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CIENCIA ABERTA, G RICHARD FEYNMAN O QUEE UMA LEI FISICA gradiva Dene a a 2809 Indice 10 Algo at mstenstien coma fi 1. A itn ene peste «Tauro {IL prosaa erases VIIWIIBIE Nota do tradutor Pessou mais de um quarto de steulo sobre as Confe- vrncas Messenger de Richard Feynman, que este lvro Cramereve, A fsa avangou vertignasamete nese empo, tendo 0 prdprio Feynman sido um dos aetores mais acti: vos eum dos espectadores mais atentos deses desenvol- ‘iments. Maso liveo, al como est de maneia alguna perdeu actualidade, Tratase de um clssco da divalgagio ‘enifca feito por um dos maiors fisios deste sScal, ‘Assim, achouse desnecesiro acresentar quaisquer noise ou comentarios «um texto, cuj valor document {indicutvel, Feynman tem sempre a sua razdo, mesmo ‘quando faz antevstes ousadas, mesmo quando nos parece hoje, em algumas (poucas) passapens, desmentido pelo tempo. A fis, diz nos o autor, ¢ um dogo de avis» ‘e6 no erra quem nio tenca advinha, ‘Feynman fo um dos grandes «adivinhos» dos mecanis- mos da natureca, A fisce moderna conheceu outos eran ‘des wadiviahos», qu se tornaram mitolgcos: por exea plo, Roland Barthes inlui nas suas Mitalogias oeérebro te Einstein, A morte recente de Feynman vio fazer ces cer 0 mite do contador de anedotas, toeador de bongo, 1 acrombador de coftes ¢decitador dos egredos do stomo, Feynman far certumete pace das mitlogis futures da tna, E rao quea tabla do invesigadorsconjugue com 1 faiidade origizalidade da exposgdo. O presenie texto um lato de uma actuasto ao vivo» que nos hes esa ‘onjugagio, Tal como Faraday no séulo pasado, tm bm Feynman gostava de falar aos jovense deIhes con tar os factos da naturera de a mancia seme renova, ‘Como um prestidigiador, ue tetra cothos de us fola que parece vazia, Feynman retira novos e modernos tensinamentos das velhas leis da fia. Qual & 0 reer do seu érito? (O searedo ¢ tem simples. Para Feyaman o ensno no é uma tarefa menor do centists, Para ele invesinagto ‘io sno prejuicaoensino, como é indispensivel a xs © trabao do investgador consist em vrar un assnto de todas 0s lados até Ihe peear per um. © problem do ‘ensino € que se pega nos mesmosassuntes apenas ¢ sem ie pelo mesmo lado. Feynman tem o maior prazer em virar os assuntos do avesso, Gosta de prepa partidas aoe auditores ¢ leitores, expondo as cases da maneita mais Inesperada e divertda, Evé-lo, por exemplo, a contr a ‘conserva da energie» com eri da mice dos cobos fou a descrever 0 coneito de temperatra com a eters 6 praia edastothas. Estamos perants um conic & im finagdo. Um convte 3 todoro® prafeseores que gosam de oer, tanto no ensino bisico secundrio como 10 ceasing univers, Feynman amavao ensino, porque achava que o ensino deve ser amado, eda ose inesgorvelesorco de imag ‘agdo. A sua methor obra no era para ele nem leer. 8 indica quaatica nem os wpartGeso nem os faosos inte pais de caminho, mas sim os és livros vemelhess: The Feynman Lectures on Phsis. © presente veo d-nos um acheiroy dessa obra maior. A porta do gabinete de Feyn- ‘man estava pormanentemerteaerta aos estudants. Tisha sempre tempo pata atender os anor, mesmo quando n80 ‘tina para atender as pessoas que fazem perder tempo, (Os esudantes fazem sempre ganar empo, Feynman foi um homem do seu tempo. Partiipos no projesto da bomba atumica, que aterou @ mundo. Aju- dou, sinda que episodicamente, no programa espacial (quando a cise faba, o melhor éirehamaralguem que stiba ver as oisat de todo of lado). Consebeu wmaguinas pensantes», supercomputadores, que nos vio propercic- ‘ar un Tataco que hoje dfcimmenteimaginamos. Bale iso tudo ¢ dirante isso tao, ensnow, Contearon & rixima de Bernard Shaw, que diz que ws6 ensina quer. ro sabe faer mais nada (radu vee de Fe who can does. He who cannot teoches. Feynman ensina-nos que ‘omelhor profesor &aquele que sabe fazer outras coisas. Carlos Fothais « Prefécio (Os sete captuls que consituem este lvro foram pales- tras proferidas aa Universidade de Cornel, nos Estados Unidos (Mestonger Lectures), apresentadas & uma audin- cla de etudantesansiosas poe aumentarem os seus conhe- clients gerais sobre wo que é uma lei fisicay. Nao se basearam num manuscrito preparado previamente, tendo sido improvisads a partir de slguns apontamentos. ‘As Messenger Lectures tm sido realzadas todos 0 nos em Cornell desde 1924, quando Hicam J. Messenger, um professor de Matematica, concedeu uma deerminada (quanti para encorajr personaldades eminentes de qual- ‘ver parte do mundo avisitar Cornel e fla as estudan tes, Ao estableser o fundo para as Messenger Lectures, ‘espeificou que se atava de wnstituir uma série de paes- trassobreaevelupdo da cvlizagio, com o objective espe ‘fico de elevaros padrdes moras da nossa vida politics, ‘conémice ¢ soil, Em Novembro passado 0 Prof. Richard P. Feynman, Aistiato fisico ¢ pedagogo, fol considado a proterie a palstras do ano de 1964. Depois deter sido professor em Cornel, Feynman ¢ agora professor de Fisica Tefrica no " California Institute of Teehnolog. Recenemente noreado imentbroestrangeto da Royal Society, &famaso no spe has peas suas comtribulgées para o conhecimento dat eis ds fsics, mas também pela sua habildede para expar 0: assuntos da sua ditcplins um pica ndo expecalizado, Os capitals deste liv sto os reeistos dese pastas, apresentadas a uma audincia numerosa a partir de um nde estrado, 0 que permitit ao Prof. Feynman wna expresso deseavalta tanto do diseurso come do movi- mento, sua reputagdo internacional como conterencista 4 grande, sendo conkecido pela manera como wactoi» sobre o extrado, Ese lvra destna-e a servi de guia ou awaliar de memira aos tlepectadores que viam as ligbes que gostavam de possuir um documento de referencia, Embora nao deva, de modo nenhum, ser considerado um compéndio,oestudante de fisica em busca de wiv crn preensto mas profunda das lls da sus clencia aca es uit dos argumentos aqui expostos Richard Feynman jd & eomherid dos telespectadores da BBC 1, pois fei um dos fisicos que spareceram a0 pr {gxama produzido por Philip Daly, Mer atthe Heart of Matter (Os Homens no Coragio da Materia), eps sa espléndida colaboraglo no programa Sirangeness minus ‘tree (Bstranheza menas 9), wansetido no anode 1964, ‘ue Foi um dos mas fasinantes sobre a descobertas cen. tifias moderns. (0 Departamento de Cignca ¢ Documentirios da RBC ficou logo interesado quando soube que a ligdes Mes- senger etiam profeides pelo Prof. Feynman, A sciestt ‘ser apreseniada na BBC 2, como parte de um progran de extensio educacional, continvando, no mesmo eto, as palestras jf proferidas por centisas sires como Bond, 2 sobre relatvidade, Kendrew, sobre a biologia molecular, Morrison, sobre a mecinica quinliea, e Porter, sobre & termainémics 0 leitor encontra aqui uma wanserigio do texto das pulestras, A revisio cientifes foi realizada pelo prério Prof. Feyamaa. A minha assisene Fiona Holmes ecu pr prio recolhemos a5 palavias que agora sto publicadas Esperamos que exe livo Thesagade. Ter rabalhado com Feynman foi para nds uma experiencia estimulantee eta mos conflantes de que os letores eo eespectadores v0 beneficie com este project Alon Sieath, produtar da BBC para programa ene Flores, Departamento de Ciéncias © Documenttios, duno de 1965 ‘A BBC agradece ao gabinte de imprensa da Universi= ode de Cornel a autorizagto para repradusir 0 quadro no 2eao California Institue of Technology por permit 8 reprodueio de outras Fotografias ¢deseahos usados na primeira palesta ‘Aes estudantes que pretendam efeetuar um estudo mi pormenorizado ds abre do Prat. Feynman pode interes Sar saber que os livosreferidos por D. Corson na sua introdugdo esto publiados pela Addieon-Wesley, com tala The Feynman Lectures on Physics, Introducio pelo reitor da Universidade de Cornell Senhorase Senhore, tenho a honra de thes apresentar conferencsta Messenger, 0 Prof. Richard P. Feynman, ‘do California Instizue of Technology. (© Prot. Feynman # um eminentefisio tebrico, que muito contribuiu para clarifier a stuagto algo contusa, ‘mas caraterizada por desenvolvinentos espetaculares, na sic do ps-guera, Enze as honras e distingbs que rece- bow apenas menciono o Prémio Abe Einstein no ano de 195, concedido de tuts em ts anos, que consta de uma smecaiha de ouro e de uma importinca conserve em. diez. (0 Prof. Feynman realzou os seus estudos universté- rio no MIT ¢ em Princeton. Tratalhow no projecto Manhattan, prtsiro em Princeton e mals tarde em Los ‘Alamos. Foi nomeado professor auxiar em Cornell emt 194, embora sé se teoha a instalado no fim da guerra ensando que poderia ser interessante saber o que dsse- ram dele quando foi nomeada profesior em Cornell, folhesi as actas do nosso contelho digectivo, mas no ncontsi nenbr eeisto da sua nomeagao, Existem, 00 fentanco, cerca de vnte referencias a autorizagBes de ice 6 f ‘as sabiticns, aumento de vencimento promoges. Una referncia nteressou-me paticularmente, Em 31 de Julho 4 1945 0 presidente do Departamento de Fics esreveu ao dreetor da Faculdade afirmando que «Dr. Feynman um profesor einvestigadorextraordindro, de un nivel ‘qe s raramente se encontran.O presidente nigeria qe tum vencimento anual de 3000 délares era baito para tm profesor to dstinto erecomendou que 0 vencimenta do Prof, Feynman fose aumentado de 900 délates. O dire tor da Faculdade, num acto de generosidade pouco habi tual, egnorando totalmente a md stasio econéimica da Faculdade, rscou os 900 délaresearredondow para 100, ‘Asim, pode vera consderagéo que jénessa altura tna mos pelo Prof. Feynman! Feynman fxou-se aqui em fins de 1945, tendo passado ino anos muito produtivos na nose Faculdade. Deion Cornel em 1980 para para Cl: ‘ech, onde tem permanecido desde ent. ‘Antes de he dara plavr, quero dizrtnes mals agua cosa. Ha cerca des ou quatro anos Feynman comegou. 8 ensinar um curso de fica goral em Caltech, gue tere como resultado 0 aréscimo deuma nova dimensto 8 sua reputaclo — as suas ligdesencontram-e hoe publicadas em ts volumes, que constitem uma nova sproximagi No precio das igds publcadas ext uma fotoer fis de Feynman, todo divertigo, a tose bongo, Os meus amigos de Caltech dizem-me que Feynman fequents cl besmocturnos de Los Angeles, onde, por vezes, 0ca bate: ria; o Prof. Feynman asepura-me, porém, que tl no & verdade, Outra des suas especatidades é'aabertura de cores, Conta lenda que wma vez abriv um cofre feckado ‘numa instvigd secrete etizou um documento conten 6 «ial edeixou uma nota: eAdivinhem quem foil» Poderia tambo falar-thes sobre uma ocasi8o em que aprendeu ‘espanol antes de ir dar algumas confertneias 20 Bra mas nto 0 fare Isto jf Thes d, julgo eu, wma idea sobre o nossa con- ferencst.Sej-me, pois, permitia diter que & para mim um grande prazrrecebéIo novamente em Cornell. O tema sera destas conferéncas € «0 que & uma lei fisen» © 0 Sea topo desta noite € «A Ie da gravitagao como exem- plo de uma Ie fisicay Dale R. Corson 1. A LEI DA GRAVITAGAO COMO EXEMPLO DE UMA LEI FISICA sano que nas raras oasis en que me pede para ‘ocar bongo em pubico 0 apresentador nunca ache neves- sisi eferir qu também trabalho em fis edrica,Penso ue, provavelmente, a razio se deve a0 facto de respel tarmos mais a ares do que as cidncias. Os artistas do Renascmeno diziam quea preocupapo central do homem. devia sero homer, Existem, contado, ours cosas inte- ressanies no mundo, Os prépris artistas apresiam 0 por 460 Sol, as ondas do mare o movimento das extelas nos fas. Ha, portnto, boas raz0es para falar, por vezes, ‘e outa cokas. Basta coatemplias para sentir um certo raver etic, Mas existe também umn ritmo eum pao tos fendienoenaturis que no éevidente a toda a gente, tas apenas aos olhos do eletsta:aesesrmos ea estes padrBes chamamot ules fsicasn. Pretendo discutie nasa see de palestras as caracteestias gerais das leis fisiae, colocando-me num nivel mais geal do que 0 estudo das préprias lis. De Taco, vou consderar a Natu rea como resultado de uma andlve pormenorizada, mas desejo analisar prinipalmente os seus aspectos mais sei CContudo, um tema th geal endeatornar-se demasiado Iloseico, Para se ser cansiderado um igeofo profundo necesito tho-6 dizer generalidades compreensives par ‘eda agente, Gosara de ser bastante esptifico ede ser compreendido de uma maneira honesta, © no de uma rmancira vaga Assim, nesta primeira pasta vou centae Apresentar, em ver de genraidades, um exemplo de uma Tei fines, de modo que fiquem com um exsmplo, plo ens, das cosas sobre as gus vou falar em gral, Posso volar ms ade utilizar este exempo para deseer 20 por ‘tenor ou para toraar mais conereto algo que de outro ‘modo permanecera demasiado abstracio3Como excrmplo panicuar de uma lei fica escola teoria da gravitagio, fnto 6 dos fendmenos da gravidade. No sei por que it ‘sta eco, De fat, tatou ede una das primeira gran- (es les sere desoberas eter un hit interes Podem dzer-me: «Sim, mas entso trata-se de algo ant ‘quada, Preferia aprender alguma coisa da ciéacia mais ‘moderna. Cicla mais recente talvez, mas nia ris ‘moderna. A citncia moderna segue exactamentea mesma tradigio da descoberta da lel da gravitagho, Poderi fale apenas de deeobertas mas rents, NBo me snto, pore, ‘mala disctir ale da graitagio, porque, ao descrever a fa histria © os seus métodos, © modo como foi desc bert, a sua essEaca, estou 2 ser totalmente moderno. Esta lel tem sido considerada «a maior generalizacéo aleangads pela mente humana, Poder advinhar partir da mina intredusio, que estou mais interessedo na maravilha de uma Natureza que obedece aura ito ce [zante simples do que propriamente ra mente humana Dest modo, preoeupar-meei, nao tanto com o facto de sermos ti inteligentes para terms descabero, mas ais 2» oma itligcia que a Natureza tem de possuir para The cobedecer. Alei da gravtagdoafizma que dois corpos exercem um sobre 0 outro wna forga que ¢invertamente proporio: ral a0 quadrado da dstnca entre ees directamente pro= porcinal ao produto das suas massas. Matematicament, podemas traduair essa grande lek polasegunte fGrmola rote A Fong 6 igual a uma determinnda constante mati cada pelo produto das duas massase dvidida pelo qua- < dado da distinc, Se acrescentar agora que Um corpo 85 / ponde a uma dada forg acelerando, ou meer, que a tax3 {e variagao da velocidade ¢ proporcional&forga e iver samente proporcional i massa (a velocidade varia tanto ‘mais quanto mais pequena fora massa), entéo diss tudo fo que é preciso dizer soe ali da pravitagio. O resto é ‘uma consequéncia matematica destas duas cosa. Sei, na entanto, que os que no so mateméticos nao conseguem {escortinarimediatemence todas as eonsequéncia destas duns airmacdes. Por iso, quero conta thes sucintamente fp isrin dessa descobera,quais so algumas das suas con Saunas, qual foo se efito na hstrin da gna, que stérios dese ll ences, que aperfigoaments Einstein lke introduziv © qual atelagio dessa Ii com outras leis lan fica: A histria 4 resumidamene, a segu émegaram por observar © movimento a rnetgs na cue coneliram que todos, ineluindo a Tera, sicavam a vola do Sol. Bsa descobeta foi mais tarde ef tuada independencemente por Copéenico, depois de as pes a sas a trem jd esquesido. A questo que entdo surgi foi esta: como € exactamente 0 movimento dos plancas em torno do So, isto €, qual €0 se tipo de drbita? Sera que se mover ao longo de uma cireunfetneia com centro no Sol ou a0 longo de outra curva qualquer? Qual 6a sua \elocidade? Fic. As respostas estas perguntas no foram, imediatas. Depos de Copérnico houve grandes diseussdes Sobre se, de facto, os planeta, inclindo a Terra and vam volta do So ou se era a Tera o centro do univers, te. Nessa altura um sujeto chamado Tycho Brahe! arranjou uma manera de responder questo, Peas gue talver fosse boa idea observar muita euidadosamente 0 fe registar as poses exaras dos planets, Talvee astm sori concorrentes pudessem ser comparadas. B esta | chave da cigncia moderna. Foi este o inicio da verdad ‘ompreensio da Natureza da idea de observa as cosas, reisat0& pormenores e esperar que com bare na afer ‘magio asim recolhida sejaposivel uma deisio em favor de uma ou de outa interpretagdo teéria, Assim, Tycho, ‘ue era rio epossuia uma ilha perto de Copenhaa, ns: talou nesa ila grandes circulos metdicoseobservatévios especais, endo rexsado, noite apbs noite as posigdes dos planets: $6 por meio de um trabalho duo como este podemos dscobrir qualquer cosa Esses dados foram todos reunidos, tendo ido parar 3s indos de Kepler?, que teniou analisar tipo de movi: ‘mento dos planetas em torno do Sol por umm méoda de ‘entativae erro. A certa altura julgou que tinha sido bem "yeh Bre, 546.16, arson camara * Jah Kept, 171-63%, a8e6nomoe males, aie 2 sucedido; pensou que os plantas descreviam érbitas cir- calares com entro no So. Mais tarde Kepler reparou que um planeta, ereio que Mare, estava deslocado de olto minutos de arco pensou que Tycho Brahe ndo podla ter efectuado um ero esse tamanhoe que a conclusioencon- sada nfo devia estar cert, Assim, em virtde da grande prcisio das expericias, foi capaz de avangat com uma nova tentatvs, tendo actbad por dscobri tr coisas Em primeio lugar, descobsin que os plantas se moviam «em elipses volta do Sal, oeupando o Sol um dos focos. Uma elise € uma curva qu todos os artistas conhecem, pois ratase de um eteulo alongado. As criangas também, a conhecem, ja que hes foi ensinado que, se colocarem ‘um anel numa corda, com as duas pontasfxas, um pis metido no anel permite desenbar uma elipse (i. do um planeta «em torno do Sol é uma elpse com 0 Sol mum dot f0208 Pode-se perguntar em seguda: como é que o planeta se ‘move ao longo da elise? Anda mais depessa quando est petto do Sol? Ou anda mais depresa quando esti longe? Kepler também encontrou a resposta a eta questo (fis. 2) a om nea (dette emanae Pots do panes aa Descobre que, representando a posi de um planeta em dois instants, separados por um determinado incr ‘alo detempo, cigames, rs semanas, marcando a seguir houiro sitio dvas outes posgbes do planeta, separadas ‘gualmente por (85 semanas, e, alent, desenando linhas (em inguagem téenica, chamadas wraios yectores») do So para o planet, a area deimitada pla érbita do pl neta e pelos dois ries vectores seperados por irs sem nas & a mesma em qualquer parte da sus dria. Assim, fo planeta tem de andar mais depresse quando esta pr6 imo do Sa emai devegar quando est afastado, de modo (qe a Area vatrida seja sempre a mes. Muitos anos mais tarde, Kepler descobru uma tercira Je, que no diza apenas respito a0 movimento de um pla ct 8 volta do Sol, mas reacionava viios planets uns ‘0m os outeos. Segundo esta regra, 0 tempo que um pl neta demora a dar arnt volta completa 20 Sol est rela ‘onado com otamanho ds érbiay ese tempo vara com ‘riz uadrada do cubo do tamanbo de 6rbits, entende dvs pr tamanho a éebica o exo maior da elise. Kepler ‘inha, portant, descobero tases, que podem resumirs "se, dizenda que a orbita uma elise, qe dreas quai so Py ((varridas em intervaos de tempo iguais equ «durayto te ume voita completa varia com a potincia tres metas ao? snko da dria, 0 6, com a ain quadrada do cubo do ‘ixo maior. Estas rs leis de Keple fornecem ura deer ‘sho completa do movimento dos planetas em toro do Sol ‘A questio que se colocou a seguir fo: qual € a casa «do movimento dos planetas em torno do Sol? No tempo Ge Kepler algomas pessoas responderam a esta pergunta izendo que, esconcido seés de cada planeta, havia um anjo, que, 20 bater as aas, 0 empurrava ao longo da frbita. Como vamos ver, esta rexposta ndo est muito loage da verdade. unica diferena reside no facto de os anjosetarem numa pasigzo diferente e de a ses empur- rarem 0 planeta para dentro . Eniretanto, Gallen estudava as lis do fnovimenta das ‘objectosvulearesenstetesna Tera. Ao estudar estas leis a0 far um certo mimeo de experi parasite como € 0 movimento de bolas em planos inlinados, &oxilagio os péndulos, et, Galles descabris um grande principio, 1 chamato epringpio ds inca, que conte no seg (nena forge acuar num objeto qu se mova em int | eta a uma determinada velocidad, 0 objeto continua | moverse ecernamente ma mesa nha ea e mesma vot |elade Por muito incre que tl posea parecer alguim ‘ue ji tena tented fer rola indeiniaente uma bola, no eo ideal, em que noi inluneias eran as om ‘© arte do sol, er, eta comtinuarineernamente a ar uma velodidade constant 0 passoseguinte fol empreendi por Newton, que con Siderou o e480 em que 0 objecto ndo se move em linha recta, concluinda Sr entto nevessira uma fore para ale rar velcidade. Por ekempla, wn bola acslera se for as ae cenparad na desi om ae i move. Quando se Shera un udu deco €or orn tin florea dead,» ul potter mid ome ro. dio denis aor oan de vag de elo dadteom ono, chradaeslegdon oo 6a content cami enti cuted inte, Elist med ama fr Porsnenpl ses ar 3 votnda mio un yee stge nam wears got rms prt oe Aaro dre fone €quenborn Saunders a voc lo mieentunio spt ‘ules arpa deem punt: er ic fr psa x para et eo ea pe porconl dina, Sepparon ds co aes farce pis ma peo cep omar Soma mina voit on ogo da be ontoe Shea spina ort ir ogo pia, ode a9 fel asa sem ee ual fra cen Mapua mda loa ag par au {temp snp, Newton veo que no ees fre ue tr com uc peat mora cannes ta ser quae frag om. fhe esha rea, lo fo spans mo hogan debereedreniran-e made a oe pourlo onde arm caso dn ae oct ¥en aur ‘naispebimas do Sol (fg. 3), Por outras paavras, sua ‘elociade,o seu movimento, fram defleidos pra © Sol. Asim, tudo o que os anjos tém que fazer baer as asas Sempre em dreegdo 20 So Mas raz para © movimento reciino do planets, no «so de nko exis fora, nfo € conbecda Anda nfo Aescobrimos porque € que as ois continuam sempre etn fen li da india ndo tem qualquer oigem conhecda Enlora os anjs no exam, a onservagto do movimento rea; para obter um movimento de qusd &weesria um fowga. Tornou-s evidente que afore etna dirigiga para 0 Sol De facia, Newionconseauiu demonstar que a fim fo de que eas lavas fo varias em interas de tempo Iguais era uma eonsequéncia da ila simpes de que tos ss varibes de velcidadeeram diriaids eactamente para 9 Sol, mesmo no caso da elise. Na prdnima palsra vou ‘explicar em pormenor como ¢ gue iso acontece. ‘A partic desta, Newion confinmos, portanto, idea de que forges irgida para o So, sabendo como 0 periodos dos diferentes plantas vstiam com adit fa a0 Sol, conseguiu concuir que a fores varia com © inverso do quadrado da distinca, ‘AE aqui a8 afrmagoes de Newion no eram novas, if ‘ue se limitou a repetrduasidias que Kepler tnha ape sentado numa ute lnguagem. A segunda It de Kepler € ‘yactnente equivalent afrmagio de que a forse di ‘ida para o Sole terceira éexacamente equivalent # de? ‘et frga vara com 0 inverso do quadrado da distin Eatretanto, jd tinham sd observados nos tlesdpios os satdlites de Jipiter, que pareciam formar um sistema Solar em miniatura, como se os sadiesfossem araidoe oe Jipter. Lua €atraia pla Teva e anda & volta da, » ceaciamente da mesma modo, Da a idea de que tudo & stra portido, Assim, @airmagto squint consis em eneralizar 0 qu js sabia e dizer que dos os objeto se faaem uns 20 outros, Se€ assim, a Tera dew ata aa, tal como o So atria Terra. Mas sabese que a Tera sah ‘ov objects — quando estamos sentades no smos dos ns Sos lugares, apestr do noten deseo de Mtusemos no a ‘Sabia-se qe os orpos eam atrados para a Ter fenmeno ‘ graviago), masa ida de Newton fol que a forga que ‘mantinha a Lua em érbitra era, possivelmente, a mesma forga de gravitasdo que atraia os objectos para a Teer. # fal ealeular quanto € que # Lua cai por segundo, uma vee que conhesemos 0 rao da sua érbita¢ sabemos ‘que a Lua demora urn més para dara volta a Terra. Cal Culando quanto & que Lus se move num segundo, fen ‘mos 8 saber quanto ti abaixo da lisha recta que seria percorida seni houvese orga. Esta distinc apr imadameate, $m, A Lua e860 vezes mais longe do Centro da Terra do que nds estamos a 6400 kim do een tro.ea Lua a 384 000 km, de modo que sae do inverso dd quadrad etd correcta, um corpo & superficie da Terra eve cat 1,5 mm 3600 (3600 ¢ 9 quadeado de 60) por segundo, uma vez que daguia Lua. forga dina deum factor 60> 60, sepundo ali Go inverso do quadrad. 0 1,5 mmx 3609 dt cerca de Sm, e peas medidas de Callen ji se sabia que or corpos caem $m em cada segundo & “superficie da Terra. Iso significa, portanto, que Newton ‘stava no bom caminho (era agora impossvel um retro iso), uma ver que un facto novo, que ea completamente independente — 0 perlodo da érbita a Loa ea dstncin ca {ua Terra —, sinha sido relacionado com outeo facto — a distineiapercorida por um grave durante um seeundo 2% superficie da Terra, Tratow-se de uma verificacdo dea iti de que tudo bata cert, ‘Alem disso, Neston efecuow ums sre de otras previ ses. Consepis calelar qual devia ser a forma da Sctita sea lei Fosse o inverso do quadrado da dstinca edesco- bin que, de fac, strata de uma cise, oblendo, asin, nt es «partir de uma. Além dito, um certo anero de Fendmenos novos nha expiagBes bvie, Um dele ea 0 Jeaémeno das mares, que eram devidas a sracgéo da Lua sobce a Terra eas suas gus. Isto ji tina sido sugerido anieriormence, mas havia@ problema de que, s porventra o nvel da agua subise do lado da Lua devido a atracgio | deta, devia haver apenas uma maré por dia (fig. 4). © > Sabemos, no entanto, ue exisem duns marés por dia, ‘sto &, ume maré de doze em doze horas, aprovimads mente, Havia tambem ums outta essola de pensamenio fe chegow a uma eonelusio aierente, A sua teria era ‘que @ Lua atsain mais os continentes do que as Aguas » [Newton foi, defacto, 0 primero a eompreender 0 que se passava: a fora que a Lua exere sobre os continents € fobre as dguas éa mesa 8 mesma distancia, mas em 7 & Agua est mais pero de Lua do quea tera sla, enguato tmxest mais long A Agua em 96, portano, mas ated pala Lua do que aera soda, o passo que em x menos avala; ¢ uma combinacdo dstes dois efetos que oii fs dus marés por dia. Na verdad, 4 Tea, al come a Lua, tuda também vol num lute, © que eur a orga 4s Lua sobre Terra? Tal como a Lua desereve wma i cunfrtaa pra responder & fora da Ter, taba Terra Aesereve uma creunferécia para responder &forga da La, (Deen do eieulo ez alures no interior da Tera. A Tera ‘€ Lua gram em forno deste centro comum, de modo due as forea s equim para era, masa dou em x (en y) é menos (mss) atrada pla Lu, icando saleate de ambos es lados, As mars fcaram, assim, explicadss, bem como o facto e corre duas por dia, Muitas outa coi sass ornaram clrts a Terra €redonds, porgue os seus ‘onsiunts Slo araidos para o centro; a Tera nia esfe- Flea, porque est em rota, sendo neces uma equa Aeformago ds sua forma para asepurr 0 equilro;o Sol ‘ea Lua so redondos, te ‘A medida que acincia se desenvoleu ea medidas se ornazamn mais rigorosss, s verifcagbes da I de Newion tornaram-te mais exacas;e primelras vetficasdes cid ‘osas envolveram as luas de Jupiter. Por meio de obse ‘ages presses das suas drbtas a longo de grandes pero os de tempo, podiaseverifcar se tudo se efectuava de ‘cord coma eoria de Newton; constarouse, no entanto, ave nfo era assim. AS luas de Jopiter apaeciam, umas ‘vezes, ito miautas adiantadas, outa, oito minuos ala wo sidas em reasdo ao prevso plas les de Newton. Veil couse que estavam adiantadas em relagio’ a0 previto ‘quan Jupiter esava mals proximo da Terra eatravadas ‘quando Jupiter esava mais afastado, o que parela bastante ‘ctranho, Roemer, confiando nae de gravitas, chegou A consusto insane de que hz demora um oto eo s percore a stnca das lus de pte Tera, Quando obsevanos as las, fo estamos a ves ome aio agora, ‘nas sim como eram hd algun tempo, 0 tempo qu 4 ‘danoroe a ehepas. Quando ptr esté mas préximo de nis, luz demora menos tempo cheer: quand et is alastado, demore mais tempo, de modo que Roemer tve de aalsar os atrasose aang das lus, tendo em conta sss dferengas de tempo. Consepui, assim, determina & selogidade daz, Esta fo a primeira demonstrapao de que 8 propagasio da luz mio € instantdnea, ‘Chamo a atensdo para este ponto paticular, porque ‘mostra coma una lel, quando esté cera, pode ser wsada para descobrir outa. Seuma lei &deconfianga ealgo ape rece erado, ete facto pode sugeri-nos a ocorteaca de ‘outro fendmeno, Se ndo conhectssemes ali da gravita- ‘0, cerlamos demorado muito mais tempo a determinar 8 velocidade da luz, uma vez que no poderiamos prever ‘© comportamento dos sates de Jupiter. Ess dscaberta leu lugar a uma svalancha de descobertas, cada una dels Fomecendo 05 meas para outs, Foo comoyo de uh pro ews que se tem vindo a desearolae desde hi quatrosen- fos anos ¢ que hoje continua a grande velocidede. Surgiv ainda um outro problema: os planetae no eviam realmente descreve clipes, jd que, de scoudo com Olas Roemer, 164-1910, asicénomo dinsmarau. a as es de Newton, nfo s46 apenas ataides pelo Sol, mas também um povco uns pelos outros, s6 um pouso, mas © suficiente para alterar a respetiva orbita. Jupiter, Saturno, Urano, eram grandes planetas bem conhecidos, tendo sido efecteadoscéleulos dos desvies em relacio &s elise perfeitas de Kepler provocadas plas tragbes intr Planetiras. No fim de numeroras contas eobservagses tno etavam de acord com verificowse que Jupiter e Sit ts cilculos, mas passava-se ago de estanho com Urano. Era outea oportanidade para desfeitar as les de Newion mas nada de desanimar! Dois astrénomos, Adams ¢ Leverrer’, que efectusram estes cilelos independents mente ude outro, mas quase 0 mesmo tempo, Drop Seram que 0s desvos de Urano eram causados por um la neta desconhecido, Escreveran cartas a0s respectvos (observatories, dizendoshes: «Apontem o telescSpio para tlie verde um planeta.» «Que absurdon, disse um dos (bservatris, «tum tipo sentado com papel e lips capaz {de nos indiear para onde devemos olhar para enconirar ‘um planeta nove. O outro obsevatério era mas... bem, 8 adminstragho era diferente, e deseobriu Neptuno Mais recentemente, no comeco do século XX, desenbriv-e que ¢ movimento do planeta Meseitio nto estava absoltamente certo. Este facto eausou uma série de difealdades epermaneces inexpicngo at Einstein mos rar que as Ils de Newton estavam erradas, ainda que pouco, © gue, por ite, tnham de ser modifica. Pode-se pr agora aseguinte questio: at que distancia se aplica a lel da praviagio? Sera que se apiea fora do 2 21 de Jamo de 908 endeo a 1— 18 opin da mom etl rr sistema solar? Martco no quadro0.° 1 uma prova de que Ja maior do que o rafias de wma ira etl lei da gravitaro s sistema solar, Tratese d cstrela dita dopla. Exist, felzmeate, uma fa figura, de modo que pademos ver que as duns ctrl {vem rodou simplesmente as fotografag, um truque que Hei de fazer com fororatias do cfu. Asestrla est, fe fact, grar uma em torno de outa e pode ve fig. $0 drbita que server. claro que esto a arses uma A outta eestto fa descrever uma epee de acordo com o que ea ep [Ex indicads uma sucess de posigdes em vérios instan- es no sentida dos poneiras do relégo. Feato sats ” A re wf a rf e tos, excepto quando se aperceberem, se € que no © fle ram ji, de que ocenio no coincide com o foco da lips, ‘rtando um pouco dewiado, Serd que se pasa algo de ‘erado com a ei? Nio, Deus ¢ que no nos apresntou esta ‘érbia vista de Fronts est inclinada segundo wm determi nado Angulo, Se desenharem uma elipse, marcarem of focoseinclinarem a flha de papel, verificardo que um foc no tem de coincidir com um foc0 da imager pro- joxtada. © aspect da bbita deveseao facto de estar incl ‘nada no espa. Eo ques pasta a distincias maires? A forga degra exerce-se etre duasestrelas, Ser que ainda existe para distdncias superiors a dls ou rs dimetros do sis- {em solar? O quadso n.° 2 representa ago que 100 000 vezes major do que odidmetro do sistema solar; teata-se , a qual € apron- madamente valida, Isto € muito estranho; compreenen agora porque é que esta quantidade foi chamada west: hezao. A conserva da esrenbeza apenas € vida apro imadamente, mas sbe'se que aparere em unidades. Ao tentar compreender a interaceBes fortes entre as pert cls mcleres,o fasta dea estranheza se conserar leva algumas pessoas & propor que ela & também fonte de um campo. Contudo, mais uma ver no sabemos. Apresento cesta questo para mostrar como & que a es de conserva- ‘fo podem ser ulizadas pats advinhar novas les Fram dessobertasoutras leis de conservaglo, qe #80 anilogas ao princpis de contagem que imo. Pot exem- po, 08 quimicos pensavam a certa aura que, em qua {quer cigcunstnias, © mimero total de dtomes de sidio se conservava, Os atomos de siio, porém, no sf0 per manentes, E posiveltansformar atomos de um elemento noutto, dessparecendo completamente o elemento og: ral. Uma ovtra lei na qual se acreditou durante alga tempo aemava que a massa cota de um objesto € in variante, A sua validade depende da mancira vomo se Aefinea massa es esta ¢ relacionada ono com a one bla, A lei de conservagio da massa ext incsids nui 8 ‘ute lel de que vow falar a Segui ei de conservagao «da ener, _-AIM conservacio da enersia& um pouco mais if, poe: ‘ue desta ver temtos um miimero que no varia com 0 tempo ¢nio se refere a nenhum objestoparticula. Gos. taria de usar ums aaogia urn pou groseira para ext ‘ar 0 que se passa Tmsaginemos que uma mie dels flo szinko num quarto brincar com 28 eubas absolvtamente indestrat. ‘ss A erianga brinea com os eubos durante todo 0 i ‘© mfe, quando repressaa casa, verifea que ainda exis. fem 28 cubos; constatando, asim, conservacio. dos eubos! A cena repetese durante algum tempo, até que um aia, no vottar a cas, encontra s6 27 cubos. No entant, ‘encontea un cubo edo fora da janes, para ondeaerianga © tina atcado. primeira coin gue ¢ necessitio com: Drcender numa fede eanservagia € que tem de se veri arse a macéia observada go passa para 0 outeo lado a parede,O inverso também podi te acontecido: um Amino pod ter vindo brinear coma crane, trazend alguns cubosconsigo, Obviamente, eas questdes fm de Ser consderadas quando se discutem lei de conservagso. Soponhamos que um da, 20 cantar os cubos,« mie nota ‘que 86 hé 28, mas suspeita de que aeriangn exconde ts numa cana de bringvedes. «Vou abrir a eanan, dient, «ion, responde a crianga, ndo podes abrir a eaina» CComoa ma inetigente, dia: uSe qe a ein vain esa {600 ge que cada cubo esa 100g, de modo que vou pear cain.» Assim, para abr o nimero total de cubora mae 9 sendo. resutada 28, Este método fusciona bem durante igum tempo, mas wry dia a soma no G8 certa, A me verifiea, porém, que o nivel de deus sua numa bacia mudou. Sab: que a profundidade da gua € de 6 em, se no houvercabos no fundo,e que o nivel subiria de 0,5 em se um cuboestvesedento de gua, Junta entSo umn novo terme, ffeando agora com sendo o nove foal de 28. A medida que sumenta 0 eng tho de rapa, auinenta tambien © da nae, que, de cada ‘ex, tem de vom mais ers, tor represtntanda cubos, Do posto de vista matemtico, tratase de caluloe abs tracios, uma vex que os cubos esto escondidos Gostaria agora de conciir a minha analogae de dsr ‘que desemelhante ede diferente ence a conservasio ‘dos cubos ea conservagao da eneria, Em primeira lugar, suponhamor que em nenhuma des siuagdes a mde vit ‘bos, term aniimero de eubos vsiveisy munca a ‘eee. Entto mae estaia sempre a caleuar terms come cubs na caitan, wcubos na Agua, ete. O mesma se pass om a energia:ndo exist cubos, tanto quanto sabemos. Alem disso, 20 conzirio do caso dos eubos, os nimeros ‘que aparece no caso da eneria no sioineiros. Penso 1 que poderia aeonteser & pobre mae se, quando ea: ‘eulase um term, enconirasse 6 cubase '/, 20 caleulse um outro, obtivess 7 de cubo, Sendo o reso 21, que ainda totaliza 28. £ © que acontece no caso da conserva so da eneria. %0 Descobrmos para energia um esquema com uma série gts, A pati de cada coajunto de regres podenios cal calar um miimero para cada tipo diferente de enetia Quando adicionamos todos os aimeros,releentes todas a diferentes formas de energia, reso sempre © mesmo "otal Teavia, tanto quanto sabemos, fo exisem unidades ‘ea, no hd pequenas esferas de eeesa,Tata-e de uma sbstacg20, puramente matematica: ha apenas um mimeo ‘que no vari, qualquer que sea o modo com &cleulade Mio consigo dar melhor interpetagao do que et, Esta energia assume viras formas, a semelhanga dos subos na aina, na dgua, etc. Exist energia devida a0 ‘movimento, chamads senergia cinéucas| energia devida ‘iteraesogravtacional,chamada wenerglapoencal gra. hice», eneria tric, energi létrie,energiada luz, ‘nerga listica, por exempo, numa mols, energie quince, ners nuclear — e existe também uma enersia que qual ‘quer paticula tem pelo simples facto de exstiry nersia ‘ve dependedestamente da respctva mass, Esta tia sles u Einstein, como com certzasabem. E= me? fa famosa equagdo que representa ali de que estou fla [Emibora tena mencionado um grande ndmero de enet- is, gostaria de expicar que ndo somos completamente ignorantes eque conhecemos, de facto, a relagdes ene algunas destasenergias. Por exemplo, aqua aque cha- ‘mamoswenergia érmica» é, em prande medida, aenergia ‘inética do movimento das particuss no interior de um objeto. A ners elistica ea enerpia quiica tem amas ‘mesma origem, nomeadamente as forgasinteratSmices, ‘Quando ws atoms se rearranjam segundo yma nova ete Cora, veritica-se que ha uma ariagdo de energi, impli ‘andes mucanga que algo mais em de aconteer. Por a exemple, na combustio de quslquer coin vari a ener Auimica ¢ocorre um Muze de calor: balango de ener tem de estar cero, As energis eléstien equimica provim de interacgdes entre tomo. Sabemos hoje qi eas inter cies sio uma combinagto de das coisas, a energie rica ea eneriacinésica, embors esta ikima sen desrita or ual mula quanti) A energia da luz nfo é mais do que energie eldtrca, uma vez que # luz € hie inter pretada como uma onda electromagnética. enersia nuclear nfo pode ser representada em fungio dts outs de momento s6 posso dizer que € resultado dis forcis nucleares. No estou a falar apenas da energia prog, No ncleo de urénio existe uma determinada quantisade «de enegia; quando se desintgra, a quantidade de enrgia nuclear muda, mas a quantidade frat de enegia no mundo ‘lo vari: no decuso da desinepragio ier, portato, calor e matéria, a fim de que a enegia sea conservada Esta lel de conservacto & mute itil em numerosas api- cagbestéeicas. Vou dar alguns exemplas mio simples para mosrar como, conhecendo & ei de conservagd0 da sneria ea tml de cleo da ents, &posivel com preender outa leis. Por outas palavras, muias outras Ieisnio sto auénomas, nfo passando de manciasrebus. ‘eadas de exprimir e conservagao da eneria, A mais sn ples lel da alavanca (ig. 16) five] "Pear 6 2 ‘enros uma lavaneaapoiads num fuer. Os brags én comprineaos de 10 em e 40cm. Tenhio de pati dale «a eneraiagravitca: se tiverem varios pesos, considerem © peso de cada um, mipliquem-no pela sturaacima do solo e xomem todos os nimeras abides. O total éa ener. ravtca, Supobamos que temas um peso de | hg 80 ‘brago maior eum peso desconhecido no outro lado; como 2X €sempre a incognita, vou chamnarhe H, de modo a Parecer algo diferente! Qual te deseo valor de W'para 4 haa equilbrio ea slavancaosile? Seo sistem ovcla Fentamente para cima e para baino, iso signifi gue 4 cneiaia €a mesma, quero brag ese poralcio ao cho, uerinelinade, de modo que o peso de I kg estes, por cexemplo, | em acima do chao, Se a enegia €a mean, © valor da inctinaio no interessa, Seo peso det ka sao Tem, quanto € que IY desce? Da fig. 16 podemos ver que, se AO mede 10cm ¢ OB 40-em, entto, quando BD’ é tem, AA’ 025 em. Apl ‘quemos agore esta le energiaeravitica, No nico todas asalturas cram iguais a zero, de modo que n ener total ra nero. Depois de o bragoFicar inelinado, pata ober: ‘mos a energie pravitica, multipicamos o peso tke, pela altura, 1m, © adicionamos este nimero ne produto do peso desconhesdo, 1, pea akura 0.25 cm. A soma obtid, tem de dar a energia ical — zero, Portante nto W tem de ser 4 ke sta urna manera de eompresnderem a simples a slavancs, que ji conkeciam, evdeatemente, Mas ¢ inte Fessante tar que no spenas ext, mas centenas de outras 2 Jes eas pote sr tlconadss com vs fos da ceri. Apne excl apenas paras ade dest rage ‘niko prolans cao, € go ein fo cia cece en rn da eo aoa Se ho {hola nm plano hoon cba por pre devia Sorunte.0 wee que acon Bete cn abla? formon ne cg casa du aes lo & tol. Ormundo vita dongs parece ona ban tend poles dt, xem com Pad uni po: por i are aad A ol pate cm ma peda bata «petcnas boas. Com oho passa sno! aa. “evan de wn aonerao eu Dos. Quan Touma psru brats plo ch, a2 mph ors a pssgem do eestor dlomen qu eam pars (hss anda 9 ain e toe dct elintraces que stra is portant, no eho tm frovneto de aglagto, a qe camamor cetera ile A princi i, parece gu el de conserva tana a enria ends iconderae endo tear qu aa eat. Desens, ie pa ‘scons por as cela qu io prose mee Gand nt conkecos em porno 2 It em neta ‘prima denon comers deer iano ol relat por um co, por on mit o* ‘ia com ratazanas. Ao queimarmos comida, podemos ‘eifcar qual a quantidade de calor gerado. Fornecendo aamesma quantidade de comida &ratazanas, cla conver. tida, com oxigénio, em didxido de carbono, tal como acontese numa combust. Se metirmosaenesia nos das aso, veificaremos que a tiaturas vives se comportam feractamente da mesma maneifa que os objects inanima os. A lide conservagto da energa aplca-se tanto a vida como aos restantesfendmenos, Digit, de passage, que 6 interessante que ea ei ou principio gue conhecemos ara objects sinanimadoss funsionem da mesma mane 4, quando tal verfcagdo & pose, nos fendmecnos da ida. Nada permite pensar que os fendmencs 0s sees viv0ssio necessriamente ifecents, sob 0 ponto de vita as les fsicas, dos fendmenos nos objecos no viven, tembora os seres vivos sejam muito mais complicadan ‘A quantidade de eneraia contide em alimemos, que indies quanto calor, trabalho mecinico, ete. pode ser svado,€ medida emcalrias, Ouvinos falar mules vezes de caloras, embora nfo comames nada chamado wealo- ras». caloria &, simplesmente, a medida da quantidade te energiaexstente nos alimentos. Os fscos, por vezes, >ostram-se fo inteligentesesuperioes que ts oueas pe. Sous bem gostariam de os pana em falsonalguma cosa, You dier-Ihes uma mansca de os desfetearem. Os fii. «0s dviam ter vergonha do modo como dscutes a ene a, medindo-a de um grande nimero de maneias dite: Fenies © uiizando nomes diferentes. E absurdo que & nergia soja medida em calorias, erg, elecirOes-volt, ‘avalosvapor hora, klowate hor, ec, quando todas esis ‘anciras servem para medi exacamente a mesa cols, como ter dinheto em dotaes, bras, ee, mas, 20 om os teéri da economia, onde o chmbio pode varia, as rel ber enre as unidades de energi sho absoltamente fins, Se ¢ permit fazer a comparasto, tudo se passa como na ela entre xlinse libras — cada ira tem sempre 20 seins. Mas uma complicagd permitida pelos fsicos € ‘queer vee deur nme intel como 20, tn raze ia conais, como, por exemple, 1,6183178 xelins para win libra, Poder-seia pensar que, pelo menos, lite dos fis ‘0s fericos modernos usasse ma widade comum, mas ‘noontram-sc argos que wan Kelvin, megahertz einverso {de fermi (que é sua tia invengZo} para medi ener fia, Quem procure uma prova de que 0s fsios so pes {fous como as outta pode enconte:lana wilizagio et ida de visas anidades para medit a enersia, Evisem na Naturea alguns fenmenos interesante que nos apresentam problemas bem cuioss eacionados com 4 enetpia, Foram descobertos recentemente n0 espao Dbjectos chamados uquasaresn, que estko awa dist tia enorme de nds e que radar tanta energia, na forma fe luz vsivel ede ondas de rio, que se pode perguntar donde vem toda esa energn, Se aenegia se conserva, 0 tstido do quasar, depois de ter radiado essa quantidede teorme de eneria, deve ser diferente do seu estado in tial A questo corsseem saber sea enerpia tem origem "ravtacional sera que o objeto sofreu um colaso gr titciona tend fcado num estado gravitacional diferent, ‘ou serd que a grande emissdo provém antes da ener nuclear? Ninguém sabe, Poderiam suger que avez lei de conservagio da enegia nfo sia valida, Bem, quando lum coisa € to pouso conhecida como umm quasar —os {quasares etd to distanter que os asteéaamos it muita Aiffeudade em abservéios —, 9 conflitoaparente com as 96 Iss fundamentais 56 muito raramente leva revisio des: sas leis. O normal, presisumente, nfo serem conhecides {odos 05 pormienores em jogo. Um outro exemplo interessante de aplicagto da ei de conservagto da enegiaencontra-senareacgo que ocor1e ‘quando um neuro se desintegra natn proto, num ele trio enum antgeutrino,Inicialmentepensave-se que um eutro se transformava num prot enim elect, Toda va, a enerpia destaspatiulas pod ser medida ea soma das enegias de um proto e de um clectd0 nao era igusl A energia de um neutro, Havia, pois, duas possbilda es, Tavera ede conservagio dt energia go fose vidas facto, Bo? propds durante algum tempo que, prove ‘velmente, ali de conservacdo apenas funcionava esti ‘cament, isto € em média, Enirtanto, sabes hoje que ‘8 outra possbilidede & a correcta ofasto de a enecla, aparentemente, nfo se consarvar devese & emissBo de slguma coisa, emisto do que hoje deignamos por want neutrino», O artncutriao emitido tansporta consigo & cnergia em feta, Poder-seia dizer que 9 dics justifies 0 do antneutrino ¢ fazer com que all de canservagio da engi funcione. Mas no: oantinetrino faz com aque uma sri de outras coisas também funcionem, como, por fexemplo, a conservagio da quantidade de movimento ¢ outras Tels de conservagio. Muito recentemente foi ‘demonsrado drecamente que ot anineutinos existem de facto Este exemplo usta um aspecto importante. Como Poderemosaplice a nosss eis 2 dominios onde no dis mos de certzas? Donde provém a contianga que not 7 permite femar que, plo Feeto de eras verfendo a son Servasio da energia num caso, um Tenémreno novo anda tem de saisfazer a le de conservagdo da energia? De vez ‘em quando, lemos nos jornajs que 0 fiscos descobriram ‘Que uma das suas leis preferidas extava cerca, Sed nth correcta dizer que wma fe verifea nun dominio ands ‘do examinado? Se nde afemarmos que uma determinada |eise aplica num dominio desconbecido, nunca poderemos saber nada, Se apenas enunciaenis les depois de termos ‘concluido todas as observapdes, jamais seremos capazes ‘de efectuar previsdes, No entanto, a cincia x6 faz avn ‘ar o conhecimento se efeetwar previsdes. Assim, o que Tazemos sempre éarnscar, e, no caso da energa, © mais Dlausivel € que sea conservada em todas as situagBes, Isto quer dizer, bem emendido, ues aca no eta: se fectua previsbes em dominios experimentais que sings no foram observadosdrecamenie, en forgesamente de ser incerta. Contudo, temos de fazer scone afirmagdes Sobre dominios desconheridos, sob pena de todo 0 traba ‘ha cientifco ser indi. Por exemplo, a massa de um ‘objesto varia quando ese s¢ move por causa da conser ‘vaso da ener. Em vrtude a elaco entre masta een lt, a energiaassociada a0 movimento manifesta-se como uma massa suplementar, de modo que os obiecos ficam mais pesados quando se movem. Newton pensava que as ‘masss permaneii Constants. Quando se descobriy gue A idea de Newion estava errada, as pesous comegaram 4 dizer: Que trrvl, 0 isis, afnal,estavam engana ost» Por que julpavam que estavam certas? O efeto 'e acto, minim e 46 aparece quando 8 velocidad eapro. xima da da luz. Se fizermos grar um pito de brinquedo, (© seu peso, denro de uma aprosimagie muito boa, € 6 %8 mestio que parado, Serd que, para respeliar a verdade, se dova ter dito: «A massa no vara sea velocidad for inferior a um cere valor?» Nio, porgue 8 experincia tives sido efectuada apenas com pies de made, cobre © ayo, tera dese dizer: uPies fitos de madera, cobre ago, quando ndo se movem com uma velocdade supe rior a um determinado valor.» Vése, pos qe no sabe ‘mos specitiar das as condcses de uma experiacia. NUo sabemos sa massa de um pido radioaetvo éconservada. Se queremos que a siacia srva para aleuma coi, temos se loxmularhipotses. Para no nos imitaemos &desri- ‘lo de experigncas eliza, temas de estender a es pata além do dominio de validade ja explorado, NRO hé nada de erado nisso, apesar dea ciénca, assim, xe tor- na incerta. Se antes pensavam que cna era cera, pois bem, estavam enganados. Voltand a noss lista de leis de conservago (i. 14), demos wgoraacrescentar senergia E conservads exae- “amen, canto quanto sabemos. Nao surge em unidades A questo que agora se coloca & a de saber se & fonte de lum campo, A resposa €afirmativa, Bnseinexplicow 3 sravitagdo como sendo gerada pela energa, Energia © massa so equivalents, e a interpretagdo de Newton de ‘que a pravidede & produaida pela massa foi modifcada para a afirmagio de que a pravidade & produzida pela nega Ha outras ies semelhants & da conservasio da ener: no sentido em que também se efeem a nimeros, Una dels 64 Je de conservagdo 6a quantidade de movimento, Seconsiderarmos todas as massts de um abject, a8 ml- ‘ilicarmes plas respectivasvelocidaese somarms todos fs lermos, obteremos a quantidade de movimento da » coepo, sendo esa quantidade de movimento total conser sauda, Sabese hoje que aeneria ea quantiade de m0 ‘mento esto intimamente relacionadas, pelo que 28 colo ‘uci na mesma coluns do nosso quad, 1 Um outro exemplo de uma quamtidade conserva, do ‘ual jéfalimos, 60 momento angular: are varida por unidade de tempo por corposem movimento, Se tiesto, por exemplo, um ebjecto mével e tomarmos um ponts ‘qualquer para centro, 0 produto da variagio por unidads ‘de tempo da area varida por wma linha do centro a0 ‘objecto (ia. 17) pela massa do objecto(eendo vito os ‘objects, soma-se sobre todos eles) charna-se amomento gw angular». Essa quantidade no varia, Eise, portant, conservagio do momento angular. A primeira vista, s¢ saber muito de fsica,poderdoimaginar uma stag em que © momento angular no & conservad, De facto, 0 ‘momento angular, al como a enrgi, aparece em formas diferentes. Embora muta gente pense que pena mani festa no movimento, surge também sob outras formas, ‘como vou exemple. Se ivermos um fio icule ane Teo eitroduziemos nel umm magnet, aumentamos 9 Fees do campo magnético que atravessa o circulo, Deve produsir-s eno uma corent elétia:¢ asim gu fu ionam os geradoreseléstricos. Imaginemos qi, ‘A escoberta das leis da fica &semelhante & monta sean das pees de um uve. Dispomos de muitas pesas Aiferentes,eujonimereaumentaconstamemente! Matas ‘so cngandoras, no se ajutam as restates. Como pode ‘os saber quefazem pare do mesmnecanjunto, que devem lgegear @ mesma figura, que por enquanto ainda est incompleta? A nossa Incerteza causa-nos preocupagd Conia, somos de algum mode encorajades pla earae- tevistica comum de algumas pegas, Todas mostram © ‘sm eval ou todas eas so ets da mesma madeira, “Todas as diferentes ls fsicasobedecem 20s mesmosprin- ios de conservasi0. 07 IV. A SIMETRIA DAS LEIS FISICAS A simetria tem qualquer coisa de fascinante para oes rito humana, Gostamos de oar para os objects simét- os da Nature, por exemplo, as esfeasperfetamentsimé- treas dos planets edo Sol, ou cristais simetricns de flocos de neve, au lores aroximadamentesimetricas, No entanto, nf pretendo analisar agua simetria dos objectosnata- rais, mas anes a simetra das proprias leis sca. tll compreender como & que um objecto pode ser simétrico, Mas como pode una li isca Ser simérica? Claro que no ode, mas os fisicos gostam de usa plavea correntes mim sentido particular. Nest cao, as les lias transnitem thes uma impressio muito smelhante& que € dada pela simetria dos objecos, Sendo exa a enz80 por que falam de simetria das leis. # 0 que vamos questionae ‘Que a simetiat Se olharem para mim, verifcarba que sou simético,o lado esquerd ¢ gual 20 lado diet, pelo menos exterocmente. Um vaso também pode ser smite, «como eu, ox de outro modo. Como se pode defini melhor «sta nog? O facto de eu te simetra bilateral significa ‘que se puserem tudo 0 que est no mew lado esquerdo no meu lado dieto, vice-versa ~se, simplesmente, trae 109 FIITIIAHBSESEE PBF rem 0$ dois ads, fico esactamente com © mesmo aspecto, Um quadrado tem uma smetria particula, uma ver que, seo rodarmos de 90", ands fia com o mesmo aspect. O matemstico Wey! dau unt excelente defini 0 de simeria: um object €simética se depois de sub- mmeido a qualquer acpioo seu aspect se conserva, Enests seatido que dizemos que as lis da Fisica sd simeticas, podenos fazer determinadas coisas les da isa, oo nossa mancra de as representa, sem produsirios qual- ‘quer akeragdo. Nea palsiea vou ocuparsine deste aspect das lis iia O exemplo mais simples deste tipo de simetra, que como vio ver, diferente de outtas gue possam imaginar como. simeris etre equerda girs ou qualquer ours semelhante, € translagdo no espago Esa simetca sigh fea qu, se montarmos um apareo ¢fisermos wna expe riéncia com um determinado mimero de objects e depois Imontarmos © mesmo dispositive para efestuarmos 0 mesmo tipo de experénca com objecos semelhantes now tro sito, ito & se desocarmos tudo simplesmente no espago, obteremos um resultado ilgmtico a0 ds experin- 6a original Be facto isso ndo se veritica no loval onde ime enconrd agora. Se construsse ur apatelho € 0 deslo- aise 6 m paraa minha esquerda, ria embater na parede, © que levantriaalgumasditeuldades. Ao defini rane lagho, &necessirio considera tudo 0 que posi afectar & sltaglo e mover too em redorjuntamente como objet. Se, por exemplo, um sistema que contivesse um péadulo Fosse movido 30000 km para drs, nio funciona, uma vez que 6 péndulo envolve a ateacgio da Terra. No uo ‘ntano, se maginarmes gue movemos a Terra com 0 aps: retho, do se passrd da mesma mancia. © problema aut € que tem de se efectuar uma transagdo de tudo 0 que possa ter qualquer influgnca na situagao. argumento parece um pouco cirular, pois da idela de que se pode cfectuar ume ransagdo de uma expriénca qualgue e ‘atid algo do funciona bem, pode justamente supor 'e que em tudo fi amavido, de modo que se gana sem- bre De facto, nf ¢ bem asim, porque nfo ¢evidete que se tena de ganar sempre. E um facto notivel da Natu ‘ez oso posivel efecauar una transla de coisas suf ‘sents de modo que os rere seam os mesmo. uma afrmazdo posiiva GGostara de Thes dar um exemplo de como isto &ver- dade. Tomemos a lei da gravtaco, segundo a qualaforea ‘ers 0s objets varia. como inverso do quadrado da dis- ‘nia. Recordo que um object respondea uma fora ae lerando na direegdo dessa fore, Se cver dls objectos, come, por exemplo, um planeta girar em torno do Sol, femover 0 conjunto, a dstncia entre os objectos nko se modifica e, por conseguinte, as forgas também alo ‘madara, Mais ainda: 0 objetos depos de movidos con- tinuam com a mesma velocidade, as aceeragdes si tam bem as mesmas e o conjunto comporta-e exactamente ‘como ants, O facto dea le dizer «a distneia entre dos ‘objects, em vee de reterir una dsenelaabsolura a parti ‘de unt centro do univers, signifies que ales so inva rants rlatvanente a transagBs ao espa. Esse entde € 0 primiro tipo-de simetria ~ a transl «fo no espago; O sepuintepodia ser denominado vans Tago no tempos, mas salve sea preferivel dizer que um eslocapo no tempo mo produz qualsque efeitos. Come mn «amos com um planeta que gira em torne do Sol num dada Seotdo; se pudéssemos recomesiro movimento dts horas mais tarde, ou dois anos mais tarde, embora langando 0 planeta € Sol com as mesmas condigbes nici, td se pssria da mesma maneira, jf que uma vez mais lei da sravitagio envolvea velocidad, e nfo tempo absoluto, {quando as medidas comegam. Neste exemplo particular ro temo, defacto, a certeza absolut. Quando dist mos ali da gravitago flames da possbidade de orga sravitacionalvaviar com 0 tempo, Iso sinificara que a simetia em relate & eenslagdo no tempo no seria vl, ta ver qu, ea uconstanten de gravitago fosse meno! aqui a um Bilizo de anes, 0 movimento do noseo sistema com um sole um planeta nfo seria exactamente 0 mesmo. Tanto quanto abemos hoje (56 flo das es ais como ax opecemos hoje — bem gostara de Ihes dizer como seria amanhal), uma desloeagio no tempo no tem quslaver fete. Sabemos que, pelo menos de um determinado ponto de vista, esa afirmasso no & completamente verdadsirs, AplicaseAqulo que chamamos «esis», mas wm dos fenémenos aparenes do mundo (e realidade pode ser dite rente)€ que o universo comegou num instance bem det nido partir dai evolu come numa grande explosio, Pode consderar-se est acto uma condigio geogrfic ané- loga &necesidade de maver tudo quando efetiamnar amt teanslago espacial. No mesmo sentido, pode-se diner ‘qe lei fo favaiantes no tempo e que tems de mdr 8 explosio do univers, com tudo o resto. Podannos ker cfeetwado ume outa andlise, segundo a qual 0 wniverso tern comesado mais tarde, mas no fomos ads que come mos o univers « no temos qualquer dominio sobre a 12 situagio nem nenhum modo de verifcar experimental- mente esa iia. Assim, acacia ado pode atemar nada O facto esencal é que © mundo parece vari com o tempo as gilixiasafastam se umas das outat—, de modo ave, se numa histéria de eg centifea aeordssemes numa époea desconhecida, podiamos saber em qve daa estiva- mot, medindo as distincasintrgalactics,o que significa {que universo ng invariance elatvamente a uma tans lagio no tempo, hoje convencional separa a es fins, que nos dzem ‘somo € que as coisas evoluem & partir de dterminades cor igbes, do enunciado sobce a origer do univers, sobre ‘8 qual sabersos muito pouco. Consderase, em gral, que ‘ histéria astronémica ou cosmoldgea no & bem via let Fisica, No entanta, se me desafiarem a defini ex dif renga, sentesme-c deveras embaragado. A caracteristic mais notével das leis fisieas€ 2 sua univerelidads e, ‘qualquer coisa ¢ universal, ¢ 0 afastamento de todas as ‘alias. Dese modo, no si ndicr esa diferenea, Con tudo, se puser de lado a origem do univers &consierar apenas. leis fsicasconbecdas,posso dizer que uma des- lcagdo no tempo nio tem qusisquer efeitos, ejamos outros exemplos de leis de simetia, Come. cemos pela roragl0 90 espago em torno de um exo fixe Se realizarmos certas expriéncias com um equipamento insalado num local eromarmos depois outro eqpament igual (colocado num outro sin, para evitar confuses), Fodando-o de miodo que todos os ios apontem para die rentesdneees, os resultados sero mesos. Mas uma vex temos de rodar tudo © que ¢relevante. Tratando-se de um reldgio de parede antigo, se ocalacarmes na hor onal, péndulo card apoiado no funda « nto funlo- 3 (nara. Contudo, se rodarmos também « Tera (te facto, "a Tetra roda}, 0 relogio jf poder funcionar. 'A descrgdo matematica desta posibilidade de retayao € bastante curios. Para descrever 0 que se passa numa Geterminada situagdo wilizamos nimeros, chamados ‘coordenadas de um posto, gus indica onde se encon tram dado objeto, Costumarios usar ts: um, pra ind cara altura aclma de um certo plano, outro 4 distneia A frente (ou atrés, se ndinara for negative), a6 win dado plano, e,finalmente, um terceir, pura espeificar a cis- Ubcia& esquerda, at outro plano. Neste caso, ndo vou eeocupar-me com a altura, uma vee que a rotagées em {orno de um exo fio 6 requerem duascoordenadas, Vou chamarr distdncia &minta frente atéa parcdeey&is- inca & minha equerda até outa pared, Consiga, asim, locaizar qualquer corpo indicando dvasdistincias, uma A freateeoutra& esquerda, Os naturals de Nova Toraue sabem que as rus exo ordenads desta mania, ou, pelo ‘menos, etavam) até terem mudado @ nome da 6." Ave- ida! © coneeito matematico de rola € o sepuite: se ocalizar um ponto, tal como odescrev, ndicando as suas ‘oardenadas xy, ¢ ua Our pesow num Out pos ‘fo localiear 9 mesmo poato da mesma mances, mas Inedindo as coordenadas xc em relagdo a si, poderei verifiar que a cooedenada + uma combinagdo das oor denadascalculadas pela outra pessoa. Numa iransforma 0 destetpo xé uma combinagio dee Y, ey una com. binagio de ye, As leis du Natorera dover sr ais que, ‘efeetuando uma combinagdo dese ginero esubstituindo-a nas equapdes,& forma destas nto mua. B assim que a simetia aparece do ponto de vista matemstico. Uma vez aque eserevemos equagées com cerias letras, existe 4 @ | psig do pote Pe sami desta por éo nime ‘© meso pote P& ecto ago por doi novos air, € seme comer no mesmo iar mas eeu aa ta, ear 23 um meio de passar dee y para (que se exprimem em fungi de x y antigo, permanecendo as equagdes com 0 mesmo aspeto, com as leas acrescentadas ape sas de linhas, © que significa, precisamente, que tanto eu us ‘como #ovira pessoa observamos nos nosso%aparethos © mesmo comportamento dos fendmends, nfo obsante 3s ovjentasbes dos aparehosserem diferentes. ‘Nou dar um outro exemplo muito interessante de uma ‘ei de simewia. Tem aver com a velacidade uniforme cree tines. Cr.se que dois obsersadores, movendo-se un cam ‘uma velocidad unorme e rettinen em telacio a0 out, veifcam o¢ mesmas ls da fica. Eo denominado prin ‘pio daelatividaden, Severs um eqpamento a fu ‘velocidad ecitinese uniformeé muito interesante eter suits variadas consequéncias. Mais ainda: estas con sequtneias podem ser aplicadas ales que nao conhece- mos. Por exemplo, spendo que este principio & vido ara a desintgragso de wm modo, podemos dizer que 0s ‘ues nfo permitem determina a velocidade de uma nave ‘spacial onde visjamos; deste modo, sabemosalguma coisa sobre a desintegracio dos mubes, apesar de ndo conhecet- ros sequer& causa da sua desinegragt, Ad multas outeas simerss, algumas de um tipo muito diferente. Vou apenas dar alguns exemples. Uma delas consist na possibilidade de substituigdo de um &tomo por juz0 do mesmo tipo, no originando essa substiuigdo @ ‘mudaaga de qualquer fendmeno. Podem agora pergunta ‘Que significa Ser do mesmo tipo?» Passo apenas respen- Ger que a substtuiqdo d= um atome por eutro aio tem (usiaquer efeitos obseviveis! Parece que os fsiens exo Sempre a dizer cosas absurdas.Exstem muitos tposdife ents de dlomse a substtuigio de um dtomo por um outro diferente muda algume coisa, mas a sua substitu fo por outro éo mesmo tipo ndo muds nada. Esta afi magho parece um cireulo vieoso, Contudo, 0 seu signi cado real & que exifem dtomos do mesmo tipo, que € ossvel encontrar grupos, clasts de deomos, de modo que possivel substitu um étomo por outro do mesmo tipo Sem que nada varie. Uma vez que onimero de dtomoscon- Lidos mum pequeno pedaro de matéia é, aproximada: mente, | sequido de 23 zecos, € muita importante que algo slam semeltantes © que nio sejam todos diferen- tes. E realmente muita interessante que postameos class fica os dtomos num numero limitado (poweas eetends) de tipos diferentes, de modo fazer sentido @afrmagao ma. A que podemes substitu um doin por out do mesmo tipo. Esta afizmagdo fie sentido sobreud em mectnlea ‘quntes, mas &impossive exlicar iso aqui, em pate, ‘nas apenas em parte, porgue sta conferéncin se destna 8 una audignca sem formagio matemaica de qualquer modo, crata-se de algo muito subi. Em mectnica quln- ica « proposict a possive! substitu um dtm por outro do mesmo tipo» fem consequéncias.espantosas. Origina fendmenos bastante estranos no liquid, ese Kquido ‘ue unum tubo sem experimentar qualquer resistencia, De fact, esta na origem da tabela periddiea dor cle mentos e'da forga que me impede de entrar pelo chio adnizo, No poss expor ese assunto em pormenor, mas ‘quero sculgar a importinei da consderagaa deste in- Nesta aura esto j4,provavelmente,convencidos de ‘que todas as les ious so sities elativannte a quale ‘ver modifieasio; vou, pes, refer algumassimtriae que mo funcionam. O primero cago referee «uma manga de escala, Se montarmos dois disposiivos exactamente ‘auais ua sua estrutura e constiuigdo, mas em que ut tena o dobro do tamanho do outro, nao ¢verdade que anibos funcionem exactamente da mesma manera, Bte facto & conhecido de qualquer pessoa para que os dto- ‘os sejam familiares, porque, econstruissemos wi apa- eto de der mil milhdes de vezes mais pequeno, este ape- has teria cinco ou seis dtomos, e no existe nenhuma -tiquina com apenas cino dtomos. &perfekamente dbvio, se forms tt longe no dominio Go microscbpa, que 8 Podemos mudara escala, mas mesmo antes de ofisicos 'erem desenvolido completamente 9 model atdmico j se tia tornado caro que ess principio ndo podia estar ns cto, eram, provavelmente, nos jonas que de vezem {quando alguém constr uma eatedral com fsforos, uma ‘atedral de ros pisos com tudo muito mas gtico © mais ‘euihado do que qualquer eatedal gota real. Por ave {que nunca constrmos cateras verdadeias semelhan tes a esas, com travestlores, mas com 0 mesmo grau de rena ede pormenor? A resposta é que, s¢0 fxs semos, eke eatedral seria tf alta e do pesada que aca- bari por ene. Ah! Mat esqueceram-se de que para com parar duas cotas seria nevesiria muda todo sistema, Como a pequens catedral de f6sforos € ataida para a Terra, acatdral grande devia ser atrada para uma tera sinds maior, para possibiliar uma comparagao. Mas tanto por! Uma tera maior exerca um mator frga de arac- to sobre eatedral eas taves cederiam de certeza ‘0 facto de as lis da fsica nfo serem invariantes para ‘una madanga de excals foi descoberto or Galea. Ao is utr a resistencia de pas sos, Gallu argument auc para wn grande animal wm osso —digamos, um animal ‘com o dobro do comprimento, da largurae di altura de tum animal normal— deveria aguenar oto vezs mais uma ‘vezaquea peso do animal sera oi vezes maior. Contudo, aresstncia de um oss0 depende da sua seeglo, a qual, Seconsierarmos um osso dias vezes malor, 6 sera qu tro vezes maior, sendo apenas capaz de suport um peso ‘quatro veres maior. No livre Dilogo sobre Duas Novas Cigncies apacccem imagens de ossosimaginirios de ches ‘enorme, desproporcionados. Julgo que para Galle a ds Coberta da nfo invarlnea das iis da Natuteza para uma fnudanga de esala era to importante como as suas leis {do movimento, uma vez que ambas so dscutides em As ‘Duos Novas Ciencias. na Um outro consaexenpo de uma ki de simaia& 9 fact de sesiveem rd ina are parle sodas una dina vlad angular pote ‘aber queetavam em movimento vera gual eed demorinen, Dia stg fearam ons Nowra, exten cutis ees: eben ko prj con. ‘toa eds pa orga cenfug hamembe oes “stem” espero au io ha rotor de Pahl parame comsrem. Podese mona, som jut tm pido ou dem gos, que Tea a: Pes ‘tveimene sbem qu sos vase mes por stem chanaco upside Fowcult ue coos ta fuga dt Tera sem seater A shoes das ‘srs pone dr ques Tora roar cm ne “elocdade angular conan sm oar prs © eon, dora ase tno st vera on reas tm mavinenio de rts. Mulia get props tps de qe, embora a Tera atin aortas creddacmos re Semastaltans, ada muti ton A segue teen erouisimot odo Oniveo ede moment, ato Dimanera de ose. No dapros equ prs Qu vet era que desea enc dam gale sobre ebjeios na Tern de modo a prvar ~deamente © ‘ofan batt forando os esttados ques ne ivamen 8 rola (am feo da ago 6 por exemple, o facto de um vaso a oar er uma peice ncaa de una for proven do eben ovo. Et nuncio € conhaid por epic de Mach, mas ne desde, Aqua nine “Tap Bes Ln Fou, 819188, fi ats ns cee crores cee tal mais directs consste em saber se, quando efectuamos uma roto a uma velocidad constanterlativamente as sli, ¢ possivel nota algum efeto. A resposta¢ afr Imativa, Se viigssemes a bordo de umn nave expacial que semoveste com veloeidaderetlicae uniforme relative mented galas, obereariamos slgom efit? A repota i negativa. Tratam-re de dss cols diferentes. Mo pode- ‘as dizer que todo 0 movimento €eelativo. Nao €iss0 0 ‘que teora da relavidade az celaividade diz que um ‘movimento com velosidade retlineseuniforme relat mente as galinias nao pode er detectado, ‘A lel de simetria que gostaria de apresemar a seguir € interessante tanto em si como pela sua histéria, Trata-se so problema da reflexdo no espaco! Consiruo um éispo- siiva, um relégi, cigamos, ea ums pequena distancia construe outro relégio, uma imagem ao espelho do pr iio, Os dois ajustam-s um 20 outro como das lua tuna direita¢ outa esquerda; cada mole enrolaa de uma ddterminads manela sum resi tem um correspondete tenrolada to contre no oro, ec. Dou ent corda aos Feldgos,caloco os ponteitos na mesma posiga e deixo- 108 8 abalha, Serd que vo concordar sempre umn eom © outro? Sera que or mecanismos dos dos reldgios Fun- ‘sionam da mesma maneira? Nic sei qual a resposta que ‘aquardam. Provavelmente dirt que sim; €essaaresposta «da maior parte ds pessoas. Clara que este eso nada tem ver com condicées peouriicas. Em geogafia,podemos istnguiraesquerda da dieita Se estivezmos na Florida c olharmos na diresto de Nova torque, podemos dizer ‘que omar etd dieia sso permite distinguir a esquerda da dirita; so relogioenvolvese dgua do mar, ndo fun ionaria seo cansiuisemos 20 eonrifo, jl que o seu 126 ‘mecansmo no entraria na dgua, Nese eso, terfamos de ‘mayinar que a geografia da Terra esta também inver- Nida para o outro cebgio: tudo o que intervémy no fend eno tem de estar invectido.THo-pouco tem a ver eo conics histrias, Se pegarmos aum parafuso numa lo se ferragens,é provavel que tena a cosea para a drei; Podemos argumentar qué o outro relégio no seria bem eval, porque os parafusos seria mais tise de aca Ja, Mas isso tem apenas a ver com 0 génera de objestos ‘que costumamos onstuir, De qualquer modo, a primeira fesposta seria de que os relégios Funcionam da mesma ‘maneira, Verifica-se que as eis da pravitao so tas gue, Ss no mecanismo do telogi interven a gravidade, 0 dois Feldgos funcionam da mesma mancira, As les da electi- cidade do magnetismo sto tas que, e um regio com ejay eléetricas e magneticas, corretes, fos, ety fu ‘ona, a reldgo correspondente também funciona, Se Feldglo envolverreapoes nucleres normals também mada ‘mudar8, Todavi, existe algo que pode provocar uma sudan, mas Mt vamos ‘Walversaibam que ¢ possvel medir a concentrasdo de agdcar na dguafazendo pass luz polarizada na solo, ‘Colacando um pedao de polroid, que dea pasar luz ‘ums determinads orientapdo, na égus,verificase ue, ft medida que a luz pentea na gua agucarad, ¢necessé tio viar cada vez mais para a dteita um out pedago de ‘Polaroid no fundo paraa luz pasar. Fazendo passa az ela soluedo no outro sentido, vai ainda para adit, Fs ido uma diferenga entre dicta e esquerda, Podiinos tilizar um recipient com Agua, aravessado pla uz, vickvamos 0 segundo polaroid de modo permit a pas ‘sagem da luz; suponhamos ainda que faziamos a instal or «0 correspondent no segundo rela, esperando que a Tz vrase para a esquerda. Néo vias vira ainda para a dircta endo stravesta 0 polaroid. Uilizando égua agu- carada, 0s dois relogios podem sr distinguidost Este fect, bastante navel, parece, & primeira vista, prover que as es iseas no so simétrias para uma ref to. O apicar que wsiespodia ter sido apicar de beter Taba; contudo, o agar ¢ wma moléularelativamente sin ples, sendo pose! Sabricd-lo no laboratério a partir de tibnido de carbono ede dgua, passando por todo um con junto de extdiosintermédios.Utlizando agiar artificial aque é semelhante 20 natural em qualquer anise quimica, ‘luz nfo desviada. As bactris wcomem o agar; colo ‘ano bactrias numa solu de spear artificial, vetifee- ‘seat apenas comem meade do ogicar, Acad esa me- tae, fazer psa hr poarzda através da gu agua, verficese que a lz vin pare @ esquerda, A explicaso a seguite: a molécula de agar &compliada — tata- “se de um conjunte de tomes com uma estrutura com plexa. Montando exaciamente a mest esata, mas com J enquerdatroeada com a diita, a dstinia entre cada parde toms € 2 mesma em cada molésul, a energa das tmoldculas e exacrmente a mesma e todos os fenémenos {uimicos que ndo envoivem a vida so os mesmos. Con- tudo, as rlaturas viva enconracn uma dferenga. As boc {ésiasassimilam urn certo tipo de spear, eno © out. (© apicar que provém da beterraba € todo de um 5 cpo ‘vas as moléuls esto enrolndas ara dec), virando, ‘onseguentemente, uz para ur dos lades. As bactérias 6 podem comer exa espe de moléeules. Quando fabri amos o agar a partir de substincias nio assimeticas {eases simples), erfamos ambos os tipos em igual quant- ey ade, Se intcoduzzmos entdo as bacteria, esas removers «parte que consepuem comer, deixandoo esto. por esta ano que luz pass para o our lado, Paseut® deseo briu que € possitlseparar os dois tipos,observando os cristais no microsedpio. Podemos mostrer qu tudo isto faz seo e podermos nds propriostepararo epee, ‘pretendermos, sem esperarmes pelo wabaho da bacts- rias. Mes interessante que as bactériaspossom fazer este teabalho. Quer isto dizer que os fendmenos da vida nto ‘edecem as mesma lis? Nko, Parece que as rituras vivas so constituidas por mutas moléculas complicadas, todas elas com um certo tipo de wearolamenton. As peo. teinas si das moléculas mals caratriticas das crituras vas, Tal como os saca-rolhas, as proteinas tém wm ento- lamento para a dire, Tanto quasto podemos dizer, se fosse possvel produzirquimicamente as mesmas mole ‘cults, mas enroladas para a esqurda, eno paraa crea, cles no funcionariam biologicamente, porque, quando ‘engontrasem as utr protenas, ao S ajusatsm a els, Um enrolamento para a esquerda ajustar-se-ia aur enko- Tamento para aesquesda, mas a exguerda ea direita no seajustam. As bactérias,cujos constiuines quiicos pos sem um enrolamento para a dircta, conseguem distin suir 0 apicar wditeito» do agiear aexquerdn Como équeo conseguem? A Tsiea ea quimicn no con sequem éistingir ae moléculas editeitas» das wesquerdasy apenas podem produzi amis os tpos. No entant, a biolosia pode. frail acreitar na explicagho de que hd muito tempo, quando as procesios da vise iniiaram, se formou acidestalmente uma moléeulae que et se pro- * Cals Pte, 21895, scion fast 29 ecerrcere qr) pagou por auto-eprodupio, et. até que ao fim de mui {os e muitos anos pequenas bolas viscosis eesqusias, com rotuberdncias e salidncias, se enconiracam umas as ‘outras... Nio somos mais do que o resultado das prime! ras moleulas fo por acidente que as primeira moléculas, ppouco mumerosas, se formaram de uma determinada mmaneira,¢ no de ovtr Tina de sr de wma mansira 0 torrencal. Pegamos nas toalhas © mals pido que pod mos ecorremos a recolhernos. Comesamos a sear-nos fe verifcamos que @ primeira toalha est um pouco rmothada, mas mais seca do que 0 nosso corpo. Continua mos 4 seearsnos com cla, mas, a determinada altura, Achamorls demasiado mica —enldo mia ante quanto ecn— e mudamos para ours em breve deseobrimos wma coisa horsivel: toda as toalnaestio molhadas ends tam bm, Embora dispanhamos de vrias toathas, no conse _guimos secar-nos,porgue a humidade das toalhas€seme- Thane & nose ‘Podiainventar uma quantidade chamada wcapacidade ‘de remogdo da gua», A toalha tem. a mesma eapacidade ddecemover a gua que @ noss0 corpo, oaue fz com que, ‘quando fenatnosenxuaz-nos aa coals, sai tanta gua da toa paca o nosso corpo como do nosso corpo para ‘ttoalha, Igo ado que der que exsta a mesma quant dade de 4gua na toalha e no noo corpo —ume toalna trande teri mais 4gua do que uma tosh peauent—, mas fue tim a mesma humidade, Quando as coisas fcam com ‘tmesma humidade, nada i a fazer (Ora, agua é como a energa, ji ques quantdade total de gua permanececonstante, (Se, a0 abrimos a porta do nots arig, o Salter volado, ou se encontarnios oxira toalha, estamos salvos, mas vamos supor que estamos feshados e que 6 dispomos das nossstoultas) Do mesmo ‘modo, s imaginatmos vina pare islada do universo © ‘sperarinosa sifcient, A medida que se dio os acidentes {do mundo, a enegia (oma a gua, no exempo) ser dis- ‘nibuida por todo o lado igualmente até que fique tudo ni- forme endo reste nenhum undireesionalidade, qu af- nal © que torna o mundo interessante Ise Assim, no sistema a rod, alavanea pata, cj iso- lament assegura que mais nada entra em jogo, 36 empe- raturas das duas partes tornamse grudualmenteigals € {rods no gira mais para um lado do que para 0 outro. Do mesmo modo, num sstesa deixado sozinho 0 tempo sufeinte a enerpa fin cae vee mais dstebulda até gue no reste mais nenhuma dispenivel para o que quer que [A propdsto,o correspondente&humidade, ou aca cidade de eemogdo da guan,chama-se «temperatura e, tembora se diga que duas coiss esto & mesma tempera {ura quando estio em egulfrio térmico, iso nfo aver dizer que team a mesma energia dos dois ados, apenas significa que € Uo fe trarenegia de uma como de our ‘temperatura € uma espécie de «capacidade de remocio de energian. Assim, colocanda em contacto estes dois ‘objectos, nada acontece a0 nivel macroseépico: tocam lente eles pequenas quanidades de energia igaai, sendo © resultado guido nulo. Portanto, quando os abjetos se jengontram & mesma temperatura, nao hé mas energie di- Donivel para mover alguns coisa. © principio da irever sibildade conssteem que, quando abandonamos coisas a temperaturas diferentes, as suas tempersturas aproximam-se ¢ « diponibilidade de energia dau! & medida que 0 tempo passa, ste facto tem um outro nome, chama-se wei da ent Dish: diz que a entropia ests sempre a crescer, Mas no liguemos demasiado is palaveas dgamos antes que a dis ponibilidade de enerein diminui cempre. E esta & una ‘aracterstica do univers, devida ans movimentos mole culares cadticos. Objects 4 temperatures diferentes, ‘quando deixados sozinhes, rendem afar & mesma tem ss erator, Se tomas duns coiss & mess temperatura, como ‘gua nim fogto apigado, nfo vemos agua congelar nem 10 fogio aquecer.Todavia, se aguecermos glo no Foake, ‘8 dos fieardo & mesma temperatura. Assim, a unidiee lopalidadecondus sempre 4 ndisponibilidade de ener, tudo o que tenho a direr sobre este assay porém, «quero ana fazer alguns comentiios sobre ceros asp: ‘os prtetares,Estamas perane un exemplo dew fen eno dbvio, a ieversibldude, que nio uma consequé cia directa das leis fundamentais, estando antes muito Ssfasada dees, Enovesdrio um grande poder de anise ara compreender porque so os Fenémenos ireversives. No entanto, o efit € de importancia primordial para o funconamento do mundo, para seu compertameato teal em todas as situagées. Embora a minha meméria, as rinhas caractristicas, a diferenca entre 0 passado'e 0 fro, dependam completamente desseefeto, a sua com preensto nto resulta imediatamente do conhecimento das les, Exige bastante esforgo de andi. frequente nfo terem at leis da sca uma relagho directa dbvia com a experiéncia,sendo mais ou menos ssradas dela, Neste caso particular estamos perante wm esses exempios — at le sto reversives, mas os fenéme. nos so ireversives. ‘Maitas vere ha uma grande isticia entre as leis por- rmenorizadas eas caracterstias principals dos fenémenos reais Por exemplo, quando observamos de longe wm el ‘dare vemos os grandes blocos de gel que aem no mar, ‘modo como o gel se desloca, et, nto éealmente een. dial recordar que o gel €formado por pequenos eristais hexagonais, No entanto,anlisando sufieientemente bem ‘movimento do glaciar, este, de facto, consequéncia das 156 Dropriedads dos eristais hexagons, Masa comprecnsio o comportamento do glaciar€ aie com efito,ninguém sabe osuficiente sobre o gel, nfo obstante todos ox et os 8 realizas sobre os seus cists). Contudo, espera. Se que, compreendendo os eistae de glo, se acabe por compreender o placa 'Na verdad, embora tenhamos extado a dicutr nests Palestras os fundaments ds ks fiteas, tenho de Ihe diet ‘que 8 comprecnsto das leis Fundamentas, tal como ss conhecemos hoje, nfo conde de imediato a ua com, Preensfo dos fenimenes. Sto necessrios alguns pasvos Intermédios e, apsar de tudo, o conhecimento€ parcial, A Natureza, com efeito, parce estar de tal modo cone. bids que as coiss mais importantes do mundo real pare. ‘rm ser um resultado acidental ecomplicado de umn con junto de leis Pera dar um exemplo, os niles, aue so constiuidos Por muitas partcula nucleares(protdes e neuttes), 80 bastante comiplicados. Enstem os chamads anivels de neraan, isto os nceos podem encontrar seem diver. S08 extados, com difertes valores de energia, Nileos ferent tém nives de eneraia diferentes, Oesiculo des ses nives de energia€ um problema matemétiea compli ado, que sé em parte sabemos resolve. A posgdo exacta Mos niveis€ dsterminada por interacg8es muito compe. 1, nfo havend, por eonseguinie, nada de especialmente misteriono no Facio deo azo, que tem 15 pateulas, tr niveis #2.4Me V, 71 Me V, ele, Mas oextraardinasio| ‘na Natureza € aspesto de toda o universe depender pre ‘thamente da posigio de um detrmingdo nivel particle hum ate particu. Acontee que no miles de carbon 1D existe um nivel a 7,82 M e V. E isto ¢enencil, 1 ee OCC Avaluemot 0 ave se pss. Comsat com age bo, po parce qué na noo mundo er onal, prneamente, por dogo. A medida qu 0 rout ose hoa por aca dana aero at crt, Sore teats ner, ue podem oat ho gue formu espe dept combinrse parce om Ehiropns pra rosa conemcs un pnt al pet des, Mis estes semerios mae pear deitegramse Seciamentcr lo, Durante alam tempo pens rand mir be origen de odo estes tents doves, una ser us a pare do rogéno, todas scl dete dest comes that hos cra dem da oto crt Com Frnado com exe pode, 8 Profs Hoge Spt ropa ta slut 4 ue ler Ge at Ps jun para formas tn ne de bono, pode ‘or cua facment quis vas Ss colee numa turds, Vrificae gues reac inca pode ante Cor exnpio sr por ace, la ve denen Tiga nocarbno, Net cong, coli dete Eros dno dara para aneuregnio sino fro ted dea aperior 4 ompo de asm ex ive Ba poittncn ee gtgsdo por um poco mals de tempore caine pare acne alr i pra se podistem novorcanenor Sse Um vel 3 Taz MeV necarono sarin pose Comores te detodor os elementos bela prin, am, pores tp de araument preva a enti dem Miele TAD Vanco, conta, eat, "Fd Hon, nome bio, e Cabs Ein Sapte, 18 ‘nism abort, Dest modo, a ocrac 0a ‘ere deodos os outs clementor, pra ale do Mo. ‘isi es vel pro catono, Cont, Posto dase nivel no cabono preseans, nS, que Confscnes a fsa, eum ade de ee {6s complads de 13 pals, Encamp uma a tag ected fo de ama compress a et Fis nio force diet nescaamest com brenso dos edenesrtvants do mundo, Or ore ‘oes ds experts see mutts vere baste sfastadas a fname Podemos dicuiro mind e vros nes, segundo determinate eagusNo pend eto pe ho, didn o mundo ene bon dion mas go nine, dando algns exenpoy, oe que dae cs bia al hear Ain, temo! de mad se undamenal a, Depos invention outros conestos apontnaso, go, assim oremos, st expo, em tna anal pels iS fundamen O sein, por exenpor nfo So Se agsefo cafimar qo con eure Stns deazr que una nasa de homes tom ag ‘aco, Prém, quando falsmos dal, eguetnos pr sss, ania dos tomtom, gud fltoe Go lac, nem spre pets nar ses engl 808 ose deneve qe ain cata, Un te Sxemplogum erste esl Vitdeu poms on amen no pasa de wm conjao depres netoe Else; oot seta des nse etn fandamentais. Com a pressio passa-se 0 mesmo “ee 19 ‘Subindo a um nivel superior, encontramos propried desde substincas, como «indice de refracedow, que des- ‘reve odesvo sofrdo pela luz quando aravessa um dado atrial, ow senso superfcalo, que deserve ofendmeno de agua se atric gsi mesma. Estes dois conecitos sto {desrtos por nimeros. Lembro-hes que fol neces con slderar writ lei antes dese descobrie ques rata de ata (hes tbs, fe, Mas contiauamos a dizer steno super Filan, sem nos preocuparmos, na sua discusso, com 0 respective mecanisme inter, ‘Mas subaoe sna mais ma hievarguia.Bvistem ondas «coisas como stempestade>, palavra que representa um fnorme eanjunto de fendmenos. Exstem ands emanchas folates, ou esteasy, que so também um conjunto de elias, Ener sempre vale a pena remontar 203 consti tes fundamentais, De facto, quanto mss alto subimas, sais degrausintermédios eitem e cada wm deles € um Dowco fraeo, Ainda nfo fomos capazes de reflectir sobre Todos ests degra em pormenor. ‘A medida que subimos nesta hierarquia de comple ade, chegamos a coisas come kaisculos, on «impalsos nervosoe», que slo estruurasfsicastersvelmente com plicadas, que envolvem uma organizacto material muko ‘iaborads, Vm depeis coisas como esapor, ete E eno, se prosseguemos,chepamos a palavras econ citos com «homens, whistrian, epoltcn», ec, 8 Série de conesitos que usamos pare compreender 0 mune ‘4m nivel mais eleva. TE, subingo ainda, chegsimos 2 coisas como «may, selena, wesperangan (Qual 0 extrema gue esd mais perto de Deus, © me permitem ma metdforareligiosa? A beleza ea esperanca 160 ‘ou as leis fundameniais? Penso que ocaminho certo, ev- dentemente, & dizer que temos de considerar 0 conjunto de relagdes entre estrutrase que todas a8 ctncias, eno apenas as cigncas, mas todos os esfrgosintletuais do homem, sio um desafio para descobri as Tignes das hie- Jogia humana, 2 pscologia humana a0 funcionamento do cdrebro, 0 treo 408 mpulaos nervioso mpulsos ne vosos a quimiea,e assim sucessivamente, para um lado ¢ para © outro, nos dois sentdos. Mas hoje ainda ndo pode- ‘mos, edenada vale fazer acredcar que podemos,efestuar uma igagdo exact ecompicn entre um extremo outro, 1 ue 56 reentemonte comeedmos a ver que existe essa erarguia, Ennio pens que qualquer dos extremes esteja malt pero 4e Deus. um erro comecar pot um extrema e cama apenas 4 parte dele,experanda aleanga deste modo um conhecimento completo. E erro estar do ado do mal da beleza eda esperanga, ou estar do lado das leis funds. mentas,esperando chegar a uina compreensio profunda e todo 0 univers, gragas a um 46 destesaspectos E absurdo que aqueles que se especaticaram num dos etremos da cadeiadesprezem os outros (de facto, est des prezo nto existe, ao eontrito da que muita gente pena). ‘A grande maioria dos teabalpadote, que ign uns degraus 405 outros no meio, esta consantemente a aumentar 0 nso conhecimento do mundo, patna tanta dos extee- ‘max como do centro. Assim, pouco & pouco, ganhames ‘uma compreensdo cada ver ior deste mundo complicado Ge bierarquiae que ee entrelagam, 161 DUFIFIIIIZIIIIT v1 VI, PROBABILIDADE E INCERTEZA — A VISAO QUANTICA DO MUNDO. Na base da histria das observagdes experimental, ou de odas as observacs cientfca,encontra-se a intig, ‘que sebastia, no Fundo, na experielacomum com objec. {os do quotdiano, a qual sugere explcagdes razoiveis dos factos. Porém, & medida que tentamos alargar e tomar sin consstente a devcrigfo do que vemos, & medida que consigeramos um dominio cada vee maior de fendmenos, fa: explicapiestraneformanrse naguilo que chamamos “is, tas tm ua caracteistica etna: muita vezes patecem ser poco razodveis afasadas da evidéncia inu- tiva, Consideremes como exemplo, na eoria da relativ- ‘dude, a sepsinte proposigio: quando dizemas que dois facontosmentos so smultneos, ase apenas a nos o- nit, j4 que outra pessoa pode coneuir que um desses Avontesimentos precede o outro. A simltanedade€, por tanto, ¢ 0-8, uma impresio subjectva Nab existe uma boa rato para que no sea asim, uma vez que 0 fenémenos da expeiéncia quotidiana eavolvem um grande numero de particlas, ou objectos que s€ move muito Ietament, ou outras condigbes muito par Helos que apenas representam una experincia imi 163 tad da Natrezs. $6 temos expeiéacia directa de uma Disque fracgio dos endmenos naturas. $6 por meio de ‘experigncias sofisticudas rigorsas podemos chegar a uma visio mais ampla. E entdo deparamse-nos surpresas bservamos coisas muito diferentes daguilo que esperiva- ros, muito afastadas do gue imaginsvames. Temos de fazer um esforgo extrema de imasinaeso, ate para ima tina fendmenes iret, eiios, mas preisamente para ompreender © que, de facto, ee pasa, E uma stuagio ese tipo que vou exper. ‘Comecemos com a histéria da ue, Inicilmente, pensave-e qu a ese comportava como um Fixe de par Neulas, de corpésculas, como chuva, ou balas de uma arma. Ap6s un investigacio mais eprofundada,ficow lara que tal no era verdade, ques luz, de facto, se com portava como uma onda, semethante, per exemple, és que triste no mar. Depos, no século XX, Novas investiga Gis revelaram que a fue compotavatealment, em mul fos casos, como patil. Assim, no efete fotelistico podem conta-s sss partclas, que hoje dsigamos por fforbesn, Os eletrbes, quando foram descobertos, ‘comportavam-se exactamente como particulas, ou balas ‘muito simplesmente. Mas por meio de experitncias te difacgdo deeesti6es, por exemplo, fous a saber que tambén se comportavam como ondas. Com 0 decorre do tempo fo eescendo a conlusto sobre e comporiamente eal dest partials: seram pariulas ow ondas? Ax coisas ‘areca ter smltaneamente os dois aspects. Esta contus4o fol dissipada em, 1928-1926 com a des, coberta das equages coretas da mecinice quanta Sabeos hoje como se comportam aacetées ah: Mis que nome nosso dar a esses objectos? Se dsser que secon 164 portam coma particulas,transmito uma ideia erradas se Aisser que se comportam come ondas, ambém, Os ele le0es ea luz tgs um comportamento proprio ¢ inimite ve, chamado «comportamento qudntioas. Comportam Sede uma manera diferente de tudo @ que tnha sie visio antes. A nossa experiénca, ads pela observagio de algumas coisas, #incompet2.O comportament dos obj tos ava esala pequena ¢sitnplsmente diferente, Uma tomo nto secomporta como uia massa qu oslla pen Jdurada numa mola, TSo-povco se somporta come un modelo er miniatura do sistema solar, com pequenos pla reas a dosceverdrbitas. Nem se comtporta somo wma ver au nevoira em volts da milo. NBo se parece com ‘ada que tenhar visto antes, Exise, quando muico, uma simplifiesgi, Os eectrdes, sob ese ponto de vist, comportam-se exactamente da ‘mesma mancira que os ftdes; ambos so erquisitos, mas squisitos exactamente da mesma maneea ‘A desrio do seu comportarentoexge, portani, uma ferande imaginacéo, uma ver que se rata dealgo diferente fe tudo aquilo que coahecemos. A ese tespeit, pelo menos, eta €talvez a paestra mais dif da sie, no en- {dom que € abstract, em que exh afasada de expert fia, Nto posse evita, Se fizese uma série de plesras sobre as leis fiscas, dexando de fors 0 eomportamento real da matéri essalanicroscopca, nde estaria a deser- penhar bea a misha funcio, Este comportamento € ‘om a todas paints ds Natrez, tem um ead ter universal, de modo que se querem saber o que éuma lel fica, € esencialdiscutr este aspeeto particular. ‘Wai ser dite. Masa diiculdade, ealmente,¢pricolé- sea reside na preocupagdo permanente que nos cavsam 165 DIIIIFIIVIIITFIIIISTS yo pensanenos do nro como tei pode, ae fect ude sonnei pvtetm=nt - tinder aver cas ene eal fa Nie voraprsenar ua rio por tsog cm al faa ow tinplesense apes oa doco scOs jm era un ev 9 8 peas eo preci ain dn ein lg ue ao mene Tromere: Pde ex aks om ae ume pene omprm ais ease ars, Teves e's pine wr lM eps mots Sia pon cotamente wade dv, les 0 ago {SSoprnderin sera da eliad, me mana Staton Por oa ado, pmo ic poo deme nonarsuengatm comics 2 meni. tea Fs do von aaa dvd, edo een de compronder sss 0 gud Je alg tod, gal ur ou dese ej dsonals ruta, Voucontris somo seconportas Nae. scan Se tamven simpy eve compare tesa manera, vo aha muons excanadoa Spuleen lem fear aqusionar como tq pose ‘Scum: pore aro mum ec og an fas. Nou por ge oa a, ors porcoseine, dir acorn gi sco oy a ds fbn onporameto ae bem perilous tr nl Tar Seapea iia anlgin coe Ome objetivo: nd war aml anaes om uur que ed familar, Vo, port press Se trae esonatene pine coma comer tte paral por xl) pan com ‘tamporsmeio de oi ondn dean, por en) 166 Von inventar uma exe que se pasa nessa experdocia se usar primeire particulss © depois ondase, inalmente, o que acontece quando se leat, de facto, de clecrdes ou de fares, Vou considerar ssa Unica experineia, que fol concede modo acon {er todos os mistrios da mecdnicaqudatia, para os co Frontar com todos os paradoxes, mistérios¢ pecularida- des da Natureza. Qualqueroutra sitoagio em mectniea ‘qudntica pode ser sempre expcada dizndo: «Lembram- ‘eda expeincia dos dois buracoe? Pais bem, €parecidal Vou discutir a experiéncia dos dois buraos. Ela contém ‘© misério ger. Nao vow esconder nada; vou tevelar to- sb a Naturezs na sua forma mais elegance e di ll | { . Z| yer 28 CComecemos com bals (fi. 28) Sepontamos que temos tum fonte de balas (una metealbadora)e na frente dela turn place blindada com um buraco para deixar pasar as bales. A uma distincia grande existe uma segunda placa biindads com dois burucos — so estes os dois Famosos 167 ‘busacos. Como vou falar muitas vezes deste buracs, vow chamarIhes huraco eburaco 2. Poder inaginar burs coscirculares ars dimensdes, jf que a desenha ¢ apenas lumeorte tansversal. Ana dstncia ainda malor existe luma ourra placa que serve para parar ot projéteis, No caso dasbals,sata-se de uma cana de area, na qual as balas so apankadas © depois contadas. As experi ‘las vio consistr na contagem de balas que chegam a ee Aetector (a caine de area) em posibes diferentes. Parades: ‘revera posigio vou media distncia x da cata a um ceo otto, Vou contar 0 que acontee quando x varia, 0 que signifies simplesmente que o detector & deslocado para cima e para baito, Antes de mals, sostaria de efetua gu ‘mas modiiapbes na stung real, consizerando ts de lizagbes. A primeira €quea merathadora se agita esacode em todas as dircpbes, de modo que as balas parte pars {odo o Indo nfo somente para a frente; as bala poder ricoctesr nos hordos dos buracos na placa blindada. Es segundo ugar, admisimas, embara nto seja muito impor tante, que as alae tm todae a mesma velocidad e, por- tanio, a mesma energia, Em terceio lugar, e # aqui que Aidealizaeodifee mais do caso de bala ress, quero ce as tulassjam absolutament indesruives, de modo an aparecerem na cai bocados de chumbo, nem bales par tidas em dus, mas apenas bala inteiras.Imaginem bali Indestrtiveis ou bas dura eplacasblindadas com um rau de dureza inferior. ‘A prima coisa que vou notar € que as alas chegam Individvalmente, Quando a enerit cheea,tem-se wma «3 bala, um s0 tio. Se contarem as bass, encontrar uma, uns, rs, quatro balas os objects chegam em unidades, ‘Sopondo que as balas tr tamanhos gui, qeando uma 168 ‘hega ou fica toda na casa ou fiea de fora, Mais ainda, se coloear duascaixas como alo, nunca tenho uma bala ‘mada eaixa 20 mesmo tempo, supondo que a arma nto lipara demasiado depressae que disponhe de tempo suf clente entre os disparos pare observa. Se 8 disparosforem espagads,olhando muito rapidamente para as das cal a, munca seve uma bala em cada cain, porque uma bala forma uma unidadeidentifcsvel Nou agora medir quantas Balas chesar, em média, “urante um certo imervelo de tempo, Espero, digamos, uma era, conto 0 admero de bales na aria e tomo & 'média, Consideremos 0 nimero de balas que chegam muna hora: poderos chamar-theprobabitdade de chegada, uma vex que esse mero mede precisamente a probabilidade de uma bata, depois de pasar por um dos buraces, che. far a uma eaina particular O nimero de balas qu che fam & caine varia, evidentemente, com x Na figura represent’ horizanalmente © mimero de bales que enconteo se mantiver a caivaem cada posigdo durante uma hora. Obtenho uma curva que se asseme- Tha & curva Nix. poraue, se a caixa estver por tris de tum dos buracos, esehe muitas alas, enquant, s et- ver um pouco desviada,recebe menos (a bales tem de bater nos bordos dos buracos para chepar a cain). A curva fcaba por tender para zero. A curva asemelhase, pois, curva Na, que representa simplesmente 0 mimero de balas que chegam pelo buraca I mais as ae chepam pelo brace 2 “Tenho de thes recordar que a quantidade que represen- 'cina figura nfo édscreta. Pode assumir qualque valor, por exemplo, dussbalas € meia por hera, néo obstante {astalaschesarem uma auma. Tudo o que quer dizer eom 19 FIPIFIFIIIFFIIISS ES yIIIAD dduas © mia por hora é que, se fzerem a experiéncia durante der horas, obtém 25 bala, de modo que, em ‘méaia, tm duas alas ¢ mein. Tenho a certeza de que conhecem a piada sobre a familia média nos Estados Uni- dos, que tem dois flhos e meio. Isto mio quer dizer que ‘exita mela crianga numa familia — as crianga urge ext Uunidades. No enanto, quando tomamos a mia por fami- lia, essa média pode ser um nimero qualquer. Otmesmo se passa com este nero Ni, (0 nlmero de balas que, em média,chesam ao alvo por hora) que nto & necessa” amente um inteiro. O que medimos ¢a probabildade e chesada, um termo tésnico que designs o mimero médio de balas que chegam aun dado intervalo de tempo. Finalmente, se analisaemos 4 curva Nyy podemos Inerpretila bastante bem como a soma de dass curvas, ‘uma que representa aguilo a que chamo No nimero de balas que chega seo buraco2entver pad por uma placa blindads e ouira Ny, 0 nlimero de balas que chegatn 36 pelo burac0 2, seo buraco I estver pao, Deseobrimes, sss, uma lel muito importante: 0 mimes total de balas ‘ue cheyam com os dois buracos abertor & 0 nimera das ‘ue chegam pelo buraco 1 mais o mimero dak que chegam pelo buraco 2. A este enunciada, segundo o qual basa Somar esses dois nimeros, cham principio de undo inter Feréncia. Maye he, (toineterincay Isto o que acontece com balas. Podemos agora repe- tir a experincia com ondas de gua (Fig. 29). foate € agora uma grande massa que éagitada para cima e para 170 rth cy ‘ako na aga, A plac bindad ¢sobsttuida por um dique u por uma bareia ectilies, intertompida a melo para a passagem da gua. Talver soja preferivelfaer @expe- inet com pequenss ondas, em vez de vagas acetnicat; parece mals razodvel. Assim, agitoo ded para cima e para baixo para produzir ondas tenho uma barera demadeira om um buraco que dena paste as ondas. Teno depois numa segunda burreza com dois buracese, por dtm, um detector. Que faz 0 detector? Mede «intensidade de ei ‘go da gua Por exemplo, poss par uma ro nada medi como se move para cima e para bux. Na cea dade, © que mago € a energia do movimento ds rolha, ‘ue € exactamente proporcional & eneiaia transportada pelusondas, Note-se ainda que @ agtagdo & muito regu- lare perfits, de modo que oespacamento entre as andas sempre o mesmo. Uma caracerisica importante das ondas de gua & que @ nossa medida pode ter qualquer valor. Estamos a media intensdade das ondas, ona ener- m tla da rola, ¢, se as ondas fom muito fracas, s¢ mover © dedo muito lentamente, © movimento da rolha sera muito pequeno. Qualquer gue ele seja, & sempre propor sional & amplitude das onda, Esta pode ter qualquer valor; nko aparece em unidades, nfo obedece & regia do «tudo ou nada. (© que mosimos intensidade das ondas, 04 mals pe clsamente, a enersa transportada pelas ondas em cada posto. Qual €0 resultado da medida desta intensidade, qual vou chamar (para Ieslmibrat que se eta de uma itensiade, e nfo de um nimera de pariculas de qual Auer tipo)? A Figura (i, 29) mostra a curva Fy, bide quando os dois buracos esto abertos. E uma cr inte ressante€ complicada. Quando madamos a posiio do {etector,obtemos uma intensidede que varia muito rapi- Gamentee de uma maneira hem earacteristiss, Provavs ‘mente, esto familiarzados com a causa deste fenomenc! ‘As onda propagar-se por mio de eritasedepresies em volta dos buragos 1 2, Se nos eolecarmos num ponte cexactamenteequidstante das dois buracoe, de modo que 1s duas ondas cheguem ao mesmo tempo, as crstas sobrepor-se-fo, provocando ums forte agitagh precise mmentea mo, Plo contréro, quando mavemos um poueo #0 detcior para um porto mais perto do buraco 1, as andes {o buraco 2 éemoram um pouco mais a chegar do que as ‘rigindrias do buraco fe, uando uma crstachepa de 1, | crsta proveniente de 2 nda nao chegou, De facto. nessa attra ha uma depressdo oriunda de 2, de modo ‘que a dgua tenia moverse para cima € para balxo ao ‘mesmo tempo sob a influncia das ondas procsdentes os dois buracoe, O resultado total € que nko v= move ada, ow pratieamente nfo ve move — a intensidade & m nido minima ness si. Se continuae a mover o detec for, 0 teas ésuficiente para que as das crstasehegvern ‘a0 mesmo temp de ambos os buraces, embora uma deas ‘sea realmente arasada de um comprimento de ona, (Obiém-se, asim, de nove uma forte intensidade, Depos, uma inteasidade fraca, uma forte, uma frac, ee, tudo Aependendo do modo como as cists e deprestdes winter fers. Mais uma ver a ciéncia utliea uma palavra, winterferéncan, de una maneiraesquste, Pode obter squilo que se chara uincerferéncia construtiva» quando as duas ondas se sobrepéem de modo a aumentarainten- sida. © importante € que /,ndo ¢ igual 8 soma def, Mf pelo que se pode diver que existem interferénias constrtivas e destrutivas. E possvel determina as for mas de J, © J; fecha-ee 0 buraco 2 para obter f, € 0 buraco t'para obter J. A intensidade obtiéa com um ‘uraco fechado é simplemente davda ks ondasprovenen- {es do outro buraco, sem qualquer inceeterncin: fig. 2 represeta as cuvas errespondentes. Notes que as cut- vas I, © f so andlogas a Ne N,, as que I € muito diferente de Ny: De facto, a matemstica da eueva I € mit interessant, A verdade & que a altura das ondas, quando os dois Bure: cos esto abertos, que designamos por h, ¢ igual stura btida quando e burazo | ex aberta mais a altura otide ‘quando 0 uraco 2 esté aber. Assim, uma depressto proveniente de 2 tem uma altura negatva, que € anvlade pela altura de uma erst de 1. Esse facto pode ser des ito indcando a altura das ond, No entano, em todos 08 «2505, por exemplo, no caso dos dois burasos abertos, a intensidade nio € jgual 8 alura,sendo antes proporeio= ral ao quadrado da altura, prsisamente por estarmes m PIIIGIIISSISSES a) 3 lidar com quadrados que obtemos sas curvas to inte: Wy A+ mete) nae hey hee Isto passa-se com gua. Agora recomesamos tudo de ‘novo, mas desta vex com eleteoes (i. 30) | ‘A fonie um fismento, as bates io plaas de tunes: Xeni, onde existem buracos, 0 detector é um ssema ede trcosufcientemente sensivel para reolheracarga de um jleetro, que chega com uma eneria arbitra, Se pete rirem, podemos wilzarfotSes e pape preto, em ver da 4 place de tangsénio, emborao papel preto nto seja muito bom, porque as suas fibeasfazem com que os buracos ho scjatn regulars, de modo que devernosarranjar qualquer coisa melhor, e, como detector, um fotomuliplicadr, capac de regitar a cheaaga dos fotSes individusis. Que scontece em qualquer destes casos? Vou analisar apenas © caso dos elstres, uma vee que com os Fats se passa Em prmeiro lugar, © que reedbemos no detector elée- ‘ico com un amplificador sufientemeate poderos0 880 cliques, it é impulos absolutes, Um clique tem um certo ‘amano, que € sempre o mesmo. Diinindo a intens- dade da fonte, esses cliques surgem mais exparador, femora renham 0 mest tamanbo. Aumentando a inten: sidade, os eliquessureem tio rapidos que o amplifcador fica bloqueado. Enecessriosjustar a ntensdade da fonte ‘num valor sufiientementebaixe para que 0 nimero de ual, Claro que nada temos contra o uso ds teria das pro babilidadc, ito, o cilculo de probabldades, quando ‘um situapto é muito complicada. Langamos um dado 20 are, como hé arto, 0 mlmero de stomos & grande ¢ 3s condigessiocompicadas, estamos predispostosa admit ‘qe nfo conhecemos pormenores suficientes para efecuar tuma revisio precisa; assim, aleulamos a probabilidade de #9 reltado ser um ou outto. No entanto, 0 que estamos quia propor nfo & que exsta uma probabilidade @ os- terior mas antes que nas eis fundamentals da fica exis- tem probablidades ‘Suponham que tenho uina experincia montada de tal moda que existe vin stuagdo de interferSacia com a luz ‘anagada. Entio, mesmo com a luz acesa, no psso pre- ‘ver por qual dos buracos um electro vai passa. Apenas sei que sempre que oar, eleirdo passa por um buraco ‘04 por ouleo; nfo existe nenhuma manira de prever por ‘ual dees vai pasar. O futur, por outras paavras, € Imprevisel. E impossivel prever, partie de qualquer informagio antesipads, por gual dos buracos val pasar fo leetr¥0, por qual dls serd visto, o que significa que A fines desist, de certo modo, seo objetivo orignal ers ‘ise —e toda a gente pensava que era, de conhocer © suficinte para, dadascertascircunstcias, poder prever 1 que se vai pasar a sepul.Fstas sto as condigSesexpe- timentas: a fonte de eleczdes, uma fonte de luz intest, 186, una plea de tungténio com dols buracos: digamne ‘agora por qual dos buracos vai passar o electrio, De acordo com uma cert tora, a razio por que nose pode dizer em que buraco vaio electefo ser visto & que ‘xi conjunto de coisas muito complicadss que deter ‘minam © comportement sal: existem mecenismosinter- nos, ete que deerminam por qual dos burseos passa o beelo;tatege de uma probabiidade de SOF, poraue, tal com num dado, existe aleatoriedade a fsea€incom- pleta se tvessemos uma ise suficientemente completa, ‘eriamos capazes de prever por qua dos buracos ia pas- sar oeleetrio, Ea chamada «teora das variveis estondi~ ‘das, que nfo pode ser correcta, uma vez que ndo falta ‘de conhesimento pormenorizado que nos impede de fazer uma pevisio, DDisse que devemos obter 0 padrdo de interfertcia se no ligaemos a lve, Quando estamos prante uma circuns- "cia na qual existe um padrdo de intesferénca, ¢ impos: ‘vel analisil, dizeado seo eesrdo pasa pelo buraco 1 ‘4 plo buraco 2, Tal acontece porque esa curva de inter- ferdncia€ matematicamente muito diferente da contribu {0 das duas outras curva probablisias. Se tives sido possvel determina por qusl dos buracos pasa o elece8o ‘com a Ie lgada, no fata diferena ter a fz Higada ou no, Qualquer que fosse a maguinaria da fonte que w _2tnos para dizer sea paricula ja pasar pelo buraco 1 0 pelo buraco 2, podiames te feito a observasdo com aluz ‘eigda e, consequentemente, ter dito, com 2 luz desi tla, por qual dos buraces a passar cada um dos ees- tees, Todavi, se pudéssemas faze isto a eurvaresuante teria de ser representada como a soma dos dectrées que passim pelos buracos 1 2 ¢ alo 0 &. Tem entio de set st inaposivel dispr de qualquer informasdo antecipada sobre {ual o buraco por que vai pasar o electro, em quaisquer circunstncias, quer a luz ese lizada ou no, se a expe- Fiéncia for montada de modo 8 produzir 2 interferéncia com a luz apagada, Nio & a nossa ignordacia acerca dos recanismos interns, ou das complisagdes interns, que faz com que a Naturea pareya ter uma probablidade, ‘Tudo indica que qualquer coisa de intrinseco. Alguém expreson ese facto do seguinte modo: «A prépria Nat reza nem seque sabe por qual ds buraoos paso eet.» ‘Um filbsofo afirmou uma vez quejué neoessrio, para 1 propria exsténcia da eénca, que as mesmas condicdes ‘proczam sempre os mesmos resultados. Bem, ndo ben sss, Embora preparemos as mesmas condigbes,cepe- tUndo-as de cada ver, nfo poderospreverem que buraco ‘amos observar 0 letr¥0. No entanto, a ciéncia faze, peste de as miesmas condijSes nem sempre produsirem (08 mesmos resultados. O facto de nfo podermos prever fexactamente 0 que vai azomtcer & um pouco dessnima- dor. A propésito, poderiam pensar numa cieunstincia ‘anita peigcea esa, na qual ma previo ¢ imporzont, apesar de ser impossve, Por exemplo, pederiamos —é melhor no o fazer, mas poderiamos— montar uma chmara para fotografar um eletrfo, Se vissemos pasar 9 elesrdo pelo burac I; larpdvamos uma bomibe amie, iniciando a 3." Guerra Mundial, enquanto que, se 0 vs semos pasar pelo buraco 2, fariamos um acoréo de paz te adidvamos a guerra, Entio 0 futuro do homem estaria Aependente de algo que nenhuma citncia pode prever, (0 futuro € imprevsive (© que énecessrio para a wpropra ensitnsia da citn- clay € a5 caraterisies da Natureza no tém de sr 188 kd Yukana, to Joponts, rs onside test ecto en Fin Fomdameral Quit, een Noel oh 208 uma ver que a matemitica era demasiado diel. NBo foi, assim, possvelcomparar a idela com a experincia Esta ‘cori peasy durante bastante tempo at edescobrirem riaspartiulasadcionais que nfo tinham sido conside- radas por Yukawa. As cosss no eram, poi, to simples como Yukawa supunha. Uma outra fase onde podemos fica paras éna de experimencacio. Por exemple, ateo- ria qulntica ds gravitaso ext a avenger mato letamente, se €que avanga mesmo, porque todas as experiéncas pos. sivelsmuncaenvolvem a mecnica quanta ea gravitagao 20 mesino tempo. A forca da gravidede€ demasiado fraca em comparaydo com a fora elécrica ‘Uma vez que sou feo terico tenho, portanto, mals ‘gosto pela primeira fase da lvestigngfo, vou concent sme agora no modo como se formulam hipétess, Como jd ise, a origem das hipbteses nfo tem importincia; importa apenas que as hipéteses etejam do acordo com a experignca e que sejam to bem definidar ‘quanto possivel. eEntto», dizem, wsso & Montase uma maquina, uma grande magui ‘com uma soeta que permita uma sire de prevsbese que, sempre que sala uma hipétese sobre ofuncionamento da [Naturea, calcul mesintamente as respectvasconsequén clase efeciue uma comparagdo com uma lista de results os experimentas fornecidos noutro lado da maquina.» Por outras palavias, adivinhar ¢ um trabalho detoos, De facto, ¢precsamente ao contro, e vou tentar expicar porque. (© problema inicial consisteem saber por onde exime- ‘at, Dieem-me: «Ev comeyaria por todos os principios DIFIPIFIAD O esquema matemitico & certamente melhor.» Quando dei e iz wsuponhamios que ‘existe una tendéncia muito frande para Ie respondermos: xQualé a respsta para ‘exteepara aquele problema?» Ele dia: wAinda nao cheguci fn Eos outros: «Pais bm, nds obtemos respostas mi precsts»» O problema consist, portano, em stber se ‘everios preosupsr-nos av nfo com Mlsofis por det es ideas ‘Um outro método de trabalho consis, evidentemente, em encontrar aovos principio, Na sua teria da grav (0 Einstein descobri un vel superior a 040s 0 otros, © principio segundo o qual a forcas io sempre propor cons as mass, descabri o principio Segundo 0 qual fo se pode distnguir ums stuagdo pura vitura aele- ada de uma outra que se encontra num eampo gravta Clonel, Adiionand exte principio aos ouos,conseguit ‘edusie ae lis corrects da aravitado. Ficarios, skim, com um resumo dos wirios métados de investigagto. Gostaria agora de abordar um outro aspcto relative ao resukado final. Bt primeizo lugar. quando & tarefa do fsco fea conculdac este passa dispor de uma tcoria matemtica donde se podem exralrconsequencias, fue faz seguir? E realmente una cosa veia. Prasaber ‘que va um tomo fazer nua determinadastuagdo ests ‘elec repras, escrevendo simbolos num pape, intro- zimas0s dados mama méquins, quer gates que aren te fecham de uma maneira muito complicada,eoresultado india-nos que vaio tomo fazer! Seo modo como esas ligagdes abr e fecham fosse uma espéce de modelo do tomo, se pensarmos que o tom tem inerrupores inter ‘os, diia que compreendia mais eu menos 0 que se pas 218 sava, Acho que ébastante'divetido 0 facto de ser posi= Nelprever oque aconece com a ajuda da matemétcs, que tnais ado € do que a obedigacia a regras que nada tém a ‘ver cam o bjest orginal. A abercura co echo das ig {oes aum computador so muito diferentes do que ree mente se passa na naturez, ‘Un dos aspectos mais importantes deste metodo de seipses, cleo das consequtncas ecomparago com ‘experdncay cosite em averiguar quando se fem rato. FE ponsivel saber se uma teria € correcta antes de vei ca oa as consequencis, Podemosreconecer a verdade pela beleza pla simplicidade. & sempre fei, quando se formula uma bipiteseazem-se sempre dois os peque- nos cleulos para asegurar que ado existe nenum erro trivial), saber se est certa. Quando a tora esti certa, a Netificagdo ¢ Sbvia —pelo menos, se ivermos uma Caperincia--, uma vez que, geralmente, 0 que aconteoe {que win mais do que aquo que cenram, A nossa hips tese& de facto algo bastante simples, Se nile consegui= tno ver imediatamente que esta erradae se € mais sit ples do que a anterior, endo estd certa. As pessoas Frexpesientes eos intrues fzem hipSeses simples, mas pode verse medatarante que esto eradss. [8060 g0e Conta, Outros, como alguns estudantes,formulam id teseseatemamente complicadas que dio a ideia de eta: rem certs, Sabemos, 20 entanto, qu estéoerrade, Por fque& veedade se revela sempre mais simples do que se Sulzave. Preciamor de inaginacio, mas de imaginaglo ‘numa toriveleamisa-de-forgas, Temos de descobit wma rova visio do mundo, cujas previsbes tem de concordar ‘om todos os Facts conhecidos, excepto um. De outro ‘modo, a tora do interessante, Se conseguirmos encom 29 traruma outa visto do mundo que esteja de acordo com todo o conjunto de facos que jé foram observados, mas fave nfo concorde num facto particular, fizemos uma trande descoberta.E praticamente, mas nfo complet ‘mente, imposivelcriar ume teria que concorde com 0s resuadoe experiments em todos os dominios ond feo- tins anteriores fram verifcadas, mas que tena con- Sequéncns diferentes num determinad dominio, uma tco in cuts vias consequénias no concordem todas com fa Natura, E muito difil eriar ume ideia nova. Exige ‘uma imaginagto prodigioss. (Qual vai sero futuro desta aventura? Que vai aeabar por acontscer? Conininmo a advinhar novas es, Qua {as leis vamos ainda dseobrir? Nao sel. Alguns dos meus colegasdizem que esta caractriaticn fundamental da nossa CGéncia vai permanecer, mas penso que certamente n80 haverd sempre novidedes, cigames, durante os proximos nil anos 'Nto podemos continua a descobrir exda vez mass ‘etal vier acontcer, eré magadora a existencia de tan tosnivels que se entrelagam, Na minha opinido, 0 que v fcontese € que 0 todas as Is fcam conhecidas, it, f pati de um himero sufcente de leis poderemos cl ‘ura respesvas consequat esas concordato se pre com a experincia, e enti teremos 0 fim ds cade fu que as experignias se tornam cada vez mas difiess, faa vee mais dipendioes, de miedo que 99,9% dos fen menos seam conbecidor, mas haja sempre um fendmeno ovo, mito dif de ser medido, em desacordo com a teoria loge que tenhamos a expliago deste fenémeno, fur outro « todo este proceso se torn cada vez mais Tentoe cada ver mais desntressante.E outro modo pos: m0 sivel dea fsca acabar. Mas penso que tem de acabar de fama mancira ov de ura PPodemas dar-nos por muito felizes por vivermos numa époce em que ainda se fazer descoberas. £ como a des- coberia da América — s fi efecwada uma vez. Vivemos ‘na época da descoberta das leis fundamentals da Natureza «estes ins jamais volar. £ algo de apaixonante, de maravihoso, mas esta excitagio vai aeabar. Claro que © futuro nos reserva ouosineresss. Haver onteresse ems liga um nivel de fenémenos a outro —fenémenoe na bio logia, ete.— ou, se auiserem, a exploracdo de outros pla neta, mas as ensas que Fazemos hoje nto vag manterse ‘Acontscerdoutra cosa. No fm, se se vrificar que é tudo eonteido ou que aciéncia se torna muito monéiona, 1 discussio e especulago em volta de todos os fenéme- nos sobre os qua hes fle ido praduaimente desapare- cer. Os fildsofos, que esto sempre de foraa faze eomen-> Larios estipidos, rodesr-nos-£0, porque nao podetemos lasti-os,dizendo: «Se tvesvem razko, conseguielamas encontrar todas as leis que faltam. Quendo ses forem todas conhecidas,terdo uma explieago para elas. Por exemplo,existem expligdes sobre a razko deo mondo ser uidimensional. Bem, s6 h& um mundo, ¢ € dil. cil der sem determinada explicagio é verdadeira 00 falsa. Poranto, se for tudo conhecido, haverd gente & explcar por que ¢ que as Is cortecas sto de uma ceta ‘manera. Porém, oss explcacdo realzar-se num quo dro que nfo podemos erties, argumentando que ee ipo {eracocnio mio nos permit’ avangar. Havers uma dese. rerescncia das ideas semelhante & que os grandes expo adores sentem que ocorre quando os turistas comesam a invacir ums dada resi. 2 yIIIFIVITIGS Na nosiaépoca as pessoas esto a experimentar um pra er, 0 prazerinadito que se sente quaida se prex® como 4 Naturezareage nia situagdo nunca vista. A partir da texperlénca eda informacio sobre um determinado dom io possivel prevero que vi acontcer numa regio ainda no explorada. B um pouco diferente da exporagio clés: flea, no sentido de que hi multas piss na tera desc betta para prever como vai ser a tetra incognita. AS pre visbes en cléncia edo multarvezes diferentes do que jase ‘oahece — exigem 1m ponsamento bastante claborado ‘Maso que hi na Natureza que permite prever 0 com> portamento do toda «partir de uma 6 parte? Nao € um testo eienfica, Como so se a resposta, vou respon- der de uma forma nio clenifca. Penso que € porque a NNatureza tem uma grande simplicidade e,portanto, wna sande beers 2

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