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Sefiroth

impossível dar um resumo das


ideias que compõem a cabala
especulativa (Kabbalah
iyyunit), uma vez que são
envolventes e extensas demais
para um tratamento sucinto;
mas é necessário abordar a doutrina das
emanações citada por Agrippa no
capítulo X, l. III, para que os leitores que
não são estudantes de cabala tenham
alguma noção do que ele está falando.
Em seus esforços para obter o mais
alto e perfeito conceito de Deus, os
mecubalistas despiram a divindade de
todas as qualidades que, segundo eles,
não podiam fazer parte do Deus
primordial porque cada uma era limitada
por sua definição e, portanto, imperfeita.
Negavam à divindade um nome, um
rosto, uma forma e até um propósito.
Tudo o que poderia ser concebido foi
removido dessa compreensão negativa de
um Deus existente antes ou separado do
mundo criado. O resultado eles
chamavam de Ain Soph (pws ya), cujo
significado literal seria ―que não
termina‖, ou seja, ilimitado.
Tendo alcançado esse protótipo,
que não difere da aristotélica Causa de
Todas as Causas, eles se viram em
um dilema. O Ain Soph não pode ser
concebido de maneira alguma, por
pessoa alguma, nem mesmo por meio da
mais profunda meditação mística. Mais
desconcertante, sendo desprovido de
qualidades, o Ain Soph não tem o menor
envolvimento com o mundo das coisas
limitadas. O autor de uma antiga obra
cabalística chamada Ma‘arekhet haElohut (ver Scholem, Kabbalah 1977,
1:3:89) defende uma posição nada
insensata de que, como o Ain Soph não é
citado na Bíblia nem na lei oral, seria
absurdo referir-se a esse deus
absconditus como Deus; o título
pertenceria a um ser que era acessível à
meditação e à oração. Tal visão, porém,
era bastante impopular.
Em termos filosóficos, a percepção
suprema de Deus como um ser (ou nãoser) sem limite que engloba todas as
coisas de uma maneira indiferenciada é
inescapável. Também é logicamente
necessária a existência de um criador
supremo, ou causa primeira. Para
explicar o processo de criação pelo qual
um Deus que não pode mudar nem
diminuir criou o mundo de seres
imperfeitos limitados a partir de sua
própria substância, e ainda dentro dela,
ele devia ter o
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