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Avaliação diagnóstica na produção de textos

Sobretudo do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental, as


atividades de diagnóstico são indispensáveis porque as
turmas costumam ser bastante heterogêneas: enquanto
alguns estudantes demonstram mais familiaridade com os
conteúdos gramaticais e a organização textual, outros,
recém-alfabéticos, enfrentam dificuldades básicas em
questões de ortografia. É claro que nada disso é problema:
erros desse tipo são parte do processo de apropriação da
linguagem. Mas às vezes as dificuldades são tão
alarmantes e variadas que fica a sensação de que não há
nem por onde começar...

A sondagem inicial serve justamente para mostrar - com o


perdão do surrado ditado - que o diabo não é tão feio
quanto se pinta. "Nos diagnósticos bem feitos, o objetivo
não é contabilizar os erros um a um, porém agrupar
problemas semelhantes para direcionar o planejamento de
atividades capazes de corrigi-los", explica Cláudio Bazzoni,
assessor de Língua Portuguesa da prefeitura de São Paulo
e selecionador do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10.
Em outras palavras, entender as principais dificuldades da
turma é fundamental para saber o que é mais importante
ensinar. E isso deve ser feito também com as crianças que
têm deficiência (leia mais no quadro abaixo).
Inclusão - Deficiência física
Para realizar a sondagem inicial da produção de texto em
alunos com deficiência física nos membros superiores, é
preciso encontrar alternativas para que as crianças possam
escrever. A avaliação deve levar em conta o grau de
deficiência - o importante é valorizar o que o estudante faz
dentro das suas possibilidades. Para os que conseguem
escrever com uma adaptação para o uso do lápis, é
possível que os traçados sejam disformes e distantes da
representação formal das letras e palavras. Nessa
situação, o melhor é não se prender às diferenças de forma
- ao contrário, procure se focar no conteúdo, analisando o
que o texto revela em termos de compreensão do assunto
abordado. Já para aqueles que necessitam da ajuda de um
colega para escrever, o ideal é observar a interação entre o
aluno com deficiência e o colega, em especial a maneira
como ele dita e revisa o que está escrevendo. Em todos os
casos, a avaliação nas atividades de produção coletiva se
torna ainda mais importante. Nas aulas de revisão, por
exemplo, você pode pedir que as crianças com deficiência
exponham suas ideias sobre a construção do texto e
registrar as falas como uma referência na avaliação.

Uma lista para mapear as dificuldades da turma

Antes de começar a atividade, é preciso montar uma lista


com os itens que serão analisados. Não podem faltar
aspectos relacionados aos padrões de escrita e às
características do texto. Do 3º ao 5º ano, o foco deve recair
sobre a ortografia e a pontuação e é essencial verificar se a
turma conhece e respeita os traços do gênero
escolhido (veja na imagem acima um exemplo de
diagnóstico com base em alguns dos erros mais comuns
nessa fase).

Em seguida, você já pode pedir que os alunos escrevam.


Não há segredo: como em qualquer proposta de produção
escrita, os alunos precisam saber para que vão escrever
(ou seja, a intenção comunicativa deve estar bem definida),
o que vão escrever (o gênero selecionado) e quem vai ler o
material (o destinatário do texto). "Também é importante
explicar que essas produções servem para mostrar ao
professor como ajudá-los a ser escritores cada vez mais
competentes", afirma Soraya Freire de Oliveira, professora
da EE Carvalho Leal, em Manaus. Em sua classe de 5º
ano, ela propôs que a garotada produzisse uma
autobiografia, gênero que vinha sendo trabalhado desde o
ano anterior - uma opção válida, já que os estudantes
tinham familiaridade com o tipo de texto. Contudo, os
especialistas apontam que pode ser ainda mais produtivo
sugerir que os alunos recriem, com suas próprias palavras,
histórias conhecidas, como uma fábula (leia mais no plano
de aula). "Assim, você pode se concentrar nos aspectos
que têm de ser melhorados para aproximar o texto que os
alunos fazem daquilo que é considerado bem escrito",
afirma Cláudio.

Com as produções em mãos, Soraya, a professora de


Manaus, partiu para a análise, anotando na lista de
aspectos sondados quantas vezes cada tipo de erro se
repetia nas produções. No fim, descobriu que muitas
crianças não utilizavam sinais de pontuação. "Percebi que
esse deveria ser o conteúdo prioritário naquele início de
ano", ressalta.

Do 3º ao 5º ano, a ortografia é um dos problemas comuns

O resultado do diagnóstico de Soraya é bastante comum:


ortografia e pontuação costumam ser os pontos mais
críticos para as crianças dessa faixa etária. "Muitos alunos
escrevem do jeito que falam e até inventam palavras",
conta Cláudio. Mesmo assim, dizer que a turma tem
problemas com "ortografia e pontuação" é vago demais.
Quais problemas, especificamente? Faltam vírgulas?
Muitos trocam letras? Poucos sabem dividir os parágrafos?
Mais uma vez, a sondagem pode ajudar: se os itens
analisados forem bem determinados, você saberá com
bastante precisão que pontos atacar.

É importante lembrar, ainda, que cada conteúdo deve ser


abordado por meio de novas propostas de textos, sempre
com etapas de revisão. Refletir sobre os aspectos
notacionais (relativos às regras de uso da língua) e
discursivos (relativos ao contexto de produção) é o jeito
mais eficaz de levar os alunos a aprender os padrões de
escrita e a superar os problemas que enfrentam ao
escrever.

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