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CAP 02 – O PROCESSO DE TROCAS

As trocas de mercadorias refletem a vontade dos agentes em possuírem a mercadoria do outro e vice-versa.
A isso damos o nome de relação econômica. As pessoas são personificações das relações econômicas ou
representantes de mercadorias.

Para o proprietário, a mercadoria não possui valor de uso direto, pois se tivesse não a levaria ao mercado
para ser trocada. Ela terá, assim, valor de uso para outros, sendo que dessa forma para o seu proprietário
terá apenas valor de troca.

Portanto, todas as mercadorias precisam mudar de mãos, essa mudança de mãos constitui sua troca que as
realiza como valores (de troca), antes de se realizaram como valores de uso, para o seu adquirente.

Contudo, antes das mercadorias poderem se realizar como valor de troca, elas precisam evidenciar que são
valores de uso, pois o trabalho nelas dispendido só conta se foi empregado em forma útil para os
outros. Só através da troca se pode provar que este é útil aos outros, ao satisfazer as necessidades alheias.

Marx explica que para o possuidor de mercadoria cada mercadoria alheia é um equivalente particular da
sua, e sua mercadoria, é um equivalente geral de todas as outras. Mas todos os possuidores de mercadorias
pensam assim.

Apenas a ação social pode fazer de uma determinada mercadoria um equivalente geral, ou seja, útil para
todo e qualquer agente econômico. Assim essa mercadoria, eleita para ser equivalente geral, vira dinheiro.

Os produtos do trabalho se convertem em mercadorias no mesmo ritmo em que determinada mercadoria se


transforma em dinheiro.

A transformação em mercadorias ocorre somente após a existência deste como valor de uso, e quando a
quantidade desse valor de uso ultrapassa as necessidades de seu possuidor. Contudo, com o tempo, passa-se
a fazer-se para a troca, intencionalmente, pelo menos parte dos produtos do trabalho. A partir desse
momento, se estabelece claramente a distinção entre utilidade das coisas para fins imediatos e sua utilidade
tendo em vista a troca. Seu valor de uso dissocia-se de seu valor de troca.

Denomina-se dinheiro uma mercadoria adotada e empregada como equivalente de todas as diferentes
mercadorias. Assim, o dinheiro é apenas um reflexo das relações existentes entre todas as mercadorias em
uma única mercadoria.

Essas mercadorias usadas como dinheiro possuem dois valores de uso: (1) o seu específico, e (2) o valor de
uso formal que decorre de sua função social de equivalente geral.

O processo de troca dá à mercadoria dinheiro, não o valor dela, mas sua forma específica de valor. A
confusão entre estes dois valores leva à falsa ideia de que a forma dinheiro de uma coisa é exterior à
própria coisa, mas na verdade é simplesmente uma forma de manifestar as relações humanas ocultas na
coisa. O valor de cada mercadoria é o trabalho humano nela dispendido.

Semelhante a qualquer outra mercadoria, a moeda não pode exprimir sua própria grandeza de valor, a não
ser relativamente nas outras mercadorias. Quando entra em circulação como dinheiro, seu valor já está
fixado.

O problema é que, aparentemente, o dinheiro parece possuir a forma de equivalente geral como
propriedade social de sua natureza independentemente da relação com outras mercadorias. Essa falsa
aparência se consolidou com a adoção de determinada mercadoria como dinheiro, ou seja, como
equivalente geral.
“Segundo essa aparência ilusória, uma mercadoria não se torna dinheiro somente porque todas as
outras nela representam seu valor, mas, ao contrário, todas as demais nela expressam seus valores,
porque ela é dinheiro. Ao se atingir o resultado final, a fase intermediária desaparece sem deixar
vestígios. As mercadorias, então, sem nada fazerem, encontram a figura do seu valor, pronta e acabada,
no corpo de uma mercadoria existente fora delas e ao lado delas. Ouro e prata já saem das entranhas da
terra como encarnação direta de todo o trabalho humano. Daí a magia do dinheiro. Os homens procedem
de maneira atomística no processo de produção social e suas relações de produção assumem uma
configuração material que não depende de seu controle nem de sua ação consciente individual. Esses
fenômenos se manifestam na transformação geral dos produtos do trabalho em mercadorias,
transformação que gera a mercadoria equivalente universal, o dinheiro. O enigma do fetiche do dinheiro
é, assim, nada mais do que o enigma do fetiche mercadoria em forma patente e deslumbrante” (MARX,
2016, p. 117).

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