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Resumos da Psicanálise

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FORMULAÇÕES SOBRE OS DOIS PRINCÍPIOS DO FUNCIONAMENTO MENTAL (1911)


(Sigmund Freud)
Os processos mentais inconscientes eram o único tipo de processo mental, este se baseava no prazer- desprazer,
denominado princípio de prazer, onde existia apenas a busca pelo prazer e buscava-se eliminar o desprazer.
O sonho é um exemplo real desta forma de processo mental, onde por meio de alucinações acabava- se formulando
situações prazerosas para o sujeito, mas a ausência da satisfação esperada, o desapontamento experimentado levou ao
abandono desta tentativa de satisfação. Podemos observar o mesmo tipo de funcionamento mental com os neuróticos e
de forma mais acentuada nos psicóticos, onde há uma fuga da realidade de forma que o sujeito não tem consciência de
realidade, ele acaba formulando uma realidade própria para não se “desapontar”.
Surge assim uma forma de pensamento onde se leva em conta o que realmente existe na vida externa, a este
funcionamento foi dado o nome de princípio de realidade.
Mas um processo mental totalmente novo para o ser traz consigo outras modificações no sentido de adaptar o
pensamento e até mesmo órgãos do corpo para este novo “ponto de vista”, as maiores ou mais significativas mudanças
poderiam ser relacionadas aos órgãos sensoriais que passam a ter outro sentido e interagindo com o prazer- desprazer
dão ao indivíduo a noção mais relevante da realidade, esta interação proporciona ao homem noções de ação, a forma dele
interagir conscientemente com o meio externo, memória, para que se possa saber antecipadamente o que pode lhe
acontecer se o fato já lhe ocorrera antes, etc.
Como anteriormente o princípio de prazer estava intrinsecamente ligado à alucinação, ocorre uma certa divisão e agora o
fantasiar surge para “suprir” esta necessidade humana de se ver às vezes distante da sua vida normal.
Observa-se também que os instintos sexuais, que a princípio se comportam auto eroticamente (a pessoa passa a conhecer
melhor o próprio corpo e passa a sentir prazer com ele) se tornam latentes e começam a se desenvolver a partir da
puberdade, em consequência disso surge uma vinculação mais estreita entre o instinto sexual e a fantasia. A partir de
uma educação desses instintos sexuais a pessoa busca não mais o autoerotismo e sim um objeto fora de si.
O princípio de realidade à primeira vista pode parecer uma forma de retrair todo o tipo de ação prazerosa ao ser, mas é
justamente o oposto, o princípio de realidade surge para que o princípio de prazer seja menos exposto, ou melhor, para
que o ser humano se exponha menos aos caminhos belos, mas obscuros do princípio de prazer.
Tem que se tomar nota também da educação e da arte neste processo evolutivo humano. O primeiro surge para auxiliar o
processo de desenvolvimento que afeta o ego, nas artes observa-se uma reconciliação entre os dois princípios. O artista
busca uma fuga da realidade indo para o mundo da fantasia e ao mesmo tempo que ele tem os pés plantados na realidade
sua cabeça fica no mundo da fantasia de forma que nem um lado nem outro se sobressaia.
Fica claro que o princípio de realidade é mais um processo onde o ser humano se vê à frente de outros animais na
evolução, mas o princípio de prazer por ser a base de todo este processo é tão importante quanto o princípio da realidade.

A educação pode ser descrita, sem mais, como um incentivo à conquista do princípio de prazer e à sua substituição pelo
princípio de realidade; isto é, ela procura auxiliar o processo de desenvolvimento que afeta o ego. Para este fim, utiliza
uma oferta de amor dos educadores como recompensa; e falha, portanto, se uma criança mimada pensa que possui esse
amor de qualquer jeito e não pode perdê-lo, aconteça o que acontecer.
(6) A arte ocasiona uma reconciliação entre os dois princípios, de maneira peculiar. Um artista é originalmente um homem
que se afasta da realidade, porque não pode concordar com a renúncia à satisfação instintual que ela a princípio exige, e
que concede a seus desejos eróticos e ambiciosos completa liberdade na vida de fantasia. Todavia, encontra o caminho de
volta deste mundo de fantasia para a realidade, fazendo uso de dons especiais que transformam suas fantasias em verdades
de um novo tipo, que são valorizadas pelos homens como reflexos preciosos da realidade. Assim, de certa maneira, ele na
verdade se torna o herói, o rei, o criador ou o favorito que desejava ser, sem seguir o longo caminho sinuoso de efetuar
alterações reais no mundo externo. Mas ele só pode conseguir isto porque outros homens sentem a mesma insatisfação,
que resulta da substituição do princípio de prazer pelo princípio de realidade; é em si uma parte da realidade.

A substituição do princípio de prazer pelo princípio de realidade, com todas as consequências psíquicas envolvidas aqui
esquematicamente condensadas numa só frase, não se realiza, na verdade, de repente; tampouco se efetua
simultaneamente em toda a linha, pois, enquanto este desenvolvimento tem lugar nos instintos do ego, os instintos
sexuais se desligam deles de maneira muito significativa. Os instintos sexuais comportam-se auto eroticamente a
princípio; obtêm sua satisfação do próprio corpo do indivíduo e, portanto, não se encontram na situação de frustração
que forçou a instituição do princípio de realidade. Quando, posteriormente, começa o processo de encontrar um objeto,
ele é logo interrompido pelo longo período de latência que retarda o desenvolvimento sexual até a puberdade. Estes dois
fatores — autoerotismo e período de latência — ocasionam que o instinto sexual seja detido em seu desenvolvimento
psíquico e permaneça muito mais tempo sob o domínio do princípio de prazer, do qual, em muitas pessoas, nunca é
capaz de se afastar.

Enquanto o ego passa por suas transformações, de ego-prazer para ego-realidade, os instintos sexuais sofrem as
alterações que os levam de seu autoerotismo original, através de diversas fases intermediárias, ao amor objetal a serviço
da procriação. Se estamos certos em pensar que cada passo destes dois cursos de desenvolvimento pode tornar-se local
de uma disposição à doença neurótica posterior, é plausível supor que a forma assumida pela doença subsequente (a
escolha da neurose) dependerá da fase específica de desenvolvimento do ego e da libido na qual a inibição disposicional
do desenvolvimento ocorreu. Assim, uma significação inesperada liga-se aos aspectos cronológicos dos dois
desenvolvimentos (que ainda não foram estudados) e a possíveis variações em sua sincronização.

“Além do Princípio de Prazer" (1920) – Resenha


Palavra Escuta www.palavraescuta.com.br/textos/alem-do-principio-de-prazer-1920-resenha

Artigo no qual Freud desenvolve a noção de pulsão de morte e compulsão à repetição.


Neste trabalho, o autor privilegia a descrição metapsicológica da mente onde, além do ponto de vista dinâmico e
topográfico, apresenta uma visão econômica do funcionamento do aparelho psíquico. Freud analisa o princípio de prazer
do ponto de vista econômico, correlacionando-o ao princípio de constância, cuja função é de manutenção da quantidade
de energia a mais baixa possível - o prazer corresponderia a uma diminuição da quantidade de excitação (já o desprazer,
a um aumento).

"A tendência dominante da vida mental e, talvez, da vida nervosa em geral, é o esforço para reduzir, para
manter constante ou para remover a tensão interna devida aos estímulos (o ‘Princípio de Nirvana’)” (p. 66).

A partir da observação das brincadeiras de seu neto, dos sonhos das neuroses traumáticas e das transferências na análise
(onde os paci

entes repetiam na transferência os acontecimentos traumáticos da infância), Freud passa a questionar o papel
desempenhado pelo princípio de prazer. Nestas situações nota a presença de uma compulsão à repetição de cenas que
não representam prazer e que indicam que o princípio de prazer não rege todo o funcionamento mental: “Existe
realmente na mente uma compulsão à repetição que sobrepuja o princípio de prazer” (p.33).

Observando seu neto (um ano e meio de idade), percebe que este brinca com um carretel, fazendo com que desapareça e
apareça. Ele analisa este jogo como uma simbolização da falta materna, em que a criança encenava a alternância entre
ausência e presença da mãe. O jogo era acompanhado das verbalizações Fort (ir embora), quando o objeto se afastava e
Da (ali), quando o mesmo aparecia.

Uma das coisas que chamou a atenção de Freud, diante do jogo, foi o ato da partida do objeto ser encenado com muito
mais frequência do que o episódio do retorno, que seria, supostamente, mais prazeroso. O autor também analisa que o
jogo mudaria a criança de posição: de um lugar passivo, passaria a ativo. "Quando a criança passa da passividade da
experiência para a atividade do jogo, transfere a experiência desagradável para um de seus companheiros da brincadeira
e, dessa maneira, vinga-se num substituto”(p.28).

Ao se deparar com os sonhos repetitivos de pacientes com neuroses traumáticas (e de guerras), Freud passa a questionar
sua teoria dos sonhos, pela qual afirmava que todos os sonhos seriam uma realização de desejo. Ele analisa a função
desses sonhos, que repetem cenas traumáticas, como dolorosas. Para ele, tais sonhos teriam a função de desenvolver a
angústia retroativamente, onde esta faltou.

É interessante que Freud enfatiza a importância da hipercatexia na proteção de um distúrbio. Exemplifica, então, que a
hipercatexia pode ocorrer por meio da angústia e até mesmo de uma doença física:
“Distúrbios graves na distribuição da libido como a melancolia, são, temporariamente interrompidos por uma
moléstia orgânica intercorrente, e, na verdade, que mesmo uma condição plenamente desenvolvida de demência
precoce é capaz de remissão temporária nessas mesmas circunstâncias” (p.43).

Freud retoma seu texto “Recordar, repetir e elaborar” (1914), no qual sinaliza que aquilo que não pode ser recordado é
repetido. Analisando a resistência, infere que esta provém do ego e não do inconsciente, uma vez que o reprimido não
oferece resistência. Ao contrário, luta por manifestar-se por meio da repetição. O autor afirma que a repetição seria
antagônica ao princípio de prazer enquanto que a resistência estaria a serviço deste princípio (tenta evitar a emergência
do material reprimido que levaria ao desprazer). Assim, o ego, respondendo ao processo secundário, impede a
rememoração do material reprimido, que só encontra saída na repetição.

Com relação ao trauma e sua origem, Freud faz uma longa explicação no texto “Projeto para uma psicologia científica”
(1895). Descreve uma função de proteção do aparelho psíquico, que só existiria quando os estímulos vêm do exterior: “A
proteção contra os estímulos é, para os organismos vivos, uma função quase mais importante do que a recepção deles”
(p.38). Assim, como no interior do aparelho psíquico não haveria um escudo protetor para se defender das excitações
internas que provocariam desprazer (por seu aumento de energia), o aparelho psíquico se utilizaria da projeção como
mecanismo de defesa, tratando tais excitações como se fossem oriundas do exterior. Em função desta particularidade dos
estímulos internos, estes teriam uma maior importância econômica na causa dos distúrbios psíquicos. Um trauma,
portanto, seria decorrente de um fracasso do escudo protetor, em que uma excitação intensa atravessaria a barreira.

Freud infere que a angústia teria como função fortalecer a barreira de proteção por meio de uma hipercatexia dos
sistemas, que teriam, por isso, maiores condições de suportar uma grande carga de energia. Ao falar das pulsões, afirma
que estas sempre buscam a satisfação (a repetição de uma primeira experiência de satisfação), no entanto, como tal
satisfação completa nunca é alcançada (o grau de obtenção de prazer é sempre menor que o desejado), a tensão persiste,
pressionando constantemente em busca de uma realização impossível.

A partir desse trabalho, Freud amplia a noção de pulsão ao constatar que a compulsão à repetição seria uma característica
intrínseca ao movimento de toda pulsão, consequente da tendência ao restabelecimento de um estado anterior da vida,
inorgânico. O auto afirma que:
“Uma pulsão é um impulso inerente à vida orgânica, a restaurar um estado anterior de coisas, impulso que a
entidade viva foi obrigada a abandonar sob a pressão de forças perturbadoras externas, ou seja, é uma espécie
de elasticidade orgânica, ou para dizê-lo de outro modo, a expressão da inércia inerente à vida orgânica” (p.
47).

A partir daí, Freud verifica a existência da pulsão de morte. Surge então, uma nova concepção de pulsão e, com ela, uma
nova teoria. As pulsões de vida e de morte (não mais ego x sexuais) passam a dirigir o funcionamento psíquico. Ele
evidencia que as pulsões de morte se opõem às pulsões de vida. As primeiras exercem pressão no sentido da morte, da
volta a um estado inorgânico e as últimas no sentido de um prolongamento da vida, numa tendência à formação de
unidades maiores.

Freud relata, então, que a vida tem uma natureza conservadora “não conhece exceção o fato de tudo o que vive morrer
por razões internas, tornar-se mais uma vez inorgânico, seremos então compelidos a dizer que o ‘objetivo de toda vida é
a morte’.” (p.49).

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Comentários sobre Além do princípio do prazer


Revista de Psicanálise da SPPA
Paulo Henrique Favalli, Jair Knijnik, Ana Rita Taschetto, Lúcia Chassot Rubin, Márcia Padilla Knijnik

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