, voz e assento no Capítulo.
Se estiverem presentes quaisquer membros Capitulares, Dignitários ou Oficiais
duma outra Prefeitura da ordem ou da Província, eles formarão entre eles, segundo
seus respectivos postos, uma fileira dupla, à frente do tablado dos membros capi-
tulares do Capítulo que estão visitando, mas depois dos lugares ocupados pelo
Decano e pelo Sênior, que não devem ser ofuscados, em vez de assentos ordiná-
rios, serão colocados em poltronas.
Os Irmãos Cavaleiros adidos às Comandarias da Prefeitura ou de outra Prefeitura
da Ordem ou da Província ocuparão os lugares nos tablados que estão colocados
ao longo da sala no lado ocidental.
OS Irmãos Escudeiros36 que não estejam em função particular, são colocados nos
bancos que estão na parede ocidental da sala, atrás das linhas e assentos dos Ir-
mãos Cavaleiros não capitulares.
O Irmão Escudeiro secretário37 é colocado na mesa do secretariado. Por fim, o
Mestre de Cerimônias é colocado sozinho na parte inferior interna do grande coro,
de frente para o Prefeito.
Nota: os lugares de honra, em cada classe com igualdade hierárquica devem sem-
pre ser cedidos como honraria aos Irmãos de outra Província, de outra Pre-
feitura ou de outra Comandaria.
Os Irmãos Escudeiros devem desempenhar as funções de Porta-Espada,
Porta-Bandeira e de guarda da porta no interior do Capítulo.
Na falta de Escudeiros, os Irmãos Cavaleiros recebidos por último os de-
vem substituir em todas as suas funções.
Os membros capitulares não devem nunca abandonar seu posto para as ditas
funções, a menos que haja absoluta necessidade.
CAPÍTULO TERCEIRO
36
Ver nota preliminar referente aos escudeiros (N. original)
37
Tendo, em nossos dias, desaparecido totalmente a classe de Escudeiros, o secretariado será ocupado pelo Irmão
Chanceler do Capítulo. (N. original)
4- Uma cruz peitoral da Ordem.
5- O anel de ouro.
6- A espada da Ordem.
7. Um lenço de seda branco.
8- O chapéu da Ordem com pluma e penacho.
9- Botas.
10- Esporas de ouro ou douradas
11- Luvas brancas bordadas em vermelho.
O BRASÃO D’ARMAS
O brasão d’armas é de pele branca dobrada com tecido ou pano vermelho, emol-
durada com uma fita lisa de uma polegada, tendo, no centro, a cruz da Ordem em
cetim polido com altura e largura de seis polegadas.
Ela é por cima das vestes comuns e deve ser suficientemente longa para ser fixada,
embaixo, pelo cinturão da espada.
O Mestre Provincial usa uma franja de ouro e prata na parte inferior e a cruz de
cetim é filetada com cordão de ouro.
Os Grandes Priores têm a franja toda em prata e o cordão de ouro ao redor da cruz.
Os Grandes Oficiais Provinciais, Prefeitos e Comandantes bem como o Decano e
o Sênior do Capítulo da Prefeitura têm a franja em prata sem cordão de ouro ao
redor da cruz. Todos os outros membros capitulares da Prefeitura têm a franja de
seda branca e os Cavaleiros não capitulares não têm nenhuma franja.
A CLÂMIDE
O MANTO
O casaco também é de tecido de linho branco; ele deve ser suficientemente largo
para envolver inteiramente o Cavaleiro e deve descer até os calcanhares, o que dá
cerca de quatro pés de comprimento para os tamanhos comuns. Ele é ourelado
apenas no seu comprimento, assim como a gola, com fita lisa .
Sobre o lado esquerdo do manto fica a grande cruz da Ordem, em cetim polido,
com o tamanho de dez polegadas.
O Mestre Provincial veste um manto de seda branca dobrada, de tafetá polido com
uma longa cauda de arrasto. Ele é ourelado em toda a volta por uma larga faixa
de cetim polido de oito polegadas.
No centro da grande cruz lateral há um escudete fundo, de prata sobre o qual está
bordada, em veludo carmesim ourelado de ouro, uma cruz da Ordem de duas po-
legadas encimada por um capacete38 com penacho.
Os Grandes Priores também têm o manto com cauda de arrasto com uma borda
em todo o seu contorno, com quatro polegadas de largura, em tafetá polido; mas
ele não é dobrado.
Eles têm, também, um escudete de prata com a pequena cruz em veludo carmesim
sem ourela de ouro.
Os Grandes Oficiais Provinciais, Prefeitos e Comandantes têm, também, a cauda
de arrasto do manto, porém mais curta, com o escudete da grande cruz em cetim
branco e a pequena cruz do meio em veludo carmesim.
A CRUZ
A cruz peitoral da Ordem é de pedra vermelha39 com bordas de ouro nos seus
quatro lados. A pedra de reunião do centro é da mesma 40. Ela é encimada com um
pequeno ornamento de ouro ou envernizado que é atravessado pelo anel suspen-
sor; ela tem o tamanho de uma polegada quadrada e um quarto, fazendo quinze
linhas,
Os quatro braços tem, na extremidade, seis linhas de largura e quatro linhas no
máximo no seu centro de reunião. No verso da cruz, são gravadas as iniciais da
divisa da Província e o número de ordem que ela ocupa na Ordem.
Esta cruz é suspensa do pescoço por uma fita achamalotada lisa mais ou menos
de uma polegada e meia.
O Mestre Provincial, os Grandes Priores, Grandes Oficiais Provinciais, Prefeitos,
Comandantes e o Prior Clerical usam a cruz maior, que tem duas polegadas qua-
dradas.
38
Elmo. (n. do T.)
39
Rubi, berilo, safira etc. (N. do T.)
40
Pedra que liga os braços da cruz. (N. do T.)
Ela é de pedra semelhante à pequena e com a mesma forma, somente com a dife-
rença de que a pedra de reunião do centro est de esmalte branco, sobre o qual está
uma pequena cruz vermelha da Ordem.
Ela fica suspensa do pescoço por uma fita achamalotada lisa de três polegadas de
largura.
O Mestre Provincial tem a grande cruz encimada por uma coroa de ouro acompa-
nhado de diamantes brancos formando um quarto de círculo de lado a lado.
Os Grandes Priores têm a grande cruz com um único diamante branco em cada
um dos quatro lados, mas sem a coroa.
Os Oficiais e Conselheiros membros capitulares de um Capítulo de Prefeitura os-
tentam uma pequena cruz de Cavaleiro, mas têm, como marca distintiva, a fita
achamalotada larga de três polegadas.
DO ANEL
O anel dos Cavaleiros é de ouro e marcado com as letras iniciais da divisa da
Província, gravadas acima, a uma distância igual umas das outras; por dentro, o
anel é gravado com uma pequena cruz esmaltada da Ordem, em vermelho, com o
número de ordem da Província; ela é usada no dedo mínimo da mão direita.
O Mestre Provincial leva o mesmo anel de ouro, mas distinguido por um acom-
panhamento de pequenos diamantes brancos.
DA ESPADA
A espada da Ordem tem a lâmina plana mais larga e mais curta que as espadas
comuns. Ela tem o punho dourado em forma de cruz, sem ramos ou guarda.
Os Cavaleiros a levam por cima da clâmide e do brasão, suspensa por um cinturão
branco de búfalo, com um grampo dourado de cobre sobre o qual está gravada a
cruz da Ordem.
DO LENÇO
O lenço é de tecido leve de seda branca, tendo, na ponta, uma franja de seda lisa
e, no alto, na frente do ombro, uma roseta de fita de seda da cor adotada pela
Província.
Ele é usada formando uma linha diagonal que vai do ombro direito até o lado
esquerdo.
Os Cavaleiros não o utilizam até que estejam em vestes conventuais, mas somente
dentro dos Capítulos do noviciado e de conferência.
Eles o recebem do Prefeito como fazendo parte da vestimenta.
DO CHAPÉU
O chapéu dos Cavaleiros é abatido em seu contorno e guarnecido com uma pluma
branca. Ela é levantada na frente por um galão41 de ouro presa a um grande botão
dourado com uma roseta de fita colocada sob o galão.
Entre as duas linhas do galão de ouro é colocado um pequeno penacho ou pluma
da cor adotada pela Província. Ele é azul para a segunda Província chamada Au-
vergne.
DAS BOTAS E ESPORAS
As botas são de marroquim preto com lapela em limão e vêm até o meio das per-
nas.
Os Cavaleiros podem simulá-las, segundo as circunstâncias locais, com botas de
forma semelhante, em tecido de lã, com lapela em limão. As esporas são de ouro
ou em metal dourado.
41
Tecido espesso de prata, ouro, seda, ou lã, do feitio de uma fita, usado como remate ou enfeite em peças do
vestuário ou do mobiliário. (N. do T. apud https://www.dicio.com.br/galao/ )
42
Semelhante ao balandrau. (N. do T.)
inferior de suas sobrepelizes é ornada por bordado ou renda; seus casacos têm
cauda que arrasta; ele é orlado, em todo o seu comprimento, por uma faixa de
tafetá roxo com borla e uma pequena cruz lisa.
O Sub-Prior Clerical, se um tiver sido nomeado, usa os mesmos ornamentos e
cores do Prior titular, somente enquanto desempenhar as funções.
No Capítulo de Conferência ou de noviciado, os cavaleiros eclesiásticos não usam
nem a sobrepeliz, nem o casaco, mas têm todo o restante.
43
Os parágrafos números 3, 4 e 5 são transcritos no presente ritual para que permaneça fiel ao manuscrito original
em sua integralidade. Os nºs 3 e 5 não têm mais nenhuma utilidade nos nossos dias, a classe dos Escudeiros tendo
desaparecido completamente (ver nota preliminar) bem como a dos Irmãos Serventes de armas. O nº 4 não tem
razão de ser exceto para as cerimônias de armamento, para a prédica somente do Irmão Escudeiro Noviço que
deve estar presente para ser criado e armado Cavaleiro. Os outros Escudeiros Noviços que não completaram seu
tempo não podem ser recebidos durante esta cerimônia, nem mesmo nos Capítulos de conferência reservados aos
Cavaleiros (Eles só podem assistir a capítulos do noviciado). (N. original)
44
Idem 43. (N. original)
1- de um brasão d’armas de pele branca dobrado e orlado de vermelho, mas sem
cruz.
2- de um cordão de seda lisa passando pelo colarinho abaixo do qual se forma,
com o mesmo cordão, uma cruz.
3- O chapéu preto comum elevados em seus três lados, com um penacho na cor
atribuída à Província, preso à trança do botão.
45
Idem 43. (N. original)
INSTRUÇÃO PARA A RECEPÇÃO DOS
IRMÃOS CAVALEIROS NA ORDEM BENFEITORA
DE CAVALEIROS MAÇONS DA CIDADE SANTA
46
Bem Amado Irmão (N. do T.)
Para nós, meu Bem Amado Irmão, menos presunçosos e mais
ciosos em vos ajudar do que de vos instruir, porque sabemos
reconhecer os limites de nossa missão, não escondendo de nós
que os seres degradados, embora tenham o sentimento íntimo
de sua grandeza passada, podem apenas apresentar a sombra
da verdade (mas que somente Deus está obrigado a revelá-la
àqueles a quem Ele julga digno de contemplar isso), vos dire-
mos, meu Bem Amado Irmão, que são menos pelos segredos
que vos revelamos que pelas verdades que procuramos gravar
em vossa alma.
Mas essas verdades mal conhecidas pelos homens, frequente-
mente desprezadas, sublimes demais para serem expostas à
profanação, só poderia interessá-los apresentando-as sob o en-
genhoso véu de símbolos e alegorias, e fazendo-os repetir em-
blematicamente tudo o que lhes interessa, tudo o que ocorreu,
ocorre e ocorrerá para eles no universo. Este segredo, ainda
que seja o único, não seria o suficiente para satisfazer o homem
sábio ou tirado do erro, o qual segue esta deslumbrante mara-
vilha e busca apenas a verdade simples que ilumina?
Mas, assim como o homem é, aos seus próprios olhos, uma
testemunha do que foi e do que deve ser, da mesma forma, a
iniciação maçônica nos ensina o que é mais importante para
conhecermos e que é suficiente para a nossa felicidade e parece
mostrar que a iniciação perfeita deve ser uma iniciação a co-
nhecimentos gerais e superiores.
Tudo o que sabemos é que ainda existem Mestres nesta impor-
tante ciência para ensinar você a procurar por eles, para lhe
dizerem por quais sinais eles podem reconhece-lo, é para sa-
tisfazer todos os nossos compromissos e nos atrevemos a dizê-
lo, você ter prestado o serviço mais importante que o homem
pode esperar de seus semelhantes.
Que os cuidados que vamos tomar vos interessem, vos pare-
çam tão úteis quanto são e produzam o bem essencial que deles
tiramos para nós mesmos.
Não é em vão, meu BAI, que vos apresentamos o Tem-
plo de Salomão como um símbolo geral e um tipo fundamental
que era importante meditar.
Vendo todas as revoluções que o precederam e seguiram, lem-
brando os fatos históricos do povo escolhido, temos sob os
olhos a história geral do homem.
Este grande quadro foi acionado por vós próprio durante o
curso da vossa carreira maçônica; vós trabalhastes para
reconstruir o vosso Templo particular e as palavras das Santas
Escrituras vos irão dizer se esse trabalho é importante.
Se vós e vossos filhos vos desviardes de mim e se abandonar-
des as leis e as ordenanças que vos propus, diz o Senhor a Sa-
lomão, eu vos exterminarei da terra que é minha e que eu vos
dei; rejeitarei para longe de mim o templo que consagrei a meu
nome; vou fazer disso a fábula do mundo; e o farei de sorte
que sirva de exemplo às nações.
Esta casa que pertenceu ao Altíssimo será motivo de escárnio
para todos os que passem à sua frente, chocados de espanto
eles dirão: “Por que o Senhor tratou deste modo esta terra e
esta casa?” e lhe responderão: “É que eles abandonaram o Se-
nhor, o Deus de seus pais, que os havia tirado da terra do Egito,
que eles tomaram deuses estrangeiros e que os adoraram e re-
verenciaram. Aí está quem lançou todos esses males sobre
eles,”
Se esse Templo famoso se tornou a fábula do mundo e um mo-
tivo de escárnio para o comum dos homens, ele é e sempre será
um exemplo útil para o povo maçom e o objeto de suas pro-
fundas meditações.
Quem não sabe que foi dito por quem previu o cumprimento
de todas as figuras: "será tão destruído que não ficará pedra
sobre pedra"?
Mas não imitemos o povo judeu que choram a sua perda; o véu
foi rasgado; esta palavras do Evangelho: “Destruais este Tem-
plo e eu o reconstruirei em três dias” nada têm de obscuras,
sabemos que era a imagem do homem, “O verdadeiro templo
de Deus e Seu espírito habita em nós”.
Tal também é, meu BAI, o Templo que elevamos à gló-
ria do Grande Arquiteto do Universo, para a felicidade dos
membros da Ordem para a vantagem da família humana; mas
precisávamos de um modelo que pudesse ser mais perfeito do
que aquele levantado por Salomão para Jerusalém e a glória do
Senhor veio habitar.
Como maçom simbólico, estudastes a sua estrutura e o exte-
rior; como Noviço, entrastes no Pórtico; como Cavaleiro, aca-
bastes de ser admitido no próprio Templo e as portas do San-
tuário vos estão abertas.
Mas, meu BAI, nem todos os Cavaleiros são penetrados
pelos raios que dele emanam, pois as vítimas dos hábitos e pre-
conceitos lhe fecham os olhos com desdém e voltam sobre seus
passos; outros lhe entrevem o brilho e a beleza sem ter a
coragem de os olharem fixamente; outros, enfim, julgando
com rigor as suas origens e a nobreza de seu ser, nada negli-
genciam para se fazerem dignos de os contemplar.
Sede do número destes últimos, meu BAI
Por uma escrupulosa atenção sobre vós próprios, descartai os
preconceitos, consultai as vossas forças e, sobretudo, não ne-
gligencieis a vossa inteligência, esta chama luminosa para
quem o amor pela verdade é o único motivo. Não pode ser re-
petido com demasiada frequência para a instrução comum, que
é através da luz que aquilo que é a própria verdade, sempre se
espalha em torno dela, que podemos esperar perfurar o véu que
o Supremo Arquitetos estendeu sobre a natureza e sobre as
suas maravilhosas obras.
Recebestes, meu BAI, esta chama luminosa; tudo o que
conseguimos fazer foi reanimá-lo; portanto, sabei como fazer
uso digno dela, sem depender de socorro estranho e meramente
humano.
Se a iniciação maçônica não deve levar aqueles que sabem
como se tornar dignos do conhecimento do propósito essencial
e secreto, você pensaria, talvez, que a iniciação maçônica que-
ria, na ausência do objetivo real, apreender verdades religiosas
e eternas a fim de unir homens virtuosos a essa instituição; e
muitos há que podem temer que essas verdades sofram algu-
mas alterações em nossos templos; outros que poderiam pensar
que as coisas secretas da iniciação são um culto particular, e
que achariam necessário fingir que suas dúvidas foram escla-
recidas para alguém se voltar ao Ser Supremo.
A profissão de fé que pronunciastes, meu BAI, responde
a tudo; não é para mudar a adoração que somos chamados, é
para ensinar aos homens como é importante para eles fazerem
isso; e vendo nossos templos secretos reunindo indiscrimina-
damente tudo o que leva o nome de cristão, este tipo de home-
nagem que prestamos à Divindade talvez seja apenas uma fi-
gura da unidade visível que deve reinar sobre a terra. A inicia-
ção perfeita seria, tudo parece indicar, o meio de fazer cessar
essas divisões que perturbaram a Igreja, e trabalhar para trazer
de volta aqueles que dela se separaram.
Esta opinião só poderia alarmar aqueles que estão animados
por um falso zelo que esse fanatismo tornaria suspeito; e esses
esqueceriam que o Maçom e sobretudo o Cavaleiro da Cidade
Santa prometeram ser tolerantes com todos os cristãos como
ele.
Mas dizemos a todos:
Em qualquer comunidade cristã que a divina providência vos
fez nascer, não vos contenteis em adorar, naquele Templo se-
creto; ide, incessantemente, render-Lhe publicamente o culto
a Ele devido; sede o exemplo de cristãos; é aí que o Mestre
vos julgará; lá está a porta que você encontrará, em pouco
tempo, a porta que deve levá-lo ao santuário onde reside a
verdade; se ela se vos mostrar, não creiais que ela vos diga
que tendes algo a cortar do culto; vós deveis acrescentar, mas,
enquanto isso, aproveitai toda a ajuda que a religião vos ofe-
rece; usai-a com respeito e confiança; se aproveitardes esta
sábio conselho, vós vos aproximareis do verdadeiro Mestre;
Ele vos dará o que vos é necessário, o que vos foi destinado
desde o começo.
O objetivo essencial para ser verdadeiro e útil ao homem deve,
necessariamente, se encontrar neste caminho; ele deve ter por
base a própria natureza do homem, satisfazer a todas as neces-
sidades da alma e ensinar-lhe a utilização das coisas temporais
que o rodeiam; deve ser próprio a todos os momentos, a todos
os lugares, a todos os indivíduos que para ele tragam os requi-
sitos necessários; enfim, ele deve compreender tudo o que con-
duza à sua grande perfeição. Tais são, meu BAI, seus
caracteres essenciais.
Ah! Não mais perguntais porque este objetivo de tornou tão
secreto?
Um objetivo tão antigo, tão pouco conhecido, tão sublime, não
podia ser transmitido, vista a depravação da espécie humana,
senão com as precauções das iniciações misteriosas e graduais;
também há traços dessas iniciações secretas em todos os povos
da terra, mesmo nos mais antigos.
Na verdade, seu propósito original foi frequentemente alte-
rado, às vezes até completamente corrompido; mas, em toda a
parte, vem as formas, cerimônias, símbolos Para preparar o as-
pirante a conceber o objetivo proposto e as provas rigorosas
para o seu espírito, sua alma e seu corpo.
Mantivemos da regra dos nossos Irmãos Cavaleiros Templá-
rios esta sabedoria máxima:
“Quando alguém das massas da perdição quiser se reunir à
nossa Ordem, que isso não seja concedida logo, mas, de acordo
com o mandamento de São Paulo, experimentai se os espíritos
se são de Deus e, depois, que lhes seja permitida a entrada per-
mitido entrada.”
Depois de tudo o que vos foi dito na vossa recepção ao Novi-
ciado, há pouca coisa a acrescentar sobre a antiguidade da ini-
ciação, mas, para vos convencer de sua importância assim
como da universalidade de seu objetivo primitivo, vamos co-
locar sob vossos olhos o que disso pensaram os Maçons dos
séculos precedentes; é nos anais maçônicos da Inglaterra que
vamos desenhar o que vos vamos dizer; nós não precisaríamos
de ajuda para sentar e justificar o que vamos fazer, mas o que
aí encontramos servirá para desenvolver o que lhe foi dito até
agora.
No Séc X, no reinado do Rei Athelstan, Edwin, seu irmão, em
virtude de uma carta, convocou, em York, no ano do Senhor
de 926, todos os Maçons do reino, quer dizer, todos os inicia-
dos; e foram os maçons da França que trouxeram com eles as
regras das Lojas; tudo o que havia sido conservado sobre a ini-
ciação em grego, latim, língua gaulesa e em várias outras lín-
guas foi produzido nessa Loja; e disso formaram-se as consti-
tuições e regulamentos das Lojas inglesas.
Os séculos decorreram; o que um rei tinha favorecido, a pre-
venção tenta destruir por uma mão real. Sob a minoria de Hen-
rique VI, em 1425, o Parlamento da Inglaterra proibiu que os
Francomaçons se reunissem; mas esse rei, ao chegar a idade
em que o homem pode julgar sadiamente e por si mesmo, ma-
nifestou o desejo e o projeto de se fazer iniciar na Ordem caso
as respostas que lhe fossem dadas às perguntas sobre o que ele
meditara, provavelmente o determinassem.
Este interrogatório por perguntas e respostas, escrito pela mão
de Henrique VI foi encontrado em 1696, publicado e comen-
tado pelo célebre filósofo Jean Locke, mas, antes de sumaria-
mente relatar as expressões, para apreciar a sinceridade das
respostas dadas pelos maçons às perguntas de Henrique VI,
não devemos perder de vista o fato de que eram os homens
eram homens que haviam sido suspeitos, interrogados por um
príncipe, e seria muito perigoso enganá-lo; a iniciação que ele
desejara logo o teria desiludido, e não teriam eles que temer o
poder que os teria feito se arrepender de sua imprudência?
M de C Eis, meu BAI, em substância, as perguntas de Henrique
VI e as respostas que lhe foram feitas:
− Qual pode ser o segredo da Maçonaria?
Candidato − Ela é o meio para adquirir o conhecimento da natureza, o
poder que nela opera e em suas obras maravilhosas; ela é a
ciência dos nomes verdadeiros, os pesos e medidas pelos quais
todos os seres são constituídos, e o verdadeiro modo de formar
todas as coisas das quais pode advir algum bem para o homem.
− Onde começou a Maçonaria?
Candidato − Ela começou entre os primeiros homens que povoaram o
Oriente e que a receberam do próprio Deus, dali estendendo o
seu progresso para o Ocidente; ela trouxe com ela consolações
e ajuda para homens semisselvagens e infelizes.
M de C − Por quem foi trazido para o Ocidente?
Candidato − Os Fenícios, o povo comerciante da alta antiguidade vieram
do Oriente para o Ocidente, e aí chegaram com eles os conhe-
cimentos originais do Oriente.
M de C − Os maçons têm mais conhecimento que os homens?
Candidato − Os Maçons não têm, essencialmente, mais conhecimentos
que os outros homens, mas eles têm direitos e oportunidades
para os adquirir; a muitos, na verdade, falta capacidade, a um
número ainda maior falta a atividade que é necessária para que
se procure esses úteis conhecimentos.
M de C − São, os Maçons, melhores do que os outros homens?
Candidato − Há Maçons que são menos virtuosos que os outros homens,
mas eles são, na sua maioria, melhores do que seriam se não
fossem Maçons.
M de C − Quais são as artes e as ciências que os Maçons comunicaram
ao gênero humano?
Candidato − Os Maçons ensinaram ao gênero humano agricultura, arqui-
tetura, astronomia, geometria, ciência dos nomes, música, po-
esia, química; enfim, religião e legislação.
M de C − Os Maçons comunicaram, aos outros seres humanos, todos
os conhecimentos que eles possuíam?
Candidato − Eles comunicaram, constantemente, de tempos em tempos,
ao gênero humano, aqueles de seus segredos que pudessem ser
úteis em geral, e reservaram aqueles que pudessem se tornar
prejudiciais nas mãos dos mal intencionados, a fim de que não
pudessem ser utilizados por malfeitores com más intenções;
eles também guardaram aqueles que poderiam ter sido úteis
apenas os anexando a instruções que deveriam ser dadas so-
mente em Lojas perfeitas.
M de C − Tal era a linguagem dos Maçons do Séc. XV, daqueles que,
dois séculos antes, haviam recebido de Jean Frans, o nome de
Maçons; e, como nós, eles rastrearam a iniciação até a mais
alta antiguidade, fazendo-a derivar da fonte de toda a verdade;
este interrogatório cuja autenticidade é reconhecida na Ingla-
terra e que ainda permanece lá, responde a todos os sistemas
que atribuem aos T47 ou a tais outros modernos, a instituição
da Maçonaria; como também para aqueles que negligenciaram
o essencial para lidar apenas com as ciências secundárias; e
pode ser que os M48 que responderam a Henrique VI consul-
taram alguns desses Mestres ocultos, que se mostram quando
necessário, porque sempre os havia, mais ou menos instruídos,
em toda parte,
Seja como for, Henrique VI perguntou se essas mesmas artes
e segredos da Maçonaria seriam comunicados a ele.
A resposta dada pelos Maçons para eles é muito notável e ca-
paz de produzir reflexões sérias naqueles que acreditam que
tudo é devido a sua posição e seu grau e seu menor desejo.
Candidato − Sereis ensinado, eles responderam, se fordes digno; sereis
instruído, se fordes capaz de o ser.
M de C − Henrique era rei e podia exigir tudo; mas ele percebeu que
precisava merecer aquilo que nem as pretensões nem a autori-
dade poderiam jamais obter; ele a mereceu, sem dúvida, pois
foi iniciado; ele foi satisfeito e se tornou, então, protetor dos
Maçons.
Assim, a iniciação maçônica indica uma ciência extremamente
vasta porque ela engloba tudo.
Os Cavaleiros Maçons da Cidade Santa estão bem longe de
negar a sua universalidade; mas, como eles sabem que muito
poucos homens são dignos de a contemplar, ainda menos de a
possuir, que esta ciência tem suas partes e seus graus, eles
aconselham seus integrantes a se cingir ao ramo que lhes é
mais próximo, que é mais acessível a todos, produzindo os fru-
tos mais salutares para o homem; enfim, àquilo que toca sua
natureza essencial.
E não acrediteis nisso, meu BA;I, que a Ordem deseja dis-
tanciá-lo da ciência que vos é própria; ela não busca senão vos
proteger daquilo que é falso, pois aquele que, nas suas pesqui-
sas, tomar como guia a sua própria curiosidade, abandonar-se-
á aos seus desejos cúpidos ou indiscretos, expor-se-á, infali-
velmente, a ser desviado de seu verdadeiro caminho e a todos
os males que se seguem a este erro fatal.
47
Templários (N. do T.)
48
Mestres. (N. do T.)
Ah! Meu BAI, cuidado para não se entregar às mãos
desses enganadores, que são ainda mais perigosos porque to-
mam emprestada a libré da verdade e se enfeitam com o aven-
tal da virtude; muitas vezes eles são emprestados sem perceber
as armas venenosas que atacam aqueles que são atraídos pelo
fascínio do maravilhoso, deslumbrados com a esperança enga-
nosa das riquezas, sendo seduzidos por resultados que apare-
cem e são de fato sobrenaturais.
Como é difícil desmascarar antes esses enganadores!
Eles parecem invocar o poder supremo, fonte de todas as luzes
e é o poder inimigo que lhes responde, suas obras são obras de
trevas, seus serafins e seus (palavras ilegíveis)49, só produzam
falsos oráculos como eles; à semelhança daqueles magos do
Egito, eles jogam suas varas e elas se transformam em serpen-
tes; mas elas não mais são devoradas pela de Moisés para de-
siludir aqueles que testemunham a estas maravilhas e a exem-
plo do Faraó, seus corações se endurecem.
Temamos, temamos tentar o Senhor, como os israelitas no de-
serto, desafiando-O sobre as provas de sua presença, seu poder
e sua bondade; e poderemos duvidar delas depois do que Ele
fez por nós? Tremamos ao perceber de antemão o que diz São
Paulo:
Que o anjo das trevas tomará assento no templo de Deus e aí
usurpará o poder e as honras divinas.50
Desenganados, frequentemente, tarde demais, dos seus erros,
os Maçons que se desviaram em sua busca têm o dever de se
tornarem incrédulos; se tivessem experimentado tantos males,
nós os veríamos tão vítimas de sua curiosidade indiscreta, se
tivessem buscado sabedoria? Imitemos Salomão que levará, no
fundo do seu coração, esta sabedoria e que, como recompensa,
conhecia a natureza física e a natureza intelectual, só então po-
demos esperar por alguns desses sucessos.
Infelizes são aqueles que ignoram que o conhecimento perfeito
não foram trazidos pela lei espiritual do cristianismo, que foi
uma iniciação tão misteriosa quanto a que a precedeu; é na-
quela que se encontra a ciência universal; essa lei desvendou
novos mistérios no homem e na natureza; ela se tornou o com-
plemento da ciência; é a mais sublime, o mais elevada, a mais
perfeita de todas; finalmente, a única que se deseja para um
verdadeiro Cavaleiro da fé.
49
Transcrição traduzida do original. (N. do T.)
50
Efésios II, 3 e 4. (N. original)
São Paulo nos retratou muito bem a sua excelência dizendo
que a lei de Moisés sendo apenas a sombra das coisas futuras
e não conduzindo à perfeição; era necessário que um pontífice
estabelecido para a eternidade, de acordo com a Ordem de
Melquisedeque, fizesse o que prometeu fazer. Esse pontífice
divino nos procurou a liberdade das crianças, em vez do espí-
rito servil que reinava em todo o Antigo Testamento:
“Sede então verdadeiramente cristão e sereis felizes”.51
Não penseis que o sinal característico da religião cristã vem de
vos ter sido dada uma decoração vaidosa e arbitrária. Este sinal
é a chave para toda a ciência; é a realização de todas as figuras
que representam, para nós, a lei da aliança ou de promessa; ele
explica tudo; ele nos representa aquela coluna de nuvem lumi-
nosa, que foi guiada pelo anjo do Senhor diante do acampa-
mento dos israelitas, para conduzi-los à terra prometida.
Ah! Se pudéssemos lamentar a terra do Egito, se pudéssemos
lamentar o domínio egípcio, este signo luminoso se tornaria
obscuro para nós, como a coluna de nuvens que se tornou es-
cura para os egípcios e, enquanto iluminava os israelitas, gui-
ava-os pelas águas, ela atraía os outros para os engolir.
Lembremo-nos de novo, meu BAI, que esta serpente de
bronze erguida por Moisés no deserto para curar aqueles que
foram picados por serpentes, é apenas uma figura deste signo
com que acabastes de ser revestido e do qual é dito no Evan-
gelho sobre o qual nós recebemos o vosso juramento:
“Siens Moyses exaltatis serpertin in deserto, exaltatis oporter
filiam nominus”.
→ (Como Moisés elevou a serpente no deserto, é necessário
que seja elevado o Filho do Homem).
Se esta linguagem não vos parecer muito filosófica, nós vos
responderemos com as palavras do Evangelho:
“Se qualquer um corar de mim e de minhas palavras em meio
a esta raça adúltera e corrupta, o filho do homem também co-
rará dele quando ele vier na glória de seu pai acompanhado
por anjos.
Acabastes de Lhe declarar diante de nós, declarai também,
com prudência, diante da multidão: - não vos esqueçais que
Ele é a porta estreita do redil, e que aquele que sobe por outro
lugar é um ladrão e um assaltante; o pastor das ovelhas sozi-
nho, mesmo aqui embaixo, pode conduzi-lo até lá. Não tendes
51
Hebreus VI, 20 e VII, 11-18. Romanos VI, 14 e VIII, 14. Gálatas 3. Romanos III, 20. Gálatas II, 16 (N. origianis)
nada a esperar dos homens, já vos foi dito e devemos repeti-lo
pela última vez.”
A Ordem vos pode guiar, vos ajudar no vosso trabalho, mas
sempre dependerá de vós realizá-lo.
Não desespereis, meu BAI, ao seguir fielmente o cami-
nho que acabamos de vos traçar, para conhecer alguns desses
Mestres, a quem é inútil procurar, nem empregar qualquer ca-
minho de importuna solicitação; eles vêm ao encontro daque-
les que os procuram com um desejo puro e verdadeiro.
Qualquer outra pretensão os repele e os torna invisíveis; tende
essa confiança de que, quando você poliu a pedra bruta que foi
dada a você no primeiro grau como emblema dos preconceitos
e vícios do coração do homem degradado em sua natureza ori-
ginal, ela será usada na construção do Templo da Sabedoria,
mas será que algum dia será decidido que ela estará polida o
bastante para uma obra tão perfeita?
Armai-vos de coragem, de perseverança e de resignação e dse
resignação e, se alguma isso não agradar a Deus, o desgosto ou
impaciência vierem se apossar de vós ao ver que a entrada do
santuário está vos é recusada, lembrai-vos, meu BAI,
dos murmúrios dos filhos de Israel contra Moisés e Arão, e que
Deus, para fazê-los cessar, ordenou que ele colocasse doze va-
ras para todos os príncipes das tribos no tabernáculo da Ali-
ança diante da arca da testemunha e lhes disse:
“A vara daquele dentre vós que eu tiver eleito, florescerá”
Aguardai, pois, a vossa eleição; vos foi dito que vos tornareis
de novo Aprendiz, numa ordem de coisas cujo único verda-
deiro Mestre está no céu; então dirigi-vos a Ele; se souberdes
aproveitar os conselhos que vos são dados hoje, deles recolhe-
reis o fruto talvez antes et, para nos servirmos ainda de uma
alusão maçônica, talvez reencontrareis esse nome sagrado,
gravado sobre essas preciosa lâmina de ouro e que deveis con-
templar o emblema, acendendo o fogo sagrado para não mais
se extinguir.
Depois de ter procurado armar-vos contra vós mesmo para vos
proteger de toda a curiosidade indiscreta, a Ordem dos Cava-
leiros Maçons da Cidade Santa vos dá uma admissão que não
vos dá nenhum direito: é uma classe de instrução que foi, por
muito tempo, mantida secreta e na qual este que vos fala neste
momento jamais falou ou terá falado; ela é destinada a ser a
recompensa das virtudes do Cavaleiro; ela se dá gratuitamente;
pois são conhecimentos que seriam profanados se os
colocássemos à venda por dinheiro, ainda que fosse destinado
a atos de beneficência, e não podemos saber nem dizer se é o
último termo ou o Maçom pode ser conduzido; tornai-vos
digno deste favor, às vezes fatal, porque é para aquele a quem
se deu muito que se exigirá muito.
Recebido no seio da Ordem de beneficência e de luz, não vos
separeis mais dela. Alhures, poderão prometer-vos mais e ter
menos do que nossa modéstia vos permite esperar; ou dar-vos
riquezas enganosas, um ouro perigoso, uni vossos votos aos
nossos para que as verdades se reúnam; pois todos os maçons
são animados pelo mesmo desejo: a propagação da fé e o
triunfo da religião cristã.
Nós oramos ao Ser inefável, fonte de todas as luzes, para que
abençoe os vossos esforços e os nossos, para a Sua maior gló-
ria, para a nossa felicidade comum e pela da humanidade.
CAPÍTULO PRIMEIRO
Concernente à preparação de um escudeiro noviço
na câmara de retiro
DO POSTULANTE NA CÂMARA DE RETIRO
52
M de C. (N. do T.)
53
Véspera d’armas, no original. (N. do T.)
serve de ajuda, que deveis empregar outras de que esta lança é
um símbolo, e que, enfim, ireis ser armado Cavaleiro para de-
fender as verdades contidas na profissão de fé que acabo de
submeter aos vossos olhos.
Se estiverdes bem persuadido das verdades essenciais que ela
contém, triunfareis facilmente sobre vós mesmo e sobre os que
ousem atacá-las. Meditai nelas, então, atentamente; eu voltarei
dentro em pouco para descobrir convosco se estais em condi-
ções de a pronunciar .
→ (Se o noviço declarar querer respondê-la em seguida, seu
Padrinho ouve a sua resposta antes de se retirar. Se não, ele
se retira imediatamente e cerca de meia hora depois, um
pouco antes da abertura do Capítulo, volta para perto do No-
viço para ter certeza de suas últimas disposições e, as tendo
achado convenientes, ele o deixa para ir vestir-se; mas, em
caso contrário, ele vai informar o Prefeito, que deverá infor-
mar aos superiores54 antes de abrir o Capítulo.
PREPARAÇÃO DO POSTULANTE
PELO MESTRE DE CERIMÔNIAS
54
Ou “informar aos componentes da diretoria ou prefeitura. (N. do T.)
M de C Nada mais falta senão colocar-vos em estado conveniente para
vos apresentar ao Capítulo para onde vos vou conduzir.
→ (Ele o faz calçar as botas da ordem, dizendo-lhe)
Calçai estas botas para mostrar que estais pronto a ir a qualquer
lugar onde a honra da Santa Religião Cristã e os compromissos
que ireis assumir, juntamente com vossos outros deveres civis
e particulares, vos chamarão.
→ (Ele o faz lavar as mãos e o rosto, dizendo)
Como os antigos Cavaleiros se banhavam em sinal de purifi-
cação antes de serem armados Cavaleiros, igualmente deveis
lavar as vossas mãos e o vosso rosto como símbolo da vossa
purificação interior e da vossa sincera disposição para com os
votos da Ordem que ireis pronunciar.
→ (Os dois Padrinhos lhe colocam o brasão d’armas e o cor-
dão peitoral dos Noviços)
→ (O Mestre de Cerimônias o faz vestir um roupão branco
longo)
→ (Diz-lhe, então)
M de C O uso (deste roupão branco longo) é a mais alta antiguidade
em todas as iniciações religiosas; é o sinal simbólico da pureza
dos costumes e da conduta que exige a Ordem à qual vos de-
sejais ligar e da sinceridade da profissão que a ela ireis fazer.
→ (Os dois padrinhos auxiliam o Noviço em todas as partes
da sua preparação e o acompanham até a porta do Capítulo,
onde ele é conduzido pelo Mestre de Cerimônias e, depois que
entraram com ele no vestíbulo do Capítulo, fecham a porta
atrás deles, para não serem interrompidos durante o cerimo-
nial de introdução.)
→ (Enquanto o Mestre de Cerimônias se anuncia pelas 4 ba-
tidas de Cavaleiro na porta do Capítulo, onde ele entre sozi-
nho em seguida, para aí dar conta da sua missão, os dois Pa-
drinhos ficam sós no vestíbulo com o Noviço, pegam cada um,
um recipiente55 que aí prepararam de antemão, as quais con-
tém as vestimentas e ornamentos destinados ao revestimento e
armamento do novo Cavaleiro, com o qual eles entrarão no
Capítulo, Acompanhando-o quando for introduzido)
55
Bacia, no original. (N. do T.)
→ (O primeiro Padrinho, à direita do Noviço, leva, no seu re-
cipiente, o brasão d’armas, a clâmide, o manto, o lenço, o cha-
péu plumado, as luvas e as esporas).
→ (O segundo Padrinho, à esquerda do Noviço, leva, noutro
recipiente, a espada da Ordem, a cruz peitoral e o anel de
ouro)
→ (Ambos depositam esses dois recipientes sobre a mesa ca-
pitular do Candelabro de 9 braços, quando o Postulante tiver
concluído todas as saudações de entrada)
→ (Os dois Padrinhos devem acompanhar sempre o Noviço,
até o fim da cerimônia, ficando-lhe ao lado, um pouco atrás
dele)
CAPÍTULO SEGUNDO
56
Esses dois Irmãos tinham como missão a de Porta-Espada e Porta-Bandeira. Com o desaparecimento da classe
dos Escudeiros, estas funções são desempenhadas pelos dois Cavaleiros mais recentemente recebidos. (N. original)
→ (Quando estiver na frente do Prefeito)
M de C Mui Reverendo Irmão Prefeito, tudo está pronto para a ceri-
mônia começar; os Irmãos estão em seus lugares aguardando
a vossa presença.
Prefeito Vamos abrir o Capítulo.
→ (O Mestre de Cerimônias, dirigindo-se ao Capítulo
M de C Meus Irmãos, eu vos anuncio a entrada dos Irmãos Prefeito e
Prior Clerical, precedidos de………e de ………
Ficai em pé em vossos lugares, com o chapéu abaixados Para
lhes fazer as honras.
→ (Eles entram todos juntos, na seguinte ordem)
1. O Mestre de Cerimônias, com a espada desembainhada na
mão.
2, O Cavaleiro eclesiástico levando o candelabro de 3 braços,
que irá, em seguida, depositar sobre o altar do Capítulo, perto
do Prior clerical.
3. O Cavaleiro secular levando o candelabro de 9 braços que
que ele colocará, logo após a entrada, sobre a mesa capitular.
4. Os Grande Dignitários e Oficiais Provinciais e dos Priora-
dos, cada um na sua respectiva hierarquia.
5. O Prior clerical ou quem deverá substituí-lo na sua ausên-
cia.
6. Os dois Escudeiros57 marchando um passo à frente do Pre-
feito, um à direita , levando a espada da Ordem e o outro à
esquerda, levando a bandeira.
→ (Ao entrar, eles vão tomar seus lugares, permanecendo em
pé, chapéu abaixado, até que o Prefeito tenha ocupado o seu
lugar. Tão logo ele ali esteja, ele abre o Capítulo como se se-
gue)
CERIMONIAL A OBSERVAR
PARA O MESTRE PROVINCIAL, SE ESTIVER PRESENTE
57
Ver a nota precedente. (N. original)
precedido do Prefeito e tendo, perto de si, o Porta-Espadas e
o Porta-Bandeira)
→ (Nem o Prefeito, nem qualquer dos dignitários que entra-
ram com ele ocupam os seus lugares antes que o Mestre Pro-
vincial tenha ocupado o seu e, assim que ele estiver posicio-
nado, o Prefeito e os Dignitários que com ele entraram for-
mam uma linha diante do Mestre Provincial, fazem-lhe uma
profunda reverência58, bem como todos os Irmãos que estão
no Capítulo)
→ (O Prefeito vai, em seguida, ocupar o seu lugar de Presi-
dente onde ele se coloca para abrir o Capítulo, depois de ter,
antecipadamente, perguntado, ao Mestre Provincial, se ele
julga que seja o momento conveniente, nestes termos)
Prefeito Reverendíssimo Mestre Provincial desta Província, julgais
conveniente que eu abra, neste momento, o Capítulo da Prefei-
tura de ………………?
CHAPITRE TROISIEME
VERIFICAÇÃO CAPITULAR
DASPROVAS DA ORDEM DE UM NOVIÇO POSTULANTE
Prefeito Meus Reverendos e bem amados Irmãos, eu fiz reunir este Ca-
pítulo para criar e armar Cavaleiro, segundo os usos e cerimô-
nias da nossa Ordem, o Irmão Noviço F………………, mas,
antes de mais nada, vou fazer proceder ao exame das provas
da ordem que devem trazer-lhe a realização de seus desejos.
A) deveres gerais
Reitor A maior parte das ordens religiosas instituídas para defender e
proteger, pelas suas armas, a religião cristã e os fiéis que iam à
Palestina para visitar as coisas sagradas, professavam, solene-
mente, os quatros votos de obediência, de castidade e a defesa
da religião cristã.
O Cavaleiro Maçom da Cidade Santa chamado ao exercício das
mesmas virtudes e Uma parte destes deveres, deve professar os
mesmos votos, mas modificados de acordo com o estado atual
da Ordem, as características e as necessidades do nosso século.
Eis, de acordo com estes princípios, a que todos os Cavaleiros
devem se engajar
1 – As guerras santas empreendidas por motivos de religião ter-
minaram; portanto, não é mais pela espada que ireis defender a
Santa Religião Cristã que professais; é com prudência e circuns-
pecção que o Cavaleiro Maçom da Cidade Santa deve defendê-
la, pelos seus discursos, quando ela for, em sua presença, indig-
namente atacada pela incredulidade. Ele a faz amar e respeitar
por uma tolerância suave e esclarecida, por bons costumes, por
uma conduta correta e por seus bons exemplos. Se, pelo respeito
humano ou por uma identificação ainda mais culpada com os
inimigos da religião, ele tiver a infelicidade de se tornar cúm-
plice dos que a ultrajam, ou se, por um falso zelo, ele serve ao
fanatismo que a profana, a ordem da Cidade Santa lhe deve ape-
nas desprezo. Um respeito inviolável para com o cristianismo,
uma aderência sincera às verdades que ela ensina, serão, assim,
o apanágio do Cavaleiro da Cidade Santa e ele provará a since-
ridade da sua profissão por atitudes cordiais e puras e pela prá-
tica constante de todas as virtudes cristãs.
2 – A obediência devida à Ordem consiste em observar fiel-
mente as leis que a constituem e a dirigem; em respeitar os che-
fes e superiores que estão encarregados da sua execução. Aí está
a obediência que deveis à Ordem, às leis, aos superiores, em
particular aos desta Província à qual pertenceis.
3 – O celibato não mais é recomendado na nossa Ordem, o voto
de castidade se reduz a viver castamente, seja no celibato, seja
no santo estado do casamento; o Cavaleiro da Cidade Santa
deve respeitar este estado e, se nele estiver comprometido, fazê-
lo respeitar por sua companheira; renunciar a todas as ações im-
puras que degradam o espírito e conspurcam o coração, e evitar
cuidadosamente palavras e pensamentos obscenos.
4 – A ordem não mais exige o voto de pobreza, que o Cavaleiro
possua então os bens que a divina providência lhe quis con-
ceder, mas ele deve evitar de lhes atribuir um valor muito
alto e nunca deles abusar Lembrai-vos, sem cessar, que vi-
estes ao mundo nu, que em breve assim o deixareis e que o
pobre que geme em sua miséria sendo vosso igual aos olhos
da divindade, tem direitos sagrados sobre o vosso supérfluo.
Aí está a que se reduzem nossos votos de ordem em todas
as classes pelas quais passastes.
Nós vos preparamos e exigimos de vós o juramento de guar-
dar inviolavelmente o silêncio sobre o que concerne a or-
dem. Cada vez que os repetistes, aumentastes a sua força.
Aprendei, então, a respeitá-la cada vez mais, lembrando-vos
que é sobre o Livro Santo, base da religião que professais,
que vos comprometestes a guardar um silêncio absoluto so-
bre tudo o que concerne à Ordem da Cidade Santa e, sobre-
tudo, o que acontece em suas assembleias, Para quem não
tem o direito de ser delas informado.
A Ordem dos Cavaleiros Maçons da Cidade Santa, especial-
mente devotada a preparar e a procurar, no sentido mais amplo,
o máximo bem para a família humana e, principalmente, ao
alívio dos desafortunados, exige que todos os Cavaleiros coo-
peram para este grande objetivo por todos os meios que se re-
ferem ao seu estado civil.
Os deveres particulares de cada estado derivam dos deveres
generais que são comuns a todas as classes da sociedade que
formam na ordem uma mesma milícia, reunida sob a santa ban-
deira da religião.
Esta Ordem benfeitora reúne e combina com sabedoria por um
princípio de amor e de caridade, forças e meios diversos para
produzir um bem muito mais geral.
b) fórmula dos deveres particulares das seis classes distintas do estado civil.
→ (Nota: ler-se-á apenas o que se referir ao recipiendário)
CAVALEIROS MINISTROS DA RELIGIÃO CRISTÃ
Reitor → (O Reitor diz)
1-Que o Cavaleiro ligado à igreja emprega sempre seu santo
ministério no espírito do evangelho; mais que os outros, ele
pode e deve servir à religião; que ele seja um exemplo daqueles
que servem ao culto do Senhor; órgão de sua fé, que apresenta
com verdade àqueles que ele a ensina.
2-Fiel à religião e ao seu culto, o ministro esclarecido ama de
todo coração tudo o que leva o nome de cristão e, portanto, a Fé
está inteira em nosso senhor e mestre Jesus Cristo, nosso reden-
tor; que tolera com doçura todos os que dela diferem apenas em
alguns pontos de dogma; que esta tolerância seja recíproca entre
todas as comunidades cristãs e que os seus ministros ensinem
aos seus rebanhos a viver na paz de Jesus Cristo, seu verdadeiro
pastor.
3-Trazer de volta pela persuasão aqueles que se extraviam, sus-
tentar pela esperança aqueles que cambaleiam, apiedar-se da-
queles que estão no pecado, amá-los e orar para que a verdade
se mostra a seus olhos; consolar pela religião aqueles que a in-
felicidade aflige; restabelecer a paz nas famílias divididas,
empregar os bens que a providência colocou em suas mãos para
aliviar a miséria, aspirar para a dignidade da igreja apenas fazer
o bem ainda mais.
Eis, em substância, o que a ordem exige do ministro do verda-
deiro Deus, e isto é, somente, exercer, em toda a sua extensão,
as virtudes inerentes ao personagem de que se reveste.
CHEVALIER MILITAIRE
Reitor → (O Reitor diz)
1-O amor à Pátria, o apego ao seu Príncipe, são duas virtudes
comuns a todos os estados. O Cavaleiro militar da Cidade Santa
deve mais particularmente defendê-los com coragem, derramar
seu sangue, sacrificar sua vida por eles.
2-Forçado a derramar o sangue de seus semelhantes em meio
aos horrores da guerra, ele se lembre sem cessar das leis santas
da humanidade, que seja ele generoso em relação aos vencidos,
os moribundos e os prisioneiros e, sem faltar aos seus deveres,
que ele poupe, tanto quanto puder, o sangue do inimigo.
3-Que ele nunca se orgulhe de suas vitórias e que reconheça que
a Deus ele as deve. Se os seus trabalhos guerreiros não são re-
compensados pelo Príncipe62, que ele não a murmure, que ele
continue a servir com coragem; ele quita a sua dívida para com
o estado e não deve nunca voltar as suas armas contra ele. Se
ele é dirigido por príncipes religiosos, uma prudência gloriosa
será a sua recompensa.
4-Enfim, O cavaleiro militar da Cidade Santa, deve estar sempre
pronto a voar para a segurança as inocência oprimida por um
agressor mais poderoso, mas que ele não mate pela espada senão
por uma causa legítima e que ele não ataque ninguém injusta-
mente.
62
Este ritual foi redigido sob o Antigo Regime; Atualmente, é necessário substituir “Príncipe” pela autoridade
civil. (N. original)
2-Que a sua abordagem seja suave e fácil, que o homem crimi-
noso encontre nele sentimentos moderados e que ele apenas pro-
nuncie tremendo a rigorosa punição da morte63; que leve o con-
solo a esses asilos de crime e muitas vezes de inocência injusta-
mente acusada; que ele empregue todas as suas faculdades para
descobrir a verdade e para amenizar a pena e a duração da sua
detenção.
3-Que ele defenda com todo o seu poder o fraco contra todos
aqueles que abusam do seu poderio; que ele vele, principalmente,
pelos interesses das viúvas, dos órfãos e dos pobres.
4-Que o magistrado, o advogado e todos aqueles que com correm
para a administração da justiça se reúnam para evitar o processo
e que eles se estabeleçam em tribunal doméstico onde se venham
entender os ódios e divisões das famílias.
5-Que o advogado nunca empregue os seus talentos para fazer
triunfar a injustiça, que ele não defenda nenhuma causa que ele
não creia justa e que ele seja, de preferência, o defensor dos po-
bres; que deles não exija nenhuma retribuição, que seja somente
por amor à justiça e à humanidade.
6-Guardião das boas maneiras e, encarregado de fazer respeitar a
religião, se distinguirá por seus modos delicados e puros, pelo
seu amor à religião e por seus atos de beneficência iluminados.
Ele cuidará dos pobres seja na qualidade de pai da pátria, seja
como defensor de um direito legítimo, ele tem que manter a honra
e a riqueza dos seus concidadãos. Por seu conselho, ele será esti-
mado pela sua beneficência.
CAVALEIRO MÉDICO
Reitor → |(O Reitor diz)
1-Estabelecido para garantir a conservação dos homens, o médico
honrado com o título de Cavaleiro da Cidade Santa deve conhecer
bem a sua sublime destinação, que ele não se esquive de exercer a
arte de curar depois de ter estudado a natureza com a mais escru-
pulosa atenção; que ele se dedique não apenas a curar as doenças,
se for possível, por remédios sabiamente administrados mas, prin-
cipalmente, a prevenir as doenças com conselhos prudentes que
nãos se descuide da saúde de seus doentes.
2 – Que ele dedique, dia e noite, seus cuidados aos doentes; que
ele sacrifique o seu prazer e seu repouso ao dever de os recuperar;
que ele não ofereça o seu ministério unicamente aos ricos, mas,
mais essencialmente, aos pobres cuja único bem é a saúde; que ele
63
A segunda parte desta frase deve ser suprimida nos países em que a pena de morte foi abolida. (n. original)
os cure sem interesse e que ele reúna, a essa beneficência, os re-
médios e os alimentos necessários, se as suas faculdades o permi-
tam.
3 – Que ele visite assiduamente as enfermarias ou outros hospitais
fundados pela Ordem da Cidade Santa e lhe ofereça todos os cui-
dados para contribuir aos esforços beneficentes desta Ordem.
4 – Tanto quanto lhe permitam seus afazeres na cidade, que ele
percorra a área rural para impedir que seus habitantes sejam víti-
mas de curandeiros; para conservar a classe útil dos trabalhadores,
reanimar suas forças e daí, torna-los mais apropriados aos traba-
lhos penosos da agricultura.
CAVALEIROS NEGOCIANTES
AGRICULTORES E OUTROS CIDADÃOS ÚTEIS
CAVALEIROS ESCRITORES
64
Pode-se substituir “ao meu Soberano” por “à autoridade civil”. (N. original)
Sub-Prior Assim seja.
Prior Clerical Senhor Deus todo poderoso, Deus de justiça e clemência, que
permitiu, sobre a Terra, o uso da espada para reprimir a malícia
dos ímpios e para fazer reinar ajustiça que armaste, Tu mesmo,
de espada os servidores que elegeste para fazê-los triunfar so-
bre os inimigos da tua glória, ouve as nossas orações e digna-
Te bendizer esta espada com a qual o Teu servidor e nosso
Irmão ……… deseja ser armado Para dela se servir na neces-
sidade de defender a Fé cristã, de seu Príncipe65, sua Pátria,
seus Irmãos e para a proteção dos fracos e oprimidos.
Abençoa, Senhor, para que ela lhe seja principalmente, um
símbolo da virtude poderosa do homem que confirmaste na Fé,
contra seus inimigos visíveis e invisíveis.
Sub-Prior Assim seja.
65
Pode ser suprimido, na república. (N. original)
Ide levar esta espada ao Mui Reverendo Irmão Prefeito; é a ele
que cabe vos dar o direito de a portar aqui.
Reverendo Irmão Mestre de Cerimônias, conduzi o Irmão Es-
cudeiro Noviço.
O Noviço se levanta tendo a espada na mão direita, ponta ao
alto, e saúda o altar.
O Mestre de Cerimônias o conduz, em seguida, até o Prefeito.
66
Lembramos que o Porta-Espada e o Porta-bandeira são os dois cavaleiros capitulares mais recentemente recebi-
dos, após a supressão da classe dos Escudeiros (ver nota preliminar) (N. original)
Prefeito Eu vos revisto com este brasão d’armas de pele branca orna-
mentada com a cruz da Ordem. Ela vos lembrará do que deveis
à religião e à nossa Ordem; que deveis ter horror aos seus ini-
migos e fazê-los enrubescer pela vossa boa conduta.
→ (Entregando-lhe a clâmide.)
Prefeito Recebei esta roupa branca e sem mácula com a qual vos revisto
para vos lembrar a vida regular, a castidade e a pureza dos vo-
tos que prometestes.
→ (Revestindo-o com o manto.)
Prefeito Recebei este manto, principal ornamento de um Cavaleiro.
Ele é, para vós, um símbolo da caridade cristã e fraternal por
aqueles pela qual deveis socorrer e proteger os infelizes e co-
brir as faltas dos vossos Irmãos.
→ (Cingindo-o com a espada por cima da clâmide.)
Prefeito Eu vos cinjo com esta espada, que será, para vós, a marca da
nobreza que adquiristes pelas vossas virtudes na Ordem da Ci-
dade Santa.
Ela também é um símbolo da defesa que deveis à vossa reli-
gião, ao vosso soberano67, à vossa Pátria, aos vossos Irmãos e
da proteção que prometestes aos infelizes e aos oprimidos.
Mas nunca para vós, ser um meio de derramar sangue, assim
como aconteceu frequentemente para vergonha da verdadeira
religião cristã.
É com as armas vitoriosas dos discursos edificantes e do bom
exemplo de virtude que um verdadeiro Cavaleiro deve trazer
de volta ao caminho da verdade aqueles que deles se afastaram.
→ (Entregando-lhe a cruz peitoral suspensa do colo.)
Prefeito Recebei esta cruz, símbolo respeitável da Santa Religião
Cristã, pela qual estais ligado à Ordem da Cidade Santa.
Nós a prendemos no vosso peito para que ela esteja mais pró-
xima do vosso coração.
A sua cor vermelha vos lembrará que o nosso único Senhor, o
Divino Mestre Jesus Cristo derramou o seu sangue até a morte
para a salvação dos homens.
Frequentemente, os antigos Cavaleiros sacrificaram as suas vi-
das e suas riquezas para sua honra e sua defesa.
67
Pode ser suprimido numa república. (N. original)
Vós, meu Irmão, deveis, a exemplo deles, estear sempre pronto
a deixar tudo por Deus e por Sua causa e, sobretudo, oferecer-
Lhe um sacrifício diário da vossa vontade e das afeições do
vosso coração purificado por Seu amor.
→(Colocando-lhe o anel de outro, no dedo mínimo da mão
direita)
Prefeito Recebei este anel de outro, marca externa da Ordem, que de-
veis usar constantemente.
Ele foi, em todos os tempos, um ornamento característico dos
Cavaleiros.
Que a cruz nele gravada por dentro e as letras gravadas por
cima vos lembrem sem cessar os votos que vos ligam à nossa
ordem e, particularmente, à |Província de …………68
→ (Passando-lhe o lenço sobre o ombro direito.)
Prefeito Recebei este lenço, ornamento de um Cavaleiro. Sua cor
branca, uniforme na Ordem, vos anuncia que estais ligado à
defesa da Santa Religião e que não vos é permitido mudá-lo,
senão aos Cavaleiros que estejam ligados a um partido.
→ (Entregando-lhe a espora de ouro.)
Prefeito Calçai estas esporas de ouro, ornamento particular de um Ca-
valeiro. Recebei-a como um símbolo mnemônico de vigilância
para tudo o que concerne à Ordem, e a celeridade com a qual
deveis levantar-vos se tiverdes a infelicidade de cair em quais-
quer faltas.
→ (Entregando-lhe as luvas.)
Prfefeito Calçai vossas mãos com estas luvas que complementam o ar-
mamento dos Cavaleiros.
Que a sua cor branca orlada de vermelho vos lembre que um
verdadeiro Cavaleiro da Ordem deve ser irrepreensível em to-
das as suas ações.
→ (O Prefeito toma, das mãos do Reitor, a espada da Ordem
com a qual ele criou o Cavaleiro da Ordem de Noviço, que, a
partir deste momento, é chamado de Cavaleiro, o que é feito
tocando-o três vezes com a santa espada, sobre a cabeça e so-
bre os dois ombros, dizendo-lhe.)
Prefeito Eu, pelo poder que tenho na Ordem, na qualidade de Prefeito,
vos crio Cavaleiro da Ordem Benfeitora dos Cavaleiros
68
No manuscrito original está escrito “a esta segunda província, dita de Auvergne”. (N. original)
Maçons da Cidade Santa, em nome do Pai, do Filho e do Espí-
rito Santo.
→ (O Prefeito solta a espada da Ordem e continua, colo-
cando-lhe as duas mãos nos ombros, dizendo-lhe)
Prefeito Sede um homem benfeitor e corajoso, zeloso com a glória de
Deus, que deveis amar com todo o vosso coração e ao próximo
como a vós mesmo.
Mostrai-vos, então, em tudo, um digno Cavaleiro.
→ (Dando-lhe seus nomes, armas e divisa da Ordem.)
Prefeito Vosso nome na Ordem na qualidade de Cavaleiro cristão e de
nosso companheiro na Ordem da Cidade Santa, será, dora-
vante, F…………
Vossas armas serão
→ (Entrega-lhe as armas da ordem.)
Prefeito Vossa legenda ou divisa será……
→ (Dá-lhe a legenda ou divisa)
→ (Depois, o Prefeito lhe diz.)
Prefeito Eu vos beijo, Bem Amado Irmão, com o beijo de paz e de fra-
ternidade como Nosso Irmão em Jesus Cristo e como nosso
companheiro da Cidade Santa. Que a graça divina e a paz que
nela está permaneça para sempre em vós e em todos nós.
→ (O novo Cavaleiro, tendo-se levantado, o Prefeito lhe dá o
sinal característico dos Cavaleiros que é uma cruz traçada em
dois tempos sobre o peito, com o polegar; o que é interrogado,
traça uma linha longitudinal; e o que interroga responde tra-
çando uma linha horizontal que atravessa a primeira, o que
representa uma cruz, cada um traçando uma parte do sinal
sobre o seu peito).
→ (O prefeito lhe dá a palavra de reconhecimento, que é
EMANUEL.)
→ (Ela é dada em quatro sílabas iguais. O que é interrogado
dá a 1ª e a 3ª e o que interroga dá as outras duas; e, depois
que está completa, eles se beijam mutuamente, nas duas bo-
chechas. O que interrogou dá a palavra inteira; o outro res-
ponde AMÉM.)
→ (O Prefeito o ensina, em seguida, a maneira de bater à
porta do Capítulo, que consiste em dar uma batida forte com
o punho e bater em seguida, com o dedo médio e, depois de
um pequeno intervalo bem distinto, a bateria ordinária de três
golpes de Aprendiz Maçom, o que é feito completamente como
se segue: ● ●●●
→ (O Prefeito assim lhe explica esta bateria.)
Prefeito O primeiro golpe forte que batestes com o punho vos designa
a autoridade que acabais de adquirir pelo título de Cavaleiro,
sobre todas as classes inferiores da Ordem e os três golpes se-
guintes, que são uma repetição da bateria de Aprendiz Maçom,
vos anunciam que vos tornastes Aprendiz novamente, mas,
numa Ordem de ciências na qual o único verdadeiro Mestre
está no céu.
Esforçai-vos, então, meu Bem Amado Irmão, para vos tornar-
des digno de Sua ajuda e da Sua luz.
→ (O Mestre de Cerimônias e os dois Padrinhos conduzem o
recém recebido ao centro do coro; lá estando, ele desembai-
nha a sua espada da bainha, com a qual ele golpeia o ar três
vezes seguidas; na primeira, ele golpeia à frente de si; na se-
gunda, golpeia à direita e, na terceira, golpeia à esquerda.)
→ (O Prior clerical diz, enquanto ele golpeia o ar.)
Prior Clerical In nomine tuo, domine! Spernemus insurgents in nobis: non
enim in arcum, nec gladio meo, sed in te sperabo.69
69
Em teu seu nome, senhor! Desprezamos os que se levantam contra nós; porque não é o arco, nem a minha espada,
mas minha confiança em Ti. (N. do T.)
→ (O Prefeito diz ao recém recebido:)
Prefeito Meu Irmão, prometestes obediência da Ordem aos vossos su-
periores; vós a deveis, como tal, à sua Eminência Reverendís-
sima Mestre Provincial, chefe desta Província, ao Reverendís-
simo Grande Prior deste distrito, ao vosso Prefeito e ao vosso
Comandante, assim como aos órgãos e aos depositários das
leis. Cioso de reinar sobre o vosso coração pela persuasão, pelo
exemplo de virtude, pelo zelo mais comprovado e jamais por
uma autoridade arbitrária, nunca vos arrependereis da obedi-
ência livre e voluntária que vos impusestes.
É costume que pagueis imediatamente este dever.
Vinde, pois, dar-me o sinal costumeiro daquilo que me deveis,
na qualidade de vosso Prefeito; eu o receberei ao mesmo
tempo em nome dos vossos principais superiores ausentes que
aqui represento.
→ (O Mestre de Cerimônias conduz o novo Cavaleiro até o
Prefeito, que lhe apresenta o punho da sua espada. Ele segu-
rando-lhe o punho com a sua mão direita, faz-lhe uma pro-
funda inclinação. Assim se faz o sinal de obediência.)
→ (O Prefeito, levantando-o, lhe explica quais são os superi-
ores ausentes pelos quais ele o recebe também.)
→ (Se o Mestre Provincial ou o Grande Prior se encontrem
presentes, o novo Cavaleiro irá levar-lhes a sua obediência
antes de se apresentar ao Prefeito. Daí, ele será conduzido até
o Comandante titular da Comandaria à qual ficará vinculado,
à qual ele a prestará como acima.)
→ (Se o titular estiver ausente, ele a prestará, em seu nome,
ao Reitor do capítulo, que lhe dirá.)
Reitor Recebo, meu Bem amado Irmão, a vossa obediência, em nome
do Reverendo Irmão F…………, Comandante do………, ao
qual a deveis, como vosso chefe imediato, que Se encontra au-
sente.
→ (Isso feito, o Prefeito lhe diz.)
Prefeito Ide, agora, vos apresentar ao Reverendo Irmão Prior Clerical
desta Prefeitura e, em seguida, ireis fazer a vossa oferenda de
Cavaleiro na bacia destinada aos pobres.
→ (O Mestre de Cerimônias o conduz até o Prior Clerical, ao
qual o novo Cavaleiro faz uma profunda inclinação.)
→ (O Prior, apresentando-lhe a regra dos Cavaleiros, lhe
diz:)
Prior Clerical Meu Bem Amado Irmão, beijai com respeito estas regras que
serão doravante os guias infalíveis da vossa conduta na Ordem.
(O Mestre de Cerimônias o conduz à bacia de oferendas, na
qual ele coloca uma peça de ouro ou equivalente. Durante
isso, o Prefeito diz:)
Prefeito Beatus qui intelligit super egenum et pauperem in die mata li-
berabit eum Dominus70
70
Bem-aventurado é aquele que considera o pobre e a ele doa em nome do Senhor. (N. do T.)
Este troféu não é, então, mais conservado entre nós senão para
nos lembrar as virtudes e os deveres dos Cavaleiros de quem
as diversas peças que o compõe são emblema.
Escutai, atentamente, a instrução destinada aos Cavaleiros; ela
vos fará conhecer a origem e o objetivo primitivo da nossa Or-
dem, o caminho que deveis seguir doravante para chegar a esse
objetivo, seu relacionamento com Deus, Ordens e Sociedades
que existiram e, particularmente, com a ordem verdadeira, su-
blime e por excelência que a todas elas precedeu.
Ide agora, meu Bem Amado Irmão, receber o beijo fraternal
dos Irmãos Cavaleiros, e terminaremos a cerimônia deste dia
pela leitura da instrução que vos anunciei.
→ O Mestre de Cerimônias conduz o recém recebido até o
primeiro Cavaleiro que está à direita do Prefeito e, daí em di-
ante, até o fim da linha capitular, ele o leva de volta depois do
outro lado, até o Prior Clerical, seguindo a mesma linha ca-
pitular daquele lado; daí, ele o conduz ao fundo do Capítulo,
até os Cavaleiros não capitulares e, em seguida, aos Irmãos
Escudeiros.)71
→ (Ao abordar os Irmãos, ele apresenta a mão direita, que
eles seguram mutuamente e se beijam nas duas bochechas em
silêncio.)
→ (O Mestre de Cerimônias o leva de volta ao centro do Ca-
pítulo onde o faz sentar-se para ouvir a instrução dos Cava-
leiros que o Prefeito fará ler pelo Irmão que tiver sido encar-
regado desta tarefa.
→ (depois da instrução, o prefeito diz:)
Prefeito Reverendo Irmãos Mestre de Cerimônias, conduzi o novo Ir-
mão Cavaleiro ao lugar que lhe é destinado nas nossas assem-
bleias.
→ (O Mestre de Cerimônias o conduz ao fundo do Capítulo e
o faz sentar-se entre os Irmãos Cavaleiros não capitulares.)
71
Ver nota preliminar. (N. original)
Esmoler Meus Reverendos Mestres Cavaleiros, eu vos convido a vos
colocar à ordem segundo o vosso posto, O Oriente antes, as
duas colunas em seguida, o Ocidente enfim, para vir depositar
a vossa oferenda na bacia das oferendas.
→ (Após a coleta, o Prefeito reúne em círculo todos os Irmãos,
Para dar ao recém recebido e fazer circular as duas palavras
da Ordem Interior.)
→ (A primeira é a do ano anterior, a segunda, reservada ape-
nas aos Irmãos Cavaleiros, é a do ano em curso.)
Prefeito Meu Reverendos Irmãos, reunamo-nos todos nós em círculo,.
para fazer circular as palavras da Ordem Interior, a do ano pre-
cedente, depois, em seguida, a do ano em curso, reservada aos
Irmãos Cavaleiros.
→ (O Prefeito faz circular as palavras anuais de reconheci-
mento, dando-as em voz baixa ao Irmão que está à sua direita,
de maneira que elas lhe retornem pela esquerda, e ele presta
atenção para que a palavra do ano anterior lhe tenha retor-
nado antes de dar a do ano em curso.)
→ Depois, todos voltam aos seus lugares e permanecem em
pé.)
→ (O Prefeito anuncia e faz, em seguida, o fechamento do Ca-
pítulo, segundo o ritual prescrito.)
Prefeito Estando esgotada a Ordem do Dia, eu vos anuncio que vou
proceder ao fechamento do Capítulo segundo o ritual prescrito.
CAPÍTULO QUARTO
CONCERNENTE AO FECHAMENTO DO CAPÍTULO
72
Das vestes clericais. (N. do T.)