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Índice

1.Introdução ........................................................................................................................................ 2

2. Objectivos ....................................................................................................................................... 4

2.1. Objectivo Geral............................................................................................................................ 4

2.2. Objectivo Específico.................................................................................................................... 4

3. Metodologia .................................................................................................................................... 4

4. Revisão teórica .............................................................................................................................. 4

4.1. História do betão .......................................................................................................................... 4

4.2. O início do cimento armado ........................................................................................................ 6

4.3. O betão armado na Alemanha...................................................................................................... 6

4.4. Produção de betão ........................................................................................................................ 7

4.5. Mistura ......................................................................................................................................... 7

5. Evolução do betão .......................................................................................................................... 8

5.1. Betão em sua natureza básica ................................................................................................... 10

5.2. Origem do Homem .................................................................................................................... 10

5.3. Reacção de Calcinação .............................................................................................................. 11

5.4. Extinção da Cal Viva ................................................................................................................. 11

5.5. Endurecimento da cal ................................................................................................................ 12

5.6.Gipsita......................................................................................................................................... 12

5.7. Cal Pozolânica ........................................................................................................................... 13

5.8. Cal Hidráulica ............................................................................................................................ 13

5.9. Idade Média ............................................................................................................................... 13

5.1.2. Presente e Futuro do Betão ..................................................................................................... 14

5.1.3. Pré-fabricação na construção civil .......................................................................................... 15

6. Eurocódigo.................................................................................................................................... 16

7. Dimensionamento ......................................................................................................................... 16

7.1. Outros aspectos no dimensionamento da alvenaria e de detalhe construtivo. ........................... 17


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7.2. A Estrutura do Eurocódigo 2 e Aspectos a Salientar................................................................. 18

7.3. Estados Limites Últimos ............................................................................................................ 18

7.4. Estados Limites de Utilização ................................................................................................... 19

7.5. Pormenorização das Armaduras ................................................................................................ 19

7.6. Estruturas pré-fabricadas. Estruturas de betão leve e estruturas de betão simples ou fracamente
armado .............................................................................................................................................. 20

8. Estatuto e campo de aplicação dos Eurocódigos .......................................................................... 23

9. Conclusões .................................................................................................................................... 24

10. Referências bibliográficas .......................................................................................................... 24


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1.Introdução

A tecnologia do betão reforçado com fibras de aço vem sendo estudada aprimorada ao longo dos
anos de uma maneira intensa. Sua utilização e indicada como alternativa técnica e economicamente
viável para diversos tipos de aplicações, mesmo para casos de certas estruturas convencionais em
betão armado (FRANCO, 2008)

O betão armado surgiu das necessidades de aliar a durabilidade da pedra com a resistência do aço ,
com as vantagens do material composto poder assumir qualquer forma, com rapidez e facilidade e
com o aço envolvido e protegido pelo betão para evitar a sua corrosão . Segundo ANDRADE
(2006) em qualquer lugar que estejamos se olharmos para os lados com certeza iremos nos deparar
com este material. E uma material que tem uma aceitação mundial e no brasil e usado em todo o
território nacional.

As tecnologias das estruturas de concreto armado também trouxe profundas alterações no


comportamento de alvenarias, que deixaram de lado sua função principal de estruturar as
edificações passaram a ser adoptadas com elementos de vedação. (MENACHE, 2008)

Devido a abundancia dos materiais constituintes do betão armado na natureza , a facilidade de


aplicação do material que molda a qualquer forma e seu custo-beneficio que o torna praticamente
imbatível no mercado de engenharia civil (ANDRADE, 2006). Portanto nesse trabalho temos como
objectivo explicar de forma sucinta a história e evolução do betão armado, buscando embasamento
em livros de grandes autores e artigos científicos, apresentando um trabalho de menor proporção.
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2. Objectivos

2.1. Objectivo Geral


 Estudar a evolução histórica do betão armado desde seus primordiais até os dias atuais

2.2. Objectivo Específico


 Apresentar história do betão armado desde seu surgimento até dias de hoje relatando
todas as principais mudanças no decorrer dos anos, o seu natural desenvolvimento no que
se refere a materiais utilizados, normas de aplicação controle tecnológico, calculo das
estruturas de betão armado alcançando toda tecnologia existente nos dias atuais .
 Mostrar a evolução do betão armando abordando seus principais personagens , primeiras
utilizações, quais materiais eram empregados, sua funcionalidade , e aplicação. Em fim
mostrar sequencialmente todas as passagens e acções ocorridas durante anos

3. Metodologia

Este trabalho foi produzido com base em referências bibliográficas, e sites de Internet

4. Revisão teórica

4.1. História do betão


O conhecimento da nossa história e fundamental para uma melhor compreensão do tempo presente,
em qualquer área de estudo, não sendo diferente para o concreto armado. As lições aprendidas ao
longo dos anos através dos estudos, experimentos e construções de varias obras em todo
o mundo contribuíram decisivamente para o estado actual de desenvolvimento tecnológico das
estruturas de concreto armado. A seguir, procura-se relatar um breve resumo cronológico da
história das construções de concreto.
O momento exacto na história em que o concreto teria surgido ainda divide a opinião de alguns
renomados pesquisadores, não havendo ainda, um consenso a respeito desta data. Todavia,
segundo PINHEIRO & GIONGO (1986), o concreto surgiu com o desejo de se criar uma pedra
artificial, resistente, económica e durável como a pedra natural e que apresentasse como vantagem
a possibilidade de ser moldada nas dimensões e nas formas desejadas.

Alguns pesquisadores dizem que os antigos egípcios foram os inventores do concreto, alegando
que o concreto poderia ter sido utilizado na construção das partes internas das pirâmides. Acredita-
se que no seu interior foram usados blocos de concreto feitos de um tipo de cimento denominado
“geopolimero”, que era composto de pedra britada, silte do Nilo e resíduos das minas de cobre da
área do Monte Sinai. Assim, apenas
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os blocos externos das pirâmides seriam de pedra natural, mas esta teoria e contestada por varios
pesquisadores. A arquitectura grega e decorrente do emprego de vigas e placas de pedra.
Entretanto, como a resistência a tracção das pedras obrigava a utilização de pequenos vãos (dai o
motivo do grande numero de colunas nas obras erguidas na Grécia antiga), especula-se que os
gregos teriam sido os primeiros a procurar um material alternativo, resultando na invenção do
concreto. Por um outro ponto de vista, vários arqueólogos acreditam que o concreto teria vindo do
Oriente Médio, ou dos fenícios, todos antes dos romanos.

A maioria dos pesquisadores acredita que foram os romanos os inventores do concreto. Entretanto,
mesmo que não o tenham criado, eles foram sem duvida nenhuma os primeiros que o usaram de
forma eficaz e em larga escala. Os gregos e romanos utilizaram por muito tempo uma mistura de
cal, água, pedra e areia. Posteriormente, os romanos adicionaram a essa mistura as cinzas
vulcanicas do Vesuvio, que endureciam contacto com a água. Estas cinzas eram encontradas na
cidade de Puzzoli, e deram origem ao nome pozolana. Eles também utilizaram aditivos em suas
misturas, como o sangue, que funcionava como um incorporador de ar nas argamassas, devido a
propriedade de dispersão da hemoglobina.

Com a chegada dos Barbaros e a queda do Imperio Romano, o uso do concreto se perdeu até quase
o final do século XVIII. Neste período, a pedra foi o material de construção mais utilizado, seguida
pela madeira. Somente em 1770, com o arquitecto Jean Rondelet, o concreto reaparece na Franca,
na construção da Igreja de Santa Genoveva, hoje Pantheon de Paris. Essa construção foi feita em
alvenaria armada, com a associação de ferro e pedra natural, com os espaços vazios sendo
preenchidos com uma argamassa de cal. Em seguida, ainda no século XVIII, os ingleses John
Smeaton e James Parker desenvolveram pesquisas sobre o cimento. Em 1756, Smeaton conseguiu
obter um produto de alta resistência por meio de calcinação de calcários moles e argilosos e em
1791 usou essa mistura como base da construção do Farol de Eddistone, em Cornwall. Com o
desenvolvimento das pesquisas na área do cimento, chega-se a um outro inglês, o construtor Joseph
Aspdin, que em 1824 queimou conjuntamente pedras calcarias e argila, transformando-as num po
fino. A mistura, após secar tornava-se tão dura quanto as pedras utilizadas nas construções e não se
dissolvia em água. Foi patenteado pelo construtor no mesmo ano, com o nome de cimento
Portland, por apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes as rochas da ilha
britanica de Portland, situada no condado de Dorsek. Quase que paralelamente a Aspdin, Louis
Vicat, na Franca, também chega ao cimento portland. Em 1845, Johnson desenvolve o cimento
como nos o utilizamos hoje.
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Em 1854, o ingles William Boutland Wilkinson, fabricante de gesso e de argamassa, registou uma
patente de um sistema de piso utilizando vigas regularmente espacadas, com os vazios entre as
nervuras preenchidos com moldes de gesso e o plano de piso com uma fina capa de concreto
armado com cabos de aço expurgados de guindastes de minas.

O grande responsável pela difusão do concreto armado na Europa, e em seguida na America, foi o
horticultor e paisagista francês Joseph Monier, que havia visto o barco de Lambot na Exposição de
Paris. Monier também tinha problemas com o apodrecimento de vasos de madeira, onde ele
cultivava suas plantas, e começou então a fazer vasos de argamassa armada, mesmo material do
barco, que não se deteriorava em contacto com a água. A partir de 1861, Monier começou a fazer
outros objectos e obter patentes para eles, a medida que viajava pela Europa, vendendo suas pecas
e difundindo o material, que hoje conhecemos como concreto armado (até cerca do ano de 1920 o
concreto armado era chamado de “cimento armado”).

4.2. O início do cimento armado


Cimento Armado (denominação usada até meados de 1920). Em 1850,segundo (KAEFER,
2006) o engenheiro Francês Joseph Louis Lambot efectuou as primeiras experiências práticas da
introdução de ferragens numa massa de concreto. É desta data a construção de uma parede de
argamassa nas Forjarias Carcês, departamento do Var, sul da França, parede essa armada com
grande número de finas barras de ferro. Imerso em estudos sobre o concreto armado e motivado
por problemas com a manutenção de canoas de madeira utilizadas para lazer em um pequeno
lago existente em sua propriedade em Miraval, no Var, sul da França, Lambot tem a ideia de
construir um barco de concreto. Nada mais lógico, pois o concreto é durável, requer pouca
manutenção e resistente bem em meios aquáticos.

Lambot empregou para a construção de sua canoa uma malha fina de barras finas de ferro (ou
arame), entrelaçadas, entremeadas com barras mais grossas, usando essa malha fina ao mesmo
tempo como gabarito para se obter o formato adequado do barco , para segurar a argamassa,
dispensando a confecção de moldes e para evitar problemas com fissuras.

4.3. O betão armado na Alemanha

Segundo (KAEFER, 2006) o início se deu com a compra da patente Monier pela Firma Freytag
& Heidschuch de Neustadt sobre o Haardt, para o norte da Alemanha e por Martentein Josseaux
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de Offenbach sobre o Meno para a região de Frankfurt. Essas duas firmas garantiram o direito de
preferência de compra da patente para o resto da Alemanha.

Em 1886 essas duas firmas cederam o direito para o engenheiro alemão Gustavo Adolpho
Wayss. Este fundou em Berlin uma firma “ Aktiengesellschaft Für beton – und Monier bau “. O
novo processo construtivo gerou diversas suspeitas e desconfianças. Foi então que Wayss
decidiu investir em ensaios para provar, por meio de provas de carga, que existiam vantagens
económicas ao se colocar armaduras de ferro dentro do betão. O engenheiro encarregado de
conduzir os trabalhos das provas de cargas foi Mathias Koenen. Este concluiu que a função do
ferro deveria consistir, na absorção das tensões de tracção enquanto que o concreto se
encarregaria de resistir as compressões.

Conforme (VASCONCELOS, 2006) no Rio de Janeiro, segundo informações contidas em "A


arquitectura moderna e suas raízes" de Paulo F. Santos, em 1908, Echevarria teria construído
uma ponte de 9m de comprimento com cálculos feitos na França por Hennebique. Nada resta
desta ponto, nem mesmo o construtor.

Segundo (VASCONCELOS, 2006) as primeiras estruturas de concreto armado calculados no


Brasil foram de Carlos Euller e de seu auxiliar Mário de Andrade Martins Costa que projectaram
a ponte em arco de concreto armado sobre o Rio Maracanã, anterior a 1908. Segundo
(VASCONCELOS, 2006) a revista Brazil-Ferro Carril de 1940 ao publicar a biografia de Carlos
Euller cita como a grande aplicação do concreto armado, pela primeira vez no Brasil a obra do
viaduto entre São Cristóvão e São Diogo, sem especificar detalhes sobre a obra.

4.4. Produção de betão


Uma vez estudados os materiais componentes, suas características e propriedades, uma série de
cuidados deve ser observada nas etapas de produção do concreto. Vejamos, de forma resumida,
cada uma destas etapas:

4.5. Mistura
Antes de se iniciar a mistura, logicamente, os utensílios que medirão os materiais devem estar
preparados, com suas capacidades rigorosamente verificadas. Os agregados (miúdo e graúdo)
normalmente são medidos em padiolas de madeira, devendo sempre levar em conta a influencia
da humidade. O cimento sempre deve ser medido em peso, podendo ser considerado o peso de
50 kg quando a dosagem for para um saco de cimento. A água normalmente e medida em latas.
A mistura poderá ser manual ou mecânica:
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 Amassamento manual - a Norma NB 1, item 12.3, recomenda: “O amassamento


manual do concreto, a empregar-se excepcionalmente em pequenos volumes ou em
obras de pouca importância, devera ser realizado sobre um estrado ou superfície plana

 Impermeável e resistente. Misturar-se-ao primeiramente a seco os agregados e o


cimento de maneira a obter-se cor uniforme; em seguida adicionar-se-a aos poucos a
água necessária, prosseguindo-se a mistura até conseguir-se massa de aspecto uniforme.
Não será permitido amassar-se, de cada vez, volume de concreto superior ao
correspondente a 100 kg de cimento”.

 Amassamento Mecânico - A mistura mecânica e feita em maquinas especiais


denominadas “betoneiras”. Não existem regras gerais para a ordem de carregamento dos
materiais na betoneira, entretanto, aconselhamos essa sequencia: coloca-se
primeiramente, uma parte da água; os demais materiais serão colocados nessa ordem:
brita, cimento, areia e o restante da água. Algumas vezes também pode ser adoptada a
seguinte sequencia: brita, 1/2 quantidade de água, cimento e finalmente o restante da
água. Essas sequencias de colocação de materiais são indicadas para as betoneiras de
360 litros (as mais usadas) e quando a dosagem for feita para um volume de 20 litros de
cimento (= 28,3 kg).

5. Evolução do betão
O betão e as argamassas são utilizados como materiais de construção há milhares de anos,
sendo então produzidos pela mistura de argila ou argila margosa, areia, cascalho e água. Há
registos de que os materiais eram, quando necessário, transportados a distâncias de centenas de
quilómetros, como é o exemplo de um pavimento de betão simples datado de 5600 AC em
Lepenskivin.
Nas antigas civilizações estes materiais eram utilizados essencialmente em pavimentos, paredes
e suas fundações. Os Romanos exploraram as possibilidades deste material com mestria em
diversas obras – casas, templos, pontes e aquedutos, muitos dos quais chegaram aos nossos dias
e são exemplos do elevado nível atingido pelos construtores Romanos. A título de exemplo
referem-se o Panteon de Roma (com uma cúpula de 50m de diâmetro, de betão de inertes leves,
realizado no ano 127 DC, o Aqueduto da Ponte do Gard em Nimes (realizado em 150 DC no
qual se utilizou o betão no canal de água e no interior do forro das cantarias Figura 2) e
diversas pontes de alvenaria e betão ainda existentes em diversos países de que se salientam em
Portugal a ponte de vila formosa na n369 e a ponte de trajano sobre o rio Tâmega
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Posteriormente e até ao século XVIII o betão tem uma utilização reduzida, quase
exclusivamente limitada às fundações e ao interior de paredes de alvenaria.

É com o desenvolvimento da produção e estudo das propriedades do cimento (Smeaton em


1758, James Parker em 1976, Louis Vicat em 1818) que culminou com a aprovação da patente
do cimento Portland (nome dado por a cor do cimentos ser parecida com a da rocha Portland)
apresentada por Joseph Aspdin em Leeds em 1824 que se vai dar o grande desenvolvimento na
aplicação do betão nas construções. Em 1885 concebem-se os fornos rotativos (Frederick
Ransome) que permitiriam baixar substancialmente o preço do cimento.
Em Portugal a Industria do cimento inicia-se em 1894 com a fábrica de cimento Tejo em
Alhandra. As utilizações do betão ganham então nova dinâmica, não só em fundações como em
pavimentos térreos e paredes, estas com uma textura concebida por forma a imitar a pedra
(Osborn House em 1845, Axmouth Bridge em 1877, Sway Tower com 66m de altura em 1885).

As primeiras referências ao betão armado datam de 1830, no entanto o barco em ferrocimento


realizado pelo francês Jean-Louis Lambot em 1848 é reconhecido como a obra mais antiga de
betão armado ainda existente. Este barco foi apresentado na célebre Exposição Universal de
Paris de 1855 e felizmente está ainda preservado até aos nossos dias
Em 1852 Francois Coignet e em 1854 William Wilkinsen iniciaram a realização de pavimentos
de betão armado (lajes e vigas) os quais se tornaram na maior aplicação deste material até à
época actual. No final do século XIX são já vários os estudos publicados sobre o betão armado
(Coignet, Considère, Mesnager) teorizando o comportamento à flexão, tendo em 1897 sido
criada a primeira disciplina de Betão Armado na ENPC – École National de Ponts et Chaussées
(Paris) de que foi primeiro professor Rabut. As patentes tornam-se também numerosas
(Cottancin, Monnoyer, Hyatt, Coignet).
Em 1906 são publicadas as primeiras instruções francesas (Regulamento), traduzidas e
publicadas em 1907 pela Revista de Obras Públicas e Minas da Associação Portuguesa dos
Engenheiros Civis, com o título “As Instruções Francesas para o Formigão Armado”
Neste período e nos anos seguintes as designações mais correntes para o que actualmente se
designa Betão Armado eram o Formigão Armado (semelhante ao Hormigon, em espanhol) e
Cimento Armado (semelhante ao Cemento Armato ainda hoje usual em Itália). Outras
designações como o Beton Armado, o Siderocimento, o Beton de Cimento Armado encontram-
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se em publicações da primeira metade do século XX. A este propósito refira-se que a origem da
palavra concreto é “concretus” que significa composto e a origem da palavra betão é
“bitumen”.
O princípio do século XX é caracterizado por um desenvolvimento extraordinário na utilização
e compreensão do funcionamento e possibilidades do betão armado. Esse desenvolvimento está
associado à realização de numerosas patentes onde se indicam as bases de cálculo e as
disposições de armaduras adoptadas para diversos elementos estruturais.

5.1. Betão em sua natureza básica


Material plástico, que é moldado de maneira a adquirir a forma desejada antes que desenvolva
um processo de endurecimento, adquirindo resistência suficiente para resistir sozinho aos
esforços que o solicitam.

12.000 a.C. – Israel

Reacções entre calcário e argila xistosa durante combustão espontânea formaram um depósito
natural de compósitos de cimento. Estes depósitos foram caracterizados por geólogos
israelenses na década de 70. Este é o cimento natural, o primeiro cimento que os homens
primeiro utilizaram.

Cimento: Mistura finamente moída de compósitos inorgânicos que quando combinados com
água endurecem por hidratação.

5.2. Origem do Homem


Os primeiros Homo Sapiens refugiaram-se nos lugares que a natureza lhes oferecia. Esses
locais poderiam ser aberturas nas rochas, cavernas, grutas ao pé de montanhas ou até no alto
delas. Mais tarde eles começariam a construir abrigos com as peles dos animais que caçavam
ou com as fibras vegetais das árvores das imediações, que aprenderam a tecer, ou então
combinando ambos os materiais.

8.000 a 4.000 a.C. – Europa

É somente no final do neolítico e início da idade do bronze que surgem as primeiras


construções de pedra, principalmente entre os povos do Mediterrâneo e os da costa atlântica.
No entanto, como esses monumentos colossais tinham a função de templo ou de câmaras
mortuárias, não se tratando de moradias, seu advento não melhorou as condições de habitação.
Pelo peso dessas pedras, acredita-se que não poderiam ter sido transportadas sem o
conhecimento da alavanca. Existem três tipos de formações megalíticas: as galerias cobertas,
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ou dolmens, espécie de corredor que possibilita o acesso a uma tumba; os menires, que são
pedras gigantes cravadas verticalmente no solo encontrados isoladamente ou em fileiras
(alinhamentos); e os cromlech, que são menires dispostos em círculo.

Argamassa:
Pasta de um aglomerante misturado a areia.

Cal:
Cal é o nome genérico de um aglomerante simples, resultante da calcinação de rochas calcárias,
que se apresentam sob diversas variedades, com características resultantes da natureza da
matéria-prima empregada e do processamento conduzido.

A calcinação da rocha calcária pura resulta na produção de óxido de cálcio puro. Nas rochas
calcárias naturais é comum a associação do carbonato de cálcio com o carbonato de magnésio,
que não constitui impureza propriamente dita, mas altera algumas propriedades da cal. A sílica,
os óxidos de ferro e de alumínio são as impurezas que acompanham os carbonatos, em maior
ou menor grau, na constituição das rochas calcárias.

Observa-se que na fabricação da cal estas impurezas podem alterar bastante as propriedades da
cal produzida.

5.3. Reacção de Calcinação


A cal viva não é ainda o aglomerante utilizado em construção. O óxido deve ser hidratado,
transformando-se em hidróxido, que é o constituinte básico do aglomerante cal. A operação de

hidratação recebe o nome de extinção (reacção fortemente exotérmica), e o hidróxido resultante


denomina-se cal extinta.

5.4. Extinção da Cal Viva


A cal extinta é utilizada em mistura com água e areia, em proporções apropriadas na elaboração
de argamassas. Estas têm consistência mais ou menos plástica e endurecem por recombinação
do hidróxido com o gás carbónico presente na atmosfera, reconstituindo o carbonato original,
cujos cristais ligam-se de maneira permanente aos grãos de agregado utilizado. Esse
endurecimento se processa com lentidão e ocorre, evidentemente, de fora para dentro, exigindo
uma certa porosidade que permita, de um lado, a evaporação da água em excesso e, de outro, a
penetração do gás carbónico do ar atmosférico. Devido a este processo, este aglomerante é
chamado frequentemente de cal aérea. A cal não endurece debaixo da água e depois de
endurecida dissolve-se lentamente debaixo da água.
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5.5. Endurecimento da cal


A calcinação do calcário pode ser realizada em instalações rudimentares, de forma similar à
qual os nossos antepassados a fabricavam dispondo camadas de calcário e carvão vegetal ou

através de fornos modernos, de produção ininterrupta e de alto padrão de qualidade como os


fornos rotativos.

5.6.Gipsita
É constituída por sulfato bi-hidratado de cálcio (CaSO4.H20) geralmente acompanhado de uma
certa proporção de impurezas, como sílica, alumina, óxido de ferro, carbonatos de cálcio e
magnésio. Da sua calcinação obtém-se o gesso, um aglomerante que endurece por hidratação, mas
que se dissolve lentamente na água, inclusive pela acção da chuva. O gesso é obtido por processo
semelhante ao empregado na fabricação da cal.

800 a.C. – Grécia: Creta e Cyprus

Uso de argamassas de cal mais resistentes que as argamassas romanas. Construção de muros e
paredes de baixo custo compostas por tijolos de barro (secos ao sol) ou pedras, assentados
directamente uns sobre os outros ou com argila e reforçados com madeira apareceram cedo na
Grécia e foram comuns mesmo na era clássica para edificações modestas. Nas construções
monumentais gregas, ao invés de argamassa, grampos ou tarugos de ferro foram geralmente usados
para manter juntos os blocos de pedra.

500 a.C. – Atenas

Apesar de o cimento e a argamassa não terem sido usados na Grécia, tanto para a construção de
paredes ou fundações, o cimento hidráulico já era conhecido desde o começo do século V a.C. e foi
comummente utilizado para revestir fontes atenienses deste período. Uma surpreendente técnica
usando ferro para aumentar a confiabilidade das peças estruturais de pedra é encontrada no
Propylaea em Atenas, construído entre 437 e 432 a.C. pelo arquitecto Mnesikles. A cobertura de
mármore é suportada por uma série de vigas que se apoiam sobre arquitraves jónicas.
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5.7. Cal Pozolânica


Os romanos descobriram que, misturando uma cinza vulcânica encontrada nas proximidades do
Vesúvio chamada pozolana com cal hidratada (que entra em proporção variável, de 25 a 45%),
obtinham um aglomerante que endurecia sob a água. Esse material, actualmente encontra-se em
desuso. Sua reacção de endurecimento se dava por processo químico e produzia um material
resistente sob a água.

5.8. Cal Hidráulica


O nome cal hidráulica é aplicado a uma família de aglomerante de composição variada, obtidos
pela calcinação de rochas calcárias que, natural ou artificialmente, contenham uma porção
apreciável de materiais argilosos. O produto goza da propriedade de endurecer sob a água, embora,
pela quantidade de hidróxido de cálcio que contém, sofra também acção de endurecimento pela
carbonatação proveniente da fixação de CO2 do ar.

A cal hidráulica é fabricada por processos semelhante ao da fabricação da cal comum. A matéria
prima é calcinada em fornos e o produto obtido subsequentemente extinto. Apesar de endurecer
sob a água (reacção de hidratação) e resistir quando imerso, não é um produto apropriado para
construções sob a água, pois sua pega é muito lenta.

A escassez de madeira em grande parte do Império Romano demandava economia na preparação


das formas, sendo o reaproveitamento de formas e escoramento prática comum. Pisos alternados de
edifícios eram frequentemente suportados por cúpulas de concreto enquanto os pisos entre eles
eram construídos em madeira. Foi a técnica de se construir com concreto que constituiu a base para
a ordem espacial encontrada na arquitectura romana.

5.9. Idade Média


Arquitectos medievais utilizaram pedras na maioria de suas construções. Para a fundação,
construtores góticos usualmente preenchiam uma vala com pedregulhos e os compactavam para
servir de base para a alvenaria, mas em alguns edifícios mais importantes, uma fundação melhor
era feita com um resistente concreto constituído por pedregulhos e argamassa de cal. Muros
inteiros eram feitos com pedras assentadas com argamassa, mas frequentemente as faces exteriores
eram cuidadosamente confeccionadas com pedras de cantaria, utilizando argamassa e pedregulhos
para preencher o interior do muro, similarmente como os romanos faziam. A Idade Média não
trouxe inovações expressivas no emprego de argamassas e concretos. Pelo contrário, a qualidade
dos materiais cimentíceos em geral decai, perdendo-se o uso da cal pozolânica (adição). Há
evidências de que no vale do Rio Reno, tarras, uma rocha vulcânica era adicionada à mistura. Pó de
tijolos de barro também foram utilizados para aumentar a resistência das argamassas.
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Inovações expressivas só começam a ocorrer no século XVIII no tocante ao uso de cimentos e


argamassas.

A definição moderna de cimento Portland não poderia ser aplicável ao produto que Aspdin
patenteou. O cimento Portland hoje em dia é “feito a partir da queima a altas temperaturas – até a
fusão incipiente do material – de uma mistura definida de rocha calcária e argila finamente moídas
resultando no clínquer. É duvidoso que o cimento produzido sob a patente de Aspdin de 1824 tenha
sido queimado a uma temperatura suficiente para produzir clínquer e além disso, sua patente não
define as proporções dos ingredientes empregados.

Em 1825 Aspdin estabeleceu uma fábrica de cimento em um subúrbio de Leeds. Os fornos


utilizados para queimar o material cru foram construídos em alvenaria com a forma de uma garrafa,
com aproximadamente 12m de altura e 5,6m de diâmetro próximo à base. Entretanto, estes fornos
eram bastante precários, pois havia um grande desperdício de combustível (cada fornada
necessitava que a massa inteira de tijolos fosse reaquecida e certas velocidades e direcção do vento
podiam resultar num consumo de coque acima da metade do peso de clínquer produzido) e uma
grande percentagem do produto era queimado imperfeitamente, o que requeria um tedioso e
custoso trabalho de inspecção e classificação manual.

1828 – Inglaterra

I. K. Brunel é creditada a primeira aplicação de cimento Portland, que foi utilizado para preencher
uma fenda no Túnel do Tâmisa.

1836 – Alemanha

Têm início os primeiros ensaios sistemáticos para determinação da resistência a tracção e


compressão do cimento.

1836 – George Godwin, Inglaterra

Uso do concreto é descrito por um artigo de George Godwin para o Institute of British Architects.
Segundo ele, para fundações uma mistura de cal, água e pedras podia ser utilizada, colocando-se
numa trincheira camadas alternadas de pedra e argamassa, compactando-se a mistura após o
lançamento da argamassa. É interessante notar que hoje em dia são utilizados métodos parecidos a
este para a construção de pavimentos flexíveis
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5.1.2. Presente e Futuro do Betão

O betão evoluiu muito desde o tempo de Roma. A engenharia usa concreto actualmente em campos
muito diversos, em muitos casos sob ambientes extremamente agressivos. Para se adaptar aos
novos e desafiadores usos o homem criou uma infinidade de tipos de concretos, utilizando uma
enorme gama de cimentos, agregados, adições, aditivos e formas de aplicação (armado, protendido,
projectado,…). Encontramos concreto na fundação de plataformas petrolíferas no dos oceanos ou
enterrado a centenas de metros abaixo da terra em fundações, túneis e minas a 452m acima do solo
em arranha-céus.

5.1.3. Pré-fabricação na construção civil

Segundo VASCONCELLOS (2002), não se pode precisar a data em que começou a pré-moldagem.
O próprio nascimento do concreto armado ocorreu com a pré-moldagem de elementos, fora do
local de seu uso. Sendo assim, pode-se afirmar que a pré moldagem
começou com a invenção do concreto armado.
O termo pré-fabricação no campo da construção civil possui o seguinte significado: ”fabricação de
certo elemento antes do seu posicionamento final na obra” (REVEL, 1973).
A norma NBR 9062 - Projecto e Execução de Estruturas de Concreto Pré-Moldado (ABNT, 1985)
define estrutura pré-fabricada como elemento pré-moldado executado industrialmente, mesmo em
instalações temporárias em canteiros de obra, ou em instalações permanentes de empresa destinada
para este fim que atende aos requisitos mínimos de mão-de-obra qualificada; a matéria-prima dos
elementos pré-fabricados deve ser ensaiada e testada quando no recebimento pela empresa e
previamente à sua utilização.

Segundo REVEL (1973), a pré-fabricação em seu sentido mais geral se aplica a toda fabricação de
elementos de construção civil em indústrias, a partir de matérias primas e semi-produtos
cuidadosamente escolhidos e utilizados, sendo em seguida estes elementos transportados à obra
onde ocorre a montagem da edificação. Conforme ORDONÉZ (1974), foi no período pós Segunda
Guerra Mundial, principalmente na Europa, que começou, verdadeiramente, a história da pré-
fabricação como “manifestação mais significativa da industrialização na construção”, e que a
utilização intensiva do pré-fabricado em concreto deu-se em função da necessidade de se
construir em grande escala.
16

6. Eurocódigo

Não existe actualmente qualquer documento nacional para o projecto de estruturas de alvenaria.
Espera-se que com a entrada em vigor do “Eurocódigo 6 – Projecto de estruturas de alvenaria” seja
reconhecida a importância das paredes de alvenaria no comportamento global das estruturas e seja
iniciado um novo ciclo no dimensionamento de estruturas de edifícios, tendo em conta a possível
consideração das paredes como elementos resistentes. Neste artigo apresentam-se as exigências
para os materiais, as propriedades mecânicas a adoptar em projecto e as regras para o
dimensionamento de estruturas com maior interesse no contexto nacional, nomeadamente, as
estruturas de alvenaria simples e de alvenaria confinada.

Os trabalhos de alvenaria, incluindo os respectivos revestimentos, correspondem a cerca de 15 %


do valor total da construção de edifícios. No entanto, as paredes de alvenaria têm, habitualmente,
desempenhos incompatíveis com a sua importância funcional e económica (cerca de 25% do total
das anomalias em edifícios), por insuficiências ao nível da concepção e da execução, bem como ao
nível da selecção dos materiais. Por outro lado, é por demais conhecida a situação peculiar nacional
em que o investimento em reabilitação representa apenas cerca de 10% do mercado da construção
civil, enquanto que a média europeia é de 35%. O aumento da quota do mercado da reabilitação, as
anomalias e a importância económica e funcional das paredes justificam o interesse renovado na
alvenaria. A filosofia preconizada no Eurocódigo 6 (EC6) para o dimensionamento de estruturas de
alvenaria e de acessórios de ligação consiste na garantia de condições de durabilidade e na
verificação de condições de resistência dos estados limites durante a sua execução e utilização pelo
período de vida útil do edifício.

Existem no entanto excepções para a sua aplicação, tais como: pontes e barragens de alvenaria,
arcos e cúpulas, alvenarias não aparelhadas, e alvenarias armadas com outros materiais diferentes
do aço.As paredes de alvenaria podem ser classificadas em função das suas exigências funcionais,
dosrequisitos estruturais, da posição assumida no interior da malha estrutural ou do tipo de
aparelho. De facto, se as soluções em alvenaria estrutural possuem cerca de 30% e 50% do
mercado da construção de edifícios em países como a Itália e a Alemanha, respectivamente, não
existem razões para justificar o total desprezo nacional por técnicas similares.
17

7. Dimensionamento

No dimensionamento de estruturas de alvenaria aos estados limites, deve ser desenvolvido um


modelo de cálculo tendo em conta uma adequada descrição da estrutura, dos seus materiais
constituintes e das características ambientais aplicáveis, do comportamento global da estrutura no
seu todo em de partes específicas e das acções e o modo como elas são aplicadas. Os requisitos de
estabilidade e de robustez durante o período de vida útil devem ser assegurados por uma estrutura
devidamente contraventada tendo em conta a sua configuração em altura e em planta, e de forma a
garantirem a intersecção entre as suas partes. No EC6 definem-se também efeitos originados por
imperfeições, efeitos de segunda ordem e exigências de garantia de rigidez para os elementos
verticais da direcção de análise.

Da análise dos modelos de cálculo, devem ser obtidos para qualquer elemento os esforços axiais
originados pelas acções verticais, os esforços de corte originados pela acções verticais e/ou
horizontal, as excentricidades das acções verticais e os esforços de flexão, originados pelas acções
verticais ou acções laterais.

7.1. Outros aspectos no dimensionamento da alvenaria e de detalhe construtivo.


As estruturas de alvenaria devem garantir a verificação dos estados limites de utilização. No EC6
apresentam-se diversas condições para garantia da limitação das deformações e para a não
ocorrência da fendilhação de elementos de importância considerável. São apresentadas limitações
geométricas de elementos de alvenaria, em função das suas condições de apoio a elementos ou
paredes adjacentes.
Apresentam-se ainda condições específicas para a dimensão de aberturas de forma a garantirem um
comportamento global eficaz da parede, bem como valores recomendáveis dimensões de
sobreposição de unidades de alvenaria, de espessura de juntas. Para estruturas de alvenaria
confinada são ainda apresentados detalhes de armaduras e de amarração considerados adequados
para minimizar efeitos da deformação localizada nas paredes, bem como valores para áreas
mínimas de armaduras a colocar em elementos de confinamento e dimensões para estes elementos.
No EC6 são referidas ainda outras exigências, tais como:
 Exigências de durabilidade pelo período de vida útil do edifício, quer dos materiais e da
estrutura, quer da garantia da segurança estrutural, quer das funções para as quais é feito o
dimensionamento;
 Propriedades mecânicas e exigências para componentes auxiliares usados na execução de
paredes de alvenaria, tais como, barreiras de estanquidade, ligadores de parede, ligadores de
18

topo de parede a lajes, grampos e cantoneiras de suporte, lintéis pré-fabricados e


dispositivos de pré-esforço.

7.2. A Estrutura do Eurocódigo 2 e Aspectos a Salientar

Naturalmente que tendo a teoria do comportamento das estruturas de betão armado sido
estabelecida no início do século XX e a filosofia de dimensionamento das estruturas aos estados
limites sido estabelecida nos anos 60 (1960) é natural que uma nova regulamentação não introduza
alterações profundas mas apenas alguns refinamentos e actualizações. De entre estas referem-se a
evolução nas propriedades dos materiais (nomeadamente o aumento da classe de resistência dos
betões) e o tratamento da durabilidade das estruturas.
Importa salientar que este Eurocódigo não inclui as disposições especiais em zonas sísmicas as
quais são tratadas no EC8. Assim o capítulo do REBAP sobre estruturas de ductilidade melhorada
(Cap XII) (que estabelece conceitos e critérios básicos para um dimensionamento adequado em
zonas sísmicas) não tem equivalente no EC2 mas sim no EC8.

Por outro lado a matéria relativa à execução de estruturas (Cap XIII e XIV do REBAP) também
não é tratado no EC2 mas sim na EN13670.
De uma forma global pode afirmar-se que em termos de resultados práticos a alteração do REBAP
para o EC2 não é significativa. Ou seja uma estrutura bem concebida e dimensionada de acordo
com o REBAP também, a menos de pequenos pormenores, estará bem dimensionada de acordo
com o EC2.

7.3. Estados Limites Últimos


Para os estados limites últimos de flexão simples ou composta apenas há a referir a diferença que
se obterá aplicando os valores do EC2 para a resistência máxima de cálculo do betão (fcd em vez
de 0.85 fcd no REBAP).
Para o esforço transverso em peças com armaduras transversais o modelo adoptado é designado
pelo método da treliça de inclinação variável não existindo termo correctivo como no REBAP.
Para o dimensionamento de estruturas de betão armado deverá em geral adoptar-se um ângulo θ da
ordem dos 30° e para as estruturas de betão armado pré-esforçado um ângulo θ da ordem dos 25°.
Para o punçoamento a verificação da segurança é realizada num perímetro de controlo situado a 2d
da fase do apoio sendo a capacidade resistente em termos de tensão igual à das peças sujeitas a
esforço transverso (sem armaduras transversais).
19

O efeito da excentricidade é considerado com base num método plástico da distribuição das
tensões de corte o que conduz em geral a valores da tensão máxima actuante de corte menos
gravosas do que as que se obtinham por aplicação do REBAP.
No capítulo 6 do EC2 estão ainda apresentadas as bases de cálculo do modelo de escoras e tirantes
cujo interesse pedagógico e prático é de salientar. Com efeito nas regiões em que não é aplicável a
teoria das peças lineares estes modelos constituem uma alternativa de cálculo do maior interesse e
de uma forma explicita estabelecem a necessária relação entre o cálculo e a pormenorização das
armaduras.

7.4. Estados Limites de Utilização

Os limites considerados para a máxima abertura de fendas são superiores aos adoptados no
REBAP. É introduzido o conceito de armaduras mínimas não só para peças sujeitas à flexão mas
para qualquer outra situação de zonas traccionadas em peças de betão armado.
Essa armadura mínima pretende apenas garantir que quando ocorra a fendilhação a força que era
suportada pelo betão à tracção passa a ser absorvida por armaduras sem que estas entrem em
cedência. Em geral se se pretender garantir uma boa ductilidade às estruturas e se se pretender
controlar a fendilhação a níveis moderados há que adoptar armaduras superiores a esses mínimos
sendo para o controlo da fendilhação apresentados quadros de verificação (7.2 e 7.3 do EC2) que
permitem dispensar o cálculo explícito de abertura de fendas, controlando o valor de tensão no aço
e o diâmetro (ou espaçamento) das armaduras.

7.5. Pormenorização das Armaduras


No que se refere ao diâmetro de dobragem das armaduras o EC2 indica os requisitos a verificar
para que se evitem danos no aço (o diâmetro de dobragem deve ser no mínimo 4φ para φ ≤ 16mm e
7φ para φ > 16mm) ou para que se evite fendilhação no betão quando a zona de dobragem está
sujeita a tensões significativas. Neste caso o diâmetro de dobragem é dado pela expressão 8.1 do
Nas situações em que mais de 50% das armaduras são emendadas numa mesma secção ou a
distância entre armaduras a emendar é inferior a 10φ as referidas armaduras transversais deverão
ter a forma de U, ancoradas no interior da secção.
No que se refere à pormenorização de armaduras em vigas importa assinalar os seguintes aspectos:
A amarração das armaduras na face inferior de apoios intermédios não requer, em geral,
continuidade dessas armaduras. Naturalmente que se existirem momentos positivos sobre os apoios
ou se estabelece continuidade de armaduras ou é realizada a necessária emenda.
20

Em secções de grande largura a distância entre ramos de armaduras transversais não devem
exceder 60cm, não sendo no entanto necessário que essa distância seja aplicável a um mesmo
estribo. As armaduras transversais de esforço transverso não necessitam de ser fechadas (estribos
fechados) mas nesse caso os ganchos dos estribos devem estar devidamente ancorados para o
interior da secção.

7.6. Estruturas pré-fabricadas. Estruturas de betão leve e estruturas de betão simples ou


fracamente armado
A generalidade do texto do EC2 é também aplicável às estruturas pré-fabricadas. No capítulo 10
salientam-se alguns aspectos específicos deste tipo de processo construtivo. Assim trata-se do
efeito de cura térmica nas propriedades do betão (conceito de maturidade do betão tratado no
Anexo B) e nas perdas de tensão dos aços de pré-esforço e apresentam-se diversos aspectos
relacionados com as ligações entre elementos e com as condições de apoio.
No capítulo 11 indicam-se as modificações dos vários capítulos do EC2 quando se adoptam betões
de agregados leves.
No capítulo 12 indicam-se as modificações aos vários capítulos do EC2 quando se adoptam
estruturas de betão simples ou fracamente armadas. Os Eurocódigos 0 e 1 (EN 1990, EN 1991),
que substituíram o Regulamento de Segurança e acções para Estruturas de Edifícios e Pontes
(RSAEEP) na quantificação das principais acções a que uma estrutura está sujeita, como sejam a
sobrecarga de utilização, o vento e a neve, trouxeram uma uniformização das metodologias de
concepção e dimensionamento estrutural a nível da União Europeia. A Suíça é um dos poucos
países da Europa que, não fazendo parte da União Europeia, continua a seguir normas de
dimensionamento internas, as SIA – Société Suisse des Ingénieurs et des Architectes.
A segurança estrutural é um dos factores importantes da construção. Para garantir esta segurança
há a necessidade de dotar a estrutura de capacidade resistente adequada. Uma das etapas iniciais do
processo de dimensionamento consiste na quantificação e combinação das diferentes acções. São
abordados ainda, no presente trabalho, os vários métodos de combinação da acção, bem como as
principais acções a considerar no dimensionamento estrutural. Os três regulamentos são analisados
e comparados para as diferentes acções.

Esta investigação envolveu o estudo das normas e o processo de obtenção das acções associadas à
neve, ao vento e às sobrecargas de utilização actuantes na estrutura. Faz também parte deste
trabalho a realização de folhas de cálculo automático através do Software Microsoft Excel para a
determinação das diferentes acções aqui analisadas.
21

Por fim, é analisado um caso de estudo de um edifício real para validar as referidas folhas de
cálculo e analisar as principais diferenças existentes entre as normas. O sector da construção tem
vindo a mudar para dar resposta às crescentes necessidades das populações. A segurança é um dos
factores fundamentais na construção e o aparecimento de regulamentos e normas de
dimensionamento contribuem para garantir essa segurança. Com a formação da União Europeia, e
com o desaparecimento das fronteiras, assistiu-se à crescente preocupação na homogeneização das
normas de maneira a que um profissional de qualquer um dos estados-membros pudesse
dimensionar estruturalmente obedecendo a normas uniformizadas.

Dessa forma, o Comité Europeu de Normalização (CEN) procurou criar um conjunto de normas
articuladas e comuns a todos os países para incentivar o mercado interno europeu. Essa família de
normas é denominada por Eurocódigos e é constituída por 10 normas, em que cada uma é,
geralmente, organizada em distintas partes. Para efeito deste estudo serão analisadas as normas EN
1990 [1] e EN 1991 [2], intituladas bases para o projecto de estruturas e acções em estruturas,
respectivamente.

A primeira norma (EN 1990) diz respeito à combinação das acções, isto é, consiste num arranjo
probabilístico de ocorrência de uma determinada acção com acontecimento de uma outra em
simultâneo. Este procedimento simula a actuação das várias acções para um cenário extremo de
forma a manter uma margem aceitável de segurança estrutural. Como é natural, um edifício está
sujeito a acções exteriores provenientes do clima, tal como a ocorrência de queda de neve, o vento,
as mudanças de temperatura, entre outros, pelo que existe a necessidade de dotar o edifício de
capacidade resistente adequada face às acções previsíveis. Para tal é necessário combinar as acções
entre si de forma a varrer o maior número de hipóteses de solicitação, e assegurar que o edifício
estará preparado para suportar os efeitos dessas acções, a menos de uma diminuta probabilidade de
ruína tida como aceite. Para que seja possível analisar todos os casos possíveis, evitando contudo o
sobredimensionamento da estrutura com consequências ao nível da economia da construção, é
considerada uma acção variável que actuará na totalidade (denominada por acção de base da
combinação) enquanto as restantes acções variáveis são afectadas por um coeficiente reduzindo a
sua participação. Este procedimento deve-se ao fato de ser inverosímil a ocorrência plena e
simultânea das diferentes acções na sua totalidade. Assim, cada combinação de acções corresponde
a um cenário ou hipótese real de carga.
22

A segunda norma (EN 1991) trata da quantificação das acções na estrutura, de forma a definir as
solicitações elementares que a estrutura deverá suportar. O presente estudo apenas irá abordar três
acções, sendo elas as acções devidas à sobrecarga de utilização em edifícios, ou seja, a acção que o
edifício deverá suportar devido à sua utilização, a acção da neve nas diferentes zonas do edifício, e
por fim a acção do vento na estrutura. Num mundo globalizado, o sector da construção teve e
continua a ter a necessidade de se expandir e ganhar mobilidade o que nos torna cada vez mais
competitivos. A procura de mercados externos por parte das empresas portuguesas e dos técnicos
ligados ao sector da construção civil surgiu como uma resposta à estagnação que se verifica em

Portugal. Assim, o presente trabalho pretende dar um contributo no sentido de estabelecer a ponte
entre duas realidades normativas bem distintas. Entender a regulamentação vigente num outro país
contrapondo com a utilizada em Portugal e na Europa é, por certo, uma mais-valia.
A pesquisa bibliográfica feita sobre o tema revelou que este género de análise não foi ainda
conduzido. Dada a escassez de informação, foi estabelecido contacto com o responsável pela
comissão de revisão das normas suíças SIA 260 e SIA 261, o Professor Pierino Lestuzzi, com o
objectivo de obter mais informações acerca do tema. A referida comissão está presentemente a
trabalhar nestas matérias, sendo portanto um tema ainda em desenvolvimento.

Assim, o presente trabalho pretende dar um contributo no tema da comparação dos regulamentos
estruturais. A abordagem inicial assentava num processo de análise paramétrica das normas, sendo
o objectivo a inclusão das normas EN 1990 e EN 1991, bem assim como a utilização dos Anexos
Nacionais suíços. Esta ideia foi barrada com a falta dos Anexos Nacionais referentes ao território
helvético, tornando impossível estabelecer uma comparação directa na ausência dos parâmetros
específicos desse país. Sucessivos contactos com os responsáveis pela comissão de implementação
dos Anexos Nacionais suíços advertiram que, à data, a referida comissão trabalha nessas matérias
pelo que não é ainda possível facultar as informações necessárias para a progressão da ideia inicial.
Dessa forma, deu-se início à comparação das diferentes normas baseada na consideração de locais
semelhantes do ponto de vista climatérico, sendo a altitude e os parâmetros de carácter semelhante
entre os dois locais escolhidos.
Os Eurocódigos reconhecem a responsabilidade das autoridades regulamentadoras de cada Estado-
Membro e salvaguardaram o seu direito de estabelecer os valores relacionados com questões de
regulamentação da segurança, a nível nacional, nos casos em que estas continuem a variar de
estado para estado.
23

8. Estatuto e campo de aplicação dos Eurocódigos


Os Estados-Memeuos da UE e da EFTA reconhecem que os Eurocódigos servem de documentos
de referência para os seguintes efeitos:
 Como meio de comprovar a conformidade dos edifícios e das obras de engenharia civil com
as exigências essenciais da Directiva 89/106/CEE do Conselho particularmente a Exigência
Essencial n.º 1 – Resistência mecânica e estabilidade – e a Exigência Essencial n.° 2 –
Segurança contra incêndios;
 Como base para a especificação de contratos de trabalhos de construção e de serviços de
engenharia a eles associados;
 Como base para a elaboração de especificações técnicas harmonizadas para os produtos de
construção (EN e ETA).
Os Eurocódigos, dado que dizem respeito às obras de construção, têm uma relação directa com os
documentos interpretativos(2) referidos no artigo 12º da DPC, embora sejam de natureza diferente
da das normas harmonizadas relativas aos produtos(3). Por conseguinte, os aspectos técnicos
decorrentes dos Eurocódigos devem ser considerados de forma adequada pelas Comissões
Técnicas do CEN e ou pelos grupos de Trabalho da EOTA envolvidos na elaboração das normas
relativas aos produtos, tendo em vista a obtenção de uma compatibilidade total destas
especificações técnicas com os Eurocódigos.

Os Eurocódigos fornecem regras comuns de cálculo estrutural para a aplicação corrente no projecto
de estruturas e dos seus componentes, de natureza quer tradicional quer inovadora. Elementos
construtivos ou condições de cálculo não usuais não são especificamente incluídos, devendo o
projectista, nestes casos, assegurar o apoio especializado necessário.
24

9. Conclusões

Concluindo, este trabalho procurou mostrar explicar a história e a evolução do betão duma
forma resumida, portanto o sucesso do betão armado como material estrutural deve-se a
combinação das capacidades resistentes do concreto e do aço das armaduras. Na
idealização estrutural, o concreto, devido a sua excelente resistência a compressão, ocupa
as partes comprimidas nas pecas de concreto armado, enquanto o aço, que apresenta
excelente resistência a tracção, e disposto nas partes traccionadas, principalmente. E o que
ocorre em vigas, por exemplo. Em virtude de sua baixa resistência a tracção, o concreto
fissura na zona traccionada do elemento estrutural.
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10. Referências bibliográficas

BUNJEY, J.- The testing of concrete in structures, Surrey University Press, 2nd Edition,
Glasgow
COUTINHO, A.; GONÇALVES, A. – Fabrico e Propriedades do Betão Volume I.
Lisboa, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 1994.
COUTINHO, A.; GONÇALVES, A. – Fabrico e Propriedades do Betão Volume II.
Lisboa, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 1994.
COUTINHO, A.; GONÇALVES, A. – Fabrico e Propriedades do Betão Volume II.
Lisboa, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 1994.
Elliott, Cecil D.The Development of Materials and Systems for Buildings, The MIT
Press, Cambridge, Massachusetts, 1992.
FUSCO, Péricles Brasiliense. Estruturas de concreto - solicitações tangenciais. Ed. PINI.
MARK, ROBERT. Architectural technology up to the scientific revolution: the art and
structure of large-scale buildings, The MIT Press, Cambridge, Massachusetts, 1993.

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