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COLEÇÃO
Matemática
PRIMEIRA SÉRIE
COLEÇÃO
2a Edição - 2005
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.
M377
1. sér.
Inclui bibliografia
ISBN 85–7484–317–2
Presidente Governador
José Roberto Marinho Paulo Hartung
ficha técnica
Ilustração
Vicente Mendonça
Jesualdo Gelain
Capa
Inventum Design
AULA 2
Recordando operações.................................................................................... 19
AULA 3
Frações e números decimais........................................................................... 25
AULA 4
Os números reais e a reta numérica................................................................. 32
AULA 5
Potências e raízes............................................................................................ 37
AULA 6
A calculadora.................................................................................................... 42
AULA 7
O que é medir?................................................................................................. 46
AULA 8
Padrões de medida.......................................................................................... 50
AULA 9
Números e grandezas...................................................................................... 56
AULA 10
Grandezas e potências de 10.......................................................................... 59
AULA 11
A linguagem matemática.................................................................................. 62
AULA 12
Resolvendo equações...................................................................................... 67
AULA 13
Resolvendo problemas..................................................................................... 73
AULA 14
Álgebra do dia a dia......................................................................................... 77
AULA 15
Área de um polígono........................................................................................ 81
AULA 16
Comprimento da circunferência....................................................................... 89
AULA 17
Área do círculo................................................................................................. 96
AULA 18
O teorema de Tales.......................................................................................... 104
AULA 19
Semelhança...................................................................................................... 110
AULA 20
Coordenadas.................................................................................................... 120
AULA 22
O gráfico que é uma reta.................................................................................. 132
AULA 23
Grandezas diretamente proporcionais............................................................. 140
AULA 24
Grandezas inversamente proporcionais........................................................... 146
AULA 25
A noção de função........................................................................................... 151
AULA 26
O gráfico de uma função.................................................................................. 158
AULA 27
A função y = ax + b.......................................................................................... 165
AULA 28
Progressões aritméticas................................................................................... 173
AULA 29
Somando os termos de uma progressão aritmética........................................ 178
AULA 30
Revendo conceitos I......................................................................................... 182
AULA 31
Resolvendo sistemas....................................................................................... 187
AULA 32
Sistemas resolvem problemas......................................................................... 192
AULA 33
A interseção de retas e a resolução de sistemas............................................. 197
AULA 34
A equação do 2o grau....................................................................................... 202
AULA 35
Problemas do 2o grau....................................................................................... 209
AULA 36
Função do 2o grau e seu gráfico...................................................................... 214
AULA 37
Variação do sinal da função do 2o grau............................................................ 222
AULA 38
Máximos e mínimos: Função do 2o grau.......................................................... 229
AULA 39
Triângulos......................................................................................................... 233
AULA 40
O teorema de Pitágoras................................................................................... 241
AULA 42
Calculando distâncias indiretamente............................................................... 252
AULA 43
Medida de ângulos........................................................................................... 257
AULA 44
A trigonometria do triângulo retângulo............................................................. 266
AULA 45
Razões trigonométricas dos ângulos de 30o, 45o e 60o . ................................. 273
AULA 46
A lei dos co-senos............................................................................................ 280
AULA 47
Lei dos senos................................................................................................... 290
AULA 48
Distâncias inacessíveis..................................................................................... 299
AULA 49
O círculo trigonométrico................................................................................... 306
AULA 50
Várias medidas para os arcos.......................................................................... 311
AULA 51
A relação fundamental da trigonometria.......................................................... 315
AULA 52
A função seno................................................................................................. 319
AULA 53
A função co-seno............................................................................................. 325
AULA 54
Revendo conceitos II........................................................................................ 330
AULA 55
Inequações do 1o Grau..................................................................................... 334
AULA 56
Inequações do 2o Grau..................................................................................... 341
AULA 57
Sistemas de inequações.................................................................................. 347
AULA 58
Polígonos inscritos........................................................................................... 356
AULA 59
Polígonos circunscritos.................................................................................... 361
AULA 60
Revendo conceitos III....................................................................................... 365
Caro aluno
E
ste livro foi feito para você que está cursando o Ensino Médio ou se
preparando para cursar uma universidade, que já trabalha ou está
prestes a entrar no mercado de trabalho – cada vez mais competitivo.
Sempre que possível, os conceitos e procedimentos apresentados nas aulas
são aplicáveis em situações reais. É que a Matemática trabalhada no Ensino
Médio tem muitas aplicações no mundo do trabalho; relaciona-se com questões
econômicas (como os cálculos de porcentagens e juros); auxilia a compreensão
de informações divulgadas pela imprensa; permite a defesa de seus direitos
como cidadão, entre diversas outras aplicações, que você encontrará neste
livro. Lembre-se, no entanto, que nem tudo na vida tem aplicação imediata,
instantânea. Como na construção de um prédio, algumas coisas importantes
têm de ser preparadas com antecedência para que a construção fique sólida e
não venha a ruir mais tarde. Não podemos esquecer, também, que há conteú-
dos da Matemática que são poderosas ferramentas para a própria Matemática
e para outras ciências, como a Física, a Biologia e a Química.
Você nunca será um bom jogador de futebol, somente assistindo aos jo-
gos em um estádio ou pela televisão, não é? Da mesma maneira, você não
aprenderá Matemática se não fizer Matemática, pois ela não é um esporte para
espectadores; ela exige participação, envolvimento e entusiasmo.
Para ajudá-lo nessa jornada, nossa seqüência de aulas foi planejada para
você desenvolver modos de solucionar, com sucesso, situações envolvendo
números, grandezas, dados ou informações numéricas e figuras no plano
ou no espaço. Ou seja, para você adquirir as competências e habilidades
relativas ao saber matemático do Ensino Médio. Para um aprendizado é pre-
Os autores
O uso dos algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 0 para representar cálculos e contagens é tão comum que chega a ser
considerado uma habilidade natural do ser humano, como andar, falar ou correr.
Mas houve uma época em que os homens não sabiam contar. Ainda hoje existem povos que desconhecem os números
quase por completo, como os botocudos (Brasil), os zulus e os pigmeus (África).
As civilizações antigas, como a egípcia e a maia, utilizavam traços verticais ou horizontais e pontos para registrar as
3
contagens. Atualmente, os algarismos são utilizados para registrar as contagens.
Medir
Qual é a distância rodoviária entre Brasília e Rio de Janeiro?
A distância rodoviária entre Brasília e Rio de Janeiro é de aproximadamente 1 160 km.
13
Para chegar a esse resultado é preciso medir a distância entre as duas cidades usando a unidade padronizada de medida
mais adequada para a situação, ou seja, o quilômetro.
As medidas surgiram com a necessidade de saber mais sobre a forma, o tamanho ou “peso” dos objetos. O ser humano
sentiu que era preciso medir, por exemplo, a duração das estações para saber o momento de plantar e de colher, o
período de gestação de uma mulher ou a distância da Terra à Lua.
Hoje, medir faz parte do dia-a-dia. Você pode medir a altura, a temperatura, a pressão arterial ou o “peso” de uma
pessoa, o consumo mensal de água e de energia elétrica e assim por diante. 4
5
Ordenar
Segundo pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a População (Funap), as dez cidades mais populosas
do mundo, em 2015, serão:
Observando a tabela, sabe-se que São Paulo ocupa a 6a posição na pesquisa. Para obter esse resultado foi preciso ordenar
os dados a partir de um dado inicial – neste caso, a cidade mais populosa.
Ordenar faz parte do cotidiano. Você pode ordenar o número de votos obtidos pelos candidatos numa eleição, o número
de medalhas conquistadas por cada país numa competição esportiva etc. 6
Identificar
Quem é o famoso jogador da camisa 10, um dos maiores atletas do século XX ?
Você já deve ter associado o nome de Pelé à camisa 10.
Os números também são utilizados para identificar endereços, placas de carro, telefones, linhas de ônibus, camisas de
jogadores, CEP (código de endereçamento postal) etc.
Os números na indústria
Exemplo 1
As fábricas de calçados utilizam a seguinte fórmula para determinar o tamanho do sapato de uma pessoa:
Resposta: como o número obtido não é um número inteiro, é feita uma aproximação e dizemos que essa pessoa
calça tamanho 40. 8
15
Qual supermercado apresenta o maior número de artigos com preços mais baixos? Quais são esses artigos? Ao comprar
uma unidade de cada artigo indicado na tabela, qual supermercado o casal deveria escolher para economizar mais
dinheiro? Por quê?
Solução
Observando a tabela, é possível comparar os preços de cada artigo nos três supermercados para encontrar aquele que
apresenta o maior número de artigos com preços mais baixos. Neste caso, o supermercado OFERTÃO oferece o menor
preço em três artigos (feijão, arroz e óleo).
Para decidir em qual supermercado o casal economizará mais dinheiro, é necessário calcular o valor das despesas totais
para cada supermercado. Neste caso, temos:
Resposta: o supermercado OFERTÃO oferece o maior número de artigos (feijão, arroz e óleo) com preços mais
9
baixos e o PREÇO BOM apresenta mais vantagem ao comprar uma unidade de cada artigo da oferta.
ENotícias
scrita dos números
com dados numéricos costumam aparecer quase todos os dias em jornais e revistas. Por exemplo:
Observe que os números utilizados nesta informação estão escritos de uma forma abreviada, para facilitar a leitura.
Por exemplo, R$ 7 000 000,00 foi escrito como R$ 7 milhões. Também foi escrito 140 mil em vez de 140 000.
16
3 O gráfico abaixo representa a produção de uma fábrica de calça jeans, no período de janeiro a junho.
PRODUÇÃO DO 1º SEMESTRE
250
200
150
100
50
0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN
f) Qual foi a média (ou média aritmética) mensal do número de calças fabricadas?
g) Em que meses a produção esteve acima da média? E abaixo?
h) Em que meses a produção ficou entre 180 e 250 calças produzidas?
4 Copie e continue as seqüências, encontrando mais de três termos de cada uma delas:
a) 23, 28, 33...
b) 8, 11, 10, 13, 12...
c) 128, 64, 32...
5 Um ônibus tem capacidade para levar, no máximo, 36 passageiros sentados. Qual o menor número de viagens
que ele fará para levar 201 pessoas sentadas?
7 Escreva no seu caderno os dados numéricos das frases, utilizando apenas algarismos indo-arábicos.
a) A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pagou uma indenização de R$ 1,6 milhão.
b) O orçamento de uma prefeitura deverá ser de R$ 5,58 bilhões.
c) A distância da Terra ao Sol é de aproximadamente 149,6 milhões de quilômetros.
8 Transcreva para o seu caderno os números abaixo. Reescreva esses números, utilizando as formas abreviadas
de cada um:
Números Escrita de forma abreviada
1 200 000
7 560 000 000
148 800
23 000
9 Forme um grupo com alguns colegas e procurem em jornais e revistas notícias com dados numéricos escritos
de forma abreviada.
O caderno é o seu diário de Matemática. Ele deve conter sua história na construção
dos conhecimentos.
18
Recordando operações
. Bianca quer comprar uma bicicleta. A da marca Bike custa R$ 169,00. A da marca
.
Roler custa R$ 16,00 a mais. Quanto custa a bicicleta da marca Roler?
Bianca tem R$ 150,00. Quanto ela precisa juntar para comprar a bicicleta da marca
.
Bike? E para comprar a outra bicicleta?
A lanchonete do Otávio oferece sanduíches que combinam um tipo de frio com
um tipo de queijo. Se há cinco tipos de frios (salame, mortadela, presunto, lombinho
e carne assada) e quatro tipos de queijo (minas, coalho, prato e mussarela)
.
disponíveis, quantos sanduíches diferentes podem ser feitos?
Quero vender 52 limões embalados em saquinhos de 4 limões. Quantos sacos
poderei formar? 1
A s contas no dia-a-dia
Nesta aula, você vai relembrar as operações elementares: a adição, a subtração, a multiplicação e a divisão. É bom rever
como essas operações são feitas e, principalmente, quando devem ser utilizadas na resolução de um problema.
2
Exemplo 1
Você e seus colegas organizaram uma festa na escola a fim de arrecadar fundos para a reforma da quadra de esportes.
Montaram barraquinhas de salgados, doces, brincadeiras etc. Na barraca de doces, onde você ficou com mais dois colegas,
os preços eram:
1 docinho = R$ 0,50
3 pés-de-moleque = R$ 0,50
As vendas estavam boas, até que um dos convidados quis comprar uma caixa fechada de pés-de-moleque e queria saber quanto
deveria pagar. Você contou e descobriu que na caixa havia 35 pés-de-moleque. Como calcular o valor da caixa?
Antes de ler a resolução do problema, tente resolvê-lo. Reúna-se com alguns colegas
e discuta com eles como vocês resolveriam o problema. Ou seja, por quanto vocês
venderiam a caixa de pés-de-moleque se estivessem, de fato, nesta situação. Depois,
compare sua solução com as dos outros colegas e, ao final, verifique se a solução
encontrada por vocês é semelhante às soluções apresentadas aqui no livro.
19
Solução 1
Dividindo 35 por 3, temos 11 e restam 2. Os alunos resolveram dar 2 pés-de-moleque de brinde e venderam a caixa
por R$ 5,50. Para isso, eles fizeram a seguinte conta:
35 ÷ 3 = 11, resto 2
50 centavos × 11 = 0,50 × 11 = 5,50
0,50 + 0,50 + 0,50 +...+ 0,50 = 5,50
11 vezes 0,50 = 5,50
Resposta: o valor da caixa é R$ 5,50.
Solução 2
Um outro grupo, ao saber do problema, discordou da primeira solução. Usando uma calculadora, os alunos fizeram o
seguinte cálculo:
35 ÷ 3 = 11,6666...
Depois, multiplicaram esse resultado por 0,50, obtendo 5,8333... Para esse grupo, a caixa deveria ter sido vendida
por R$ 5,83.
Resposta: o valor da caixa é R$ 5,83. 3
A soma
A operação de adição, ou soma, é usada quando é preciso juntar coisas que estão separadas.
Exemplo 2
Ana, Pedro e Carla resolveram juntar suas poupanças para comprar CDs. Ana tem R$ 53,00, Pedro tem R$ 59,00 e
Carla tem R$ 37,00. Quanto eles têm ao todo?
Solução
Para juntar as poupanças, deve-se somar as quantias de cada um. A operação a ser feita é:
53 + 59 + 37 = 149
Resposta: juntos, eles têm R$ 149,00.
Cada um dos números de uma soma chama-se parcela. Na operação de adição, é possível somar as parcelas em qualquer
ordem. Por isso, temos certeza de que 53 + 37 + 59 também é igual a 149. Esta propriedade da adição é chamada
de comutatividade (propriedade comutativa da adição). 4
A subtração
A operação de subtração é necessária quando é preciso tirar uma quantidade de uma outra para ver quanto sobra.
Exemplo 3
Antônio comprou a prazo o material escolar de seu filho. Deu uma entrada de R$ 23,00 e dividiu o restante em duas
prestações iguais. Se o material custou R$ 87,00, qual o valor que será parcelado?
Solução
Se você pensou em usar a subtração para resolver o problema, muito bem. Afinal, esse é um exemplo claro de operação
de subtração ou conta de menos. A operação é:
87 – 23 = 64
Resposta: Antônio deveria parcelar a quantia de R$ 64,00 em duas vezes.
A subtração também fornece outros resultados importantes. A subtração compara, ou seja, verifica quanto uma
quantidade tem a mais que outra.
Exemplo 4
Pedro e Flávio colecionam chaveiros. Pedro já conseguiu 46 chaveiros e Flávio, 27. Quantos chaveiros Flávio precisa conseguir
para ter a mesma quantidade que seu amigo?
Solução
A operação a fazer é:
46 – 27 = 19
Resposta: Flávio deverá conseguir mais 19 chaveiros para ficar com a mesma quantidade que Pedro.
1 DÚZIA DE LARANJAS
A multiplicação
A multiplicação é a operação que simplifica uma soma de parcelas iguais. Por exemplo:
7 + 7 + 7 + 7 + 7 + 7 + 7 + 7 = 56
O número 7 apareceu oito vezes. Ou seja, estamos somando o número 7 oito vezes. Então, representamos esta soma
de parcelas iguais por uma multiplicação.
7 + 7 + 7 + 7 + 7 + 7 + 7 + 7 = 7 × 8 = 56
Em uma multiplicação, cada número chama-se fator. Você deve se lembrar de que a multiplicação tem algumas
propriedades. São elas:
1. Na multiplicação, a ordem dos fatores não altera o resultado.
8 x 7 = 7 x 8 = 56
7
2. Quando há várias multiplicações seguidas, qualquer uma delas pode ser feita primeiro.
2 x 3 x 5 = (2 x 3) x 5 = 6 x 5 = 30
2 x 3 x 5 = 2 x (3 x 5) = 2 x 15 = 30 8
2 x 3 x 5 = (2 x 5) x 3 = 10 x 3 = 30 21
3. Quando um número multiplica uma soma, ele multiplica cada parcela dessa soma. Por exemplo:
2 x (5 + 7 + 4) = 2 x 16 = 32
Ou, ainda: 2 x (5 + 7 + 4) = 2 x 5 + 2 x 7 + 2 x 4 = 10 + 14 + 8 = 32 9
Esta propriedade chama-se lei distributiva. É constantemente usada em Matemática.
O princípio multiplicativo
A multiplicação também é a base de um raciocínio muito importante na Matemática, chamado de princípio
multiplicativo. Para entender melhor, acompanhe o seguinte exemplo:
Maria Angélica tem três blusas e quatro saias. De quantas maneiras diferentes Maria Angélica pode se vestir?
10
A divisão
Você já aprendeu que a operação inversa é aquela que desfaz o que a outra faz. O inverso de multiplicar é dividir.
Você já sabe que:
8 x 4 = 32
Observe o que faz a divisão.
32 4 = 8 (32 dividido por 4 é igual a 8)
ou
32 8 = 4 (32 dividido por 8 é igual a 4)
Exemplo 5
a) Nas últimas décadas, o que vem acontecendo com a pirâmide de idades do Brasil? Por quê?
b) Pelo gráfico, o que você pode dizer sobre a mortalidade infantil no Brasil?
c) Entre 35 e 39 anos, a projeção para 2020 é de haver mais homens ou mais mulheres? Por quê?
d) Anote outras conclusões a que você pode chegar usando estes gráficos.
José leu o anúncio e ficou preocupado: percebeu que em sua casa o vazamento era de 40 gotas por minuto e isso já
vinha acontecendo há 30 dias. Quantos litros de água José já desperdiçou? 23
3 Nos elevadores, costuma-se indicar o peso máximo ou o número de pessoas permitidas. No elevador do prédio
onde mora Denise está escrito:
Peso máximo
420 kg
Número de pessoas
6
4 Um aparelho de som custa R$ 800,00, mas pode ser vendido em 4 prestações de R$ 210,00 cada uma. Qual é a
diferença entre o valor total a prazo e o valor total à vista?
5 Um restaurante italiano oferece três tipos de massa (talharim, espaguete e penne), que podem ser simples (na
cor natural) ou de espinafre (na cor verde). O freguês pode, ainda, escolher quatro tipos de molho (sugo, bolonhesa,
quatro queijos e branco). Quantos tipos diferentes de escolha tem um freguês neste restaurante?
É importante que você desenvolva sua autoconfiança para defender seus pontos de
vista e sua maneira de resolver problemas.
24
Solução
Exemplo 2
Trabalhando em grupo, discuta e escreva quais os cálculos que devem ser feitos
para se conhecer uma fração de um todo. Aproveite e resolva o Exercício 1.
2
Divisão prolongada
Exemplo 3
Quatro amigos querem dividir igualmente uma conta de R$ 25,00. Quanto cada um deverá pagar?
Solução
O número 25 não é múltiplo de 4 e, portanto, a quantia que cada um deve 25 4
pagar não será um número inteiro. Para isso existem os centavos! Você se –24 6
lembra como é feita a divisão de 25 por 4? 1
Até agora, a conta indica que cada pessoa pagará R$ 6. Mas existe ainda um 25 4
resto de um real. Para continuar a conta, acrescente um zero ao resto e uma –24 6,25
vírgula ao quociente. 10
–8
20
O resultado da divisão de 25 por 4 é 6,25. –20
0
Resposta: cada pessoa pagará 6 reais e 25 centavos.
Utilizamos uma fração para indicar a divisão e podemos representar a operação 25 = 6,25
que fizemos da seguinte forma. 4
Todas as frações podem ser representadas por números decimais. Basta dividir
o numerador pelo denominador, prolongando a operação.
A máquina de calcular faz muito bem o trabalho de dividir o numerador pelo denominador da fração. Observe os
exemplos:
1. 2 5 : 4 = 6.25
26
Dividindo uma Dividindo a unidade em
unidade em 10 partes 100 partes iguais, cada
iguais, cada parte parte é representada por
é representada por 0,01 (um centésimo).
0,1 (um décimo). E assim por diante.
Frações equivalentes
Na figura abaixo, um quadrado foi Agora, o quadrado foi dividido em O quadrado foi dividido em 8 partes
4 partes iguais e 2 dessas partes iguais e 4 partes foram coloridas.
dividido ao meio.
foram coloridas.
Fração colorida:
Fração colorida: Fração colorida:
27
As frações são frações equivalentes. Isso porque, mesmo diferentes, elas representam a mesma quantidade.
Logo, 4
Para determinar frações equivalentes a uma fração dada, é preciso multiplicar ou dividir o numerador e o denominador
da fração pelo mesmo número, diferente de zero. 5
Veja os exemplos:
Observe que nos dois últimos exemplos a propriedade é utilizada para simplificar as frações. 6
Discuta com seus colegas e explique o que significa simplificar uma fração.
7
Mas como se faz para somar ou subtrair frações com denominadores diferentes?
Os denominadores são diferentes. Procuremos um número que seja múltiplo de ambos, 12, por exemplo, que é múltiplo
de 4 e também de 6. Vamos então representar as duas frações dadas com esse mesmo denominador.
Então:
28
Como faremos ? Qual será o novo denominador? Pense um pouco e observe a solução.
Multiplicação de frações
Ao comprar 3 caixas de 10 disquetes de computador, quantos disquetes uma pessoa comprou? E ao comprar 4 pacotes
de meio quilo de café?
3 caixas de 10 disquetes são 3 x 10 disquetes ou 30 disquetes.
A figura abaixo foi dividida em 4 partes iguais e 3 dessas partes foram assinaladas:
(portanto, da figura).
O inverso de um número
O inverso de um número é um outro que, multiplicado pelo primeiro, dá 1.
Por exemplo:
9
O inverso de 2 é , porque
O inverso de porque
29
Dividir um número por outro é o mesmo que multiplicar esse número pelo inverso do outro.
1 Em uma confeitaria, uma das tortas estava dividida em 8 fatias iguais. Cada uma das fatias foi vendida por R$1,50.
Calcule quanto pagou uma pessoa que comprou: 1
8
7 2
a) 6
4
3
5
3 Dois candidatos, A e B, disputam a prefeitura de uma cidade. Uma pesquisa realizada com 200 eleitores indicou que
preferem o candidato A e que o restante prefere o candidato B.
a) Quantos eleitores consultados preferem o candidato A?
b) Quantos eleitores consultados preferem o candidato B?
c) Que fração dos eleitores consultados prefere o candidato B?
4 Em uma microempresa, 6 pessoas, que representam do total de funcionários, fazem serviço externo. Quantos
funcionários tem a empresa?
5 Sueli gasta do salário com alimentação e com aluguel, ficando ainda com R$ 560,00. Qual é o salário de Sueli?
6 Em uma corrida, dos participantes desistiram durante a primeira volta. Dos que começaram a segunda volta,
desistiu antes do término da corrida, que terminou com 24 corredores. Quantos corredores iniciaram a corrida?
30
a)
8 Em uma oficina, existem chaves de boca medidas em polegadas. Transforme as medidas de polegadas em
milímetros.
a)
10 Em uma loja de ferramentas, há parafusos de de polegada. Qual você deve comprar se quiser o
parafuso mais fino (de menor diâmetro)?
Mais importante do que simplesmente dar a resposta correta são os caminhos da solução
e as justificativas, o que você deve sempre registrar no seu caderno.
31
300d.C.
zadas em História. Veja aqui um 400d.C.
500d.C.
? - Hipátia
600d.C. 569? - Maomé
humanidade. 1
Nesse caso, o resultado da subtração é –3, ou seja, um número negativo. Os números negativos também são usados para
representar dívidas, déficits, temperaturas abaixo de zero etc. Os números naturais mais os números negativos formam um novo
conjunto de números, chamados de números inteiros. O conjunto de números inteiros é representado pelo símbolo .
Os números ...– 3, – 2, – 1, 0, 1, 2, 3... são números inteiros. Eles podem ser representados numa reta numérica:
-3 -2 -1 0 1 2 3
32
N úmeros racionais
Acrescentando as frações e os números decimais aos números inteiros, forma-se o conjunto dos números racionais,
representado pelo símbolo . A palavra racional vem do latim ratio, que significa divisão. Ou seja, os números racionais
receberam esse nome porque são obtidos pela divisão de dois números inteiros.
.
Veja os seguintes exemplos:
Os números 0,25 e 2,5 são números decimais exatos. Já o número 0,555... tem infinitas
casas decimais, todas iguais a 5. Os números 0,333... , 0,4577777... também têm
infinitas casas decimais. Ou seja, os números racionais sempre são números decimais
finitos ou infinitos – neste caso, com uma parte periódica que se repete infinitas vezes.
São as chamadas dízimas periódicas.
Os números naturais e os números inteiros também podem ser chamados de números racionais, porque podem ser
obtidos pela divisão de dois números inteiros. Por exemplo: 3 = .
Qualquer número racional pode ser representado por um ponto na reta numérica. Caso você queira, por exemplo, assinalar
na reta numérica o número 0,5, que está entre 0 e 1, em primeiro lugar marque os pontos correspondentes a 0 e 1 na reta
numérica. Como 0,5 = , divida o segmento de 0 a 1 em duas partes iguais. Assim, você vai obter o ponto que representa 0,5.
0 0,5 1
..
Agora, reflita sobre as seguintes perguntas:
..
É possível marcar outro número racional entre 0 e 1 diferente de 0,5? 2
É possível repetir o mesmo processo?
Quantos números você acha que é possível marcar entre 0 e 0,5?
É possível, então, marcar todos os números racionais existentes entre dois outros números racionais? Explique. 33
Para frações maiores do que 1 e menores do que 2, divida o segmento entre 1 e 2 em 5 partes iguais e marque as
frações
As frações próprias (numerador
Portanto, para marcar uma fração na reta numérica, é menor do que o denominador) são
necessário saber, em primeiro lugar, entre que números menores que 1. Portanto serão
naturais está a fração que será marcada. Em seguida, marcadas entre 0 e 1.
divide-se o segmento onde será marcada a fração no 3
número adequado de partes iguais.
O número tem uma infinidade de casas decimais que não se repetem, portanto não é uma dízima periódica. Repare
que, após a vírgula, a 1a casa decimal é o zero, seguido do número 1. A seguir há outro zero seguido de duas vezes o
número 1, e assim por diante.
Logo, os próximos algarismos serão o zero seguido de quatro vezes o número 1.
Esse número não é um número racional. É um exemplo de número irracional. Números irracionais não são obtidos
5
pela divisão de dois números inteiros.
N úmeros reais
Ao estudar a operação de radiciação, e particularmente a raiz quadrada, você aprendeu que nem todo número natural
tem raiz quadrada que seja um número natural.
Números como 0, 1, 4, 9, 16, 25, 36, 49, 64, 81 e 100 são chamados quadrados perfeitos, porque suas raízes
quadradas são também número naturais.
As raízes quadradas dos números naturais que não são quadrados perfeitos são números irracionais. Outras raízes,
com índices diferentes de 2 e que não são números naturais, também são números irracionais.
Por exemplo:
-2 -1 0 1 1 2 3
Agora que você sabe a medida da hipotenusa do triân-
gulo, marque na reta numérica da seguinte manei-
ra: posicione em 0 a ponta sem grafite (ponta seca) de
um compasso e com abertura igual ao comprimento da
x 1
hipotenusa descreva um arco com o compasso, encon-
trando o ponto na reta que corresponde a .
1 2
-2 -1 0 1 2 3
É claro que nem sempre é possível fazer uma construção geométrica para marcar outros números irracionais na reta.
Mas, em princípio, todo número racional ou irracional pode ser marcado na reta numérica. Na prática, para marcar
números irracionais, é preciso localizar um valor aproximado do número. Por exemplo, para localizar o número , é
preciso descobrir quais são os números quadrados mais próximos de 5.
O número 5 está entre 4 e 9, logo 4 < 5 < 9. está entre , donde e portanto está entre
2 e 3, ou seja, 2 < < 3. Assim, você pode marcar o número entre os números 2 e 3.
-2 -1 0 1 2 5 3
Temos que:
Se você desejar uma localização ainda mais precisa desse número, tome valores mais aproximados de . Assim, pode 7
representar na reta com uma precisão bastante razoável, ou seja, próxima do valor exato do número.
5
-2 -1 0 1 2 3 8
Pelo fato de representar os números racionais e os irracionais, a reta numérica pode ser chamada de reta real.
Intervalos
Em muitas situações na Matemática, é preciso trabalhar com subconjuntos dos números reais que são chamados de intervalos. 35
-1 2
Estão representados na reta todos os números reais entre –1 e 2, excluindo os extremos. As bolas vazias sobre o
–1 e sobre o 2 indicam que esses números não pertencem ao intervalo. Indica-se esse intervalo por ] –1 ; 2 [.
-3 -2 -1 -0,5 0
Nesta outra reta, estão representados todos os números reais entre –3 e –0,5, incluindo os extremos. As bolas fechadas sobre
o –3 e sobre o –0,5 indicam que esses números pertencem ao intervalo.
Indica-se esse intervalo por [–3; –0,5].
3 Copie o trecho da reta numérica apresentado a seguir e marque sobre ele os seguintes números reais: – 2,5;
0,75; ; – 0,666...
36
Potências e raízes
Você, com certeza, já deve ter olhado para o céu e se perguntado qual é a distância da Terra
até o Sol. E as estrelas? Estão a que distância? Os astrônomos medem as distâncias entre as 1
estrelas em uma unidade chamada ano-luz, que é a distância percorrida pela luz durante
um ano. Um ano-luz corresponde a, aproximadamente, 9 500 000 000 000 km (nove
trilhões e quinhentos bilhões de quilômetros). Para facilitar a leitura deste número, os
cientistas costumam escrevê-lo assim: 1 ano-luz = 9 500 000 000 000 km = 9,5 x 1012 km.
Esta forma de escrita do número é chamada de notação científica. Acontece que essa
distância é ainda pequena se comparada ao universo conhecido. A estrela mais
próxima da Terra fica na constelação Centauro e está a 4 anos-luz de distância. Mas
existem estrelas que estão a bilhões de anos-luz. Imagine que número gigantesco
deve representar essa distância em quilômetros. Para representar esses números
“astronômicos”, usamos potências. Você saberia representar, em quilômetros, a
distância da estrela da constelação Centauro até a Terra? 2
Os únicos casos de potenciação que têm nomes especiais são o de expoente 2 (que se lê ao
quadrado) e o de expoente 3 (que se lê ao cubo). Mas de onde vêm esses nomes especiais?
Os 9 pontos formam um quadrado de lado com 3 pontos. Por isso, dizemos que 9 é o
quadrado de 3.
Na figura, estão marcados 8 pontos que formam um cubo, cada lado com dois pontos. Por
isso, dizemos que 8 é o cubo de 2.
7 fatores
Como cada expoente representa o número de fatores, então o número total de fatores é a soma dos expoentes.
Daí, conclui-se que para multiplicar potências de mesma base deve-se conservar a base e somar os expoentes. 6
Esse resultado, escrito de forma geral, fica assim: am . an = am + n
Discuta com seus colegas o problema a seguir e tente descobrir qual é o resulta-
do, antes de ver a solução proposta.
Exemplo 1
Certa estrela está a 1,2 milhão de anos-luz do Sol. Sabendo que 1 ano-luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros, determine,
em quilômetros, a distância entre a estrela e o Sol, em notação científica.
Solução
Vamos exprimir os números dados usando números decimais e potências de 10. Observe:
1 mil = 1 000 = 103
1 milhão = 1 000 000 = 106
1 bilhão = 1 000 000 000 = 109
1 trilhão = 1 000 000 000 000 = 1012
Então: 1,2 milhão = 1,2 x 106
9,5 trilhões = 9,5 x 1012 7
Para calcular a distância entre o Sol e a estrela, multiplique esses dois números. Observe que são multiplicados os números decimais
e as potências de 10. Veja: 1,2 x 106 x 9,5 x 1012 = 1,2 x 9,5 x 106 x 1012 = 11,4 x 106+12 = 11,4 x 1018 km.
Ao representar um número por um número decimal multiplicado por uma potência de 10, estamos usando o que se
chama de notação científica. É assim que os cientistas representam números muito grandes – os números “astronômicos”.
Eles também convencionaram (isto é, combinaram) que nunca escreveriam mais de um dígito na parte inteira. Assim,
um verdadeiro cientista não escreveria a distância como 11,4 x 1018 km. Ele a escreveria assim: 1,14 x 1019 km.
Resposta: a distância da estrela ao Sol, escrita em notação científica, é de 1,14 x 1019 km.
Na Aula 10 deste livro você conhecerá mais detalhes sobre a notação científica.
A
8
divisão de potências de mesma base
Divida a por a :
6 2
Cada fator do denominador é cancelado com um fator do numerador. Então, o número de fatores do resultado é a diferença
entre o número de fatores do denominador e o número de fatores do numerador. Conclusão: para dividir potências de 9
mesma base, basta conservar a base e subtrair os expoentes. Esse resultado, escrito de forma geral, fica assim:
39
O inverso da potenciação
Você já sabe que 3 elevado ao quadrado é igual a 9 (3 = 3 3 = 9). Mas qual é o número que elevado ao quadrado
2
x
dá 25? A resposta a esta pergunta leva a uma das operações inversas da potenciação: a radiciação.
Você sabe que: 5 x 5 = 52 = 25. Então, = 5 (ou seja, a raiz quadrada de 25 é 5). Esta operação é conhecida como
radiciação.
O sinal é chamado de radical
25 é chamado de radicando
5 é a raiz quadrada de 25
Para encontrar a raiz quadrada de 64 ( ), é necessário responder à seguinte pergunta: qual é o número que elevado
ao quadrado dá 64? Como 82 = 64, temos que: = 8.
Quadrados perfeitos
Na tabela abaixo, você pode conferir os quadrados de alguns números, para facilitar a determinação da raiz quadrada.
Número 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10...
11
Quadrado 0 1 4 9 16 25 36 49 64 81 100...
Os números que aparecem na segunda linha (a linha dos quadrados) são chamados de quadrados perfeitos. Já os números 12
que não aparecem não são quadrados perfeitos e por isso não possuem raiz quadrada que seja um número natural. Por
exemplo, não tem raiz quadrada que seja um número natural. Logo, 2 não é um número quadrado perfeito.
Cubos perfeitos
Veja agora a operação inversa do cubo (3a potência).
Qual é o número que elevado ao cubo dá 27?
Confira a tabela de cubos:
Número 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 ...
Cubo 0 1 8 27 64 125 216 343 512 729 ...
Quando multiplicamos dois radicais de mesmo índice, o produto pode ser expresso por meio de um único radical. Esta
importante propriedade dos radicais pode ser escrita de forma geral assim:
2 O planeta Plutão, o mais afastado do sistema solar, está a 5 900 milhões de quilômetros de distância do Sol. Escreva
essa distância em quilômetros usando um número decimal com 1 dígito na parte inteira e uma potência de 10.
5 Escreva, no seu caderno, cada uma das expressões a seguir usando uma única potência de base 5:
a) 5 x 56
2
b) 57 ÷ 54
c)
6 Hoje, sabe-se que em 1 litro de sangue humano há, aproximadamente, 5 000 000 000 de glóbulos vermelhos.
Uma pessoa adulta possui, em média, 5,5 litros de sangue. Quantos glóbulos vermelhos tem, aproximadamente,
uma pessoa adulta?
41
A calculadora
Um problema comum na vida da maioria das pessoas é tentar equilibrar receitas
(quantias recebidas, ganhos) e despesas (gastos). Suponha que, em certa semana,
Maria fez as seguintes anotações das quantias recebidas e gastas:
Receita (em reais) Despesa (em reais) Será que sobrou algum dinheiro
73,00 18,00
15,00 4,30 para Maria nessa semana? 1
51,60
12,45
C onhecendo a calculadora
Nesta aula, você vai aprender a utilizar a máquina de calcular em operações simples. Para % OFF ON
C
acompanhar os cálculos, o ideal é ter uma máquina de calcular à mão. Se você tem uma, MR M- M+ +
compare-a com a mostrada na figura ao lado, porque a disposição das teclas varia de um 7 8 9
modelo para outro. Caso você não tenha uma máquina de calcular, sente-se junto a um 4 5 6 x 2
colega que possua uma. 1 2 3 -
0 . = +
Localize as teclas dos algarismos de 0 a 9 e das quatro operações: adição (+), subtração
(–), multiplicação (x) e divisão (÷). Veja também onde está o sinal de igual (=).
Em vários países, usa-se o ponto, e não a vírgula, para separar a parte decimal de um número. Por exemplo: 3.6 (três
ponto seis) é a mesma coisa que 3,6 (três vírgula seis).
Lembre-se de que pode haver diferenças entre a sua máquina de calcular e a mostrada aqui. O importante é você saber para
que servem todas as teclas que aparecem na máquina que você está usando.
Para que sua máquina se mantenha em bom funcionamento, é preciso ter alguns cuidados:
• Não a deixe cair no chão. Isso pode danificá-la.
• A máquina “detesta” água: não a lave nem deixe cair nenhum líquido sobre ela.
• O calor estraga a calculadora: não a deixe perto do fogão nem exposta ao
sol ou em superfícies quentes.
• Se a máquina começar a errar ou não obedecer aos comandos, troque as
pilhas (ou baterias).
• Aperte as teclas com delicadeza: não use força.
Com esses pequenos cuidados, sua calculadora pode durar muitos anos.
42
Dona Maria faz sanduíches para seus três filhos venderem quando voltam da escola. No fim do dia, os meninos voltam para
casa com o dinheiro, que é dividido em 3 partes iguais: uma para dona Maria, outra para comprar os ingredientes do dia
seguinte, e outra para ser dividida igualmente entre os 3 filhos.
Certo dia, as crianças venderam 31 sanduíches, por R$ 2,00 cada um. Quanto cada filho deve receber?
Solução
Se os meninos venderam 31 sanduíches por R$ 2,00 cada, eles ganharam 31x R$ 2,00 = R$ 62,00.
Uma terça parte deste valor será dada aos filhos de dona Maria. O resultado deve ainda ser dividido por 3, para sabermos
quanto cada menino receberá.
Com a máquina de calcular, é possível fazer todas as contas de uma vez só, apertando as teclas como mostrado a seguir:
31 x 2 ÷ 3 ÷ 3. O resultado desta conta é 6,888888...
Como só existem duas casas para os centavos de real, considera-se apenas duas casas decimais do resultado.
Com um pouco de prática, você vai achar muito fácil fazer contas com a máquina de calcular. Mas nunca se esqueça
de que ela só faz o que você ordena. A máquina é rápida, mas você tem uma coisa mais poderosa: o raciocínio. A máquina
não vale nada se não for usada por alguém que pense! Portanto, você deve raciocinar para descobrir quais são as contas
que devem ser feitas. O resto, a máquina faz.
Para utilizar bem a máquina, é preciso conhecer as propriedades das operações.
Exemplo 2
Uma loja está vendendo um toca-fitas portátil por R$ 100,00 em três prestações iguais e sem juros. Qual o valor de cada prestação?
Solução
A conta que deve ser feita para descobrir o valor de cada prestação é a divisão 100 ÷ 3.
Ao fazer essa conta na calculadora, obtém-se: 100 ÷ 3 = 33,333333333...
Existem divisões que não acabam nunca e dão como resultado uma dízima periódica. Nestes casos, a máquina de
3
calcular mostra o resultado com algarismos que se repetem depois da vírgula (ou do ponto).
Como, na prática, não são necessárias muitas casas decimais, dizemos que o resultado da divisão de 100 por 3 é,
aproximadamente, 33,33. Observe que 33,33 x 3 = 99,99 e não 100. Em situações comerciais, como no exemplo
anterior, a resposta é em geral dada da seguinte maneira: a primeira prestação será de R$ 33,34 e as outras duas de
R$ 33,33, cada uma. Observe que agora a soma dos três valores dá R$ 100,00.
Resposta: a primeira prestação é de R$ 33,34 e as outras duas são de R$ 33,33 = R$100,00.
As teclas de memória
Vamos agora aprender a utilizar três novas teclas: M+; M– e MR. Elas são chamadas de teclas de memória.
A tecla de memória M+ soma o número que está registrado no Receita (em reais) Despesa (em reais)
visor ao conteúdo da memória. A tecla M– subtrai o número 20,00 7,20
que está registrado no visor do conteúdo da memória. A tecla 12,00 5,30
MR devolve para o visor os valores acumulados na memória. 16,00 18,40
Você é o tesoureiro da Associação de Alunos de sua escola. Para 6,00
não se perder nos cálculos e poder comprovar todos os gastos, 10,00
você anota as receitas e as despesas em um caderno. Veja as 7,60
anotações desta semana: 43
Neste mês, sobrou algum dinheiro no caixa da Associação ou os gastos foram maiores do que os recebimentos?
É possível fazer estes cálculos na máquina de calcular com facilidade. Veja:
2 0 + 1 2 + 1 6 – 7 . 2 – 5 . 3 – 1 8 . 4 – 6 – 1 0 – 7 . 6 = – 6 .5
O resultado negativo indica que se gastou mais do que se recebeu. A Associação de Alunos, portanto, está com uma
dívida ou, como é costume dizer, está com um prejuízo de R$ 6,50.
Mas ficamos sem saber quanto a Associação gastou e quanto recebeu. Se você quiser também essas informações, deve
operar a maquina de forma diferente. Primeiro, é preciso somar as despesas. No final, aperte a tecla M+ para guardar
o resultado na memória da máquina.
7 . 2 + 5 . 3 + 1 8 . 4 + 6 + 1 0 + 7 . 6 = 5 4 . 5 M+
Sabemos então que a Associação de Alunos gastou, este mês R$ 54,50. E este resultado está guardado dentro da
máquina – na memória da máquina.
Agora some as receitas:
2 0 + 1 2 + 1 6 = 48
A Associação de Alunos recebeu, este mês, R$ 48,00.
Agora, com o valor da receita ainda no visor, aperte a tecla – e, em seguida, as teclas MR e = :
48 → receita
– MR 54,5 → a despesa guardada na memória aparece
= – 6,5 → prejuízo
44
a) 1,412=1,9881 b)1,422=2,0164
Conclui-se então que é um número compreendido entre 1,41 e 1,42. Repetindo esse processo para tentar determinar
um número que elevado ao quadrado dá 2, temos:
Agora é sua vez. Trabalhando em grupo, descubra valores aproximados (com uma
7
e duas casas decimais) para
1 Você hoje saiu de casa com R$ 11,70 na carteira. Primeiro gastou R$ 0,60 de passagem para ir até a casa de um
amigo que lhe devia R$ 7,50. Recebeu o dinheiro e voltou para o seu bairro, gastando mais R$ 0,60 de ônibus. Antes
de voltar para casa, fez umas comprinhas. Na padaria, gastou R$ 3,85; no açougue, R$ 4,28; e na mercearia, R$ 8,33.
Quanto você ainda tem na carteira?
3 Nunca podemos dividir um número por zero. Se você fizer isso na máquina, o que acontece?
4 Faça a conta 10 000 x 10 na calculadora. Aperte o sinal de igual mais cinco vezes. O que você observa? Verifique
se a calculadora de seu colega apresenta o mesmo tipo de resultado.
5 Faça a conta 10 000 x 0,1 na calculadora. Aperte o sinal de igual mais cinco vezes. O que você observa? Verifique
se a calculadora de seu colega apresenta o mesmo tipo de resultado.
45
O que é medir?
a) Vou encomendar uma vara de madeira para pendurar uma cortina.
O que preciso fazer para comprar a vara do tamanho certo?
b) Tenho um terreno e sei quanto está valendo o metro quadrado na região onde
ele está situado.
O que preciso fazer para saber quanto vale o terreno?
c) Para comemorar seu centenário, uma loja de roupas masculinas está oferecendo um
terno sob medida ao primeiro senhor que se apresente e pese exatamente 100 quilos.
O que preciso fazer para saber se estou pesando 100 quilos?
d) O pediatra disse que só devo dar o remédio a meu bebê se a temperatura dele
chegar a 38 graus.
O que preciso fazer para saber se o bebê está com 38 graus de temperatura?
e) Quero comprar uma aliança para minha namorada para comemorar nosso
noivado.
O que fazer para que a aliança não fique larga nem apertada?
Trabalhando em grupo, responda o que é preciso fazer nas situações acima. 1
Depois de tantos exemplos, talvez você e seus colegas estejam pensando que é possível medir qualquer coisa. Mas não
46 é bem assim.
.
de telhas
Na construção de uma casa
Contamos: o número de molduras de janelas e
.
portas, o número de azulejos, tacos etc.
Medimos: a largura da casa, o pé-direito, a área
da sala, o volume da caixa-d’água etc.
número
de tijolos
altura
comprimento
largura
..
Na receita de um bolo
Contamos: o número de ovos, de xícaras de açúcar, de colheres de chocolate em pó, de colheres de fermento etc.
Medimos: o conteúdo de uma xícara ou de um copo de leite, a temperatura do forno, o tempo necessário
para que o bolo asse etc. 4
..
Numa criança de 2 anos
Contamos: o número de dentes, de palavras que fala, de batidas do coração por minuto etc.
Medimos: a altura, o tamanho da cabeça, o peso, a temperatura etc.
A necessidade de medir
É provável que a necessidade de medir tenha surgido quando o ser
humano começou a construir casas, a desenvolver a agricultura etc.
Nesse momento, surgiu a necessidade de ter controle ou de saber
5
mais sobre a forma, o tamanho ou o peso dos objetos.
Era preciso medir, por exemplo, a duração das estações para saber
o momento de plantar e de colher; o período de gestação de uma
mulher; as dimensões ou a área de um terreno. Posteriormente,
surgiram necessidades mais sofisticadas, como medir a distância
entre cidades, da Terra à Lua etc.
M edir o quê?
Imagine que sua sala de aula está precisando de uma cortina, pois vocês
resolveram transformá-la, também, em sala de vídeo. Para isso é necessário medir
a largura e o comprimento que a cortina terá, ou seja, a largura e a altura do vão
da janela, para comprar a vara da cortina e o tecido.
Existem muitas maneiras de medir a largura e a altura. A mais prática:
medir o vão da janela com o palmo. Primeiramente, você anota o total de
palmos: largura = 8 palmos e altura = 5 palmos.
Em seguida, na loja, você mede a vara e o tecido também com o palmo: 8 palmos de largura e 5 palmos de altura (ou comprimento).
É possível também medir o vão (largura e altura) com um pedaço
de barbante, dando um nó no ponto certo. Leve o barbante para a
loja e meça, por exemplo, a vara pela posição do nó.
7
É possível também medir essa largura e essa altura com
instrumentos comuns, como a fita métrica ou a trena. A idéia é a
mesma do uso do palmo: contar quantos palmos cabem no vão
da janela é o mesmo que contar quantos centímetros cabem
naquele vão. A diferença é que, na fita métrica ou na trena, existe uma unidade de medida (o metro), válida para qualquer
pessoa que a use. Já o tamanho da mão varia de pessoa para pessoa.
Experimente comparar seu palmo com o de seus colegas. Você perceberá que o
tamanho da mão varia mesmo.
Medir uma largura, área, temperatura, voltagem, velocidade, massa, dureza ou tempo, por exemplo, significa medir
uma grandeza.
É claro que, para medir uma grandeza (no caso, a largura ou a altura do vão), é preciso escolher o instrumento adequado, 8
aquele que dará a medida na unidade própria para aquela grandeza, numa unidade da mesma espécie que a grandeza.
No exemplo anterior, o vão da janela deve ser medido com uma trena ou fita métrica, que darão a medida em
centímetros, metros, polegadas etc., ou seja, em unidades de comprimento. O vão da janela não poderia ser medido
em litros ou em quilogramas, que são unidades de volume e de massa.
..
comprar a vara da cortina, você dirá ao vendedor que precisa de uma vara de 1,83 m de comprimento. Nesse caso:
a grandeza é o comprimento (largura do vão da janela);
9
..
a unidade de medida, a unidade padrão, é o metro;
a medida é um número expresso nesta unidade (1,83 m);
o instrumento utilizado na medição pode ser uma fita métrica ou uma trena.
..
Você sobe na balança e verifica que seu peso é 68 kg (68 quilogramas). Nesse caso:
a grandeza é a massa;
..
a unidade de medida, unidade padrão, é o quilograma;
a medida é o número expresso nesta unidade (68 kg);
o instrumento utilizado é a balança.
Isto mostra que, para medir algo de modo que todos entendam e aceitem,
é necessário adotar um padrão, ou seja, uma só unidade de medida. Há
vários instrumentos para medir comprimentos, mas todos adotam um
padrão. Veja na figura ao lado alguns exemplos desses instrumentos:
1 Faça uma lista dos instrumentos de medida que você conhece. O que cada um deles mede?
2 Você sabe que o homem começou a contar usando os dedos. Também é verdade que ele começou a medir usando
como “padrão” uma parte do corpo, como é o caso do palmo. Que outras partes do corpo você acha que foram usadas
como padrão de medida?
3 Na lista a seguir, procure distinguir quais são as grandezas que podem ser medidas: cansaço, rapidez, energia,
pontualidade, curiosidade, amor, temperatura, peso, distância, aceleração e coragem.
4 Elabore um pequeno texto sobre situações que envolvam alguma contagem ou medida.
5 Associe as grandezas com os instrumentos de medida. Uma grandeza pode estar associada a mais de um
..
instrumento:
Grandeza: tempo, massa, comprimento, temperatura, capacidade, ângulo.
Instrumento: balança, fita métrica, relógio, termômetro, xícara, transferidor, régua, colher de sopa,
cronômetro, trena.
49
Padrões de medida
O juiz apitou marcando a falta. A torcida vibra. Daquela distância é gol na certa.
O árbitro conta os passos regulamentares. Pela regra, são 10 passos (9,15 metros)
para a formação da barreira, mas ela nunca fica na posição certa. Os jogadores
avançam, o árbitro ameaça, mostra o cartão para um jogador, eles se afastam, voltam
a avançar e a falta acaba sendo batida assim mesmo. É gol válido? Nem sempre a
culpa é da barreira. Afinal, quem garante que a distância estava certa? Será que os
passos do juiz são um instrumento de medida confiável? E se ele for baixinho ou
muito alto ou estiver mal-intencionado, querendo favorecer um dos times?
..
os seus correspondentes em centímetros:
1 polegada = 2,54 cm 2
50 .1 pé = 30,48 cm
1 jarda = 91,44 cm 3
A escolha da Terra como referência para a determinação de padrões de medida de comprimento possibilitou a criação de
padrões universais mais precisos. Para isso, em 1790, um grupo de cientistas e matemáticos reuniu-se na França a fim de
estabelecer um padrão que unificasse as medidas e um sistema simples e coerente de unidades, baseado em padrões fixos,
imutáveis. Assim, surgiu o metro, que foi reconhecido internacionalmente em 1875. Só a partir dessa data é que começaram
a existir instrumentos com a medida do metro (padronizada) em todo o mundo.
Na prática, não utilizamos todas essas unidades. As mais utilizadas são o quilômetro, o centímetro e o milímetro.
A Matemática lida, prioritariamente, com as quatro primeiras grandezas e suas derivadas. A Física, por exemplo, utiliza-se
de todas elas. Cada unidade fundamental tem um padrão e a partir dele são estabelecidos os múltiplos e submúltiplos.
relação com
a unidade
grandeza Unidade símbolo correspondente
do si
Massa grama g 0,001 kg
quilograma kg —
tonelada t 1 000 kg
quilate — 0,0002 kg ou 0,2 g
arroba — 14,688 kg
Tempo segundo s (ou seg) —
minuto min 60 s
hora h 60min ou 3 600 s
dia d 24h ou 86 400 s
1 1– Várias unidades são usadas para medir o tempo. Responda às perguntas, completando a equivalência,
segundo o exemplo abaixo:
54
situação Unidade
1. Pesar farinha de bolo. a. metro quadrado (m²)
2. Saber qual a distância entre Recife e Curitiba. b. centímetro (cm)
3. Avaliar a área de um terreno. c. quilograma (kg)
d. dia (d)
4. Avaliar a área de uma fazenda.
e. litro (l )
5. Saber qual foi o consumo de água f. alqueire
em uma casa durante um mês. g. quilômetro (km)
6. Avaliar o tempo de gestação de um bebê h. grama (g)
e estimar o dia de seu nascimento. i. mês
7. Medir a espessura de uma chapa de madeira. j. ano
k. tonelada (t)
8. Calcular quanto se deve comprar de azulejo
l. milímetro (mm)
para revestir uma cozinha. m. hora (h)
9. Avaliar a extensão territorial do Brasil. n. segundo (s)
10. Saber quanto de combustível o. quilômetro quadrado (km²)
é necessário para encher um tanque de gasolina. p. hectare (ha)
11. Avaliar o peso de uma pessoa. q. galão
r. arroba
12. Avaliar o peso de um caminhão
s. polegada (in)
carregado de mercadoria. t. metro cúbico (m³)
13. Saber a idade de uma pessoa. u. século
v. légua
w. real (R$)
3 Explique por que é preciso usar diferentes unidades de medida para uma mesma grandeza.
4 Dê exemplos de unidades usadas para expressar as seguintes grandezas: comprimento, tempo, massa, volume,
velocidade, área, temperatura, ângulo.
6 Um comprimido contém 500 miligramas (500 mg) de vitamina C. Se uma pessoa tomar 1 comprimido por dia,
durante uma semana, quanto vai ingerir de vitamina C?
7 Qual o diâmetro (em centímetros) de um CD? Qual era o diâmetro (em centímetros) de um disco padrão de
vinil (long-play)?
55
Números e grandezas
Você já deve estar convencido, depois de estudar as Aulas 7 e 8 deste livro, de que
medir e contar são atos tão importantes e tão necessários que existem desde que o
ser humano começou a construir suas habitações, a desenvolver a agricultura etc.
Mas será que tudo pode ser medido? Pense um pouco! Liste algumas coisas que
podem ser medidas. Agora, faça uma lista de coisas que não podem ser medidas.
Por que estas coisas não podem ser medidas?
.
No futebol
A distância da bola à barreira deve ser de 10 jardas ou 9,15 metros.
.
A grandeza é o comprimento e a unidade de medida é a jarda ou o metro (m).
A bola de futebol deve ter entre 400 gramas e 500 gramas.
.
A grandeza é a massa e a unidade é o grama (g), um submúltiplo da unidade quilograma (kg).
O tempo de duração de uma partida é de 90 minutos.
A grandeza é o tempo e a unidade é o minuto (min), um múltiplo da unidade segundo (s).
Grandezas fundamentais
e grandezas derivadas
Na Aula 8, vimos que o Sistema Internacional de Medidas (SI) estabelece sete grandezas fundamentais das quais todas
as outras são derivadas. Nos exemplos, utilizamos as três grandezas fundamentais: comprimento, massa e tempo. A
partir dessas grandezas fundamentais, pode-se definir outras grandezas que, por isso, são chamadas de grandezas
derivadas. São exemplos de grandezas derivadas: a área de uma superfície, o volume e a densidade de um corpo, a
velocidade e aceleração de um automóvel, a força exercida por um motor etc.
• Uma lata de óleo de 900 cm³ contém 720 g (720 gramas) de óleo. A densidade (d)
desse óleo é:
d = 720 ÷ 900 = 0,8 g/cm³ (0,8 gramas por centímetro cúbico).
O grama por centímetro cúbico é uma unidade de densidade e deriva do quilograma e
do metro.
A lgarismos significativos
Quando se trabalha com medidas, quase sempre aparece uma dúvida: com quantos algarismos se escreve uma
medida? 57
Tente medir o diâmetro de seu lápis. Caso seu lápis seja do mesmo tipo que o de
seus colegas, compare o resultado obtido por você com o de seus colegas. Que
números vocês obtiveram? 7 mm? 7,1 mm? 7,15 mm?
Figura 1 Figura 2
a) Considerando a figura A como unidade de
A área, calcule a área das outras figuras.
B b) Considerando a figura B como unidade de
área, calcule a área das outras figuras.
Figura 3 Figura 4
2 Na organização da festa de fim de ano da escola, Ana ficou responsável pela compra dos refrigerantes. Decidiu-se
por uma estimativa de 4 copos por aluno. Se ao todo são 30 alunos, quantas garrafas de 2 litros devem ser compradas?
Considere o copo de 200 ml.
3 Monte uma tabela com as unidades mais utilizadas para expressar cada uma das grandezas: tempo, massa,
capacidade, área, volume, temperatura, comprimento.
4 Responda no seu caderno:
a) Quantos milímetros há em 1 quilômetro? b) Quantos gramas há em 1 tonelada?
c) Quantos centímetros quadrados há em 1 metro quadrado? d) Quantos segundos há em 1 hora?
58
Grandezas e potências de 10
Imagine um quadrado de 1 centímetro (1 cm) de lado. Sua área é de 1cm². O que você conseguiria
colocar dentro deste espaço? Ou seja, o que cabe em um quadrado de 1 cm² de área?
..
Agora, pense no que você conseguiria colocar dentro de espaço maior:
um quadrado de 1 m² de área;
um quadrado de 1 km² de área.
.
Vamos diminuir um pouco mais a área do quadrado. Pense no que cabe em:
um quadrado de 1 mm² de área.
1
As potências de 10
Nesta aula, você vai recordar alguns cálculos com potências de 10 que, embora simples e fáceis,
são muito importantes para as ciências de maneira geral e, especificamente, para a Matemática.
10² = 10 × 10 =100
103 =10 × 10 × 10=1 000
104 = 10 × 10 × 10 × 10=10 000
7 × 105 = 7 × 10 × 10 × 10 × 10 × 10 = 700 000
O sistema decimal
O nosso sistema de numeração é um sistema de numeração posicional com base 10, ou seja, decimal. Assim, ao escrever
o número 53 457, você sabe que o algarismo 3, pela posição que ocupa, não representa 3, mas sim 3 unidades de milhar.
Desta maneira, esse número pode ser escrito considerando os algarismos que o formam:
53 457 = 5x10 000 + 3x1 000 + 4x100 + 5x10 + 7
Exemplo 1
647 = 6x102 + 4 x 101 + 7 x 100
1 205 300 = 1 x 106 + 2 x 105 + 0 x 104 + 5 x 103 + 3 x 102 + 0 x 101+ 0 x 100 = 1 x 106 + 2 x 105 + 5 x 103 + 3 x 102 4
Para representar, por exemplo, o número 0,0003 na já conhecida forma polinomial do número, fazemos assim:
Observe que o sinal negativo no expoente indica que o número é fração decimal.
Assim: 103 10–3, pois 103 = 1 000 e 10–3 = 0,001.
Discuta com seu grupo: qual é a relação entre o expoente em uma potência de
base 10 e a quantidade de zeros do resultado da potência? 5
..
Por exemplo:
a distância entre a Terra e o Sol: 150 000 000 000 m = 1,5x1011 m; 6
..
a quantidade de glóbulos vermelhos que uma pessoa tem em seu sangue: 2,5x1011;
o comprimento que um vírus pode atingir: 1,5x10–6 m;
a probabilidade de acertar a Sena principal com um só cartão: 8,4 x10–8 %.
3 Muitas fábricas lançam na atmosfera uma substância chamada dióxido de enxofre. A Organização Mundial de
Saúde (OMS) estabeleceu que a quantidade máxima dessa substância no ar deve ser de 4 x 10–5 gramas em cada metro
cúbico de ar. Acima desse valor, o ar é considerado poluído. Certo dia, em uma atmosfera de 2,5 m3 de ar de Sorocaba
(SP), havia 0,135x10–3 gramas de dióxido de enxofre. O ar de Sorocaba estava poluído?
5 Para transformar uma medida expressa em gramas (g) em quilogramas (kg), é preciso multiplicar o número por
10 elevado a que expoente? 61
A linguagem matemática
Em um congresso de professores de Matemática, quatro deles tentavam, sem sucesso,
discutir um problema matemático. Só que um deles falava apenas inglês; outro, só
russo; o terceiro só sabia falar português; e o quarto, só japonês.
Que problemão, hein? Será que existe algum jeito de eles se entenderem?
Em Matemática, é costume dizer que existe um “triângulo amoroso”. Ele é formado pela Aritmética, que trata basicamente
dos números e suas operações; pela Geometria, que estuda o espaço e as formas; e a Álgebra, que é a linguagem usada
para “escrever” Matemática. É o “matematiquês”. Além dos símbolos que já conhecemos (+, –, x,÷, () [] {} etc.), essa
linguagem também usa letras (a, b, c, x, y etc.) para generalizar resultados ou resolver problemas. Por exemplo, a frase
“O produto de 1 por qualquer número é igual ao próprio número” pode ser escrita, em linguagem matemática, assim:
1.x=x
Como se escreve, em linguagem matemática, a frase: “A ordem dos fatores não altera o produto”?
Solução
Primeiro, é preciso compreender o que a frase significa: fatores são termos da multiplicação e produto é o resultado
da conta. Em 3 × 5 = 15, os números 3 e 5 são os fatores e 15 é o produto.
Sabemos que 3 × 5 = 5 × 3. Queremos escrever que isso vale para todos os números.
Para isso, são necessárias duas letras, que vão representar dois números quaisquer. Por exemplo, a e b. A frase escrita
em linguagem matemática fica, então: a . b = b . a
Resposta: a . b = b . a
3
Nesse exemplo, as letras representam qualquer número. São, portanto, chamadas de variáveis (pois variam de valor).
Exemplo 2
Pedro e José têm, juntos, R$ 15,00. Pedro tem o dobro do que José. Quanto dinheiro tem José?
Solução
Solução
A partir dessa tabela, tentamos compreender o padrão com o qual a seqüência é formada e, também, estabelecer uma
relação entre o número da figura e o número de bolinhas que a figura tem.
Observe: Número da figura 1 2 3 4 5 6 7 n
Número de bolinhas 2 3 4 5 6 ? ? ?
2=1+1
3=2+1
4=3+1
5=4+1
6=5+1
no de bolinhas no da figura
63
Exemplo 4
Calcule a área de um quadrado de lado:
a) 5 cm b) 10 cm c) cm
Solução
A área de um quadrado é calculada elevando-se ao quadrado a medida do lado. Então:
a) Área = 52 = 25.
b) Área = 102 = 100.
c) Área = 2.
A letra foi usada para encontrar uma fórmula: para qualquer medida do lado de um quadrado, sua área é encontrada
efetuando 2. Ela era uma variável. 6
Chamando a área do quadrado de A, podemos escrever A = 2.
Resposta: a) 25 cm2 b) 100 cm2 c) 2 cm2
Exemplo 5
A soma de dois números consecutivos é igual a 125. Que números são esses?
Solução
Dois números inteiros são consecutivos se eles são números “vizinhos”, isto é, não há nenhum número inteiro entre eles.
Por exemplo, 9 e 10 são consecutivos, mas 13 e 15 não são consecutivos, pois o número 14 está entre eles. Quando há dois
números consecutivos, por exemplo 9 e 10, dizemos que 9 é o antecessor de 10, e 10 é o sucessor de 9.
Vamos agora escolher uma letra qualquer para representar o menor dos dois números. A escolha mais comum quando
o número é inteiro é a letra n. Então, o outro número será n + 1. Para chegar a essa conclusão, é preciso pensar: qual
é a operação a ser feita com um número n qualquer para encontrar seu sucessor? Somar 1.
Os próximos passos são montar e resolver uma equação. Como já foi dito, isso será recordado mais tarde.
Mas, para matar sua curiosidade, aqui está:
n + (n + 1) = 125
n = 62 7
Resposta: os números são 62 e 63.
Neste exemplo, a letra n representou algo que queríamos descobrir: era uma incógnita.
Exemplo 6
João é eletricista e faz consertos em domicílio. Cobra R$ 10,00 pela visita e R$ 5,00 por hora de trabalho.
a) Se ele gastou duas horas em minha casa, quanto pagarei pelo conserto?
64 b) Escreva uma fórmula que dê o preço P a pagar por um conserto que durou x horas.
b) A visita custa R$ 10,00 e cada hora de trabalho sai por R$ 5,00. Como foram gastas x horas, serão pagos 5 . x = 5x
pelas horas.
Juntando os R$ 10,00 da visita, encontramos P = 10 + 5x .
Resposta: P = 10 + 5x.
Agora, pense um pouco: x é uma variável ou uma incógnita? Se você concluiu que x é uma variável, acertou: ela pode 8
assumir qualquer valor não-negativo, já que representa o número de horas que João trabalhou.
Exemplo 7
Uma loja fez uma promoção na qual cada mercadoria foi vendida com 20% de desconto.
a) Uma calça que custava R$ 50,00 antes da promoção foi vendida por quanto na promoção?
b) Encontre uma fórmula para o preço, na promoção, de uma mercadoria que custava x reais antes da promoção.
Solução
Lembre-se que 20% = = 0,2. Como esse foi o desconto, o preço na promoção foi de 100% – 20% = 80% do preço
antes da promoção. De novo, lembre-se que 80% = = 0,8.
a) O preço antes da promoção era de R$ 50,00. Na promoção, o preço será 80% de R$ 50,00. Para calcular o preço na
promoção, basta multiplicar 50 por 0,8: 50 × 0,8 = 40.
b) O preço antes da promoção era de x reais. Na promoção, o preço será 80% de x reais. Para calcular o preço na
promoção, vamos multiplicar x reais por 0,8: x . 0,8 = 0,8 x.
9
Resposta: a) R$ 40,00 e b) 0,8x
Será que depois das explicações e dos exemplos você já sabe resolver o proble-
ma daqueles quatro professores de Matemática lá do começo da aula? Discuta 10
com seus colegas e veja se vocês também conseguiram se entender.
Número da figura 1 2 3 4 5 6 7 10 n
Número de bolinhas 3 5 7 9 11
4 Considere um retângulo de perímetro igual a 20 cm.
a) Escreva, em linguagem matemática, uma igualdade para representar esse fato.
b) Dê alguns exemplos de medidas possíveis para os lados desse retângulo.
6 Dona Rita é costureira e cobra R$ 20,00 por dia para costurar na casa de cada cliente. Ela cobra, também,
R$ 2,00 por cada peça de roupa feita.
a) Se ela trabalhou durante dois dias e fez dez peças de roupa na casa de uma cliente, quanto recebeu pelo serviço?
b) Se ela trabalhou durante cinco dias e fez n peças de roupa, encontre, em função de n, uma expressão para o valor V
recebido por dona Rita, em reais.
7 A seqüência abaixo é formada por quadradinhos arrumados em quadrados maiores. Quando contamos o número
de quadradinhos de cada figura, aparecem os quadrados perfeitos.
a) Diga quantos quadradinhos
haverá na figura 11.
b) Dê a expressão, em função de
N, do número de quadradinhos
fig. 1 fig. 2 fig. 3 fig. 4 fig. 5
da figura N.
8 Escreva, em seu caderno, uma equação que resolva cada problema. Não precisa resolvê-la!
a) Somando as quantias que Rosana e Solange têm juntas, dá R$ 60,00. Rosana tem R$10,00 a mais do que Solange.
Quantos reais tem Solange?
b) Meu amigo Tonico e seu irmão têm, juntos, 50 figurinhas. Tonico tem o dobro de figurinhas de seu irmão. Quantas
figurinhas tem o irmão de Tonico?
10 Uma loja fez uma promoção na qual cada mercadoria foi vendida com 25% de desconto.
a) Uma calça que custava R$ 50,00 antes da promoção foi vendida por quanto, na promoção?
66 b) Encontre uma fórmula para o preço, na promoção, de uma mercadoria que custava x reais antes da promoção.
Resolvendo equações
João gasta um quarto de seu salário pagando aluguel e outras contas da casa. Com um terço
ele faz as compras do mês no supermercado. Restam R$ 100,00. Qual é o salário de João?
.
Para encontrar a solução do problema usando a álgebra, podemos pensar assim:
salário de João
..
supermercado
restam
Somando os gastos com o aluguel, o supermercado e o que resta, encontramos o
salário de João: .
Essa é uma equação que leva à solução do problema. Para encontrar essa resposta, é
preciso resolver a equação.
Os árabes utilizavam a álgebra para resolver, por exemplo, problemas envolvendo heranças. Naquela época, ainda não
eram usadas letras. Em vez disso, palavras representavam a quantidade a ser encontrada.
Por exemplo, uma equação naquele tempo seria mais ou menos assim: é igual a salário.
EExistem
quações e suas soluções
equações de muitos tipos, desde as mais simples até as mais complicadas. Veja só alguns exemplos:
Nesta aula, vamos falar das equações do 1o grau. Elas têm esse nome porque a incógnita tem sempre expoente 1. Por
exemplo, 2x + 1 = 7 é uma equação do 1o grau, pois x1 = x.
Mas o que significa resolver uma equação? 67
Para a maioria das pessoas, resolver uma equação significa simplesmente “achar o valor de x”. Até aí, tudo bem, mas
que valor de x é esse? Por exemplo, na equação 2x + 1 = 7, o que acontece se substituirmos x por 2?
Exemplo 1 3
Resolva a equação 3x + 5 = 8.
Solução
Nesse tipo de equação, o ideal é raciocinar com operações inversas. Há um número x que foi multiplicado por 3 e o
resultado foi somado com 5. Tudo isso deu 8. Para encontrar o número x, é preciso fazer o “caminho de volta”: subtrair 4
5 e dividir por 3. Veja:
3x + 5 = 8 3x = 8 – 5 3x = 3 x = 3 ÷ 3 x = 1
Junto com seus colegas, substitua x por 1 na equação e verifique se essa é mesmo
a solução.
5
Exemplo 2
Resolva 3x + 5 – 2x + 9 = 8.
Solução
Aqui, o raciocínio deve ser diferente do exemplo anterior, pois há vários “pedacinhos” com x (no exemplo: 3x e –2x).
Primeiro, é preciso juntar esses pedacinhos, que chamamos de termos, usando o fato de que três vezes uma quantidade
menos duas vezes uma quantidade é igual a uma vez essa quantidade. Veja:
Agora, a equação é do mesmo tipo do exemplo anterior e pode ser resolvida por operações inversas:
Exemplo 3
Nessa equação, também há vários termos com x. Só que eles estão em “lados” diferentes da igualdade (membros
diferentes da equação). Como resolver? Mudando todos os termos com x (no exemplo: 5x e 3x) para o mesmo membro
da equação. Para fazer isso, uma das maneiras é retirar quantidades idênticas de ambos os membros para que a igualdade 8
se mantenha e, ao mesmo tempo, tenhamos x em apenas um dos lados. Veja só:
Chegamos a uma equação que é do mesmo tipo do exemplo anterior, já que 3x – 3x = 0. Juntando então os “pedacinhos”
com x e resolvendo:
Junto com seus colegas, substitua x por –1,5 na equação e verifique se essa é
9
mesmo a solução.
Exemplo 4
Resolva a equação
Solução
A novidade dessa equação são os parênteses. Em uma expressão numérica, as operações entre parênteses devem ser
resolvidas em primeiro lugar, para que eles possam ser eliminados.
Aqui não é possível resolver essas operações entre parênteses, já que ainda não se conhece o valor de x. Então é preciso
eliminar esses parênteses de outro modo. Repare que (x – 2) está sendo multiplicado por 3. Isso significa que todos os
termos dentro dos parênteses devem ser multiplicados por 3. Acompanhe:
Reparou? Multiplicamos x por 3, obtendo 3x, e –2 por 3, obtendo –6. Encontramos 3x – 6. Esse é o resultado de 3(x – 2).
Fazendo isso, eliminamos os parênteses e encontramos uma equação do tipo do exemplo anterior. Para terminar:
69
Exemplo 5
Resolva a equação .
Solução
A resolução dessa equação envolve operações com frações.
Para somar ou subtrair frações, é preciso que elas tenham o mesmo denominador.
Na equação, há uma fração com 2 como denominador e outra com 5 como denominador .
É preciso reduzi-las ao mesmo denominador, que será 10. Como há outros termos na equação, todos eles terão que
“ganhar” denominador 10. Para fazer isso de uma forma mais prática, simplesmente multiplique por 10 os dois lados
da equação. Assim:
Exemplo 6
Resolva a equação .
Solução
Você já aprendeu como se resolve esse tipo de equação. O que será que ela tem de diferente? Para descobrir, é preciso
tentar resolvê-la!
Ao tentar resolver a equação, chega-se a uma igualdade falsa (5 não é igual a 4) e que não depende do valor x. Não existe
valor de x que seja solução para a equação, já que, para qualquer valor que substituirmos por x, encontraremos sempre
uma igualdade falsa e nunca uma verdadeira.
Resposta: essa é uma equação impossível, pois não existem valores de x que tornem a igualdade verdadeira.
Exemplo 7
Resolva a equação
Veja o que essa “inocente” equação tem de especial, tentando resolvê-la.
Solução
Aqui, o que acontece é parecido com o exemplo anterior, só que, dessa vez, a igualdade é verdadeira (5 é igual a 5). Isso
quer dizer que, para qualquer valor que substituirmos por x, sempre chegaremos a uma igualdade verdadeira. Ou seja,
qualquer valor de x serve como solução.
Resposta: a equação é uma identidade, logo qualquer valor é solução da equação.
a) c) e) x + 2x – 9 = 0
b) d)
d) 4x + 7 = 12x – 11
h)
4 Para as equações abaixo, diga quais são impossíveis e quais são identidades.
a) 3x + 5 = 2 (x – 1) + x
b)
c)
d)
É importante que você desenvolva sua autoconfiança para defender seus pontos de
vista e sua maneira de resolver problemas.
72
Resolvendo problemas
A álgebra é uma ferramenta poderosa para resolver problemas às vezes bastante
complicados. Na utilização dessa ferramenta, um passo é fundamental: equacionar
o problema, ou seja, “traduzi-lo” para a linguagem matemática.
Imagine, por exemplo, a seguinte situação: o marcador de gasolina do carro de Sílvia
apresenta um erro e ela deseja conhecê-lo. Assim, poderá compensar o erro nas
próximas leituras do marcador. Há pouco, o aparelho marcava do tanque e Sílvia
precisou de 10 litros para enchê-lo completamente. A capacidade do tanque é de 50
litros. Qual o erro percentual que o marcador apresenta? Para mais ou para menos?
João propôs à professora de Português o seguinte problema: “Pensei em um número. Multipliquei o número por 2, somei 5
e encontrei 17. Em que número pensei?”
A professora de Português pensou um pouco e acertou o desafio de João. Qual foi o número pensado por João?
Solução
Para resolver esse problema não é necessário usar álgebra. Podemos usar o raciocínio do “caminho de volta”, ou seja,
as operações inversas. No problema, as operações usadas foram multiplicar por 2 e somar 5. As inversas serão subtrair
5 e dividir por 2. Logo: 17 – 5 = 12 e 12 2 = 6.
1
Resposta: ele pensou no número 6.
Realmente, 6 × 2 = 12 e 12 + 5 = 17.
Seria possível resolver qualquer problema da mesma forma? Alguns problemas são mais fáceis de serem resolvidos
utilizando a Álgebra. Vejamos como ficaria a solução desse problema:
Em primeiro lugar, chamamos de x o número que queremos descobrir:
número em que João pensou x
..
multipliquei o número por 2 x . 2 = 2x
.
somei 5 2x + 5
encontrei 17 2x + 5 = 17
Chegamos à equação que dá a solução desse problema, ou seja, equacionamos o problema. Agora, usando o que
estudamos na Aula 12, resolvemos essa equação:
Exemplo 2
Marina subtraiu 4 de certo número e dividiu o resultado por 2. Depois, somou esse novo resultado ao triplo do número. Isso
3
tudo é igual a do número, mais 7. Qual é o número?
Solução
Para resolver esse problema, realmente é preciso usar Viu só? Fomos “traduzindo” cada trecho do problema para
..
álgebra. Vamos lá:
número que queremos descobrir x
Marina subtraiu 4 de certo número x – 4
a linguagem algébrica e chegamos a uma equação.
Equacionado o problema, agora é hora de resolver a
equação.
. isso é igual a do número, mais 7
Resposta: o número é 3. 4
Exemplo 3
A caixa-d’água estava só com uns 100 litros de água e o abastecimento foi interrompido. O jeito foi fazer 45 viagens carregando
uma lata cheia de água para encher de novo os 1 000 litros que cabem na caixa. Qual era a capacidade aproximada da lata?
E quanto pesa a lata cheia de água?
Solução
Para saber a capacidade da lata, lembre-se de que foram necessárias 45 viagens para encher 1 000 – 100 = 900 litros
74 que faltavam. Ora, 900 45 = 20 litros. Essa é a capacidade da lata.
..
Não é necessário usar álgebra para resolver este problema. Mas vamos nos familiarizar com seu uso mesmo assim:
capacidade da lata, em litros x
.
45 viagens 45 x
são necessários 900 litros para encher de novo os 1 000 litros que cabem 45x = 1 000 – 100
Equacionado o problema, resolvemos a equação:
..
quantidade de mamões vendidos pelo preço mais barato 60 – x
dinheiro arrecadado com a venda dos mais caros 0,50 x
.
dinheiro arrecadado com a venda dos mais baratos 0,30 . (60 – x)
nesse dia ele arrecadou R$ 22,80 0,50x + 0,30 . (60 – x) = 22,80
Pronto! Essa é a equação que resolve o problema.
erro percentual
1 Para cercar todo o perímetro de seu terreno quadrado e ainda gastar 26 metros no caminho que leva à estrada,
Procópio precisou comprar 94 metros de cerca. Qual é a área do terreno?
2 Quanto devo pedir por determinada mercadoria que pretendo vender para que, descontados 20%, eu ainda fique
com R$ 100,00?
3 Antônio, Bruno e Carlos são irmãos. Bruno é dois anos mais velho do que Antônio e Carlos é três anos mais
velho que Bruno. A soma das idades desses três irmãos é 55 anos. Qual a idade de cada um deles?
8
4 Em um supermercado, uma caixa com uma dúzia de ovos custa R$ 2,80 e outra com uma dúzia e meia de ovos
custa R$ 4,00. Qual das duas embalagens é mais econômica?
5 Cada banco de ônibus possui dois lugares. Entraram 50 passageiros em um ônibus, mas 14 tiveram que viajar
em pé. Quantos bancos tem o ônibus?
6 Pai e filho têm, respectivamente, 31 e 8 anos. Daqui a quantos anos o pai terá o dobro da idade do filho?
7 Uma escola tem apenas turmas de 5a, 6a e 7a séries. A metade dos alunos está na 5a série. A terça parte dos alunos
está na 6a série e 32 alunos estão na 7a série. Quantos alunos tem a escola?
8 Maria saiu de casa com algum dinheiro. Comprou uma camiseta por R$ 6,00 e gastou a quarta parte do restante
num lanche. Se Maria voltou para casa com metade do dinheiro que tinha, quanto ela levava quando saiu de casa?
9 Jorge deu a João tanto quanto João tinha. Ambos ficaram com R$ 16,00. Quanto tinha cada um?
76
Álgebra do dia-a-dia
Nesta aula, você vai perceber que, em diversas profissões e atividades, surgem
problemas que podem ser resolvidos com auxílio da álgebra. Alguns problemas são
1
tão comuns que existem fórmulas prontas para que sua resolução seja mais rápida.
Outros, menos comuns, requerem mais raciocínio e criatividade em sua resolução.
Mas, em todos, você poderá perceber a importância da álgebra como ferramenta.
A álgebra na medicina
Os médicos utilizam muitas fórmulas matemáticas, principalmente para calcular as quantidades certas de remédios que devem
ser dados aos doentes. Algumas fórmulas só mesmo os médicos entendem.Mas outras são simples e úteis para todos.
Exemplo 1
A altura de uma criança depende de sua idade e de muitos outros fatores. Entretanto, os médicos examinaram uma
quantidade muito grande de crianças brasileiras e tiraram uma média. Dessa pesquisa surgiu uma fórmula que você mesmo
pode usar para acompanhar o desenvolvimento de seus filhos. A fórmula, que vale para crianças de 4 a 13 anos, é a seguinte:
Nessa fórmula, x é a idade da criança (em anos) e y é a altura da criança (em centímetros).
Qual é a altura esperada para uma criança de 5 anos?
Solução
Lembrando que x é a idade da criança em anos, temos:
2
Resposta: a altura esperada para uma criança de 5 anos é de aproximadamente 110 cm, ou seja, um metro e dez
centímetros. Em geral, como o desenvolvimento da criança depende de outros fatores, como a altura dos pais, a
alimentação etc., são consideradas crianças com alturas normais as que tiverem altura até 10 cm a mais ou a menos
que o valor dado pela fórmula.
Cada criança tem seu jeito de crescer. Em geral, as meninas crescem de forma muito próxima aos valores dados pela
fórmula. Já os meninos crescem um pouco menos dos 10 aos 12 anos e passam a crescer mais depois dos 12 anos.
Com a fórmula apresentada, você pode fazer previsões. Suponha que uma menina tenha 115 cm de altura aos 5 anos.
Essa criança tem, portanto, 5 cm a mais que o valor dado pela fórmula. Se tudo correr normalmente, essa diferença
deve se manter (ou até aumentar um pouco) ao longo dos anos. Assim, se você quiser saber que altura ela terá aos 10 3
anos, aplique a fórmula e acrescente esses 5 centímetros. 77
Exemplo 2
Em uma confecção, trabalham 16 costureiras, duas supervisoras e uma diretora. Cada supervisora ganha 25% a mais do que
uma costureira e a diretora ganha 50% a mais do que uma costureira. Todos os meses, uma pequena parte do faturamento
é colocada numa poupança para ser distribuída no fim do ano. É a “caixinha do Natal”. Pois bem, no fim do ano, essa poupança
tinha R$ 1 440,00. Como fazer a distribuição dessa caixinha mantendo a mesma proporção dos salários?
Solução
Essa é uma excelente oportunidade para usar a Álgebra. Em primeiro lugar, como quem tem o menor salário é a
costureira, ela receberá a menor quantia, que chamaremos de C.
C é a quantia que cada costureira receberá.
4
Agora, lembrando que são 16 costureiras, duas supervisoras e uma diretora a dividir a poupança, é possível escrever a
seguinte equação:
Resposta: cada costureira receberá R$ 72,00; cada supervisora, R$ 90,00; e a diretora, R$ 108,00.
A á lgebra na marcenaria
Será que a álgebra pode ser usada em uma marcenaria?
Claro que sim. Existem problemas que o marceneiro pode resolver de maneira mais fácil com a ajuda da álgebra.
Exemplo 3
Um dia, um marceneiro recebeu uma tarefa que não
era nada simples: cortar os cantos de uma mesa
quadrada, de 120 cm de lado, para transformá-la em
uma outra, com 8 lados iguais. Veja o problema do
marceneiro nas figuras ao lado. Os cortes precisam ser mesa
mesa
nova
feitos em lugares certos, senão o marceneiro pode antiga
estragar a mesa. Quantos centímetros o marceneiro
deve cortar a partir de cada canto da mesa para
78 transformá-la em uma com 8 lados iguais?
120 cm ?
Catetos
(iguais)
1,41 m
1m
Para saber mais sobre esse triângulo, o marceneiro fez um grande desenho de
um triângulo desse tipo, com catetos de 1 metro de comprimento, e mediu a
hipotenusa. O valor que ele encontrou para a hipotenusa foi de 1 metro e 41
1m centímetros (esse valor não é exato, mas é bem aproximado).
O marceneiro sabia, por experiência, que para aumentar ou diminuir o tamanho de uma figura mantendo sua forma
basta multiplicar todos os comprimentos dessa figura por um mesmo número. Por exemplo, um triângulo desse tipo
com catetos de 10 metros terá lados com medidas de 10 metros, 10 metros e 14,1 metros.
x x
O marceneiro colocou então a letra x como a medida dos catetos dos 1,41x
triângulos que serão retirados. Dessa forma, a medida da hipotenusa x
1,41x 1,41x
x
desses triângulos será 1,41x. Na nova mesa de 8 lados, todos eles têm
que ser iguais. Logo, a medida de cada um deles será de 1,41x.
1,41x 1,41x
Agora, pelo que você pode ver no desenho, teremos:
1,41x 1,41x
x x
1,41x
x x
Cada cateto dos triângulos retirados mede, mais ou menos, 35,2 cm. A partir de cada canto da mesa, o marceneiro vai
então medir 35,2 cm e passar a serra nas hipotenusas dos triângulos formados.
Cada lado da nova mesa medirá 120 – 2 X 35,2 = 120 – 70,4 = 49,6cm.
Resposta: o marceneiro deve cortar 35,2 cm a partir de cada canto da mesa.
Viu só? É, parece que a Álgebra é mais útil do que você imaginava... Agora, para não perder o hábito, é a sua vez!
1 Um pediatra anotou as alturas das meninas de 8 anos medidas em seu consultório ao longo de uma semana:
125 cm, 128 cm, 130 cm, 123 cm, 132 cm e 126 cm.
a) De acordo com a fórmula dada no início desta aula, qual é a altura esperada para uma criança de 8 anos?
b) Quantas dessas meninas estão acima da altura esperada?
c) Qual é a altura média dessas meninas? 79
2 Uma construtora encomendou tábuas de pinho a 4 fornecedores diferentes. O primeiro entregou tábuas com 225 cm
de comprimento; o segundo, com 236 cm; o terceiro, com 230 cm; e o quarto, com x cm. O mestre de obras calculou
que a média dos comprimentos das tábuas era de 231 cm. Qual foi o comprimento das tábuas entregues pelo quarto
fornecedor?
3 Na Europa, existem empresas em que o salário mais alto é, no máximo, quatro vezes o salário mais baixo. Imagine
uma empresa dessas, formada por operários, técnicos, engenheiros e diretores. Cada técnico ganha o dobro de um operário.
Cada engenheiro ganha o triplo de um operário e cada diretor ganha o quádruplo de um operário. Sabendo que essa empresa
tem 80 operários, 20 técnicos, 4 engenheiros e 2 diretores, e que sua folha de pagamento é de R$ 74.200,00, responda:
a) Quanto ganha cada operário? b) Quanto ganha cada diretor?
4 A cantina de uma escola, ao fazer refresco para as crianças, diluiu 1 litro de suco concentrado de maracujá em 9
litros de água. Foram feitos 10 litros de refresco, com 10% de suco concentrado e 90% de água. Como o refresco não ficou
bom, resolveu-se acrescentar mais suco concentrado, até que a porcentagem de suco concentrado no refresco fosse igual
a 20% do refresco. Que quantidade de suco concentrado foi acrescentado ao refresco já pronto?
10 refresco 1 9 10
20 refresco 1+x 9 10 + x
Lembre-se de que o suco concentrado tem que ser igual a 20% do refresco.
5 Três tipos de tábua de 2,5 cm de espessura estão à venda. A de 20 cm de comprimento custa R$ 2,00 a unidade;
a de 30 cm custa R$ 2,50; e a de 25 cm, R$ 2,30. Qual dos três tipos de tábua é mais econômico?
6 Nelson quer cercar um terreno quadrado para fazer um jardim. Para isso, quer aproveitar alguns rolos de arame
farpado que tem guardados. Depois de alguns cálculos, viu que fazendo uma cerca com três voltas de arame sobram 14 m
do arame que ele tem. Já se a cerca tiver quatro voltas, terá de comprar mais 14 metros de arame para completá-la.
a) Qual é o perímetro do terreno que Nelson quer cercar?
b) Quanto mede cada lado do terreno?
c) Quantos metros de arame farpado Nelson tem guardados?
80
Área de um polígono
Seu Raimundo é pedreiro. Assim, freqüentemente ele se depara com verdadeiros
quebra-cabeças na hora de encaixar os últimos pedaços de cerâmica ou taco no piso
de um cômodo que apresenta bicos. Agora mesmo ele precisa forrar um salão com
cerâmica, só que ele apresenta um bico como mostra a figura. De quantas cerâmicas
ele vai precisar para formar o bico deste salão?
Está vendo por que dissemos que seu Raimundo Uma cerâmica
quadrada
enfrenta verdadeiros quebra-cabeças no seu ofício de
pedreiro? Problemas desse tipo são comuns também
BICO
em outras áreas profissionais, como na marcenaria,
costura, agronomia e em muitas outras áreas.
Discuta com seus colegas se em suas profissões ou atividades aparece esse tipo
de situação.
1
Agora, você vai ajudar o senhor Raimundo a montar o quebra-cabeças. A sugestão é comparar a área do salão que
apresenta o bico com a área de um salão retangular (é mais fácil calcular a área do retângulo), ambos forrados com o
mesmo tipo de cerâmica. Onde cortar o salão retangular para obter o salão com bico?
Quantas cerâmicas serão necessárias para o
senhor Raimundo forrar o bico do salão?
Quantas cerâmicas serão necessárias para
BICO
BICO
o senhor Raimundo forrar todo o salão?
Salão
Salãocom
combico
bico Salão
Salãoretangular
retangular
P olígonos
Polígonos são figuras for- E D
C D
C
madas por segmentos de C
D
reta (seus lados) dispostos F C
E B
numa linha poligonal fe-
chada simples. Aqui estão
alguns exemplos de po- A B A B A B
A
lígonos: Triângulo ABC Quadrilátero ABCD Pentágono ABCDE Hexágono de lados iguais
( tri=3; três lados) ( quadri=4; quatro lados) ( penta=5; cinco lados) ( hexa=6; seis lados)
Lados: AB, AC, BC Lados: AB, BC,CD, AD Lados: AB, BC,CD, DE, EA Lados: AB, BC,CD, DE, EF, FA 81
E
As figuras ao lado não são polígonos. C
D
D F
C B
A
B
2
A
Trabalhando em grupo, observe as figuras que são e as que não são polígonos.
Procurem, juntos, explicar o que é uma figura poligonal fechada simples.
Os pontos em que dois dos segmentos de reta se encontram são os vértices do polígono. Os segmentos de reta são os
lados do polígono. Há também octógonos (8 lados), decágonos (10 lados), dodecágonos (12 lados) etc. Você não
precisa decorar esses nomes. Mais importantes são os fatos geométricos que estão por trás das situações cotidianas.
É claro que os polígonos descritos são apenas quatro exemplos entre a infinidade de formas que existem. Mas já dá para
perceber que todo polígono ocupa uma certa quantidade de superfície, uma certa área.
Na vida prática, conhecer essa área pode ajudar muito, seja para calcular o tamanho de um terreno, a quantidade de tacos
para um piso, a quantidade de tecido para um vestido, o gasto de papel para imprimir um folheto e muitas outras coisas.
1 unidade
4 cerâmicas de área
(1 cerâmica)
Cozinha retangular
8 cerâmicas
a
Já o quadrado é um retângulo no qual a = b. Portanto, A quadrado = a a=a2
sua área é calculada da mesma forma. Veja:
a
Em uma folha, desenhe um paralelogramo como o da figura abaixo. Corte-os em duas partes e depois reagrupe-
as até formar um retângulo. Siga o desenho:
Cortar com a
tesoura aqui
h
colocar obtemos
aqui
retirar
A paral. = b.h
Logo, para calcular a área de um palarelogramo basta multiplicar a altura pela largura. Por exemplo: um paralelogramo
tem largura igual a 10 cm e altura igual a 3,5cm. Qual é a área do paralelogramo? (10 X 3,5) cm² = 35 cm². 3
83
Á rea de um trapézio
Os quadriláteros que têm apenas dois lados opostos paralelos são chamados de trapézios. Os mais comuns são os
trapézios isósceles, que têm os dois lados não-paralelos com a mesma medida.
Trapézios isósceles:
Este sinal significa Dois lados paralelos e
"paralelo ao outro lado" os outros dois lados
não-paralelos com
a mesma medida
Ângulos
consecutivos Trapézio retângulo:
Tem dois ângulos retos consecutivos
b
Como calcular a área do trapézio desenhado abaixo, no qual
B = base maior, b = base menor e h = altura?
h
B
Observe que, utilizando dois trapézios iguais, você pode formar um paralelogramo:
Juntando dois trapézios iguais Obtemos um paralelogramo de largura
B+b e altura h
b B B+b
h h h� h
B b B+b
Atrapézio =
Você pode usar uma calculadora para fazer o cálculo do problema anterior. Consiga uma máquina de calcular e forme
um grupo com os seus colegas. O cálculo é:
252 = h2+ 152
Digite os números 2 e 5, nesta ordem. No visor aparecerá o número 25. Em seguida, aperte a tecla seguida da
2
tecla .Faça o mesmo para calcular 15 . Para calcular h2, resolva 625 – 225. Você encontrará h2 = 400. Digite 400,
em seguida aperte a tecla para encontrar 20. Ainda trabalhando em grupo, faça o restante dos cálculos.
Á rea de triângulos
Como fazer para transformar um triângulo qualquer em um a c
paralelogramo, para que seja mais fácil calcular a área? Lembre- h
se do que foi feito com quadriláteros anteriores! Experimente
com o triângulo desenhado ao lado. Se quiser, desenhe o
triângulo em uma folha de papel e recorte-o. b
85
A maneira de resolver este problema é análoga à já utilizada no caso do trapézio: basta duplicar o triângulo e teremos
um paralelogramo.
b b
a c a a a
h
h
b b
Exemplo 2
3 cm
6,5 cm
Exemplo 3
Solução 1 cm
O desenho foi feito sobre um papel quadriculado, a fim de A D 1 cm
facilitar o cálculo de sua área. Se cada quadradinho tem
lados medindo 1cm, calcule a área delimitada pelo
pentágono ABCDE.
B C
O primeiro passo é dividir o pentágono em três triângulos: .
E
Agora, basta calcular separadamente as áreas e depois
somá-las, para obter a área do pentágono:
A D
A D
A2 D
B
A3
B C
86 Resposta: a área da figura é 34,5 cm2.
6
anteriormente e escrita dentro 2,45
A
A partir dos problemas anteriores, é possível constatar Qualquer polígono pode ser dividido
propriedades muito importantes no cálculo de áreas de num certo número de triângulos,
polígonos. número esse que depende do número
de lados do polígono.
Quando reunimos duas figuras sem Outra propriedade foi usada para calcular a área do
superpô-las, a área da figura total trapézio, do paralelogramo e do triângulo.
é a soma das áreas de cada figura que
a forma.
3 cm
2 Os terrenos A, B e C foram medidos com quadrados iguais, medindo 1m2 cada um. Responda no seu caderno:
C
a) Qual é o menor terreno?
B
b) Qual é o maior terreno? A
5m
1,5 m
6m 87
25 cm
2 2,5
2
10 cm
8 Determine a área do hexágono regular.
8 cm 8 cm
8 cm
88 d
Você já ouviu falar no número Pi? Que símbolo é usado para representá-lo?
O número Pi é usado em muitas situações práticas que envolvem objetos circulares.
O número Pi está relacionado com circunferências e círculos. Vamos descobrir que
relação é essa!
Trabalhando em grupo, recolha quatro objetos que tenham alguma parte circular.
Podem ser copos, pratos, moedas, polias ou discos etc. Para cada um dos objetos,
meça o comprimento da borda circular e o diâmetro.
.
medidas na tabela abaixo.
Pegue um copo e um pedaço de barbante. Coloque o copo com a boca
para baixo e contorne a borda do fundo do copo com o barbante. Marque
com uma caneta o ponto do barbante que toca o seu começo. Estique o
barbante e meça com a régua o comprimento do começo do barbante até
C írculo e circunferência
Quando se fala em círculo ou circunferência, ninguém tem dúvida quanto ao formato dessas figuras geométricas. No
entanto, em Geometria, costuma-se fazer uma diferenciação entre círculo e circunferência.
A superfície de uma moeda, de uma pizza ou de um disco é um círculo.
Já o contorno do círculo é chamado de circunferência.
O compasso é o instrumento de desenho utilizado para desenhar circunferências.
O compasso possui duas “pernas”. Uma delas tem uma ponta metálica que deve ser
fixada no papel. O ponto onde a ponta metálica é fixada é o centro da circunferência.
A outra “perna”, que tem um pedaço de grafite, é usada para desenhar a circunferência, 2
girando o compasso sem deixar que a ponta metálica se mova. 89
Você já deve ter usado um objeto circular para desenhar uma circunferência. Basta colocá-lo sobre o papel e riscar seu
contorno. Essa é uma saída muito utilizada.
E s e você não tiver um objeto circular, mas conhece o centro da circunferência a ser desenhada? 4
É possível desenhar muitos diâmetros para uma circunferência – na verdade, uma infinidade deles. Porém, todos os
diâmetros de uma mesma circunferência possuem a mesma medida.
Para saber qual a maior distância entre dois pontos de uma circunferência, basta medir o seu diâmetro, ou seja, basta que o
instrumento de medida de comprimento (régua, trena ou fita métrica) seja colocado sobre a circunferência de modo que passe
pelo centro.
90
raio O
diâmetro
Q
P
Algumas vezes – na construção civil, por exemplo – necessita-se apenas
de uma parte da circunferência, de um arco de circunferência.
Na figura, vemos que tanto a corda (em azul) quanto o arco (em ver-
melho) unem os pontos P e Q. Para diferenciá-los, representamos por
PQ ou PQ a corda com extremidades em P e em Q, e por PQ, o arco.
A cada arco corresponde uma corda com as mesmas extremidades e para cada
corda podemos associar dois arcos. Troque idéias com seus colegas. 7
Semicircunferência AB
A
O diâmetro é uma corda especial, a maior delas. Os dois arcos que
semicírculo podem ser associados a um diâmetro também são especiais e são
denominados semicircunferências. Quando consideramos a semicir-
cunferência e a região delimitada por ela e pelo diâmetro, esta região
semicírculo é denominada semicírculo.
B
Usando suas medidas, você pode verificar que a razão é sempre um número um pouco maior do que 3. Esse valor
não é constante porque as medidas não são exatas. Quanto mais precisas forem as medidas, mais a razão se aproxima
de um número constante, conhecido como número Pi, cujo símbolo é .
O número é um número irracional, isto é, não pode ser escrito como fração; sua notação decimal possui infinitas
casas decimais, mas não é uma dízima periódica.
Exemplo 1
Qual o comprimento da roda de uma bicicleta de aro 26?
Solução
Numa bicicleta com aro 26, o raio
mede 30 cm. Substituindo r = 30 cm
na expressão C = 2 r e usando o
valor aproximado de = 3,14,
temos: 10
30 cm
1 volta C = 2 . . 30 C = 2 . 3,14 . 30
C = 188,40 cm ou C = 1,884 m
Resposta: o comprimento da roda de uma bicicleta de aro 26 é 1,884 m.
Exemplo 2
Com a bicicleta do problema anterior, quantas voltas completas são necessárias para
percorrer uma distância de 4 km ou 4 000 m?
Solução
Dividindo-se a distância total pelo comprimento de uma volta completa, obtém-se o número de voltas completas
necessárias.
4 000 ÷ 1,884 = 2 123 voltas completas e mais “um pouquinho”, pois o resultado é um número decimal. 11
Há cem anos aproximadamente, o matemático William Shanks calculou o número com 707 casas decimais. Para
realizar esta tarefa, precisou de 15 anos! Atualmente os supercomputadores são capazes de apresentar o número com 12
quantas casas decimais se desejar em apenas alguns segundos.
=3,1415926535897932384626433832795028...
Exemplo 3
20 cm 20 cm
40 cm
Solução
Em primeiro lugar, observe que a correia une as duas polias (círculos) passando pela metade do comprimento
(semicircunferência) de cada uma delas. O comprimento da correia será igual ao perímetro da figura, que é
composto de duas semicircunferências iguais (com diâmetros iguais, d=20 cm) e dois segmentos de reta (com
comprimento c = 40 cm).
Como as duas semicircunferências possuem o mesmo diâmetro, basta uni-las para formar uma circunferência
completa, com 20 cm de diâmetro. 93
20 cm
2 Medindo uma circunferência com uma fita métrica, obtém-se 62,8 cm de comprimento. Qual a medida do
diâmetro dessa circunferência?
5 Divida a mesma circunferência de 18,84 m de comprimento em 4 partes iguais. Qual o comprimento de cada
arco obtido?
94
20 m
80 m
8 O comprimento da linha do Equador da Terra tem aproximadamente 40 000 km. Qual o raio da Terra?
9 Uma praça circular tem 200 m de raio. Quantos metros de grade serão necessários para cercá-la?
10 Numa bicicleta de aro 26, quantas voltas completas as rodas precisam dar em um percurso de 3,76 km? (veja
o Exemplo 1 desta aula).
95
Área do círculo
Numa fábrica de latões, um funcionário precisa calcular
a quantidade de material necessário para a fabricação tampa
tampa
Acertou quem pensou em descobrir qual a área das tampas! Nesta aula, você vai
estudar como calcular a área do círculo.
Reúna-se com o seu grupo. Desenhem, em uma folha de papel A4, a maior
quantidade possível de círculos, todos com o mesmo raio. Antes de desenhar
os círculos, pensem nas questões abaixo:
•
Vocês conseguirão usar toda a folha ou haverá um certo desperdício de
papel? Por quê?
1
•
Uma folha de tamanho A4 tem 29,7 cm de comprimento e 21 cm de
largura. Experimentem desenhar circunferências com 7 cm de diâmetro.
2
3
É uma boa medida? Por quê?
•
Como calcular o desperdício de material?
96 4
1 cm
Calcular a área de uma figura é verificar quantos quadradinhos de uma certa unidade cabem dentro dessa figura.
Se uma figura for recortada e rearrumada, sua área se mantém a mesma, desde que estejam preservadas todas as suas
partes. Essa propriedade já foi estudada, na Aula 15, para o cálculo, por exemplo, da área de um trapézio.
97
A ÁREA DO CÍRCULO
Para encontrar a expressão de cálculo da área do círculo é preciso recortá-lo, de forma conveniente, para formar outra
figura mais simples. Lembre-se que as figuras mais simples para o cálculo de área são os quadriláteros.
a. Divida um círculo de raio r em 16 partes iguais. Cada b. Agora, a metade destas 16 partes iguais (ou setores)
uma destas partes é chamada setor circular. devem ser rearrumadas, como mostra a figura ao lado.
16 1
15 2
1 2 3 4 5 6 7 8
14 3
13 4 c. Depois, encaixa-se a outra metade sobre a primeira,
12 5 de forma a não deixar espaços vazios. A figura obtida
6 ainda não é um quadrilátero.
11
10 7 9 10 11 12 13 14 15 16
9 8
1 2 3 4 5 6 7 8
d. Com um pouco de imaginação, é possível obter um e. Repetindo o que foi feito antes com as 16 partes, pega-
quadrilátero dividindo o círculo em setores circulares se a metade dos setores em uma posição e encaixa-se a
cada vez menores. outra metade sobre os primeiros. Com setores bem
pequenos, conseguimos uma figura que é praticamente
um retângulo de altura igual ao raio do círculo e
comprimento igual à metade do comprimento da
circunferência deste círculo.
C
2
r A área de um retângulo é igual ao produto do compri-
mento pela altura. Como C =2 r, chega-se à expressão 7
para o cálculo da área de um círculo de raio r :
Exemplo 1
Calcule a área dos círculos de raios:
a) 1 km b) 2 m c) 3 cm
Solução
Conhecendo a fórmula e as medidas dos raios, basta substituir o valor de r na fórmula.
a) Se r= 1 km, temos que A = r2 = .12 = = 3,14 km2.
98 Para calcular a área de um círculo “grande” (raio de 1 km), você pode usar uma aproximação de com mais casas
9
Resposta: a área é 12,56 m2.
Lembre-se que para transformar unidades de medida de área é preciso “andar” de duas em duas ordens numéricas.
Assim, 12,56 m2 correspondem a 125 600 cm2. A decisão da unidade a ser utilizada depende da precisão da medida
que se deseja e, conseqüentemente, o número de casas decimais de depende da necessidade de obter uma medida
com maior precisão ou não.
Utilizando = 3,1416, para fornecer a área em cm2, o resultado seria A = 125 664 cm2.
A área do círculo pode ser obtida ainda de outra forma. Imagine que o círculo é formado por várias circunferências
concêntricas (circunferências que possuem o mesmo centro). Ao cortar e esticar todas essas circunferências, transforma-
se o círculo em um triângulo retângulo.
Exemplo 2
Para calcular a quantidade de material necessário para produzir tampas para latões
cilíndricos, é preciso calcular a área do círculo destas tampas. 40 cm
Solução 11
Sabendo que o raio de cada latão mede 40 cm e substituindo-se este valor na expressão
A= r2, é determinada a área de cada tampa:
A= r2 = . 402 = . 1 600 = 3,14 x1 600 = 5 024 cm2 .
Exemplo 3
Sempre que é preciso cortar círculos de determinado material, há certo desperdício. �����
Na figura a seguir, você pode perceber isso. Qual é a área desperdiçada?
Solução
Se o lado do quadrado mede 10 cm, o diâmetro do círculo também mede 10 cm
e seu raio, 5 cm. Então:
Área do quadrado = .
Área do círculo .
Desperdício =100 – 78,5 = 21,5 cm2.
10%
20%
30%
15%
25%
Uma pizza em fatias está cortada em setores. Gráficos circulares que aparecem em jornais ou revistas
trazem o círculo dividido em setores.
100 Neste caso, basta dividir a área total do círculo pelo número de partes.
O O
a) 2 partes
O
iguais O
2 cm 2 cm área do setor:
2 cm 2 cm
b) 4 partes iguais
área do setor:
O O O
2 cm 2 cm 2 cm
c) 6 partes iguais
área do setor:
Resposta:
a) a área de cada setor do círculo é aproximadamente 6,28 cm2; b) a área de cada setor do círculo é aproximadamente 13
3,14 cm2.; c) a área de cada setor do círculo é aproximadamente 2,09 cm2..
2a: Se você conhece a medida do ângulo central correspondente ao setor circular.
Neste caso, para calcular a área do setor usa-se proporcionalidade. Lembre-se de que o ângulo que corresponde
a toda a região circular é o ângulo de uma volta completa, ou seja, de 360o.
Como a área de um setor é diretamente proporcional à medida de seu ângulo central, usa-se a fórmula para o cálculo
da área total do círculo e escreve-se a seguinte proporção:
Área do círculo 360o
Área do setor ângulo central
Simbolicamente: 14
Daí que:
Exemplo 5
Calcule a área de um setor circular de um ângulo de 50o num círculo de 3 cm de raio.
Solução
Como a área do setor é diretamente proporcional
a seu ângulo central, temos:
Círculo: 28,26 cm2 360o
Setor: As 50o
3 cm
C oroa circular
Uma coroa circular é uma figura plana formada por dois círculos concêntricos de
raios diferentes, como mostra a figura.
As representações planas de um eclipse, de um pneu e de outros objetos que encon-
tramos no cotidiano são coroas circulares. 101
Calcular a área de uma coroa circular é muito simples. Basta calcular a área de cada
círculo e depois subtrair a área do círculo menor da área do círculo maior.
Sendo R a medida do raio do círculo maior, sua área é R2.
Para o círculo menor, a área é r2.
Usando esse resultado, calcula-se a área da parte pintada da figura, ou seja, a
área da coroa circular, que será igual à diferença R2– r2.
Colocando em evidência, ficamos com a seguinte expressão: r
Área da coroa circular = (R2–r2). R
3 Use proporcionalidade para calcular a área de um setor circular de 150o de abertura num círculo com 1m de raio.
40%
102
5 cm
2 cm
2 cm a) circunferência 5 cm b) circunferência
circunscrita inscrita
10 Uma pizza tem raio igual a 15 cm e está dividida em 6 fatias. Calcule a área de cada fatia.
103
O teorema de Tales
A figura ao lado representa uma
Rua 41
quadra delimitada pelas ruas 41 e
42 e avenidas A e W. Para dividir a 40 m 35 m
Avenida W
da
quadra em dois terrenos, a pro-
ni
Ave
1
posta é colocar um muro paralelo 48 m x
No Egito, por volta de 2500 a.C., os agrimensores já usavam seus conhecimentos geométricos para medir terrenos.
As grandes pirâmides demonstram como os egípcios conheciam e sabiam usar bem a Geometria – embora, para eles,
a Geometria fosse uma ciência puramente experimental.
Por volta de 600 a.C., filósofos e matemáticos gregos passaram a modificar a maneira de fazer Geometria:
começaram a transformá-la de uma coleção de resultados empíricos em um sistema bem organizado e sistemático.
Foram os gregos os primeiros a introduzir o raciocínio dedutivo na Matemática. Cerca de 300 anos depois, o
matemático grego Euclides escreveu um livro de Geometria que se tornou famoso, Os Elementos de Euclides, no
qual apresentou de maneira organizada, utilizando o raciocínio dedutivo, a matemática grega elementar conhecida
em sua época.
Para resolver um problema prático como o da divisão da quadra com um muro paralelo às ruas, é preciso recorrer a
essas sistematizações e, particularmente, a um teorema elaborado por outro filósofo grego, Tales, nascido em Mileto, e
que viveu provavelmente entre 624 e 548 a.C. 2
TParaeoremas
estudar Geometria, os matemáticos aceitam certos objetos sem procurar defini-los. São as chamadas noções
primitivas. Estas noções são as de ponto, reta e plano. São tão simples que é mais complicado tentar defini-las do
que simplesmente aceitá-las.
Em seguida, os matemáticos aceitam, sem discutir, certos fatos básicos e importantes chamados de axiomas. Por
3
exemplo, Euclides já aceitava que dados dois pontos distintos é possível passar uma reta pelos dois pontos, e somente
uma. Os axiomas são as regras do jogo em Geometria – e todo mundo sabe que se regras não são aceitas pelos
104 jogadores cria-se uma enorme confusão.
Teorema de Tales
Na figura ao lado, você pode ver três retas paralelas m D r
(que foram chamadas de r, s e t) e duas outras A
retas, m e n, que cortam r, s e t. As retas paralelas
r, s e t são um exemplo de um feixe de retas E s
paralelas. As retas m e n são chamadas B
transversais, pois cortam transversalmente as
retas do feixe.
F t
C n
Examine agora a figura a seguir. Nela, você vê o feixe de paralelas r, s e t cortadas pelas transversais m e n. Suponha que o
segmento de medida u cabe um número exato de vezes tanto em AB quanto em BC: 4 vezes em AB e 6 vezes em BC.
m D r
u A v
u coube v
u
4 vezes
u v
em AB
u v E s
u B v
u v
u coube
u v
6 vezes
em AB u v
u v
u v F t
C n
Observe que, ao dividir AC em dez segmentos congruentes de medida u, o segmento DF também ficou dividido em dez
segmentos congruentes de medida que chamaremos de v. Considerando estas divisões, podemos concluir que:
.
.
.
Portanto, os segmentos AB, BC, DE e EF são proporcionais. Este resultado pode ser enunciado de maneira geral.
105
Teorema de Tales
Um feixe de retas paralelas determina sobre duas transversais segmentos de
comprimentos proporcionais.
m n
A D r
B E s
C F t
Não demonstramos o teorema de Tales. Simplesmente o verificamos no caso particular ilustrado na figura. Uma
demonstração deste teorema teria que ser válida para qualquer feixe de retas paralelas cortadas por transversais, e deveria 4
ser feita sem utilizar resultados da figura, baseando-se totalmente no raciocínio lógico.
Exemplo 1
Na planta de um loteamento, está faltando a medida do lado dos fundos do lote B, conforme a figura.
lote A
podemos aplicar o teorema de Tales para descobrir esta medida sem
24
eC
lot
lote B
x
106
Solução
a a) Aplicando o teorema de Tales, obtém-se a seguinte
4 x+1 proporção:
b
9 2x + 3
c
Como o produto dos meios é igual ao produto dos extremos,
t r
temos que: 8x +12 =9x +9
r t
a
b)
4 8
b
3
z
c
2 y
d
Resposta: a) x = 3
b) y = 4 e z = 6
a
4
x 2,4 6
b
1,4 1,2
c
A
107
17 m x
17 m y 96 m
17 m z
x 3
M N
x+6 6
B C
7 Um feixe de retas paralelas determina sobre uma transversal segmentos AB, BC e CD que medem, respectivamente,
3 cm, 5 cm e 7 cm. Calcule as medidas dos segmentos MN, NP e PQ determinados pelo mesmo feixe sobre outra
transversal, sabendo que o segmento MQ mede 60 cm.
8 Uma reta paralela ao lado BC de um triângulo ABC determina sobre o lado AB segmentos de 2 cm e 8 cm.
Calcule as medidas dos segmentos que essa reta determina sobre o lado AC, que mede 15 cm.
108
x
C D
r
9
s
A t B
O caderno é o seu diário de Matemática. Ele deve conter sua história na construção
dos conhecimentos.
109
Semelhança
O diagramador de uma empresa gráfica deve reduzir um trabalho de Cândido
Portinari, de dimensões 840 x 1 188 cm (8,40 m por 11,88 m), para que a reprodução 1
da tela caiba em uma folha de papel cujas dimensões são 210x 297 mm.
Trabalhando em grupo, pense em uma solução para essa tarefa.
Agora que você já viu a importância do assunto, vamos ver como você resolveu
a situação proposta no início da aula. 2
Triângulos semelhantes
Aplicando o teorema de Tales
Considere um feixe de retas paralelas e suas transversais, já vistos no teorema de Tales. Da figura, é possível retirar dois
triângulos.
E E E
r A A'
B B'
s
B B' B B'
t C C'
C C' C C'
110 r//s//t
A'
A Â, ≅ ,
c' b'
c b
B a C B' C'
a'
O conceito de semelhança pode ser estendido a outras figuras. É fácil fazer isso. Basta adaptar a definição que você viu
acima para o caso em que as duas figuras têm n lados. A definição para semelhança de triângulos que você acabou de
ler exige que os ângulos correspondentes sejam congruentes e que os lados correspondentes sejam proporcionais. Ela
foi apresentada porque pode ser generalizada facilmente para polígonos com mais de três lados. No caso específico de
dois triângulos, é suficiente exigir, para que eles sejam semelhantes, que os três pares de ângulos de ambos sejam
ordenadamente congruentes ou que os três pares de lados sejam ordenadamente proporcionais. Usando a linguagem
matemática, isso fica mais claro.
Se:
 ≅ Â, ≅ , ≅
Ou
A lenda diz que Tales de Mileto, ao fazer uma viagem pelo Egito, foi desafiado a determinar a altura de uma das pirâmides
sem recorrer à medição direta.
Parece que Tales valeu-se da sombra projetada, em um mesmo instante, pela pirâmide e por um bastão.
111
raios
solares
H
h
d s
s
Na figura, identificamos:
H: altura da pirâmide
d: distância do eixo da pirâmide a sua borda
S: extensão da sombra projetada no solo pela pirâmide (sombra visível)
h: altura do bastão
s: extensão da sombra projetada no solo pelo bastão
..
Observe que, nos dois triângulos retângulos, podemos destacar:
as bases, que são paralelas (pois o solo é horizontal)
.
as alturas, que são paralelas (pois são ambas verticais)
os lados inclinados, que são paralelos (pois podemos considerar que os raios solares são paralelos,
devido à grande distância entre a Terra e o Sol).
Como esses triângulos apresentam os três lados correspondentemente paralelos, seus ângulos são congruentes dois a
dois (lembre-se de que, neste caso, se os lados de dois ângulos são paralelos, então eles são congruentes). Assim, os
triângulos são semelhantes, logo seus lados são proporcionais.
É possível então obter a dimensão H da pirâmide, como fez Tales, com o auxilio da seguinte proporção:
Exemplo 1
Os triângulos ABC e A’B’C’ abaixo são semelhantes com  ≅ Â' e ≅ '. Determine os valores de x e y.
A
A'
Solução
x 10
4 5
Resposta: .
≅ Q̂
A
A P
é semelhante a P
Se o ângulo  é congruente ao ângulo P̂ e se o
ângulo é congruente ao ângulo Q̂, então os
Q R
triângulos ABC e PQR são semelhantes. B
B
C
C
Q R
Q
R
B Q
R
é semelhante a B C
C
A
P
3
Q R
é semelhante a B C
113
Exemplo 2
A A
Determinar a altura do sabendo que ele é
A' A'
semelhante ao , com  ≅ Â' e ≅ '.
h h
Solução
5 5
Sabendo-se que é semelhante a
, podemos escrever: B B C C B' B' C' C'
8 8 6 6
Exemplo 3
Na figura abaixo, os quadrados ABCD, EFGC e MNPG
têm os lados medindo b, a e x, respectivamente. Determine
B A
x em função de a e b. b-a
Solução a-x F E
Sendo os triângulos FMN e BEF semelhantes, temos: N a
M
x
P D
x G a C b
Resposta:
Exemplo 4
(UFMG) Dois círculos, de raios 6 m e 4 m, têm centro na
altura relativa à base do triângulo isósceles da figura e são
tangentes exteriormente. A altura do triângulo relativa à x
base, em metros, é:
O 4
a) 25 b) 26 c ) 30
d) 32 e) 36 O' 6
Solução
Destacando dois triângulos retângulos semelhantes, podemos escrever a proporção:
Exemplo 6
A
Calcule o lado do quadrado inscrito no triângulo ABC:
a) a razão entre seus perímetros é k;
b) a razão entre as alturas correspondentes é k;
c) a razão entre as medianas correspondentes é k, e k é a razão de
semelhança entre os triângulos.
9
E D
B F G C
5
Solução
Considerando os triângulos semelhantes ADE e ABC e chamando
o lado do quadrado de l , temos as figuras ao lado.
Aplicando-se a proporcionalidade entre os lados
l correspondentes, temos:
l
Resposta: o lado do quadrado mede aproximadamente 3,21.
Exemplo 7
A sombra de um poste vertical, projetada pelo sol sobre um chão plano, mede 12 m. Nesse mesmo instante, a sombra de um
bastão vertical de 1 m de altura mede 0,6 m. Determine a altura do poste.
Solução
Chamando-se de h a altura do poste, podemos obter a relação:
Exemplo 8
Um prédio projeta uma sombra de 6 m no mesmo instante em que uma baliza de 1 m projeta uma sombra de 40 cm.
Se cada andar desse prédio tem 3 m de altura, então qual é o número de andares do prédio?
Solução
Chamando-se de h a altura do prédio e de x o número de andares do prédio, e sabendo-se que cada andar tem 3 m,
temos que:
h = 3.x
Portanto:
..
Duas figuras são semelhantes quando, ao mesmo tempo:
os ângulos correspondentes têm a mesma medida;
as razões entre as medidas de lados correspondentes são iguais.
O O
116
Esse método para obter figuras semelhantes pode ser utilizado para qualquer figura e o ponto O pode estar em qualquer
posição. Se dois polígonos são semelhantes, a razão entre seus perímetros é igual à razão entre as medidas de dois lados 4
correspondentes quaisquer dos polígonos. Por isso, é possível reduzir ou ampliar as figuras sem mudar sua forma. Logo,
os perímetros serão sempre proporcionais na mesma razão que os lados.
Observe, portanto, que dois polígonos são semelhantes se os ângulos internos forem ordenadamente congruentes e se
os lados que formam ângulos congruentes forem proporcionais.
Exemplo 9
Os trapézios ABCD e MNOP são semelhantes. A razão de semelhança entre ABCD e MNOP é 0,25. Se o perímetro de
MNOP é 48,4 cm, qual é o perímetro de ABCD?
Solução
Exemplo 1010
Um tipógrafo deseja fazer um cartão de visita de comprimento 6 cm e de largura tal que, quando dobrado ao meio, ele terá
a mesma forma que antes. Qual deve ser a largura?
Solução
O cartão tem 6 cm de comprimento e, se dividido ao meio, haverá um novo valor para o comprimento, que será igual
ao da largura do cartão primitivo.
Como são retângulos semelhantes, temos:
1 Um trapézio tem bases de comprimentos 8 cm e 4 cm e mede 9 cm de altura. A que distância da base maior
cortam-se as diagonais?
12
3 Num vôo de São Paulo a Maceió, haverá uma escala em Salvador para embarque de novos passageiros. O piloto observa
um mapa que tem escala indicando que 1 cm corresponde a 25 km e observa que a distância total a ser percorrida no
mapa até Salvador corresponde a 76 cm e de Salvador a Maceió, a 24 cm. Quais são as distâncias de São Paulo a Salvador
e de Salvador a Maceió? Se a velocidade do avião for de 900 km/h, qual será o tempo total de vôo até Maceió?
A escala é sempre escrita na forma a:b. Isso significa que o tamanho de um dos
segmentos do desenho, quando multiplicado por b, devolve o tamanho do mesmo
segmento em relação à figura original. No caso mais geral, há escalas indicadas por
1:b e aí basta multiplicar b pelo tamanho indicado nos segmentos de desenho ou
pelo tamanho de um segmento que normalmente o acompanha. A escala também
indica a unidade a ser utilizada (cm, m, km etc.). Se o desenho é maior do que o
objeto, então a é maior do que b.
y
y
F
B
E C
a) b)
x x
12
8
6
y 8
4
6
8
118 2 y
D C
A B
6 y
9
16
A B
M F
9 Um lado de um de dois triângulos semelhantes é cinco vezes maior que o lado correspondente do outro. Se a
área do triângulo menor é 6 cm2, qual é a área do maior?
119
Coordenadas
et
o go
o
rr
taf
Ba
Mirante
Bo
R. Mq
s
. de O
da
Da. Marta linda
de
Uni
Assunção
A A
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Muniz
Praia
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Bamb
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Botafogo
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Clube de Regatas
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R. N e lson
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R. d
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B B
Tún
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es
r te
R ua
Rua
as P
el
gu
Rua
dr i
erm
Po
O conceito de coordenada está relacionado com
do
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Pátr
R.
le
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alm
Pas
ro
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a
Fe
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Sor
R.
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Rua Sever
localização e tem aplicação na Geografia, na Matemática re
olid
Pr
Rua
Rea
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R. en
oca
n. P
n tá G
Rua
c
l
Volu
Pa
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.
rre
ba
Con
Ge
S. J
ssa
tela
.V
Ba
Quin
e em outras atividades cotidianas. As situações a seguir
Av
ena
R.
itá
ge
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Rua M ldo
ma
m
Arn
Gra
o a
valh Ru
Hu
Bat
Rua
de
Car ro mo
s
nde
C Poli C
a
da R. R.
ond e
iro Gui marães
Visc
uma localização. Esses códigos são formados por pares
Rua R. Pinhe
Cemitério
S. João Batista
Morro de
São João
de números
1 ou letras.2 Qual a localização
3 da torre4no
tabuleiro de xadrez?
1 2 3
rre
t fo
go
4
A figura mostra parte da
ta
Ba
Bo
Mirante R. Mq.
ida
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Da. Marta
Un
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Fernand
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R. Min
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Rua Professor
R.
2
Alfredo Gomes
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Rua
Rua
Clube de Regatas
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Guanabara
Rua da Matriz na posição 2B e
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o shopping Rio Sul na posição
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C Poli C
a
da R. R.
onde arães
Visc o Guim Morro de
Rua R. Pinheir
Cemitério
ao shopping.
São João
S. João Batista
1 2 3 4
..
Você já aprendeu, na Aula 4 deste livro, que a reta numérica possui:
uma origem, que corresponde ao número zero;
.
um sentido de orientação, indicado por uma seta, que corresponde ao sentido
de crescimento dos números;
uma unidade de medida de comprimento constante, que corresponde à distância
entre dois números inteiros consecutivos.
Temos então:
120
Para representar números racionais com mais casas decimais, é possível ampliar
a unidade de medida utilizada para marcar os números inteiros. Como exemplo,
na reta abaixo o intervalo entre os números 3 e 4 foi ampliado e na reta está
marcado o número 3,14, que costuma ser utilizado como aproximação de π.
O plano cartesiano
Quando é necessário localizar
pontos sobre um plano, que
pode ser um mapa ou um
gráfico, não basta uma reta
numérica. São necessárias duas
retas numéricas, uma horizontal 4
e outra vertical.
Para qualquer ponto do plano, a primeira coordenada indica sua posição horizontal, ou seja, a que distância, à direita ou
à esquerda, o ponto está da origem. Se o deslocamento é para a direita, a coordenada será um número positivo e, se for
para a esquerda, será um número negativo. A segunda coordenada indica o deslocamento vertical, ou seja, a que distância,
acima ou abaixo da origem, o ponto se encontra. Neste caso, quando o deslocamento é para cima da origem, a
coordenada será positiva e, quando for para baixo, a coordenada será um número negativo.
Veja agora alguns pontos e suas respectivas coordenadas, assinalados
num plano cartesiano.
A(1;2)
As coordenadas (1;2) do ponto A mostram que, para encontrá-lo,
D(-3;1)
precisamos nos deslocar uma unidade para a direita e duas unidades 5
B(4;-1) ..
para cima. Para os outros três pontos temos:
ponto B(4;–1): 4 unidades para a direita e 1 unidade para baixo;
ponto C(–2;–2): 2 unidades para a esquerda e 2 unidades para
.
C(-2;-2)
baixo;
ponto D(–3;1): 3 unidades para a esquerda e 1 unidade para cima.
Como você acabou de ver, as coordenadas de um ponto são um par de números colocados entre parênteses numa
determinada ordem. Por isso, esse par é denominado par ordenado (horizontal; vertical). A primeira coordenada é
chamada abscissa e a segunda, ordenada. Temos então:
A(1; 2) par ordenado
abscissa ordenada
y
regiões denominadas quadrantes. Para se referir a estas regiões, é Quadrante III Quadrante IV
costume numerar os quadrantes no sentido anti-horário, como
mostra a figura ao lado:
Foi o filósofo e matemático francês René Descartes (1596–1650) quem inventou uma maneira de visualizar relações entre
números. Sua idéia de representar graficamente pontos e curvas funcionou tão bem que o sistema ficou conhecido como
122 plano cartesiano, em sua homenagem. O estudo das curvas usando coordenadas é chamado de Geometria Analítica.
Colunas
O gráfico abaixo apresenta as despesas fixas (luz, gás, telefone, impostos etc.) de uma pessoa durante um ano. É um
gráfico de colunas, onde o eixo horizontal mostra os meses e o eixo vertical traz as despesas.
A leitura da despesa para cada mês se faz por um par ordenado (mês; despesa) que determina a altura de cada coluna.
Observe que, no mês de junho, para marcar a despesa de R$ 500,00, precisamos localizar o ponto (jun;500), como foi
visto anteriormente para pares ordenados em geral.
meses R$
jan 300
fev 410 R$
mar 540 600 (jun; 500)
abr 380 500
mai 320
jun 400
500
jul 490 300
ago 570 200
set 380
100
out 430
nov 420 0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
dez 400 8
A Geografia utiliza coordenadas para a localização de pontos sobre a Terra. Essas coordenadas geográficas são conhecidas
como latitude e longitude.
Hoje em dia, os recursos tecnológicos facilitaram muito a construção de gráficos. Existem muitos programas de
computador que auxiliam a organização de dados e a construção de gráficos como os que aparecem diariamente na
imprensa escrita. Esses programas são conhecidos como “planilhas eletrônicas”. Se essas planilhas contêm os dados que
se quer visualizar em um gráfico, é suficiente escolher o tipo de gráfico desejado (de setores, de barras etc.) e a planilha
automaticamente cria o gráfico.
A B C D E F G H I
Boa Vista
1 1
nco
R. Bra
Macapá
Rio Negro
Ilha de
Marajó
azona s Belém
Manaus Am
2 Ri
o
2
ocantins
up
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R. G
s a Fortaleza
b
R. Parnaí
p
Ta
R. T
Teresina
R.
ri b
e
ua
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R. J Natal
us
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R. P aíb
a
3 3
João Pessoa
n
Par
Fran
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Porto ão ci Recife
R.
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Velho R. S
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sc
r
R. A
Rio Branco
Maceió
Ilha do Palmas Aracajú
Cachoeira de
Bananal
Paulo Afonso
4 4
Salvador
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Cuiabá Distrito
o
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Federal ci
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R.
R . São Fr
Goiânia
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São Paulo 6
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Janeiro
R. Iguaç
u Curitiba
Florianópolis
7 gu
ai 7
u
Ur
R.
Porto Alegre
Lagoa
8 dos Patos
8
Chuí
124 A B C D E F G H I
4 Observe a figura e determine se a abscissa e a ordenada de cada ponto são positivas (+), negativas (-) ou nulas (0).
B
A
5 Numa folha de papel quadriculado, desenhe um sistema de eixos cartesianos que divida a folha em quatro
quadrantes aproximadamente de mesma área. Para cada um dos itens abaixo marque os pontos solicitados e depois
una-os por segmentos de reta, na ordem A, B, C e D. Verifique que figura geométrica foi obtida.
a) A(1; – 2), B(3;3), C(1;8) e D(–1;3)
b) A(8;–1), B(12;–1), C(8;3) e D(12;3)
c) A(–3;0), B(3;0) e C(3;– 6)
d) A(– 3;– 2), B(0;– 5) e C(– 6;– 6)
e) A(–12;8), B(– 3;8), C(–10;6) e D(– 5;6)
6 Crie mais 3 figuras e dê as coordenadas de pontos que permitam a um colega desenhá-las. Em seguida, o colega
deverá fazer o mesmo para você.
8 Consultando o gráfico do exemplo mostrado na aula, verifique o que ocorre se considerássemos valores negativos
para x. Seria possível ampliar aquele gráfico? Como ele ficaria?
125
Gráficos: leitura
e construção
Organize com sua turma uma coleção de gráficos recortados de jornais e revistas.
Observem como é fácil encontrar gráficos dos mais variados tipos na imprensa
escrita. A partir dessa coleção, identifiquem características semelhantes nos gráficos
e criem critérios de classificação. Usando seus próprios critérios, separem a coleção 1
em grupos menores.
Em 1786, William Playfair utilizou pela primeira vez um gráfico de barras que, diferentemente dos gráficos geométricos
precedentes, representava medidas não-geométricas, como renda e despesas da Escócia. Assim, começaram a aparecer
as representações gráficas que têm como objetivo a apresentação visual de informações.
Hoje, os gráficos são um recurso muito utilizado pela imprensa, por empresas, organizações e em todos os níveis e
modalidades de ensino. Por isso, é cada vez mais necessário saber ler e interpretar gráficos.
TExistem
ipos de gráficos
vários tipos de gráficos. Os mais comuns são os gráficos de barras ou colunas, gráficos poligonais, gráficos de
setores, cartogramas e pictogramas. O tipo escolhido depende das informações que se deseja mostrar e da finalidade
do gráfico.
Este é um gráfico de barras. Agora os retângulos têm a Cidades mais visitadas do Brasil, por turistas
estrangeiros - 1997-1998
mesma altura e suas bases variam de acordo com os Brasília
Torres
valores numéricos apresentados no eixo horizontal. Curitiba
Manaus
O gráfico de barras facilita a escrita e a leitura dos valores Fortaleza
Camboriú
de uma variável não-numérica, como os nomes das Búzios
Recife
cidades mais visitadas por turistas estrangeiros. Porto Alegre
Foz do Iguaçu
No gráfico ao lado, há na verdade dois gráficos Florianópolis Salvador
São Paulo
desenhados num mesmo sistema de eixos e, por isso, Rio de Janeiro %
foi preciso usar uma legenda com cores para diferenciar 0 5 10 15
1997
20 25
1998
30 35 40
duas épocas: 1997 (rosa) e 1998 (lilás). O eixo Fonte: Organização Mundial do Turismo - OTM, Banco de Dados
Liste três observações que mais lhe chamam a atenção no gráfico. Reúna todas as 8
observações de sua turma e verifique as que mais se repetem.
Gráficos poligonais
Também chamados gráficos de linha, são muito utilizados quando uma das variáveis é o tempo. Permitem visualizar
facilmente períodos de crescimento, decrescimento e estagnação de uma variável durante um certo tempo. Os gráficos 9
poligonais são comuns em análises econômicas, incidências de moléstias, índices de crescimento populacional, de
mortalidade infantil etc.
Taxa de analfabetismo da população de 15 anos
O gráfico mostra a porcentagem de analfabetos %
70
ou mais de idade - 1900/2020
400
(1; 320)
200
0 1 2 3 4 tempo (h)
Gráficos de setores
Apresentam os dados em um círculo dividido proporcionalmente. Utilizados principalmente quando é preciso mostrar
a relação das partes com o todo. O gráfico de setores – também conhecido como gráfico circular, de pizza ou de torta – não
deve ser usado para uma quantidade de dados que implique muitas divisões, a ponto de prejudicar a leitura dos dados.
12
Exemplo 3
1 100 500
1 000
600
Com estes dados, desenhamos um círculo e traçamos um
de seus raios para iniciar o traçado dos setores. Com o 900
transferidor, marcamos o primeiro ângulo e traçamos
outro raio para delimitá-lo. A partir deste novo raio,
marcamos o próximo ângulo e assim por diante.
700
800
128
Boa Vista
Macapá
BRASIL
População
Cartogramas
Representações gráficas muito utilizadas para apresentar dados
Equador
0º
13
0º
Belém
Manaus
Teresina Natal
João
Recife
Rio Branco Porto
Velho Maceió
10º
10º Palmas
Aracajú
Salvador
Brasília
Cuiabá
Goiânia
Belo
Horizonte
Campo
Grande 20º
20º Vitória
Rio de
Janeiro
São Paulo
LEGENDAS
Habitantes por km 2 Curitiba
Mais de 280
De 50 a 200 Florianópolis
De 25 a 50
De 10 a 25
De 2 a 10
O C E A N O
Porto Alegre
até 2
30º 0 250 500 750 A T L Â N T I 30º
Km C O
Pictogramas
Gráficos pictóricos ou pictogramas são cada vez mais utilizados pela imprensa. A intenção deste tipo de gráfico vai além 14
da transmissão de uma informação estatística e procura ilustrar, enfatizar ou ressaltar os dados. Normalmente um
pictograma é criado acrescentando-se efeitos visuais sobre gráficos de colunas, barras ou setores.
A representação gráfica de dados deve obedecer a certos requisitos fundamentais para ser realmente útil: simplicidade,
clareza e veracidade. Os melhores gráficos são os mais simples. Quanto menos detalhes secundários, como traços
desnecessários e “enfeites” artificiais, melhor e mais imediata será a análise. A representação gráfica deve ser utilizada
para informar, esclarecer, sintetizar e nunca para enganar ou confundir.
PRODUÇÃO DO 1º SEMESTRE
250
0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN
2 Um avião voa com velocidade constante. Copie a tabela e complete os pares ordenados (tempo; distância).
distância (km)
0 0
1 200
1 320
2 1 000
3
4 800
600
400
(1; 320)
200
0 1 2 3 4 tempo (h)
3 Com os dados do exercício anterior, calcule a distância percorrida após o avião ter voado 1 hora e meia.
Boa Vista
50º
BRASIL
40º
População
afirmação: “O Brasil é um país litorâneo”.
Macapá Equador
0º 0º
Belém
Manaus
São Luís
Fortaleza
Teresina Natal
João
Pessoa
Recife
Rio Branco Porto
Velho Maceió
10º
10º Palmas
Aracajú
Salvador
Brasília
Cuiabá
Goiânia
Belo
Horizonte
Campo
Grande 20º
20º Vitória
Rio de
Janeiro
São Paulo
LEGENDAS
Habitantes por km 2 Curitiba
Mais de 280
De 50 a 200 Florianópolis
De 25 a 50
De 10 a 25
De 2 a 10
O C E A N O
Porto Alegre
até 2
30º 0 250 500 750 A T L Â N T I 30º
Km C O
turma B? 60
A
c) Qual a média máxima e a média mínima de cada uma das 50 B
turmas? Em que meses ocorreram? 40
d) Em que períodos o desempenho da turma A foi crescente? Em 30
que período foi decrescente? Quando se manteve constante? 20
e) A turma B teve desempenho constante em algum período? 10
f) Qual das duas turmas apresentou um desempenho mais 0 x
mar abr mai jun ago set out nov
equilibrado?
130
9 O gráfico ao lado é conhecido como pirâmide População residente total, por sexo e grupos de idade
1980/1996
populacional. Consultando o gráfico, responda no seu
caderno: Homens Mulheres
15 10 5 0 5 10 15
Em milhões
Fonte: IBGE
1980 1991 1996
10 No último verão, observaram-se as vestimentas de 2 400 mulheres que passaram por uma rua movimentada
durante um certo período de tempo. Com os dados da tabela, construa um gráfico de setores.
Vestimenta Vestido Saia longa Saia curta Calça jeans Bermuda Short
No de mulheres 100 200 100 400 1 200 400 131
e
v
(km) (km/h)
60
180
120
60
0
0 1 2 3 t(h)
1 2 3 t (h)
Você sabe o que é um “pardal”? Não o pássaro, mas aqueles equipamentos eletrônicos que ficam instalados ao longo das
rodovias e avenidas para flagrar motoristas que “voam”. No Rio de Janeiro, esses radares de velocidade são chamados de
“pardais”; em Belém (PA), recebem o nome de “araras”. Na localidade onde você mora existem esses radares? Eles têm
algum nome popular?
O“pardal”descobre a velocidade do carro por um
procedimento muito engenhoso. No chão, há duas
linhas que atravessam a pista. É anotado o instante
em que as rodas dianteiras do carro passam pela
primeira linha e o instante em que passam pela
segunda linha. Como é conhecida a distância entre
as duas linhas, o computador do “pardal” calcula
2
a velocidade. Se o veículo estiver acima da velo-
cidade permitida, será automaticamente fotogra-
fado e seu motorista, multado.
4
Resposta: em 1 segundo o carro percorre 25 m.
O gráfico permite visualizar a relação entre o espaço percorrido (e) e o tempo de percurso (t). Observe que o valor de
e depende do valor de t. Para construir o gráfico, você já aprendeu que é necessário fazer uma tabela. Atribuindo valores
a t, calculamos o valor de e. Determinado o par ordenado (t;e), marcamos o ponto correspondente do plano cartesiano.
Daí, é só ligar os pontos com a régua e tem-se o gráfico.
t e = 25t (t ; e) e ( metros)
e = 25t
150
125
100
75
50
No gráfico, há uma reta inclinada que passa pela origem
do plano cartesiano e mostra que o espaço varia 25
Quando não se trata de situação específica, onde estão bem definidas as grandezas envolvidas na expressão matemática,
convencionamos associar ao eixo horizontal a letra X, que representa a abscissa, e ao eixo vertical a letra Y, que
corresponde à ordenada do par ordenado (x; y).
a) y = x
x y (x ; y)
0 0 (0; 0) y
1 1 (1; 1)
2 2 (2; 2) 2
1 2 x
b)
x y (x ; y)
y
1 2 x
-1/2
-1
7
134 No gráfico a, a reta passa do 3o para o 1o quadrante. No gráfico b, a reta passa do 2o para o 4o quadrante.
O gráfico da relação e = 25t mostra, para cada instante de tempo t, o espaço e percorrido pelo carro, desde o início
do movimento até o tempo t.
A figura abaixo ilustra o deslocamento de um carro que se move a 90 km/h, que corresponde a 25 m/s. A seta v, desenhada
no carro, sempre do mesmo tamanho, representa que sua velocidade é constante.
v = 25 m/s v = 25 m/s
0 e e (espaço)
e = 25t (metros)
Agora, imagine que o cronômetro só tivesse sido disparado depois de o carro já haver percorrido 40 metros. No total,
quantos metros o carro teria percorrido?
0 40 e e (espaço)
40 25t
No total, o carro teria percorrido 25t (como antes) mais 40 metros. A expressão matemática que representa o
espaço percorrido em função do tempo, agora, é e = 25t +40. Veja, na próxima página, a tabela e o gráfico para
essa nova situação. 135
e e = 25t + 40
t e = 2t + 40 (t; e) 190
+40
e = 25t
150
140
125
+40
100
90 (2;90)
75
65 +40
50 (2;50)
40 +40
25
1 2 3 4 5 6 t
Observe como o espaço inicial, que aqui é de 40 metros, aparece nas linhas do gráfico, deslocando a reta anterior 9
(e = 25 t) para cima.
x y (x ; y)
0 2 (0; 2) 3 y=x
1 3 (1; 3)
+2
2 4 (2; 4) 2
1 X
Observe que no gráfico a constante c (no caso c = 2) “empurra’’ a reta y = x duas unidades para cima. Na prática, você
não precisa traçar a reta que representa y = ax para obter o gráfico de y = ax + c.
Antes de prosseguir seus estudos, reúna-se com o seu grupo e, juntos, façam o
10
gráfico de y = 3x –3.
136
0 1 x
Faça agora o gráfico de y = – 2. No gráfico acima, você pode observar que a reta y = 2,5
corta o eixo Y acima da origem. E a reta y = – 2, onde corta o eixo Y?
12
x (x ; y)
0 ( ; 0) -1,7 2
14
A expressão ax + by = c, com a e b não-nulos, é representada graficamente por uma reta inclinada que corta o
eixo X no ponto ( ; 0) e o eixo Y no ponto (0; ). Na prática, para você traçar o gráfico dessas expressões, basta
descobrir esses dois pontos e por eles passar uma reta. Observe que no gráfico a reta corta o eixo X no ponto ( ; 0)
15
e o eixo Y no ponto (0; – ) ou (0; –1,7).
137
Exemplo 3
x y (x; y) 4
3
3,5
7 0 (7; 0) 1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 x
Exemplo 4
Traçar o gráfico de x + 0 y = 3
x=3 y
x y (x ; y) x=3
3 –1 (3; –1)
3 0 (3; 0)
0 1 2 3 x
-1
O gráfico da expressão x = c, onde c é uma constante, é uma reta vertical. Se c > 0, a reta vertical corta o eixo horizontal
16
à direita da origem; se c < 0, corta à esquerda.
1 Faça a tabela e construa o gráfico que representa cada uma das expressões abaixo:
2 Em que pontos cada uma das retas do exercício anterior corta os eixos X e Y, respectivamente?
É possível traçar essas cinco retas, conhecidos apenas esses pontos?
3 Para cada reta abaixo, faça uma tabela e use-a para traçar o gráfico da reta. Desenhe todas as retas num mesmo
plano cartesiano.
4 Observando o gráfico de e = 25t + 40, responda qual o espaço total percorrido até:
a) 2 segundos
b) 4 segundos
138 c) 1,5 segundo
e = 25τ + 75.
e = 25t + 40
125
100
90
75
65
40
0 1 2 3 4 5 6 t
É importante que você desenvolva sua autoconfiança para defender seus pontos de
vista e sua maneira de resolver problemas.
139
Grandezas diretamente
proporcionais
Miguel quer pintar as paredes do seu quarto. Comprou duas latas pequenas, uma
de tinta azul e outra de tinta branca, e fez algumas experiências para escolher um
tom de azul que lhe agradasse.
Para não haver engano, escreveu, em cada um dos potes das amostras que fez, o
número de medidas de tinta azul (a) e de tinta branca (b) de cada mistura.
Com 8 medidas de tinta azul e 4 de tinta branca, obtém-se uma mistura idêntica a
uma das apresentadas. Qual? Por quê? Forme uma dupla com um colega e discuta
como vocês resolveriam essa questão.
1
Muitas vezes, é necessário estabelecer uma relação entre duas grandezas que queremos comparar. Quando você compra
batatas, normalmente o preço pago é diretamente proporcional ao peso das batatas que você levou. Isto quer dizer que
ao dobro do peso corresponde o dobro do preço, ao triplo do peso corresponde o triplo do preço, à metade do peso
corresponde a metade do preço, e assim por diante.
Podemos construir uma tabela:
Peso (em quilos) Preço (em reais) A divisão é uma das formas usadas para comparar dois números.
1 1,28 O preço de um quilo de batata é R$ 1,28. Dizemos que a razão entre o
2 2,56 valor da batata (medido em reais) e o “peso” (massa) das batatas
3 3,84
4 5,12
(medido em quilos) é de ou 1,28 : 1, que se lê 1, 28 para 1.
Calculado o quociente entre dois valores correspondentes, obtém-se sempre o mesmo resultado:
Reúna-se com seus colegas, procure mapas e plantas e identifique suas escalas. 2
Exemplo 1
Observe o mapa do Brasil. Este mapa está
desenhado na escala 1:36 500 000.
Qual é a distância entre as cidades de
Manaus e Brasília? Use a régua para
medir a distância entre as duas cidades.
Solução
A escala indica que 1 cm no mapa corresponde a
36 500 000 cm, ou seja, 365 km.
Conhecendo-se a escala, dá para calcular um valor
aproximado da distância entre as duas cidades. Basta
medir em linha reta, com o auxílio de uma régua, a
respectiva distância no mapa. O resultado obtido é
de, aproximadamente, 5,5 cm.
Podemos colocar esses dados numa tabela:
Mapa (em cm) Terreno (em km)
x 5,5 1 365
5,5 ?
A distância entre as duas cidades no mapa é diretamente proporcional à distância entre as duas cidades no terreno. Isto
quer dizer que se, no mapa, a distância entre as cidades A e B é o dobro da distância entre as cidades B e C, o mesmo
acontece no terreno. Observe que a distância, no mapa, foi multiplicada por 5,5. Portanto a distância, no terreno,
também deve ser multiplicada por 5,5.
5,5 x 365 = 2 007,5 km
Resposta: a distância aproximada entre Manaus e Brasília é de 2 007,5 km. 141
Exemplo 2
A coccidiose é uma doença infecciosa provocada por um tipo de parasita que ataca galinhas que vivem em grupos. As galinhas
são infectadas quando sua comida está contaminada com fezes de galinhas que já sofreram de coccidiose. Veterinários
descobriram que o medicamento chamado sulfa é capaz de matar esse tipo de parasita. Investigaram, também, a quantidade
de sulfa que deve ser dada para curar um animal que sofre de coccidiose. O gráfico abaixo representa a dosagem de
sulfa que deve ser dada por dia em relação ao “peso” do animal em quilogramas.
A dose curativa depende do peso do corpo? Por quê? Qual é a importância
Quantidade 3
de sulfa da dosagem adequada para o organismo dos animais?
300 mg
Solução
200 mg
A questão que surge na prática é de como dar o medica-
mento de sulfa a dezenas ou mesmo centenas de animais.
100 mg
Se tivéssemos que pesar todos os animais e dar a dose
correspondente de sulfa a cada um, seria um trabalho
enorme. Como evitar esse trabalho? Um pouco de Mate-
mática resolve este problema prático e importante.
1 kg 2 kg 3 kg peso
Sabe-se que a quantidade de água que um determinado
animal bebe por dia e o peso de seu corpo são grandezas
Quantidade diretamente proporcionais.
de água a O gráfico ao lado representa a quantidade de água bebida
beber por dia
por dia em relação ao peso do animal.
Uma galinha que pesa duas vezes mais do que outra galinha
450 mg bebe aproximadamente duas vezes mais água. A primeira
galinha precisa também duas vezes mais de medicamento
300 mg
do que a outra. Uma galinha que pesa três vezes mais do
que outra galinha bebe, aproximadamente, três vezes mais
150 mg
água e precisa três vezes mais de medicamento.
Assim, a quantidade de sulfa a ser usada é diretamente
1 kg 2 kg 3 kg peso proporcional ao peso total das galinhas.
Além disso, como a quantidade de água que as galinhas
bebem é proporcional a seu peso, se a quantidade total de sulfa for dissolvida na quantidade total de água que as
galinhas beberão, com certeza cada galinha receberá a dosagem de sulfa de que necessita para curar a coccidiose.
Resposta: sim. Porque as dosagens de sulfa e peso são diretamente proporcionais.
Exemplo 3
Numa granja de 300 frangos, de peso total de 250 kg, constatou-se a doença de coccidiose. Quantos gramas de sulfa são,
diariamente, necessários para curar esses animais?
Exemplos adaptados do livro “Exemplos de Aplicações da Matemática na Agricultura e na Veterinária”, de Paulus Gerdes.
Solução
Primeiramente, é preciso montar uma tabela com os dados do gráfico.
x3
x2
Peso do corpo 1 kg 2 kg 3 kg ...
Quantidade de água correspondente 150 ml 300 ml 450 ml ...
142 Quantidade de sulfa correspondente 100 mg 200 mg 300 mg ...
P roporções
As receitas culinárias determinam certas proporções entre os ingredientes. Se o número de pessoas aumentar, é preciso
aumentar as quantidades dos ingredientes. Se o número de pessoas diminuir, é preciso também diminuir as quantidades
dos ingredientes. Mas lembre-se de que é preciso aumentá-las ou diminuí-las proporcionalmente.
Exemplo 4
No rótulo de um suco de caju vem escrito: “Misture 1 copo de suco para 9 copos de água e adoce a gosto”.
Seu Roberto quer preparar refrescos de caju para o almoço de domingo de sua família. Como a família de seu Roberto é numerosa,
ele resolveu colocar na jarra 4 copos de suco. Quantos copos de água ele deve colocar na jarra?
Solução
Para que o refresco de caju não perca suas características, é necessário manter a proporção de suco de caju e de água:
suco de caju 1 4
água 9 ?
Se a quantidade de suco aumentou 4 vezes, o mesmo deve acontecer com a quantidade de água.
Resposta: seu Roberto deve colocar 36 copos de água na jarra.
Desta forma, a quantidade de água continua a ser 9 vezes a quantidade de suco. Observe a igualdade: .
Quando há uma igualdade entre duas razões, a relação matemática é chamada de proporção e dizemos que as
quantidades medidas são proporcionais. Vamos recordar algumas proporções conhecidas:
a) b)
Exemplo 5
1 A planta de uma casa foi feita em escala de 1: 50. Quanto medirá na planta uma parede que mede 20 m?
5 Para percorrer 360 km, um automóvel consome 30 l de gasolina. Para percorrer 450 km, quanto consumirá?
6 Densidade de um corpo é a razão entre sua massa e seu volume. Um cubo de ferro de 1 cm de aresta tem massa
igual a 7,9 g. Para calcular a densidade do ferro, fazemos o seguinte:
145
Grandezas inversamente
proporcionais
Você aprendeu, na Aula 23, que duas grandezas que mantêm entre si uma relação de dependência podem variar
proporcionalmente. É fácil perceber que se desejamos dobrar a quantidade de determinado ingrediente de uma receita,
é preciso também dobrar as quantidades dos outros ingredientes. Dizemos, então, que as quantidades dos ingredientes
são proporcionais ou grandezas diretamente proporcionais.
Existem situações, porém, em que as grandezas mantêm entre si uma relação inversamente proporcional.
Exemplo 1
Dois pintores gastam 18 horas para pintar uma parede. Em quanto tempo 4 pintores fariam o mesmo serviço?
Solução
Pintores Tempo Organizando os dados em uma tabela, verifica-se que as grandezas não
2 18 h são diretamente proporcionais.
4 x
Pintores Tempo Observe que o tempo gasto no serviço não pode aumentar, pois
x2 2 18 h ÷2 são mais homens trabalhando. Aumentando o número de pintores,
4 9h o tempo de serviço deve diminuir. Como o número de pintores
dobrou, o tempo será reduzido à metade.
Resposta: os pintores gastarão 9 horas para pintar a parede. Neste caso, as duas grandezas (o número de pintores
e o tempo) são grandezas inversamente proporcionais.
Exemplo 2
Para encher uma caixa-d’água cuja capacidade é de 500 litros, uma torneira leva 6 horas. Em quanto tempo três torneiras
146 iguais a essa encherão a mesma caixa-d’água?
Solução
É possível organizar os dados em uma tabela:
Capacidade da caixa-d’água Quantidade de torneiras Tempo
500 l 1 6h
500 l 3 x
Essas grandezas também são inversamente proporcionais. Isso quer dizer que elas variam em razão inversa. 4
Como a razão entre os dois valores para as torneiras é 3, a razão entre os dois valores do tempo será o inverso de
Para resolver problemas, a primeira coisa a fazer é verificar se as grandezas envolvidas são direta ou inversamente
proporcionais. Quando duas grandezas são inversamente proporcionais, a proporção entre os valores da segunda
grandeza é o inverso da proporção entre os valores da primeira grandeza.
Exemplo 3
Observe o gráfico que relaciona a velocidade média de Velocidade
média
um automóvel e o tempo gasto para fazer um percurso ( km/h )
180
de 720 km.
160
140
Quanto tempo o automóvel gastará
para percorrer o mesmo percurso 120
2 4 6 8 tempo
( em h )
Solução
Colocando os dados do gráfico em uma tabela, tem-se que:
Distância percorrida Tempo (h) Velocidade média (km/h)
720 km 6 120
720 km 8 90
720 km x 60
Desenvolvendo maior velocidade média, o automóvel gastará menos tempo para percorrer o mesmo percurso.
As grandezas envolvidas são, portanto, inversamente proporcionais.
Observe a tabela e veja que:
6h x 120 km/h = 720 km
8h x 90 km/h = 720 km
Daí, pode-se concluir que duas grandezas são inversamente proporcionais quando os valores x e y a elas correspondentes
são tais que: x . y = k. 147
No exemplo, a constante de proporcionalidade inversa é 720 e a velocidade e o tempo são as variáveis x e y. Como as
variáveis são grandezas inversamente proporcionais, tem-se que:
8 . 90 = x . 60
720 = 60 x
x = 12
Resposta: desenvolvendo a velocidade média de 60 km/h, o automóvel fará o percurso em 12 horas.
Exemplo 4
Em um supermercado, as embalagens diferentes de uma mesma marca de pasta dental têm os seguintes preços:
R$0,98 R$1,42
Solução
Colocando os dados em uma tabela, temos: Peso Preço
50 g 0,98
90 g 1,42
Para que as grandezas fossem proporcionais, a razão entre os valores da primeira deveria ser igual à razão entre os
valores da segunda. Ou seja:
Aplicando-se a propriedade de que o produto dos meios é igual ao produto dos extremos (vista na Aula 23), tem-se que:
Resposta: não há proporcionalidade entre os preços e os pesos das embalagens, embora quanto maior o peso da
148 embalagem, maior seja o preço.
Os exemplos apresentados a seguir envolvem três grandezas. Mostraremos como resolvê-los reduzindo-os ao caso
de duas grandezas.
Exemplo 6
Com 3 kg de balas, você consegue fazer 15 sacos de balas com 24 balas em cada saco. Quantos quilos de balas são necessários
para fazer 18 sacos com 26 balas em cada saco?
Solução Organizando os dados em uma tabela:
Quantidade de balas (em kg) Número de sacos Número de balas em cada saco
3 15 24
x 18 26
Resposta: são necessários 3 quilos e 900 gramas de balas para fazer 18 sacos de 26 balas.
Exemplo 7
Para fabricar uma certa quantidade de parafusos, são necessárias 8 máquinas trabalhando 6 horas por dia, durante 4 dias.
Se 5 máquinas quebrarem, em quantos dias as máquinas restantes fabricarão a mesma quantidade de parafusos, trabalhando
4 horas por dia? 149
Solução
Colocando os dados na tabela: Número de máquinas Horas por dia Número de dias
8 6 4
3 4 d
1 As tabelas ao lado apresentam uma relação entre Tabela I Tabela II Tabela III
dois números. Identifique as tabelas em que os números x y x y x y
são diretamente ou inversamente proporcionais ou não 1 1,5 1 3 1 1,5
são proporcionais. 2 2,5 1,5 2 2 3
3 3,5 3 1,5 3 4,5
2 Uma torneira, despejando 10 litros de água por minuto, demora 3 horas para encher um reservatório. Se despejar
20 litros por minuto, quanto tempo levará para encher esse reservatório?
3 A assinatura de uma revista mensal custa R$ 25,00 por um período de 6 meses. Sabendo que a revista custa
R$ 4,50, verifique se esse preço é proporcional ao período da assinatura. Justifique sua resposta.
4 Para percorrer a distância entre duas cidades, um automóvel leva 8 horas numa velocidade de 60 km/h. Se a
velocidade do automóvel fosse de 80 km/h, quanto tempo seria necessário para ele fazer esse mesmo percurso?
5 Forme um grupo com mais três colegas e faça um levantamento de preço de diversos produtos que são
apresentados em embalagens de diferentes quantidades e verifique se esses produtos possuem preços proporcionais
aos pesos da embalagem.
6 Se 16 operários levam 3 dias para completar uma obra, quantos operários seriam necessários para completar
essa mesma obra em 2 dias?
7 Uma confecção costuma fazer 250 blusas em 5 dias com 12 máquinas. A confecção recebeu um pedido para
produzir 600 blusas para uniforme de uma empresa, mas 4 máquinas apresentaram defeito. Quantos dias serão
necessários para atender ao pedido da empresa?
150
A noção de função
Joana e Marina estavam participando do jogo “Adivinhe a regra”. Joana dizia um
número e Marina respondia outro, aplicando a regra que só ela conhecia. O objetivo
do jogo é Joana descobrir qual a regra que Marina estava aplicando. Joana resolveu,
então, fazer uma tabela, escrevendo para cada número dito por ela o número
correspondente respondido por Marina.
Número dito Número
1 3
3 7
0 1
–1 –1
O conceito de função
Um dos conceitos mais utilizados em Matemática é o de função. Aplica-se não apenas à Matemática, mas também à
Física, à Química, à Economia e à Biologia, entre outras áreas do conhecimento. Além disso, está muito presente no
dia-a-dia, ajudando a compreender melhor o mundo.
No cotidiano, há muitos exemplos de função:
Para entender o conceito
• o “peso” de uma criança é função de sua idade; de função, pense em
• o salário de um vendedor é função do volume de vendas; duas grandezas que
• a dose de um remédio é função do peso da criança que é medicada; variam, sendo que
• o desconto do Imposto de Renda é função da faixa salarial; a variação de uma
• o tempo de viagem é função, entre outras coisas, da velocidade; depende da variação
da outra.
• o buraco na camada de ozônio é função do nível de poluição.
Exemplo 1
A quantia que uma dona de casa gasta com macarrão, por mês, depende de quantos pacotes ela compra. Observe a tabela:
151
Observe que o preço a pagar varia de acordo com o número de pacotes comprados, ou seja, o preço a pagar é função
do número de pacotes comprados.
Você também pode verificar que, para cada valor de uma das grandezas (número de pacotes), existe um único valor
para a outra grandeza (valor pago).
Exemplo 2
30
0
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 idade (anos)
Este é um novo exemplo de uma função. A situação é parecida com a anterior. Mas a diferença é que, neste caso, não
é possível escrever uma expressão matemática que permita determinar antecipadamente que altura corresponde a uma
determinada idade. Mas, tal como no exemplo anterior, para cada valor de uma das grandezas (idade) existe um único
valor correspondente para a outra grandeza (altura).
Veja que a área do armário é uma grandeza variável e que a variação do preço depende da variação da área. Dizemos,
então, que o preço é função da área.
Por diagramas
É também muito comum a representação da dependência entre duas grandezas que variam (variáveis) por meio de
A P conjuntos e flechas. Observe como ficaria representada a função apresentada no
exemplo anterior:
1 120
2 240
Por gráficos
preço
Uma função também pode ser representada por gráficos. Há vários
(em reais) tipos de gráficos para ilustrar a dependência entre duas grandezas,
600 utilizando barras, segmentos ou outros recursos. De modo geral,
480 para construir um gráfico que representa a dependência entre duas
360 grandezas que variam, são utilizados dois eixos perpendiculares,
240
com origem comum, um para cada grandeza. Esses gráficos são
chamados cartesianos (reveja a Aula 20 para uma explicação mais
120
detalhada dos gráficos cartesianos).
0 Observe o gráfico ao lado, que representa a função apresentada
1 2 3 4 5 área
(em m )2
no exemplo anterior.
Cada ponto do gráfico tem por coordenadas um número que expressa a medida da área (representado no eixo horizontal)
e outro que representa o preço do armário para cada área correspondente (representado no eixo vertical). Por exemplo, no
par (2; 240), o primeiro número (2) representa a área e o segundo (240) representa o preço correspondente a essa área.
Área (m2) 1 2 3 4 5
Preço (R$) 120,00 240,00 360,00 480,00 600,00 153
Nesse caso, precisamos escrever uma expressão matemática (ou fórmula matemática) que associa uma grandeza (área)
em relação a outra grandeza (preço).
Calculamos o valor a ser pago da seguinte maneira:
Total a pagar Área (em m2) Preço de 1 m2
120,00 = 1 x 120,00
240,00 = 2 x 120,00
360,00 = 3 x 120,00
480,00 = 4 x 120,00
600,00 = 5 x 120,00
Em Matemática, como você já sabe, letras são usadas para representar grandezas variáveis. Numa função, há sempre duas
variáveis: chamamos x a variável do primeiro conjunto e y a variável que depende do valor da primeira.
y = f (x) significa que y é função de x
Neste exemplo, a notação significa o seguinte:
3
f:A P
A é o conjunto das medidas da área
y = f (x)
P é o conjunto dos preços
y é o preço
x é a medida da área
Dizemos que x é a variável independente e y a variável dependente.
D omínio e imagem
No exemplo anterior, o conjunto A dos números que expressam a medida da área é chamado domínio e o conjunto B
dos números que expressam o preço do armário é chamado imagem.
..
Pense nas seguintes questões:
Nos outros exemplos, quais eram o domínio e a imagem?
154 .
Quais são as leis que relacionam as variáveis daquelas funções?
É possível representar essas leis matematicamente?
Exemplo 1
Exemplo 3
Mário é um vendedor que recebe mensalmente seu salário em duas partes: uma é fixa, no valor de R$ 300,00, e a outra é
variável, sendo igual a 1% do total que ele vende no mês. Chame de x o total de vendas no mês e de y o salário de Mário.
Como você já deve ter notado, y = f (x), ou seja, o salário do vendedor é função do total de suas vendas no mês.Qual é a lei
da Matemática que expressa essa situação?
Solução
Agora, podemos calcular os valores de y (o salário) atribuindo valores para x (o total de vendas) e construir uma tabela
para essa função:
Total de vendas (x) 1% de x Salário ( y )
2 000,00 20,00 300,00 + 20,00 = 320,00
5 000,00 50,00 300,00 + 50,00 = 350,00
10 000,00 100,00 300,00 + 100,00 = 400,00
50 000,00 500,00 300,00 + 500,00 = 800,00
80 000,00 800,00 300,00 + 800,00 = 1100,00
Observe que, utilizando esta lei, podemos calcular y para qualquer valor de x que esteja no domínio:
f (2 000,00) = 300,00 + 20,00 = 320,00
f (3 550,00) = 300,00 + 35,50 = 335,50
f (4 000,00) = 340,00
f (4 200,00) = 342,00 e assim por diante.
Resposta: a lei matemática que expressa essa situação é y = 300 + 0,01x. 155
1 Em cada uma das situações abaixo, há uma correspondência entre as grandezas. Identifique a grandeza (variável)
dependente e a grandeza (variável) independente:
a) o tempo que uma pessoa leva para correr 200 metros e a velocidade do corredor
b) o peso de uma criança em relação a sua idade
c) a distância percorrida por um automóvel e o tempo gasto
d) o consumo de energia elétrica e o total a pagar
2 Forme uma dupla com seu colega e procurem dar exemplos de funções que estão presentes no dia-a-dia.
4
Hexágono é o polígono que possui 6
2 lados.
0
lado
1 2 3 (em cm)
5 Expresse por uma fórmula matemática a função f: → que a cada número real x associa:
a) a sua metade b) o seu triplo
c) o seu dobro aumentado de 4 d) a sua terça parte diminuída de 5
156 e) o seu cubo
7 Copie e complete as tabelas para cada uma das funções representadas pelas expressões:
a) y = 2x + 1 b) y = 2x c) a = t2 – t
x y x y t a
– 1 0 –2
0 1 4
0,5
157
-2,2%
-3
gráfico ao lado, publicado no -4
-5
jornal O Globo, em 23 de -6
-5,8%
-7
janeiro de 2001: -8 -7,7% -7,3%
-9
-10,1% -9,1%
-10
-11
-11,1%
-12
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000*
..
um colega e a seguir responda:
Que grandezas o gráfico relaciona?
..
Em que período o percentual de emprego passou de negativo para positivo?
No período de 1997 a 1998, o percentual de emprego aumentou ou diminuiu?
Em que período o nível de emprego apresentou uma queda mais acentuada? 1
Por quê?
Tabelas e gráficos são comuns em jornais e revistas. Tentam transmitir de forma simples fatos do dia-a-dia. Fala-se em
elevação e queda da Bolsa de Valores, de lucros de empresas, da variação do preço da gasolina, inflação. E lá está um
gráfico. Fala-se também em máximos e mínimos, variação lenta, variação rápida. Tudo isso a partir da leitura e
interpretação de gráficos. Quem não estiver familiarizado com essas interpretações perde muitas das informações
fornecidas. Esta aula retoma o estudo dos gráficos, mas agora ligados às funções.
Num exercício da aula anterior, você viu que o perímetro de um hexágono regular é função da medida do lado. A
expressão matemática que associa o perímetro y à medida do lado x é: y = 6x.
Vamos considerar hexágonos regulares com lados medindo números naturais variando de 1 cm a 5 cm e construir uma
tabela e o gráfico dessa função. No eixo das abscissas, também conhecido como eixo x, vamos marcar os valores de x
(medida do lado). No eixo das ordenadas, também conhecido como eixo y, vamos marcar os valores de y (valor do
perímetro) para cada valor de x.
158
Exemplo 1
Observe agora o gráfico da renda média dos brasileiros A VARIAÇÃO DA RENDA
assalariados. Esta função relaciona a renda com os Rendimento 580
577
anos. médio mensal
(em real) 570
570
561 565
560
550
540
530
525
No gráfico estão assinaladas as informações conhecidas 520
500
ligados por segmentos de reta. Unir, por linhas, pontos
490
isolados de um gráfico auxilia a visualização e a análise 480
da função. Também ajuda a obter informações sobre 470
440
434
430
420
410
402
400
Em que ano a renda média salarial foi maior? Em que período a renda salarial
2
apresentou quedas (ou diminuição)? Discuta as questões com seus colegas.
Observando atentamente esse gráfico, podemos concluir que a renda média salarial cresceu no período de 1992 a 1996,
sendo a maior taxa de crescimento verificada entre 1994 a 1995.
Em Matemática, taxa é a razão entre as variações de duas grandezas, sendo que a primeira depende da segunda. Numa
função, como você já sabe, há duas variáveis. Para calcular a taxa de variação, verificamos como y, a segunda grandeza,
varia em função de x, a primeira grandeza. Para calcular essa taxa, dividimos a variação de y pela variação de x.
No exemplo, para um mesmo período de tempo, a maior taxa de crescimento ocorre quando y cresce mais
rapidamente.
Exemplo 2
Como calcular a taxa de variação entre dois pontos do gráfico?
Solução
Basta dividir a diferença dos valores de y pela diferença dos valores correspondentes de x.
De 1992 a 1993:
De 1993 a 1994:
160
De 1995 a 1996:
Obtidos esses resultados, é possível comparar os crescimentos em períodos diferentes. O crescimento mais rápido
da renda média salarial, por exemplo, se deu em 1994 e 1995. No período, o crescimento foi, em média, de R$ 106 por
ano. A noção de taxa de variação é extremamente importante nas aplicações da Matemática em vários campos. Sempre
que uma quantidade varia em função de outra, é importante saber qual a variação da grandeza dependente para uma
variação da grandeza independente.
No gráfico, você pode observar que a maior taxa de crescimento está no segmento mais inclinado – o segmento de reta
entre 1994 e 1995, que faz um ângulo maior em relação ao eixo horizontal.
Exemplo 3
Precipitação Temperatura Precipitação Temperatura Precipitação Temperatura
(mm) (ºC) (mm) (ºC) (mm) (ºC)
600 30 600 30 600 30
Observe os três gráficos acima. Eles mostram duas funções no mesmo plano cartesiano: a precipitação de chuvas no
primeiro eixo vertical e a temperatura no segundo eixo vertical, ambas durante todos os meses do ano. O gráfico das
chuvas está representado por barras e o da temperatura, por uma linha contínua. Assim, para cada mês (x) temos um
índice pluviométrico (y).
Você deve estar se perguntando por que foram utilizadas formas diferentes de representação. A resposta está na própria
maneira como as variáveis dessas duas funções se relacionam. A quantidade de chuva é medida durante certo período
de tempo e a temperatura pode ser medida a cada instante.
Esses gráficos, chamados climogramas, são muito utilizados para explicar o clima de uma região e seu potencial agrícola,
por exemplo. Observe que, dessas três regiões, a que possui maior variação de temperatura é a Região Sul e a que possui
maior variação de precipitação é a Zona da Mata nordestina.
Com esses exemplos, você já deve estar mais seguro para ler e interpretar gráficos, bem como compreender melhor
as funções mais corriqueiras. 161
4 360 270
180
.
reduzida à metade. E assim por diante. Conclusão:
a distância percorrida é diretamente
proporcional ao tempo gasto;
uma reta, que passa pela origem.
velocidade do auto-
300 300 300
móvel) está relacionada
com a inclinação da 200 200 200
reta. Os gráficos ao lado
100
mostram a mesma si- 100 100
Quanto maior for a velocidade, mais inclinada será a reta. Viajando a uma velocidade maior, percorre-se uma distância
maior (marcada no eixo das ordenadas) no mesmo intervalo de tempo (marcado no eixo das abscissas). 5
JFMAMJJASOND JFMAMJJASOND
2 O gráfico abaixo mostra a evolução da temperatura durante um dia de outono na cidade do Rio de Janeiro.
163
4 O gráfico representa a distância percorrida por Nelson numa caminhada em função do tempo.
distância (em km)
Responda no seu caderno:
6 a) Quanto tempo durou a caminhada?
5 b) Num determinado momento, Nelson encontrou seu
irmão e parou para conversar. Quanto tempo durou essa
4
conversa?
3 c) Nelson caminhou mais rápido antes ou depois de ter
2 encontrado o irmão? Justifique sua resposta.
1
5 10 15 20 25 30 35 40
tempo (em min)
O caderno é o seu diário de Matemática. Ele deve conter sua história na construção
dos conhecimentos.
164
A função y = ax + b
O vendedor de uma loja ganha um salário fixo mensal de R$ 250,00, acrescido de
3% (0,03) do valor total das vendas efetuadas durante o mês.
Forme uma dupla com um colega e procurem responder a essas perguntas:
a) Se x é o valor total das vendas efetuadas no mês, qual a expressão matemática da
função que representa o salário do vendedor?
b) Em um mês em que o valor total das vendas foi de R$ 2 000,00, qual foi o salário
do vendedor?
c) Em um mês em que o salário foi de R$ 280,00, qual foi o valor total das vendas?
d) Qual seria o salário do vendedor em um mês em que não houvesse vendas?
1
A função y = ax
Nas Aulas 22 e 26, você aprendeu que:
• Sempre que duas grandezas x e y são diretamente proporcionais, o gráfico cartesiano de y como função de x é uma
reta, que passa pela origem.
• A expressão matemática que representa essa função é y = ax, onde a é a constante de proporcionalidade.
• A função y = ax chama-se função linear e a é uma constante diferente de zero.
y
Por que o gráfico da função y = ax é uma reta? 6
-3
165
A característica da função é que aumentos iguais na variável x correspondem a aumentos iguais na variável y. Isso significa
que a representação gráfica dos pares ordenados (x ; f (x)) são pontos, todos pertencentes a uma mesma linha reta.
A função y = ax + b
Exemplo 1
.
Na conta telefônica de uma residência, o valor total a ser pago é calculado da seguinte maneira:
A assinatura da linha telefônica dá direito a um certo número de ligações e custa R$ 19,77. Ultrapassado o
limite, o valor das ligações (pulsos) excedentes é calculado multiplicando-se o número de pulsos extras pelo
Solução
.
valor de cada pulso, que é de R$ 0,09.
Em seguida, esse valor é acrescentado ao valor da assinatura e chega-se ao valor total da conta. 3
Como calcular, por exemplo, o valor de uma conta com 132 pulsos excedentes?
.
É só substituir o x da fórmula por 132.
para x = 132, temos y = 19,77 + 0,09 . 132
y = 19,77 + 11,88
y = 31,65
Resposta: o valor total a ser pago será R$ 31,65.
c) onde e b =–4
O gráfico da função y = ax + b
Seja a função f: → dada pela expressão y = 3x + 1.
Vamos obter o gráfico dessa função, partindo do gráfico da função y = 3x.
Observe a tabela: x y = 3x y = 3x + 1
–1 –3 –2
0 0 1
1 3 4
2 6 7
..
Podemos concluir que:
para x = –1, o valor de y, que em y = 3x é igual a –3, passa a ser –2 em y = 3x + 1;
.
para x = 0 , o valor de y, que em y = 3x é igual a 0, passa a ser 1 em y = 3x + 1;
para x = 1, o valor de y, que em y = 3x é igual a 3, passa a ser 4 em y = 3x + 1.
y y=3x+1
O gráfico de y = 3x + 1 pode ser obtido a y=3
partir do gráfico de y = 3x, deslocando-o
em uma unidade para cima.
-1 0 1 x
6
Exemplo 2
Construa o gráfico da função:
Solução
É preciso atribuir a x dois valores quaisquer e calcular os valores correspondentes de y. Na tabela a seguir, fizemos
x = 0 e x = 4. Os valores de y foram calculados, os pontos foram marcados no plano cartesiano e o gráfico, construído.
x y y
5
(0;3)
3
(4; 5)
1 2 3 4 x
O coeficiente angular
Na função y = ax + b, a é o coeficiente angular ou declividade, porque determina a inclinação da reta; b é o coeficiente
linear e mostra o lugar em que a reta corta o eixo dos y, ou seja, quando x é igual a zero.
Atribuindo a x os valores 0 e 1 na função y = ax + b, construímos a tabela e o gráfico:
y
x y
a+b
0 b
1 a +b a
1
Observe que quando x varia de 0 a 1, y varia de b a a+b.
A taxa de variação correspondente é: 1 x
Exemplo 3
Na conta telefônica de uma residência, como você já viu, a
expressão matemática que representa a função é dada por
y = 0,09x + 19,77.
Observe agora o gráfico ao lado:
-3
Para achar os zeros de uma função y = f (x),
é preciso resolver a equação f (x)=0.
O taxímetro determina o preço da corrida em unidades taximétricas (UTs). Estas são depois convertidas em reais e a tabela
de conversão é diferente em cada cidade. O taxímetro parte de um valor de UTs chamada bandeirada e acrescenta o mesmo
valor de UTs para cada quilômetro rodado.
Uma pessoa fez várias corridas de táxi. Verificou que, percorrendo 3 km, o taxímetro marcou 3 UTs; percorridos 8 km,
o taxímetro marcou 5 UTs. Qual a expressão de y em função de x que representa esta situação?
Solução
A conta a ser paga por corrida em UTs é: y = ax + b
em que: x representa o número de quilômetros percorridos;
a representa o número de UT para cada quilômetro;
b representa a bandeirada;
y representa a conta em UT.
Colocando os dados em uma tabela: Distância percorrida (em km) Valor de UTs a pagar
x y
3 3
8 5
.
Como a função é y = ax + b, vamos substituir os valores que já temos:
para x = 3 e y = 3, ou seja, o ponto (3; 3), temos:
3=a.3+b
3 = 3a + b
3a + b = 3 (I) 169
.
para x = 8 e y = 5, ou seja, o ponto (8; 5), temos:
5=a.8+b
5 = 8a + b
8a + b = 5 (II)
Para resolver, vamos trocar os sinais da primeira equação e depois somar as duas.
Logo,
Exemplo 5
Com base na fórmula obtida, como descobrir quantas UTs uma pessoa pagaria em uma corrida de 20 km?
Solução
Basta substituir x por 20 na função y = 0,4x + 1,8.
y = 0,4 . 20 + 1,8 y = 8 + 1,8 y = 9,8
Resposta: numa corrida de 20 km, uma pessoa pagaria 9,8 UTs.
b
y=b
· Se a = 0, a função fica com a forma y = b e passa a ser
chamada de função constante.
O gráfico é uma reta horizontal. x
y
a o
· Se a > 0 (a positivo), a função y = ax + b é uma função crescente.
y2
Isso porque aumentando os valores de x, os valores corres-
y1
pondentes de y também aumentam, como mostra o gráfico:
O ângulo formado pela reta e o eixo x, chamado de ângulo de α
inclinação da reta, é agudo, ou seja, mede entre 0o e 90o. x1 x2 x
170
3 No Brasil, as temperaturas são medidas em graus Celsius. Nos Estados Unidos, são medidas em outra escala: em
graus Farenheit. Um técnico está trabalhando com um motor americano e as temperaturas de funcionamento estão
nessa escala, que ele desconhece. Felizmente, existe uma fórmula que permite relacionar a escala americana com a usada
7 As funções y = –2x, y = –2x –1, y = –2x + 1 e y = –2x + 1,5 foram representadas abaixo:
d c b a y
No seu caderno, responda:
a) Qual a função correspondente a cada reta do gráfico?
b) Quais as coordenadas do ponto de interseção de cada
reta com o eixo y?
c) Qual a posição relativa das retas?
0 1 x d) Qual é o coeficiente angular de cada reta?
e) Qual a relação existente entre o coeficiente angular e a
posição das retas?
É importante que você desenvolva sua autoconfiança para defender seus pontos de
vista e sua maneira de resolver problemas.
172
Progressões aritméticas
Você já ouviu falar em seqüência? Poderia explicar o significado dessa palavra?
Quando escrevemos qualquer quantidade de números, um após o outro, temos o
que chamamos de seqüência. As seqüências são, freqüentemente, resultado da
observação de um determinado fato ou fenômeno.
Imagine, por exemplo, que uma pessoa de uma cidade resolveu anotar as
temperaturas máximas em cada dia de um mês. O resultado foi registrado na
seguinte tabela:
��� ����������������������������������������������������������������������������������������
�����������
������������ ��������������������������������������������������������������������������������
Na 1a linha, a tabela traz a seqüência dos dias do mês e, na 2a, a seqüência das
temperaturas máximas alcançadas em cada dia. Os números da seqüência são
chamados de termos. Por exemplo: 31 é o primeiro termo da seqüência, 32 é o
segundo e assim por diante.
Você pode usar seqüências para registrar observações, como a produção de uma fábrica,
o número de telefonemas que você dá por dia, a taxa de inflação mensal etc.
Dê exemplos de seqüências. Compare com os exemplos de seus colegas.
1
P rogressão aritmética
Uma progressão aritmética é uma seqüência especial. Possui uma regularidade que permite, conhecendo alguns termos,
calcular qualquer outro.
Observe os exemplos a seguir e tente descobrir junto com seus colegas de grupo
mais dois termos de cada seqüência.
a) 5; 8; 11; 14,...
b) 10; 7,5; 5; 2;5 ;...
c)
2
d) 1; 0; –1; 1; 0; –1; 1; 0; –1;...
e) 0; 1; 0; 1; 0; 1; 0; 1; 0; 1... 173
Uma seqüência na qual, dado um termo, podemos obter o termo seguinte somando-se
sempre a mesma quantidade ao termo precedente chama-se progressão aritmética.
É comum designar uma progressão aritmética pela abreviação PA. A quantidade acrescentada a cada termo para obter
o termo seguinte é chamada de razão e representada pela letra R.
Os termos de uma progressão aritmética são representados, em geral, pelo símbolo an . O índice n indica a ordem do
termo na seqüência.
Assim, nos exemplos 1, 2 e 3 vistos anteriormente, temos:
1) a1 = 5, a2 = 8, a3 = 11 e R = 3.
2) a1 = 10, a2 = 7,5, a3 = 5, a4 = 2,5 e R = – 2,5.
3)
1 2 3 4 5 6 n
Suponha que você conheça o primeiro termo de uma progressão aritmética (a1) e a razão (R). Como calcular qualquer
outro termo dessa progressão aritmética? Para isso, observe as igualdades:
a2 = a1 + R
a3 = a1 + 2R
a4 = a1 + 3R
a5 = a1 + 4R
Imagine que você está no 1o degrau de uma escada e deseja subir ao 10 o. Quantos degraus você deve subir? Você deve
subir 9 degraus. Se você está no 1o degrau e deseja subir ao 25o, quantos degraus deve subir? Deve subir 24, não é mesmo?
Então, se estamos no primeiro degrau, para chegar ao degrau número n, devemos subir n–1 degraus.
Exemplo 1
Qual é o trigésimo (30o) termo da progressão aritmética: 10, 17, 24, 31, 38,...
Solução
A razão desta progressão aritmética é R =17– 10 =7 e o primeiro termo é 10.
Vamos aplicar a fórmula do termo geral para calcular o 30o termo, ou seja, a30. Neste caso, n = 30 e, assim,
a30 = a1 + (30 – 1)R.
Solução
A progressão escrita pelo aluno é 17, 19, 21, 23, 25, 27,..., 63.
O primeiro termo, a1, é 17, o último termo, an , é 63 e a razão R é 2. Substituindo esses valores na fórmula do termo
geral, calcularemos n, que é o número de termos da progressão aritmética:
Exemplo 3
Em janeiro de certo ano, João estava ganhando R$ 250,00 por mês. O patrão prometeu aumentar o salário de João em
R$ 40,00 todos os meses. Quanto ele estará ganhando em dezembro do mesmo ano?
Solução
A seqüência de salários de João é uma progressão aritmética de razão 40, já que aumenta R$ 40,00 todos os meses.
Janeiro a1= 250
Fevereiro a2 = a1 + R = 250 + 40 = 290
Dezembro a12 = a1 + 11 R = 250 + 11 X 40 = 690
Resposta: o salário de João em dezembro será R$ 690,00.
Faça com seu grupo os Exercícios 1, 2 e 3.
O gráfico a6
a5 R
R
U ma outra fórmula
Se você está no 6 degrau de uma escada e deseja chegar ao 10 , quantos degraus deve subir?
o o
Todos os anos, uma fábrica aumenta sua produção em uma quantidade constante. No 5o ano de funcionamento, ela produziu
1 460 peças; no 8o ano, 1 940. Quantas peças ela produziu no 1o ano de funcionamento?
Solução
A seqüência das produções anuais dessa fábrica forma uma progressão aritmética, já que aumenta a mesma quantidade
a cada ano.
Sabemos que, nessa progressão, a5=1 460 e a8=1 940
Usando a última fórmula vista:
a8= a5 + (8–5) R 1 940 = 1 460 + 3 R 1 940 –1 460 = 3 R
480 = 3 R R = 480 : 3=160.
A razão dessa progressão é 160, ou seja, a produção da fábrica aumenta em 160 peças a cada ano.
Como calcular agora o 1o termo da progressão que é a produção inicial da fábrica?
Usando a mesma fórmula, com os termos a5 e a1:
a5= a1 + (5–1) R 1 460 = a1 + 4 . 160 1 460 – 640 = a1 a1= 820.
Resposta: a fábrica produziu no 1o ano de funcionamento 820 peças.
3 Determine quantos termos tem uma PA de razão –4 e cujo primeiro termo é –20 e o último é –52.
4 Uma indústria fabrica um determinado produto e sua produção anual vem crescendo em progressão aritmética. Em 1996,
produziu 327 864 peças e em 1 999 produziu 1 150 728 peças. Quantas peças essa indústria produziu em 1997 e em 1998?
5 Em uma PA, o décimo primeiro termo é 28 e o décimo quinto é 48. Calcule o trigésimo termo dessa PA.
6 Uma pessoa que possui na sua conta bancária R$ 500,00 precisa tirar R$ 50,00 a cada dia de uma semana.
a) Escreva a PA mostrando a quantia que sobra na conta após cada dia de retirada durante toda a semana.
b) Qual a quantia que sobrou no final da semana?
c) Se continuasse a fazer essas retiradas, quantos dias levaria para “zerar” a quantia no banco?
8 Sabendo que o 10o termo de uma PA é e a razão é 1, calcule o primeiro termo dessa progressão.
176
10 Ache um número m entre 7 e 11 de maneira que os três números, 7, m e 11, formem uma progressão
aritmética.
Mais importante do que simplesmente dar a resposta correta, são os caminhos da solução e
as justificativas, o que você deve sempre registrar no seu caderno.
177
É possível calcular a soma dos 100 primeiros números inteiros, rapidamente e sem
usar a calculadora? Ou seja, qual o resultado de 1 + 2+ 3+ 4+...+ 100?
Pense um pouco, discuta a situação com seus colegas e veja a solução mais adiante.
1
Carl Friedrich Gauss (1777–1855), nascido na Alemanha, é considerado um dos maiores matemáticos de todos os
tempos. Desde criança, Gauss revelou grande aptidão para a Matemática. Aos 10 anos de idade, quando estudava numa
escola da cidade de Brunswick, na Alemanha, o professor pediu aos alunos da classe que somassem todos os números
de 1 a 100, isto é, que efetuassem a seguinte adição:
1 + 2 + 3 + 4 +...+ 100.
Para surpresa do professor, em poucos minutos Gauss deu a resposta correta: 5 050. Como ele fez “de cabeça” esta conta?
Vamos representar essa soma por S. Em seguida, escrevemos a mesma soma na ordem inversa das parcelas e somamos
as duas somas, termo a termo:
S = 1 + 2 + 3 + ... + 98 + 99 + 100
S = 100 + 99 + 98 + ... + 3 + 2 + 1
2S = 101 + 101 + 101 +...+ 101 + 101 +101
O que você pode observar em relação a esta soma?
A soma tem 100 parcelas iguais a 101. Assim, podemos escrever: 2S = 100 x 101, logo, 2S = 10 100.
Portanto S = 5 050.
A idéia brilhante de Gauss pode ser aproveitada para se chegar à fórmula da soma dos termos de qualquer progressão
aritmética.
Reúna-se com alguns colegas e calculem a soma dos 1 000 primeiros números
naturais, ou seja, a soma 1 + 2 +...+ 999 + 1 000. E como vocês calculariam a 2
soma dos 20 primeiros números ímpares, 1 + 3 + 5 + 7+...+ 39?
S = a 1 + a 2 + a 3 + a4 + a 5 + a6 + a 7
S = a 7 + a 6 + a 5 + a4 + a 3 + a 2 + a1
a 1 a 2 a3 a 4 a 5 a6 a 7
Somando as duas igualdades, tem-se, do lado esquerdo, 2S; do lado direito, 7 parcelas iguais a a1 + a7 . Logo:
Este raciocínio foi utilizado para chegarmos à soma dos 7 termos de uma progressão aritmética.
Da mesma forma, será possível obter a fórmula para calcular a soma dos n termos de uma progressão aritmética.
Exemplo 1
Vamos calcular agora a soma dos 30 número ímpares usando a fórmula da soma dos termos de uma progressão
aritmética.
Exemplo 2
Em um dos exemplos da Aula 28, vimos que o salário de João em janeiro de determinado ano era R$ 250,00 e que ele passou
a ganhar a cada mês um aumento de R$ 40,00. Em dezembro do mesmo ano, João já estava ganhando R$ 690,00.
Calcule quanto João ganhou durante o ano inteiro.
179
Solução
Primeiro, é preciso somar todos os salários mensais que João recebeu durante esse ano, que são: 250, 290, 330, ... , 690.
Eles formam uma progressão aritmética de razão 40 e com 12 termos. Aplicando a fórmula, temos:
Vejamos agora mais alguns recursos da calculadora que podem ajudar nos cálculos com
progressões aritméticas.
ON
Uma calculadora semelhante à do desenho ao lado pode mostrar, com muita facilidade, % OFF C
MR M- M+ +
os termos de uma progressão aritmética qualquer. Vamos, por exemplo, achar os termos
7 8 9
da progressão de razão 7 e cujo primeiro termo é 9.
4 5 6 x
Para isso, digite: 9 1 2 3 -
+ 7 = + = +
0 . = +
Tente fazer isso na sua calculadora e verifique quais são os termos desta
progressão aritmética. Compare o resultado com o de seus colegas de grupo. 4
Como calcular, usando a calculadora, a soma dos 5 primeiros termos de uma progressão
aritmética de razão 0,25 e cujo primeiro termo é 10,25?
Para isso, é preciso fazer o mesmo que no exemplo anterior, mas apertando após cada termo que aparecer no visor a
tecla . Isso faz com que os termos da progressão sejam acumulados na memória da calculadora.
Depois que você apertar pela quinta vez a tecla , aperte a tecla e a soma dos 5 termos da progressão aritmética
aparecerá no visor.
a1 M+ + R = M+ = M+ = M+ = M+ MR
180
2 Calcule a soma de todos os múltiplos de 5 com dois algarismos. Sugestão: calcule primeiro
quantos múltiplos de 5 com
dois algarismos existem.
5 Um corredor planejou seu treinamento da seguinte forma: no primeiro dia, correrá 5 km e depois irá aumentando
a distância em 500 m todo dia.
a) Quanto ele vai correr no trigésimo (30o) dia do treinamento? Sugestão: construa uma PA da
b) Nesses 30 dias, qual a distância total que ele percorrerá? seguinte forma: a1 = 5 km, a2 = 5,5 km
e assim por diante.
Calcule o trigésimo termo e em
seguida a soma de todos os termos.
6 Um escritor escreveu, em um determinado dia, as 20 primeiras linhas de um conto. A partir desse dia, ele passou
a escrever cinco linhas a mais do que havia escrito no dia anterior. Ao final do 10o dia, quantas linhas havia escrito?
7 Calcule, utilizando a calculadora, a soma dos 6 primeiros termos de uma PA de razão 1,15 e cujo primeiro termo
é 10,58.
9 20 clubes participam de um campeonato regional de futebol. Sabendo que todos os clubes devem jogar entre si
uma única vez, quantas partidas serão disputadas nesse campeonato?
10 Um corpo caindo livremente percorre 4,9 m no 1o segundo; no segundo seguinte percorre 14,7 m; no 3o segundo,
24,5 m. Continuando assim, quanto percorrerá no 11o segundo? E qual o percurso total desse corpo?
181
Revendo conceitos I
0
Esta é uma aula diferente: contém apenas exercícios. O objetivo é rever conceitos importantes
das aulas anteriores e também enriquecer o aprendizado com novos problemas. Na primeira
parte, os exercícios estão resolvidos e comentados e, na segunda parte, você encontrará uma
nova coleção de exercícios propostos.
Leia atentamente o enunciado de cada exercício da primeira parte, mas procure não olhar
a solução que vem a seguir. Pensando um pouco e revendo a teoria das aulas anteriores,
você poderá chegar a uma solução. Se não conseguir, não desanime. Leia e compreenda a
solução apresentada. Você estará aprendendo mais e ganhando experiência.
Exemplos resolvidos
Exemplo 1
Um computador consegue guardar uma quantidade enorme de
informações. Para não usar a linguagem técnica, vamos chamar cada Sugestão: verifique que 210 é
um pouco maior que 1 000.
informação de uma “palavra”. Certo computador consegue armazenar
232 palavras. Mostre que este número é superior a quatro bilhões.
Solução
Seguindo a sugestão do enunciado, temos que 210 = 1 024, ou seja, 210 > 103.
Portanto, 232 = 230 . 22 = (210)3 . 22 > (103)3 . 4 = 109 . 4 = 4 000 000 000, a quantidade de palavras que este
computador consegue guardar, é realmente um pouco superior a quatro bilhões.
Exemplo 2
João recebeu seu salário. Com um terço desse valor, pagou o aluguel e as contas e, com um quinto do restante, fez algumas
compras. Se a quantia restante foi de R$ 256,00, qual foi o salário líquido de João?
Solução
Seja x o salário de João. Se ele pagou inicialmente , o restante é igual a . Vamos então montar uma equação
Para resolver esta equação, devemos trabalhar com frações, reduzindo-as ao mesmo denominador. Observe:
Solução
Rua Bela
Exemplo 5
Uma caixa-d’água pode ser abastecida por duas torneiras, A e B. Estando a caixa vazia, a torneira A sozinha leva 10
horas para enchê-la e a torneira B, sozinha, leva 15 horas. Certo dia, estando a caixa-d’água completamente vazia,
abriu-se a torneira A e, três horas depois, abriu-se também a torneira B. Após a abertura da torneira B, em quanto
tempo a caixa ficou cheia?
Solução
Em uma hora, a torneira A enche da caixa e a torneira B enche da caixa.
Supondo agora que as duas torneiras ficaram abertas por n horas, temos a equação: .
Este valor de n é o tempo em horas em que as duas torneiras ficaram abertas juntas. Mas isto não é uma forma adequada
de dar a resposta.
Observe que . Portanto, o tempo em que as duas torneiras ficaram abertas é igual a 4 horas
mais de hora. Como 1 hora tem 60 minutos, de hora são 12 minutos.
Resposta: a caixa ficou cheia 4 horas e 12 minutos após a abertura da torneira B.
Exemplo 6
O gráfico ao lado mostra a evolução da produção de grãos em certo
49
município brasileiro, em milhares de toneladas. Com base no gráfico,
determine a produção (aproximada) de grãos desse município no
ano de 1997. 27
5a M
1
184 Resposta: a produção em 1997 foi de 40,75 mil toneladas de grãos. 8a
Você viu três maneiras diferentes de resolver um mesmo problema. Observe que as
contas foram essencialmente as mesmas nas três abordagens do problema.
A lição mais importante é que os conteúdos aprendidos são ferramentas diversas que
têm como objetivo resolver problemas, não só da própria Matemática, como também
problemas que podem ocorrer no cotidiano. Aprendendo os conceitos matemáticos e
suas ferramentas, você estará mais capaz de compreender o complexo mundo de hoje.
2 Uma lanchonete vende hambúrgueres a R$ 3,00 cada um. Sabendo que deste preço é o custo do pão e dos demais
ingredientes e que corresponde às outras despesas, calcule o lucro obtido na venda de cada hambúrguer.
185
3 As cidades de Quito e Macapá estão situadas sobre o Equador terrestre e suas longitudes são, respectivamente,
78 e 52o Oeste. Considerando o raio da Terra igual a 6 400 km, qual é a distância entre essas duas cidades?
o
4 Uma caixa-d’água tem uma rachadura no fundo e vaza constantemente, ou seja, perde a mesma quantidade de
água a cada hora. Por uma escala colada na parede interna da caixa, é possível saber em cada instante a quantidade de
água que ela contém. Às 6 horas da manhã de determinado dia, a caixa tinha 840 litros e, às 2 horas da tarde desse
mesmo dia, tinha 720 litros. Determine em que momento a caixa terá apenas 100 litros.
5 Em um jardim há 15 roseiras (R), todas alinhadas, e uma torneira (T) também no mesmo alinhamento, como
mostra o esquema abaixo. A distância entre a torneira e a primeira roseira é de 10 m e as distâncias entre duas roseiras
vizinhas é de 2 m. Um jardineiro enche um balde com água da torneira, rega a primeira roseira e retorna. Enche
novamente o balde, rega a segunda roseira e retorna. Ele continua seu trabalho da mesma forma até retornar ao ponto
de partida depois de regar a última roseira. Qual foi a distância total percorrida pelo jardineiro?
T R R R R ………… R
6 Um burro e um cavalo caminhavam por uma estrada carregando sacos de igual peso. O burro se queixava da
vida por achar que estava carregando peso demais. Diz então o cavalo: “Pára de te lamuriar, pois se eu te der um dos
sacos que levo sobre meu lombo, só aí ficaremos com cargas iguais. Por outro lado, se tu me deres um dos teus, a minha
carga ficará o dobro da tua”. Diz-me agora, sábio metemático, quantos sacos levava cada um?
186
Resolvendo sistemas
0
Já vimos, nas Aulas 11, 12, 13 e 14, a importância da Álgebra na resolução de problemas. Mas
suas aplicações não param por aí. Às vezes, ao equacionar um problema, surge mais do que
uma incógnita e também mais do que uma equação. Quando isso acontece, é possível resolver
o problema usando um sistema de equações. Um sistema de equações é um conjunto de
equações que têm que ser satisfeitas simultaneamente, ou seja, todas ao mesmo tempo.
Geralmente um sistema é escrito com uma chave na frente, assim:
Resolver esse sistema significa encontrar valores de x e y que satisfaçam as duas equações
simultaneamente. Por exemplo, considerando x = 6 e y = 8 e substituindo esses valores
S istemas de 10 grau 0
Veja um problema que, quando equacionado, leva a um sistema de 1 grau:
Exemplo 1
Pedro e Paulo são crianças e também são muito amigos. Paulo é bem magrinho e Pedro, além de ser mais velho, é mais “cheinho”.
Paulo sempre brinca com Pedro a respeito de seu peso, dizendo: “Você deve pesar o dobro de mim!”. Como Pedro sempre fugia na 187
hora de se pesar, um dia Paulo propôs que os dois subissem, juntos, na mesma balança. Pedro aceitou, e a balança então marcou
72 kg. Supondo que Pedro realmente pesasse o dobro de Paulo, descubra o peso de cada um.
Solução
Como fazer para equacionar esse problema? Em primeiro lugar, as incógnitas serão:
x = peso de Pedro
y = peso de Paulo
De acordo com o problema, quando os dois subiram juntos na balança, ela marcou 72 kg, ou seja, a soma de seus pesos
é igual a 72 kg. Traduzindo isso em uma equação: x + y = 72.
Pedro pesa o dobro de Paulo. Traduzindo novamente: x = 2y.
Agora, são duas equações que têm que ser satisfeitas ao mesmo tempo, ou seja, um sistema de equações:
Antes de ler a resolução desse sistema, tente, com seus colegas, chegar aos
3
pesos de Pedro e Paulo por meio de tentativas ou com a ajuda da Aritmética.
Agora há uma equação que só tem uma incógnita (y), e que você já sabe resolver:
Uma vez descoberto o valor de y, para encontrar o valor de x vamos voltar a uma das equações iniciais (por exemplo
x + y = 72) e substituir nela o valor de y encontrado:
Exemplo 2
Resolva o sistema:
Solução
Em primeiro lugar, é preciso escolher, em uma das equações, uma incógnita para isolar, ou seja, “deixar sozinha”. Nesse
sistema, parece que o mais simples é isolar y na segunda equação, pois y está multiplicado apenas por –1. Se você isolar 5
188 o x na segunda equação, por exemplo, vai aparecer um denominador 4 que você vai ter que “carregar” ao substituir.
Agora, há uma equação com uma só incógnita (x). Resolvendo-a, encontraremos o valor de x:
6
As duas igualdades são verdadeiras.
Resposta: a solução do sistema é x = 4 e y = 5. 7
Exemplo 3
Encontre dois números, sabendo que sua soma é 27 e que sua diferença é 3.
Solução
..
Chame os números desconhecidos de x e y. De acordo com o problema, temos:
a soma é 27, o que nos dá a equação x + y = 27;
a diferença é 3, de onde vem x – y = 3.
É claro que o sistema pode ser resolvido pelo método da substituição, mas vamos aproveitá-lo para estudar um outro 8
método de resolução, chamado método da adição.
Por que será que esse método de resolução é chamado de método da adição?
Pense junto com seus colegas e tente chegar a uma boa razão. Depois, confira 9
com seu professor se o que vocês pensaram está correto.
No método da adição, as equações que compõem o sistema podem ser multiplicadas por números diferentes de zero, se
necessário, e depois somadas. O objetivo desse método é eliminar uma das incógnitas ao efetuar essa soma.
No sistema proposto neste problema, não é necessário multiplicar as equações por número algum. Basta somá-las e a
incógnita y “desaparecerá”. Veja:
189
Agora, para encontrar o valor de y, basta escolher uma das equações do sistema e substituir o valor encontrado para x.
Antes de continuar, verifique, junto com seus colegas, se essa é mesmo a solução
do sistema.
Exemplo 4
Resolva o sistema abaixo:
Solução
Antes de tudo, pense um pouco e escolha qual seria o melhor método para resolver esse sistema.
Se tentássemos resolvê-lo por substituição, para qualquer incógnita em qualquer equação escolhida, surgiria uma 10
expressão com denominador, o que dificultaria a resolução do sistema.
Na tentativa de resolução por adição não há, aparentemente, inconveniente algum. Só que a solução não é tão simples
como no exemplo anterior.
Vejamos: em primeiro lugar, escolhemos uma incógnita para eliminar. O x, por exemplo. Os números que multiplicam
x nas equações (os coeficientes) são 8 e 5. Vamos então fazer o seguinte: multiplicar a primeira equação por 5 e a segunda
por –8. Trocamos o sinal do número 8 para eliminar o x ao somar as equações resultantes. Veja só:
Antes de continuar, verifique, junto com seus colegas, se essa é mesmo a solução
do sistema. Tente resolver esse mesmo sistema eliminando a incógnita y. 11
A solução do sistema tem que ser a mesma.
Ao resolver os sistemas propostos nesta aula, encontramos como solução um valor para x e outro para y. Esses sistemas são
chamados de possíveis e determinados. Possíveis porque têm solução e determinados porque essa solução é única:
12
apenas um valor de x e um valor de y satisfazem as duas equações do sistema ao mesmo tempo. Existem, porém, sistemas
190 que não são assim.
Resolva os sistemas abaixo pelo método que preferir. Lembre-se: mesmo que a resposta não seja a correta, não
apague seu raciocínio. Deixe-o registrado para que você possa, junto com seus colegas e com o professor, entender
seu erro e aprender com ele.
6
Sugestão: Para este sistema, multiplique todos os termos
da 1a equação por 6, para eliminar o denominadores.
O caderno é o seu diário de Matemática. Ele deve conter sua história na construção
dos conhecimentos.
191
A pequena Ana Carolina adora juntar moedas em seu cofrinho. Suas moedas
prediletas (sabe-se lá por que) são as de dez e de cinqüenta centavos. Certa vez, Carla,
mãe de Ana Carolina, abriu o cofre e contou as moedas de dez e cinqüenta centavos:
eram umas 100 moedas e, juntas, totalizavam R$ 22,00. Carla já havia guardado
todas as moedas no cofrinho quando a filha perguntou: “E então, mamãe, quantas
moedas de cinqüenta eu já tenho?”. Sem paciência de abrir de novo o cofre, separar
as moedas e recontá-las, Carla resolveu supor que eram 100 moedas e montou um
sistema para responder à pergunta da filha: chamou de x a quantidade de moedas
de dez centavos e de y o número de moedas de cinqüenta. Então, supondo que havia
100 moedas, temos:
x + y = 100
A soma dos valores de todas as moedas era igual a R$ 22,00. Logo:
0,10x + 0,50y = 22 1
Juntando as duas equações, Carla chegou ao sistema abaixo, que resolveu por adição.
Carla pôde, assim, responder à pergunta da filha. Ana Carolina já tinha 30 moedas
de cinqüenta centavos.
192
Em uma festa, havia 40 pessoas. Quando 7 homens saíram, o número de mulheres passou a ser o dobro do número de
homens. Quantas mulheres estavam na festa?
Solução:
..
Número de homens → x
.
Número de mulheres → y
Havia 40 pessoas na festa
..
Que equação resulta disso? x + y = 40.
Havia x homens na festa e saíram 7. Quantos ficaram? x – 7.
O número de mulheres é o dobro do número de homens que ficaram na festa. Que equação pode ser escrita?
y = 2 . (x – 7).
3
Resolvendo a equação:
Como x é o número de homens, é preciso achar y, que é o número de mulheres. Para isso, basta escolher uma das duas
equações e substituir x por 18:
A caloria é uma unidade de energia. Todos os alimentos fornecem energia, em maior ou menor quantidade. Para
diversos alimentos, a quantidade de calorias é dada por grama. Isso porque um queijo, por exemplo, pode ser pequeno
ou muito grande, assim como uma maçã pode ter os mais variados “pesos”. 4
Exemplo 2
Uma omelete feita com 2 ovos e 30 gramas de queijo contém 280 calorias. Uma omelete feita com 3 ovos e 10 gramas de
queijo contém as mesmas 280 calorias. Quantas calorias possui um ovo?
Solução
• Calorias de um ovo → x
• Calorias de um grama de queijo → y 5
• Um grama de queijo possui y calorias. Quantas calorias possuem 30 gramas de queijo?
30 . y = 30y. 193
..
Um ovo possui x calorias. Quantas calorias possuem 2 ovos? 2 . x = 2x.
Dois ovos mais 30 gramas de queijo possuem 280 calorias. Que equação podemos escrever?
..
2x + 30y = 280.
Qual é a outra informação contida no enunciado? Três ovos e 10 gramas de queijo possuem 280 calorias.
Que equação podemos escrever? 3x + 10y = 280.
O corpo humano é uma máquina que precisa de “combustível” para funcionar bem. Quando uma pessoa come, a energia
contida nos alimentos é absorvida pelo corpo. Por outro lado, todas as atividades diárias significam gasto de energia (até
mesmo dormir!). O ideal é manter um equilíbrio entre a energia consumida (alimentação) e a energia gasta. Quando se
come mais do que o necessário, a “sobra” de energia é armazenada e vira gordura. Claro que é necessário ter um percentual
de gordura no corpo, que entre outras coisas serve de reserva de energia.
Geralmente, um homem adulto gasta em média 2 200 calorias por dia. Esse gasto pode ser maior, dependendo da
atividade física que ele pratica ou do tipo de profissão que tem.
Só para você ter uma idéia da quantidade de calorias, saiba que um pão francês de 50 gramas possui 135 calorias. Um
prato de arroz, feijão, bife e batatas fritas possui 900 calorias. Já uma feijoada completa, daquelas bem brasileiras, mais
duas cervejas e mais uma sobremesa de goiabada e queijo acumula um total de 2 180 calorias.
É importante incluir verduras e legumes nas refeições. Eles possuem poucas calorias, mas são ricos em vitaminas e sais 6
minerais e ajudam na digestão, já que contêm muitas fibras.
7
194
. João anda y km a uma velocidade de 30km/h. Qual o tempo gasto na estrada de terra?
. João leva duas horas para ir de sua casa até o sítio. Que equação podemos escrever?
Qual é a outra informação contida no enunciado? João percorre 105 km. Que equação podemos escrever? x + y = 105.
Exemplo 4
Na cantina da escola, cada salgado custa R$ 1,20 e cada copo de refrigerante sai por R$ 0,80. Alberto comprou, ao todo,
5 itens, entre salgados e refrigerantes, pagando R$ 5,00. Quantos salgados e quantos refrigerantes Alberto comprou?
Solução:
.. Salgados comprados → x
..Refrigerantes comprados → y
Ao todo, foram comprados 5 itens. Que equação pode ser escrita? x + y = 5.
..
Cada salgado custa R$ 1,20. Quanto foi gasto com x salgados? 1,20⋅x.
Cada refrigerante custa R$ 0,80. Quanto foi gasto com y refrigerantes? 0,80⋅y.
Alberto gastou R$ 5,00. Que equação podemos escrever? 1,20 . x + 0,80 . y = 5,00. 195
10
Agora é sua vez de resolver problemas usando essa importante ferramenta, cujo uso
também será grande em Física, por exemplo. Então, capriche nos exercícios! Em cada
problema dado, escolha as incógnitas, escreva suas próprias sugestões para orientação
e equações. Depois, resolva o sistema. Por último, verifique se a resposta está correta.
Qualquer dúvida, já sabe: discuta com seus colegas e pergunte a seu professor!
1 Dois irmãos têm, juntos, R$ 100,00. Um tem R$ 15,00 a mais do que o outro. Quanto tem cada um?
3 (ufba) Marília retirou R$ 70,00 de um banco, recebendo 10 notas, algumas de R$ 10,00 e outras de R$ 5,00.
Calcule quantas notas de R$ 5,00 ela recebeu.
4 Em uma segunda-feira, uma doceira comprou 3 kg de açúcar e 4 kg de farinha e, no total, pagou R$ 3,20.
Na quinta-feira, ela comprou 4 kg de açúcar e 6 kg de farinha, pagando R$ 4,50 pelo total da compra. Se
os preços foram os mesmos, quanto estava custando o quilograma do açúcar? E da farinha?
5 No início de uma prova, a sala estava cheia de estudantes. Algum tempo depois, saíram da sala 15 moças,
e na sala ficou um número de rapazes igual ao dobro do número de moças. Em seguida, saíram 31
rapazes, e o número de moças ficou igual ao número de rapazes. Quantos estudantes estavam em sala,
no início da prova?
6 A distância entre as cidades de Akiperto e Lalonge é de 66 km. Certo dia, às 8 horas da manhã, um
ciclista saiu de Akiperto, viajando a 10 km por hora em direção a Lalonge. No mesmo dia e no mesmo
horário, um ciclista saiu de Lalonge, viajando a 12 km por hora em direção a Akiperto.
a) A que distância de Akiperto os dois ciclistas se encontraram?
196 b) A que horas eles se encontraram?
Nas Aulas 31 e 32 você viu como resolver sistemas de equações e como um sistema
pode ser usado para a resolução de um problema. Com o que você aprendeu, tente
resolver o problema seguinte.
A Mercearia A, concorrente da Mercearia B, cobrava por uma certa mercadoria o dobro
do preço cobrado pela outra mercearia. Percebendo que suas vendas estavam
diminuindo, o dono da Mercearia A decidiu dar um desconto de R$ 10,00 no seu preço.
O concorrente não perdeu tempo e ofereceu o mesmo desconto. Aí, o dono da Mercearia
A tomou um susto: seu preço agora era o triplo do preço praticado pela Mercearia B!
Quanto cada mercearia estava cobrando inicialmente pela mercadoria?
Em primeiro lugar, responda às perguntas abaixo e faça o que se pede:
a) A diferença entre os preços das duas mercearias mudou quando os comerciantes
resolveram dar o desconto?
b) Qual é o sistema que representa essa situação?
c) Trace no plano cartesiano as retas que representam as duas equações do sistema.
d) Resolva o sistema e descubra a resposta do problema.
e) Localize no gráfico cartesiano que você fez o ponto que corresponde à solução 1
do sistema.
Toda expressão algébrica do primeiro grau pode ser representada por uma reta. Um sistema de equações do primeiro
grau com duas equações a duas incógnitas também pode ser representado num plano cartesiano. 197
Exemplo 1
Vamos retomar o problema de Pedro e Paulo estudado na Aula 31. Os dois juntos pesam 72 kg. O peso de Pedro é o dobro
do peso de Paulo. Qual o peso de cada um dos dois meninos?
Solução:
..
Para resolver esse sistema, fazemos:
peso de Paulo: x
peso de Pedro: y
Vamos reescrever o sistema, isolando uma das incógnitas no primeiro membro das equações. Neste caso, escolhemos
Vamos fazer uma tabela para cada uma das equações e representá-las no plano cartesiano. Como estamos tratando do
peso dos meninos, não podemos usar números negativos.
1a equação: y = 72 – x
x y = 72 – x (x;y)
12 60 (12; 60)
24 48 (24; 48)
40 32 (40; 32)
48 24 (48; 24)
2a equação: y = 2x
x y = 2x (x;y)
6 12 (6; 12)
12 24 (12; 24)
20 40 (20; 40)
24 48 (24; 48)
A reta r é constituída por todos os pontos que satisfazem a equação y = 72 – x e a reta s representa todos os
pontos que satisfazem a equação y = 2x. O ponto P, que representa o par ordenado (24; 48), é comum às duas
retas, portanto suas coordenadas satisfazem, ao mesmo tempo, as duas equações. Ele representa, no plano cartesiano,
a solução do sistema.
Resposta: Paulo pesa 24 kg e Pedro pesa 48 kg.
Exemplo 2
Um vendedor comprou dois tipos de vassouras: de piaçaba e de plástico. Ele comprou 36 vassouras, e o número de vassouras de
plástico é o triplo do número de vassouras de piaçaba. Quantas vassouras ele comprou de cada tipo?
198
Isolando a incógnita y no primeiro membro das equações, esse sistema pode ser escrito assim:
Agora, vamos visualizar essa situação com auxílio de um gráfico cartesiano. Como você já viu, é necessário fazer uma
tabela para cada equação para, depois, fazer o gráfico.
1a equação: y = 36 – x
x y = 36 –x (x;y)
y
0 36 (0; 36) s y x=y-5
6 30 (6; 30) y = 3x
9 27 (9; 27) y=x
5
12 24 (12; 24)
36
solução
30
2 equação: y = 3x
a
27 P (9;27)
x y = 3x (x;y) 24 -5 0 6 x
18
0 0 (0; 0) r r
6 18 (6; 18) y = 36 - x
6
9 27 (9; 27) 0 6 912 x s
12 36 (12; 36)
No gráfico, a reta r representa a equação y = 36 – x. Já a reta s representa a equação y = 3x. Observe que o
ponto P que representa o par ordenado (9; 27) pertence às duas retas simultaneamente. O par ordenado (9; 27)
satisfaz as duas equações. O ponto P é comum às duas retas, logo é a interseção das retas r e s. O ponto P representa
a solução do sistema.
Logo, x = 9 e isso quer dizer que foram compradas 9 vassouras de piaçaba, e y = 27, o que significa que foram
compradas 27 vassouras de plástico.
Antes de prosseguir, faça o Exercício 1.
Solução
Vamos reescrever o sistema, isolando uma incógnita no primeiro membro de cada equação:
1a equação: y = 9 – x
x y = 9 – x (x;y) y
2 7 (2;7) y = 2 x_ 2
7
5 4 (5;4)
solução
5 P (4;5)
2 equação: y = 2x –3
a
4
x y = 2 x – 3 (x;y)
1 –1 (1;–1)
2 3
4 5 (4;5) y=9-x
Exemplo 4
Para resolver graficamente um sistema de equações do primeiro grau você deve ter um cuidado especial na graduação
dos eixos cartesianos. O uso de papel milimetrado facilitará bastante seu trabalho. De uma boa graduação e de uma
construção cuidadosa do gráfico dependem a visualização do ponto que representa a solução do sistema e a identificação
de suas coordenadas, ou seja, dos valores de x e de y que correspondem a esse ponto. A verificação da solução é
indispensável! Você pode substituir os valores encontrados para as incógnitas no sistema ou resolver algebricamente
o sistema para verificar se a solução gráfica encontrada é verdadeira.
Solução
Vamos reescrever o sistema, isolando a incógnita y no primeiro membro de cada equação:
Fazendo as tabelas para representar as duas equações num mesmo gráfico, temos:
1a equação: y = 2 – x
x y = 2 –x (x;y)
2 0 (2; 0)
4 –2 (4; –2)
200
0 0,5 1 2 4 x
y=2–x
1 Em um estacionamento, havia carros e motocicletas, num total de 43 veículos e 150 rodas. Quantos eram os
carros e as motocicletas estacionados?
Sugestão
Para traduzir o problema para a linguagem algébrica, faça:
• Número de carros: x total de rodas dos carros: 4x
• Número de motocicletas: y total de rodas das motocicletas: 2y
Escreva o sistema e construa o gráfico para encontrar a solução.
2 Uma empresa deseja contratar técnicos e para isso aplicou uma prova com 50 perguntas a todos os candidatos.
Cada candidato ganhou 4 pontos para cada resposta certa e perdeu 1 ponto para cada resposta errada. Se Marcelo fez
130 pontos, quantas perguntas ele acertou?
3 Pedro e Paulo têm juntos R$ 81,00. Se Pedro der 10% do seu dinheiro a Paulo, ficarão com quantias iguais. Quanto
cada um deles tem?
4 Determine dois números, sabendo que sua soma é 43 e que sua diferença é 7.
201
A equação do 2o grau
A associação de moradores terminou a construção da creche comunitária em um
terreno de esquina que tem 20 m de largura por 30 m de comprimento. Como
sobraram 72 m2 de piso de cerâmica, ficou resolvido que esse material seria usado
para fazer uma calçada. O difícil era descobrir a largura da calçada. Fizeram um
desenho como o que você vê aqui e representaram a largura desconhecida por x.
Observe o desenho:
3 . x2. O número 3 é o coeficiente de x2. Da mesma forma, o número –5 é o coeficiente de x. O número 6 é chamado
202 de termo independente.
..
Para trabalhar com a equação do 2o grau em Álgebra, é usual escrevê-la como ax 2 + bx + c = 0, onde:
o número a é chamado de coeficiente de x 2;
Exemplo 1
Considere a equação: x 2 – 5x + 6 = 0. O que acontece se substituirmos a incógnita x pelo número 1?
Solução
1–5+6=0
2=0 errado
Percebemos que 1 não é uma solução dessa equação, pois não torna a igualdade verdadeira. Veja agora o que acontece se
substituirmos a letra x pelo número 2: 22 – 5 . 2 + 6 = 0
4 –10 + 6 = 0
10–10=0 2
Vemos, assim, que 2 torna a igualdade verdadeira. Assim, 2 é uma solução (ou raiz) dessa equação. Será que existem
outras soluções desta equação? Como encontrá-las?
Como primeiro passo no estudo das equações do 2o grau, vamos pensar um pouco sobre a resolução da equação
(x – 3)2 = 16. Quais os números que, elevados ao quadrado, resultam em 16? Os números 4 e –4. Como
.
(x – 3)2 = 16, temos que:
se x – 3 = 4, então x = 4 + 3 = 7
.
ou
se x – 3 = –4, então x = –4 + 3 = –1.
Resposta: vemos assim que a equação tem duas raízes: x = 7 e x = 1.
3
Exemplo 2
Resolva a equação: x 2 + 6x = 7
Solução
Observe atentamente a solução. Vamos começar com algo que, a princípio, pode parecer misterioso: vamos somar 9
aos dois membros da equação.
Somando 9 ao 1o membro: x 2 + 6x + 9 = x 2 + 3x + 3x + 9 = (x + 3)2
Somando 9 agora ao 2o membro, temos: (x + 3)2 = 16
..
Esta equação você já sabe como resolver:
se x + 3 = 4, então x = 4 – 3 = 1
se x + 3 = –4, então x = –4 – 3 = –7.
Logo, a equação tem duas soluções: x = 1 e x = –7.
Discuta com seus colegas por que o número 9 foi escolhido para ser somado aos 4
dois membros da equação.
203
Vamos voltar agora ao problema da calçada da creche, aquele do início desta aula.
A equação que resolveria o problema é:
x 2 + 50x = 72 x2 + 2 . 25 . x = 72
Somando 252 aos dois membros da equação, temos:
3
x 2 + 50x + 625 = 72 + 625 x2 + 50x + 625 = 697 (x + 25)2 = 697
Com a ajuda de uma máquina de calcular, verificamos que é aproximadamente igual a 26,4; então as
soluções são: x = 26,4 – 25 = 1,4 e x = –26,4 – 25 = –51,4. Como neste problema x representava a medida da
largura da calçada, só nos interessa a solução positiva.
Será que o método algébrico apresentado acima permite mesmo resolver qualquer equação do 20 grau? No fim do
.
capítulo há exercícios para você resolver, utilizando o que aprendeu nesta aula. Lembre-se:
Tente resolver cada equação antes de ler a solução proposta no livro. Se você ou algum colega chegar a um
.
encaminhamento diferente, discutam o que fizeram, para se convencerem de que a solução proposta está certa.
Nunca se esqueça de verificar se seu resultado está certo. Como fazer isso? Substitua os valores achados para
x na equação e veja se a igualdade se verifica!
Exemplo 3
3x 2 + 5x + 1 = 0
Solução
Agora, é preciso acrescentar aos dois membros da equação um número capaz de transformar o 1o membro em um
quadrado perfeito. Para fazer isso, elevamos ao quadrado a metade do coeficiente de x:
. metade do coeficiente de
204
. elevando ao quadrado:
Ou ainda:
Resposta:
. metade do coeficiente de
. elevando ao quadrado:
Temos, então:
Exemplo 4
2x2 – 7x + 3 = 0
Solução
Temos que a = 2, b = –7 e c = 3. Substituindo na fórmula , teremos:
Exemplo 5
–x2 + 16x – 64 = 0
Solução
Resposta: .
Exemplo 6
5x2 – 4x + 1 = 0
Solução
Como a = 5, b = –4 e c = 1, então:
206
essa nova letra, temos que as raízes da equação ax2 + bx + c = 0 são: , onde
= b2 – 4ac.
Veja agora que, se o número for positivo, encontramos duas raízes diferentes. Se for zero, encontramos um só
valor para a raiz. Se for negativo, a equação não terá solução. Por quê?
..
Dada a equação ax2 + bx + c = 0, temos:
para > 0, a equação tem duas soluções reais;
.
para = 0, a equação tem uma solução real;
para < 0, a equação não tem solução real.
Confira:
1. Na equação 2x2 + x + 1 = 0, como a = 2, b = 1 e c = 1, temos que:
207
2 Sem resolver as equações, verifique se elas têm ou não solução e quantas são:
a) x2 – 3x + 1 = 0 b) x2 = 4x – 12
É importante que você desenvolva sua autoconfiança para defender seus pontos de
vista e sua maneira de resolver problemas.
208
Problemas do 2o grau
João comprou 22 metros de tela para fazer x
x + y + x + y = 22 2x + 2y = 22
2
Organizando o que temos:
209
Com o auxílio de uma máquina de calcular, você pode verificar que é aproximadamente igual a 4,58.
Então:
Se João escolher 7,79 metros para o comprimento do galinheiro, sua largura será: y = 11 – x = 11 – 7,79 = 3,21
metros. Se o comprimento do galinheiro for 3,21 metros, a largura será 7,79 metros.
..
Para resolver problemas do 2o grau, é preciso organizar-se. O seguinte roteiro pode
ajudar você nessa tarefa:
Leia atentamente o enunciado.
..
Estabeleça a equação ou sistemas de equações que traduzem o problema para
linguagem matemática.
Resolva a equação ou sistemas de equações.
Interprete as raízes encontradas, verificando se são compatíveis com os dados
do enunciado.
Exemplo 1
Com 18 m de arame só foi possível cercar três lados de um terreno retangular de 40 m2 de área. Quais são as dimensões do terreno?
Solução
Representando a medida do comprimento do retângulo x
por x e a medida da largura por y, teremos:
Exemplo 2
Juntos, dois quadrados ocupam uma área de 117 m2 . O lado de um deles tem 3 m a mais que o do outro. Quanto mede o
lado do quadrado maior ?
Solução
Vamos representar o lado do quadrado x x+3
menor por x e o lado do quadrado maior
por x + 3, já que o lado do quadrado
maior tem 3 m a mais que o menor. Área : x 2 2
Área : (x + 3)
A área dos dois quadrados juntos é de 117 m2. Então: x 2 + (x + 3)2 = 117.
Como (x + 3)2 = x 2 + 6x + 9, temos:
x2 + x2 + 6x + 9 = 117 2x2 + 6x – 108 = 0
Já que a = 2, b = 6 e c = –108, temos:
Como a medida do lado de um quadrado não pode ser expressa por um número negativo, a única solução que nos
interessa é x = 6. 3
Resposta: o lado do quadrado menor mede 6 m e o lado do quadrado maior mede 9 m.
Exemplo 3
Pedro comprou um certo número de camisetas (todas iguais) para dar a seus empregados e gastou R$ 96,00. Dias depois,
passando por outra loja, viu a mesma camiseta em promoção, R$ 2,00 mais barata. Desta vez, comprou uma camiseta a mais
do que na compra anterior e gastou R$ 90,00. Quantas camisetas Pedro comprou ao todo?
Solução
Primeiro, é preciso dar nome às nossas incógnitas, isto é, àquilo que não é conhecido no problema. Não se sabe quantas camisetas
João comprou da primeira vez. Vamos então chamar essa quantidade de x. Também não sabemos o preço da camiseta na
primeira compra. Vamos chamar esse preço de y. Desta forma, na segunda compra, João comprou x + 1 camisetas e o
preço de cada uma é y – 2, ou seja R$ 2,00 a menos. Podemos então resumir o que temos no quadro abaixo:
Compra No de camisetas Preço Total gasto
1a compra x y 96
2a compra x +1 y–2 90
Multiplicando o número de camisetas pelo preço de uma delas, teremos o total gasto em cada compra. Logo, as equações
são as seguintes:
211
2 x2 – 4x – 96 = 0 x2 _ 2x _ 48 =0
Logo: x = 8 ou x = _ 6 4
Lembre-se de que x representa o número de camisetas que Pedro adquiriu na primeira compra. Logo, esse número
não pode ser –6. Concluímos que x = 8, ou seja, Pedro comprou 8 camisetas na primeira compra. Na segunda compra
ele adquiriu uma camiseta a mais, ou seja, 9 camisetas.
Resposta: o número total de camisetas compradas é 8 + 9 = 17.
Exemplo 4
Os convidados que participaram de uma festa trocaram apertos de mãos. Um dos garçons notou que foram 190 cumprimentos
Solução
Se o número total de pessoas presentes à festa é x, cada pessoa dá x – 1 apertos de mãos. Lembre-se que quando, por
exemplo, Ana aperta a mão de Augusto, Augusto também aperta a mão de Ana, logo, estes dois apertos de mãos devem
ser considerados apenas uma vez.
Portanto: .
Isso porque x(x – 1) representa o total de apertos de mãos contando duas vezes cada cumprimento entre duas pessoas.
Já que a = 1, b = –1 e c = –380:
Como o número de convidados não pode ser negativo, 20 convidados participaram da festa. E ainda, como dos
convidados eram mulheres, eram homens.
1 Com uma corda de 10 m de comprimento, José deseja cercar uma área retangular de 5 m2. Quais as medidas
dos lados desse retângulo ?
2 Um terreno retangular tem 50 m2 de área. Diminuindo seu comprimento em 3 m e aumentando sua largura em
2 m, o terreno transforma-se em um quadrado. Qual é a área desse quadrado?
Sugestão: faça um desenho representando o terreno.
3 Um grupo de pessoas saiu para almoçar em um restaurante, sendo que três delas são mulheres. A conta, de R$ 72,00,
foi inicialmente dividida entre todos, mas depois os homens resolveram que, por gentileza, as mulheres não deveriam pagar.
Então cada homem contribuiu com mais R$ 4,00 e a conta foi paga. Quantas pessoas havia no grupo ?
Sugestão: I) Escolha as seguintes incógnitas:
x = número de pessoas do grupo
y = valor que cada um deveria pagar
II) Siga as seguintes etapas:
a) Se a conta foi de R$ 72,00, qual é a primeira equação ?
b) Se existem 3 mulheres no grupo, como representamos o número de homens do grupo?
c) Se, no pagamento, cada homem contribuiu com mais R$ 4,00, qual é a 2a equação ?
5 Um grupo de amigos resolveu fazer uma excursão. A despesa total será de R$ 3 600,00. Como 6 pessoas não
poderão ir ao passeio, a parte de cada um aumentou em R$ 20,00. Quantos são esses amigos ?
6 Ao dividir –4 por um certo número x, Maria distraiu-se e em vez da divisão fez a adição. Ao refazer os cálculos,
ficou espantada ao perceber que obtivera o mesmo resultado de antes. Foi muita coincidência, mas isso acontece para
um valor de x. Descubra qual é ele.
7 Determine a medida do lado de um quadrado em que o número que representa a área excede o número que
representa o perímetro em 5 unidades.
213
1 3
1,5
5m
laço de 12m 4,5m 3m
Tente imaginar outros retângulos que poderiam ser formados com essa corda de 12 m.
Qual será o perímetro do retângulo que tem 1 m de largura e 5 m de comprimento?
Qual será a área desse retângulo?
Complete a tabela abaixo. Os retângulos 1, 2 e 3 são os que Pedro percebeu e estão
exemplificados acima. Os retângulos 4 e 5 seriam outros inventados por você.
Retângulo Comprimento Largura Perímetro Área
1 5 1 2 x 5 + 2 x 1 =12 5x1=5
2 4,5 1,5
3 3 3
4
5
1
O que acontece com o perímetro quando mudamos as dimensões do retângulo?
E com a área?
G eneralizando
Considere agora um retângulo genérico que poderia ser formado com o laço de x
12 m. A largura será representada por x. Como em qualquer retângulo, os lados
6 _x
opostos têm a mesma medida. O comprimento será
A área deste retângulo é expressa por A = x . (6 – x) = 6x – x 2. O valor da área depende do valor de x, ou seja, como
já foi estudado na Aula 25, a área A é função de x, e assim podemos escrever: A (x) = –x2 + 6x.
214
A função polinomial do 2o grau é representada pela fórmula y = ax2 + bx + c, onde a, b e c são números conhecidos e
a é diferente de zero. Veja alguns exemplos:
C onstruindo o gráfico
Vamos atribuir a x alguns valores e calcular os valores correspondentes da área A. Observe:
Se x = 0, então A(x) = –02 + 6 x 0 = 0
Se x = 0,5, então A(x) = –0,52 + 6 x 0,5 = 2,75
Se x = 1, então A(x) = –12 + 6 x 1 = 5
Continuando esse trabalho, podemos organizar uma tabela com diversos pontos. Escolhemos valores de x entre 0 e 6.
Atenção!
Para x = 0 e x = 6, o retângulo não existe e não tem sentido calcular sua área.
Assinalando no gráfico cartesiano cada um desses pontos, você tem uma primeira idéia do comportamento dessa
função. Veja:
x y
0 0 9
1 5
8
0,5 2,75
7
1,5 6,75
2 8 6
2,5 8,75 5
3 9 4
3,5 8,75 3
4 8
2
4,5 6,75
1
5 5
5,5 2,75 1 2 3 4 5 6
6 0
4
É bom lembrar que esse desenho é apenas parte do gráfico 3
da função. Para valores de x menores que 0 ou maiores do 2
que 6, os valores calculados para A(x) serão sempre negativos 1
e portanto o gráfico continuará abaixo do eixo X.
1 2 3 4 5 6 x 215
Y
O gráfico ao lado é uma curva muito importante em
Matemática, a parábola. Ela está presente em várias
parábola
situações cotidianas.
0 6 X
Exemplo 1
Imagine um forte antigo, com canhões preparados
para atirar em navios inimigos que se aproximassem.
Um navio se aproxima e um canhão dá um tiro. A
trajetória da bala descreve aproximadamente uma
parábola. Se não houvesse a resistência do ar, a bala
do canhão descreveria exatamente uma parábola.
Exemplo 2
Um menino, em cima de um muro, rega as plantas com
um jato de água que descreve uma curva com a forma de
uma parábola.
Galileu Galilei (1564–1642), da cidade de Pisa, na Itália, é considerado o fundador do método experimental em Ciência.
Estudou a queda dos corpos e construiu um telescópio. Defendeu o sistema de Copérnico e foi condenado pela Igreja
por suas idéias.
A concavidade
Considere a seguinte função:
y = x 2 – 2x – 3
Vamos organizar uma tabela, atribuindo a x alguns valores e calculando os valores correspondentes de y.
Y
5
x y
– 2 5
– 1 0
0 –3
– 2 –1 1 2 3 4 X
1 –4
2 –3
3 0 –3
216 4 5 –4
O coeficiente c
Já vimos onde a parábola pode cortar o eixo dos X (horizontal). E o eixo dos Y (vertical) ?
Neste caso, é preciso considerar x = 0 na função y = ax 2 + bx + c. Teremos então y = c. 217
eixo de simetria
Toda parábola é simétrica em relação a uma reta, que é V
eixo de simetria
P Q
V
0 x 0 x
e e
eixo de simetria
dade voltada para baixo, o vértice V é oVponto mais alto.
No gráfico II, onde a parábola tem a concavidade voltada
eixo de simetria
P Q
Vamos representar o vértice por V = ( xv ; yv ), onde xv e yv são respectivamente a abscissa e a ordenada de V. Já vimos
que a parábola y = ax 2 + bx + c sempre encontra o eixo dos y no ponto c, que é o valor da função quando x = 0. Ou seja,
se x = 0, y = a . 02 + b . 0 + c = c . Além disso, existe outro ponto da curva que tem ordenada igual a c. Se y = c, temos:
ax 2 + bx + c = c. Então: ax2 + bx = 0.
Usando a distributividade:
ax2 + bx = x(ax + b) = 0
Logo: x = 0 ou y s
Observe a figura ao lado.
O vértice da parábola pertence ao eixo de simetria. Logo,
sua abscissa é a mesma do ponto médio do segmento c
contido no eixo dos x, cujas extremidades têm abscissas
V
0 -b -b x
0e . 2a a
Esse valor é :
Exemplo 3
Mamífero da família dos delfinídeos, o golfinho é representante de uma dentre as espécies conhecidas dessa família.
Os golfinhos habitam águas mais quentes do Atlântico e do Mediterrâneo. São dotados de um sistema de sonar que
lhes permite emitir e decifrar sons. Realizam saltos de até 3 metros de altura fora da água. A trajetória do centro de
gravidade de um golfinho descreve um arco de parábola durante o salto. Qual o gráfico da função que descreve essa
trajetória? Quais são os pontos em que a parábola intercepta o eixo X?
O centro de gravidade de um corpo é o ponto desse corpo que se comporta, do ponto de vista da Física, como se toda
a massa do corpo estivesse concentrada nele.
P
Solução
A trajetória do centro de gravidade de um golfinho durante
um salto descreve um arco de parábola.
Observemos a função que mostra o movimento descrito pelo
ponto P (centro de gravidade do golfinho): P
d = –10t 2 + 100t
P
Na função, d representa a altura do ponto P em centímetros
e t representa o tempo em segundos.
É possível construir o gráfico de uma função quadrática sem montar a tabela de pares
(x ; y), mas seguindo apenas o roteiro de orientações seguinte:
1. O valor do coeficiente a define a concavidade da parábola.
2. Os zeros da função definem os pontos em que a parábola intercepta o eixo X.
3. O vértice indica o ponto mínimo (se a > 0) ou máximo (se a < 0).
No movimento do golfinho, a função é d = –10t 2 + 100t, onde a = –10, b = 100 e c = 0. Como a é negativo, a
concavidade da parábola estará voltada para baixo. Resolvendo a equação –10t2 + 100t = 0, obtemos t = 0 e t = 10.
Então (0; 0) e (10;0)serão os pontos em que a parábola intercepta o eixo X.
A abscissa do vértice é:
219
d Eixo de simetria
A ordenada do vértice é: Vértice
(5;250)
250
Note que d = 0 quando t assume dois valores, t = 0 e t = 10 . O vértice da parábola é o ponto (5; 250), o que nos
permite concluir que a altura máxima que o ponto P atinge é 250 cm e isto ocorre após 5 segundos.
Exemplo 4
Se quisermos renovar a água de uma piscina, inicialmente devemos drenar a água suja e, em seguida, encher a piscina
novamente. O volume de água da piscina é função do tempo que se consome para esvaziá-la e enchê-la novamente. Uma
lei para essa função no caso de uma certa piscina é n = 18 000 –1 200t + 20t 2, sendo que n representa o número de
galões de água contido na piscina e t o tempo gasto em minutos para esvaziá-la e enchê-la novamente. Se a piscina estiver
completamente vazia, em quanto tempo estará cheia novamente?
O galão é uma unidade de capacidade usada nos Estados Unidos e vale aproximadamente 4,54 litros. As latas grandes
de tinta contêm um galão de tinta.
Solução
A função que temos é n = 18 000 – 1 200t + 20t2, onde a = 20, b = – 1 200 e c = 18 000.
Como a é positivo, a concavidade da parábola estará voltada para cima.
Resolvendo a equação n = 18 000 – 1 200t + 20t2 para n = 0, obtemos t = 30 . Então (30; 0)será o ponto em
que a parábola intercepta o eixo X.
220 Resposta: a piscina estará cheia novamente 30 minutos depois que ficou totalmente vazia.
1 Faça o gráfico das funções abaixo e depois determine as imagens destas funções.
a) y = x2 – 2x – 8
b) y = – 2x2
c) y = – x2 – 3
Determine, em metros:
a) o alcance do lançamento (AB)
b) a altura máxima atingida (CD)
221
Variação do osinal da
função do 2 grau
222
.
quando x = 3, y = 0;
quando x = 1, y = –4 etc.
Como y = ax2 + bx + c : a . 02 + b . 0 + c = –3, logo c = –3
Logo y = x2 – 2x – 3.
Felizmente, existe uma forma menos complicada para descobrir a lei de formação da função. Antes, porém, vamos
saber um pouco mais sobre as funções quadráticas.
Somando x1 e x2: x1 + x2
Multiplicando x1 e x2: x1 . x2 2
Exemplo 1
1
Determine a equação do 2o grau cuja soma das raízes é 4 e o produto é 3.
Solução
No exemplo: x1 + x2 = 4 = – .
Como – é igual à soma dos zeros da função (raízes da equação ax2 + bx + c = 0) e é igual ao produto de seus
zeros, temos:
Multiplicando ambos os membros por a: y = a ( x – x1) . ( x – x2), onde x1 e x2 são os zeros da função.
Portanto:
y = 1 . ( x + 1) . ( x – 3) = ( x + 1) . ( x – 3)
Se efetuarmos as multiplicações chegaremos à forma já conhecida: - 1
-1 0 3 x
y = x 2 – 3x + x – 3 y = x2 – 2x – 3
Obtivemos a lei de formação da função e agora de forma menos
trabalhosa do que utilizando um sistema de equações. -3
-4
Observe que:
Mas v
(abscissa do vértice) e v
(ordenada do vértice).
..
6
5
Por exemplo:
A quando x = 1, y = – 3, que é negativo;
E
4
3 . quando x = 4, y = 0;
quando x = –1, y = 5, que é positivo etc.
..
2
1
É possível generalizar, afirmando que :
O D quando x = 0 e x = 4, y = 0;
-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 x para valores de x entre 0 e 4, y assume valores
-1
-2
-3
B
F .
negativos, ou seja, quando 0 < x < 4, y < 0;
para valores de x menores que 0 ou maiores que
4, y assume valores positivos, ou seja, quando
-4 x < 0 ou x > 4, y > 0.
V
Exemplo 2
..
Resposta: pode-se afirmar então que
quando x = – 1 e x = 3 , y = 0 (ou seja, y se anula);
quando – 1 < x < 3 (ou seja, nos valores de x entre os zeros da
-1 1 3
.
0 x
função), y > 0 (ou seja, y assume valores positivos);
quando x < – 1 ou x > 3, y < 0.
s
Exemplo 3
O lucro (L) de uma empresa é dado por L = – x 2 + 7x – 6, onde x é a quantidade vendida. Qual deverá ser a quantidade
vendida para que a empresa não tenha prejuízo?
Solução
Prejuízo é o mesmo que lucro negativo. Logo, o que o problema pede é quando essa função não será negativa. Fazendo
um estudo dos sinais, temos que:
Certamente este exemplo é artificial, mas o objetivo aqui é trabalhar com os valores
da função polinomial do 20 grau. Experimente procurar exemplos mais realistas.
Exemplo 4
Para que valores de x a função y = – 5x 2 + 2x – 1 é positiva?
Solução
Como , esta função não tem zeros. Logo, seu gráfico não intercepta
o eixo dos X. A concavidade da parábola está voltada para baixo, pois a = – 5 < 0.
x
Resposta: o gráfico está todo abaixo do eixo dos x. A
função nunca assumirá valores positivos, ou seja,
para qualquer valor de x, y < 0.
0
-1 3 x Determine:
a) a lei de formação da função
b) o valor de y, quando x = 1
-3
227
5 A temperatura de uma estufa, em graus Celsius, é registrada em função do tempo (t) de acordo com a lei f dada
por . Responda:
a) A estufa atinge zero grau?
b) A temperatura é sempre positiva?
c) Em que momento se atinge a temperatura mais alta?
6 A área do retângulo abaixo é maior do que 48 unidades. Quais os valores de x que satisfazem essa condição?
x+2
228
Um pequeno fazendeiro deseja criar coelhos e para isso comprou 20 m de tela a fim de
construir um cercado, em forma de retângulo, aproveitando um muro já existente. Fez
desenhos representando o cercado e verificou que suas dimensões poderiam variar,
sempre com a soma das medidas dos três lados com tela igual a 20 m.
muro muro
1 1
18 4 4
12
muro
8 8 etc...
Essa é uma função polinomial do 2o grau. Seu gráfico é uma parábola com a concavidade voltada para baixo, já
que a = –2 < 0. Esta função possui dois zeros, que são 0 e 10.
Veja como seria o gráfico dessa função:
vértice da parábola
O ponto mais alto do gráfico é o vértice. Portanto, o valor máximo
da função é a ordenada yv e o valor de x para o qual a área é
máxima é xv(abscissa do vértice).
Já aprendemos a calcular a abscissa do vértice:
0 10
xv
muro
2
5m 5m A área máxima é 10 × 5 = 50 m2.
10 m
Exemplo 1
Os técnicos de uma fábrica de automóveis fizeram diversos testes com um de seus carros populares para examinar o consumo
de gasolina. O carro percorria 100 km em uma estrada plana, com velocidade constante. O percurso foi feito muitas vezes
e, a cada vez, o automóvel se deslocou a velocidade diferente. No final de cada viagem, os técnicos verificavam a quantidade
de combustível gasta e observaram que o consumo não se mantinha o mesmo, pois era função da velocidade.
A conclusão foi a seguinte: para velocidades entre 40 e 120 km/h, o consumo deste carro é dado por:
y = 0,005x2 – 0,6x + 26,
onde x é a velocidade em quilômetros por hora e y é o número de litros de gasolina gastos para percorrer 100 km.
Para qual velocidade do carro o consumo de combustível será mínimo?
Solução
Este é um problema interessante. Muita gente acha que andar bem devagar economiza combustível. Não é verdade! É
certo que andar muito rápido faz com que o consumo seja alto, mas cada carro possui uma velocidade em que o
230 consumo é o menor possível.
Como o que queremos saber é o valor máximo que a companhia receberá, basta atribuir à variável x o valor 70.
Teremos então: y = – 20 . 702 + 2 800 . 70 = – 98 000 + 196 000 = 98 000.
Resposta: a companhia de aviação receberá, no máximo, R$ 98 000,00.
Exemplo 3
Você dispõe de uma folha de papel retangular medindo 20 cm de largura por x x
24 cm de comprimento. Você precisa recortar nos cantos da folha quatro x x
quadrados iguais, conforme mostra a figura:
Quanto deve medir o lado de cada quadrado para que a área da região sombreada
seja máxima? x x
x x
231
Solução
A região sombreada é composta por 4 retângulos. Dois deles têm dimensões representadas por 24 – 2 x e x e os
outros dois por 20 – 2x e x. A área total será então:
y=2[(24 _ 2x). x + 2(20 _ 2x).x] = 48x _ 4x2 + 40x _ 4x2 = _ 8x2 + 88x
Obtemos uma função polinomial do 20 grau. Seu gráfico é uma parábola com a concavidade voltada para baixo, pois
o coeficiente a é negativo. O vértice desta parábola é o ponto de máximo da função. A abscissa x do vértice será a medida
do lado de cada quadrado para que a área da região sombreada seja máxima.
Quais devem ser as medidas do retângulo para que a área cercada seja a
maior possível? corda
3 Uma companhia de viagens vai obter lucro (L)em determinada excursão em função do preço x cobrado. Se x
for um número muito pequeno, o lucro é negativo, ou seja, prejuízo. Se x for um número muito grande, o lucro também
será negativo porque poucas pessoas farão a excursão. Um economista, estudando a situação, deduziu a fórmula para
L em função de x: L = –x2 + 90x – 1 400
a) Haverá lucro se o preço for x = 20?
b) O que acontece quando x = 100? c) Quanto deve cobrar a companhia para ter lucro máximo?
30m
5 João tem uma pequena fábrica de sorvetes. Ele vende, em média, 300 caixas de picolés por R$ 20,00 cada uma.
Entretanto, percebeu que, cada vez que diminuía R$ 1,00 no preço da caixa, vendia 40 caixas a mais. Quanto ele deveria
cobrar para arrecadar o máximo possível? Qual é o valor máximo dessa arrecadação?
232
Triângulos
O triângulo é uma figura geométrica muito utilizada em várias atividades. Se você
parar em uma rua e olhar ao redor, poderá ver triângulos por toda parte. Eles são
usados para reforçar pilares, na construção de casas, represas, pontes e torres, na
marcenaria e nas oficinas mecânicas.
Por que o triângulo é tão usado? Simplesmente porque é uma figura rígida!
Experimente formar um triângulo e um retângulo com palitos de picolé e alfinetes. Você
verá facilmente que o retângulo se deforma quando você empurra um dos lados, mas
isso não acontece com o triângulo. É essa rigidez que faz o triângulo ser extremamente
usado. Por causa do triângulo, estruturas de construções, como prédios e pontes, se
tornam rígidas, difíceis de deformar e, portanto, muito mais seguras.
Você também já deve ter notado que existem vários tipos de triângulos. Observe na
armação do telhado reproduzida ao
lado os tipos diferentes de triângulos
que você pode encontrar. Tente
contar quantos triângulos existem
1
nessa armação. Se você contar com
cuidado, verá que são exatamente
46 triângulos.
Para falar sobre triângulos, é bom recordar algumas coisas que você já estudou
anteriormente, no Ensino Fundamental. Você já sabe que o triângulo é uma
figura geométrica que tem três lados. Os pontos em que esses lados se
encontram são os vértices do triângulo, também em número de três. Os lados
do triângulo, tomados dois a dois, formam três ângulos, cujos vértices são os
vértices do triângulo.
233
vértice
2
lado lado
vértice
ângulos
lado
vértice
Em geral, os vértices de um triângulo são representados por letras maiúsculas.
O lado oposto ao vértice A é geralmente chamado de lado a do triângulo.
Da mesma forma, os lados opostos aos vértices B e C são designados,
respectivamente, por lados b e c.
C
A B
A
d e Trace, pelo vértice A, uma reta paralela ao lado BC. Daí, os ângulos b e d
a
são iguais, pois a secante que passa por A e B determina ângulos alterno-
internos iguais. Pela mesma razão, c = e. Como a + d + e = 180º,
b c temos imediatamente que a + b + c = 180º.
B C
Você acabou de ler e compreender uma demonstração matemática. Ela mostra que
a soma dos ângulos internos de um triângulo é sempre igual a 180o, para todos os
triângulos que você ou qualquer outra pessoa conseguir imaginar. 4
Essa propriedade é conhecida como teorema de Tales.
234
interno?
? ? ?
Solução
?
180o – (90o + 45o)= 180o – 135o = 45o
Resposta: o ângulo cuja medida é desconhecida mede 45o, pois é quanto falta à soma
dos outros dois para completar 180o.
? ? ?
Neste caso, você não conhece nenhum dos três ângulos, mas como trata-se de um triângulo
? eqüilátero, os três possuem medidas iguais. Basta então dividir o total por 3.
º
º
? ? 5
Resposta: os ângulos cujas medidas são desconhecidas medem 60º cada.
Portanto, podemos dizer que em todo triângulo a medida de cada ângulo externo é 6
igual à soma das medidas dos ângulos internos não-adjacentes.
.
possui os 3 ângulos agudos.
O triângulo retângulo possui
1 ângulo reto e 2 ângulos
.
agudos.
O triângulo obtusângulo
possui 1 ângulo obtuso.
acutângulo retângulo obtusângulo
7
..
Classificação usando os lados
O triângulo eqüilátero possui os 3 lados com a mesma medida.
O triângulo isósceles
A
A
.
A
mesma medida.
O triângulo escaleno
3 cm 3 cm 4 cm 4 cm 3,5 cm 4 cm
possui os 3 lados com
medidas diferentes.
B C B C B C
3 cm 3 cm 3 cm
Quando um triângulo é eqüilátero, ele é também eqüiângulo, isto é, seus três ângulos possuem a mesma medida.
A
3 cm 3 cm
AB = AC = BC = 3 cm (eqüilátero)
 = = = 60º (eqüiângulo)
B C
3 cm
236
3,5 cm 3,5 cm
AB = BC = 3,5 cm
BC = base = 3 cm
B C
3 cm
Em todo triângulo retângulo, o lado oposto ao ângulo reto chama-se hipotenusa e os lados que formam o ângulo reto
são os catetos.
Bissetrizes de um triângulo A
A lturas de um triângulo A
Chama-se altura de um triângulo o segmento traçado perpendicularmente de um dos
vértices sobre a reta que contém o lado oposto. Um triângulo tem três alturas.
ha
9
É sempre verdade que a altura traçada do vértice
A de um triângulo corta o lado BC entre B e C?
Discuta com seus colegas. B C
M edianas de um triângulo
A
B M C
Construção de um triângulo
conhecendo as medidas de seus lados
Se forem dados três segmentos de reta, nem sempre é possível construir um triângulo. Você pode usar palitos ou varetas 11
de vários tamanhos e ver o que acontece na prática.
Vamos mostrar agora que existe uma relação entre as medidas dos lados que possibilita a construção de um
triângulo. Vamos lá!
Exemplo 2
É possível construir um triângulo quando seus lados medem 8 cm, 4 cm e 3 cm? 237
Solução
Observe que, se “fixarmos” nas extremidades do segmento
4 cm maior os segmentos menores, não haverá uma posição em que
3 cm eles se encontrem e formem um triângulo. Isso porque a soma
das medidas dos segmentos menores (3 + 4 = 7) é menor do
que a medida do lado maior (8): 8 > 3 + 4.
8 cm Resposta: não é possível construir um triângulo cujos lados
meçam 8 cm, 4 cm e 3 cm.
Exemplo 3
Tente aumentar um dos segmentos menores. Utilize segmentos medindo 8 cm, 4 cm e 4 cm. Agora é possível construir um
triângulo?
Solução
Da mesma forma, se “fixamos” as extremidades para
4 cm 4 cm procurar a posição que formará o triângulo, veremos que os
dois segmentos menores (4 cm cada um) só se encontrarão
quando estiverem sobre o lado maior (8 cm). Isso ocorre
porque 8 = 4 + 4.
8 cm Resposta: não é possível construir um triângulo cujos
lados meçam 8 cm, 4 cm 4 cm.
Exemplo 4
Agora utilize lados com 8 cm, 5 cm e 4 cm. É possível construir esse triângulo?
Solução
Neste caso, é possível construir um triângulo, pois quando
“giramos” os segmentos menores com suas extremidades
presas nas extremidades do segmento maior, eles se
4 cm 5 cm encontram formando um triângulo. Note que: 8 < 5 + 4.
1 Observe os triângulos abaixo e classifique-os quanto aos ângulos e quanto aos lados.
238
3 Use o transferidor (ou um ângulo reto qualquer), meça os ângulos e classifique os triângulos quanto aos ângulos
a) b)
c)
6 Num triângulo isósceles, os ângulos da base medem 50o cada um. Quanto mede o outro ângulo?
239
7 Responda no seu caderno: num triângulo isósceles, o ângulo diferente mede 100o. Quanto medem os outros
dois ângulos?
8 Observe a figura. O ângulo marcado com a letra a, obtido quando prolongamos um dos lados do triângulo, é
chamado ângulo externo. Neste exemplo:
a) quanto mede a?
b) como você obteve essa medida?
c) que relação ela tem com os ângulos do triângulo?
O caderno é o seu diário de Matemática. Ele deve conter sua história na construção
dos conhecimentos.
240
O teorema de Pitágoras
Com a ajuda de um par de esquadros, desenhe dois triângulos retângulos de mesmo
tamanho. Represente em um deles a altura relativa à hipotenusa, como mostra a
figura da direita.
I II II
Recortando os triângulos II e III, você terá três triângulos. Eles são semelhantes entre
si? Por quê?
Reproduza a figura ao lado, se possível em
tamanho maior.
quadrado-base Recortando a figura nas linhas tracejadas,
1 separe as cinco peças numeradas. Encaixe as
2
peças 1, 2, 3, 4 e 5 no quadrado-base, de forma
3
que, juntas, o preencham completamente.
5 A área do quadrado-base é igual à soma das
4
áreas das cinco peças?
Desde épocas muito remotas, quando começou a erguer casas para se abrigar, o homem sentiu a necessidade de
“construir” ângulos retos para que as paredes das casas ficassem “no esquadro” (ou “no prumo”), isto é,
perpendiculares ao chão. Atualmente há instrumentos apropriados para isso, mas não foi sempre assim.
Tudo isso tem a ver com a Geometria, uma ciência muito antiga. O triângulo de lados 3, 4 e 5 é utilizado há muitos
séculos pelos construtores. Você já deve ter ouvido falar das famosas pirâmides egípcias, enormes monumentos de
pedra construídos há uns 4 000 anos. A maior dessas pirâmides, conhecida como Grande Pirâmide ou Pirâmide de
Quéops, foi construída há cerca de 4 500 anos. Sua base é um enorme quadrado, com aproximadamente 230 m de
lado, dentro do qual caberiam quatro quarteirões. A Pirâmide de Quéops tem 146 m de altura, equivalente a um
prédio de 50 andares. 241
* Texto extraído do Jornal do Telecurso 1o Grau. Fundação Roberto Marinho, Ministério da Educação e Cultura, Fundação da Universidade de Brasília, 1989.
Você sabe por que as paredes devem ficar perpendiculares ao piso de uma casa?
Discuta isso com seus colegas e com o professor. Caso necessário, pesquisem o
assunto em livros e enciclopédias.
O triângulo retângulo
Um triângulo que tem um ângulo de 90o
(ângulo reto) é chamado de triângulo
retângulo. Nele, os lados recebem os
nomes de catetos e hipotenusa. hipotenusa
cateto
A hipotenusa é o maior dos lados e é
o lado oposto ao ângulo reto. Os lados
que formam o ângulo reto chamam-se cateto
catetos.
O teorema de Pitágoras
Para Pitágoras, não bastava que essa relação fosse válida para o triângulo de lados 3, 4 e 5. Era preciso provar que ela
valia, também, para todos os triângulos retângulos. Construindo algumas figuras com papel, será possível acompanhar
melhor o raciocínio de Pitágoras:
1. Recorte 4 triângulos iguais. a
b I II III IV
1
c b
b
b+c
I II
c I
a a
c c2
a2 II
III
III IV b2
IV
2. Recorte um quadrado de forma 3. Agora, monte a figura acima, 4. Movimente os triângulos e forme
que seu lado seja igual à soma das sobrepondo os triângulos e o quadrado a figura acima.
medidas dos catetos de um dos já recortados. Observe que o quadrado Os dois quadrados têm lados b e c.
triângulos. no centro da figura tem lado a e, Portanto, suas áreas são b2 e c2.
portanto, sua área é igual a a2. 243
Conclusão
Como o quadrado grande (de lado b + c) é o mesmo nos dois casos, podemos
concluir que o quadrado de área a2 é igual ao quadrado de área b2 somado ao
quadrado de área c2, ou seja:
a2 = b2 + c2
Assim, deduzimos o teorema de Pitágoras:
Num triângulo retângulo, o quadrado da medida da hipotenusa é igual à soma
dos quadrados das medidas dos catetos.
C
Desse modo, obtivemos três triângulos semelhantes, ou seja, triângulos que possuem os ângulos correspondentes iguais.
.
m
Para facilitar as conclusões,H desenhe os três triângulos sobrepostos, como indica a figura abaixo.
a
O triângulo
b III
I é semelhanten ao triângulo II. Logo:
h
II
C
A c B
Como se e somente se ah = bc, temos que ah = bc (2a relação), o que pode ser enunciado como segue:
Exemplo 1
a = 10 cm, b = 6 cm e c = ?
Faça a figura. Meça e confirme com o teorema de Pitágoras.
Solução
a2 = b2 + c2
102 = 62 + c2
c2 = 100 – 36 = 64
Resposta: c = 8 cm.
Exemplo 2
a=?
a
c = 7 cm Solução
a2 = b2 + c2
b = 10 cm a2 = 102 + 72 = 149
Resposta: a = 12,2 cm.
Exemplo 3
a=?
h=?
b = 9 cm c = 12 cm
h Solução
a2 = b2 + c2
a a2 = 92 + 122 = 81 + 144 = 225
Resposta: a = 15 cm.
245
E para achar h? Observe que a área do triângulo pode ser calculada de dois modos (pelo menos), usando a mesma
fórmula:
Exemplo 4
Seu Raimundo precisa encomendar lajotas de mármore com
o formato que está na figura. Ele observou que duas delas
juntas formam um retângulo. Quanto mede o outro lado do
retângulo?
Solução
Seu Raimundo também deve usar o teorema de Pitágoras:
num triângulo retângulo, a2 = b2 + c2. Considerando:
Resposta:
1 Aplicando o teorema de Pitágoras, verifique se são retângulos os triângulos que têm estas medidas de lados:
a) 6 cm, 8 cm e 10 cm
b) 7 cm, 9 cm e 20 cm
c) 4 cm, 5 cm e 6 cm
d) 13 cm, 12 cm e 5 cm
246
.
Em seguida:
calcule a área de cada um dos triângulos desenhados
.
sobre os catetos e sobre a hipotenusa;
some as áreas dos triângulos desenhados sobre os
catetos e compare com a área do triângulo desenhado
sobre a hipotenusa.
O que você concluiu?
x y
17
4 Em cada um dos itens abaixo, calcule o terceiro lado do triângulo retângulo, considerando que a é a hipotenusa
e b e c são os catetos. Todas as medidas estão em centímetros.
a) a = 17 b) b = 10 c) a = 12,1
b = 15 c = 10 c=6
c b
d a
e
1 247
1
Aplicando o teorema de
Pitágoras
Uma escada de 5 m de comprimento está apoiada em um muro. O pé da escada está
afastado 3 m da base do muro. Qual é a altura, no muro, que a escada alcança?
Para resolver este problema, você precisará usar uma propriedade muito
importante dos triângulos retângulos, já estudada na aula anterior. Trata-se do
teorema de Pitágoras e diz o seguinte:
O teorema de Pitágoras
Observe o seguinte triângulo retângulo:
C
A hipotenusa (o segmento BC) é o lado oposto ao ângulo reto do triângulo. Os
outros lados, AB e AC, são chamados de catetos. Vale lembrar que os nomes
hipotenusa e cateto são usados apenas para indicar os lados do triângulo
retângulo.
O teorema de Pitágoras se aplica a todos os triângulos retângulos. Portanto,
uma maneira rápida e simples de saber se determinado triângulo é retângulo
quando apenas as medidas de seus lados são conhecidas é aplicar o teorema de
Pitágoras.
B A
Exemplo 1
5 cm
Solução
Você já sabe que a diagonal do quadrado é o segmento de reta que liga dois vértices
d 5 cm
não-consecutivos do quadrado. Não se esqueça também de que o quadrado tem os
quatro lados iguais e os quatro ângulos retos.
Ao traçar uma diagonal, o quadrado fica dividido em dois triângulos retângulos iguais.
5 cm Em cada um deles, a diagonal é a hipotenusa, e os lados do quadrado são os catetos.
Na figura acima, destacamos um dos triângulos. Assinalamos a diagonal com a letra d. Vamos aplicar o teorema de
Pitágoras para determinar o valor de d (medida da diagonal):
O resultado, , é um número irracional, pois tem uma infinidade de casas decimais sem ser periódico.
Não existe nenhum número natural que elevado ao quadrado seja igual a 50. Portanto, o resultado do problema será
simplesmente indicado por . Usando a máquina de calcular, podemos obter um resultado aproximado com, por
exemplo, duas casas decimais. A diagonal do quadrado de lado 5 cm é igual a ou 7,07 cm, aproximadamente. 1
Exemplo 3
Num losango, as diagonais medem 16 cm e 12 cm. Determine a medida do lado do losango.
Solução
O losango é um quadrilátero que possui os quatro lados iguais. Suas diagonais são
diferentes entre si e cortam-se ao meio, formando quatro ângulos retos, isto é, são x
perpendiculares. 8
2
Resposta: o lado do losango mede 10 cm.
Exemplo 3
Um triângulo isósceles tem 16 cm de altura e 12 cm de base. Determine a medida dos outros dois lados. 249
Solução
Lembre-se de que o triângulo isósceles possui dois lados iguais e um diferente, chamado
base.
Quando traçamos a altura do triângulo em relação à base, ela forma dois triângulos x
retângulos iguais, em cada um dos quais um dos catetos é a altura do triângulo (16 cm), 16
o outro mede a metade da base (6 cm) e a hipotenusa é um dos dois lados iguais do
triângulo isósceles, cuja medida é desconhecida (x). 6
Assim, aplicando o teorema de Pitágoras: 12
Exemplo 5
Num triângulo eqüilátero cujo lado mede 8 cm, quanto mede a altura?
Solução
Da mesma forma que no triângulo isósceles, ao traçar a altura deste triângulo
formam-se dois triângulos retângulos iguais. Nos triângulos, um dos catetos é
a altura (x), cuja medida é desconhecida; o outro mede metade do lado (4 cm);
e a hipotenusa é o lado do triângulo eqüilátero (8 cm). Aplicando o teorema de 8 cm
x
Pitágoras:
4 cm
8 cm
3
Agora, reúna-se com seus colegas e tente resolver o problema sugerido no início
da aula. Trata-se de uma interessante aplicação prática do teorema de Pitágoras.
Exemplo 6
Determine a distância do navio N ao farol F, sabendo-se que sua posição y N
Solução
A partir da figura, podemos utilizar o teorema de Pitágoras: d y = 8 milhas
r x
x = 6 milhas
8 x
7 Ronaldo deseja construir um telhado em um galpão que tem uma largura de 13 m. A medida do telhado, na parte
menor, mede 5 m e o ângulo Â, na parte superior, é reto.
Calcule:
a) a medida da outra parte do telhado;
b) a altura h;
c) a que distância do ponto B deverá estar o ponto H;
d) a medida de HC.
251
Calculando distâncias
indiretamente
Freqüentemente ocorrem problemas com medições que não podem ser feitas direta-
mente – por exemplo, com o auxílio de uma trena, de um metro ou de uma corrente de
agrimensor. Como você faria, em uma fazenda, para calcular a distância entre dois pon-
tos se existe um morro entre eles? Ou se eles estão separados por um rio bem largo?
Observando o desenho acima, você pode perceber que, se fosse possível esticar uma
trena de A até B, subindo e descendo o morro, o valor encontrado seria maior do
que o correto. Lembre-se de que quando se fala de distância entre dois pontos
considera-se que a medida foi feita sobre a reta que une esses dois pontos.
No exemplo acima, essa medida não pode ser calculada diretamente. Na cidade, a
altura de um edifício, de um monumento ou mesmo de um poste são medidas
difíceis de se calcular diretamente.
Nesta aula, você vai aprender que, com o auxílio da semelhança de triângulos e do
teorema de Pitágoras, é possível descobrir distâncias sem fazer o cálculo direto das
medidas. Problemas como esses podem ocorrer quando se faz mapas topográficos,
mapas de cidades, municípios, estados e países.
M edindo distâncias
Existem hoje instrumentos sofisticados que permitem calcular distâncias e alturas, sem efetuar medições diretas.
É possível calcular, por exemplo, a distância da Terra à Lua, com erro de no máximo poucos centímetros. Também
é possível saber quantos centímetros cresce, a cada ano, o monte Everest, a mais alta montanha do planeta.
252 No entanto, várias distâncias podem ser calculadas mesmo sem o uso desses instrumentos sofisticados. O que você
Os gregos, há uns 1 500 anos, cavaram um túnel condutor de água na ilha de Samos. Com o uso de cálculos matemáticos,
a escavação foi feita simultaneamente a partir das duas extremidades do túnel. Quando as duas equipes de operários
se encontraram, no meio do percurso, o erro cometido tinha sido somente de poucos metros!
A largura de um rio
Uma fazenda é cortada por um rio bastante largo. Renato e Vicente têm uma trena de 20 m e a largura do rio parece
ser muito maior do que isso. O que é possível fazer para determinar a largura desse rio? Observe a figura.
..
a distância , eles fazem o seguinte:
Fixam uma estaca no ponto A e amarram nela um barbante.
O barbante é esticado até um ponto C escolhido de maneira
rio
..
que o ângulo PÂC seja reto.
Fixam uma estaca em C.
Sobre o barbante esticado , eles escolhem um ponto B
A
B
C
..
qualquer, que, de preferência, esteja mais próximo de C que de A.
Fixam então uma estaca em B.
D
.
Riscam agora no chão uma reta que parte de C e faz ângulo reto com o barbante, como mostra a figura.
Caminham sobre essa reta até que a estaca B esconda atrás de si a pedra P que está do outro lado do rio. Isto
faz com que os pontos P, B e D do desenho fiquem em linha reta.
..
Na margem de baixo, todas as distâncias podem ser medidas. Suponha então que os valores encontrados tenham sido
os seguintes:
= 15 m
. = 12,80 m
=4m
4
A C
15 B
12,8
253
D
Q
1,6 m
A
B
1 Para calcular a distância entre os pontos A e B situados próximos
a um lago, foi utilizada a mesma técnica vista no problema da largura do
rio. Com as medidas que estão na figura ao lado, determine a distância. A
lago
20
m
4m
m
26
2 João está em sua varanda desenhando a casa que está do outro lado
da rua. Ele sabe que sua distância até a casa é de 30 m. Para conhecer as
medidas da casa, usa o seguinte artifício: segurando com o braço esticado
uma régua e fechando um olho, ele “mede” os detalhes da casa (tamanho
das janelas, portas, altura do telhado etc.).
Sabe-se que a distância do olho de João até a régua é de 70 cm. João verificou que uma das janelas da casa tem 3,5 cm
de altura. Qual é a medida real dessa janela?
Sugestão:
observe a figura ao
lado e use semelhança
de triângulos. Nos
cálculos, use todas as
distâncias na mesma
unidade.
255
4 Para calcular a distância entre dois pontos A e B com um obstáculo no meio, foi usado um outro método:
5 Para determinar a distância que a separa de um edifício, Neusa coloca um lápis verticalmente diante de um de seus
olhos e, olhando para ele, nota que os raios visuais que passam pelas extremidades do lápis alcançam, sobre o edifício, 10
andares. Afastando o lápis 20 cm de sua posição inicial, Neusa verifica que os raios alcançam apenas 6 andares. Calcule a
distância procurada, sabendo que o comprimento do lápis é 12 cm e a altura de cada andar é 2,60 metros.
20 m
256
Medida de ângulos
Numa partida de futebol, três B
Se você tivesse que aconselhar o técnico, qual dos três atacantes você indicaria
para chutar em gol?
modificações no resultado final. Veja alguns casos nos quais a precisão dos ângulos é
fundamental:
257
Ângulo é o nome que se dá à abertura formada por duas semi-retas que partem
de um mesmo ponto.
Nesta aula, você vai estudar um pouco mais sobre os ângulos, como medi-los (que instrumento usar
e qual a unidade de medida) e alguns exemplos e aplicações importantes.
M edida de um ângulo
Os ângulos retos são os mais conhecidos e utilizados pelo ser
humano. Você se lembra dele? O ângulo reto é encontrado nas
janelas, nas portas, nos quadros, nos cadernos, nos esquadros.
Procure identificar os ângulos retos nas figuras ao lado.
A sinal indicativo
ângulo reto
O ângulo reto é aquele formado por duas retas perpendiculares entre si. Mede 90º.
Na figura ao lado, você pode ver a forma de representar o ângulo reto.
O B
O ângulo Ô mede 90º.
60 13
40
15 4
50 0 12
0 1 30
50 0
0
60 30
4 13
instrumento utilizado para medir ângulos é o
5
50 20 10
45 4
14
01 0
40
160
15 4
0 1 30
360 0 10 20
0
60 0
0180 170 1
50 20 10
180 170 120 3
0 360 3
170 180
0 10
Confira:
340 200 19
0
350
40 3 210
0
33 21
30 2
2 220
32 20
0
31
0
258
23 0 3 3
0 00 2 02 3
24 90 2 24 1
02 250 0 3
50 280 270 260 290 3
60 270 280
45 4
45 4
14
14
01 0
01 0
40
40
15 4
15 4
0 1 30
0 1 30
0
0
60 0
60 0
Dado um ângulo, é preciso fazer coincidir seu vértice com
50 20 10
50 20 10
180 170 120 3
160
170 180
170 180
0 10
0 10
o centro do transferidor e um de seus lados com a marca
0
centro centro
do zero do transferidor, como mostram as figuras: marca de 60º marca de 90º
1º
Exemplo 1
Utilize o transferidor e descubra qual dos ângulos abaixo tem a maior medida.
O O O
B E F
Solução
Usando o transferidor, você verificou que os três ângulos possuem a mesma medida (30º). Portanto, eles são iguais.
Ângulos que têm a mesma medida são chamados de ângulos congruentes.
3
Exemplo 2
Na ilustração ao lado, você observa o mapa de parte do litoral brasileiro. Como
calcular a direção da rota de um avião, supondo que ele viaje usando sempre
a menor distância entre dois pontos, ou seja, em linha reta?
Solução
Nos mapas usados pela aviação, há pequenas bússolas desenhadas sobre
algumas cidades. Para calcular o ângulo de uma rota, o piloto coloca um
transferidor sobre o mapa e faz a leitura do ângulo. O diâmetro do trans-
feridor deve ter a mesma direção que a direção Norte-Sul da bússola,
sendo que 0° corresponde ao Norte magnético.
Na ilustração, você pode conferir que a rota de um vôo do Rio de
Janeiro a Aracaju é de 56°. Observe que a rota do Rio de Janeiro a João
Pessoa também é de 56°, porém a distância desta viagem é maior do 4
que a da primeira. 259
Reúna-se com seus colegas e responda: qual a medida do ângulo formado entre a
5
direção Rio de Janeiro-Aracaju e a direção Oeste-Leste?
C lassificando os ângulos
Você já sabe que o ângulo que mede 90º é chamado ângulo reto. Outro ângulo que recebe nome especial é o ângulo que
mede 180º. Nesse tipo de ângulo, as duas semi-retas que formam os lados estão sobre uma mesma reta. É chamado de
ângulo raso (ou meia-volta).
Na prática, em vez de dizer, por exemplo, que a soma das medidas de dois ângulos é igual a 180o, dizemos simplesmente
que a soma dos dois ângulos é igual a 180o.
260
perpendicular
P P P
t t t
0,45 m
Exemplo 3
x
Para decidir com um carpinteiro qual o ângulo de inclinação que seu telhado terá, você precisa saber que tipo de telha
1m
irá utilizar. Um carpinteiro informou que, para usar telhas francesas, o telhado pode ter um caimento de 45%. 10
Isso significa que, nesse caso, para cada metro horizontal, o telhado “cai” 45% de metro. Qual será, então, o ângulo
de inclinação do telhado?
Solução
Representamos essa situação com um desenho em
0,45 m
escala a seguir:
x
1m
Resposta: medindo com o transferidor o ângulo x de inclinação do telhado, encontramos aproximadamente 25º. 261
Você já reparou que, ao observar um automóvel que se distancia ao longo de uma grande avenida, ele parece estar
diminuindo de tamanho? Ou que, quando você assiste a um grande show, quanto mais longe do palco, menores
parecem ser os artistas?
12
Antes de continuar a ler, tente explicar por que acontece o que foi dito anteriormente. Discuta a
situação com seus colegas.
O s ângulos e a semelhança
Você já estudou semelhança de figuras planas. Agora, vamos relembrar o importante papel dos ângulos no caso de
figuras semelhantes.
Sempre que dois polígonos são semelhantes, seus ângulos são iguais dois a dois e seus lados são proporcionais
dois a dois e vice-versa.
Observe os polígonos na página seguinte. Como eles são polígonos semelhantes, você pode medir os ângulos
262 correspondentes em cada par e verificar que suas medidas são iguais.
E' A'
E A
60o z
c
263
z
c
Você deve ter encontrado , x= 25oe y=95o, cuja soma é . Isso acontece em qualquer
triângulo.
9 3
Responda: os ângulos e são iguais N 8
M
4
2 Use os esquadros para determinar a medida dos ângulos e anote estas medidas no seu caderno.
D
B
A
264
5 (Cesgranrio) As retas r e s da figura são paralelas cortadas pela transversal t. Se o ângulo B̂ é o triplo de Â, então
B̂ – Âvale: t
a) 90º b) 85º c) 80º d) 75º e) 60º
A
Explique, no seu caderno, sua estratégia para r
B
escolha da opção correta. s
6 Resolva no seu caderno e anote a opção correta da questão: (UFRJ) No hexágono regular, o ângulo A B mede:
a) 60º b) 30º c) 40º d) 50º e) 52º
N
O
NE
N
O E
SO
SE
A trigonometria
do triângulo retângulo
75
R
10 furos
266
D escobrindo relações
Você já estudou as relações métricas nos triângulos retângulos, ou seja, as expressões que relacionam medidas de
comprimentos entre lados, altura e projeções dos catetos sobre a hipotenusa. Nesta aula, você vai verificar que é possível
estabelecer relações entre as medidas dos lados e dos ângulos agudos de um triângulo retângulo.
Exemplo 1
Dado um ângulo agudo, o que é preciso fazer para construir um triângulo retângulo? Quantos triângulos retângulos você
pode construir usando essa estratégia? 5
Solução
É possível desenhar uma infinidade de triângulos
retângulos e para isso basta traçar perpendiculares a um
dos lados do ângulo. O que esses triângulos possuem
em comum? x
O cateto que fica “em frente” ao ângulo agudo que está sendo
utilizado é chamado cateto oposto e o outro cateto é
chamado cateto adjacente.
Observe que as designações mudam se o ângulo de referência mudar, pois as designações “oposto” e “adjacente”
dependem do ângulo agudo escolhido.
Para simplificar as expressões, vamos usar a seguinte abreviação:
Cateto oposto CO
Cateto adjacente CA
Hipotenusa Hip
Usando esta notação, vamos dar nomes aos lados dos triângulos retângulos vistos anteriormente:
Hip 2 Hip 3 8
Hip 1
CO 1 CO 2 CO 3
x x x
CA 1 CA 2 CA 3
R elações trigonométricas
Se a medida do ângulo x for alterada, têm-se outros triângulos semelhantes e, portanto, outras proporções. Logo, as
razões de semelhança dependem do ângulo x e são chamadas relações ou razões trigonométricas.
Observe o triângulo retângulo abaixo. Trata-se de um dos famosos triângulos pitagóricos (é o mais conhecido deles). Calcule 9
as relações trigonométricas do ângulo x.
Solução
Hip = 5
CO = 3
x
CA = 4
Resposta: as relações trigonométricas do ângulo x são: sen x = 0,6; cos x = 0,8 e tg x = 0,75. A partir destas
relações, podemos calcular a medida do ângulo x. Para isso basta usar uma tabela trigonométrica.
A tabela trigonométrica 10
Solução
No problema anterior, foi possível observar que, para um dos ângulos agudos do triângulo pitagórico, temos:
sen x = 0,6 12
cos x = 0,8
tg x = 0,75
Resposta: consultando a tabela, você pode constatar que a melhor aproximação para a medida deste ângulo é 37o, pois:
sen 37o = 0,60182 0,6
cos 37o = 0,79864 0,8
tg 37o = 0,75355 0,75 269
Exemplo 4
Para calcular o seno, o co-seno e a tangente de um ângulo, podemos traçar o ângulo e desenhar um triângulo retângulo
sobre ele. Utilizando um papel milimetrado, para tentar ser bastante preciso, vamos obter as razões trigonométricas de um 13
ângulo de 32o.
Solução
Os lados do triângulo construído medem:
Q
OP=50 mm, PQ=31 mm, OQ=59 mm 14
Usando as razões trigonométricas, encontramos:
cm
5,9 3,1 cm
O P
5 cm
Resposta:
Consultando a tabela, encontramos: sen 32o = 0,52992, cos 32o = 0,84805 e tg 32o= 0,62487.
Note que os valores obtidos pelo processo gráfico, por melhor que seja a figura desenhada, apresentarão sempre imprecisões.
No final deste livro, você pode ver uma das versões possíveis da tabela trigonométrica.
Nela, os valores das razões trigonométricas são apresentados com uma aproximação
de 5 casas decimais para todos os ângulos agudos, com variação de 1 em 1 grau. Em
atividades técnicas, como na indústria, usam-se tabelas que possibilitam maior precisão
para a medida do ângulo. Essas tabelas, além dos valores inteiros de um ângulo x,
apresentam as razões para xo10’, xo20’,..., xo50’.
Existem processos para calcular senos, co-senos e tangentes com muitas casas decimais exatas. Hoje em dia, muitas
15
calculadoras já trazem teclas com estas funções. Para usá-las, basta digitar a medida do ângulo e depois a tecla
correspondente à função desejada.
2 No exercício anterior, você encontrou o seno e o co-seno dos ângulos de 20o e 70o, que são ângulos complementares
(20 +70o = 90o). Encontre na tabela os valores do seno e do co-seno de outros pares de ângulos complementares,
o
como: 30o e 60o; 40o e 50o... O que é possível concluir a partir da observação desses valores?
3 Usando os valores que você encontrou no Exercício 1, calcule, com o auxílio de uma calculadora, o valor das
frações:
Agora consulte o valor da tangente desses ângulos na tabela trigonométrica e compare com os valores das razões
calculadas acima.
3 cm
cm
2 cm
2
2
x x
2 cm 3 cm
271
9 Ao lado de uma escadaria será instalada uma rampa para possibilitar o acesso de cadeiras de rodas a um prédio.
Sabendo que a altura total do piso em relação à rua é de 2 metros e que a inclinação dessa rampa será de 15o, calcule o
comprimento da rampa c e a que distância d sua construção deve ser iniciada.
c
2m
10º
d
272
Na Aula 44, você estudou que as razões trigonométricas são obtidas a partir
das medidas de um ângulo agudo e dos lados de um triângulo retângulo.
O ângulo de 45o
Traçando a diagonal de um quadrado, são formados dois triângulos retângulos isósceles, isto é, com ângulos agudos
iguais e, portanto, medindo 45o cada um.
Conhecendo a medida l dos lados de um quadrado, a medida da diagonal d é dada pela expressão . Vamos
recordar:
Como , então .
CA
CA = L= l
Multiplicando o numerador e o denominador por (racionalizando a
5
expressão), obtemos: .
274
Exemplo 1
Uma estrutura metálica de sustentação de uma marquise é formada por triângulos retângulos isósceles. Sabendo que os
catetos dos triângulos medem 2 m, quanto medem as hipotenusas?
x
2m
2m
Solução
Usando a expressão e sabendo que os catetos dos triângulos retângulos isósceles da figura medem 2 m, a
hipotenusa mede . Este problema é real, tirado de uma situação prática de engenharia.
Resposta: as hipotenusas medem aproximadamente 2,83 m.
Conhecendo a medida dos lados de um triângulo eqüilátero, a medida de sua altura h é dada pela expressão:
Vamos então achar as razões trigonométricas para esses ângulos, destacando um dos triângulos retângulos obtidos. 275
7
Hip =
Hip =
Exemplo 2
Uma rampa para carga e descarga de um edifício atinge
uma altura de 2 m, formando um ângulo de 30o com o
solo. Determine o comprimento da rampa e a que distância
seu início se encontra do edifício. O triângulo retângulo a Hip
seguir representa (modela) esta situação: 2m
Solução
As medidas desconhecidas são as do cateto adjacente
(CA) ao ângulo de 30o e da hipotenusa (Hip) do CA
triângulo retângulo. Sabendo que CO = 2 m, vamos usar
as razões trigonométricas.
Observe que:
30o+60o=90o
per
na
ampliando o triângulo x
277
Você se lembra do problema proposto no início desta aula? O triângulo pedido está representado na página anterior. Note
que o triângulo é retângulo e a hipotenusa deve ser igual ao comprimento x da perna (abaixo do joelho) da pessoa. Como
o ângulo de elevação deve ser de 60o, forma-se um triângulo retângulo com ângulos agudos medindo 30o e 60o.
6 Agora construa uma nova tabela com os ângulo seno co-seno tangente
resultados encontrados nesta aula. 30 o
45o 1
60 o
7 Nos projetos ilustrados abaixo, quanto medem o ângulo e a altura h?
empresa A empresa B
empresa C
279
Conhecendo dois lados, e usando o teorema de Pitágoras, como determinar a medida do terceiro lado?
Solução
A
x
4 cm
B C
8 cm
Neste mesmo triângulo, usando as razões trigonométricas, como determinar os ângulos agudos?
Resposta: o terceiro lado mede aproximadamente 6,92 cm e os ângulos medem 30º e 60º.
Exemplo 2
No triângulo abaixo, são conhecidos um lado e um ângulo. Como determinar os outros dois lados?
Solução
281
A hipotenusa unitária
Você estudou nas aulas anteriores que as razões trigonométricas de um ângulo agudo não dependem do triângulo
retângulo escolhido. Na figura abaixo, temos:
a3
a2
a1
b1 b2 b3
c1
c2
c3
Observe que, para calcular o seno e o co-seno de um ângulo, dividimos um dos catetos pela hipotenusa do triângulo
retângulo correspondente. Como esse valor pode ser obtido a partir de qualquer um dos triângulos semelhantes, é
muito prático trabalhar com um triângulo retângulo cuja hipotenusa seja igual a 1.
1 b
a
sen
a sen Apenas neste caso (hipotenusa = 1), a medida dos
catetos é obtida diretamente a partir do seno e do
cos
b cos
co-seno de seus ângulos.
Atenção a
a - sen
Para uma hipotenusa qualquer, de
comprimento a, teremos:
b - cos
..
A partir da figura, pode-se concluir que:
Quanto maior o ângulo, maior a medida do cateto oposto a este ângulo (ou seja, maior o valor do seno).
Quanto maior o ângulo, menor a medida do cateto adjacente a este ângulo (ou seja, menor o valor do co-seno).
Note que o seno do ângulo obtuso é igual ao seno do ângulo agudo . Por sua vez, o co-seno do ângulo α
é do mesmo comprimento que o co-seno de , mas está em sentido oposto em relação ao centro O. Portanto
terá sinal negativo.
Resumindo: .
Exemplo 3
a)
283
b)
c)
O triângulo acutângulo
No triângulo acutângulo ABC (que tem os três ângulos agudos), traçamos uma de suas alturas para obter dois
triângulos retângulos.
Chamando de x a medida de BH, a base BC do triângulo ABC fica dividida em dois segmentos de medidas: x e (a – x).
Usando o teorema de Pitágoras em cada um dos triângulos retângulos, temos:
..
A A
A A
c b
h h
284
B x H H a-x C
Da mesma forma, é possível achar c conhecendo a medida dos dois outros lados e o ângulo oposto ao lado c. Para isso,
fazemos HC medindo x e BH medindo (a – x).
_ c2 = h2 + (a – x) 2
A
b2 = h2 + x2
c2 – b2 = (a – x) 2 – x2
c b c2 – b2 = a2 – 2ax
h
Como x agora é igual a , temos:
B H C
(a-x) x
Para obter uma expressão para o cálculo de a, podemos traçar outra altura h do
triângulo ABC, relativa ao lado AC.
A
x
_ a2 = h2 + (b – x) 2
H
c2 = h2 + x2
c
h (b-x)
a2 – c2 = (b – x) 2 – x2
a2 – c2 = b2– 2bx
B
Como x = c cos Â, temos: cos Â
C
b
Resumindo: num triângulo acutângulo, valem as relações:
Exemplo 4
Francisco deseja medir a distância entre duas fazendas, B e C, sobre um mapa sem escala. Sabe-se que AB = 80 km e
AC = 120 km, onde A é uma cidade conhecida, como mostra a figura.
Solução
B Chamando a medida de BC de x, podemos utilizar a relação anterior:
C
Resposta: a distância entre as duas fazendas é de aproximadamente
A 105,83 km.
285
Ao transformar um triângulo retângulo num triângulo acutângulo, diminuindo seu ângulo reto e conservando as
mesmas medidas dos seus lados, o lado oposto (a hipotenusa do triângulo retângulo) diminui.
Observe as figuras:
Diminuímos a medida
do ângulo A
A
b
c b c
B C
B a C
a
Conseqüentemente a medida
do lado oposto diminuiu
Exemplo 4
Verifique se o ângulo do triângulo ABC desenhado abaixo é agudo.
Solução
A
Vamos elevar ao quadrado a medida do lado oposto ao ângulo :
4 cm 5 cm
Calculando:
Comparando 62 com 42+ 52, temos:
B 6 cm C
Resposta: o ângulo é agudo.
O triângulo obtusângulo
Veja o que ocorre quando um triângulo retângulo se transforma num triângulo obtusângulo.
Aumentamos a medida
do ângulo
A A
c b c b
B C B C
a a
Conseqüentemente a medida
do lado oposto aumentou
286 a2 = b 2 + c 2 a2 b2 + c 2
h a
c Subtraindo membro a membro essas equações, temos:
C
H A Logo:
x b
(b+x)
Ou seja:
Comparando esta relação com a dos triângulos acutângulos, podemos concluir que as expressões obtidas para os
triângulos acutângulos são válidas também para os triângulos obtusângulos.
20 cm 20 cm
6
y 60º
Fazendo , teremos:
Simplificando:
x 10,39
Logo, a largura da fenda é de 10,39 cm.
287
1 Use a tabela trigonométrica ou uma máquina de calcular para determinar o valor de x e y nos triângulos a seguir:
288 C
B
É importante que você desenvolva sua autoconfiança para defender seus pontos de
vista e sua maneira de resolver problemas.
289
O cálculo das áreas das figuras planas começou há milhares de anos. No Egito Antigo, já por volta de 3 000 anos antes
de Cristo, os agricultores das margens do Rio Nilo pagavam ao faraó impostos proporcionais à extensão de terra que
usavam. Para uniformizar o modo de cobrar esses impostos, os escribas egípcios (funcionários do faraó) se dedicaram
ao estudo do cálculo da área desses terrenos.
Atualmente, o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) pago às prefeituras é cobrado de acordo com a área dos
terrenos edificados, além de outros fatores, como a idade do imóvel e o bairro da cidade em que está localizado. No
campo, o imposto territorial é cobrado de acordo com a área da propriedade, suas benfeitorias etc.
c a
A b C
Para utilizar a lei dos co-senos no cálculo da medida de um dos lados de um triângulo, é necessário conhecer as medidas
dos outros dois lados e a medida do ângulo oposto ao lado desconhecido. Nem sempre esses lados são conhecidos. O
que é possível fazer quando se conhece, por exemplo, a medida de um dos lados e dos ângulos do triângulo e queremos
calcular a medida dos outros lados?
B
A C
10 cm
c a
h
h
A b C
c
h a
B
No caso do triângulo retângulo, a fórmula também serve,
pois fazendo , temos:
a
h=c
A b C
Observe que é possível calcular a área de um triângulo conhecendo um de seus ângulos (e portanto seu seno) e os
comprimentos dos lados que formam o ângulo conhecido.
Determine agora a área do terreno descrito no início desta aula.
Solução
Utilizando a fórmula para o cálculo da área de um triângulo estudada anterior-
mente, teremos:
Portanto:
Resposta:
O que é necessário fazer para calcular a área de um triângulo quando são conhecidas as medidas de seus três lados?
Observe o triângulo ABC a seguir.
Para calcular a área, teríamos que determinar uma das três alturas, e então
A
calcular a área, o que pode muitas vezes ser trabalhoso ou impossível. Heron,
c b
um matemático grego, desenvolveu uma fórmula que permite calcular a
área de qualquer triângulo conhecendo-se apenas as medidas dos seus lados.
A fórmula de Heron, muito útil, é:
a C
B ,
C
292 B 4 cm
Resposta:
b a
h
Esta igualdade entre as razões da medida de cada lado do triângulo e o seno do respectivo ângulo oposto é chamada
de lei dos senos.
Exemplo 3
Solução
Resposta:
P olígonos e circunferência
Você deve ter notado que, em Geometria, os termos inscrito e circunscrito são usados com um pouco mais de
precisão do que no dicionário. 293
Veja os exemplos:
A a) O retângulo MNPQ está inscrito no losango ABCD
ou
N M o losango ABCD está circunscrito ao retângulo MNPQ.
B D
Observe que todos os vértices
do retângulo MNPQ tocam
P Q os lados do losango.
Mais uma vez, o triângulo se confirma como uma figura especial. É sempre possível inscrever uma circunferência em
um triângulo. Além disso, sempre é possível circunscrever uma circunferência a um triângulo.
294
B A A
B C
R C B
O O R R
R
A C
Exemplo 4
Um triângulo de lados 6 cm, 8 cm e 8 cm está inscrito numa circunferência. Determine seus ângulos e o raio da circunferência.
O triângulo é isósceles e está representado na figura.
A
Solução
Primeiro, vamos determinar a medida do ângulo .
8 cm 8 cm
R O
B 6 cm C
Consultando a tabela trigonométrica ou usando uma calculadora,
encontramos: .
Para determinar o raio do círculo, podemos utilizar qualquer um dos lados e o respectivo ângulo oposto. Temos:
Ou ainda:
295
2 A parede da sala de uma casa tem o formato de um pentágono, como mostra a figura.
Um decorador recebeu a tarefa de revesti-la com papel de parede. O
metro quadrado do papel custa R$ 24,20. Responda: 8 cm 6 cm
a) Quantos metros de papel serão utilizados, no mínimo, para
revestir totalmente a parede?
3 cm 3 cm
b) Ao cortar o papel, perde-se uma parte. Por isso, o decorador
recomenda que sejam adquiridos 10% a mais do que a quantidade
necessária. Qual a quantia gasta na compra do papel? 10 cm
O O
D O
B
C G H L M
296
a) b) c) d) e)
Diferença em
Rio Grande Oceano
Atlântico
Produto relação ao Recife
do Norte Natal
Milheiro de tijolos + 840%
Marcuterracar + 600%
Paraíba Quilo de sal + 300%
Distância de Recife
Quilo de tomate + 190%
545 quilômetros
Botijão de gás + 140%
Pernambuco Recife Tempo de
Quilo de batata + 82%
barco 50 horas
avião 1h35 min Litro de gasolina + 68%
I) Calcule a velocidade média de um barco que faz a travessia entre Recife e Fernando de Noronha. Lembre-se de que:
II) Considere os pontos N, R e F para designar, respectivamente, Natal, Recife e Fernando de Noronha. Sabendo-se que o ângulo
é igual a 30°, calcule a medida aproximada do segmento NR, distância entre as cidades de Natal a Recife.
III) A tabela abaixo apresenta uma lista de produtos a serem comprados e seus preços na cidade de Recife.
Itens Preço por quilo Quantidade Preço por quilo em
em Recife (R$) F. Noronha (R$)
sal 0,30 2 kg 1,20
tomate 1,20 5 kg 3,48
batata 1,50 2kg 2,73
Considere que duas pessoas, uma em Fernando de Noronha e outra em Recife, tenham feito essa compra. Determine
a diferença, em reais, entre a maior e a menor despesa. 297
8 O triângulo ABC está inscrito na circunferência de raio R, como mostra a figura. O lado oposto ao ângulo
 mede . Calcule a medida do ângulo Â. B
A O
A F
298
Distâncias inacessíveis
Em aulas anteriores, você aprendeu a utilizar os conceitos de semelhança de
triângulos e o teorema de Pitágoras para calcular distâncias que não podiam ser
medidas diretamente. Como, por exemplo, medir a altura de uma árvore?
Rogério fez o seguinte: colocou um bastão de 1,5 m de comprimento perpen-
dicular ao chão e verificou que sua B
2m D
Qual a altura da árvore encontrada E
16 m
C
299
T
T N
Se o teodolito T e os objetos A e B estão em um mesmo Mirando o objeto M, podemos medir o ângulo que a reta
plano horizontal, é possível medir o ângulo ATB. TM faz com a reta horizontal TN.
Especificamente, o topógrafo mede distâncias e ângulos. Para medir distâncias ele utiliza uma trena e para medir
ângulos utiliza um teodolito.
Reúna-se com seus colegas e, juntos, procurem uma solução para o problema
abaixo. Para determinar a altura de uma torre de rádio, um engenheiro, com
o auxílio de uma trena, coloca um teodolito a uma distância de 80 m da torre.
Usando o teodolito, mirou o alto da torre e verificou, na escala do teodolito,
2
que o ângulo formado por essa linha visual com a horizontal é de 29º. Se o
teodolito está a 1,8 metro do chão, qual a altura da torre?
300 mentados. Há um episódio, relatado por Paul Karlson no livro 1/2 base sombra da pirâmide sombra da estaca
Exemplo 1
Solução
Analisando o triângulo ABC: se  = 118° e = 35°, então podemos calcular o ângulo . Como sabemos, a soma dos
três ângulos internos desse triângulo é 180°.
Resolva o Exercício 1.
Exemplo 2
Como determinar a altura de um morro em relação à região plana que existe em volta? Para isso, é preciso fazer duas medições com
o teodolito. Inicialmente, o teodolito foi colocado em um ponto A. Mirando o ponto V, o mais alto do morro, verificamos que o ângulo
dessa linha visual com a horizontal era de 10°. Em seguida, o topógrafo aproximou-se do morro e fixou o teodolito no ponto B. Nessa
posição, mirando de novo o ponto V, ele verificou que o ângulo da linha visual com a horizontal passou a ser de 26º. Sabendo que
a distância AB (medida com a trena) era de 100 m e que a altura do teodolito era de 1,7 m, qual é a altura do morro?
301
Solução
Com os dados obtidos pelo topógrafo, vamos
calcular a altura do morro. Na figura ao lado,
esses dados aparecem sem considerar a altura
do teodolito.
Além disso,
Da relação ( I ), tiramos: , portanto
Da relação ( I I ), tiramos:
Ou seja, .
Resposta: somando 27,61m à altura do teodolito, que é de 1,7 m, concluímos que a altura do morro em relação à
região plana em volta é de 27,62 + 1,7 = 29,32 m.
Resolva o Exercício 2.
Imagine que, do alto de um morro situado próximo ao mar, uma pessoa observa o oceano, vendo com nitidez a linha
do horizonte.
302
Então:
Portanto:
Observe que, conhecendo a altura h e o ângulo , é possível calcular o raio da Terra usando essa fórmula. Na
prática, porém, existem dificuldades. A altura h será sempre muito pequena em relação ao raio da Terra. Para se
obter R com precisão, é preciso medir o ângulo também com muita precisão, pois um pequeno erro na medida
de α acarretará um erro muito grande na medida de R. Hoje, existem instrumentos eletrônicos que medem ângulos 4
com precisão de 1 milésimo de grau e as calculadoras científicas fornecem os senos dos ângulos com a necessária
exatidão. Por exemplo: se a pessoa P está a uma altura de 2 km em relação ao nível do mar, o ângulo será de 88,657
graus. Com uma calculadora científica, vemos que o seno desse ângulo é igual a 0,9996872 e portanto o raio da Terra
será de aproximadamente 6 390 km.
303
a)
304
305
O círculo trigonométrico
Você já ouviu falar em ondas? Existem muitos tipos de ondas: ondas do mar, ondas
sonoras e a própria luz, que pode ser considerada uma onda.
Junte-se com seus colegas de grupo e conversem sobre outros tipos de ondas que
vocês conhecem ou de que já ouviram falar.
As ondas são uma maneira de descrever movimentos regulares e podem ser úteis
ou prejudiciais. Por exemplo, as vibrações de ondas em equipamentos podem causar
danos aos motores, destruir as soldas das juntas e abrir circuitos em equipamentos
eletrônicos. Por outro lado, ondas ultra-sônicas são usadas para limpar instrumentos
e para observar o interior do corpo humano. 1
Trigonometria é a parte da Matemática que tem como objetivo determinar, por meio do cálculo, os elementos
(lados ou ângulos) desconhecidos de um triângulo. Essa ferramenta é de grande importância, por exemplo, para
a navegação marítima ou aérea, na Engenharia, na Topografia. A solução de um problema por meio de cálculos
fornece resultados muito mais precisos do que os processos gráficos. Apresenta, porém, algumas dificuldades. A
maior delas é o uso simultâneo de medidas de segmentos de reta (lados do triângulo) e de medidas de ângulos
nas mesmas fórmulas. Essa dificuldade desaparece com a substituição das medidas de ângulos por números,
denominados razões trigonométricas.
7 5
6
Observe agora as duas figuras abaixo. A figura da esquerda mostra que os dois ponteiros apontam para o 3. Esse é outro
modo de dizer que os dois estão sobre o semi-eixo positivo x. Movendo o ponteiro dos minutos para trás, até chegar
ao 2, o ângulo entre os dois ponteiros é chamado de  (veja a figura da direita).
10 2 10 2 10 2
a
9 3 9 3 9 3
A
a a
8 4 8 4 8 4
7 5 7 5 7 5
<
6 6 6
a
Observe que, em cada situação, o ângulo  é considerado partindo do ponteiro das horas até o ponteiro dos minutos,
que se move. Não é necessário que o ângulo  esteja dentro do triângulo que contém o ângulo reto. No entanto, em
cada um desses desenhos, a medida do segmento vertical é igual ao seno do ângulo Â. 307
Se desenharmos o ponteiro dos minutos com exatamente 1 decímetro de comprimento, podemos com uma régua
obter o valor do seno de Â, medindo esse segmento.
Existem calculadoras que já trazem teclas que permitem calcular as razões trigonométricas. Para isso, basta digitar a
medida do ângulo e, em seguida, a tecla correspondente à razão desejada.
Nas figuras anteriores, em que os ângulos são maiores do que 180º, os segmentos verticais cujos valores são os dos senos desses
ângulos estão abaixo do eixo x. Logo, esses segmentos de reta têm medidas representadas por números negativos.
O círculo trigonométrico
3
Definição de co-seno B O co-seno de um ângulo  foi definido como a razão entre o cateto
adjacente ao ângulo (lado b) e a hipotenusa do triângulo retângulo
c
(lado c).
a Volte ao “relógio especial” que tem um ponteiro com comprimento
unitário.
O co-seno do ângulo formado pelos ponteiros do relógio é igual, em
A b C valor, à medida do cateto adjacente ao ângulo (cateto horizontal do
triângulo). Você pode verificar isso observando as figuras abaixo:
308
4 Lembrando que a tangente de um ângulo é a razão entre o seno e o co-seno do mesmo ângulo, verifique qual é
o sinal da tangente de um ângulo em cada um dos quadrantes. Explique.
310
Nesta aula, você vai estudar a ampliação, em dois aspectos diferentes, da noção de arco.
Arcos côngruos
Pense e discuta com seus colegas: existem arcos maiores do que 360º?
Vamos imaginar um inseto indo do ponto A até o ponto B, dando a volta na circunferência, no mesmo sentido, uma
ou mais vezes. Quantos arcos de origem A e extremidade B existem?
Podemos concluir que existem uma infinidade de arcos de origem A e extremidade B, mas com medidas diferentes.
Você pode ver então que existem arcos maiores do que 360º.
Arcos que têm mesma origem e mesma extremidade mas medidas diferentes são chamados de arcos côngruos.
Observe as figuras: 311
Observe que todos os arcos da figura têm mesma origem e mesma extremidade. Portanto são arcos côngruos.
..
Veja agora as medidas desses arcos:
O 1o arco mede 45º
..
O 2o arco mede 45º + 360º = 405º
O 3o arco mede 45º + 2 × 360º = 765º
.
O 4o arco mede 45º – 360º = – 315º
O 5o arco mede 45º – 2 × 360º = – 675º
A diferença entre as medidas desses arcos é de um número inteiro de voltas completas da circunferência. Podemos
representar o arco de 45º e todos os arcos côngruos a ele pela expressão:
45º + k . 360º, com k= ...–3, –2, –1, 0, 1, 2, 3,...
Podemos então generalizar essa situação. Se um arco mede a graus, a expressão que representa todos os arcos
côngruos a ele é:
a + k . 360º , sendo k um número inteiro. 2
Exemplo 1
Represente todos os arcos côngruos ao arco que mede 110º.
Solução
Os arcos côngruos ao arco de 110º podem ser representados pela expressão 110º + k . 360º.
Resposta: 110º + k . 360º.
Dizemos que 60º é a determinação principal desse arco ou a 1a determinação positiva desse arco.
Exemplo 2
Qual a determinação principal do arco cuja medida é igual a –1 485º?
Solução
Dividimos –1 485º por 360º para saber quantas voltas estão contidas nesse arco. Temos então:
–1 485º = – 45º – 4 . 360º
Resposta: a determinação principal do arco de –1 485º é – 45º.
Também nesse caso, o arco procurado é igual ao resto da divisão; veja:
–1 485 360 = – 4 e o resto é – 45.
Faça a divisão e verifique.
a) x = 30º + k . 180º
Esta é a expressão que representa todos os arcos que diferem de meia-volta do
arco de 30º e todos os côngruos a eles, ou seja:
se k = 0 x = 30º + 0 × 180º = 30º
se k = 1 x = 30º + 1 × 180º = 210º
se k = 2 x = 30º + 2 × 180º = 390º
se k = 3 x = 30º + 3 × 180º = 570º
E assim por diante.
Veja, na figura ao lado, esses arcos, cujas extremidades são os pontos B e B’.
b) x = 25º + k . 90º
Esta é a expressão que representa os arcos que diferem um quarto de volta de
25º e todos os côngruos a eles, ou seja:
se k = 0 x = 25º + 0 × 90º = 25º
se k = 1 x = 25º + 1 × 90º = 115º
se k = 2 x = 25º + 2 × 90º = 205º
se k = 3 x = 25º + 3 × 90º = 295º
E assim por diante.
Veja, na figura ao lado, esses arcos cujas extremidades são os pontos C e C’.
Exemplo 3
Qual a determinação principal de um arco de 2 357º?
Solução
Dividimos 2 357 por 360 e encontramos 6,547. 3
Ficamos com a parte inteira (6) e multiplicamos por 360: 6 × 360 = 2 160.
Em seguida, calculamos o resto, subtraindo esse valor do dividendo: 2 357 – 2 160 = 197.
Resposta: a determinação principal do arco de 2 357º é 197º.
1 Desenhe um círculo trigonométrico e marque o arco AM = 120o e o arco AP = – 60o. Você pode usar um
transferidor ou um dos esquadros.
2 Determine em qual quadrante está a extremidade de cada um dos arcos dados abaixo:
a) 750º b) 3 615º c) – 450º d) – 1 520º
3 Calcule a determinação principal e escreva a expressão geral dos arcos côngruos aos seguintes arcos:
a) 815º b) 1 710º
5 Represente, no círculo trigonométrico, as extremidades dos arcos dados pelas expressões abaixo:
a) 75º + k . 90º b) 15º + k . 180º
métrico, com lados paralelos aos eixos. Escreva a expressão geral dos arcos N M
P Q
314
Quando um raio luminoso passa de um meio (1) para outro meio (2), existe uma
lei da Física, chamada lei de Snell-Descartes, que é dada pela fórmula:
n1x sen i = n2x sen r,
onde:
n1 e n2 são os índices de refração dos meios (1) e (2)
i é o ângulo de incidência do raio luminoso
r é o ângulo de refração
Imagine que a figura ao lado
representa um raio luminoso
1
i que incide na superfície de
um lago. Esse raio forma com
r 2 a normal (perpendicular) à
superfície um ângulo de inci-
dência i = 30º.
O ângulo de refração é r = 22º e o índice de refração do ar vale 1.
Determine o índice de refração da água (use sen 30º = 0,50 e sen 22º = 0,370). 1
Por que ao olharmos os objetos dentro d’água eles parecem mais próximos do que
realmente estão?
Em Física, quando um meio possui maior índice de refração do que outro, dizemos que ele é mais refringente ou
tem maior refringência. Quanto maior a refringência de um determinado meio, maior será a dificuldade encontrada
pela luz para se propagar nele, ou seja, a velocidade de propagação da luz nesse meio será menor.
Logo, o índice de refração de um meio mede a dificuldade encontrada pela luz para nele se propagar. 315
. O seno de um ângulo
agudo é definido como a
C
razão entre o cateto oposto
.
e a hipotenusa do triângulo
retângulo (Aula 44).
O co-seno de um ângulo
é definido como a razão entre
a
b
sen B =
cos B =
b
a
c
a
o cateto adjacente
e a hipotenusa do triângulo B c A
retângulo (Aula 44).
a
b
3
a2= b2+c 2
A
sen2 x + cos2 x = 1
4
Esta relação permite calcular uma das razões trigonométricas de um arco conhecendo-se a outra.
Exemplo 1
Resposta:
O sinal escolhido para a raiz quadrada foi o negativo, porque x é um arco entre 90º e 180º. Portanto, é um arco do 2o
quadrante, no qual o co-seno é negativo.
Você deve lembrar que chamamos de tangente de um arco a razão entre o seno e o co-seno deste arco.
Portanto, voltando ao problema acima, é possível também calcular a tg:
Exemplo 2
Solução
Como o arco é do 3o quadrante, o seno e o co-seno são negativos.
317
3 Calcule o valor da expressão 25 sen2 x – 9 tg2 x, sabendo que sen x e x é um arco do 1o quadrante.
4 Supondo que a é um arco do 2o quadrante que satisfaz a igualdade tg a = – , é possível calcular sen a ?
Como?
5 Sabendo-se que o co-seno de um arco do 2o quadrante é , calcule o seno e a tangente desse arco.
318
A função seno
Imagine duas varetas AB e AC presas com um C
..
x vai de 0o a 180o?
Se x = 0o, uma vareta está sobre a outra e a área é zero (não há triângulo).
Se x é pequeno, a área do triângulo também é pequena.
. Quando x aumenta um . Quando x = 90o, a área do
pouco, a área do triângulo triângulo aumenta ainda mais.
também aumenta
319
Reúna-se com seu grupo de colegas e discuta o que é uma corda de uma
2
circunferência.
P
Na Antiguidade, para resolver problemas de Astronomia,
freqüentemente era necessário calcular o comprimento das
cordas de uma circunferência.
B A
Na figura, a corda PQ é perpendicular ao diâmetro AB da 0
circunferência. Se você conhece o comprimento do diâmetro e a
medida do arco , qual será o comprimento da corda PQ?
Q
Observe que temos novamente uma função. Para cada valor do Arco AP Comprimento de PQ
arco (variando neste exemplo de 0 a 180 graus), temos um 20o 6,84 cm
certo comprimento da corda PQ. Veja a seguir os valores de PQ 40o 12,86 cm
para alguns arcos em uma circunferência de 10 cm de raio. 60o 17,32 cm
80o 19,70 cm
Tabelas como a que você acabou de conhecer já eram usadas no século II a.C. Um grande matemático e astrônomo da
Antigüidade chamado Hiparco de Nicéia (viveu em torno de 180–125 a.C.) elaborou uma tabela de cordas e assim ganhou
o direito de ser chamado hoje “o pai da Trigonometria”. Assim, sempre que necessário, os matemáticos posteriores tinham
apenas que consultar a tabela para descobrir o comprimento de alguma corda. Ptolomeu (viveu no século II d.C.), o
astrônomo grego que descreveu matematicamente o movimento dos planetas supondo que a Terra estava no centro do
universo (sistema geocêntrico), precisou de tabelas de cordas para fazer seus cálculos astronômicos.
Com a evolução das idéias matemáticas, resolveu-se tabelar apenas o comprimento da metade da corda
correspondente ao arco AP, em uma circunferência de raio igual a 1, o que permitiu a definição de uma função
para arcos variando de 0 a 360 graus.
O seno de arcos de 0 o
a 360o
Considere uma circunferência de raio igual a 1, um diâmetro AB e um segmento CP perpendicular a AB, como nas figuras
seguintes:
P
3
O arco varia de 0 a 180 graus.
O seno do arco é o comprimento de CP. Se x é a medida do arco ,
escrevemos: .
B A
0 C
320
2. Com um transferidor, assinale os pontos correspondentes aos arcos de 15o, 30o, 45o,
60o, 75o, 90o, 105o etc. Sua circunferência ficou dividida em 24 partes iguais.
Atenção
Para obter o valor aproximado do seno de qualquer arco, divida a ordenada
correspondente em centímetros por 5. Lembre-se de que, na escala aqui 7
utilizada, o valor 1 corresponde a 5 centímetros.
Generalizando P
Na circunferência trigonométrica, o ponto A, extremidade da direita
do diâmetro horizontal, é a origem de todos os arcos. Podemos então
sen x 8
imaginar um ponto P movendo-se livremente sobre a circunferência,
tanto no sentido positivo, quanto no sentido negativo. Em cada
A
instante, o arco tem medida x. Definimos então:
A medida do arco = x pode ser feita em qualquer unidade. Se optarmos pela medida dos arcos em radianos, então
a medida do arco de uma volta tem valor 6,28 e o gráfico da função y = sen x será o seguinte:
Esta curva chama-se senóide. Repare que a 9
Y senóide é feita do gráfico construído anterior-
mente, repetido infinitamente para a esquer-
da e para a direita. A função seno é uma
–10 -5 5 10 função chamada de periódica, porque seus
valores se repetem em cada volta do ponto
P sobre a circunferência trigonométrica.
Em estudos mais avançados, o radiano é praticamente a única unidade utilizada para medir ângulos. Isto porque, com
ele, podemos definir seno de um número real qualquer. A definição é a seguinte:
Por exemplo, sen 3 é o seno do número real 3, ou seja, o seno do arco de 3 radianos. Uma calculadora científica fornece
este valor e podemos dizer que sen3 0,14.
x
Como a área do triângulo é igual à metade do produto da
A 10 B
base pela altura, temos que:
30
Conhecemos o gráfico de y = sen x. O gráfico de
y = 30 . sen x é obtido do anterior multiplicando-se todas
as ordenadas por 30. Lembrando ainda que neste
problema o ângulo x varia de 0 a 180 graus apenas, o
resultado é o que se observa na figura ao lado.
180
Lembre que, para qualquer arco x, os arcos x + 360o e x – 360o são congruentes
com x, ou seja, eles têm a mesma imagem na circunferência trigonométrica. 11
Portanto, se sen 30o = 0,5, então sen 390o e sen (–330o) também valem 0,5.
1 Observe o gráfico da função seno quando o arco x varia de 0o a 360o. Em que intervalos esta função é
crescente?
4
Encontre três valores do arco x para os quais
6 Desenhe o gráfico da função , para x entre 0o e 360o. Qual é a imagem desta função?
9 Considere sen 40o = 0,64. Em uma circunferência de 60 m de raio, o arco mede 80o. Qual é o comprimento
da corda PQ?
O caderno é o seu diário de Matemática. Ele deve conter sua história na construção
dos conhecimentos.
324
A função co-seno
1
Um terreno retangular ABCD é praticamente plano mas
está na encosta de um morro. A frente AB é
horizontal e mede 20 metros. A lateral BC,
perpendicular a AB, sobe o morro e
mede 45 metros. O proprietário,
seu José, conferiu as medidas e
calculou a área do seu terreno.
O co-seno
Em um dia de verão, quando o Sol está bem no alto, pegue um cabo de vassoura e segure-o inclinado em relação ao
chão. Observe a sua sombra.
B
Na figura, AB é o cabo de vassoura e AC é a sombra no chão.
Dizemos que AC é a projeção de AB sobre o plano horizontal.
Projeção de um objeto sobre um plano horizontal é a sua
sombra quando os raios luminosos incidem perpendicular-
x
mente sobre o plano.
A C Nesse exemplo, pode-se medir facilmente o comprimento do
cabo de vassoura AB e o comprimento de sua sombra AC em 325
uma determinada posição. Uma vez que o comprimento de AB é constante, fica claro que o tamanho da sombra
depende do ângulo x formado pelo cabo de vassoura e o chão. Para cada valor do ângulo x, a sombra AC tem um
comprimento diferente. Quando o ângulo x aumenta, a sombra
B do cabo de vassoura diminui.
Em símbolos:
.
cos 0o = 1.
Quando x = 20o, medimos o comprimento da
sombra e encontramos 1,13 m.
1,20 m
A 0,92 m C
. Quando x = 90o, o cabo de vassoura é perpendicular ao chão e sua sombra é nula. Temos, então, cos 90o = 0.
É claro que poderemos calcular o co-seno de qualquer ângulo entre 0 e 90 graus por este processo. Mas uma coisa
importante que você deve saber é que o co-seno do ângulo não depende do comprimento do cabo de vassoura.
A razão é sempre a mesma, qualquer que seja o comprimento de AB.
326
4. Para cada ponto B em cada uma das retas, trace uma perpendicular 3
à reta r encontrando o ponto C.
O co-seno de x é a abscissa do ponto P, ou seja, a medida algébrica de OC. Isto quer dizer que o co-seno de x é
igual ao comprimento de OC, se C está à direita de O. E é igual ao comprimento de OC com sinal negativo, se C
está à esquerda de O.
Observe os dois exemplos a seguir:
P P
- 0,82 O A
O 0,59 A
..
Várias conclusões importantes podem ser tiradas dessa definição:
o co-seno de 0o vale 1;
..
co-senos de arcos entre 0o e 90o são positivos;
o co-seno de 90o vale zero;
.
co-senos de ângulos entre 90o e 180o são negativos;
o co-seno de 180o vale –1.
O que você acabou de ver já foi utilizado de forma mais informal na Aula 46, quando você estudou a lei dos co-senos.
Nos triângulos, os ângulos variam de 0 a 180 graus.
Generalizando
Na circunferência trigonométrica, o ponto A (extremidade da direita do diâmetro horizontal) é a origem de todos os
arcos. Podemos então imaginar um ponto P movendo-se livremente sobre a circunferência, tanto no sentido positivo,
quanto no sentido negativo. Em cada instante, o arco tem medida x. Definimos então:
COS x A
A medida do arco = x pode ser feita em qualquer unidade. Na figura acima, os arcos estão medidos em graus.
Para obter a medida dos arcos em radianos, então o arco de 180o estará na abscissa e o arco de 360o estará
328 na abscissa 7
-10 -5 5 10 X
Esta curva chama-se senóide. É a mesma curva que representa o gráfico do seno. Ela está apenas ligeiramente deslocada
para a esquerda em relação à origem, mas é exatamente a mesma. A função co-seno é, da mesma forma que a função
seno, uma função periódica, porque tudo se repete em cada volta do ponto P sobre a circunferência trigonométrica.
Como já dito anteriormente, em estudos mais avançados o radiano é praticamente a única unidade utilizada. Isso
porque, com o radiano, é possível definir o co-seno de um número real qualquer. A definição é a seguinte:
Por exemplo: cos 2 é o co-seno do número real 2, ou seja, o co-seno do arco de 2 radianos. Uma calculadora científica
fornece este valor: cos 2 = – 0,4162.
1 Observe o gráfico da função co-seno quando o arco x varia de 0o a 360o. Em que intervalo esta função é crescente?
6 Desenhe o gráfico da função y = cos x + 3, para x entre 0o e 360o. Qual é a imagem desta função?
8 Responda:
a) Qual é a imagem da função do exercício anterior?
b) Para que valor de x a função atinge o seu valor mínimo?
c) Em que intervalo esta função é decrescente?
Revendo conceitos II
Esta é uma aula de revisão. Contém apenas exercícios com o objetivo de rever
conceitos importantes estudados nas Aulas 31 a 53. Na primeira parte, os exercícios
estão resolvidos e comentados e, na segunda parte, você encontrará uma nova
coleção de exercícios propostos para seu treinamento.
Para cada exercício da primeira parte, leia atentamente o enunciado mas não veja
imediatamente a solução que vem a seguir. Pensando um pouco e revendo a teoria
das aulas anteriores, você poderá chegar sozinho a uma solução. Se não conseguir,
não desanime. Leia e compreenda a solução apresentada. Você estará aprendendo
mais e ganhando experiência.
Problemas resolvidos
Exemplo 1
1
Há 5 anos, a idade do pai era o triplo da idade do filho. Daqui a 6 anos, será o dobro. Quais são as idades do pai e do filho?
Solução
Sejam x e y as idades do pai e do filho, respectivamente.
Há 5 anos essas idades eram x – 5 e y – 5. De acordo com o enunciado, devemos ter:
x – 5 = 3(y – 5) x – 3y = –10.
Daqui a 6 anos, as idades serão x + 6 e y + 6. De acordo com o enunciado, devemos ter:
x + 6 = 2(y + 6) x – 2y = 6.
Vamos então resolver o sistema formado por estas duas equações.
Da primeira, temos x = 3y – 10 e, da segunda, x = 2y + 6. Igualando, temos:
3y – 10 = 2y + 6 y = 16.
Substituindo este valor em qualquer uma das equações anteriores, encontramos x = 38.
Resposta: atualmente, o pai tem 38 anos e o filho,16.
Exemplo 2
Uma função quadrática f tem raízes –1 e 7. Sabendo que f(11) = 144, determine o valor de f(20). 2
Solução
Uma função quadrática tem a forma f (x) = ax2 + bx + c. Entretanto, essa maneira de apresentar a função nem sempre
é a mais conveniente. Quando as raízes são dadas, a forma fatorada é a melhor opção. Vamos recordá-la.
Se a função quadrática f tem raízes x1 e x2, então f(x) = a(x – x1).(x – x2) onde a é um real não-nulo.
Assim, se a função tem raízes –1 e 7, então f(x) = a(x + 1).(x – 7). Como essa função assume o valor 144, para x = 11 temos:
330 f(11) = a (11 + 1)(11– 7) = a .12. 4 = 144 a = 3.
Exemplo 3
Dois lados de um triângulo retângulo medem 6 e 4. Quais são os valores possíveis para o terceiro lado?
Solução
Recordando o teorema de Pitágoras: em qualquer triângulo retângulo, o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos
quadrados dos catetos. Para aplicá-lo no problema, devemos considerar dois casos:
a) Os dois lados dados são os catetos. Neste caso, a hipotenusa x é tal que:
b) Dos dois lados dados, o maior é a hipotenusa e o outro é um cateto. Neste caso, se x é o outro cateto, teremos:
Exemplo 4
Na circunferência trigonométrica, os arcos são côngruos.
a) Determine os dois menores valores positivos de x.
b) Para os valores de x encontrados no item anterior, determine o seno de .
Solução
Se dois arcos são côngruos (ou congruentes), então suas extremidades coincidem. Isto quer dizer que a diferença entre
eles é um número inteiro de voltas, ou seja: k 360º, para algum inteiro k.
Logo:
A expressão acima fornece todos os valores de x para os quais os arcos são côngruos.
a) Como estamos interessados apenas nos dois menores valores positivos do arco x, façamos k = 0 e k = 1.
k=0 x = 30o.
k = 1 x = 210o.
b) Para x = 30o, temos e, portanto,
Para x = 210o, temos . Como 270o é côngruo a 630o,
Exemplo 5
Um corredor A está sobre uma reta r e corre sobre ela no sentido
A r
AX (veja figura). Um corredor B não está em r e, correndo em X
Na figura, considere BÂX = 110o, velocidade de A igual a 8 m/s e velocidade de B igual a 9 m/s. Determine o ângulo que a
trajetória de B deve fazer com a reta BA para que o encontro seja possível.
Solução
Imagine que o corredor B tenha planejado cuidadosamente sua trajetória de forma a encontrar A em algum
ponto C da semi-reta AX. As distâncias AC e BC percorridas pelos corredores são proporcionais a 8 e 9.
Vamos então considerar AC = 8 k e BC = 9 k, como na figura a seguir. 331
Agora, podemos utilizar uma calculadora científica ou consultar a tabela trigonométrica que está nas últimas páginas deste
volume. Primeiramente para obter o seno de 110o e, depois, uma vez obtido o seno de , saber que ângulo é esse.
Temos 56,65º. 4
Resposta: o ângulo que a trajetória de B deve fazer com a reta BA para que o encontro seja possível deve medir
aproximadamente 57o.
Exemplo 6
Dois trens percorrem linhas paralelas de uma estrada de ferro. A estrada começa na estação A e passa pela estação B, distante
48 km de A (veja figura). Certo dia, um trem parte de A às 12 h com velocidade constante de 60 km/h e, às 13 h, um segundo
trem parte de B, andando na linha paralela com mesmo sentido e com velocidade de 65 km/h. A que horas a locomotiva do
trem mais rápido ultrapassa a do mais lento?
A B
Solução
Este problema parece difícil em uma primeira leitura. Mas basta organizar o raciocínio. Vamos representar por x o tempo
decorrido depois das 12 h. Assim, x = 1 significa 13 h, x = 2 significa 14 h e assim por diante.
Vamos representar por y a distância em quilômetros de um ponto qualquer da estrada de ferro à estação inicial A. Assim,
por exemplo, a estação B estará no quilômetro y = 48. 5
Com essa arrumação do raciocínio, é possível localizar a posição de qualquer trem em qualquer instante. O par ordenado
(x; y) associado a um trem indica que na hora x ele está a uma distância de y quilômetros da estação A.
Como as velocidades são constantes, os gráficos no plano cartesiano XY são retas. Vamos construí-las para
compreender bem a situação.
a) 1o trem
• Na hora x = 0, está na posição y = 0. O par ordenado da situação é (0; 0).
• Na hora x = 1, está na posição y = 60, pois percorre 60 km em cada hora. O par ordenado da situação é (1; 60).
Podemos então fazer o gráfico XY que mostra o movimento do primeiro trem (veja na página seguinte).
b) 2o trem
• Na hora x = 1, está na posição y = 48, ou seja, na estação B. O par ordenado da situação é (1; 48).
• Na hora x = 2, está na posição y = 48 + 65 = 113, pois percorre 65 km a cada hora. O par ordenado da situação é (2; 113).
Podemos então fazer o gráfico XY que mostra o movimento do segundo trem (veja na página seguinte).
332
Veja agora que uma locomotiva ultrapassa a outra quando ambas estiverem representadas pelo mesmo
par ordenado (x; y). Para obter este ponto comum aos dois gráficos, devemos resolver o sistema formado
pelas equações y = 60 x e y = 65 x – 17. Como as duas equações estão na forma reduzida, basta igualar os
O valor de x encontrado mostra que o instante do encontro ocorrerá às 3 horas da tarde mais de hora. Como a hora
tem 60 minutos, de hora serão 24 minutos.
Resposta: a locomotiva mais rápida ultrapassará a mais lenta às 3 horas e 24 minutos.
1 Dois tipos de comprimidos, I e II, são fabricados de forma que cada comprimido do tipo I contenha 10 unidades
de vitamina A e 5 unidades de vitamina B, e cada comprimido do tipo II contenha 3 unidades de vitamina A e 2 unidades
de vitamina B. Calcule o número total de comprimidos I e II (juntos) que uma pessoa deve ingerir de modo a absorver
35 unidades de vitamina A e 20 unidades de vitamina B.
2 Em uma função quadrática f, as raízes são 1 e 7. Se f(0) = –14, determine o valor máximo dessa função.
3 Os lados de um triângulo medem 2, 3 e x. Determine para que valores de x este triângulo é acutângulo.
4 Na circunferência trigonométrica, considere um arco x tal que sen x = – 1. Calcule os valores de sen 2 x,
sen 3 x, sen 4 x, sen 5 x, sen 6 x e sen 35 x.
5 Em um triângulo ABC, AB = 5, BC = 8 e CA = 7.
a) Determine o ângulo deste triângulo.
b) Usando uma calculadora científica ou uma tabela trigonométrica, determine um valor aproximado para o ângulo
deste triângulo.
6 Duas velas têm 20 cm de comprimento. Entretanto, uma queima totalmente em 3 horas e a outra, em 4 horas.
Se ambas foram acesas às 14h, determine a que horas uma terá o dobro do comprimento da outra.
333
Inequações do 1o grau
Você já deve ter ouvido alguém dizer: “É, o mês continua e o salário já acabou.”
Teoricamente, o salário de um trabalhador deveria cobrir todas as suas despesas
mensais. Mas, como todos sabem, para grande
1
parte da população isso não acontece. Existe
um desequilíbrio ou uma desigualdade entre
o salário e as despesas mensais.
Quando será que a balança se equilibrará ou
penderá para o outro lado?
D esigualdades
Em Matemática existem sinais que expressam desequilíbrios ou desigualdades. Observe a balança acima: pode-se dizer
que o salário é menor do que as despesas mensais. Matematicamente falando, se chamarmos o salário de x e as despesas
de y, podemos escrever:
x < y (x é menor que y) ou y > x (y é maior que x).
Para representar desigualdades, usamos os sinais:
< (é menor que) > (é maior que)
(é menor ou igual a) (é maior ou igual a)
Você concorda que o ideal seria y x?
Observe a desigualdade 2 < 4. Veja o que acontece se somarmos 3 unidades aos dois membros da desigualdade:
2+3<4+3 +3 +3
A desigualdade se manteve, pois
5 < 7. Veja a reta numérica:
-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8
-1 -1
0 1 2 3 4 5
O que acontece se multiplicarmos ou dividirmos ambos os membros da desigualdade por um mesmo número, diferente
de zero? Vamos ver dois casos distintos.
x3 x3
– 2 < 1 x2 x2
–2x 3<1x 3
–6<3 0 -6 1 2 3 -2 6 0 1 3
2 2
6 < 8
6 2<8 2 x3 x3
3 < 4 0 3 4 6 8
-6 -2 0 1 3
2 2
3 3
0 3 4 6 8
-9 -6 -3 -2 0
2 2
Se multiplicamos ou dividimos os dois membros de uma desigualdade por
um mesmo número positivo, -9o sinal da desigualdade
-6 -3não
-2 se altera.
0
x (-2)
335
x (-2)
-6 -2 0 1 3
ES_Multicurso_Mat1_ aluno_2008_cs3.indd 335 3/5/2008 18:11:24
x (-2)
Inequações do 1o grau
(-2)
-6 -4 0 2 3
(-2)
IAsnequações do 1o grau
sentenças matemáticas são exemplos de inequações do 10 grau a uma
incógnita. São desigualdades que envolvem uma sentença matemática com uma incógnita.
Exemplo 1
Quais os valores de x que tornam verdadeira a sentença x – 2 > 0?
Solução
Como a adição é a operação inversa da subtração, somamos 2 aos dois membros da inequação.
x – 2 + 2 >0 +2
x >2
Observe que 2 não é solução da inequação, mas qualquer número real maior do que 2 é solução de x – 2 > 0.
Você pode conferir, observando a reta abaixo.
0 2
Para testar o resultado, você deve substituir x na inequação por qualquer número
que satisfaça as condições do resultado da inequação. Vamos usar alguns valores,
mas poderia ser qualquer outro valor.
Teste o resultado: 0 2 4
se x = 2,5 temos 2,5 – 2 > 0, logo 0,5 > 0 (verdadeiro)
x = 3 temos 3 – 2 > 0 , logo 1 > 0 (verdadeiro)
x = 2 temos 2 – 2 > 0, logo 0 > 0 (falso)
x = 1 temos 1 – 2 > 0 , logo –1 > 0 (falso)
Solução
Como a divisão é a operação inversa da multiplicação, dividimos os dois membros da inequação por 3. Como 3 é
positivo, a inequação não se altera.
0 2 1 2
3
Teste o resultado:
se
0 2 1 2
3
Exemplo 3
Quais os valores de x que tornam verdadeira a sentença 5 –2x< – 4?
Solução
Como a divisão é a operação inversa da multiplicação, dividimos os dois membros da inequação por –2, invertendo o
sinal da desigualdade (você lembra por quê?).
Multiplicando os dois membros da inequação por –1, inverte-se o sinal da desigualdade: 2x >9
Como a divisão é a operação inversa da multiplicação, divide-se os dois membros da inequação por 2: .
Você pode apresentar esse resultado sob a forma de número decimal: x > 4,5.
0 1 2 3 4 5
4,5
337
Teste o resultado:
Se
..
o valor de y. Veja:
Se x = 1, então y = 1 – 2 = – 1, logo y < 0.
Se x = 3, então y =3 – 2 = 1, logo y > 0.
0 1 2 3 x
y o Você já viu como é o gráfico de uma função afim. Mas como
-1 se representa no plano cartesiano uma inequação do 1o grau
-2 com duas incógnitas?
Vamos representar no plano cartesiano a inequação x + 2y <8.
x (x;y) Y
0 4 (0;4) 7
6
2 3 (2;3)
5
4
3
2
1
1 2 3 4 5 6 7 X
x + 2y = 8
Atenção
Os pontos da reta não fazem parte do resultado. Por isso a reta aparece
tracejada.
338
Exemplo 4
Represente no plano cartesiano a inequação
Solução
Vamos partir da equação x + y = 4.
x y = 4 – x (x;y) Y
0 4 (0;4)
2 2 (2;2) (2;5)
5
4
(–1;3) 3 (1;3) x+y=4
2 7
Atenção
Os pontos da reta fazem parte
do resultado. Por isso a reta aparece em –1 0 1 2 4 X
traço contínuo.
.
No gráfico, você pode observar, por exemplo, que:
o par ordenado (2; 5) representa um ponto do plano que se situa acima da reta . Neste caso, temos:
1 Resolva as inequações:
339
É importante que você desenvolva sua autoconfiança para defender seus pontos de
vista e sua maneira de resolver problemas.
340
Inequações do 2o grau
Fazer uma empresa dar lucro não é apenas fazê-la produzir e vender mais. Para
produzir mais, muitas vezes é necessário comprar mais máquinas, contratar
mais pessoal, o que pode ocasionar um aumento de despesas que talvez não seja
compensado com a venda do que for produzido a mais, gerando, portanto,
prejuízo. Assim, há uma faixa de produção que pode gerar lucro e outra que
gera prejuízo. Há, claro, a situação de empate, em que receita e despesas se
igualam. O lucro de uma empresa pode muitas vezes ser definido por uma lei
matemática. Saber interpretá-la e ter clareza sobre o que ela significa é de grande
valia para o sucesso empresarial.
O problema abaixo retrata essa situação numa empresa. Leia-o com atenção e tente
resolvê-lo.
O lucro de uma empresa que produz parafusos é definido pela expressão
L = – x2 + 8 x – 7, onde x representa o número de milhões de parafusos
fabricados (se x = 5, então o número de parafusos é 5 milhões). Determine
os valores de x para os quais a empresa apresenta lucro.
seguintes:
a) L < 0 significa lucro ou prejuízo?
b) L = 0?
c) L > 0? O X
IEmnequações do 2o grau
aulas anteriores, você estudou que toda expressão do tipo na qual a, b e c são constantes e
o
, é uma função polinomial do 2 grau. As desigualdades que envolvem funções do 2o grau são denominadas
inequações do 2o grau.
Assim, são
inequações do 2o grau.
Alguns exemplos:
Resolver uma inequação do 2o grau é determinar que valores de sua variável tornam a desigualdade verdadeira. Assim,
resolver a inequação é descobrir para que valores de t os valores de são negativos. Trata-
se, portanto, do sinal da função polinomial do 2 grau, que você estudou na Aula 37.
o
Você sabe o que são os zeros de uma função y = f (x)? São os valores de x para
os quais a função se anula, ou seja, os valores de x para os quais y = f (x) = 0.
Assim, os zeros de uma função são as raízes, quando elas existem, da equação
f (x) = 0. Uma equação pode ter raízes, mas uma função não tem raízes. Uma
função pode ter zeros, ou seja, podem existir valores de x para os quais f (x) = 0.
Ao fazer o gráfico da função , vimos que a parábola tem
concavidade voltada para cima se a > 0 e apresenta concavidade voltada para
baixo se a < 0. Estudando a variação do sinal da função , temos:
1) se , a função se anula em dois valores de x (x1 e x2 ), reais e diferentes
(
.
(valores de x situados
entre x1 e x2) ; Y
tem o mesmo sinal
.
de a para x < x1 ou
y=0 y=0
x > x2;
se anula para
y>0
x = x1 ou x1 = x2. y>0
a>0 O x1 x2 X
yy ><0 0
y > 0 se x < x1 ou x > x2
y < 0 se x1 < x < x2
y = 0 se x = x1 ou x = x2
342
y 0 y=0 y 0
a>0
y > 0 se x < x1 ou x > x2
y = 0 se x = x1 = x2
O x1 = x 2 X
y 0 y 0
a>0
y > 0 para todo x real
O X
O 1 2 X
y 0
Nunca se esqueça de testar os resultados. Para fazer isso, use alguns valores de x :
• Se x = 0, temos 02 – 3 x 0 + 2 > 0 . Então, 2 > 0 (verdadeiro). Logo, x = 0 é solução.
• Se x = 2,5, temos (2,5)2 – 3 x 2,5 + 2 >0. Então, 0,75 > 0 (verdadeiro). Logo, x = 2,5 é solução.
• Se x = 1,5, temos (1,5)2 – 3 x 1,5 + 2 > 0 . Então, – 0,25 > 0 (falso). Logo, x = 1,5 não é solução.
Você também pode verificar o resultado graficamente. Observe o gráfico acima.
4
Resolva agora os itens a e b do Exercício 1. Teste os resultados.
Exemplo 1
Exemplo 2
Resolva a inequação
Solução
10 passo: determinar as raízes da equação
y o y o y o
O X
A plicação
8
Dentre os polígonos que possuem diagonais, qual o que tem menos de 5 diagonais?
Existe uma fórmula que permite calcular o número total de diagonais de um polígono de n lados. Você se lembra dela?
O problema, então, consiste em descobrir para que valores de n tem-se . Para isso, temos que resolver a inequação
1 Resolva as inequações:
346
Sistemas de inequações
Um comerciante comprou certa quantidade de mercadoria por R$ 350,00 e deseja
vender cada unidade por R$ 5,00. O lucro l, obtido com a venda dessa mercadoria,
é função das x unidades vendidas. Responda:
a) Qual a lei matemática que define l em função de x?
b) Para que valores de x haverá um lucro maior que R$ 70,00?
c) Para que valores de x haverá um lucro maior que R$ 120,00 e menor do que
R$ 180,00?
Observe que a resposta do item b deve satisfazer a uma única condição. Que
condição é essa?
Já para o item c, a resposta deverá atender a duas condições ao mesmo tempo. Quais
são essas condições?
1
Você já estudou a resolução de sistemas de equações na Aula 31. Agora você vai aprender a resolver sistemas de
inequações. Na Aula 31, você aprendeu que resolver um sistema de equações é achar os valores das incógnitas que
satisfazem todas as equações do sistema ao mesmo tempo. Você vai aprender agora que é possível fazer algo parecido
com sistemas de inequações, ou seja, várias inequações que devem ser resolvidas ao mesmo tempo.
Exemplo 1
Resolva o seguinte sistema de inequações, no qual x é um número real: 2
Solução
Resolver esse sistema de inequações é determinar os valores de x que tornam verdadeiras as duas inequações ao mesmo
tempo. Observe que as inequações que constituem esse sistema são inequações do 1o grau.
Vamos resolver cada inequação separadamente:
1a inequação: 2a inequação:
347
S2
0 1 2 3 4
S
3
2
Resposta: observando o esquema, vemos que qualquer número real x tal que é solução do sistema.
Resolva agora o item a do Exercício 1.
Exemplo 2
Solução
Aqui, cada inequação do sistema é uma inequação do 20 grau. Como no exemplo anterior, resolveremos
cada inequação separadamente, buscando depois os valores de x que satisfazem as duas inequações ao
mesmo tempo.
1a inequação:
2a inequação:
No esquema a seguir, você pode ver a solução do sistema, ou seja, os valores de x que satisfazem as duas inequações 3
simultaneamente.
348
S2
–2 2
S
–2 2
Observe que faz parte da solução da segunda inequação, mas não faz
parte da solução da primeira. Portanto, não pertence à solução do sistema. Por
isso está marcado na reta com uma bola aberta.
Resposta: a solução do sistema é o conjunto de todos os números reais menores ou iguais a –2 ou maiores que 2,
ou seja,
Resolva agora o item b do Exercício 1.
Exemplo 3
Em um triângulo, o comprimento de qualquer lado é menor do que a soma dos
comprimentos dos outros dois lados e maior do que a sua diferença. Escreva
essa afirmação em forma de sistema de duas inequações de 1o grau. c
a
Solução
Se a, b e c são, respectivamente, os comprimentos dos três lados do triângulo, b
temos, por exemplo, que para a:
Essas duas inequações devem ser satisfeitas ao mesmo tempo e podem ser reunidas numa única expressão:
Resposta: o sistema é
Exemplo 4
4
Resolva a inequação , com x um número real.
Solução
A expressão pode ser desmembrada em duas inequações:
Essas duas inequações devem ser satisfeitas ao mesmo tempo. Constituem um sistema de inequações:
349
S2
0 1 2 3 4 5 6
S
2 5
Resposta: a solução do sistema é , ou seja, essa é a solução de .
Reúna-se com seus colegas e responda: por que o ponto que corresponde a x = 2 na 5
reta que representa a solução do sistema está assinalado com uma bola aberta?
Exemplo 5
Essas duas inequações devem ser satisfeitas ao mesmo tempo. Elas constituem um sistema de inequações.
1a inequação: 2a inequação:
S2
-1 0 1
-0,2
S
350 -2 -0,2
2x–1
Exemplo 6
Como essas duas inequações devem ser satisfeitas ao mesmo tempo, temos o sistema de inequações:
1a inequação:
2a inequação:
351
S2 + + + + + + +
-3 0 3
S
3
-3 0 2 3
b) Se dois números têm sinais contrários, seu produto é negativo. Por exemplo:
Sinal do quociente
a) Se dois números têm sinais iguais, seu quociente é positivo. Por exemplo:
b) Se dois números têm sinais contrários, seu quociente é negativo. Por exemplo:
Observe as inequações:
O produto de dois números é negativo quando esses dois números têm sinais contrários.
O mesmo acontece com o produto de duas expressões. A questão, então, é descobrir para que valores de x as duas
expressões têm sinais diferentes.
f (x)
- - - - - - - - - + + + + + + +
2
2o passo: estudar a variação do sinal de g(x)
+ + + + + + + + +
f (x)
2
g (x) + + + + + + + + + + +
-1 4
Exemplo 8
Resolva a inequação
Solução
Observe que essa inequação é formada pelo quociente de duas expressões. O que se deseja descobrir é para que valores
de x o quociente das duas expressões é positivo.
O quociente de dois números é positivo quando esses dois números têm sinais iguais. O mesmo acontece com o
quociente de duas expressões. A questão, então, é descobrir para que valores de x as duas expressões têm sinais iguais.
353
+ + + - - - - - - - - - + + + +
f (x)
0 6
+ + + + + + + - - - - - - - - -
g (x)
4
+ + + + + + + +
f (x)
0 6
g (x) + + + + + + + +
4
f (x) + + + + + + +
>0
g (x) 0 4 6
Resolva a inequação
Solução
Observe que a inequação é formada pelo quociente de duas expressões. O que se quer descobrir é para que valores de
x o quociente das duas expressões é negativo ou nulo.
O quociente de dois números é negativo quando esses dois números têm sinais diferentes e é nulo quando o
dividendo é igual a zero. O mesmo acontece com o quociente de duas expressões. A questão, então, é descobrir para
que valores de x as duas expressões têm sinais diferentes e o numerador, que é o dividendo, é igual a zero. Chamemos
respectivamente de f(x) e g(x) as duas expressões que formam o numerador e o denominador:
f(x)
–x–3
_____
x2 – 9
g(x)
354 1 passo: estudar a variação do sinal de
o
:
O denominador pode ser igual a zero? É possível dividir por zero? Se você respondeu que não, acertou. Assim,
marcaremos os pontos que correspondem às raízes com bola aberta porque elas não podem
fazer parte da solução da inequação.
+ + + + + - - - - - + + + + + + 8
g (x)
–3 0 3
3o passo: determinar o intervalo em que as duas expressões têm sinais diferentes, lembrando que o numerador pode
ser igual a zero, mas o denominador não pode se anular.
+ + + + + + + +
f (x)
3
+ + + + + + + + + + + +
g (x)
–3 3
f (x)
>0
g (x) –3 3
a) b) c)
3 O comprimento de um lado de um triângulo é definido pela expressão x – 2. Os dois outros lados medem,
respectivamente, 6 cm e 8 cm. Determine os valores reais que x pode assumir.
Polígonos inscritos
18
altura, passa por um buraco re-
dondo de 11 cm de raio?
Polígonos inscritos
Esta aula começou com uma pergunta. Você sabe o que significa um
polígono estar inscrito em uma circunferência?
Um polígono está inscrito em uma circunferência quando todos os seus
vértices pertencem a ela. Por exemplo, o pentágono da figura ao lado está
inscrito em uma circunferência.
Não confunda o círculo com sua circunferência. O círculo
é a região do plano limitada por sua circunferência.
A circunferência (do círculo) é uma curva.
Quando um polígono pode ser inscrito em uma circunferência, dizemos que ele é inscritível. Nesse caso, dizemos que
a circunferência está circunscrita ao polígono.
Nem todo polígono é inscritível. Na figura abaixo, você pode ver um quadrilátero que não é inscritível, pois a
circunferência que passa por três dos seus vértices não passa pelo quarto.
Você é capaz de desenhar um paralelogramo que não é inscritível? E um losango que não é inscritível?
356 Quando um polígono admite uma circunferência circunscrita, o problema é calcular o seu raio. 3
A intuição pode nos levar a enganos com muita freqüência. Por isso, somente depois
de um cálculo correto é possível ter certeza da resposta de um problema.
Nesse caso, primeiramente é preciso calcular o raio da circunferência circunscrita
ao retângulo de lados 18 cm e 12 cm. 12 R
18
Se o raio for menor do que 11 cm, a peça passa pelo buraco; se não, não passa.
Para verificar isso, observe que a diagonal do retângulo é o diâmetro da
circunferência.
Temos assim um triângulo retângulo cuja hipotenusa mede 2R (o diâmetro da
circunferência) e cujos catetos são os lados do retângulo, respectivamente 12 cm e
18 cm. Pelo teorema de Pitágoras, temos: 2R
12
18
O quadrado
Considere um quadrado inscrito em uma circunferência de raio R. Quanto mede o lado desse quadrado?
Para resolver esse problema, observe atentamente a figura a seguir:
Seja a o lado do quadrado.
A diagonal do quadrado é o diâmetro da circunferência e é também a
hipotenusa de um triângulo retângulo cujos catetos são os lados do quadrado. 2R
Aplicando o teorema de Pitágoras, temos: a
O triângulo eqüilátero 5
Considere um triângulo eqüilátero ABC de lado a inscrito em uma circunferência de centro O e raio R, como na
figura na página seguinte. Os ângulos internos do triângulo ABC medem 60o e as retas AO, BO e CO são as bissetrizes
desses ângulos. 357
Prolongando AO até obter o ponto M sobre BC, temos que AM é uma das alturas do triângulo eqüilátero ABC e,
portanto, divide sua base BC ao meio.
No triângulo BOM, o ângulo B mede 30o, a hipotenusa BO é igual a R e o cateto
A
BM é igual a
Temos então: R R O
O hexágono regular
Para calcular o lado do hexágono regular inscrito em uma circunferência de raio R, observe a figura a seguir.
A F
O hexágono regular pode ser dividido em 6 triângulos eqüiláteros. Assim, se a é
o lado do hexágono e R é o raio da circunferência, temos a = R.
R
B E
0
C D
O triângulo qualquer
Todo triângulo admite uma circunferência circunscrita. Porém, dado um triângulo, como se pode calcular o raio de
sua circunferência circunscrita?
Para o triângulo eqüilátero, já sabemos como fazer. Deduzimos anteriormente que o lado a de um triângulo eqüilátero
inscrito em uma circunferência de raio R é dado por . Logo, se o lado do triângulo é dado, o raio da
6
Preserve seu livro respondendo às questões no caderno.
2 Um quadrado está inscrito em uma circunferência de 20 m de raio. Determine um valor aproximado para o
comprimento do seu lado.
3 Determine um valor aproximado para o lado do triângulo eqüilátero inscrito em uma circunferência de
60 cm de raio.
4 Sejam:
x = lado do quadrado inscrito em uma circunferência de raio 1;
y = lado do triângulo eqüilátero inscrito em uma circunferência de raio 1.
Determine um valor aproximado para x + y. Você teria algum comentário a fazer sobre esse resultado?
6 Um hexágono regular está inscrito em uma circunferência de raio 1 cm. Calcule o comprimento do lado do
hexágono e os comprimentos de suas diagonais.
7 Se conhecemos dois lados a e b de um triângulo e o ângulo formado por eles, a área desse triângulo é igual a
.
b
Calcule a área do octógono regular inscrito em uma circunferência de
h
10 cm de raio.
a
359
8 Um hexágono regular está inscrito em uma circunferência de 12 cm de raio. Dê um valor aproximado para a
diferença entre a área do círculo e a área do hexágono (lembre-se de que � é aproximadamente igual a 3,14).
360
Polígonos circunscritos
Na frente de uma escola, há uma base de concreto que sustenta
o mastro da bandeira do Brasil. Nesta base, existe um buraco
vertical sextavado, ou seja, com a forma de um hexágono
regular, indicando que o mastro antigo deveria ter essa forma.
Entretanto, o mastro novo é redondo, mas se encaixa perfei- 1
Polígonos circunscritos
O que significa dizer que um polígono está circunscrito a uma circunferência?
Um polígono está circunscrito a uma circunferência quando todos os seus lados são
tangentes a ela. Por exemplo, o pentágono da figura ao lado está circunscrito a uma
circunferência.
Dizer que o pentágono está circunscrito à circunferência é o mesmo que dizer
que a circunferência está inscrita nele. Quando um polígono admite uma
circunferência inscrita, mesmo que ela não esteja desenhada, dizemos que este
polígono é circunscritível.
Nem todo polígono é circunscritível. Por exemplo, um retângulo qualquer não é
circunscritível, pois a circunferência que tangencia três dos seus lados nem sempre
é tangente ao quarto lado, como mostra a figura.
Importante: todo triângulo é circunscritível. Ou seja, qualquer que seja o triângulo dado, sempre existe uma 2
circunferência que tangencia seus três lados.
Os quadrados, os losangos e os polígonos regulares são sempre circunscritíveis.
Quando um polígono admite uma circunferência inscrita, o problema é calcular o seu raio.
O quadrado
O caso do quadrado é o mais simples. Observando a circunferência inscrita no quadrado R
da figura ao lado, vemos que o seu diâmetro é igual ao lado do quadrado. Sendo a o lado
do quadrado, temos que o raio de sua circunferência inscrita é
a 361
O hexágono regular
Já vimos na aula anterior que o hexágono regular pode ser dividido em seis triângulos
eqüiláteros. Observe que o raio da circunferência inscrita no hexágono é a altura de
um desses triângulos.
Sendo a o lado do hexágono, o raio de sua circunferência inscrita é a altura OM do
a
A O triângulo eqüilátero
Para calcular o raio da circunferência inscrita em um triângulo eqüilátero ABC de
lado a, observe a figura ao lado. O centro da circunferência é o ponto O, interseção
das bissetrizes internas do triângulo. Mas, no triângulo eqüilátero, bissetriz,
mediana e altura são a mesma coisa. Portanto, a mediana AM é perpendicular a
BC e se O é o centro da circunferência inscrita, então OM é o seu raio e o ângulo
O
O M mede 30o.
Como
M C
B
O triângulo qualquer
Todo triângulo admite uma circunferência inscrita. Dado um triângulo, como se pode calcular o raio de sua
circunferência inscrita?
A
Para o triângulo eqüilátero, você já sabe resolver o problema. Para um
triângulo qualquer, vamos utilizar o conceito de área. Observe, na figura
ao lado, o triângulo ABC e sua circunferência inscrita, com centro O. c b
O
A área S do triângulo ABC é igual à soma das áreas dos triângulos
R
OBC, OCA e OAB. As alturas desses triângulos são iguais ao raio da
circunferência e sendo BC = a, CA = b e AB = c, podemos escrever: B a C
Solução
Os catetos medem b = 6 e c = 8 e a hipotenusa a se calcula pelo teorema de Pitágoras:
= 10
Todo polígono regular é circunscritível. O raio da circunferência inscrita no polígono é a distância do centro a um de
seus lados. Esse segmento é chamado de apótema do polígono.
A figura a seguir mostra um eneágono (polígono de 9 lados) regular e sua circunferência inscrita. O ponto O é o centro,
AB é um lado e o segmento OM, perpendicular a AB, é o raio da circunferência inscrita ou o apótema do eneágono.
Não é fácil obter fórmulas para calcular os apótemas de polígonos regulares quando
seus lados são conhecidos. Entretanto, é possível calcular aproximadamente o apótema
O
de qualquer polígono regular usando a calculadora científica.
A M B
363
Como determinar um valor aproximado para o raio da circunferência inscrita em um eneágono regular cujo lado mede
40 cm?
Pela relação que acabamos de recordar, cada ângulo interno do eneágono regular mede o
.
Veja novamente a figura do eneágono. A reta AO divide o ângulo interno ao meio. Portanto, o ângulo OÂM mede 70o.
No triângulo retângulo OAM, o cateto OM é o raio R da circunferência inscrita e o cateto AM mede 20 cm, metade do
comprimento do lado AB do eneágono.
A razão entre os segmentos OM e AM é a tangente de 70o e para obter um valor aproximado dessa tangente utilizaremos
uma calculadora científica. Em uma calculadora deste tipo, ângulos podem ser medidos em graus ou radianos e,
escolhendo o grau como unidade de medida, apertamos em seqüência as teclas tan , 70, =, e ela nos mostra o valor
2,747477419 ou 2, 7475 (aproximando o resultado com 4 casas decimais).
Temos então:
2 Quanto mede o raio da circunferência inscrita em um hexágono regular de 12 cm de lado? Dê também um valor
aproximado para esse resultado.
3 Determine um valor aproximado para o lado de um hexágono regular circunscrito a uma circunferência de 15 cm de raio.
4 Calcule a área do círculo inscrito em um triângulo eqüilátero de 24 cm de lado e dê um valor aproximado para esse
resultado.
6 Calcule o raio da circunferência inscrita em um triângulo retângulo cujos catetos medem 5 cm e 12 cm.
7 Um triângulo tem lados 10 cm, 10 cm e 12 cm. Qual é o raio da maior circunferência que cabe dentro dele?
Sugestão: 20
364
Problemas resolvidos
Exemplo 1
Numa escola, é adotado o seguinte critério de aprovação: a nota da primeira prova é multiplicada por 1, a da segunda prova,
por 2 e a da terceira prova é multiplicada por 3. Os resultados, depois de somados, são divididos por 6. Se a média obtida
por esse critério for maior ou igual a 6,5, o aluno é dispensado da prova final. Suponha que um aluno tenha tirado 6,3 na
primeira prova e 4,5 na segunda. Quanto precisará tirar na terceira prova para ser dispensado da prova final?
Solução
Para que o aluno seja dispensado da prova final, é necessário que obtenha uma média maior ou igual a 6,5. Representando
a nota que ele deverá tirar na terceira prova por n, temos que:
1
Resposta: a nota mínima que o aluno precisa tirar na terceira prova para ser dispensado da prova final é 7,9. 365
Exemplo 2
A figura ao lado mostra dois retângulos iguais, colados, cada um com 3 unidades de B
D B
Solução
Observe o triângulo retângulo ADB. A
C
F
Nele, temos que AD = 3 + 1 = 4 e DB = 1. Aplicando o teorema de Pitágoras:
A E
Observe agora o triângulo retângulo CEA. Nele, temos que AE = 3 e CE = 1. Aplicando o teorema de Pitágoras:
Resposta: o ângulo que queremos determinar é aquele cujo co-seno vale 0,53 (aproximadamente). Consultando
uma tabela de co-senos, verificamos que o ângulo cujo co-seno vale 0,53 é aproximadamente 57º.
Exemplo 3
cm.
Exemplo 4
O lucro de uma loja, que vende diariamente x peças, é dado por . Para que número de
peças vendidas a loja terá prejuízo?
Solução
O lucro é dado por uma função polinomial do 2o grau. Como ter prejuízo é o mesmo que ter lucro negativo, basta
descobrir para que valores de x o lucro será negativo, ou seja, basta resolver a inequação
do 2 grau:
o
Observe que x = 10 e x = 4 são os dois valores que anulam L (x). Logo, são os zeros desta função.
Desenvolvendo a expressão que define L (x), temos que:
Verificamos que o coeficiente de x2 é negativo, portanto o gráfico de L (x) é uma parábola com a concavidade voltada
para baixo, cujo esboço é:
Exemplo 5
367
Solução
Para resolver esse sistema, precisamos encontrar os valores de x que satisfaçam as duas inequações ao mesmo tempo.
1a inequação:
O gráfico da função y = x2 – 10x + 16 é uma parábola com a concavidade voltada para cima, já que o coeficiente
de x2 é positivo. A função possui dois zeros, que são x = 2 e x = 8.
2a inequação: – x2 + 3x – 2<0
O gráfico da função z = – x2 + 3x – 2 é uma parábola voltada para baixo, já que o coeficiente de x2 é negativo.
A função possui dois zeros, que são x = 2 e x = 1.
Solução da 1a inequação:
2 8
Solução da 2a inequação:
1 2
1 8
Exemplo 6
1 O preço do aluguel corresponde à quinta parte do salário de João. As despesas com alimentação e transporte
correspondem a dois sétimos de seu salário. Qual é o salário que João recebe, sabendo que, descontadas todas essas
despesas, sobra para ele, no mínimo, R$ 540,00 ?
2 Resolva a inequação:
3 O lado de um quadrado inscrito numa circunferência mede 12 cm. Calcule a medida do raio da circunferência
que circunscreve o quadrado.
y
yx
6 Um hexágono regular, de lado 3 cm, está inscrito em uma circunferência. Nessa circunferência, qual é o
comprimento de um arco de 100º? 1
369
tabelas trigonométricas
ÂNGULO ÂNGULO
EM GRAUS SENO CO-SENO TANGENTE EM GRAUS SENO CO-SENO TANGENTE
14. Matemática hoje é feita assim – 5a a 8a séries. Antonio José Lopes Bigode.
Editora FTD.
372