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Universidade Federal de São João Del Rei – NEAD

Curso Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho

Higiene do Trabalho C (HTC) – Tarefa 3: Medidas de Biossegurança x Risco


Biológico

DIEGO DA SILVA MÉGDA

ALTEROSA – MG
Agosto de 2019

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Tarefa 3 – Como medidas de biossegurança, como uso de máscara, óculos e
lavagem das mãos, podem diminuir o risco biológico?

Para melhor entendimento cabe definir inicialmente o que é risco biológico.


Portanto o risco biológico é definido como a probabilidade da exposição ocupacional a
agentes biológicos como microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas
de células; os parasitas; as toxinas e os príons. Os príons, por sua vez, são proteínas que
se mostram capazes de autorreplicação apesar de, para isso, alterar o metabolismo celular.
São responsáveis por inúmeras doenças em animais e no ser humano (doenças priônicas),
todas elas fatais1,2.
De forma ampla, a Biossegurança é o conjunto de procedimentos, ações, técnicas,
metodologias, equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos
inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e
prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio
ambiente ou a qualidade dos trabalhadores3.
A partir dos conceitos de risco biológico e biossegurança, nota-se uma relação
direta entre atos e condições que podem expor os trabalhadores ao contato com inúmeros
agentes biológicos, e medidas preventivas e protetivas adotadas na biossegurança, de
modo a evitar ou minimizar tal risco. Portanto, no campo da higiene ocupacional, a
biossegurança tem o papel fundamental de definir medidas e normas de segurança com o
intuito de evitar a exposição do trabalhador, minimizando ou eliminando os riscos
biológicos.
Algumas medidas adotadas em biossegurança como meio de controle e prevenção
do risco biológico são: higienização das mãos; utilização de equipamentos de proteção
individual (EPIs), como aventais, gorros, luvas, máscaras, protetores oculares, sapatos e
botas; e métodos e procedimentos adotados, definidos com procedimentos padrões e boas
práticas no campo da saúde e segurança do trabalho, com o intuito de reduzir a exposição
ocupacional a agentes biológicos. A seguir será tratada cada uma dessas medidas e como
elas podem diminuir o risco biológico.

1. Higienização das mãos: a higienização das mãos é um ato já consolidado


principalmente na área da saúde, em que é reconhecida mundialmente como medida
primária, e muito importante, na prevenção de transmissão de microrganismos. No Brasil,
a Agência Nacional de Vigilância Sanitária tem empreendido uma série de ações para

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disseminar a cultura de higienização das mãos e fornecer subsídios técnicos e
informativos aos gestores e profissionais que atuam nos serviços de saúde e no Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS)4,5.
Reconhecidamente, a prática da higienização das mãos reduz significativamente
a transmissão de microrganismos e consequentemente, diminui a incidência das infecções
preveníveis. Para a correta prevenção da transmissão de microrganismos como vírus,
bactérias e fungos através da higienização das mãos, são necessários três elementos: o
agente tópico com eficácia antimicrobiana, como sabonetes, álcool e outros produtos
químicos, como o gluconato de clorexidina, o iodo, triclosan, dentre outros que atuam
como antisséptico; procedimento adequado ao utilizar o agente tópico (com técnica
adequada e no tempo preconizado) e adesão regular no seu uso (nos momentos
indicados)6.

2. Utilização de EPIs: O uso de EPIs para proteção contra agentes biológicos não se
restringe somente à proteção dos profissionais de saúde, mas também se destina à redução
do risco de transmissão de microrganismos em todos os locais em que há a possibilidade
de exposição ocupacional ao agente biológicos (fungos, bactérias, vírus, protozoários,
parasitas, dentre outros).
Alguns EPIs necessários para proteção do trabalhador contra a transmissão de
agentes biológicos e, portanto, diminuição do risco biológico são: luvas, máscaras, gorros,
óculos de proteção, aventais e botas. A Norma Regulamentadora NR 32, na qual trata da
segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, apresenta diversos itens relacionados
a utilização e manutenção de EPIs para que o risco biológico seja reduzido ou eliminado.
Um ponto importante destacado pela NR 32 está no item 32.3.9.4.3, em que informa que
devem ser elaborados manuais de procedimentos relativos à limpeza, descontaminação e
desinfecção de todas as áreas, incluindo superfícies, instalações, equipamentos,
mobiliário, vestimentas, EPI e materiais7.
Estudos, como o destacado por Carvalho, et al 2009, mostram que os uniformes e
aventais podem ser um veículo potencial para transmissão de microrganismos, o que pode
vir a causar infecções associadas a cuidados de saúde. Portanto a correta utilização e
higienização dos EPIs são práticas necessárias para a minimização de exposição ao risco
biológico.
Os EPIs como gorros e aventais são utilizados, portanto, para que não ocorra a
transmissão de microrganismos para outras áreas, fora do local em que está presente o

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risco biológico, e para evitar que o agente biológico não entre em contato com a pele e
couro cabeludo do trabalhador. Além disso, o uso de gorros e aventais pode estar
associado à prevenção da contaminação de materiais, como alimentos, em operações de
processamento de leite e derivados, por exemplo, ou no estudo envolvendo cultura de
bactérias9.
Quanto ao uso de protetores para a face, incluindo olhos, boca e nariz, sempre que
determinado procedimento for potencialmente gerador de aerossóis e respingos,
provenientes de materiais biológicos, deverá ser utilizada proteção para o rosto (máscaras,
protetor facial e óculos de proteção). Essa prática é bastante evidente principalmente no
setor hospitalar, em que pode haver o contato com fluidos biológicos de pacientes
contaminados, como sangue, sêmen, secreções, lágrima, saliva dentre outros10.
Apesar dos sapatos de segurança serem destinados principalmente a proteção
contra impactos, perfurações, agentes químicos e umidade, a NR 32, em seu item 32.2.4.5,
letra “e”, destaca que o empregador deve proibir o uso de calçado aberto pelo trabalhador
que se encontra sujeito a riscos biológicos, ou seja, probabilidade da exposição
ocupacional a agentes biológicos. Portanto a utilização de sapato fechado e botas são
considerados procedimentos normatizados, com o intuito de proteger o trabalhador não
só de riscos químicos e físicos, mas também contra de risco biológicos7.
Outro EPI de grande importância para a proteção contra agentes biológicos são as
luvas. Estas devem ser utilizadas para prevenir a contaminação da pele, das mãos e
antebraços com material biológico, durante a prestação de cuidados aos pacientes em
unidades de saúde, durante a manipulação de instrumentos e superfícies nestas unidades,
ou durante a manipulação de material biológico em qualquer processo produtivo ou
laboratorial. Deve ser usado um par de luvas exclusivo por usuário, descartando-o após o
uso. Deve-se destacar que o uso das luvas não elimina a necessidade de lavar as mãos. A
higienização das mãos deve ser realizada antes e depois do uso das luvas, uma vez que
estas podem apresentar pequenos defeitos, não aparentes ou serem rasgadas durante o
uso, provocando contaminação por agentes biológicos das mãos durante a sua remoção.
Além disso, os microrganismos multiplicam-se rapidamente em ambientes úmidos, por
isso é sempre necessário verificar as condições das luvas antes de seu uso11,12.

3. Boas práticas: O maior problema relacionado aos riscos em laboratórios, unidades


de saúde e processos produtivos, não está não está nas tecnologias disponíveis para
eliminar ou minimizar riscos biológicos e sim no comportamento dos profissionais. Como

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mencionado por Penna et. al 2010 (apud AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA
SANITÁRIA, 2005, p. 561) e indispensável relacionar o risco de acidentes às boas
práticas cotidianas dentro de um laboratório. Não basta haver sistemas modernos de
esterilização do ar ou câmaras de desinfecção das roupas, como aventais, por exemplo,
se o profissional não lavar suas mãos com a frequência adequada ou o lixo for descartado
de maneira errada.
Entretanto, é sim de suma importância que o local de trabalho seja provido de
ferramentas e meios para a proteção contra agentes biológicos. Além da implantação de
um programa de biossegurança bem difundido entre todos os trabalhadores, e barreiras
primárias de proteção, como os EPIs, são necessárias as barreiras secundárias, que dizem
respeito às condições e instalações do local de trabalho, de modo a evitar ao máximo a
exposição ocupacional à agentes biológicos por um grande número de trabalhadores; e a
adoção de boas práticas seja em laboratório, unidades de saúde e processos produtivos de
modo a reduzir o risco associado à exposição à agentes biológicos no ambiente de
trabalho.

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Referências Bibliográficas

1) ALMEIDA, A. N. G.; TIPPLE, A. F. V.; SOUZA, A. C. S.; BRASILEIRO, M. E.


Risco Biológico entre os Trabalhadores de Enfermagem. Revista Enfermagem,
UERJ, v. 17, n. 4, pp. 595-600. Rio de Janeiro, 2009.

2) LUPI, O. Doenças priônicas: avaliação dos riscos envolvidos na utilização de


produtos de origem bovina. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 78, n. 1. Rio de
Janeiro, 2003.

3) BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Biossegurança em saúde: prioridades e


estratégias de ação. Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde,
Série B, Textos básicos de Saúde. Brasília, 2010.

4) CHAKRABARTI, A. et al. Outbreak of Pichia anomala infection in the pediatric


service of a tertiary-care center in Northern India. J Clin Microbiol., v.39, n.5, p.
1702-6, 2001.

5) BRASIL, AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA.


Higienização das mãos em serviços de saúde. Disponível em <
http://portal.anvisa.gov.br/higienizacao-das-maos > Acesso em 24 de agosto de
2019.

6) ROTTER, M.L. Hand washing and hand disinfection. In: MAYHALL C, G.


Hospital Epidemiology and Infection Control. Baltimore: Williams & Wilkins,
1996. p.1052-68.

7) BRASIL, MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Portaria nº 939, de 18


de novembro de 2008. Publica o cronograma previsto no item 32.2.4.16 da Norma
Regulamentadora n.º 32 (NR 32). Diário Oficial da República Federativa do
Brasil. Brasília, 2008.

8) CARVALHO, C. M. R. S.; MADEIRA, M. Z. A.; TAPETY, E. L. M. A.;


MARTINS, M. C. C.; BRITO, J. N. P. O. Aspectos de Biossegurança relacionados
ao uso do jaleco pelos profissionais de saúde: uma revisão da literatura. Revista
Texto Contexto da Enfermagem, v. 18, n. 2, pp. 355-360. Florianópolis, 2009.

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9) SÃO PAULO, SECRETARIA DA SAÚDE. Manual técnico: procedimento e
legislação para risco biológico – Biossegurança na saúde nas Unidades Básicas de
Saúde. Secretaria da Saúde, Coordenação da Atenção Básica. 2. ed. São Paulo,
2014.

10) BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Tecnologia e Insumos Estratégicos.


Diretrizes gerais para o trabalho em contenção com agentes biológicos. Ministério
da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.
Departamento de Ciência e Tecnologia, Série A. Brasília, 2010.

11) SILVA, J. R.; MATTOS, R. P.; HAYASSY, A. Manual de Biossegurança em


Odontologia das Faculdades São José. Faculdade São José. Rio de Janeiro, 2018.
Disponível em < http://www.saojose.br > Acesso em 24 de agosto de 2018.

12) BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Biossegurança em Laboratório


Biomédicos e de Microbiologia. Fundação Nacional da Saúde. Brasília, 2000.

13) PENNA, P. M. M.; AQUINO, C. F.; CASTANHEIRA, D. D.; BRANDI, I. V.;


CANGUSSU, A. S. R.; MACEDO SOBRINHO, E.; SARI, R. S. SILVA, M. P.;
MIGUEL, A. S. M. Biossegurança: uma revisão. Arquivos do Instituto Biológico,
v. 77, n. 3, pp. 555-465. São Paulo, 2010.

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