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Cleire de Sales Bessa Carneiro

OAB-CE 22477-D

ILUSTRÍSSIMO SENHOR SUPERINTENDENTE DA SEMACE

AUTO DE INFRAÇÃO M 201710300101-AIF


Termo de Apreensão e Depósito nº 201710300101-TRM
SPU nº 7948426/2017

CRISTINA FARIAS PEREIRA – CERÂMICA DARA, CNPJ N°


04.349.946/0001-19, com sede RODOVIA CE 057, S/N, KM 03, ZONA RURAL, Cidade
de Santa Quitéria, Estado do Ceará, vem através de seu advogado, conforme
Procuração, em anexo, apresentar DEFESA ADMINISTRATIVA, com o intuito de
contestar AUTO DE INFRAÇÃO nº M 201710300101-AIF, lavrado em seu desfavor, o
que passa a fazer pelos fatos e fundamentos jurídicos adiante esposados:

BREVE ESCORÇO FÁTICO

Consta do Auto de Infração acima referenciado que no dia 30 de


outubro de 2017, CRISTINA FARIAS PEREIRA – CERÂMICA DARA, foi autuada e
multada no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais) por supostamente "ter em depósito
20 estéreos de lenha nativa sem licença válida para todo o tempo de armazenamento
(DOF) outorgada pela autoridade ambiental competente".

Segundo o Auto de Infração, estaria a acusada incursa nos artigos


70, e 72, II, IV da Lei nº 9.605/98 e artigo 47, § 1º do Decreto 6514/2008. Em razão, foi
igualmente, lavrado o Termo de Apreensão e Depósito nº 201710300101-TRM de 20
(vinte) estéreos de lenha nativa, ficando o Requerente Fiel Depositário da referida
lenha. (O fiscal Ambiental atribuiu o valor da lenha em R$ 160,00(cento e sessenta
reais).

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DAS PRELIMINARES

1. -A Empresa autuada, é detentora da Licença de Operação nº


110/2014-DICOP-GECON outorgada pela SEMACE no dia 13/02/2014, com validade até
12/02/2018.

2. - Teve seu Pátio bloqueado por falta de movimentação em razão


de, temporariamente, haver paralisado sua cadeia produtiva em consequência da
aguda escassez de recursos hídricos na região, bem como a manifesta crise
econômica brasileira.

3. -A demandante vem gradativamente buscando reativar sua linha


de produção, para tanto está providenciando a reativação de pátio e demais ações
inerentes á fabricação de produtos cerâmicos.

4. -Cumpre destacar que a quantidade de estéreos encontrada no


pátio da cerâmica (20 estéreos de lenha nativa) se refere a uma quantidade
remanescente de lenha, recebida antes da paralização das atividades da indústria de
cerâmica em referencia.

5. -Desta forma, o Auto de Infração supramencionado, é


improcedente, diga-se de passagem, lavrado que foi sem análise do substrato do
caso concreto, além da ausência de uma adequada fundamentação legal e técnica,
descumprindo as formalidades legais e ao arrepio da legislação vigente em nosso
País.

6. -A Demandante Requer as prerrogativas da INSTRUÇÃO


NORMATIVA SEMACE Nº01/2013 que institui a natureza prioritariamente
orientadora da fiscalização, quando tratar-se de microempresas e às empresas de
pequeno porte no âmbito do Estado do Ceará.

7. -O Requerente ficou como fiel depositário dos 20 estéreos de


lenha apreendidos, contudo, requer que dentro de um prazo razoável a SEMACE

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recolha referida madeira, haja vista, a mesma estar exposta ao sol, chuva e sereno,
podendo comprometer a viabilidade de sua utilização futura, pela ação do tempo.

DOS FUNDAMENTOS

Nulidades que fulminam o Auto de Infração que gerou a multa

No dia 30 de outubro de 2017 os Fiscais da SEMACE adentraram a


propriedade de CRISTINA FARIAS PEREIRA – CERÂMICA DARA, apreendendo 20 St
de lenha nativa para qual a Requerente foi designada Fiel depositária. Após a
lavratura do Auto, os Fiscais cominaram Multa no valor 6.000,00 (seis mil reais)
fato que não coaduna com os dispositivos legais aplicáveis à espécie.

Tal procedimento, além de errôneo, mostra-se tendencioso, pois


realiza julgamento antecipado da lide. É sabido que a Multa é uma sanção, e como
tal, deve ser expedida após regular Processo Administrativo, dando ampla defesa ao
Autuado. É sabido, também, que o Autuado, tal qual um indiciado ou réu, defende-
se dos fatos narrados e não dos tipos infirmados num processo. Então, como
defender-se de fatos se os mesmos não estão narrados em todas as suas
circunstâncias?

Também, ao graduar a Multa, o Fiscal não obedeceu aos preceitos


do Decreto Federal nº 6.514/2008. Não fundamentando sua conduta. Vejamos o que
diz o Decreto em comento:
Art. 4º - O Agente Autuante, ao lavrar o Auto de Infração indicará as
sanções estabelecidas neste Decreto, observando: (Redação dada
pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
I - gravidade dos fatos, tendo em vista os motivos da infração e suas
conseqüências para a saúde pública e para o meio ambiente;
II - antecedentes do infrator, quanto ao cumprimento da legislação
de interesse ambiental; e
III - situação econômica do infrator.

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Importa ser dito que, as sanções impostas pelo Administrador aos


administrados devem guardar uma relação de proporcionalidade e razoabilidade
com a infração cometida. A multa apresenta-se juridicamente incabível, diante da
ausência de qualquer prejuízo causado pela ação do Recorrente.

Além do narrado acima, todo o procedimento Administrativo parte


da premissa de que ao Poder Público foi delegada a atividade de polícia
administrativa, de sorte que lhe compete constatar a existência de fatos que se
configurem em infrações, no momento em que são cotejados com o ordenamento
legal vigente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como se não bastasse todo o alegado, ainda, há mais a informar a


essa Autarquia, com o intuito de sepultar a pretensão vertida, no valor da Multa.
Primeiramente, para reforçar, informa-se que o Peticionante não é
reincidente específico e contumaz em infrações ambientais. Trata-se de
microempresa rural que busca manter-se através da força de trabalho.

Sabe-se que a sanção pecuniária, assim como qualquer sanção


jurídica, tem por escopo desestimular o possível infrator do descumprimento da
correta conduta a que estiver sujeito, estimulando- se assim o "andar" correto, em
total sintonia com a legislação vigente.

Tem, pois, a sanção pecuniária, essa finalidade, mas só essa. A


Multa não pode ser utilizada com intuito arrecadatório, valendo- se como tributo
disfarçado.

Cumpre, ainda, citar os Artigos 16 e 18 da Instrução Normativa


SEMACE n.º 02, de 20 de outubro de 2010:

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Artigo16: São consideradas circunstâncias atenuantes:


I - baixo grau de instrução ou escolaridade do autuado;
II - arrependimento eficaz do infrator, manifestado pela espontânea
reparação e contenção do dano, limitação significativa da
degradação ambiental causada ou apresentação de denúncia
espontânea;
(...)
IV - colaboração com a fiscalização, explicitada por não oferecimento
de resistência, livre acesso a dependências, instalações e locais de
ocorrência da possível infração e pronta apresentação de
documentos solicitados.
Art. 18. A autoridade julgadora verificando a existência de
circunstâncias atenuantes deverá readequar o valor da multa,
minorando-a, considerando os seguintes critérios:
I - em até 25% (vinte e cinco por cento) na hipótese do inciso I do art.
16;
II - em até 50% (cinqüenta por cento) na hipótese do inciso II do art.
16;
III - em até 10 % nas hipóteses dos incisos III e IV do art.16.
§1º Havendo mais de uma circunstância atenuante, a autoridade
julgadora deverá aplicar aquela em que o percentual de redução seja
maior.
§2º Quando o valor da multa for determinado por uma unidade de
medida, sem o estabelecimento de um valor máximo, e a multa
aplicada se mostrar desproporcional em relação à gravidade da
infração e capacidade econômica do infrator, comprovada nos
autos, o reconhecimento das atenuantes poderá implicar na
redução da multa para valores aquém do valor unitário
multiplicado pelo quantitativo total.

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Por fim, cumpre mencionar ser prerrogativa constitucional (Art. 170


- CF) o tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob
as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País, como é o caso de
CRISTINA FARIAS PEREIRA – CERÂMICA DARA. (ver anexos)

DOS PEDIDOS

Assim, solicita-se:
a) Nulidade do AUTO DE INFRAÇÃO nº M 201710300101-AIF,assim
como do Termo de Apreensão/Depósito M 201710300101-TRM;

b) Liberação do material apreendido, caso contrário, que a lenha


seja recolhida pela SEMACE, haja vista a mesma estar exposta, ao sol, chuva e
sereno, podendo comprometer a viabilidade de sua utilização futura, pela ação do
tempo, afetando, de tal sorte, a responsabilidade do Fiel depositário do material em
comento.

Nestes termos, espera deferimento.


Fortaleza- CE, 14 de novembro de 2017.

CLEIRE DE SALES BESSA CARNEIRO


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